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Entrevista ANTÔNIO ABREU
projeto de saneamento básico bem
desenvolvido. Estamos hoje efeti-
vamente com a segunda etapa do
Bahia azul já em implantação, o
que é muito importante, porque ele
prevê que a cidade estará toda sa-
neada e que todas as casas, inclu-
sive as de ocupações irregulares,
terão ligações domiciliares com o
sistema central do projeto, através
da EMBASA.
A grande mobilização de pessoas
provocada por uma Copa do
Mundo exige, de quem a sedia,
modernos e eficientes sistemas de
transportes. O que mudará no sis-
tema viário de Salvador? Salvador
é uma cidade cujo sistema de trans-
portes já está completamente exau-
rido. Há projetos na prefeitura, com
o apoio do Estado, que envolvem a
criação de sistemas troncais, de sis-
temas de transportes de massa e de
Avenidas. A Avenida Atlântica será
um prolongamento da Av. Luís
Eduardo Magalhães que irá termi-
nar na Av. Dorival Caymmi. Tere-
mos também a Linha Viva, que
atravessará as torres da Chesf e, in-
clusive há um projeto do governa-
dor juntamente com o prefeito para
que a Linha Viva seja incorporada
ao projeto da duplicação da Cia
Aeroporto, e da BA 095 (Estrada
do Coco). Então a Linha Viva será
um Via Expressa pedagiada que li-
gará a BR 324, a Estrada do Coco e
o Aeroporto à Av. Bonocô desafo-
gando completamente todo o trá-
fego da Paralela.
Salvador enfrenta em sua estru-
tura muitos problemas ambientais.
Como será feita a construção des-
sas vias? Esse sistema foi proje-
tado há muitos anos e seria
exatamente com a cobertura dos ca-
nais que cortam as avenidas Vasco
da Gama, Centenário, ACM e Para-
lela. Muitas vezes temos problema
com o INGÁ, que ainda tenta levar
em consideração que em realidade
são rios mas na verdade não são
mais rios, são esgotamentos
mesmo.
O metrô é
efetivamente um
projeto muito
infeliz. Criou-se
esse mostrengo
que está aí, onde a
prefeitura está
tentando
“
resolvê-lo
Essas são algumas das exigências
da FIFA? Nós atenderemos às exi-
gências da FIFA no sentido de mo-
bilidade urbana não só no aspecto
de sistema de transporte de massa
como o do sistema viário de Salva-
dor.
E o metrô? Haverá um projeto para
substituir o projeto antigo, que já
completou dez anos?
O metrô é efetivamente um projeto
muito infeliz. Criou-se então esse
monstrengo que está aí, onde a
prefeitura está tentando resolvê-lo
de todas as formas para que a pri-
meira etapa, de apenas sete quilô-
metros, se realize. Mas a segunda
etapa vai acontecer, o Estado e a
Prefeitura estão desenvolvendo
ações de um sistema multi-modal,
mas precisamos ter a consciência
de que o sistema de trilhos –
metrô e trens – deve ser geren-
ciado pelo Estado. Para a Prefei-
tura é muito complicado gerenciar
pela capacidade financeira que o
município possui.
Existem outros projetos de trans-
porte previstos para a Copa? Pre-
tendemos desenvolver projetos de
requalificação urbana com outros
tipos de sistema para que possamos
ter o acesso da Cidade Alta para a
Cidade Baixa com grande rapidez,
estamos projetando implementar te-
leféricos ligando os dois planos da
Cidade.
Qual será a fonte de recursos para
todos os projetos que Salvador ne-
cessita? Através de PPP (participa-
ção público-privado). Há uma
estimativa de um bilhão de reais
para a implantação do sistema de
transporte de massa. Temos tam-
bém o PAC da Mobilidade Urbana
e vem aí o PAC da Mobilidade Ur-
bana II.
Após a realização do Pan, no Rio
de Janeiro algumas obras torna-
ram-se “elefantes brancos” como,
por exemplo, a vila olímpica. As
obras realizadas em Salvador tam-
bém correrão este risco?
No Rio de Janeiro quando foi im-
plantado o PAN criou-se uma
grande estrutura olímpica. Hoje são
prédios que foram vendidos e tor-
naram-se apartamentos, além da
própria Vila que é fundamental para
o sistema de preparação de atletas
olímpicos. Em Salvador pretende-
mos fazer isso. O Governo do Es-
tado irá fazer em Pituaçu e nós
pretendemos resolver junto à jus-
tiça para que no Aeroclube tenha-
mos um centro de treinamento
semi-olímpico.
Há um projeto que prevê a revitali-
zação da Fonte Nova. Se conside-
rarmos o Barradão e Pituaçu, a
cidade passará a dispor, então, de
três grandes estádios de futebol e
de uma vila olímpica. Haverá de-
manda para tudo isso? Salvador
tem hoje três milhões de habitan-
tes e é a cidade que tem maior
densidade demográfica do Brasil.
Salvador, que já teve grandes clu-
bes como o Galícia, o Ypiranga e
o Leônico, tem hoje apenas o Bahia
e o Vitória. A tendência é que estas
mudanças criem uma grande poten-
cialidade de atletas e que, através
de uma visão mais estruturada,
mais clubes da capital possam sur-
FACOM | 13 DE OUTUBRO, 2009