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Terceira Igreja Batista do Plano Piloto // EBD: Visão certa, mundo incerto // 11 outubro 2009 1

Visão certa, mundo incerto


Aula 08: Política e Estado

“Visto que Deus é o Criador e Sustentador de todas as coisas, segue-se que todos os outros
governos são subservientes ao seu sistema de governo. A criação não tem prioridade sobre
o Criador. A criatura não pode governar o mundo de acordo com um sistema arbitrário de
governo. Nem pode o homem elevar um sistema de governo acima do fato que Deus é o
supremo governador, pois ‘o governo está sobre os seus ombros’ (Is 9.6)”.(Gary DeMar)

Por séculos, os cristãos têm se envolvido com a política, seja de forma certa ou não, de maneira consciente ou não. Da mesma
forma, as decisões do governo afetam a vida da igreja. No primeiro século, a igreja era perseguida pelo Estado vigente, mas
anos depois, vemos o cristianismo se tornar religião do mesmo Império que o perseguiu. Na idade média, a igreja estava tão
unida ao Estado que a Reforma e as revoluções levantaram-se contra essa fusão.

No entanto, também vemos benefícios de homens cristãos envolvidos com a política, como é o caso de William Wilberforce,
que lutou na Inglaterra contra o tráfico de escravos, ou Abraham Kuyper, que chegou ao cargo de primeiro ministro na
Holanda, promovendo reformas sociais naquele país.

Podemos perceber que este não é uma tema distante de nós, cristãos. A igreja serviu várias vezes como voz profética contra
os abusos do Estado, e isso se deu por conta de uma visão bíblica do que é a função do governo.

O cristão e o governo
Para muitos cristãos, não há qualquer sentido para nos envolvermos com política ou pensarmos na sociedade. Uma vez que
todas essas áreas estão contaminadas pelo pecado e um dia Jesus voltará à Terra, não faria sentido lutar por um congresso
decente ou leis justas, dizem eles.

No entanto, esse pensamento tem, pelo menos, duas falhas:

1) Não sabemos quando Jesus voltará e mesmo assim somos responsáveis por continuar dominando as áreas que Deus nos
comissionou (trabalho, artes, casamento, economia, etc.);

2) Todas as áreas estão contaminadas pelo pecado, e temos responsabilidade com elas, assumindo a tarefa redentiva que
Cristo nos deu.

Quando Deus criou tudo, ele estabeleceu a autoridade do homem sobre a Criação. Isso significa que a idéia de governo já
estava presente antes da Queda. Mesmo entre a Trindade existe certa hierarquia, ainda que as Pessoas dela sejam idênticas
em natureza e poder. Há a impressão de liderança do Pai naquele grupo sem que, com isso, haja alguma forma de opressão.
Ou seja, o conceito de governo não surge após o pecado humano – embora ele se torne mais necessário.
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“ Tenho para mim que o governo é, igualmente, uma parte do desígnio divino original, como
autoridade civil embasada no mandado para subjugar a terra e dominá-la (Gn 1.28). Não


houvesse o pecado penetrado o mundo, por exemplo, as autoridades ainda poderiam ser necessárias
para construir estradas e estabelecer padrões para pesos e medidas. (Greg Johnson)

Deus também estabeleceu esferas diferentes na criação onde o homem poderia atuar – esportes, artes, educação, religião,
etc. – cada uma com suas próprias características e objetivos. O Estado é uma delas, e é responsável principalmente pela
ordem jurídica de um certo povo reunido como nação.

“ Todos os homens vivem numa rede de relacionamentos divinamente ordenada. As pessoas


não encontram sentido ou propósito quer em sua própria individualidade, quer como parte
de um todo coletivo. Em vez disso, elas atendem a seus chamados dentro de uma pluralidade
de associações comunais, como família, escola e Estado. Deus ordenou cada uma dessas esferas


de atividade como parte da ordem original. Juntas, elas constituem a comunidade da vida.
(Gordon Spykman)

A relação entre as esferas


Por conta do pecado, pode acontecer muitas vezes que existam distorções de até onde vai a atuação do Estado e em
que se baseia sua autoridade. Existem casos em que o governo de um país acaba dominando todas as áreas da vida,
como em países debaixo de regimes ditatoriais, onde instituições como igreja e imprensa estão submissos ou foram
anulados pelas autoridades.

Citamos o exemplo em que o Estado vai além de sua esfera. Mas existem situações em que outra esfera pode dominar
o que seria o papel do governo. Por exemplo, em países islâmicos a esfera da religião acabou tomando conta das outras
áreas da vida.
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A visão mais comum atualmente tem como centro de sua fundação o indivíduo. Nesse caso, a autoridade do Estado
se baseia simplesmente na vontade autônoma das pessoas. O governo só tem liberdade para atuar até onde o indivíduo
permite. A princípio, essa parece ser a visão mais correta, mas ela pode gerar um individualismo exacerbado. Por exemplo,
filhos se “divorciando” dos pais, a igreja vista como uma organização meramente social e dirigida por e para homens, ou
as pessoas como aquelas que têm direito sobre vida e morte, conforme a conveniência (eutanásia e aborto).

A Bíblia, no entanto, apresenta a base da autoridade do Estado na vontade de Deus. Como parte da graça comum,
existem pessoas que são chamadas para cumprir a missão de manter a ordem e fazer valer a lei numa sociedade. Ainda
que façam de maneira imperfeita, essa é a principal função das autoridades constituídas.

Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade


que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas.
Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que
Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.
Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal.
[ Romanos 13.1-5 ] Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá.
Pois é serva de Deus para o seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois
ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir
quem pratica o mal. Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades,
não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão
de consciência.

A consciência de que é Deus quem institui os governantes evita que tomemos a posição extrema, citada no início do
estudo, que confina a política a uma área dominada pelo mal, sem qualquer relação com a vida do crente. Os próximos
dois gráficos apresentam, respectivamente, uma visão pseudocristã e uma visão cristã.
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Visão
pseudocristã

Visão cristã

Funções do Estado
Se Deus instituiu os governantes, certamente ele tem propósitos e objetivos para essas pessoas. Existe certo padrão
pelo qual deveríamos analisar as autoridades e os candidatos ao poder. Essa não é uma lista exaustiva, mas apresenta as
principais funções que devemos levar em consideração quando avaliamos as decisões do nosso Estado.

1) Punição dos criminosos: Não cabe à qualquer outra esfera, nem ao indivíduo, tomar para si a tarefa de fazer justiça
com as próprias mãos. Cabe ao Estado garantir que os direitos de cada cidadão não sejam violados e, por outro lado, punir
aqueles que o fazem. O governo não tem a obrigação de ser misericordioso, pois sua vocação não é essa.

Não sejam parciais no julgamento! Atendam tanto o pequeno como o grande.


[ Deuteronômio 1.17 ] Não se deixem intimidar por ninguém, pois o veredicto pertence a Deus.

Agir com parcialidade nos julgamentos não é nada bom. Quem disser ao ímpio:
[ Provérbios 24.23-25 ] “Você é justo”, será amaldiçoado pelos povos e sofrerá a indignação das nações. Mas
os que condenam o culpado terão vida agradável; receberão grandes bênçãos.

Por causa do Senhor, sujeitem-se a toda autoridade constituída entre os homens;


[ 1 Pedro 2.13,14 ] seja ao rei, como autoridade suprema, seja aos governantes, como por ele enviados
para punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem.
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2) Justiça social: O governo é chamado para intervir em situações em que não há oportunidades iguais para cada cidadão
ou quando um membro de sua sociedade promove a injustiça. Vemos no Antigo Testamento as recomendações para que
órfãos e viúvas recebessem ajuda (pois não tinham quem os sustentasse, ou não poderiam trabalhar), e para que patrões
pagassem seus funcionários.

Ai daquele que constrói o seu palácio por meios corruptos, seus aposentos, pela
[ Jeremias 22.13 ] injustiça, fazendo os seus compatriotas trabalharem por nada,sem pagar-lhes o
devido salário.

Não maltratem nem oprimam o estrangeiro, pois vocês foram estrangeiros no


[Êxodo 22.21-23 ] Egito. Não prejudiquem as viúvas nem os órfãos; porque se o fizerem, e eles
clamarem a mim, eu certamente atenderei ao seu clamor.

3) Bem-estar social: O governo deve cuidar do ambiente em que seus cidadãos vivem, garantindo o cumprimento das
leis que regulam segurança, saneamento básico e a preservação do meio-ambiente.

Não sejam parciais no julgamento! Atendam tanto o pequeno como o grande.


[ Deuteronômio 22.8 ] Não se deixem intimidar por ninguém, pois o veredicto pertence a Deus.

Determinem um local fora do acampamento onde se possa evacuar. Como parte


[ Deuteronômio 23.12,13 ] do seu equipamento, tenham algo com que cavar, e quando evacuarem, façam um
buraco e cubram as fezes.

[ Deuteronômio 25.4 ] Não amordacem o boi enquanto está debulhando o cereal.

4) Defesa nacional: Por vivermos num mundo de interesses conflitantes, muitas vezes é necessário que o Estado defenda
sua soberania ou seu povo. A guerra não é um bem, mas pode ser necessária para que a justiça aconteça.

Pois eu também sou homem sujeito a autoridade, e com soldados sob o meu comando.
Digo a um: Vá, e ele vai; e a outro: Venha, e ele vem. Digo a meu servo: Faça isto,
[ Lucas 7.8,9 ] e ele faz. Ao ouvir isso, Jesus admirou-se dele e, voltando-se para a multidão que o
seguia, disse: “Eu lhes digo que nem em Israel encontrei tamanha fé”.

Mas veio a mim esta palavra do SENHOR: “Você matou muita gente e
[ 1 Crônicas 22.8 ] empreendeu muitas guerras. Por isso não construirá um templo em honra ao meu
nome, pois derramou muito sangue na terra, diante de mim”.

5) Cobrar e administrar impostos: É famosa a frase de Jesus: “dai a César o que é de César” (Mt 22.21). O governo
necessita de recursos para exercer suas funções e cabe ao cristão colaborar com isso.

Dêem a cada um o que lhe é devido: se imposto, imposto; se tributo, tributo; se


[ Romanos 13.7 ] temor, temor; se honra, honra.

Assim como somos ordenados a administrar bem aquilo que o Senhor nos dá, cabe ao Estado usar esses recursos
arrecadados de maneira justa.
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6) Coordenar e vigiar as esferas: O governo é responsável por garantir que nenhuma esfera interfira na outra (por
exemplo, uma seita que separa pais de filhos). Também deve cuidar para que dentro de cada grupo não haja algum tipo de
opressão a membros mais fracos. O Estado deve fazer isso, entretanto, sem interferir nas regras inerentes de cada área.

Opondo-se ao Estado
Quando o cristão deve se levantar contra as autoridades constituídas? Estamos autorizados a um ato de desobediência
civil? A resposta se encontra naquilo que vimos até agora. Caso o Estado passe a descumprir alguma das suas funções,
devemos nos opor a ele. Se o estado passar a punir o bem, honrar o mal ou administrar os impostos de forma imprópria,
devemos protestar, e às vezes pode ser necessária a desobediência.

Então, chamando-os novamente, ordenaram-lhes que não falassem nem


[ Atos 4.18,19 ] ensinassem em nome de Jesus. Mas Pedro e João responderam: “Julguem os
senhores mesmos se é justo aos olhos de Deus obedecer aos senhores e não a Deus”.

Enquanto o amarravam a fim de açoitá-lo, Paulo disse ao centurião que ali


[ Atos 22.25 ] estava: “Vocês têm o direito de açoitar um cidadão romano sem que ele tenha sido
condenado?”

Quando o Estado vai além de sua esfera jurídica e passa a interferir de maneira indevida em outras áreas, ou permite que
alguma esfera social venha a dominar sobre as outras, nós, como cristãos, temos o direito e o dever de denunciar tal abuso


e fazer valer o que sabemos ser a Verdade. Não existe rebeldia nisso, mas obediência a Deus.

João Batista não repreendeu Herodes por sua posição política, mas por suas ações pecaminosas como
governador. Jesus não disputou com Pôncio Pilatos se ele deveria governar ou não, mas somente
lembrou-o o porquê ele governava e, implicitamente, por qual padrão governava. Paulo chama
os governadores de ‘ministros’ de Deus, servos na esfera política (Romanos 13.4). Paulo apela a


César, o centro do poder político romano, para ganhar o direito de ser ouvido. (Gary DeMar)

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