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FAZU – Faculdades Associadas de Uberaba

Simone Aparecida Mequelina

AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO CHEGARAM ÀS
ESCOLAS: E AGORA, O PROFESSOR?

Uberaba
2008
1

Simone Aparecida Mequelina

AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO CHEGARAM ÀS
ESCOLAS: E AGORA, O PROFESSOR?

Monografia apresentada às Faculdades


Associadas de Uberaba-FAZU, como
requisito parcial para obtenção do título de
especialista em Tecnologias Integradas à Educação

Orientador(a): Martha Prata Linhares

Uberaba
2008
2

Mequelina, Simone Aparecida


M a As tecnologias da informação e comunicação chegaram às
escolas: e agora, o professor?/
Simone Aparecida Mequelina. – Uberaba, MG, 2008.
52 f. :il

Orientador: Profª. Dra. Martha Prata Linhares.


Monografia (especialização) – Faculdades Associadas
de Uberaba - FAZU, Uberaba, 2008.

1. Formação do professor. 2. Tecnologia da Informação e


Comunicação. 3. Educação. I. Faculdades Associadas de
Uberaba. II. Título.
3

SIMONE APARECIDA MEQUELINA

AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO


CHEGARAM NAS ESCOLAS: E AGORA, O PROFESSOR?

Monografia apresentada à FAZU - Faculdades


Associadas de Uberaba, Curso de pós-graduação em
Tecnologias Integradas à Educação, aprovado pela
banca examinadora constituída pelos seguintes
membros:

____________________________________________
Msc. Marco Antônio Maciel – FAZU
Convidado

____________________________________________
Msc. Marise Soares Diniz – FAZU
Coordenadora do curso de Pós-Graduação Tecnologias integradas à Educação

____________________________________________
Dr. Martha Prata Linhares – FAZU
Orientador(a)

Uberaba, _____ de _______________ de 2008


4

Dedico esse trabalho a todos aqueles que acompanharam a minha luta


durante o curso, torcendo por mim e acreditando que eu conseguiria.
5

AGRADECIMENTOS

Agradecer é tudo o que tenho que fazer, começando por Deus, que é o primeiro em minha
vida, que é minha força, a força que me faz levantar todos os dias com esperança na vitória,
que não me deixa desistir dos meus sonhos e me mostra que sou capaz de alcançá-los.
Agradeço à minha família, mãe, irmãos, sobrinhos e outros, que sempre me animaram e
acreditaram em mim.
Ao meu namorado Emerson, que entendeu os dias sem nos vermos, para a realização desse
trabalho, que me incentivou todas as vezes que disse que estava cansada.
Aos colegas de curso, pelo companheirismo e a todo o corpo docente, pela dedicação, pelo
empenho em nos ajudar.
À minha orientadora, Dra. Martha Prata Linhares, que me direcionou, revisou o trabalho e me
atendeu várias vezes, até pelo msn.
Ao Professor Marco Antônio que fez a correção de português do presente trabalho.
À Sônia, bibliotecária da FAZU, que muito me auxiliou na parte de formatação da
monografia, me atendendo até fora do seu horário de trabalho.
A todos aqueles que, de alguma forma, me ajudaram e me apoiaram na realização deste
trabalho, também fica aqui o meu agradecimento.
Por fim, os meus sinceros agradecimentos a todos os que, direta ou indiretamente,
contribuíram para que eu chegasse até aqui e que fazem parte de mais esta conquista.
6

Talvez seja este o aprendizado mais difícil: manter o movimento permanente, a renovação
constante, a vida vivida como caminho e mudança.
Maria Helena Kuhner
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RESUMO

Este trabalho se deu a partir da vivência que tivemos no meio educacional. Trabalhando na
rede municipal, vivenciamos as dificuldades de alguns docentes diante da tecnologia na
educação. Como profissional da área de informática, graduada em Licenciatura em
Computação, vimos à necessidade de falar da formação dos professores, tanto dos que estão
chegando à profissão quanto daqueles que já tem uma vasta experiência com nossos alunos e
alunas. Aplicamos um questionário, que foi respondido por alguns docentes, para sabermos
como está o conhecimento e a utilização das tecnologias da informação e comunicação com a
educação. Falaremos das tecnologias da informação e comunicação na sociedade, que é
notória em todos os cantos de nossa vida, passaremos pelas tecnologias da informação e
comunicação na educação e caminharemos pela formação do professor, onde analisaremos as
respostas dos questionários, citaremos a participação da gestão escolar e em seguida
falaremos da formação do professor. Falaremos também de duas ações governamentais feitas
em favor do docente que são: o portal do professor e o computador portátil para professor.
Verificamos neste trabalho que a vontade de utilizar as tecnologias da informação e
comunicação, na educação, existe entre os professores que responderam ao questionário, mas
percebemos também que, sozinhos, não podem prosseguir, precisam ser apoiados pela gestão
escolar e pelo governo.

Palavras chave: Formação de professores. Tecnologias da Informação e Comunicação.


Educação
8

ABSTRACT

This study originated by the experience we had in the educational area. Working in municipal
area, we experienced the dificulties of some teachers leading with the techonolgy in
education. As a professional in the computing sector, majored in Computing, we saw the
necessity to discuss teachers’ formation, both the ones that are beginning now and those who
have already had a wide experience with our students.. A questionnaire was given and
answered by some teachers in order to know their knowledege about and usage of the
communication and information tecnhology in education.. We are going to discuss the
communcaton and information tecnhology in the society, which is notorius in every corner of
our lives, going through the communication and information techonologies in education and
we are going to the teachers’ formation path, where we are going to analayze the
questionnaire answers, pointing out the participation of the school administration and then
teacher’s formation itself. We are going to talk about the governmental plans done in favor of
the teacher that are:: teacher’s portal and a portable computer for teachers.. We are going to
verify in this work that the intention of using the communication and information
techonologies, in education, exists among teachers who answered the questionnaire, but we
also notice that, alone, they can’t go ahead, needing to be supported by the school
administration and the government.

Key-words:: Teachers’ formation..Communication and Information Techonologies.


Education.
9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Paint ...................................................35


Figura 2 – Gpaint.................................................36
Figura 3 – Krita ...................................................36
Gráfico 1 – Local de Uso ....................................25
Gráfico 2 – Freqüência de Uso............................25
10

SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO............................................................................................................ 11
2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 13
2.1 - TICs na sociedade .................................................................................................. 13
2.2 – TICs e educação..................................................................................................... 16
3 – METODOLOGIA ........................................................................................................ 23
4 – O DOCENTE E AS TICs............................................................................................. 24
4.1 – Análise dos questionários ...................................................................................... 24
4.2 – Participação da Gestão Escolar ............................................................................ 29
4.3 – Formação dos professores ..................................................................................... 31
4.3.1 – Ações do Governo em favor do docente diante das TICs.............................. 42
5 – CONCLUSÕES ............................................................................................................ 46
6 – REFERÊNCIAS........................................................................................................... 48
APENDICE A – QUESTIONÁRIO .................................................................................. 51
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1 – INTRODUÇÃO

Diante do trabalho que realizamos em duas escolas públicas, como professora de


informática, sentimos a necessidade de falar sobre a formação dos professores das matérias
curriculares, diante das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) na educação.
Percebe-se que alguns professores, mesmo empenhados em executar as atividades no
laboratório de informática, dão sinal de dificuldades na preparação de suas aulas, na falta de
conhecimentos dos recursos que as TICs podem oferecer e/ou de como encontrá-los.
As TICs no meio educacional vêm sendo discutidas por vários autores. Vamos
aqui, para iniciar o nosso trabalho, citar Moran, que, já na década passada, analisa o uso da
internet na educação e diz:
A educação presencial pode modificar-se significativamente com as redes
eletrônicas. As paredes das escolas e das universidades se abrem, as pessoas
se intercomunicam, trocam informações, dados, pesquisas. A educação
continuada é facilitada pela possibilidade de integração de várias mídias,
acessando-as tanto em tempo real como assincronamente, isto é, no horário
favorável a cada indivíduo e é facilitada também pela facilidade de por em
contato educadores e educandos. (MORAN, 1997)

No texto, o autor nos apresenta as mudanças que a tecnologia traz para a


educação, ela ultrapassa as paredes escolares, não se prende a local nem a horário, deixando
mais comunicáveis os dois protagonistas da história: professor e aluno. Assim,
conseqüentemente, percebemos o motivo da nossa preocupação com a formação do professor
diante dessas mudanças, pois isso implica em mudanças na sua prática docente.
Nesta pesquisa falamos sobre a interação do professor/educador com as TICs.
Para isso, revisitamos, inicialmente, as TICs na sociedade, enfocando a maneira segundo a
qual ela entra em nossas vidas e, mesmo que não quisermos, temos que utilizá-las, e as
usamos, muitas vezes, até sem perceber.
Abordaremos, também, as TICs na educação, para verificarmos o efeito delas na
vida acadêmica, como elas também estão se integrando às nossas escolas e no dia-a-dia de
nossos alunos e professores. Seria inviável discutir a formação do professor se não
passássemos por esse assunto, entendermos um pouco como está sendo a chegada das TICs na
educação e o que elas podem proporcionar para o processo de construção de conhecimentos
dos nossos alunos.
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Em seguida, discutimos as dificuldades dos professores em lidar com as TICs


buscando constatar que, mesmo com as TICs chegando à educação e com a conscientização
de muitos educadores sobre esta realidade irreversível, pode ainda faltar preparo desses
professores para trabalharem com elas de forma eficiente.
Mas antes falaremos um pouco da participação da gestão administrativa nesta
inserção das TICs nas escolas, veremos que não é uma responsabilidade apenas do professor
promover esses recursos aos alunos. O apoio pedagógico e a direção escolar têm suas parcelas
de contribuição e essas parcelas são distribuídas de forma uniforme, iguais para todos.
Este trabalho é resultado de uma pesquisa bibliográfica e de um questionário
realizado com alguns docentes de nossa cidade. Não escolhemos série, nem tipo de escola
(pública ou particular), o requisito é ser professor e trabalhar com as TICs na educação. Doze
professores e professoras responderam a esse questionário onde, analisando as respostas,
verificamos como o professor se sente diante desse desafio que precisa ser superado.
Esperamos, com este trabalho, poder colaborar para que a utilização das TICs, em
especial o computador, na educação, seja de forma a ajudar o processo de
ensino/aprendizagem dos nossos jovens, adolescentes e também adultos.
Percebemos, ao longo deste trabalho, que a formação do professor será uma tarefa
árdua, buscando desde alterações nas grades curriculares dos cursos, até a formação
continuada deste, mesmo depois do curso superior concluído.
A mudança precisa acontecer com o governo, com as escolas, com as instituições
de ensino e, claro, com o professor.
13

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo trataremos do que as TICs estão sendo para a sociedade, as


mudanças que elas trouxeram para nosso dia-a-dia. Falaremos também sobre o que elas estão
sendo para a educação, como elas podem contribuir para o nosso jeito atual de ensinar.
Verificando como elas estão interferindo no nosso modo de viver e no modo de estudar,
poderemos refletir melhor como deve ser a formação do professor para enfrentar essa
mudança que passa por ele.

2.1 - TICs na sociedade

Muito se fala de TICs e elas de fato se fazem cada vez mais presentes em nosso
dia-a-dia, começando pelos televisores existentes em nossas casas, que, a cada dia, estão mais
modernos. Temos agora a tevê digital, que tem uma melhor qualidade de imagem e som;
temos os canais de rádio; as TICs estão nos bancos, de modo que, quando vamos receber
nosso salário, ou pagar nossas contas, precisamos utilizar os caixas eletrônicos, só quando não
tem como usá-los nos é permitido usar os caixas convencionais; em muitos supermercados já
temos máquinas de leitura de código de barra para informar-nos o preço dos produtos; temos
celulares, que já hoje é comum sua utilização, e claro, não podemos nos esquecer, temos a
internet, que já faz parte do dia-a-dia de muitos de nós, seja para entrar em contato com
amigos ou parentes, comprar, estudar, divertir e até arrumar namorado e muitas outras coisas.
Sendo assim, não podemos negar a presença das TICs em nossa vida.
É importante considerar que os muitos

[...] avanços conseguidos com uso dos recursos das tecnologias da


informação e das comunicações têm promovido intensas alterações em
quase todos os segmentos da sociedade, especialmente aqueles que
interagem fortemente com os sistemas de produção e abastecimento de bens
e serviços, com os sistemas de transportes e de telecomunicações, entre
outros. (PINHEIRO, 2004 ).
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As TICs chegaram e alteraram a vida de todos. No campo profissional, a cada dia,


vemos mais profissões e cargos nas empresas sendo extintos e outros surgindo, e isso se dá,
em grande parte, por causa das TICs. Você conhece alguém que ainda hoje trabalha como
operador de telégrafo? Várias pessoas ficam desempregadas, não porque são incompetentes,
mas porque a empresa adquiriu uma máquina que é operada apenas por uma ou duas pessoas
fazendo o trabalho que necessitaria de outras dez para realizá-lo.
E na comunicação? Até por volta da década de 1980, para nos comunicarmos com
alguém querido, que estivesse longe, precisávamos gastar um alto preço com telefones,
agüentar a demora de uma carta ou, se tivéssemos pressa, usar o telegrama com palavras
abreviadas, para não ficar muito caro. Hoje você paga um preço fixo mensal para ter a internet
em casa e se comunica com todas as pessoas que desejar via e-mail, chats, e bate-papos com
imagens e som com programas como msn e skype, por exemplo. Caso não possua internet
podemos ir a uma lan house e, por um pequeno preço por hora utilizada, temos acesso a essas
tecnologias citadas.
Prova disso são as lan houses, cheias todos os dias, com pessoas que não têm o
computador em casa, mas têm e-mails, orkut, blogs e vão às lans para acessá-los e se
comunicarem com os amigos.
Muitas vezes nos pegamos dizendo ao outro: “nos falamos depois, então, me
mande um e-mail, acesse meu orkut e deixe uma mensagem”, sendo que até há pouco tempo
isso não era tão comum.
Isso tudo falamos porque o crescimento da internet no Brasil está sendo cada vez
maior e de forma rápida. Nos estudos de Prata-Linhares (2008, p. 71), ela nos mostra uma
breve história da internet e faz menção a informações sobre o crescimento da internet em
nosso país. Isso só nos prova que, a cada dia que passa, essa rede mundial de computadores,
que conhecemos como internet, invade nossos lares, trabalhos e estudos. Os dados mais
recentes que podemos ler em seu trabalho são:

Já a pesquisa mais recente feita pelo Comitê Gestor da Internet (2006),


abrangendo todas as regiões do Brasil, apontou que 33,32% da população
pesquisada já usou a internet, que 19,63% dos domicílios tem computador e
desses 14,93% tem acesso à internet. (Prata-Linhares, 2008, p. 72)

Esse número pode parecer pequeno, se julgarmos o tamanho do Brasil, mas vemos
que o crescimento é grande, se compararmos as informações iniciais, que a autora nos mostra
em sua pesquisa, feita no Portal Terra Tecnologias. Prata-linhares (2008, p.71) aponta que em
15

1996 o Brasil tinha 100 mil usuários, em 3 anos, em 1999, esse número era superior a 2,5
milhões; em 2002, o país contava com 7,68 milhões usuários de internet e, em 2005, tínhamos
30 milhões de internautas, sendo 11 milhões de domiciliares.
Percebemos nos dados mostrados que em curto espaço de tempo, mais ou menos 2
ou 3 anos, o número de internautas aumentou de forma significativa, não deixando dúvidas
acerca da “invasão” da rede mundial de computadores em nossos lares, em nossa vida.
E o celular? Cada vez mais moderno, você consegue falar com as pessoas em
diversos horários e diversos lugares. Com aqueles que possuem câmera, você registra fotos de
momentos marcantes e/ou fatos que você não esperava presenciar. Você não tem computador?
Seu celular acessa a internet e armazena arquivos.
Sendo assim, com todas essas informações, podemos dizer que agora não temos
volta, as TICs interferem em tudo no nosso dia-a-dia, desde um dia de descanso em casa,
vendo um filme no aparelho de dvd que acabamos de adquirir, como em nossos empregos,
com máquinas novas, aparelhos novos, que exigem que façamos cursos para aprender a
utilizar, se não quisermos ficar desempregados.
Ainda, referindo-nos a Pinheiro (2004), “é mais uma vez a tecnologia que
transforma não só as nossas formas de comunicação, mas também as formas de trabalhar,
decidir, pensar e viver”.
Ignorar as TICs é fechar os olhos para as mudanças que estão ocorrendo na
sociedade, é se colocar à margem da evolução, que não tem volta.
Como profissional de TICs, é comum me ver desatualizada com as novidades que
a cada dia aparecem: aparelhos que nos permitem ouvir músicas, assistir a vídeos, tirar foto e
outros que, além disso, tudo, ainda são telefones celulares; computadores de pequeno porte
cada vez mais avançados, com capacidades que, até há pouco tempo, eram adquiridos por
empresas, estão sendo comprados por usuários finais, a fim de acessar internet, jogar, digitar
textos, por um preço acessível a muitos, sendo vendidos em lojas de eletrodomésticos em
prestações a perder de vista.
Mas sabemos que as TICs ainda não são algo ao alcance de todos. Sei que seria
hipocrisia falar de facilidade em adquirir tecnologias, sendo que muitos têm dificuldades em
adquirir alimentos para seu dia-a-dia, mas podemos citar aqui o trecho escrito por Moran;
Masetto; Behrens (2001, p. 51) que diz:

A sociedade precisa ter como projeto político a procura de formas de


diminuir a distância que separa os que podem e os que não podem pagar pelo
acesso à informação. As escolas públicas e as comunidades carentes
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precisam ter esse acesso garantido para não ficarem condenadas à


segregação definitiva, ao analfabetismo tecnológico, ao ensino de quinta
classe.

Mesmo havendo as lanhouses, sabemos que muitas crianças carentes não têm
condições financeiras para freqüentar uma, assim a escola teria um importante papel nessa
chamada inclusão digital.
Neste caso poderiam surgir programas que dessem condições a essas pessoas de
terem seu próprio equipamento, por preços mais acessíveis e condições que facilitassem
verdadeiramente essa aquisição.
Muitos pais têm vontade em adquirir um computador para seus filhos, mas o que
ganham são suficientes apenas para seu sustento e às vezes nem isso, impossibilitando-os de
gastar dinheiro com algo diferente que não seja alimento e moradia. Além do mais, se até o
lazer costuma ficar comprometido, quem dirá adquirir algo que ainda pode ser classificado
como luxo?

2.2 – TICs e educação

Diante da presença constante das TICs em nossas atividades, em especial o


computador, não podemos deixar de usá-las no dia-a-dia da escola, inovando as formas de
aprender. A novidade dos jogos, a facilidade de pesquisas na internet, tudo isso contribui para
que haja conhecimento dessas tecnologias que chegaram para ficar.
Gabriel (2000) afirma-nos, no seu texto, na Folha de São Paulo, que:

“o momento em que as TICs revolucionam o mundo, o ensino não pode se


constituir na exceção à regra, principalmente quando é notório que o acesso
às redes, sejam internas ou seja a própria Internet, é cada vez mais
democrático, e os equipamentos necessários, cada vez mais acessíveis.”

Hoje, com um preço fixo por mês, que não é grande, para custear a linha
telefônica e o provedor, temos o acesso à internet. E a aquisição de equipamentos está mais
fácil e com preços mais acessíveis. Sendo assim, tanto os governos, em se tratando de escolas
públicas, quanto as instituições particulares, não podem que montar um laboratório de
informática seja um investimento de alto custo.
17

Para continuarmos este trabalho, vale reforçar a fala de Martínez (2004, p.96),
quando nos diz que a inserção das “novas tecnologias” não vem substituir as “velhas” e, sim,
fazer com que uma complete a outra, para que o objetivo buscado, que é o processo de ensino-
aprendizagem, seja alcançado. O docente é que deve avaliar qual recurso usar de acordo com
as necessidades dos alunos e de acordo com a finalidade, ou seja, de acordo com o que ele
quer alcançar, sendo assim ele pode se utilizar do quadro-negro e giz, ou do computador com
internet.
Já começamos aqui a perceber a necessidade do docente em se preparar diante das
TICs, conhecê-las, para que na hora em que necessitar de alguma delas, ele não se sinta diante
de um obstáculo intransponível. Tudo aconteceu muito rápido ou, pelo menos, demoramos em
perceber a chegada das TICs à educação. Em se tratando dessa velocidade, Moran; Masetto;
Behrens (2001, p. 32) nos falam que “passamos muito rapidamente do livro para a televisão e
o vídeo e destes para o computador e a internet, sem aprender e explorar todas as
possibilidades de cada meio.”
Sabemos que as TICs não vão resolver todos os problemas da educação, como
também não vai fazer milagres, para que esta melhore 100%, num salto. Existem, inclusive,
abordagens sobre este aspecto, que falam que a informática não ajudou a melhor a educação,
pelo contrário, que pode até atrapalhar. Vemos isso, por exemplo, no artigo de Góis (2007) no
Jornal Folha de São Paulo, que se baseou em análises feitas com crianças de escolas públicas
e privadas que têm acesso a informática. Constatou-se que a diferença nas notas de
matemática e português não foi significativa, salvo quando a criança tem acesso a computador
com internet também em casa. Portanto, percebemos que, como um remédio pode curar se for
usado de forma correta, também pode causar mal se for usado de forma errada, assim pode ser
as TICs na escola, se não tiver um planejamento na utilização, um mediador para não deixar
que os alunos desviem para outros caminhos que não contribuirão com a construção do seu
conhecimento, as TICs também podem ser consideradas como mau instrumento. Assim, só
nos resta analisar a situação e trabalhar para ter as TICs a favor da educação e não como
adversária.
Moran; Masetto; Behrens (2001, p.139) afirmam que a tecnologia é apenas um
instrumento, que contribui para o desenvolvimento do processo de aprendizagem e que ela é
de um valor relativo e depende desse processo, precisando, assim, de ser usada
adequadamente.
As TICs devem ser utilizadas da mesma forma como o professor escolhe se vai
usar o quadro negro, fazer uma atividade do livro, ou usar algum material de sucata. Ele
18

precisa saber se, para atingir o objetivo proposto, necessitará de usar um vídeo, um projetor
multimídia, jogos computacionais ou a própria internet para pesquisa.
Sabendo da contribuição que as TICs podem dar a educação, a escola, como parte
da sociedade, não pode se colocar de fora do que está acontecendo, como se estivesse fora do
tempo. Não pode limitar seus alunos de usufruírem toda tecnologia colocada a sua disposição
para que seu aprendizado seja melhor e com mais facilidade.
Qual criança, jovem, ou até mesmo adulto, que não gosta de jogos, vídeos, criar
seus próprios textos e desenhos, montar seu blog, e muitas outras coisas possíveis de se fazer
com um computador? Tudo isso pode contribuir para a construção do conhecimento do aluno,
tornando seu aprendizado mais agradável e prendendo mais a sua atenção, uma vez que ele
está fazendo aquilo que precisa de uma forma que o agrada.
Moran; Masetto; Behrens (2001, p. 136) apresentam dois fatos novos que, nos
levam a discutir sobre o uso das TICs e da mediação pedagógica, e um deles é:

[...] o surgimento da informática e da telemática proporcionando aos seus


usuários – e entre eles, obviamente, alunos e professores - a oportunidade
de entrar em contato com as mais novas e recentes informações pesquisa e
produções científicas do mundo todo, em todas as áreas; a oportunidade de
desenvolver a auto-aprendizagem e a interaprendizagem a distância, a partir
dos microcomputadores que ser encontram nas bibliotecas, nas residências,
nos escritórios, nos locais de trabalho[...]

O autor afirma que as contribuições das TICs para a educação são muitas. Não só
possibilitam que haja uma construção do conhecimento, uma grande interação de alunos com
alunos e alunos com o professor, dentro e fora da sala e do horário de aula, como também
possibitam o desenvolvimento da criticidade, curiosidade e criatividade, sem nos esquecermos
da ética para discutir os valores contemporâneos e os atuais da sociedade e da profissão.
Por meio das TICs, fica mais próximo o acesso às informações, a trabalhos que
podem alimentar o nosso conhecimento, amadurecer nossas idéias e termos outras visões a
respeito de um mesmo assunto. E esse acesso pode se dar em qualquer momento e em
qualquer lugar. Os alunos não precisam ficar presos ao que o professor diz e o professor não
precisa ficar preso apenas aos livros e as enciclopédias das prateleiras da biblioteca. E essas
informações nos chegam com uma vantagem, são atualizadas a todo instante, sem precisar
esperar a nova edição do livro para termos nas mãos a nova descoberta.
A internet nos dá acesso a vários recursos que podemos utilizar para dinamizar as
aulas, buscar o interesse dos alunos, como chats, fóruns, correio eletrônico, lista de
discussões. Navegar pela rede mundial de computadores, é algo que já faz parte do dia-a-dia
19

de muitos alunos, portanto devemos aproveitar essa disposição, que eles têm, e utilizá-la para
o estudo.
Sabe aquela aula que não rendeu no modo tradicional? Que tal tentarmos retomar
a discussão num chat? Marcar um horário para que os alunos acessem a internet e entrem para
a conversa. Sair da rotina, que muitas vezes pode ser entediante para os alunos, é uma forma
diferente de expor o conteúdo que precisa ser ministrado. Dessa forma podemos até ajudar
aqueles alunos mais tímidos, que, “cara-a-cara”, não teriam coragem de se expressar e que,
muitas vezes, virtualmente conseguiriam se desprender e colocar suas opiniões e
pensamentos.
Também podemos usar da lista de discussão, onde uma mensagem chega para
todos e ainda fica armazenada para ser lida posteriormente. Essa lista pode ser utilizada para
aprofundar algum assunto, que já foi trabalhado em sala. E até um fórum para os alunos irem
postando suas idéias e dando condições ao professor de analisar o que está sendo aprendido
em sala de aula. Esses recursos servem como uma avaliação da construção do conhecimento
dos alunos e de acompanhamento da evolução destes alunos a fim de detectar os problemas a
tempo e intervir e ajudá-los a superar as dificuldades que porventura tiverem.
Nem tudo são flores, sabemos que o uso da internet também tem seus pontos
negativos. Temos que trabalhar as TICs, em especial o uso da internet, com os nossos alunos,
ensinando-os a ler, refletir e tirar suas próprias conclusões, antes que aprendam apenas a
copiar e colar textos e idéias, fazendo dos recursos disponíveis uma máquina de reprodução
daquilo que já existe. Saber filtrar o que for encontrado diferenciando o que pode ser verdade
e o que pode ser fraude é fundamental.
Apesar da internet ser uma ótima ferramenta para trabalhar a educação, um fator
preocupante é a quantidade de informação que pode ser encontrada no mundo virtual. Os
alunos, principalmente aqueles que ainda não estão acostumados a usá-la como fonte de
pesquisa, podem se perder e até formular conhecimentos errados.
Temos também o problema de que o aluno pode ser levado a percorrer outros
caminhos que não são os necessários para a atividade naquele momento. Na internet
encontramos muitas coisas que podem entreter o aluno, desviando sua atenção. Isso nos
afirma os autores Moran; Masseto; Behrens (2001, p. 54), dizendo-nos que “Há facilidade de
dispersão. Muitos alunos se perdem no emaranhado de possibilidades de navegação. Não
procuram o que foi combinado, deixando-se arrastar para áreas de interesse pessoal”.
20

A internet tem muitas informações boas e podemos dizer ótimas, mas sabemos
que nela também encontramos coisas que nos deixam assustados, desde assuntos inverídicos
até pornografias e violências.
Nesse momento entra o professor que agora é mediador/facilitador da atividade,
mostrando para os alunos o que é relevante ou não. Temos acessíveis muitas informações,
mas isso não quer dizer que temos, por obrigação, que absorver todas elas. Precisa haver um
filtro, precisa-se peneirar e quem vai orientar o aluno é o professor, ou o “novo” professor.
A escola precisa analisar seus conceitos, conversar com seus professores e
verificar como utilizar as TICs junto com a educação e não apenas colocá-las na escola
porque as mudanças exigem que elas se façam presentes, elas devem estar presentes, mas
também devem ser utilizadas de forma que o retorno intelectual compense o investimento
financeiro.
Temos que levar em consideração, também, que, através das TICs, temos várias
formas de abordar o aluno para que haja aprendizagem, isso falamos por causa das várias
formas que nós, humanos, temos para aprender.
Moran (1994), utilizando os estudos de Howard Gardner sobre as inteligências
múltiplas, salienta que “aprendemos de formas diferentes. Uns têm mais facilidade de
aprender através das imagens, outros através da fala, outros através da música, do movimento,
do isolamento ou da cooperação.” Essas formas podem ser abordadas com as TICs, podemos
trabalhar as imagens com fotografias, desenhos, filmes, pequenos vídeos. Os sons, com
músicas, também com filmes e vídeos. As animações, onde podemos ver o funcionamento de
determinadas coisas, representações de como se deu determinados acontecimentos.
Nesse momento podemos falar um pouco dos softwares, que tem uma participação
muito grande nesse assunto, pois podemos levar em consideração que nem todas as escolas
têm acesso à internet. Então elas não poderão utilizar o computador como meio tecnológico
na educação? Mas o que é um software? Um sistema computacional é formado basicamente
por duas partes: a parte física, no caso o hardware, que é tudo aquilo que podemos tocar, por
exemplo, o monitor, o teclado, a placa de memória e assim por diante; e pela parte lógica, no
caso o software, que são os programas que usamos para que o hardware processe tudo o que
necessitamos, e na educação temos o software educativo, ou seja, programas feitos
especificamente para educação, mas isso não quer dizer que não podemos lançar mão de
outros softwares, só porque não foram criados com a finalidade de ensino-aprendizagem.
21

Podemos utilizar a fala de Valente (1995), que nos diz que os softwares
educativos são ingredientes importantes, que realmente vêm contribuir, e muito, para o
desenvolvimento do trabalho pedagógico, utilizando o computador.
Nesse mesmo trabalho, Valente (1995, p.8 - 11) nos mostra alguns tipos de softwares
educativos: os tutoriais e os exercício-e-prática ("drill-and-practice"), os jogos educacionais e
a simulação.
Softwares tutoriais são programas utilizados para apresentar o conteúdo a ser
trabalhado, de forma diferente do papel, podendo utilizar som, imagens etc. Para uma escola
que está iniciando a inserção do computador em seu processo de aprendizagem, o programa
tutorial é uma boa escolha, por apresentar um pequeno impacto na mudança da forma de
trabalhar.
Programas de exercícios-e-prática, como o nome já diz, apresentam-se com uma
coleção de exercícios para o aluno resolver. São indicados para materiais que necessitam de
memorização, como, por exemplo, aritmética e vocabulário. Esse tipo de software pode
também se apresentar com a coletagem das respostas, assim o professor teria um feedback
sobre os erros e acertos dos alunos.
A simulação é muito interessante. De acordo com Valente (1995, p. 11) “oferece a
possibilidade de o aluno desenvolver hipóteses, testá-las, analisar resultados e refinar os
conceitos”. A simulação, poderíamos dizer que seria um estágio nas situações, podendo
verificar como seria determinada reação química, algum impacto, sem ter que correr riscos
com testes de verdade. Os alunos podem trabalhar em grupo e aprender a partilhar decisões.
Os alunos podem testar diferentes situações, conhecendo diversas possibilidades sobre
determinado assunto ou problema.
Por último citamos os jogos. Vários softwares são exercícios montados em forma
de jogos, ajudando assim o aluno a assimilar o que foi aprendido em sala de aula. Isso é feito
de forma prazerosa, pois qual criança ou jovem, até mesmo adulto, não gosta de brincar no
computador? Mas o autor ainda nos faz um alerta sobre os jogos
Entretanto, o grande problema com os jogos é que a competição pode
desviar a atenção da criança do conceito envolvido no jogo. Além disto, a
maioria dos jogos explora conceitos extremamente triviais e não tem a
capacidade de diagnósticos de falha dos jogadores. A maneira de contornar
estes problemas é fazendo com que o aprendiz, após uma jogada que não deu
certo, reflita sobre a causa do erro e tome consciência do erro conceitual na
jogada errada. (VALENTE, 1995, p. 10)

De acordo com o que foi dito pelo autor, podemos dizer que precisamos tomar
cuidado para que a criança não se esqueça de que está na escola, num ambiente de estudo e
22

não numa lan house, brincando apenas. Como a maioria dos jogos não tem a capacidade de
diagnosticar erros, aí entra a tarefa do professor, de ajudar o aluno a pensar, a refletir sobre o
que errou e, não, simplesmente, passar e continuar jogando, a fim de apenas acumular pontos
para ganhar do coleguinha do lado.
Vimos até aqui as diversas formas de utilizar o computador: ora com a internet e
seu recursos, ora com os softwares educativos, podendo também utilizarmos de outras formas
aqui não especificadas.
Mas TICs não são unicamente computador. Moran (1994), em seu escrito, ainda
nos dá exemplo do uso de algumas tecnologias, como: “Televisão e vídeo combinam a
multiplicidade de imagens e ritmos, com uma variedade fascinante de falas, de música, de
sons, de textos escritos.” Se a televisão não exercesse certo domínio sobre nossas emoções,
sobre no nosso pensar, não teria perdurado até hoje, não teríamos o sucesso que são as
novelas, filmes, que envolvem o não real e os jornais, que nos mostram a realidade encontrada
em nossa cidade, em nosso país e em nosso mundo.
Podemos nos utilizar do vídeo e da televisão de forma a tirar da cabeça dos nossos
alunos aquela idéia de aula entediante:

O vídeo está umbilicalmente ligado à televisão e a um contexto de lazer, de


entretenimento, que passa imperceptivelmente para a sala de aula. Vídeo, na
cabeça dos alunos, significa descanso e não “aula”, o que modifica a postura,
as expectativas em relação ao seu uso. Precisamos aproveitar essa
expectativa positiva para atrair o aluno para os assuntos do nosso
planejamento pedagógico. (MORAN; MASSETO; BEHRENS, 2001, p. 36)

Refletindo sobre o que dizem os autores acima, podemos usar o vídeo e a


televisão também como uma forma de sair do modo tradicional de ensinar, atraindo mais o
interesse do aluno para o que precisa ser aprendido, assim o aluno não verá aquele momento
como “chato”, obrigação, e sim como um momento diferente e permitindo que o professor
transcorra o tema com mais leveza e descontração.
Portanto podemos sim lançar mão das TICs dentro da sala de aula para que os
nossos alunos tenham mais formas de adquirir conhecimentos, de construírem sua
aprendizagem, mas que façamos isso de forma consciente, não apenas como modismo para
deixar a escola com cara de moderna.
23

3 – METODOLOGIA

Este trabalho se deu por meio da análise de um questionário que contém 10


questões, sendo 4 questões fechadas e o restante abertas. Também por estudos bibliográficos
de diversos autores, não deixando, para trás, de relatar algumas das experiências que
adquirimos com o trabalho que fazemos nas escolas municipais.
A análise do questionário foi feita de forma qualitativa para as questões abertas e
de forma quantitativa paras as questões fechadas. Como nos diz Chizzotti (2006, p. 84),
“algumas pesquisas qualitativas não descartam a coleta de dados quatitativos...”
A análise quantitativa nos dá a idéia de quantos docentes fazem uso do
computador, periodicidade de uso do computador e local de utilização desses computadores.
Já a análise qualitativa nos dá, de forma mais profunda, se os docentes têm alguma preparação
para o uso das TICs e como pensam e agem diante do uso delas na educação. Segundo
Chizzotti (2006, p. 84):
Procura-se compreender a experiência que eles têm, as representações que
formam e os conceitos que elaboram. Esses conceitos manifestos, as
experiências relatadas ocupam o centro de referência das análises e
interpretações, na pesquisa qualitativa.

Enviamos o questionário para 14 professores de diversos conteúdos, obtendo de


volta 12 questionários respondidos. Não foi adotado nenhum critério para a escolha dos
professores, mas a maioria são funcionários de escolas municipais, por serem os que mais
estão próximos a nós, devido ao fato de trabalharmos em escolas do município.
24

4 – O DOCENTE E AS TICs

Iniciaremos esse capítulo fazendo a análise dos questionários que usamos como
instrumento de coleta de dados. Apresentaremos os resultados com alguns gráficos
quantitativos das questões fechadas e analisaremos as respostas das questões abertas.
Após a análise faremos uma pequena discussão sobre a participação da gestão
escolar na inserção das TICs na educação e, em seguida, falaremos sobre a formação do
professor.
Sabemos que o papel do professor está mudando, o professor não é mais o
detentor do saber e não deixa mais de ser aluno, vejamos o que alguns autores nos dizem:

O professor é um pesquisador em serviço. Aprende com a prática e a


pesquisa e ensina a partir do que aprende. Realiza-se aprendendo-
pesquisando-ensinando-aprendendo. O seu papel é fundamentalmente o de
um orentador/mediador. (MORAN, MASETTO, BEHRENS, 2001, p. 30)

O professor não é mais aquele que chega à sala de aula, passa o conteúdo para os
alunos e cobra deles o que lhes foi dado. Uma nova postura é proposta para esse profissional.
Toda essa mudança na sociedade atinge a escola e, inevitavelmente, atinge o professor.

4.1 – Análise dos questionários

Para que haja um bom resultado entre escola e TICs temos um ponto importante a
ser discutido: a formação dos professores.
Para iniciarmos nossa conversa sobre docente e TICs, vamos analisar o uso da
informática pelos doze professores que responderam nosso questionário.
25

14
12
10
Casa
8
Escola
6
Outros
4
2
0

Gráfico 1 – Local de Uso

A primeira questão pergunta se usam o computador, onde e com qual freqüência,


dando as opções sim e não; casa, escola e outros lugares; e diariamente, semanalmente e
mensalmente. Quanto ao uso, todos responderam que sim. Em se tratando do lugar onde
utilizam o computador, no gráfico 1 percebemos que, dos professores entrevistados, 10 usam
em casa, os 12 usam na escola e 1 usa o computador em outros lugares. Vale ressaltar que
neste resultado da questão obtivemos alguns que responderam mais de uma opção.
Quanto à freqüência que utilizam o computador, o gráfico 2 fica da seguinte
forma:

5 Diariamente
Semanalmente
Mensalmente
6

Gráfico 2 – Freqüência de Uso

Seis professores alegaram utilizar o computador semanalmente, cinco utilizam


diariamente e apenas um utiliza mensalmente. Para aqueles que assinalaram mais de uma
opção, levamos em consideração a que é de maior freqüência.
Sendo assim, vemos que não são leigos no assunto informática, mesmo que os
conhecimentos deles sejam pequenos ou restritos, fazendo uso do computador em pequenas
26

atividades, como apenas digitar textos, acessar e-mails ou algumas pesquisas na internet. Com
isso podemos considerar que é um bom começo para fazer com que o trabalho do docente
com as TICs transcorra de forma mais fácil e tranqüila.
Muitos professores que temos hoje, num contexto geral, não foram formados para
trabalhar com as TICs. Muitos não sabem nem usá-las, mesmo fora da escola, em atividades
que começam a se tornar corriqueiras, como digitar um texto, ou apenas acessar um e-mail,
sem contar que outros acham que ganham pouco para ficar “gastando” mais tempo com
cursos e aperfeiçoamentos e que, o tanto que ganham, do jeito que fazem está bom. Isso
sempre ouvimos pelos corredores das escolas, nos bate-papos de intervalos. Outro fator, não
menos importante, e que não pode ser esquecido, é a falta de tempo, pois muitos professores
dão aulas em vários horários para conseguirem ter um salário descente e, assim, viverem
melhor financeiramente com sua família. Isso faz com que se desgastem, se cansem, não
tendo ânimo de correr atrás de uma formação continuada.
Por outro lado, temos aqueles corajosos, que mesmo não sabendo, tentam utilizar
as TICs na sua prática docente, seja porque entenderam a contribuição que ela pode trazer ou
porque viram que, sem ela, competir no mercado de trabalho vai ficar mais difícil.
Vamos verificar outras respostas dos entrevistados e saber como está sua
formação para a utilização da informática, independente se a usam na educação. Foi
perguntado se fizeram curso de informática, se sim, quem os incentivou a fazê-lo. Cinco dos
professores dizem não terem feito curso de informática, mas mesmo assim fazem uso do
equipamento e um ainda acrescenta em sua escrita, que não fez curso, que aprendeu muitas
coisas perguntando e mexendo, mas pretendo fazer um curso sistematizado. Um não fez curso
de informática, mas fez um curso do Sistema Positivo – Sistema contratado pela Prefeitura de
Uberaba para uso da informática na educação infantil – realizado pelo município. O restante
disse que sim, mas não especificaram aonde e nem até onde chegaram com o curso. Percebe-
se aí que os professores, mesmo que de forma lenta, tentam se adequar com a evolução
tecnológica, fazendo uso do computador, sem cursos ou correndo atrás da própria formação
diante das TICs.
Com as respostas do nosso questionário conseguimos perceber que esses
professores corajosos estão tentando se adaptar a essa nova realidade, que é a utilização das
TIC’s na educação. Os professores tentam ser mais freqüentes no uso da informática na
educação, entendem que o interesse pela aula que utiliza as TICs está sendo cada vez maior.
Todos os professores que responderam a nosso questionário vêem de forma
positiva a chegada dos computadores à escola. Uma das perguntas diz: Como você vê a
27

chegada da informática na escola? Recebemos algumas respostas como: “Como uma


alternativa fantástica para o desenvolvimento da aprendizagem.” (professora do EJA I);
“Espetacular, o computador é muito bom como suporte para os meus conteúdos.” (professora
de Geografia e História); e outro que vê a chegada da informática à escola como uma
oportunidade para alunos mais carentes: “Positivamente, pois nossos alunos são em sua
maioria muito carentes e jamais teriam oportunidades de aprender informática.” (Professor de
Ciências). Podemos acrescentar à resposta desse professor a internet também, não apenas o
computador. Falamos no capítulo 2.1 sobre a facilidade do acesso à internet até pelas lan
houses e isso com um pequeno valor financeiro, mas precisamos levar em consideração que
muitos de nossos alunos não têm disponível nem essa pequena quantia e a escola seria o único
acesso que eles poderiam ter a essas TICs. A resposta desse professor de ciências vem ao
encontro do que lemos em Silva (2005, p.63), que diz:
Se a escola não inclui a internet na educação das novas gerações, ela está na
contramão da história, alheia ao espírito do tempo e, criminosamente,
produzindo exclusão social ou exclusão da cibercultura. Quando o professor
convida o aprendiz a um site, ele não apenas lança mão da nova mídia para
potencializar a aprendizagem de um conteúdo curricular, mas contribui
pedagogicamente para a inclusão desse aprendiz na cibercultura.

Vemos essas respostas como um ponto a favor da utilização das TICs na


educação. Elas nos mostram que, pelo menos entre os entrevistados, não há repudio da
chegada das TICs às aulas. Dada a vivência que temos com o trabalho nas escolas podemos
afirmar que alguns professores gostam de ir ao laboratório de informática com os alunos e
chegam a pedir para que tenham a oportunidade.
Apenas uma pergunta nos preocupa, ou pelo menos nos deixa com uma
interrogação, a pergunta número 7, que está escrita no questionário da seguinte forma: “Você
se sente apoiado(a) e incentivado(a) para utilização do laboratório de informática? Se sim, por
quem e como?” Com relação às respostas, uma não explicitou por quem se sente apoiada e
incentivada, onze responderam que se sentem apoiados e incentivados pelo professor de
informática e apenas 4 professores acrescentaram em suas respostas que se sentem apoiados e
incentivados também pela direção escolar e/ou pedagógica.
A direção escolar precisa estar engajada, envolvida nessa mudança da realidade
escolar, não é uma obrigação apenas do professor na sala de aula. Lemos em Vieira (2003, p.
116) a importância da formação de todos os profissionais da escola. Ele nos deixa claro que
isso não é uma tarefa apenas do docente, o uso das TICs não pode se restringir apenas a
práticas de sala de aula. Vieira (2003, p. 117) afirma que “hoje, o uso das TICs na escola,
28

ainda que dicotomizado do ensino e aprendizagem da sala de aula, constitui um desafio para
educadores e dirigentes educacionais”.
Será que os professores precisam de apoio apenas dos professores do laboratório?
De quem seria também a responsabilidade de apoiar, de incentivar a utilização dos
laboratórios por parte dos professores?
Percebe-se, então, nessa pergunta, uma dependência de muitos professores, dos
professores de informática que estão dentro dos laboratórios das escolas. Essa nossa
percepção vem ser complementada com uma resposta dada a última questão do nosso
questionário: “No meu caso eu gostaria de ter aula juntamente com os alunos e o professor de
informática e este ano não estou tendo esta oportunidade. Para usar o laboratório tenho que ir
sem o professor de informática. O ano passado fiz uma excelente integração com os
professores de informática e fizemos um trabalho muito bom.” (professora de
Geografia/História).
Utilizando-se de Sette (1999, p.21) que nos afirma que “ainda se observa uma
resistência em aceitar a utilização dos recursos da Informática como parte das atividades
curriculares, com a participação dos próprios professores e não com “instrutores” ou
“técnicos” de Informática”. Podemos assim verificar que isso não acontece apenas com os
professores que responderam a nosso questionário, mas, que também já foi percebido por
outros autores. Mas os docentes precisam perceber que o professor de informática está
presente apenas em sala de aula para ajudá-lo. Na hora de planejar a aula, lá em sua casa e
escolher o que usar e como usar ele estará sozinho. Por isso dizemos que o professor precisa
ter a sua formação diante das TICs, embasado no que lemos:
Ajudar na familiarização com o computador, com seus aplicativos e com a
Internet. Aprender a utilizá-lo no nível básico, como ferramenta. No nível
mais avançado: dominar as ferramentas da WEB, do e-mail. Aprender a
pesquisar nos search, a participar de listas de discussão, a construir páginas.
(MORAN; MASSETO; BEHRENS, 2001, p. 51)

Os autores acima citados apontam essa familiarização com o computador como


um dos passos na preparação dos professores para a utilização dos mesmos. Vemos que todas
as referências lidas até agora confirmam a necessidade do professor de se atualizar mais
quanto ao uso desse recurso, ninguém falou até agora que o docente necessita de alguém que
faça por ele.
Vemos com bons olhos todo e qualquer trabalho feito em favor da inserção das
TICs na educação, pois não temos como falar de TICs na educação, se na escola não tiver
computadores para essa finalidade, ou se esses computadores não estiverem funcionando. Até
29

colocar os professores para utilizarem essas máquinas mesmo eles tendo pouco conhecimento,
é válido, pois tudo tem que ter um início, um pontapé inicial. Mas não podemos achar que
tudo está resolvido, que a escola já está informatizada e que as TICs na educação já estão
funcionando. Muito temos que caminhar, a evolução dessas tecnologias na escola está mais
lenta do que a evolução dessas tecnologias na sociedade.

4.2 – Participação da Gestão Escolar

Abordaremos aqui sobre a participação da comunidade e do incentivo da gestão


escolar para que aconteça esse processo tecnológico na escola.
Sozinhos não podemos caminhar e se caminhamos geralmente é em um curto
espaço, vai nos faltando motivação, ficamos desanimamos ao longo da caminhada. Isso não
poderia ser diferente no processo de inserção das TICs na escola. O professor não pode ser
colocado dentro do laboratório com os alunos e um professor de informática e ouvir: “Vá,
caminhe”. Ele precisa perceber que não está só, que tem companheiros e que essa
responsabilidade é dele, mas também é dos outros colaboradores da escola e isso inclui a
todos, sem exceção, professores, pedagogos e diretores.
A incorporação das TIC’s vem se concretizando com maior freqüência nas
situações em que diretores e comunidade escolar se envolvem nas
atividades como sujeitos do trabalho em realização, uma vez que o sucesso
dessa incorporação está diretamente relacionada com a mobilização de todo
o pessoal escolar, cujo apoio e compromisso para com as mudanças
envolvidas nesse processo não se limitam ao âmbito estritamente
pedagógico da sala de aula[...] (VIEIRA ET AL, 2003, p. 116)

Se toda equipe escolar não habituar-se ao uso das TICs, essa prática será apenas
mais uma atividade de sala de aula. Precisa virar rotina no bom sentido da palavra, nossos
professores precisam ter confiança diante da máquina.
No nosso trabalho na escola algo nos chamou a atenção e nos deixou surpresa,
mas claro, uma surpresa boa. Uma colaboradora da direção da escola, que demonstra interesse
em aprender informática, nos chamou e nos falou de um projeto de leitura para atingir, através
do datashow, aquelas crianças que não gostam de ler. A idéia soou como canto em nossos
ouvidos ao ver que estão percebendo formas de utilizar as TICs em favor da leitura, da
educação daqueles mais resistentes aos livros. Podemos nos embasar no texto:
30

Nessa perspectiva, a incorporação das TICs na escola e na prática


pedagógica não pode se restringir à formação dos professores, mas deve
voltar-se também para a preparação de dirigentes escolares e seus
colaboradores, propiciando-lhes um domínio dos recursos dessa tecnologia
que possa auxiliar na gestão escolar e, simultaneamente, provocar a tomada
de consciência sobre as contribuições dessa tecnologia ao ensino e à
aprendizagem. (VIEIRA, 2003, p.117)

Com a formação dos dirigentes escolares e equipe pedagógica eles terão mais
argumentos para auxiliar o professor na hora de fazer uma intervenção no ensino com a
utilização das TICs. Poderão dar sugestões e montar projetos que viabilizem o ensino-
aprendizagem dos alunos. Como o orientador escolar poderá trabalhar junto ao professor se
ele não tem o que falar, não tem conhecimentos das TICs na educação para, junto ao docente,
encontrar um caminho para a solução do problema? O professor precisa ter o apoio de todos
os lados, não pode se sentir o único responsável pela inserção das TICs na escola.
Pelas respostas da pergunta 7 que diz: Você se sente apoiado(a) e incentivado(a)
para utilização do laboratório de informática? Se sim, Por quem e como?, que analisamos no
subitem anterior, percebemos que os professores entendem que é necessário interagir aula e
TICs, mas ainda não estão amadurecidos para essa interação, estão dependentes dos
professores de informáticas. Sim, os professores de informáticas estão ali para ajudar, para
apoiar, dar suporte, pois o professor precisa ser especialista em sua área, Geografia,
Português, ou qualquer outro conteúdo que ele trabalhe, mas ele não pode se sentir de pés e
mãos atadas caso o professor de informática lhe falte. Sendo assim vemos a necessidade de
parcerias, de estar juntos, para que aos poucos possam adquirir confiança em sua atuação
frente às TICs e também tenham com quem partilhar suas dificuldades, trocar idéias, pois já
nos diz o velho ditado: “duas ou mais cabeças pensam melhor do que uma.”
Além disso, podemos utilizar das TICs até para o andamento dos assuntos
pedagógicos e administrativos da escola, podendo ser montadas listas de discussão, grupos de
trabalho, troca de e-mails para recados e avisos geral, trocar experiências quanto ao
desempenho dos alunos. Nessa fala podemos nos apoiar no que foi lido em:
Os ambientes virtuais de aprendizagem permitem aos participantes fornecer
informações, trocar experiências, discutir problemáticas e temas de
interesses comuns, desenvolver atividades colaborativas para compreender
suas problemas e buscar alternativas de solução. (VIEIRA ET AL, 2003, p.
119)

Imagine um professor com determinada dificuldade e numa lista de discussão


virtual, onde toda equipe conhece a realidade da escola. Ele tem a possibilidade de lançar uma
questão, dúvida ou reflexão e logo depois obtém respostas, contribuições que podem lhe
31

auxiliar na solução do problema. Além de ser bom para o crescimento profissional e pessoal
desse professor também seria bom para o seu psicológico, pois ele estaria dividindo com os
colegas suas angustias e alegrias, deixando assim de ser um problema só seu, sabemos que
todo o peso que é carregado junto se torna mais leve para todos.
Vieira et al (2003, p.118) nos fala da formação contextualizada, condizente com a
realidade da escola, onde permite que orientadores acompanhem o desenvolvimento das
práticas dos docentes desencadeando propostas. Cursos à distância podem ser ministrados
para que a formação continuada aconteça sem a necessidade de estarmos presentes, juntos,
num determinado local e determinada hora. Através da internet temos a vantagem de poder
acessar no local e hora que melhor nos for viável.
De várias formas as TICs podem contribuir para a educação, dentro e fora da sala
de aula. Basta pensarmos e colocarmos em prática essas contribuições, de forma a envolver
todos para que juntos, apoiando-nos e incentivando-nos uns aos outros, possamos fazer com
que o objetivo seja atingido.

4.3 – Formação dos professores

Será que a formação do docente para a utilização das TIC’s em sala de aula, em
especial o computador é pensada?
Podemos verificar que:
“...essa forma de pensar as Tecnologias de Informação e Comunicação
(TICs), enquanto instrumentos formadores de sujeitos no espaço escolar,
constrói-se não apenas com a presença (ou inserção) das ferramentas
tecnológicas na escola. Ela depende, antes de tudo, de uma formação do
professor, que o torne capacitado à mediar TICs, alunos, conhecimentos e
realidade.” (MARCOLLA e PORTO, 2004, p. 2)

De acordo com as palavras de Marcolla e Porto, precisamos ir além da aquisição


de equipamentos para escolas e montagem de bons laboratórios sim. Isso é importante, mas
fica a desejar se o professor não tiver uma formação para utilizar de forma adequada toda a
TIC disponibilizada, se ele mesmo não souber filtrar as informações adquiridas, se ficar
perdido ao ter que escolher um jogo educacional para utilizar com sua turma. O professor
precisa ser a ponte que liga aluno, TICs e conhecimento, precisa ser uma passarela de acesso.
32

Moran (2004) defende que as TICs, que estão na universidade e nas escolas,
continuam com a mesma forma de ensinar – o professor falando e o aluno ouvindo, as TICs
são utilizadas mais para continuar a transmissão do conteúdo do professor do que para criar
novos desafios didáticos, apenas com aparência de modernidade.
Como cobrar do docente algo que ele ainda não conhece e não foi formado para
atuar? De acordo com Valente et al (1999, p. 22) “não se trata de criar condições para o
professor simplesmente dominar o computador ou o software, mas, sim, auxiliá-lo a
desenvolver conhecimento sobre o próprio conteúdo e sobre como o computador pode ser
integrado no desenvolvimento desse conteúdo.” Não podemos colocar as TICs à disposição
dos professores e cobrar resultados, querer ver utilização dos equipamentos sem darmos
condições para que o trabalho seja feito. Não se pode cobrar aquilo que ainda não foi dado.
Um acompanhamento, respeitando os limites de cada um, mostrando de que forma podem ir
se adequando seria um bom começo para que as coisas de fato aconteçam de forma prazerosa.
Após anos trabalhando da mesma forma, com os mesmos recursos e, de repente,
vendo-se diante de um novo desafio e muitas vezes sozinhos para superá-lo, pode fazer com
que o professor se sinta desmotivado e até ameaçado por não conseguir se adequar às
“novidades”.
Alguém precisa fazer alguma coisa, não se pode ficar fazendo pesquisas do
impacto das TICs na educação, se um dos protagonistas desse cenário está alheio ao seu
papel.
Não podemos simplesmente montar um laboratório em cada escola e pedir para
que sejam usados e cobrar resultados. O docente precisa ser amparado diante da “novidade”
em sua prática educacional, ele precisa ser motivado para que com gosto faça acontecer
conforme o esperado. Ele precisa ver, conhecer as vantagens que as TICs podem trazer para o
seu conteúdo e precisa também saber reconhecer quando é que usar o quadro negro (velha
tecnologia) é mais necessário que o uso do datashow, dos slides, dos filmes ou jogos.
Vendo que as TICs estão presentes na vida de todos nós, que elas chegaram à
educação e apontadas as falas de nossos professores, podemos então traçar algumas linhas
para trazermos nossos professores ao convívio real com as TICs integradas à educação.
Martínez (2004, p.99) nos dá algumas idéias do que pode ser feito, começando
pelos poderes governamentais, que tem a parcela de responsabilidade para estabelecer
políticas nacionais de planejamentos e aplicar programas de integração das novas tecnologias
na educação pública. Ele não deixa de apontar a formação do docente quando diz que:
33

[...] Alguns elementos que devem ser levados em consideração na hora de


elaborar programas para a incorporação das novas tecnologias na educação;
entre outros, equipamento, conectividade (incluindo a Internet),
desenvolvimento profissional docente, conteúdos digitais e novas práticas
educativas.

Se os órgãos governamentais entenderem que o processo de aprendizagem passa


pelo professor e que, a docência, como em toda profissão, precisa de aperfeiçoamentos, de
formação continuada para não ficarem presos no tempo e conseguirem avançar junto com a
sociedade, se os órgãos governamentais se dedicarem a apoiá-los, com certeza o retorno
atingirá o esperado, se não na sua totalidade, pelo menos em grande parte.
Com certeza não será uma tarefa fácil, nem algo para curto prazo, mas precisamos
começar já. Um trabalho deveria ser feito com os professores que estão chegando, fazendo
com que o uso das TICs na educação seja do seu conhecimento desde o início da sua
formação lá na universidade. Assim, já chegarão à sala de aula sabendo o que, quando e como
utilizar as TICs disponíveis a ele. Durante sua formação os professores deveriam aprender o
que são as TICs, como usar cada uma delas aprendendo a tirar proveito do que cada uma tem
de melhor. Entender que elas não vieram para tomar o seu lugar e sim como um recurso a
mais para auxiliá-lo no seu processo de ensino, tornando a aprendizagem mais agradável e
mais interessante. Aos professores que já trabalham com a informática, que na sua formação
continuada também seja feito esse trabalho, mas que não se inicie após a chegada das TICs às
escolas e sim desde a concepção da idéia de utilizá-las.
A formação do professor é necessária em toda sua atuação com o uso das TICs.
Com relação ao uso da internet Masetto nos aponta uma situação em que essa formação é
imprescindível:
Há a necessidade de o professor orientar os alunos a respeito de como
direcionar o uso desse recurso para as atividades de pesquisa, de busca de
informações, de construção do conhecimento e de elaboração de trabalhos e
monografias. (MASETTO, 2001, p.161)

Seguindo o texto, o autor ainda acrescenta que essa orientação, por parte do
professor, também é muito importante para que o trabalho realizado pelos alunos, através de
pesquisas na internet, não se torne apenas uma atividade de copiar e colar e sim sejam
produções de conhecimentos.
Qualquer pessoa com alguma habilidade no uso do computador sabe bem que isso
não é difícil de acontecer e que a tentação de usar apenas algumas teclas para termos o texto
de um site, colado em nosso trabalho, é grande, pois nos poupa tempo de digitação e reflexão
e elaboração de um conhecimento em cima do que foi lido. Assim, tendo alguém que possa
34

orientar e direcionar essa atividade o risco disso acontecer seria menor e o objetivo, que é o
aprendizado por parte do aluno, seria atingido.
Ainda se referindo à internet, de acordo com Silva (2005, p. 64) “o professor
estimula cada aluno a contribuir com novas informações e a criar e oferecer mais e melhores
percursos, participando como co-autor do processo de comunicações e de aprendizagem”.
Com a utilização dos diversos recursos, que já foram citados nesse trabalho, chats, e-mails,
fóruns, lista de discussão, o professor pode promover uma série de atividades que desperte o
interesse do aluno para a construção do seu conhecimento, que atice a curiosidade e a fome de
aprender desse aluno.
Diante de tudo que foi dito até agora, podemos afirmar mais uma vez a
importância do professor na utilização das TICs e consequentemente da formação continuada
desse professor:
No processo de formação, o educador tem a oportunidade de vivenciar
distintos papéis, como o de aprendiz, o de observador da atuação de outro
educador, o papel de gestor de atividades desenvolvidas em grupo com seus
colegas em formação e o papel de mediador junto com outros aprendizes. A
reflexão sobre essas vivências incita a compreensão sobre seu papel no
desenvolvimento de projetos que incorporam distintas tecnologias e mídias
para a produção de conhecimentos. (ALMEIDA, 2005, p. 44)

O professor terá várias possibilidades de aprendizagem durante a sua formação,


ele poderá visualizar de vários ângulos como deverá ser sua prática pedagógica diante das
TICs. Sim, não foi dito errado, o professor irá aprender, ele se coloca no lugar de aprendiz
para depois se colocar novamente no lugar de professor e, juntamente com outros professores
que também estão aprendendo, ele vai se formando para a utilização das TICs e vai
modificando a sua prática pedagógica em relação a essas tecnologias.
O professor precisa da formação pedagógica e da formação tecnológica para poder
ter um melhor resultado na união dessas duas ferramentas. Ele precisa conhecer a melhor
forma que os seus alunos aprendem, para que ele possa escolher o que utilizar, como utilizar e
quando utilizar. Alegretti (1999, p. 19) afirma que:

A tecnologia na Educação encontrará seu espaço, desde que haja uma


mudança na atitude dos professores, que devem passar por um trabalho de
autovalorização, enfatizando seu saber para que possam apropriar-se da
tecnologia com o objetivo de otimizar o processo de aprendizagem.

Para que possamos dizer que existe, de fato, TICs na educação, o professor
precisa mudar sua prática, seu modo de pensar educação e ele só poderá fazê-lo se for
35

formado para isso, se ele tiver quem o oriente para essa transformação, que se preocupe com o
nível de conhecimento tecnológico que ele venha possuir.
Mas não precisamos nos assustar, mudar para montar uma mega formação para
nossos professores e dirigentes escolares. Podemos começar com o que temos, com os
aplicativos e softwares que temos disponíveis em todos os computadores.
Alegretti (1999, p. 21), em seus escritos, faz várias sugestões de trabalho que não
exigem compras de softwares caros, formações longas e cansativas. Vejamos abaixo o que ela
nos sugere:
Paint é um software de desenho muito fácil de usar. Com os inúmeros
recursos que oferece – lápis, borracha, pincel, cores, formas básicas etc. –, é
possível desenvolver diversas atividades pedagógicas, como: representar a
linha do tempo referente à própria vida, construir um cenário e redigir uma
história sobre o mesmo, montar uma história em quadrinhos, entre outras.

De fato a idéia da autora é muito boa, o paint é um aplicativo que encontramos


naqueles micros que possuam windows (sistema operacional). Não é difícil de ser usado e na
maioria dos cursos de informática ele é ensinado tanto para aprender o aplicativo quanto para
a pessoa adquirir melhor habilidade com o mouse (coordenação motor), que é peça
fundamental para utilizar o paint.

Figura 1 – Paint

Para quem usa outro sistema operacional, como o Linux, têm outros aplicativos
similares ao Paint, que podem ser usados para desenhos, como por exemplo, o Gpaint e o
36

Krita. Não tivemos a oportunidade de trabalhar com eles para analisar o grau de dificuldade
de uso, mas pela aparência se aproximam do Paint, como podemos verificar na figuras
abaixo:

Figura 2 – Gpaint

O Krita, pela sua barra de ferramenta, percebemos que tem alguns recursos a mais
do que o Gpaint e o próprio Paint. Observemos a figura:

Figura 3 – Krita
37

Muitas crianças e jovens gostam de utilizar esses programas para fazer seus
desenhos. Portanto é algo que pode ser explorado, trabalhar o conteúdo de forma lúdica,
dando oportunidade ao aluno de usar a sua imaginação. E mesmo que seja algo direcionado,
que tenha um modelo certo a seguir, dá oportunidade ao aluno de participar de forma ativa na
atividade. O aluno pode, por exemplo, fazer o mapa do Brasil, reconhecer seus estados e
colori-los, criar sua própria legenda. Isso tudo faz com ele crie aquilo que muitas vezes vem
pronto nos livros ou apostilas.
Outra sugestão da autora é em relação ao uso do word:

O Word é um software para processar texto, que possui uma série de


recursos, como facilidade na edição, na correção ortográfica e na formatação
do texto (utilização de diferentes tipos de letras, tamanhos e cores), na
criação de tabelas e na inserção de figuras e gráficos. (ALLEGRETTI, 1999,
p. 29)

Esse é um software que dá muitas possibilidades de trabalho. São inúmeros os


recursos que o word possui e o professor não estará aprendendo nada de muito novo. A
maioria das pessoas, em especial o professor, quando usam o computador utilizam o word de
alguma forma, seja para digitar uma carta, um trabalho, montar seu planejamento, etc. Dentro
do word pode se misturar texto, imagens, desenhos, gráficos e outros.
Com o word a autora cita várias situações que podem ser trabalhados, como
cartas, criação de jornal para a escola, criação de histórias, entre outras.
Relatamos aqui uma atividade que fizemos com as pessoas da comunidade em
uma das escolas que atuamos. Foi uma atividade simples utilizada para aprender a usar o
word, mas que na sala de aula pode ser usada em outras situações. Pedimos que os alunos
criassem cartões de visitas. Para isso eles deveriam usar a imaginação, primeiro pensando no
que gostariam de trabalhar e depois de escolhida a atividade que fossem atuar eles criariam o
cartão, com nome da empresa, telefone, nome deles e tudo que vemos num cartão de visitas.
Foi uma atividade que gostaram de trabalhar e se envolveram na tarefa.
Com relação ao programa excel vejamos o que a autora fala:

O Excel é uma planilha eletrônica com recursos para elaborar tabelas,


gráficos, formular projeções e gerar números a partir de variáveis. A criação
de uma planilha substitui o processo de cálculo manual e fornece os gráficos
relativos aos dados representados, permitindo chegar rapidamente à
visualização dos resultados – que podem ser alterados facilmente, sem que
se perca o trabalho anterior. O uso de planilhas eletrônicas no processo
educativo permite a rápida elaboração de tabelas e gráficos com excelente
qualidade de apresentação, disponibilizando maior tempo para a
38

interpretação dos resultados e para testar diferentes hipóteses.


(ALLEGRETTI, 1999, p. 43)

São inúmeras as facilidades que o Excel pode trazer para o processo de ensino e
aprendizagem: aprender função, fazer gráficos, analisar e interpretar resultados e fazer
funções lógicas e matemáticas. Após aprender em sala de aula com o professor, ele pode ver
de forma diferente todas essas tarefas realizadas. Nas aulas de Geografia e História, é um
ótimo recurso para estudar a densidade populacional, escalas, gráficos sobre economia,
climograma (gráfico de barra e linha que representa a temperatura e a chuva durante o ano),
amplitudes e térmicas, latitude e longitude, etc.
Por fim a autora nos sugere o power point, um software que também faz parte do
pacote office assim como o word e o excel:

O PowerPoint é um software aplicativo básico desenvolvido para a


elaboração de apresentações com recursos de multimídia como som,
imagem, animação, caixa de texto e videoclipe. Sua utilização na área
educacional é importante devido à possibilidade de criar e executar ações
interativas controladas por objetos. Também é possível criar botões de ação
e definir como se deseja utilizá-los durante uma apresentação.
(ALLEGRETTI, 1999, p. 59)

Ele é um bom recurso pelo fato de ser divertido trabalhar com ele, pois ele nos
permite usar diferentes mídias, inserindo imagens, sons, vídeos, fazer movimentos e
transições com as palavras. É uma forma lúdica do aluno apresentar aquilo que aprendeu ou
está aprendendo. Conforme a fala da autora para o aluno criar apresentações no power point
ele necessita pesquisar, analisar, selecionar e organizar as idéias do tema proposto. Ao
professor cabe orientar e incentivar o aluno na investigação e elaboração dos slides.
Assim, como para o Paint, para aqueles que não trabalham com o sistema
operacional windows, temos, também, alternativas para esses softwares citados até agora
como por exemplo, o openoffice, staroffice e outros. Nesses pacotes encontramos similares do
word, excel e power point.
Em nenhum momento quisemos aqui dar caminhos traçados e engessados para
quem fizer uso desse trabalho, apenas mostrar algumas formas práticas de como utilizar
recursos tecnológicos que estão ao alcance de todos que possuam um computador e a partir
daí suscitar outras idéias. Também os escritores que leram e se aprofundaram mais nos
assuntos nos dizem que:

Não se trata de dar receitas, porque as situações são muito diversificadas. É


importante que cada docente encontre sua maneira de sentir-se bem,
39

comunicar-se bem, ensinar-bem, ajudar os alunos a aprender melhor. É


importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades, de
avaliar. (MORAN; MASSETO; BEHRENS, 2001 p. 32)

Trabalhamos com as TICs, não somos especialistas nos diversos conteúdos que
são trabalhados dentro da escola, portanto o próprio professor sabe da sua necessidade, como
ele poderia trabalhar melhor determinado assunto com seus alunos, utilizando dos recursos
que lhes são disponíveis.
Em todas essas atividades que apresentamos aqui o professor é peça fundamental
para que a realização do trabalho tenha sucesso. Para isso o professor precisa dominar o
conteúdo que está trabalhando, mas também precisa, se não dominar, pelo menos conhecer o
recurso tecnológico que vai ser trabalhado. Se o professor não conhecê-lo, não tem como
propor a atividade. Para tanto podemos citar:
Para assumir essa perspectiva em que a prática pedagógica com o uso das
novas tecnologias é concebida como um processo de reflexão–ação, o
professor precisa ser capacitado para dominar os recursos tecnológicos,
elaborar atividades de aplicação desses recursos escolhendo os mais
adequados aos objetivos pedagógicos, analisar os fundamentos dessa prática
e as respectivas conseqüências produzidas em seus alunos. (ALMEIDA,
1999, p. 74)

Quais então deveriam ser as ações para a formação desse professor? Não estamos
aqui para dar receitas prontas, ou dizer o que é, ou não, certo nesse caso. Queremos apenas
lançar algumas idéias como pontapé para que se inicie uma ação de formação do professor e
como dissemos antes, até da gestão escolar.
Tem dois momentos que poderiam ser trabalhados, os que estão na ativa, que já
estão trabalhando e os que ainda estão na graduação, os que estão chegando.
Para os professores atuantes, poderíamos montar cursos voltados para suas áreas
específicas. Como utilizar as TICs na Geografia? Na História? E em Português? Falar que as
TICs vieram para ajudar, que ela pode e dever ser utilizada. Isso tudo já lemos com vários
autores, mas como isso pode ser feito? A resposta a essa pergunta é o que os professores
precisam ouvir. Eles precisam sentar e começar a colocar em prática, como já foi dito,
virarem aprendizes para depois voltaram a ser professores. Vejamos o que Almeida (1999, p.
67) nos diz a esse respeito:
Devemos, nós educadores, deixar de lado nossa posição, para nos
entregarmos à condição de “aprendizes do futuro”? É claro que SIM. Ou nos
entregamos e nos rendemos a esta condição — recriando “junto” e “com”
nossos alunos uma nova política e metodologia de ensino, ou não
conseguiremos nos integrar a essa nova Educação que é participativa e
potencializadora. Aqui inexiste qualquer forma de poder.
40

Os professores precisam se animar e voltar à condição de aprendizes, não adianta


aparecer ações em favor da formação do professor e ele não se animar a ir, a dispor um pouco
de seu tempo para continuar sua formação. Aí vem-nos a pergunta: qual tempo? Nessa
correria que todos vivemos precisamos, sim, tirar um momento para nos formarmos, senão
ficaremos a mercê das TICs ou ficaremos pra trás dos próprios alunos que aos poucos vão
aprendendo a dominá-la.
A segunda situação a ser vista seria dos graduandos em licenciaturas. Pensamos
que poderiam colocar já, durante a formação dos futuros docentes, conteúdos relativos ao uso
das TICs na educação, o professor que está chegando já deveria vir com conhecimento de
novas formas, que ele poderá utilizar no seu trabalho com os alunos. Pensamos que muitos
dos alunos de licenciatura, presentes nas faculdades e universidades no momento, devem, de
alguma forma, usar as TICs, mesmo que seja para entregar seus trabalhos da graduação.
Poucas são as pessoas que conhecemos que não tem orkut, msn, skype ou e-mails.
Diante do abordado, precisaria de alterações nos currículos dos cursos de
licenciatura por parte das faculdades e universidades, adequando-os à inclusão das TICs. Por
que esperar o professor chegar à sala de aula para depois verificar que ele precisa de uma
formação para trabalhar com as TICs? Quando temos um alicerce bem feito temos também
uma casa mais segura. Portanto esse trabalho precisa começar lá na base, lá na formação
inicial e que depois passará a ser uma formação continuada.
Vamos falar um pouquinho de lei para entendermos se a idéia de que falamos
pode ser embasada por ela, para que seja levada adiante. Há mais ou menos 10 anos o decreto
3.276 de 06/12/1999 artigo Cinco parágrafo 1º, que trata das competências a serem
desenvolvidas pelos professores que atuarão na educação básica, traz no inciso 2º o seguinte
texto “domínio do conhecimento pedagógico, incluindo as novas linguagens e tecnologias,
considerando os âmbitos do ensino e da gestão, de forma a promover a efetiva aprendizagem
dos alunos;”
Percebe-se que há anos já se tem, por meio do governo, a preocupação em dar ao
professor a competência para lidar com as TICs, para que ela auxilie na aprendizagem dos
alunos. Vemos que não é algo de hoje e nem de apenas pedagogos, o próprio governo
proporcionou, através do decreto, abertura para que isso fosse feito. Devemos então nos
apegar à esse decreto e colocar para funcionar aquilo que já deveria estar funcionando há
muito tempo.
41

O formando em licenciatura, seja ela qual for, tem o direito de ter, durante a sua
formação, o conhecimento das TICs na educação. Ainda não entendemos porque a discussão
se estende, mas a prática caminha a “passos de tartaruga”.
Se a própria legislação prevê o domínio das TICs, por parte do professor, já é uma
boa chance de começarmos a inserir nos currículos dos futuros professores disciplinas que
falem o que são TICs na educação, para que serve e qual a sua aplicabilidade.
Não encontramos uma lei específica que fale sobre a mudança do currículo dos
cursos pela instituição de ensino superior (faculdade ou universidade), mas a mudança fica a
cargo da instituição de ensino, respeitando a sua autonomia, tendo que passar por renovações
de reconhecimento1. No e-mail nos é dito que “trata-se de questões didático-pedagógicas que
devem ser esgotadas nas instâncias internas da instituição.” Nesse e-mail consta um link onde
estaria a portaria que trata do reconhecimento do curso, essa é a portaria 40 de 12 de
dezembro de 2007. O MEC, no e-mail de resposta nos direciona ao artigo 32 parágrafo 1º.
Esse artigo nos diz sobre a publicidade dos itens que se refere ao curso, entre eles a grade
curricular. E ainda nos orienta a consultar o regimento interno e atos normativos da
instituição. Não achamos necessário tal ato, já que não pretendemos daqui especificar
instituição alguma, apenas mostrar que é possível que as instituições procedam mudanças em
seus currículos.
Sabemos que não deve ser fácil para as instituições de ensino superior promover
alteração em sua grade curricular, mas é algo necessário, é um desafio para as universidades.
Como nos dizem Moran; Masseto; Behrens (2001, p. 70) “as mudanças desencadeadas pela
sociedade do conhecimento têm desafiado as universidades no sentido de oferecer uma
formação compatível com as necessidades deste momento histórico”, portanto vemos que não
é uma exigência apenas de alunos e pesquisadores, é uma exigência trazida pela própria
sociedade, que muda a cada dia, não nos dando o direito de ficarmos parados, estacionados,
vendo as situações mudarem.
Se as instituições insistirem em colocar no mercado profissionais que não têm
entre as suas habilidades o saber utilizar as TICs na educação, continuaremos com pesquisas
falando sobre a formação desse profissional, mas ficaremos somente na teoria.
O professor não pode continuar com “medo” das TICs, ele tem que ter confiança
diante da sua prática educacional. Ele precisa estar animado a trabalhar e colocar à disposição
do aluno tudo aquilo que ele aprendeu, para facilitar o seu trabalho. Chamaram-nos a atenção

1
Informação dada através do e-mail respondido pelo MEC no dia 26/06/2008 ao nosso e-mail enviado
questionando sobre a responsabilidade da mudança no quadro curricular do curso.
42

as palavras de Moran; Masseto; Behrens (2001, p. 62) quando dizem que “educadores
entusiasmados atraem, contagiam, estimulam, tornam-se próximos da maior parte dos alunos.
Mesmo que não concordemos com todas as suas idéias, respeitamo-los”.
Como em todo trabalho precisamos ser instigados, animados a inovar, a criar, ter
prazer em levantar e ir ao encontro de mais uma conquista. Mas se o professor continuar
sendo colocado diante das TICs, sem nenhuma formação para tal, isso não acontecerá, isso
poderá fazer com que esse professor desanime, sinta-se pressionado e com isso, desgostoso de
entrar na sala de aula, com alunos que muitas vezes dominarão as técnicas mais do que ele.
Ainda se tratando de desafios para as universidades, Moran; Masseto; Behrens
(2001, p. 70) apontam mais um que “é instrumentalizar os alunos para um processo de
educação continuada que deverá acompanhá-lo em toda sua vida”. Precisamos mostrar aos
nossos futuros docentes que sua aprendizagem não termina com a faculdade, que após a
formatura eles têm dois papéis, de professor e de aprendiz, ele precisa ter sede de aprender.

4.3.1 – Ações do Governo em favor do docente diante das TICs

Para não falarmos apenas do que precisa ser feito, vamos falar também do que já
está sendo feito. Vamos analisar alguns projetos do governo, começando com um portal
criado pelo MEC, chamado de Portal do Professor, vamos passar rapidamente para
conhecermos o que está sendo implementado pelo governo, pensando no professor.
O portal possui um menu animado, com interface alegre e gostosa de navegar.
Com várias opções de páginas, passaremos por cada uma para verificarmos o que o portal nos
oferece.
• Espaço da Aula: Dentro desse menu encontramos sugestões de aula, com algumas
sugestões de textos, de vídeos, de sites. Podemos fazer uma busca através do nível de
ensino, componente curricular, modalidade e tema. Percebemos que poucas aulas se
encontram no banco de dados do portal, mas com certeza, se o acesso e a colaboração
dos professores acontecerem, essa página será um rico recurso para conseguirmos
idéias para diferenciarmos nossas aulas; Temos orientações para criar uma aula, aqui
nos é mostrado, passo-a-passo, como montar uma aula no portal; Crie sua aula, nessa
opção criamos nossa aula para colaboramos com o portal e dividirmos com os demais
colegas que acessarão em busca de idéias para suas aulas, assim como nós, também,
43

acessaremos quando precisarmos; E na opção Suas aulas, aqui ficam registradas as


aulas que fizemos no portal e quais são as mais acessadas.
• Jornal do Professor: Encontraremos Notícias que nos falam do que está acontecendo
na área educacional, principalmente voltado para o uso das TICs na educação, traz
entrevistas e enquete com opções de reportagem para próxima edição; Espaço do
Professor, onde o professor tem a vez de mostrar seu trabalho; Voz do Aluno, onde
podem fazer perguntas que são respondidas por especialistas; Espaço Cultural que traz
algumas dicas, quando analisamos o portal trazia dicas de vídeos; E Seus Direitos nos
traz a legislação educacional para que fiquemos antenados; Encontramos também
entrevistas no Jornal do Professor e pode fazer buscas por notícias.
• Recursos educacionais: Nesse menu podemos encontrar vídeos, áudios, imagens,
mapas, experimentos, animações e simulações. São arquivos que podem ser baixados
para nossos computadores e serem estudados e utilizados em nossas aulas. Testamos
uma animação para trabalhar com combinação e probabilidade, é uma animação muito
atrativa e gostosa de fazer e que prende a nossa atenção.
• Cursos e materiais: É um ótimo lugar para aquele professor que quer estudar, que quer
se atualizar, no ícone “cursos” encontraremos algumas dicas de cursos e alguns
podemos até baixar o curso de nível básico ou intermediário, como o mídias na
educação. No item “materiais” temos também um material rico para leitura e estudo:
vídeos, apostilas técnicas; referencias curriculares; orientações e legislações, todos
também podendo ser baixados e salvos em nossos computadores para estudarmos.
• Interação e colaboração: Temos várias formas de comunicação, todas aquelas formas
de comunicação e interação, que citamos neste mesmo trabalho, para serem usadas
com os alunos agora são usadas com os professores. Chats de acordo com as
disciplinas, fóruns, blogs, seminário online e inovações interativas. Os chats não
parecem estar sendo muito visitados, mas os fóruns já encontram algumas discussões e
creio que a tendência seja aumentar, pois, pelas respostas, vemos interesses e
animação por parte dos participantes com a criação do portal. A inovação interativa é
uma espécie de chat onde conversamos com um robô chamado Ed sobre o uso racional
da energia, é uma boa sugestão para usarmos em sala de aula, para que os alunos
possam conversar com nosso amigo Ed sobre petróleo, energia e outros. Podemos ir
jogando as palavras, sobre o que queremos conversar e ele vai respondendo e também
o próprio robô pode induzir a conversa, te dando palavras destacadas que, quando
44

clicadas, recebem de volta uma resposta referente à palavra escolhida. O robô também
vai conversando com a pessoa, perguntando sobre sua vida e vai te dando resposta
que, às vezes, nos confunde, nos deixa em dúvida, se falamos com robô ou com outra
pessoa do outro lado da telinha. É um pouco lento, demora enviar as mensagens, mas,
além de ser um ótimo recurso, com certeza vai ser melhorado.
• Links: Por último temos uma parte com links de vários sites, como bibliotecas,
museus, observatórios, dicionários e enciclopédias, mapas, portais do mec e outros.
Tudo isso para que possamos dar uma boa passeada por links interessantes e que
podem nos ajudar, nos dá um direcionamento de onde encontrar o que procuramos.
Outra iniciativa do governo, muito interessante, em parceiria com algumas
empresas privadas, é o Projeto Computador Portátil para Professor. É um projeto que tem
como objetivo facilitar aos professores a aquisição de computadores portáteis, com baixo
custo e empréstimos diferenciados. A proposta é que cada micro custe no máximo, à vista,
até R$ 1.000,00 (mil reais), já incluindo as despesas de frete. Com essa iniciativa, o governo
pretende colaborar com a produção de conhecimento dos professores e sua formação
pedagógica através das TICs.
Para ter o direito de adquirir o computador portátil, o único requisito é ser
professor da educação continuada, ou seja, educação básica, profissional e superior de
instituição pública, ou privada, devidamente credenciada junto ao MEC.
A forma de adquirir o bem pode ser à vista ou financiamento, que pode ser
descontado em folha de pagamento, débito em conta corrente ou boleto bancário.
Será feito um controle pelo C.P.F, de modo que cada professor só poderá adquirir
um equipamento.
Criar condições para os professores adquirirem seu equipamento é uma das coisas
que alguém poderia fazer para mostrar que temos motivos para irmos em busca de nos
aperfeiçoarmos em nossos conhecimentos, pois, quem não buscava por motivo de não possuir
um micro, agora não poderá mais usar esse motivo.
Não estamos aqui tomando posição partidária, mostramos ações feitas pelo
governo, pelo simples fato de que essas ações são criadas para atingir a todos, sem diferença
de condição financeira ou qualquer outro adjetivo que pudesse vim causar algum tipo de
separação.
Vemos essas iniciativas do governo como o início de uma real transformação na
educação com relação às TICs. Vemos que estamos percebendo o que as TICs podem nos
ajudar, ajudar os professores, nossos alunos e toda a equipe escolar.
45

Analisemos a situação: com um computador portátil nas mãos e um portal voltado


a contribuir com a formação do professor, com sugestões de atividades para a sala de aula,
podemos utilizar do velho ditado popular que diz que “estamos com a faca e o queijo nas
mãos”.
Para aqueles professores que não tem prática na utilização do computador podem
procurar cursos de informáticas existentes no mercado. Assim como explicações do filho, do
sobrinho ou de alguém próximo para auxiliar e até dos professores de informática que temos
nas escolas.
46

5 – CONCLUSÕES

Sabemos que as TICs são novidades na vida de muitos docentes, pois além de
dominar o conteúdo ministrado por eles, ainda precisam conhecer novas formas de apresentá-
los e isso muitas vezes os assustam, portanto um bom suporte poderia dar-lhes mais confiança
para utilizarem essas ferramentas, que chegaram também na área educacional.
Os órgãos educacionais devem articular cursos, suportes e acompanhamentos
pedagógicos para os professores, em se tratando da utilização das TICs no processo de ensino-
aprendizagem, até que eles consigam caminhar por si sós.
Que os cursos de licenciatura tenham em sua grade curricular uma disciplina
específica para isso e assim os docentes já cheguem com tal conhecimento na hora de colocar
em prática o que aprenderam. Não se pode mais pensar num curso de licenciatura, ou
pedagogia, que não trate das TICs na educação, se quisermos formar profissionais conscientes
e atualizados, essa mudança precisa acontecer.
Os professores precisam entender que não basta o governo fazer projetos, montar
estruturas, as faculdades fazerem alterações em seu conteúdo curricular. Ele, docente, também
precisa querer aprender e se comprometer em conseguir um mínimo de tempo possível para
suas leituras, seus estudos, suas investigações.
Ações, como o portal do professor, são muito importantes. Podem ser muito
bonitas, bem estruturadas, mas de nada adiantará, se não tiver coro, se os professores não
acessarem e não derem sua contribuição para o crescimento, tanto do portal quanto das
pessoas que o acessam.
Não podemos nos esquecer de afirmar aqui a presença da gestão escolar nessa
inovação que a educação vive. A gestão é peça fundamental para que aconteça tudo o que se
espera, que o sucesso seja real.
Nos professores que responderam o questionário, a vontade de que as TICs façam
parte do processo de ensino-aprendizagem existe, o esforço para fazer parte de processo
também. Queremos que essa minoria que respondeu o questionário seja a voz da maioria que
não respondeu.
Portanto podemos afirmar que essa tarefa não é atividade para uma pessoa, ou um
grupo apenas, é para todos nós, para o governo que precisa incentivar, como vimos em duas
47

situações, para a gestão escolar que precisa estar junto criando também condições para que as
TICs sejam inseridas na sua realidade e para os professores que precisam perder o medo e o
comodismo e ir ao encontro do uso das TICs na educação, abraçar o que lhe for oferecido e ir
em busca de mais, sempre mais.
48

6 – REFERÊNCIAS

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sobre a formação em nível superior de professores para atuar na educação básica, e dá outras
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3276.htm>.
Acesso em: 25 jun. 2008.
Conferir a entrada com a citação. Estou em dúvida se a data do decreto também é negrito. Na
segunda feira eu confirmo.

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VIEIRA, Alexandre Thomaz. et al.. Gestão educacional e tecnologia. São Paulo: Avercamp,
2003.
51

APENDICE A – QUESTIONÁRIO
Perguntas para a pesquisa

Matéria: Série:
Tipo de escola: ( ) Municipal ( ) Estadual ( ) Particular

1) Você usa o computador? Onde e com que freqüência?


( ) Não
( ) Sim ( ) Em casa ( ) Diariamente
( ) Na escola ()
Semanalmente
( ) Outros lugares ( ) Mensalmente

2) Para utilizá-lo você fez algum curso de informática? Se sim, quem e o que te incentivou a
fazê-lo?

3) O curso que você fez foi oferecido pelo órgão que você trabalha?

4) Na escola que você trabalha tem laboratório de informática para uso com os alunos?
( ) Sim ( ) Não

5) Você utiliza o computador na escola que trabalha para auxiliar no conteúdo que leciona?
( ) Sim ( ) Não

6) Você tem dificuldades em utilizar o laboratório com seus alunos?


( ) Sim. Quais? __________________________________________________________
( ) Não. Por que? ________________________________________________________

7) Você se sente apoiado(a) e incentivado(a) para utilização do laboratório de informática? Se


sim, Por quem e como?

8) Como você vê a chegada da informática na escola?

9) Quais ações são feitas em favor do docente para que melhor utilizem o laboratório de
informática?

10) Na sua opinião o que deveria ser feito para que o trabalho docente no laboratório de
informática ficasse melhor?

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