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UEM – Nutrição Mineral de Plantas

12.
ADUBAÇÃO FOLIAR

12.1. Considerações Gerais

A adubação foliar consiste na nutrição da planta através da parte aérea,


principalmente pelas folhas. Embora a adubação foliar seja uma das ferramentas
utilizadas na nutrição mineral, não deve ser encarada como substitutiva à
adubação radicular, principalmente quando se refere a adubação para
macronutrientes, que necessita grande quantidade dos elementos e de várias
aplicações para suprir a deficiência da planta. Atualmente, a adubação foliar está
tendo atenção especial para otimizar a produção de diferentes culturas no mundo
inteiro.

12.2. Anatomia foliar

O sistema radicular das plantas terrestres é o principal e o mais importante


sítio de absorção de água e elementos minerais do solo. Entretanto, a folha pode
também trocar gases e solutos com o meio ambiente. Nas plantas terrestres
(Figura 12.2), o estômato é o principal sítio de troca de gases (principalmente C02
e 02) com a atmosfera. Os nutrientes minerais, na forma de gases, tais como o
S02, NH3 e N02, também penetram na folha predominantemente através dos
estômatos e são rapidamente metabolizados pela planta. Dependendo da
concentração e da espécie da planta, estes gases podem aumentar ou reduzir o
crescimento e a produtividade das plantas.

Figura 12.2 – Eletromicrografia da superfície abaxial de uma folha de Fagus


sylvatica (esquerda) e de Puccinellia peisonis (direita). A flexa
indica o estômato.
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Embora os estômatos sejam importantes para as trocas gasosas, são


pouco importantes para a absorção de solutos, ou seja, de íons propriamente dito.
Isto se deve pelo fato da cutícula também recobrir a cavidade estomática.
A principal estrutura da parede epidérmica externa é mostrado
esquematicamente na Figura 12.2.1. Esta parede externa é recoberta por cutícula
e uma camada de cera epicuticular que são freqüentemente bem estruturadas.
Estas ceras são excretadas pelas células epidérmicas e consistem e álcoois
e ésteres de ácidos graxos de cadeia longa. Ocorrem também dentro da cutícula
e na camada cutinizada (Figura 12.2.1). A cutícula consiste principalmente de
cutina (mistura de ácidos graxos de cadeia longa), e as propriedades química e
física diferem entre a superfície externa e interna. Um gradiente distinto ocorre
entre a superfície externa (mais hidrofóbica) para a superfície interna (mais
hidrofílica) na camada cutinizada. A camada cutinizada consiste normalmente de
uma parte espessa de parede epidérmica (Figura 12.2.1) e de esqueletos de
celulose, embricada com cutina, cera e pectina.

Figura 12.2.1 - Apresentação esquemática de diferentes camadas de uma típica


parede epidérmica externa de células da folha. X, cêra; ∆, cutina;
•, pectina; −,celulose (Lyshede, 1982).

A cutícula e a camada cutinizada tem diversas funções como:

• proteger a folha da perda excessiva de água pela transpiração;


• evitar a perda excessiva de íons inorgânicos e solutos orgânicos em
decorrência de chuvas;
• defesa contra agentes patogênicos;
• ajuda no controle da temperatura.

A penetração de solutos de baixo peso molecular (açúcares e elementos


minerais), e a evaporação de água através da cutícula (periestomatal e
transpiração cuticular ), ocorrem nos poros hidrofílicos (diâmetro menor de 1 nm, e
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densidade de 1010 poros cm-2) dentro da cutícula. Estes poros são prontamente
permeáveis a solutos como a uréia (raio 0,44 nm) mas não para moléculas
grandes como o FeEDTA (EDTA – ácido etilenodiamino tetracético). Estes poros
possuem cargas negativas fixas, aumentando a densidade à medida que se
aprofunda na cutícula. Assim, a penetração através deste gradiente de cargas no
poro é aumentada para cátions, enquanto que para os ânions há repulsão nesta
região. Desta forma a absorção de cátions (ex. NH4+) é mais rápida do que para
ânions (ex. N03-). Por sua vez moléculas neutras como a uréia penetram mais
rapidamente que os cátions.
É importante ressaltar que a densidade de poros é muito maior entre as
células-guarda e as células subsidiárias. Isto explica a correlação positiva que
existe entre o número ou distribuição dos estômatos, por exemplo, entre a
superfície abaxial e adaxial e a intensidade de absorção mineral durante
pulverização foliar.
A diferença na resistência a penetração de solutos através da camada
cuticular é mostrado esquematicamente na Figura 12.2.2.

Figura 12.2.2 – Representação esquemática da penetração de solutos através da


camada cuticular de células epidérmicas da folha (G, células
guardas).

Os estômatos tem assim, importância secundária na adubação foliar, uma


vez que a taxa de absorção dos elementos minerais é normalmente maior durante
noite do que durante o período luminoso, onde os estômatos estão abertos.
Tem sido proposto que microcanais hidrofílicos (ectodesmatas) estão
presentes através na parede epidérmica externa como rota para o vapor de água
e movimentos dos solutos, embora evidências para este tipo de estrutura nunca
foram encontradas “in vivo”.

12.3. Mecanismos de absorção e transporte

A absorção foliar se processa basicamente em três fases. Após a


deposição dos elementos na superfície foliar: (1) atravessam a cutícula e as
paredes das células epidérmicas por difusão (apoplasto – processo passivo); (2)
são absorvidos na superfície da plasmalema (processo ativo); (3) passam através
da membrana citoplasmática e entram no citoplasma e no vacúolo (quando
houver). Dependendo do elemento, pode haver retenção cuticular.

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A entrada no citoplasma e no vacúolo ocorre semelhantemente a absorção


iônica nas raízes. Entretanto, neste processo, há suprimento de ATP diretamente
da fotofosforilação fotossintética.
A velocidade de absorção dos elementos varia com a planta e com o
elemento: N (uréia) entre 1 e 36 horas para absorção de 50% da quantidade
aplicada; P – entre 6 e 15 horas; Ca – 4 dias; Mg – 20% em uma hora; S – 8 dias;
Cl – 8 % em 24 horas; Fe – 1 a 2 dias; Mn – 1 a 2 dias; Zn – 2 a 24 horas.
Um vez absorvidos, os elementos são transportados a longa distância via
apoplasto (conjunto de parede celulares e espaços entre as células) e/ou via
simplasto (continuum citoplasmático entre as células vizinhas), como pode ser
observado na Figura 12.3.

Molhamento
Molhamento
da Penetração
dasuperfície
superfície Penetração
foliar cuticular
cuticular
foliar

Transporte Movimento
Transporte Movimento
ativo
ativovia
apoplástico
via apoplástico
plasmalema para
plasmalema paraooELA
ELA

Síntese
Síntesede
de
compostos
compostos
orgânicos
orgânicos

Movimento
Movimento
simplásmico via
simplásmico via
plasmodesmatas
plasmodesmatas

Carregamento
Carregamento
ativo
ativodo
do
Carregamento floema
floema
Carregamento
ativo
ativodo
do
floema
floema

TRANSPORTE
TRANSPORTE
LONGA
LONGA
DISTÂNCIA
DISTÂNCIA

Figura 12.3 – Possíveis vias para o transporte a longa distância (MALAVOLTA,


1997).

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O transporte dos elementos, como acontece na absorção radicular, não são


necessariamente na mesma forma que são absorvidos. O P por exemplo, é
transportado em alta proporção como hexosefosfato; o NH3 obtido da ação da
urease, é rapidamente metabolizado e incorporado em aminoácidos e amidas.
Pensa-se que parte do S aplicado como sulfato (S042-) também seja transportado
na forma orgânica (cisteína, metionina, glutationa). Os micronutrientes Cu, Fe, Mn
e Zn são transportados normalmente na forma quelada (compostos orgânicos de
baixo peso molecular). Numa mesma espécie há grande diferenças na mobilidade
dos elementos aplicados na folha, o que não guarda relação com a velocidade de
absorção.

12.4. Fatores que afetam a absorção foliar

O Quadro 12.4 resume os principais fatores que influenciam a absorção


dos elementos aplicados nas folhas. Alguns se relacionam com o ambiente
(temperatura, luz, umidade, etc.); outros o fazem com a própria solução e outros
dependem da própria planta.

12.5. Importância prática da aplicação foliar de nutrientes minerais

A adubação foliar tem algumas aplicações práticas úteis sob certas


condições

a. Baixa disponibilidade de nutrientes no solo

Em solos calcáreos (alto pH), por exemplo, a disponibilidade do Fe é


usualmente muito baixa, podendo causar clorose na planta quando deficiente. A
adubação foliar contendo Fe pode, neste caso, ser mais eficiente do que a
aplicação via radicular, sendo um método também importante para aleviar a
toxicidade de Mn.
A aplicação foliar de B em frutíferas no outono é uma prática eficiente
para o aumento do teor de B nas gemas florais e nos frutos na estação seguinte.
Em couve-flor, o típico sintoma de deficiência de Boro (coração marron) pode ser
evitado com duas pulverizações a base de B.

b. Solo superficial seco

Em regiões semi-áridas, há freqüentemente baixa disponibilidade de água


na superfície do solo e, consequentemente, declínio na disponibilidade de
nutrientes durante a estação de crescimento. Sob estas condições, a aplicação no
solo dos nutrientes é muito menos efetivo do que a adubação foliar.

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c. Decréscimo na atividade durante o estádio reprodutivo

Como resultado da competição por carboidratos da fonte, a atividade da


raiz e a absorção radicular declina à medida que se aproxima do estádio
reprodutivo. A aplicação foliar de nutrientes pode compensar este declínio.

Quadro 12.4 – Fatores que influenciam a absorção foliar de nutrientes

Fator Efeito

--------------------------------------------------Externos-----------------------------------------------------
Umidade do solo Hidratação da cutícula – maior absorção
Umidade atmosférica Hidratação da cutícula
Excesso – escorrimento
Pouca evaporação da solução → concentração →
fitotoxicidade
Temperatura Q10= 2(1)
Excesso – evaporação da solução
Luz Fotossíntese – ATP
Mais cera na cutícula – menor absorção
Solução
- pH < 6 → < absorção de cátions
> 6 → > absorção de ânions
- Concentração Absorção aumenta
- Íon acompanhante K > Mg > Ca
Cl > N03 > S04 > H2P04
- Outro íons Inibição
Sinergismo
- Molhantes Hidratação da cutícula
Diminuição da tensão superficial – maior contato
gota/superfície, maior absorção
--------------------------------------------------Internos------------------------------------------------------
Superfície foliar
- Pêlos Aumento
- Epiderme superior Menor absorção
- Epiderme inferior Maior absorção
Hidratação da cutícula Aumento na absorção
Idade da folha Absorção diminui com a idade
Espécies e cultivares Maior ou menor absorção
(1)
Q10= velocidade de absorção a 30°C/ velocidade a 20°C.

d. Incremento no teor de proteína em grãos de cereais

Em cereais como o trigo, o teor de proteína nos grãos e, em conseqüência,


a sua qualidade, pode ser rapidamente aumentada pela aplicação foliar de

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nitrogênio no última estádio de crescimento. O N aplicado neste estádio é


rapidamente transportado das folhas para os grãos em desenvolvimento.

e. Aumento no teor de cálcio do fruto

Distúrbios relacionados ao cálcio é amplamente observado em certas


espécies de plantas. Devido a limitada mobilidade do Ca, a pulverização foliar não
é muito efetiva e múltiplas aplicações são requeridas durante a estação de
crescimento da planta deficiente. Entretanto, decréscimo, por exemplo, na doença
fisiológica chamada “bitter pit” em maçã pode ser observada, através de várias
pulverizações de cálcio, na superfície de desenvolvimento dos frutos. Esta prática
é também feita em tomate, para evitar rachaduras nas paredes do mesmo.

12.6. Vantagens e desvantagens da adubação foliar

• Vantagens

- alto índice de utilização dos nutrientes pelas plantas aplicados em


relação aos aplicados no solo ;
- as doses aplicados na folha são menores do que no solo (reação
química, adsorção, lixiviação, etc.);
- a adubação foliar é mais uniforme quando comparada a adubação feito
no solo;
- a adubação foliar é mais rápida em suprir a deficiência do elemento
faltante.

• Desvantagens

- há necessidade de vária aplicações (principalmente elementos de baixa


mobilidade como o Ca) para se ter êxito na adubação foliar, o que torna
muito oneroso este tipo de prática;
- soluções com concentrações maiores do que 3 % podem causar danos
as folhas (normalmente usa-se de 400 a 800 l/ha nas aplicações a alto
volume);
- pode haver rápida secagem da solução pulverizada em condições de
baixa umidade relativa do ar, reduzindo a absorção dos nutrientes
minerais;
- lavagem por chuva
- danos nas folhas, predispondo a agentes patogênicos.

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