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UM PENTA TEMPERADO COM AS SOBRAS DO TRI

Escrevendo neste espaço desde novembro de 2001, gostaria de agradecer aos leitores
que sempre nos acompanham e, ao mesmo tempo, dizer que estarei ausente desta coluna
durante o mês de julho, uma vez que farei coincidir essa ausência com as minhas férias de
professor na Faculdade e no Ensino Médio. NO entanto, no bojo da euforia da conquista do
pentacampeonato agraciada pela seleção brasileira, gostaria de traçar um paralelo com o nosso
ano eleitoral.
No ano de 1969, o Ato Institucional n° 12 (o AI nº 12) celebrava o auge do poder da
ditadura militar, dizendo que o vice-presidente de Costa e Silva, o civil Pedro Aleixo, não
poderia assumir o lugar do então presidente Costa e Silva que havia adoecido. O Brasil foi
governado por uma junta militar composta por integrantes da Marinha, do Exército, da
Aeronáutica ao lado de civis como Delfim Neto e Jarbas Passarinho. Tem-se a conquista do
tricampeonato de futebol e um intenso aproveitamento do feito em prol da máquina de
sustentação da propaganda governamental. Sob o slogan "a taça do mundo é nossa, com o
Brasil, não há quem possa!", toda uma comoção nacional foi desencadeada e os interesses do
Estado ditatorial prevaleceram sobre as liberdades e garantias individuais e, enfim, sobre a
Democracia.
Imediatamente após a conquista do pentacampeonato, em 30/06, o Presidente
Fernando Henrique Cardoso, apareceu ao vivo numa entrevista à Rede de Televisão
Bandeirantes, dizendo sobre os méritos e virtudes dos nossos heróis, acrescentando a esses
elogios um universo de recepções e promessas que certamente serão cumpridas não apenas
pelo governo federal, mas também por diversos setores organizados da sociedade. Os méritos
reais e imaginários da seleção nós deixaremos a parte. Por hora vamos tentar montar um
quebra-cabeças com as peças as quais dispomos.
Primeiramente, consideremos o fato histórico de os governos com tendência populista
se valerem da bravura de esportistas, transformando a façanha do esporte numa proeza do
governo. Segundo, juntaremos esse dado ao recente episódio que envolveu a Polícia Federal e
a campanha do candidato do governo a presidente, o ex-ministro da saúde José Serra.
Suspeito de que a máquina eleitoral estatal está, mais uma vez, funcionando, rondam nossas
mentes atordoadas que oscila como um pêndulo, entre a sensação de felicidade pela pátria que
também vence, e o estado de letargia antidemocrática que nos toma a todos perdedores em
potencial na batalha social.
Da mesma maneira que nunca saberemos se ganhamos o penta porque fomos melhores
ou se porque os outros adversários foram bem piores (uma vez que nossa seleção saiu do país
bem desacreditada). Não será possível saber também se o Lula, o candidato da oposição à
Casa Branca, ou melhor, ao Palácio do Planalto, é apenas uma peça figurativa necessária para
justificar a existência de uma oposição fictícia e eterna aos candidatos oferecidos pelo
governo ou se ele realmente tem chances de ser nosso presidente.
A conclusão a qual chegamos é simples. Tanto no caso da seleção como na questão da
disputa presidencial, tudo acaba sendo a mês ma coisa, ou seja, ninguém saberá a verdade.

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