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EXECUÇÃO

CIVIL

PARTE GERAL
Professor Sérgio Rocha
EXECUÇÃO CIVIL – PARTE GERAL
SUMÁRIO

 Conceito e Princípios da Execução Civil

 Requisitos da Execução Civil

 Legitimidade das partes

 Competência para a Execução Civil

 Responsabilidade Patrimonial

 Fraude à Execução

 Fraude contra credores


CONCEITO
E
PRINCÍPIOS
CONCEITO DE EXECUÇ
EXECUÇÃO

“Conjunto de atos estatais através de


que, com ou sem o concurso da
vontade do devedor (e até contra ela),
invade-se seu patrimônio para, à
custa dele, realizar-se o resultado
prático desejado concretamente pelo
direito objetivo material” ¹
PRINCÍPIOS TÍPICOS DA
EXECUÇÃO¹

1) Princípio da Patrimonialidade

2) Princípio da Efetividade

3) Princípio do Menor Sacrifício Possível do


Executado

4) Princípio do Contraditório
1) PRINCÍPIO DA PATRIMONIALIDADE

CPC. Art. 591. O devedor responde, para


o cumprimento de suas obrigações, com
todos os seus bens presentes e futuros,
salvo as restrições estabelecidas em lei
(CPC 648 e 649).¹
2) PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE
DA EXECUÇÃO FORÇADA

“O processo deve dar, quanto for


possível praticamente, a quem tenha um
direito, tudo aquilo e exatamente aquilo
que ele tenha direito de conseguir.”
(Alexandre Freitas Câmara)1
3) PRINCÍPIO DO MENOR SACRIFÍCIO
POSSÍVEL DO EXECUTADO

“‘quando por vários meios o credor puder


promover a execução, o juiz mandará que
se faça pelo modo menos gravoso para o
devedor’” (CPC 620)1.
4) PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO

“o contraditório deve ser entendido como a


garantia que têm as partes de que tomarão
conhecimento de todos os atos e termos do
processo, com a conseqüente possibilidade de
manifestação sobre os mesmos.
Em outros termos, o contraditório é a garantia
de informação necessária e reação possível.”
(Alexandre Freitas Câmara)1
4.1) Princípio do contraditório e
executado revel

SUM 196 STJ: “Ao executado que, citado


por edital ou por hora certa, permanecer
revel, será nomeado curador especial, com
legitimidade para apresentação de
embargos.”
EXECUÇÃO CIVIL – PARTE GERAL
SUMÁRIO

 Conceito e Princípios da Execução Civil

 Requisitos da Execução Civil

 Legitimidade das partes

 Competência para a Execução Civil

 Responsabilidade Patrimonial

 Fraude à Execução

 Fraude contra credores


REQUISITOS
DA EXECUÇÃO
REQUISITOS ESPECÍFICOS
DA EXECUÇÃO¹

certo
A) O título executivo líquido
exigível

B) O inadimplemento do devedor
A) TÍTULO EXECUTIVO¹
CONCEITO

• Título Executivo “é a representação documental típica de um direito


líquido, certo e exigível” (Misael Montenegro Filho)1

• “Os títulos executivos podem ser de dois tipos²:


1.judiciais (art. 475-N do CPC)³
2.extrajudiciais (art. 585)4

• ausência de título impõe a nulidade da execução, de acordo com a


máxima nulla executio sine titulo

• A ratio de impor a exigência de título executivo origina-se da


constatação de que a execução desencadeia a adoção de medidas
enérgicas em desfavor do devedor5
A.1) CERTEZA DO TÍTULO EXECUTIVO¹

• O título é certo quando define seus elementos,


quais sejam:

– sujeitos
– objeto Dar
– natureza da relação jurídica Fazer ou Não fazer
Pagar quantia certa

Exemplo: João deve dar um boi a Pedro


A.2) LIQUIDEZ DO TÍTULO EXECUTIVO¹

• A liquidez do título refere-se à perfeita quantificação, delimitação ou


especificação do objeto da execução

• na execução por quantia certa, a liquidez refere-se ao valor da


obrigação.

• na execução de obrigação de fazer ou de não fazer, a liquidez refere-


se à expressa indicação dos limites da obrigação;

• na execução da obrigação de dar, a liquidez refere-se à especificação


da coisa a ser entregue

• Exceção: na execução para a entrega de coisa incerta, a


liquidez é vista de forma relativa, em face de o objeto ser
apenas identificado pelo seu gênero e quantidade (art. 629 do
CPC²)
A.3) EXIGIBILIDADE DO TÍTULO
EXECUTIVO

A obrigação reclamada pelo credor não pode


ter o seu cumprimento sujeito à condição ou
termo, como se dá, por exemplo, com a
sentença cível condenatória que foi combatida
por apelação recebida com os efeitos
suspensivo e devolutivo (CPC 520 e 521)¹
Relembrando

REQUISITOS ESPECÍFICOS
DA EXECUÇÃO¹

certo
A) O título executivo líquido
exigível

B) O inadimplemento do devedor
B) INADIMPLEMENTO DA OBRIGAÇÃO¹

• O inadimplemento do devedor é requisito


que revela o interesse de agir do credor.

• Não se encontrando o devedor inadimplente,


não há conflito de interesses a ser
solucionado através da intervenção do
representante do Poder Judiciário.
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 Requisitos da Execução Civil

 Legitimidade das partes

 Competência para a Execução Civil

 Responsabilidade Patrimonial

 Fraude à Execução

 Fraude contra credores


LEGITIMIDADE
DAS PARTES
LIVRO II - DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
TÍTULO I - DA EXECUÇÃO EM GERAL
CAPÍTULO I
CPC 566 a 568¹
DA LEGITIMIDADE DAS PARTES
CPC 566 a 568¹

• A legitimidade das partes é “condição da


ação executiva”.

• Na visão de Alexandre Câmara é requisito


do provimento final do processo de execução
(ou da fase executiva de um processo misto)².
DA LEGITIMIDADE ATIVA
(CPC 566/567)

• do credor a quem a lei confere título executivo (CPC 566 ).¹


• do Ministério Público nos casos previstos em lei (CPC 566, II)²
• do espólio, herdeiros e sucessores do credor, na sucessão
causa mortis (CPC567, I)
• do cessionário de crédito, na sucessão inter vivos (CPC 567, II)
• do sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal e
convencional.”6
– “denomina-se sub-rogação a transferência da qualidade
creditória para aquele que solveu obrigação de outrem ou
emprestou o necessário para isto. Significa isto dizer que, na
sub-rogação, há uma substituição na posição jurídica de
vantagem, que deixa de ser ocupada pelo credor original e
passa a ser exercida pelo sub-rogado.” (Alexandre Câmara)
Exemplos de legitimidade ativa do MP para a
execução1

• LEI Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965. (Regula a ação popular)


Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação
ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União,
do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios (...)
Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da
sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor ou
terceiro promova a respectiva execução. o representante do
Ministério Público a promoverá nos 30 (trinta) dias seguintes, sob
pena de falta grave.

• LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990. (CDC)


Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de
interessados em número compatível com a gravidade do dano,
poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e
execução da indenização devida. (Execução nas ações coletivas)2
JURISPRUDÊNCIA

• LEGITIMIDADE. MP. EXECUÇÃO. DÉBITO. TCE.

A Turma reconheceu a legitimidade do Ministério


Público para propor execução de título extrajudicial
originário de certidão de débito expedida pelo Tribunal
de Contas estadual decorrente de processo
administrativo que constatou irregularidade na compra
de materiais de construção para a recuperação de
moradias de pessoas carentes e que determinou a
restituição dos valores aos cofres da municipalidade.
REsp 1.109.433-SE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
28/4/2009.
DA LEGITIMIDADE PASSIVA
(CPC 568)¹

• do devedor, reconhecido como tal no título executivo’ (CPC


568, I).

• do espólio, herdeiros e sucessores do devedor (CPC 568,


II).

• do novo devedor, que assumiu, com o consentimento do


credor, a obrigação resultante do título executivo (CPC 568,
III)

• do fiador judicial (CPC 568, IV).

• do responsável tributário² (CPC 568, V). "³


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 Requisitos da Execução Civil

 Legitimidade das partes

 Competência para a Execução Civil

 Responsabilidade Patrimonial

 Fraude à Execução

 Fraude contra credores


COMPETÊNCIA
PARA A
EXECUÇÃO
DA COMPETÊNCIA
CPC 575/579
COMPETÊNCIA PARA
EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL

DA COMPETÊNCIA FUNCIONAL (CPC 475 – P)¹

Para execução do módulo executivo é competente o juízo


que processou o módulo de conhecimento.

Exceção: (CPC 475- P, p. único)

– Na execução por quantia certa contra devedor solvente o


exeqüente poderá optar pela execução no Juízo do lugar onde o
executado tenha seu domicílio ou onde puderem ser encontrados
bens penhoráveis.2

– Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis pode o


exequente optar pelo foro do domicilio do devedor nos casos do
CPC 95, 2ª parte.3
COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO CIVIL DE
SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA
(CPC 475-P, III)¹

• do Juízo Cível estadual, ainda que a sentença penal


tenha sido proferida por Juízo federal (da Justiça
Federal propriamente dita ou da Justiça Militar).²

• da Justiça Federal apenas quando for parte (como


exeqüente) a União, autarquia federal ou empresa
pública federal.²
COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO DE
SENTENÇA ESTRANGEIRA
(CPC 475-P, III, in fine)¹

• Regra:
Juízo Federal de primeira instância do foro do
domicílio do executado (CF 109, X)²

• Exceção:
→ Se a União for parte, a competência será do foro
do domicílio da outra parte, seja ela demandante ou
demandada.³
COMPETENCIA PARA A EXECUÇÃO DE
FORMAL DE PARTILHA
(CPC 475-N VII)¹

 Do próprio juízo da partilha


(competência funcional)²

Art. 475-P. O cumprimento da sentença


efetuar-se-á perante: (...)
II – o juízo que processou a causa no
primeiro grau de jurisdição;
COMPETÊNCIA PARA
EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL
(CPC 576)¹
JURISPRUDÊNCIA

• COMPETÊNCIA. AÇÃO. EXECUÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO.


PERSONALIDADE JURÍDICA.
• Trata-se de ação de execução fundada em títulos extrajudiciais
(cheques) na qual o juiz suscitado desconsiderou a personalidade
jurídica da empresa executada e remeteu os autos ao juiz suscitante,
pois os sócios da devedora residiam no local onde o suscitante tem
competência. Porém, o critério que determina a competência é o
ratione loci, consequentemente a competência é relativa. Assim, o
foro inicial da ação é determinado pelo exequente, não podendo ser
mudado posteriormente, ressalvadas as hipóteses do art. 87 do CPC
(quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência
em razão da matéria ou de hierarquia), o que não ocorreu no caso.
Logo, a desconsideração da personalidade jurídica da empresa para
alcançar bens dos sócios, por si só, não é suficiente para deslocar a
competência, notadamente porque os pretensos devedores ainda não
foram sequer citados e poderão arguir exceção. CC 102.283-BA, Rel.
Min. Fernando Gonçalves, julgado em 22/4/2009.
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 Conceito e Princípios da Execução Civil

 Requisitos da Execução Civil

 Legitimidade das partes

 Competência para a Execução Civil

 Responsabilidade Patrimonial

 Fraude à Execução

 Fraude contra credores


RESPONSABILIDADE
PATRIMONIAL
(CPC 591/597)¹
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL

CONCEITO
“situação meramente potencial,
caracterizada pela sujeitabilidade do
patrimônio de alguém às medidas
executivas destinadas à atuação da
vontade concreta do direito
material.(Alexandre Freitas Câmara)”²
DOS BENS DO DEVEDOR SUJEITOS À
EXECUÇÃO (CPC 591)¹

• “CPC. 591. O devedor responde, para o


cumprimento de suas obrigações, com todos
os seus bens presentes e futuros, salvo as
restrições estabelecidas em lei.” (CPC 648¹ e
649)²
BENS ABSOLUTAMENTE IMPENHORÁVEIS
(CPC 648/649)¹
1) INALIENABILIDADE (CC 1911 e 1848)²

• “Condição imposta aos bens, para que não possam ser alheados ou
alienados. Por sua condição e qualidade de inalienáveis, decorre
que os bens, assim gravados, fruem o benefício da
impenhorabilidade.”³

– Exemplo: bens públicos de uso comum e de uso especial (CC


100)³

– CC, Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no


testamento, não pode o testador estabelecer cláusula de
inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade,
sobre os bens da legítima. (...)
– § 2º Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem
ser alienados os bens gravados, convertendo-se o produto em
outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos primeiros.
2) IMPENHORABILIDADE (CC 1911 e 1848)²

“Benefício outorgado pela lei a certos bens, em virtude


do que não podem ser os mesmos filhados pela
penhora. Encontram-se, assim, a salvo de qualquer
apreensão em execução judicial.” ²

• Exemplo: “Os bens públicos são sempre


impenhoráveis, dada a sua intrínseca inalienabilidade
(CC, 100)³. Não há penhora na execução contra a
Fazenda Pública.”
CPC. Art. 649. São absolutamente
impenhoráveis:

I - os bens inalienáveis e os declarados,


por ato voluntário, não sujeitos à execução;

II - os móveis, pertences e utilidades


domésticas que guarnecem a residência do
executado, salvo os de elevado valor ou que
ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida;
CPC. Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:

(...)
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal
do executado, salvo se de elevado valor;

IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários,


remunerações, proventos de aposentadoria, pensões,
pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade
de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua
família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários
de profissional liberal, observado o disposto no § 3o deste
artigo;1

V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os


instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao
exercício de qualquer profissão;
CPC. Art. 649. São absolutamente
impenhoráveis:

(...)
VI - o seguro de vida;

VII - os materiais necessários para obras em andamento,


salvo se essas forem penhoradas;

VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei,


desde que trabalhada pela família;

IX - os recursos públicos recebidos por instituições


privadas para aplicação compulsória em educação,
saúde ou assistência social;
CPC. Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:
(...)
X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia
depositada em caderneta de poupança.
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos
termos da lei, por partido político.
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à cobrança do
crédito concedido para a aquisição do próprio bem.
§ 2º O disposto no inciso IV do caput deste artigo não se
aplica no caso de penhora para pagamento de prestação
alimentícia.
3) IMPENHORABILIDADE DO BEM DE
FAMÍLIA (Lei 8.009/90)¹

“Art. 1º. O imóvel residencial próprio do casal,


ou da entidade familiar, é impenhorável e não
responderá por qualquer tipo de dívida civil,
comercial, fiscal, previdenciária ou de outra
natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos
pais ou filhos que sejam seus proprietários e
nele residam, salvo nas hipóteses previstas
nesta lei.”
3.1) DAS EXCEÇÕES À IMPENHORABILIDADE
DO BEM DE FAMÍLIA (Lei 8.009/90, 3º e 4º)¹
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo
de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra
natureza, salvo se movido:

I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência


e das respectivas contribuições previdenciárias;
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado
à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e
acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III - pelo credor de pensão alimentícia;
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e
contribuições devidas em função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como
garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; (continua)
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para
execução de sentença penal condenatória a ressarcimento,
indenização ou perdimento de bens;
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato
de locação.

Lei 8009/90, Art. 4º Não se beneficiará do disposto


nesta lei aquele que, sabendo-se insolvente, adquire
de má-fé imóvel mais valioso para transferir a
residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia
antiga.
4) DOS BENS RELATIVAMENTE
IMPENHORÁVEIS
(CPC 650)¹

• Art. 650. Podem ser penhorados, à falta de


outros bens, os frutos e rendimentos dos
bens inalienáveis, salvo se destinados à
satisfação de prestação alimentícia.
JURISPRUDÊNCIA

• PENHORA DE SALÁRIO - DÉBITO NÃO ALIMENTAR -


IMPOSSIBILIDADE. A Turma indeferiu o pedido de
penhora de parte do salário do devedor, uma vez que os
valores executados referiam-se a cobrança de aluguéis e
danos morais. Asseverou-se que apenas os créditos de
natureza alimentar podem ensejar a constrição de
vencimentos. Em se tratando de débito não alimentar,
prevalece a regra da impenhorabilidade absoluta do salário,
prevista no art. 649, IV do CPC. (vide Informativo nº 138 - 2ª
Turma Cível). (TJDFT, Primeira Turma Recursal dos
Juizados Especiais Cíveis e Criminais do D.F.,
20070110312970DVJ, Relª. Juíza CARMEN
BITTENCOURT. Data do Julgamento 03/03/2009)
DOS BENS DE TERCEIROS, SUJEITOS À
EXECUÇÃO (CPC 592)¹

Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens:


I - do sucessor a título singular, tratando-se de
execução fundada em direito real ou obrigação
reipersecutória;
II - do sócio, nos termos da lei;
III - do devedor, quando em poder de terceiros;
IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens
próprios, reservados ou de sua meação respondem
pela dívida;
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude
de execução.
Comentários CPC 592:
Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens:
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em
direito real1 ou obrigação reipersecutória;

“Sucessor a título singular é o terceiro que de alguma forma (a título


oneroso ou gratuito) recebeu do devedor o bem (móvel ou imóvel)
que deveria responder pelo cumprimento de sua obrigação.” (Costa
Machado)2
“Ação reipersecutória é a que tem por fim a entrega ou a restituição
de coisa certa, com fundamento outro que não seja direito real”
(Lopes da Costa)3

“Obrigação reipersecutória é a obrigação pessoal que permite a


alguém perseguir em juízo alguma coisa móvel, imóvel ou
semovente, como ocorre nos casos de despejo, reintegração de
posse fundada em contrato de locação ou imissão na posse
fundada em contrato de comodato, etc.” (Costa Machado)4

 “Se a demanda refere-se a um desses direitos, tendo sido proferida


sentença condenatória contra réu, com o seu falecimento posterior
e a transferência do bem disputado a um sucessor singular,
permite-se seja o bem alcançado pela execução”5
Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens: (...)
II - do sócio, nos termos da lei; (CPC 596)1

 “Há que se distinguir entre a solidariedade que decorre


puramente da lei por força da natureza da sociedade, e a
que decorre por força da lei, mas da prática de certos atos
anormais do sócio ou administrador. No caso de sócios
naturalmente solidários é que se dá a responsabilidade
executiva secundária, na forma do art. 592, II.

 A responsabilidade extraordinária, como a promovente de


abuso de gestão, violação do contrato, dolo etc., depende de
prévio procedimento de cognição e só pode dar lugar á
execução quando apoiada em sentença condenatória contra
o sócio faltoso.” (Humberto Theodoro Júnior)²
Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens: (...)
III - do devedor, quando em poder de terceiros;

 “o terceiro que estava na posse do bem pode impugnar o ato


de constrição através dos embargos de terceiro (CPC 1046).

 o afastamento do terceiro da posse do bem objeto de


penhora pode ensejar indenização por perdas e danos contra o
devedor.

 na situação que envolve o bem locado ao terceiro, a locação


não é desfeita pela penhora, devendo ser respeitada pelo
arrematante que venha a adquirir o bem em hasta pública.”
(Misael Montenegro Filho)1
Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens: (...)
IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios,
reservados ou de sua meação respondem pela dívida;

 Na hipótese de o débito ter sido contraído no exclusivo


interesse do devedor, sem o beneficiamento da sua família, pode o
cônjuge ajuizar embargos de terceiro contra a penhora formalizada
em bens que compõem a sua meação.

 Se a dívida contraída acarretou beneficiamento da sua família,


pode o cônjuge que sofrer a penhora da sua meação reagir à
constrição através da oposição dos embargos à execução, ou da
impugnação.

 Todos os remédios processuais (embargos de terceiro,


embargos à execução e impugnação) devem ser admitidos,
aplicando-se os princípios da fungibilidade e da instrumentalidade
das formas (CPC 250)2
Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens:
(...)
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude de
execução.
 Da execução contra o fiador

• CPC, Art. 595. O fiador, quando executado, poderá


nomear à penhora bens livres e desembargados do
devedor. Os bens do fiador ficarão, porém, sujeitos à
execução, se os do devedor forem insuficientes à
satisfação do direito do credor.
Parágrafo único. O fiador, que pagar a dívida, poderá
executar o afiançado nos autos do mesmo processo.

• CC, Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa


garante satisfazer ao credor uma obrigação
assumida pelo devedor, caso este não a cumpra.1
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 Conceito e Princípios da Execução Civil

 Requisitos da Execução Civil

 Legitimidade das partes

 Competência para a Execução Civil

 Responsabilidade Patrimonial

 Fraude à Execução

 Fraude contra credores


FRAUDE À
EXECUÇÃO
(CPC 593)¹
DA FRAUDE À EXECUÇÃO (CPC 593)

CONCEITO

• “ato de alienação ou oneração de bens


realizado no curso de um processo, quando
tal ato reduza o devedor à condição de
insolvente.”¹
CPC. Art. 593. Considera-se em fraude de execução a alienação ou
oneração de bens:

I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real;

II - quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor


demanda capaz de reduzi-lo à insolvência;

III - nos demais casos expressos em lei.

Exemplos:1
– CPC, Art. 615-A. O exeqüente poderá, no ato da distribuição, obter certidão
comprobatória do ajuizamento da execução, com identificação das partes e
valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, registro de
veículos ou registro de outros bens sujeitos à penhora ou arresto. (...)
§ 3º Presume-se em fraude à execução a alienação ou oneração de bens
efetuada após a averbação (art. 593).

– CTN, Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou


rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda
Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem
sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total
pagamento da dívida inscrita.
ELEMENTOS CARACTERIZADORES DA
FRAUDE DE EXECUÇÃO
(REsp 784.995/MT)¹

a) ação já aforada com citação válida contra o devedor;

b) ciência do adquirente quanto à existência da ação, por já


constar no cartório imobiliário algum registro, ou porque
o exeqüente, por outros meios, provou que dela o
adquirente já tinha ciência;

c) que a alienação ou a oneração dos bens seja capaz de


reduzir o devedor à insolvência.
SÚMULA 375 do STJ

• O reconhecimento da fraude à execução


depende do registro da penhora do bem
alienado ou da prova de má-fé do terceiro
adquirente. Rel. Min. Fernando Gonçalves, em 18/3/2009.
JURISPRUDÊNCIA

• FRAUDE. EXECUÇÃO. PENHORA. REGISTRO.


A Turma, ao renovar o julgamento, reafirmou, por maioria, o
entendimento de que, para dar-se fraude à execução (art. 593 do
CPC) quando não registrada a penhora do imóvel, cabe ao credor o
ônus de provar que o terceiro adquirente tinha ciência de que havia
a constrição ou demanda contra o vendedor capaz de levá-lo à
insolvência. Firmou-se, também, que, a despeito de a sentença
produzir efeitos em relação a terceiros, a imutabilidade
proporcionada pela coisa julgada limita-se às partes, pois é
facultada ao terceiro a discussão posterior acerca da sentença que
eventualmente seja prejudicial a seus interesses. Os votos vencidos,
capitaneados pela Min. Nancy Andrighi, entendiam, conforme precedente
da Turma, que, nessa situação, cabe sim ao terceiro adquirente a prova
mencionada, pois é a pessoa que a presunção desfavorece quem
suporta o ônus de provar o contrário, anotado ser relativa essa
presunção. Na linha desses votos vencidos, o adquirente deve acautelar-
se, efetuando, no mínimo, pesquisa nos distribuidores das comarcas de
localização do imóvel e da residência do alienante, não apenas em razão
da exigência prevista no art. 1º da Lei n. 7.433/1985, mas, também, de
que só se considera de boa-fé o comprador que adotou mínimas cautelas
para a segurança jurídica de sua aquisição. (...) REsp 804.044-GO, Rel.
originária Min. Nancy Andrighi, Rel. para acórdão Min. Massami
Uyeda, julgado em 19/5/2009.
EXECUÇÃO CIVIL – PARTE GERAL
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 Conceito e Princípios da Execução Civil

 Requisitos da Execução Civil

 Legitimidade das partes

 Competência para a Execução Civil

 Responsabilidade Patrimonial

 Fraude à Execução

 Fraude contra credores


FRAUDE
CONTRA
CREDORES
(CC 158/165)¹
DA FRAUDE CONTRA CREDORES
(OU FRAUDE PAULIANA)

• CONCEITO

• “A fraude contra credores consiste, basicamente,


na diminuição patrimonial do devedor até o ponto
de reduzi-lo à insolvência.”¹

• Sua denominação pauliana vem do nome do


jurisconsulto PAULUS2
ELEMENTOS (REsp 213.165/MG)²

1) Dano – “diminuição patrimonial até a


redução à insolvência (eventus damni)”³

2) Concílio Fraudulento – “intenção do devedor


e do comprador de causar o dano (consilium
fraudis)” (REsp 710.810/RS)4
JURISPRUDÊNCIA
Agravo regimental. Recurso especial não admitido. Ação
pauliana procedente. Fundamentação.

1. O decisum está devidamente fundamentado, afirmando


o Tribunal que o crédito é anterior ao ato de alienação, que
a cessão dos bens foi feita por preço meramente figurativo
e envolvendo parentes altamente chegados (irmãos) e,
ainda, que com a transação o patrimônio que restou ao
devedor não se mostra suficiente ao pagamento do débito.
Todos esses elementos demonstram a suficiência de
fundamentação do Acórdão para que fosse provida a
apelação e procedente a ação pauliana.
2. Agravo regimental improvido. (AgRg no Ag 254.863/SP, Rel.
Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, TERCEIRA
TURMA, julgado em 21/02/2000, DJ 27/03/2000 p. 102)
DA NECESSIDADE DE AÇÃO PAULIANA PARA O
RECONHECIMENTO DA FRAUDE CONTRA CREDORES
(RESP 471.223/RS)1

 “os bens alienados ou onerados em fraude pauliana não


respondem, em princípio, pela execução, por estarem fora
do campo de incidência da responsabilidade patrimonial.

 A sentença pauliana produzirá, então, o efeito de


restaurar a incidência, sobre o mesmo, da
responsabilidade patrimonial, permitindo a incidência,
sobre ele, da atividade executiva.”²

 STJ - SÚMULA 195 : “Em embargos de terceiro não se


anula ato jurídico, por fraude contra credores.”
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE A FRAUDE DE
EXECUÇÃO E A FRAUDE CONTRA CREDORES

1) Na fraude à execução, não há a necessidade de


demonstração de “concílio fraudulento” (elemento
caracterizador da fraude contra credores).¹

2) Na fraude de execução não há necessidade de ação


pauliana.

• “Na fraude contra credores o ato fraudulento produz todos os


seus efeitos, deixando de ser oponível ao credor depois de
prolatada a sentença na ‘ação pauliana’.
• Já na fraude de execução o ato é, originariamente, ineficaz. Não
se faz necessário, pois, ajuizar-se demanda destinada ao
reconhecimento da fraude.” (Alexandre Freitas Câmara)²

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