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Fazer o ROI (retorno sobre investimentos) do comércio eletrônico no país não é tarefa fácil. Apesar
da propalada inclusão digital, ainda é grande o número de brasileiros sem acesso à internet: hoje, os
internautas representam 3,3% da população, numa base de 180 milhões de habitantes. O alto preço
da banda larga no país certamente é um dos motivos de apenas 14% dos 31,8 milhões de brasileiros
que estiveram on-line em 2006 terem realizado alguma compra virtual. A estimativa para o
próximo ano é um pouco maior: deve haver 33,9 milhões de internautas no país. De qualquer forma,
a estimativa é que negócios on-line movimentem RS$ 13,3 bilhões este ano, segundo a Câmara e-
net, embora o movimento de capital seja, sobretudo, da receita dos serviços das operadoras e dos
provedores web.
Estes números, porém, não desanimam quem quer ou precisa realizar comércio eletrônico. A
chegada da TV Digital, prevista para daqui a algumas semanas, com novas formas de publicidade e
de compras 'ao vivo' mexe com este segmento que, mais do que nunca, precisa saber como, onde e
quando poderá ter retorno dos investimentos sobre o e-commerce de empresas de diversos portes.
Apesar de suas ótimas perspectivas, o comércio eletrônico que pegou tão bem nos Estados Unidos e
Europa, aqui precisa superar algumas barreiras. Por aqui, por exemplo, mal começa a se sedimentar
a compra por catálogo (seja por telefone, web e, agora, TV digital). Não há um hábito arraigado do
consumidor de receber seus produtos e serviços no correio como, por exemplo, nos Estados Unidos,
onde os clientes fazem isto desde o tempo da Colonização da América.
O pouco crédito entre os brasileiros também é um ponto contra. Além do medo de enfrentar
problemas de segurança (que, diga-se de passagem, são bem menores hoje, pois a segurança de web
é um dos mercados mais prósperos da rede), há a questão do baixo limite no cartão de crédito, meio
de pagamento ideal para o e-commerce. O próprio varejista de médio a pequeno porte não se sente
ainda com o devido preparo para enfrentar esta nova loja. O exemplo é que, hoje, vicejam apenas os
grandes grupos como Submarino, Amazon, Americanas etc.
Ou seja, por enquanto, o e-commerce se restringe às classes A e B e aos grandes varejistas. Mas
este quadro tende a mudar drasticamente. O número de PCs vendidos este ano, a volumes maiores
que as infalíveis TVs, prova que a democratização do ambiente da web está em franco progresso no
país. E um ROI brasileiro deve levar em conta todos os fatores acima e mais outros. Alessandro
Gil, diretor de marketing da Ikeda (foto), empresa que decidiu focar sua atuação exclusivamente no
e-commerce, lembra que começa a mudar a cultura do brasileiro de tocar no produto, pechinchar e
conversar com o vendedor, antes de se decidir. A própria praticidade da compra eletrônica e sua
capacidade de acontecer mesmo longe dos grandes centros (e das grandes lojas de departamentos) é
um ponto a favor.
"De qualquer forma, ainda temos um longo caminho a percorrer. Para se ter uma idéia, enquanto o
EBTDA do Brasil em e-commerce foi de 7 bilhões de reais, em 2004, o dos Estados Unidos, no
mesmo ano, atingiu US$ 250 bilhões. Só a Amazon, com sua receita global de US$ 10 milhões bate
a receita total do Brasil", salienta Gil.
Ao invés de desanimar com isso, a Ikeda, vê uma atraente demanda a ser atendida. Grupos como
Fonte: IBGE
Quem realiza compra eletrônica, hoje, conhece os percalços de não receber uma encomenda no
prazo, de não ser avisado de que determinado produto esgotou e de esperar dias (semanas?) para o
'estorno' do pagamento, feito sem que a compra tivesse sido concluída (ou seja, se recebe o
donheiro de volta quando na verdade a idéia era receber o produtopedido). Espera-se que o
crescimento do mercado e o aumento da concorrência gerem, ao invés de uma competição
predatória, uma corrida por melhores práticas. E, neste caso, não se trata de ambiente ideal. Afinal,
com o aumento de blogs e redes sociais pela internet e a interatividade da TV digital, o consumidor
passa a ter melhores meios de reclamar, de trocar impressões com outros consumidores e, até, de
eleger os 'piores e melhores' do e-commerce.
Mas não é só no bem atendimento ao consumidor que um bom ROI deve se basear. É preciso se
disseminar o conceito de que o meio eletrônico não canibaliza as lojas físicas do varejista. Até
porque, segundo dados da Ikeda, atuar no e-commerce é quase um ato de sobrevivência - enquanto
as lojas físicas cresceram de 4 a 5% no ano passado, as de comércio eletrônico atingiram índices
entre 50 e 60% de crescimento. Se um varejista não investir no seu e-commerce, o concorrente o
fará.