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FAETEC- FUNDAÇÂO DE APOIO A ESCOLA

TÉCNICA
ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL HENRIQUE LAGE
PROF. CARLOS EDUARDO ALMEIDA
FAETEC- E.T.HENRIQUE LAGE

Prof. Carlos Eduardo Segurança do Trabalho

2009
INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO

Os acidentes e doenças de trabalho constituem hoje no Brasil um grave problema de


saúde pública. A redução da capacidade produtiva de uma empresa em conseqüência de
acidentes de trabalho, talvez seja um dos maiores problemas das empresas e governos, não só
em nosso país como em todo o mundo. Se esse aspecto econômico é importante, talvez não seja
o mais grave: antes de tudo existe o lado humano da questão, pois o acidentado, além do
trauma físico, sofre prejuízos pessoais, financeiros e sociais.

Definição

A segurança do Trabalho é composta por um conjunto de medidas técnicas,


educacionais, médicas e psicológicas, que objetiva a Prevenção de Acidentes, pela eliminação dos
Atos e das Condições Inseguras do ambiente, através da conscientização e motivação dos
funcionários para práticas prevencionistas. Seu emprego é indispensável para o desenvolvimento
satisfatório do trabalho.

De acordo com as NRs ( Normas Regulamentadoras) ficam obrigadas a constituírem o


setor de segurança, as empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta
e indireta e dos poderes legislativo e judiciário, que possuam empregados regidos pela C.L.T,
com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de
trabalho.

Responsabilidade pela Segurança

A responsabilidade pela Segurança é de cada um, isto significa que ao se zelar por sua
própria segurança, automaticamente se estará zelando pela segurança dos que estão a volta.
Pessoa menos esclarecidas sobre o assunto procuram, em certas circunstâncias, justificar a
ausência de interesse pela segurança; entretanto, nada de positivo existe capaz de justificar tal
omissão.

Realmente o trabalho poderá ser efetuado mesmo que ocorram acidentes, porém,
jamais poderá ser considerado satisfatória a sua realização.

As conseqüências de um acidente, tais como a dor dos ferimentos somam-se a muitos


fatores danosos ao trabalho, tanto sob o aspecto técnico como econômicos. Isto nem sempre é
percebido por quem não interpreta os acidentes do trabalho em toda sua extensão e
profundidade.

Conceitos Básicos

Perigo:
“Fonte ou situação com potencial de provocar lesões pessoais, problemas de saúde,
danos à propriedade, ao ambiente detrabalho, ou uma combinação desses.”
OHSAS 18001:1999 e BS 8800:1996

Risco:
“Combinação da probabilidade e das conseqüências de ocorrer um evento perigoso.”
OHSAS 18001:1999 e BS 8800:1996

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BREVE HISTÓRICO

A Segurança do Trabalho começou a ser alvo das atenções, com mais ênfase, a partir da
Revolução Industrial, que teve início nos fins do século XVIII, na Inglaterra. Além deste
aspecto, existia também, o fato da mão de obra ser constituída, principalmente, de crianças e
adolescentes egressos de orfanatos. Portanto, era uma mão-de-obra barata, formada de
pessoas abandonadas pela sociedade, e que os empresários não tinham interesse em proteger
As péssimas condições físicas destes trabalhadores, decorrentes da má alimentação, e a falta
de higiene existente nos barracões onde viviam, provocou uma epidemia que se alastrou por
diversas indústrias do país ( Inglaterra).

Este fato abalou tão profundamente a opinião pública que o parlamento inglês viu-se
obrigado a promulgar uma lei que regulamentasse a utilização dessa mão-de-obra. Assim, em
1802 surge na Inglaterra a primeira lei cujo objetivo foi a segurança do homem no trabalho.

A era das máquinas, como pode ser chamada, revolucionou a indústria, com a criação de
maquinários mais velozes, mais possantes, visando aumentar a produtividade. Em
contrapartida ao avanço tecnológico, aumentou também o índice de ocorrências de acidentes,
tendo-se em vista que, na época, tais máquinas não possuíam os dispositivos de segurança que
as de hoje obrigatoriamente possuem, e o fato de o trabalhador nem sempre estar
devidamente treinado quanto à operação correta e segura de tais máquinas, bem como
constantemente estar sob a influência de determinados desajustes físicos ou emocionais ou
condições adversas de trabalho no que se refere a conforto térmico, visual, etc. .

No Brasil, a preocupação com a segurança no trabalho começa a surgir em 1919, quando


Rui Barbosa, em sua campanha eleitoral, preconiza leis em função do bem estar social e
segurança do trabalhador.

Essa preocupação se torna maior quando em 1943 acontece a publicação do Decreto Lei
n0 5452, que aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho, cujo Capítulo V, refere-se à
Segurança e Medicina do Trabalho.

O processo de industrialização no Brasil, no foi acompanhado de medidas de segurança


eficazes, a ausência de um poder público atuante, aliado ao governo militar instaurado na
década de 60, leva o país a um dito Milagre Econômico, uma busca desenfreada por grandes
Obras e realizações, inclusive batendo o recorde mundial de Acidente de Trabalho em 1970.

Em 22 de dezembro de 1977 a Lei 6.514 altera o capítulo V, Título II, da Consolidação


das Leis do Trabalho sendo posteriormente regulamentada pelas Normas Regulamentadoras
da portaria n 3.214 de 8 de junho de 1978.

Mesmo em pleno século XXI, a extraordinária importância do setor de Segurança, na


prevenção dos acidentes do Trabalho e consequentemente, no bem-estar do trabalhador ainda
não foi amplamente reconhecida, quer por trabalhadores, quer por empregadores.
Infelizmente, o espírito de empresa e o espírito prevencionista ainda não fazem parte
de muitas organizações industriais, não havendo verdadeira compreensão de que a prevenção
de acidentes e o bem estar social dos trabalhadores concorrem para uma maior produtividade
por parte dos mesmos, ocasionando maior progresso da indústria.

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MÓDULO I
ACIDENTE DO TRABALHO

Os acidentes podem ocorrer em qualquer tipo


de atividade,seja no lar, num passeio ou na prática
de esportes. Acidentes podem trazer conseqüências
MATERIAIS, FÍSICAS / PISICOLÓGICAS ou ao MEIO
AMBIENTE.
Acidentes do trabalho é conceito que aplica aos
trabalhadores, sendo que somente aqueles ocorridos
no ambiente de trabalho legal ( atividades onde os
funcionários estão regidos pela CLT- Consolidação
das Leis de trabalhos) estão protegidos por normas
e condições pré-estabelecidas na área de
conhecimento denominada SEGRANÇA DO
TRABALHO.
Um acidente de trabalho traz uma série de
transtornos e sofrimentos para muitas pessoas além
do acidentado, e gera prejuízos para o próprio
acidentado, para a empresa e para a nação.

 Prejuízos gerados para o acidentado:

O acidentado pode morrer, ficar mutilado, sentir


dores, entre outros. Conseqüentemente a família
sofre com a mutilação ou perda do ente querido,
além de ficar desamparada.

 Prejuízos gerados para o empregador:

Perde mão-de-obra que em muitos casos, é de


difícil substituição; perde tempo precioso com a
paralisação de máquinas e pessoal; sofre danos
materiais (máquinas, ferramentas, equipamentos e
matéria-prima); baixa o ritmo de produção,
comprometendo a qualidade e até mesmo o preço do
produto; perde matéria-prima que, em alguns casos,
é de difícil aquisição; adquire má fama junto aos
órgãos do governo; etc.

 Prejuízos gerados para a nação:

Perde elemento produtivo na força de trabalho; é levada a aumentar taxas e impostos para
manutenção de acidentados; tem mais dependentes da coletividade, etc.

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• ESTATÍSTICAS

350000
345000
340000
335000

-NÚMERO DE ACIDENTES 330000


325000
320000
TÍPICOS NO BRASIL ENTRE 1996 E 1999 315000
310000
305000
300000
1996 1997 1998 1999

• Conceito Legal de Acidente do Trabalho

(DECRETO Nº 611, DE 21/07/92 - REGULAMENTA A LEI 8213, DE 24/07/91, QUE DISPÕE


SOBRE O PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL)

Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou


ainda pelo exercício do trabalho dos funcionários especiais, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho
permanente ou temporária (ART.139) ;
* 1º - A empresa é responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e individuais de
proteção e segurança do trabalhador.
* 2º - Constitui contravenção penal punível com multa, deixar a empresa de cumprir as
normas de segurança e higiene do trabalho.
* 3º - É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação
a executar e do produto a manipular.
*4º - O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os Sindicatos e entidades
representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do posto nos parágrafos anteriores,
conforme dispuser o regulamento.

 Consideram-se acidente do trabalho as seguintes entidades mórbidas:

I. Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício de


trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação das Doenças Profissionais ou do
Trabalho.

II. Doenças do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente, desde que
constante da relação mencionada no inciso I.

1º Não serão consideradas como doença do trabalho:

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a) a doença degenerativa;
b) a que não produz incapacidade laborativa;
c) a doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região em que ela
desenvolva, salvo comparação de que resultou de exposição ou contato direto determinado pela
natureza do trabalho.

2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos
incisos I e II resultou de condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se
relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.

 Equiparam-se também ao acidente do trabalho (ART.141) :

I. O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para a perda ou redução da sua capacidade
para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação.

II. O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência


de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de


trabalho;
b) ato intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou de companheiro de
trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força maior.

III. A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua


atividade.

IV. O acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviços sob a autoridade da empresa;


b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta,
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independente do meio de
locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade da segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

1º Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras


necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no
exercício do trabalho.

2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que,


resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do
anterior.

3º Considerar-se-á como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a


data do início da incapacidade laborativa para o exercício da produtividade habitual, ou o dia da
segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para esse efeito o
que ocorrer primeiro.

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4º Será considerado agravamento de acidente do trabalho aquele sofrido pelo acidentado


quando estiver sob a responsabilidade da Reabilitação Profissional.

• Conceito Prevencionista

 Acidente do trabalho é todo fato inesperado, não planejado, que interrompe ou interfere
num processo normal de trabalho, resultando lesão e/ou danos materiais e/ou perda de tempo.

Exemplo: Queda de empilhamento defeituoso, sem vítimas.

Estudos indicam que a percepção de fatos geradores de incidentes ou quase acidentes,


possibilitam minimizar os eventos graves, através de ações preventivas e medidas capazes de
atuar sobre fatos pouco relevantes, mas que aliados a outros fatores contribuintes levarão
certamente a um desfecho indesejado.

Figura 2 - Pirâmide resultante dos estudos de Frank Bird.

Exemplo- Acidente catastrófico.

O Desastre de Bhopal

Em 3 de dezembro de 1984, numa fábrica da Union Carbide, em Bhopal, ocorreu uma


grande liberação, para a atmosfera, de isocianato de metila, proveniente de um reservatório de
estocagem. O gás tóxico acabou atingindo toda uma favela que se havia formado nos arredores da
fábrica. De acordo com os relatos, houve contaminação do reservatório de isocianato com água e
clorofórmio. Os contaminantes reagiram com parte do isocianato do reservatório, provocando a
elevação da temperatura do seu conteúdo. O sistema de refrigeração do reservatório não estava
funcionando. A válvula de segurança do reservatório se abriu, mas o sistema de lavagem de
gases, que deveria absorver os vapores de isocianato liberados pela válvula, era sub-
dimensionado, e o sistema de flare, que deveria ter queimado qualquer vapor residual que
atravessasse o sistema de lavagem, estava fora de serviço. Neste acidente foram mortas cerca de
2500 pessoas, com um número de feridos talvez 10 vezes maior. Uma das causas mais

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importantes, geradoras do desastre de Bhopal, foi a falha em se manter equipamentos de


segurança em boas condições de operação.

ANÁLISE DOS ACIDENTES


Na análise de acidentes, todos os passos utilizados na investigação são primordiais, a
diferença é que na análise, estaremos nos aprofundando ainda mais na ocorrência, procurando
informações e detalhes, para uma melhor compreensão e tomada de providências cabíveis das
medidas de segurança. Essas atitudes visam prevenir outros acidentes iguais e/ou semelhantes,
além de outras ações legais e administrativas decorrentes de um Acidente do Trabalho.

As análises de acidentes e doenças do trabalho no Laboratório Lâmina são feitas através


do preenchimento do Relatório de Investigação de Análise de Acidente - RIAT, que servirá de
subsídio para a coleta de dados e conhecimento das causas dos acidentes.

• Seqüência dos Acidentes

Todo acidente quando acontece obedece a uma seqüência rígida. Sendo assim, é muito
importante conhecê-la, pois desta forma é que vamos trabalhar na prevenção do mesmo.

Causa / Acidente / Conseqüência

Portanto, cabe-nos agora detectar no trabalho todas as causas possíveis, eliminá-las ou,
caso não seja possível, evitar que as mesmas atuem ou interfiram no trabalho.

-Investigação dos Acidentes do Trabalho

A investigação dos acidentes consiste em reunir todos os dados importantes, objetivando a


reunião de dados sobre o mesmo. Na investigação de acidentes são abordadas as causas e
fatores que diretamente contribuíram para o seu aparecimento.

INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
do Ac

A responsabilidade em investigar os acidentes ocorridos é de fundamental importância,


principalmente quando a empresa possui uma gestão profissional em Segurança do trabalho,
Sendo assim, o Setor de Segurança e o Setor onde ocorreu o acidente, participam do
desenvolvimento de todo um processo investigativo, baseado em diretrizes próprias, para que se
chegue a(s) causa(s) real(is) do evento.

Os procedimentos de investigação de acidentes já se encontram bem estabelecidos como


veremos adiante, porém, muito freqüentemente, o principal objetivo da investigação - evitar que
aconteça de novo - é prejudicado pela procura da pessoa responsável pelo acidente (culpado).
Assim sendo, as pessoas se tornam defensivas e fica difícil esclarecer os fatos.

É importante que os membros da Investigação conheçam bem as verdadeiras causas dos


acidentes, pois, por incrível que pareça, muitas pessoas ainda acham que um acidente acontece
por acaso, azar, fatalidade, destino ou porque tinha que acontecer.

Também é muito importante que não sejam confundidas as perguntas: “o que


causou o acidente?” com “quem é o responsável?”. Mesmo que durante a investigação seja
identificada a pessoa que diretamente causou o acidente, o assunto deve ser tratado em uma

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esfera mais ampla. Muitas vezes, o indivíduo considerado “culpado” pelo acidente não recebeu o
treinamento nem o acompanhamento necessários para assumir o posto de trabalho, os
procedimentos internos não eliminaram os riscos das tarefas, um mau relacionamento/integração
no ambiente de trabalho ou boatos de demissões fizeram com que os empregados trabalhassem
sob tensão, etc. .

Existem algumas diretrizes para a investigação de acidentes:

* Investigar imediatamente após a ocorrência.

* Envolver aqueles que tem um conhecimento real da situação.

* Coletar e registrar os fatos, incluindo os relacionamentos organizacionais, as ocorrências


similares e outras informações úteis e importantes que sirvam de suporte.

* Ter como principal objetivo evitar que acidentes similares aconteçam novamente.

* Identificar as causas básicas.

* Recomendar as ações corretivas.

* Providenciar o preenchimento do Anexo II (Ficha de Análise de Acidentes).

Da Natureza Dos Acidentes

ACIDENTE PESSOAL: É aquele cuja caracterização depende de existir acidentado


(Pessoa).

ACIDENTE IMPESSOAL: É aquele cuja caracterização independe de existir ( Máquinas e


Equipamentos)

ELEMENTOS BÁSICOS DA INVESTIGAÇÃO DO ACIDENTE

Para uma análise correta de um acidente e suas causas, é importante que tenhamos
conhecimento dos seguintes elementos :.

* Tipo de Acidente

É maneira pela qual o acidente é classificado legalmente ( Típico ou Funcional,Trajeto ou


Outros.).

Típico- Ocorre com o trabalhador durante o horário de trabalho , no local de trabalho e em


atividade ligada a sua atividade profissional.

Trajeto- Ocorre quando o funcionário está em deslocamento, independente do meio de


locomoção; Seja na inda ou vinda do trabalho, desde que no rota e horários habituais.

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Outros- Ocorre em qualquer situação onde o funcionário está a serviço da empresa, para
benefício dela ou por motivo fortuito em horário de trabalho ( Viagem pela empresa, assalto,
agressão, acidentes climáticos, desabamentos etc..)

Lembramos que a caracterização do acidente do trabalho. garante o direito do trabalhador


de se beneficiar do amparo legal previsto, através do INSS( independente de culpa da empresa).

Classificação das Lesões

Definição de Lesão Pessoal:


É qualquer dano sofrido pelo organismo humano, como conseqüência de acidente do
trabalho.

 Natureza da Lesão:
Identifica a lesão segundo suas características principais. (impacto contra, prensagem
entre, queda do mesmo nível, esforço inadequado, etc.)

 Localização da Lesão:
Indica a sede da lesão no organismo humano.

 Fonte da Lesão ou Agente do Acidente:


É o meio físico que deu origem à lesão (ferramentas manuais, motores, máquinas,
substâncias químicas, etc.)

Causas do Acidente

CAUSAS DIRETAS

* Ato Inseguro

É o modo como o indivíduo se expõe consciente ou inconsciente a riscos de acidentes, ou


seja, onde a ação do indivíduo contribui para a ocorrência do acidente.

Exemplos:
 Deixar de tomar precauções;
 Trabalhar em rítmo perigoso (muito lento ou muito rápido);
 Trabalhar com ferramenta defeituosa ou improvisada;
 Receber o equipamento de proteção individual e não usá-lo;
 Limpar máquinas em movimento;
 Correr nas escadas ou local de trabalho;
 Trabalhar em máquinas cujos dispositivos de segurança não funcionem;
 Realizar movimentos que acarretem fadiga desnecessária (levantamento de peso
excessivo).

* Condição Insegura

É a condição do meio ambiente que contribui para a ocorrência dos acidentes. Podendo ser
considerado então, como uma falha no local de trabalho que serve de veículo para o acidente.

Exemplos:

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 Falta de limpeza no local de trabalho;


 Armazenamento descuidado;
 Iluminação e ventilação impróprias;
. Condições climáticas desfavoráveis;
 Piso defeituoso ou impróprio.

CAUSAS INDIRETAS

• Risco Material

Envolve relações onde os equipamentos e dispositivos apresentam inadequação de uso,


defeito de fabricação, instalação ou manutenção.

Exemplos
 Máquinas com dispositivos de segurança defeituosos;
 Máquinas sem dispositivos de segurança;
 Máquinas ou ferramentas defeituosas;
 Equipamentos de proteção individual inadequados;

• Risco Pessoal

Envolve relações onde o trabalhador apresenta de forma não consciente, falhas


comportamentais e de qualificação profissional.

Exemplos
 inabilidade para a função;
 Desconhecimento dos riscos da atividade;
 Negligente;
 Desconcentração;
. Falta de Qualificação ou Qualificação Inadequada;

Consequência dos Acidentes

Os acidentes de trabalho, em função de suas lesões, podem ser classificados em acidente


sem afastamento e acidente com afastamento.

*Acidente Sem Afastamento:


É todo acidente que possibilita ao acidentado retornar à sua atividade habitual no mesmo
dia, ou então no dia imediato ao do acidente, no horário regular, resultando Incapacidade
Temporária Parcial.

 Incapacidade Temporária Parcial:


É a perda de parte da capacidade para o trabalho por um determinado período, não
afastando o acidentado do trabalho.

* Acidente Com Afastamento:


É todo acidente que impossibilita ao acidentado retornar ao trabalho até o dia imediato ao
do acidente, no horário regulamentar, podendo dele resultar morte, incapacidade permanente
total ou parcial e incapacidade temporária total.

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 Incapacidade Temporária Total:


É a perda total da capacidade para o trabalho por um período que varia do início da jornada
do trabalho até o dia subseqüente ao do acidente até 360 dias após o mesmo, excetuados a
morte, incapacidade permanente parcial e total.

 Incapacidade Permanente Parcial:


É a redução de parte da capacidade para o trabalho, impossibilitando a execução de
algumas tarefas ou exigindo maior esforço para a sua realização, decorrente da perda de
qualquer membro ou parte do corpo, perda total do uso desse membro ou parte do corpo, ou
qualquer redução permanente de função orgânica.

 Incapacidade Permanente Total( Invalidez):


É a perda total da capacidade de trabalho, em caráter permanente, exclusive a morte. Esta
incapacidade corresponde à lesão que, não provocando a morte, impossibilita o acidentado,
permanentemente, de exercer ocupação remunerada ou da qual decorre a perda das funções dos
seguintes elementos:

- Ambos os olhos;
- Um olho e uma das mãos ou, um olho e um pé;
- Ambas as mãos ou ambos os pés ou uma das mãos e um pé;

Observação: Permanecendo o acidentado afastado de sua atividade por mais de um ano, a


incapacidade temporária será automaticamente considerada permanente, sendo computado o
tempo de 360 (trezentos e sessenta) dias para fins estatísticos.

Ações pós Acidentes e Falhas Administrativas

A Segurança do Trabalho visa trabalhar com o conceito da prevenção( onde buscamos


impedir o aumento do risco e conseqüente probabilidade de sinistro.

Mesmo assim , quando não é possível evitar o acidente, temos ações que devem ser
tomadas no sentido de garantir a segurança dos demais funcionários, assim como melhorar os
processo de trabalho e rotinas da segurança.

Ações Temporárias- São aquelas que tem caráter paliativo, visam advertir, combater,
interromper o sinistro e minimizar as conseqüências.

Ações Permanentes- São aquelas que possuem caráter definitivo, visam controlar ou
eliminar as fontes de risco, através de mudanças de processo produtivo e implantação de
programas cíclicos.

Como a Investigação de acidentes não busca culpados e sim as causas, visando identificar
falhas afim de garantir a melhoria dos processos; podemos perceber que antes do ato final do
acidente, possivelmente ocorreram outras falhas de caráter Administrativo, Tais como:

Falhas de projeto; ( layout, instalações e Equipamentos)


Políticas de Segurança Inadequadas;
Contratação;
Motivação;
Velocidade de Produção e Carga Horária excessiva;

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COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO - CAT

A Comunicação de Acidente do Trabalho é uma obrigação legal. Assim, o acidente


ocorrido com seu empregado, havendo ou não afastamento do trabalho, deverá ser comunicado
a empresa imediatamente, que por sua vez terá um prazo de 24 (vinte e quatro) horas para dar
entrada no INSS, sob pena de multa em caso de omissão.

A Comunicação será feita ao INSS por intermédio do formulário CAT, preenchido em


seis vias, com a seguinte destinação:

1. Primeira Via ao INSS


2. Segunda Via à Empresa
3. Terceira Via ao Segurado ou Dependente
4 Quarta Via ao Sindicato de Classe do Trabalhador
5. Quinta Via ao Sistema Único de Saúde (SUS)
6. Sexta Via à Delegacia Regional do Trabalho

A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a este comunicar
ao segurado ou seus dependentes em qual Posto do Seguro Social foi registrada a CAT.

Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio


acidentado, seus dependentes, o sindicato da categoria, o médico que o assistiu ou qualquer
autoridade pública ( magistrados em geral, os membros do Ministério Público e dos Serviços
Jurídicos da União e dos Estado, os comandantes de unidades militares do Exército, Marinha,
Aeronáutica e Forças Auxiliares: Corpo de Bombeiros e Polícia Militar), o que não exime a
empresa de responsabilidade pela falta de emissão da CAT.

Do Auxílio Acidente

O auxílio-acidente será concedido ao segurado quando, após a consolidação das lesões


decorrentes do acidente do trabalho, resultar seqüela que implique:

I – Redução da capacidade laborativa que exija maior esforço ou necessidade de adaptação


para exercer a mesma atividade, independentemente de reabilitação profissional;

II – Redução da capacidade laborativa que impeça, pôr si só, o desempenho da atividade


que exercia à época do acidente, porém não o de outra, do mesmo nível de complexidade, após
reabilitação profissional; ou

III – Redução da capacidade laborativa que impeça, pôr si só, o desempenho da atividade
que exercia à época do acidente, porém não o de outra, de nível inferior de complexidade, após
reabilitação profissional.

1º - O auxílio-acidente , mensal e vitalício, corresponderá, respectivamente às situações


previstas nos incisos I, II e III deste artigo, a 30% (trinta por cento), 40% (quarenta por cento)
ou 60% (sessenta por cento) do salário-de-contribuição do segurado vigente no dia do acidente,
não podendo ser inferior a esse percentual do seu salário-de-benefício.

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2º - O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-


doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado.

3º - O recebimento de salário ou concessão de outro benefício não prejudicará a


continuidade do recebimento do auxílio-acidente.

4º - Quando o segurado falecer em gozo do auxílio-acidente, a metade do valor deste será


incorporada ao valor da pensão se a morte não resultar do acidente do trabalho.

5º - Se o acidentado em gozo do auxílio-acidente falecer em conseqüência de outro


acidente, o valor do auxílio-acidente será somado ao da pensão, não podendo a soma ultrapassar
o limite máximo previsto no 2º do artigo 29 desta Lei.

ART. 118 – O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo
prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa,
após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de
auxílio-acidente.

OBS 1– Nos casos de negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do


trabalho indicados para a proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação
regressiva contra os responsáveis.

OBS 2– O pagamento, pela Previdência Social, das prestações pôr acidente do trabalho
não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem.

Considerações Legais do Acidente

Implicações Decorrentes dos Acidentes de Trabalho - Coletânea

Benefícios da Previdência Social


(DECRETO Nº 611 - (21/07/92 - LEI Nº 8213)

 O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12
(doze) meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio
- doença acidentário, independente da percepção de auxílio - acidente, (ART.169).

 O pagamento pela Previdência Social das prestações por acidente do trabalho não exclui a
responsabilidade civil da empresa ou de outrem, (ART.172).

 A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de


proteção e segurança da saúde do trabalhador, (ART. 173).

1º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as


normas de segurança e higiene do trabalho.

2º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a


executar e do produto a manipular.

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 Nos casos de negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho


indicadas para a proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação regressiva
contra os responsáveis, (ART.176).

Responsabilidade Civil
(CONSTITUIÇÃO FEDERAL - CAPÍTULO II DOS DIREITOS SOCIAIS)

 São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social, (ART.7º):

XXVIII - Seguro contra acidente de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a


indenização a que está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

Código Civil

 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direitos,
ou causar prejuízos a outrem, ficam obrigados a reparar o dano (ART.159).

 São também responsáveis pela reparação civil, (ART.1521):

III. O padrão, amo ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício
do trabalho que lhes competir, ou por ocasião deles.

Responsabilidade Penal

 Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente.


Pena: Detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano, se o fato não construir crime mais grave,
(ART.132).
Exemplo: Falta de EPI (ART.166 CLT).

 Matar alguém:
Pena: Reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.

4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de


inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar
prisão em flagrante.

INSPEÇÃO DE SEGURANÇA

As inspeções de segurança, como já foi dito, basicamente se destinam a fazer


levantamento, de forma a descobrir problemas que deverão ser solucionados. Descobertos os
riscos potenciais, isto é, que poderão tornar-se causas de acidentes, o agente da inspeção ou os
agentes (SESMT, CIPA, supervisores...), devem fazer relatório pormenorizado que será estudado
pelos técnicos de segurança e pela direção da empresa (quando for o caso) para que sejam
tomadas as medidas pelos próprios técnicos ou por setores de engenharia e manutenção.

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Existem formulários especiais que podem ser utilizados para a confecção dos relatórios. Os
próprios formulários de roteiro para inspeções de segurança favorecem o controle da solução dos
problemas apontados, facilitando ainda a elaboração de estatísticas.

Os relatórios devem apontar, com clareza o tipo de risco a ser corrigido. Às vezes, essa
correção pode ser efetuada durante a própria inspeção. Riscos que podem causar de imediato
certos acidentes devem ter recomendações de solução sem qualquer espera. Nenhum relatório
deve ser arquivado enquanto não tiver sido dada a solução ao problema levantado. Da inspeção
de Segurança pode resultar a necessidade de um estudo mais aprofundado de determinada
operação.

Tipos de Inspeção de Segurança

Inspeção Geral: Abrange toda a área de uma empresa ou setor.

É quando atinge área geograficamente definida na empresa ou toda a empresa, onde são
observados todos os problemas relativos a segurança, higiene e medicina do trabalho. A
periodicidade dessa inspeção fica a critério de cada área responsável.

Inspeção Parcial:

Limita-se apenas à uma parte da empresa, a um setor, a determinadas atividades ou a


certos equipamentos.

1. Inspeção de rotina: Procura os riscos que se manifestam, com maior freqüência e que
constituem as causas comuns de acidentes, cabe a todo trabalhador, fazê-la de forma rotineira,
em seu ambiente de trabalho.

2. Inspeção Periódica: Pode ser diária, semanal, mensal, anual, etc. de acordo com a
exigência do programa de segurança vigente na empresa.

3. Inspeção Contínua: Exige constante observação, geralmente ocorrendo quando o


controle é visual e o processo de trabalho gera condições contínuas de riscos.

4. Inspeção Especial: Quando há alteração das rotinas de trabalho e a inspeção


depende de especialista.

5. Inspeção de Riscos Específicos: É uma inspeção em que se procura detectar


problemas ou assuntos determinados.
Exemplo: Riscos Químicos (fumos, gases, poeiras, substâncias químicas)
Riscos Físicos (ruído, calor, vibração, umidade, etc.)

• Ferramenta da Inspeção:

Folha Guia de Inspeção de Segurança (Check-List):Esta lista tem como objetivo


servir de guia para os pontos que devem ser verificados durante a inspeção, devendo ser
ampliada de acordo com as necessidades e características da empresa, conforme seu ramo de
atividade.

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MÓDULO II

HIGIENE OCUPACIONAL
A Higiene do Trabalho ou Ocupacional é uma atividade multidisciplinar que visa
antecipar e reconhecer situações potencialmente perigosas e que aplica medidas de controle de
engenharia antes que agressões sérias à saúde do trabalhador sejam observadas.
Pela definição acima já se verifica o caráter preventivo da Higiene, que foi aprimorada
pela American Conference of Governamental Industrial Hygienists (ACGIH) que a define como:
"A ciência e arte devotada ao reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais e
estresse originados do ou no local de trabalho, que podem causar doença, comprometimento
da saúde e bem-estar ou significativo desconforto e ineficiência entre os trabalhadores, ou
membros de uma comunidade".
A higiene como ciência, visa estudar os ambientes de trabalho de forma a reduzir ou
eliminar os agentes nocivos capazes de acarretar doenças profissionais ou qualquer outro
prejuízo ao bem estar do trabalhaor.

NOCIVIDADE

É uma propriedade dos agentes ambientais, que define o grau de risco que representam
para a saúde do ser humano; incorpora características com toxidade, inflamabilidade,
infectabilidade etc...necessitando ser identificados e avaliados para se estabelecer os critérios
de controle.

CONCEITOS DE DOSAGEM

LIMITES DE TOLERÂNCIA

Há uma relação entre a quantidade de agente nocivo absorvida pelo organismo e seu efeito
biológico. Esta relação permite o estabelecimento de limites de segurança para as exposições
ocupacionais a substâncias tóxicas abaixo dos quais não existiria risco para a saúde dos
trabalhadores e não seria afetado o grau de bem estar necessário para manter a produção e
reduzir os riscos de acidentes.

NÍVEL DE AÇÃO
Valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de monitorização de modo a
minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ultrapassem os limites de exposição:

ETAPAS DA HIGIENE DO TRABALHO

ANTECIPAÇÃO ( PROJETOS)

Esta fase estabelecer critérios pró-ativos, no sentido de gerar diretrizes de projeto a


partir riscos conhecidos ou atividades semelhantes. Seja na reformulação das áreas de

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produção ou na implantação de novas plantas industriais com equipamentos e sistemas de


tecnologia conhecida, antever os riscos, pode ser uma vantagem considerável.

RECONHECIMENTO E AVALIAÇÃO (MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL)

A monitorização ambiental foi definida como sendo a medida e a avaliação de agentes


nocivos no ambiente para estimar a exposição ambiental e o risco à saúde por comparação dos
resultados com referências apropriadas.
Constitui-se na medida prioritária de avaliação do risco à saúde através da identificação
e quantificação dos agentes nocivos nesses ambientes, de forma sistemática, de modo a
permitir a obtenção de uma série histórica de dados de exposição de um grupo de
trabalhadores ou indivíduos isolados.
A avaliação da exposição profissional a agente nocivo é composta de duas fases
distintas: inicialmente realiza-se uma medição instrumental ou laboratorial da concentração do
agente ( Reconhecimento ) e a seguir compara-se o resultado com os limites de exposição
(limites de tolerância).

MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL DA EXPOSIÇÃO PROFISSIONAL

As medidas de controle ambiental da exposição, quando implantadas, deverão ser


realmente necessárias e suficientes pana eliminar a exposição profissional ou ao menos reduzi-
la a um nível aceitável.

Citam-se inicialmente algumas principais medidas que, tecnicamente estudadas e


recomendadas, são de execução essencialmente administrativa, tais como:

- interdição ou paralisação de atividades ou operações, total, parcial ou setorial;


- proibição de uso de certos produtos;
- eliminação do agente;
- substituição do agente;
- segregação física do agente ou atividade.
- proibição de emprego de certas técnica de trabalho;
- modificação do método, processo ou técnicas de trabalho;
- limitação do tempo de exposição;
- limitação do número de expostos;
- realização da tarefa em horários com menos expostos;
- treinamento dos trabalhadores;
- melhoria das condições de ventilação;
- instituição de comissões técnicas para controle de: materiais perigosos, emergências,
segurança, e outras;
- utilização de equipamentos de proteção individual.

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RISCOS AMBIENTAIS

A maioria dos processos pelos quais o homem modifica os materiais extraídos da natureza,
para transforma-los em produtos segundo as necessidades tecnológicas atuais , capazes de
dispensar no ambiente dos locais de trabalho substâncias que, ao entrarem em contato com o
organismo dos trabalhadores, podem acarretar moléstias ou danos a sua saúde. Para facilitar o
estudo dos riscos ambientais, podemos classifica-los em três grupos (para efeito Legal da NR 15/
Insalubridade):

a) riscos físicos;
b) riscos químicos;
c) riscos biológicos

Por sua vez, cada um destes grupos subdivide-se de acordo com as conseqüências
fisiológicas que podem provocar, quer em função das características físico-químicas dos agentes,
quer segundo sua ação sobre o organismo, etc.

“Para efeito de Estudos de riscos e avaliações do ambiente do trabalho,são


considerados riscos ou agentes agressivos físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e de acidentes, os que possam trazer ou ocasionar danos à saúde
do trabalhador, nos ambientes de trabalho, em função de sua natureza,
concentração, intensidade e tempo de exposição ao agente".

Os Riscos ambientais que comprometem a saúde do trabalhador são classificados a seguir:

RISCOS FÍSICOS

SÃO AS DIVERSAS FORMAS DE ENERGIA A QUE POSSAM ESTAR EXPOSTOS OS


TRABALHADORES.

DEVEM SER CONSIDERADOS DURANTE AS AVALIAÇÕES, OS AGENTES FÍSICOS QUE SE


APRESENTAM NAS SEGUINTES FORMAS DE ENERGIA:

RUÍDO; VIBRAÇÃO; PRESSÕES ANORMAIS; UNIDADE; TEMPERATURAS EXTREMAS;


RADIAÇÕES IONIZANTES; RADIAÇÃO NÃO IONIZANTES.

RUÍDOS

As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir
níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazos provocar sérios prejuízos à saúde.

Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual, as alterações


danosas poderão manifestar-se imediatamente ou gradualmente.

Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional.

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Limite de tolerância para ruído contínuo ou intermitente

Nível de ruído Máxima exposição diária


dB(A)
85 permissível
8 horas
86
87
6 horas
88
5 horas
89
4 horas e 30 minutos
90
4 horas

Conseqüências
O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando:
• fadiga nervosa;
• alterações mentais: perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar idéias;
• hipertensão;
• modificação do rítmo cardíaco;
• modificação do calibre dos vasos sanguíneos;
• modificação do ritmo respiratório;
• perturbações gastrointestinais;
• diminuição da visão noturna;
• dificuldade na percepção de cores.
Além destas conseqüências, o ruído atinge também o aparelho auditivo causando a perda
temporária ou definitiva da audição.

VIBRAÇÕES

Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem vibrações, as quais


podem ser nocivas ao trabalhador.

As vibrações podem ser:


Localizadas - (em certas partes do corpo) . São provocadas por ferramentas manuais,
elétricas e pneumáticas.
Conseqüências: alterações neurovasculares nas mãos, problemas nas articulações das mãos e
braços; osteoporose (perda de substância óssea).

Generalizadas - (ou do corpo inteiro) . As lesões ocorrem com os operadores de grandes


máquinas, como os motoristas de caminhões, ônibus e tratores. Conseqüências: Lesões na
coluna vertebral; dores lombares.

RADIAÇÕES

São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. A absorção das
radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões. Podem ser
classificadas em dois grupos:

Radiações ionizantes:
Os operadores de raio-x e radioterapia estão freqüentemente expostos a esse tipo de radiação,
que pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas.

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Radiações não ionizantes:


São radiações não ionizantes a radiação infravermelha, proveniente de operação em fornos , ou
de solda oxiacetilênica, radiação ultravioleta como a gerada por operações em solda elétrica, ou
ainda raios laser, microondas, etc.

Seus efeitos são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões na pele,
etc.

CALOR

Altas temperaturas podem provocar:


• desidratação;
• erupção da pele;
• câimbras;
• fadiga física;
• distúrbios psiconeuróticos;
• problemas cardiocirculatórios;
• insolação.

FRIO

Baixas temperaturas podem provocar:


• feridas;
• rachaduras e necrose na pele;
• enregelamento: ficar congelado;
• agravamento de doenças reumáticas;
• predisposição para acidentes;
• predisposição para doenças das vias respiratórias.

PRESSÕES ANORMAIS

Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões ambientais


acima ou abaixo das pressões normais, isto é, da pressão atmosférica a que normalmente
estamos expostos.

Baixas pressões: são as que se situam abaixo da pressão atmosférica normal e ocorrem com
trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No Brasil, são raros os trabalhadores
expostos a este risco.

Altas pressões: são as que se situam acima da pressão atmosférica normal. Ocorrem em
trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração, caixões
pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. Ex: caixões pneumáticos,
compartimentos estanques instalados nos fundos dos mares, rios, e represas onde é injetado ar
comprimido que expulsa a água do interior do caixão, possibilitando o trabalho. São usados na
construção de pontes e barragens.

Conseqüências:
• ruptura do tímpano quando o aumento de pressão for brusco;
• liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos sangüíneos e morte.

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UMIDADE

As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade


excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, são situações insalubres e
devem ter a atenção dos prevencionistas por meio de verificações realizadas nesses locais para
estudar a implantação de medida de controle.

Conseqüências:
• doenças do aparelho respiratório;
• quedas;
• doenças de pele;
• doenças circulatórias.

RISCOS QUÍMICOS

SÃO SUBSTÂNCIAS, COMPOSTAS OU PRODUTOS QUE POSSAM PENETRAR NO ORGANISMO


PELA VIA RESPIRATÓRIA, OU PELA NATUREZA DA ATIVIDADE DE EXPOSIÇÃO POSSAM TER
CONTATO ATRAVÉS DA PELE OU SEREM ABSORVIDOS PELO ORGANISMO POR INGESTÃO,
CONFORME ABAIXO:
POEIRAS, FUMOS, NÉVOAS, NEBLINA, GASES E VAPORES

POEIRAS

São partículas sólidas geradas mecanicamente por ruptura de partículas maiores. As poeiras
são classificadas em:
• Poeiras minerais
Ex: sílica, asbesto, carvão mineral.
Conseqüências: silicose (quartzo), asbestose (amianto), pneumoconiose dos minérios de carvão
(mineral).
• Poeiras vegetais
Ex: algodão, bagaço de cana-de-açúcar.
Conseqüências: bissinose (algodão), bagaçose (cana-de-açúcar) etc.
• Poeiras alcalinas
Ex: calcário
Conseqüências: doenças pulmonares obstrutivas crônicas, enfizema pulmonar.
• Poeiras incômodas
Conseqüências: interação com outros agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho,
potencializando sua nocividade.

FUMOS

Partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos. Ex: fumos de óxido de
zinco nas operações de soldagem com ferro.
Conseqüências: doença pulmonar obstrutiva, febre de fumos metálicos, intoxicação específica
de acordo com o metal.

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NÉVOAS

Partículas líquidas resultantes da condensação de vapores ou da dispersão mecânica de


líquidos. Ex: névoa resultante do processo de pintura a revólver, monóxido de carbono liberado
pelos escapamentos dos carros.

GASES

Estado natural das substâncias nas condições usuais de temperatura e pressão. Ex: GLP,
hidrogênio, ácido nítrico, butano, ozona, etc.

VAPORES

São dispersões de moléculas no ar que podem condensar-se para formar líquidos ou sólidos em
condições normais de temperatura e pressão. Ex: nafta, gasolina, naftalina, etc.
Névoas, gases e vapores podem ser classificados em:
• Irritantes: irritação das vias aéreas superiores.
Ex: ácido clorídrico, ácido sulfúrico, soda caústica, cloro, etc.
• Asfixiantes: dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e morte.
Ex: hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido de carbono, monóxido de carbono,
etc.
• Anestésicos: (a maioria solventes orgânicos). Ação depressiva sobre o sistema nervoso,
danos aos diversos órgãos, ao sistema formador de sangue (benzeno), etc.
• Ex: butano, propano, aldeídos, cetonas, cloreto de carbono, tricloroetileno, benzeno,
tolueno, álcoois, percloritileno, xileno, etc.

Fatores que influenciam a toxicidade dos contaminantes ambientais

Para avaliar o potencial tóxico das substâncias químicas, alguns fatores devem ser levados em
consideração:
• Concentração: quanto maior a concentração, mais rapidamente seus efeitos nocivos
manifestar-se-ão no organismo;
• Índice respiratório: representa a quantidade de ar inalado pelo trabalhador durante a
jornada de trabalho;
• Sensibilidade individual: o nível de resistência varia de indivíduo para indivíduo;
• Toxicidade: é o potencial tóxico da substância no organismo;
• Tempo de exposição: é o tempo que o organismo fica exposto ao contaminante.

RISCOS BIOLÓGICOS

SÃO OS SEGUINTES OS AGENTES BIOLÓGICOS, QUE SE APRESENTAM NAS FORMAS DE


MICROORGANISMOS E PARASITAS INFECCIOSOS VIVOS E SUAS TOXINAS, TAIS COMO:

BACTÉRIAS; FUNGOS; BACILOS; PARASITAS; PROTOZOÁRIOS E VÍRUS, ENTRE


OUTROS

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Os riscos biológicos ocorrem por meio de microorganismos que, em contato com o


homem, podem provocar inúmeras doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o
contato com tais riscos. É o caso das indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública
(coleta de lixo), laboratórios, etc.

Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microorganismos incluem-se:


tuberculose, brucelose, malária, febre amarela.

Para que essa doenças possam ser consideradas doenças profissionais é preciso que haja
exposição do funcionário a estes microorganismos.

São necessárias medidas preventivas para que as condições de higiene e segurança nos
diversos setores de trabalho sejam adequadas.

Para que uma substância seja nociva ao homem, é necessário que ela entre em contato com
seu corpo. Existem diferentes vias de penetração no organismo humano, com relação à ação
dos riscos biológicos:
• Cutânea: ex: a leptospirose é adquirida pelo contato com águas contaminadas pela urina do
rato;
• Digestiva: ex: ingestão de alimentos deteriorados;
• Respiratória: ex: a pneumonia é transmitida pela aspiração de ar contaminado.

RISCOS ERGONÔMICOS

SÃO DERIVADOS DA INADEQUAÇÃO DO HOMEM AO POSTO DE TRABALHO, LEVANDO AO


COMPROMETIMENTO DA CAPACIDADE DE TRABALHO POR DESGASTES FÍSICOS OU MENTAIS,
SÃO ELES:

ESFORÇO FÍSICO INTENSO, LEVANTAMENTO E TRANSPORTE MANUAL DE PESO,


EXIGÊNCIA DE POSTURA INADEQUADA, CONTROLE RÍGIDO DE PRODUTIVIDADE,
IMPOSIÇÃO DE RITMOS EXCESSIVOS, TRABALHO EM TURNO E NOTURNO, JORNADAS
DE TRABALHO PROLONGADAS, MONOTONIA E REPETITIVIDADE, OUTRAS SITUAÇÕES
CAUSADORAS DE "STRESS" FÍSICO E/OU PSÍQUICO.

Conseqüências

Os riscos ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e provocar sérios


danos à saúde do trabalhador porque produzem alterações no organismo e no estado
emocional, comprometendo sua produtividade, saúde e segurança, tais como: cansaço físico,
dores musculares, hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas,
taquicardia, doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas de
coluna, etc.

RISCOS DE ACIDENTES:

SÃO RISCO INERENTE DA ATIVIDADE CAPAZES DE GERAR LESÕES INCAPACITANTES OU NÃO,


ONDE O ATO INSEGURO E A CONDIÇÃO INSEGURA CONFIGURAM FATORES CONTRIBUINTES.

ARRANJO FÍSICO INADEQUADO, MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS SEM PROTEÇÃO,


FERRAMENTAS INADEQUADAS OU DEFEITUOSAS, ILUMINAÇÃO INADEQUADA,

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ELETRICIDADE, PROBABILIDADE DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO, ARMAZENAMENTO


INADEQUADO, ANIMAIS PEÇONHENTOS, OUTRAS SITUAÇÕES DE RISCO QUE
PODERÃO CONTRIBUIR PARA A OCORRÊNCIA DE ACIDENTES.

Arranjo físico deficiente

É resultante de: prédios com área insuficiente; localização imprópria de máquinas e


equipamentos; má arrumação e limpeza; sinalização incorreta ou inexistente; pisos fracos e/ou
irregulares.
Máquinas e equipamentos sem proteção

Máquinas obsoletas; máquinas sem proteção em pontos de transmissão e de operação;


comando de liga/desliga fora do alcance do operador; máquinas e equipamentos com defeitos
ou inadequados; EPI inadequado ou não fornecido.
Ferramentas inadequadas ou defeituosas

Ferramentas usadas de forma incorreta; falta de fornecimento de ferramentas adequadas; falta


de manutenção.
Eletricidade

Instalação elétrica imprópria , com defeito ou exposta; fios desencapados; falta de aterramento
elétrico; falta de manutenção.
Incêndio ou explosão

Armazenamento inadequado de inflamáveis e/ou gases; manipulação e transporte


inadequado de produtos inflamáveis e perigosos; sobrecarga em rede elétrica; falta de
sinalização; falta de equipamentos de combate ou equipamentos defeituosos

Os riscos ambientais podem afetar a saúde do trabalhador a curto, médio e longo prazos,
provocando lesões imediatas e/ou doenças chamadas profissionais e/ou do trabalho, como, por
exemplo as pneumoconioses. Devido à exposição diária e prolongada a certos tipos de poeiras
como a da sílica, a do ferro, a do algodão, o trabalhador sofrerá alterações pulmonares
irreversíveis com repercussão no sistema circulatório ou, ainda, as lesões pulmonares imediatas
tais como: intoxicações agudas, acidentes com máquinas, quedas etc.

TABELA 1

CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS EM GRUPOS, DE ACORDO


COM A SUA NATUREZA E A PADRONIZAÇÃO DAS CORES CORRESPONDENTES:

GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5

VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL

Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de


Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes

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NORMAS REGULAMENTADORAS

As Normas Regulamentadoras são a forma pela qual se dá a normatização das regras da


segurança; trata ainda das condições de saúde e meio ambiente do ponto de vista do ambiente de
trabalho, das relações físicas e psicológicas, e tem caráter genérico ou particular de acordo com a
atividade laborativa, ramo ou especialização.
Estão em constante reavaliação, devendo ser alteradas em função de mudanças tecnológicas,
sociais ou legais.

Resumo

NR.01 - Disposições Gerais


Nesta norma são abordadas genericamente as aplicações das demais normas regulamentadoras,
competências e definições gerais.

NR.02 - Inspeção Prévia


Aborda a necessidade de fiscalização, por parte do MTb, das instalações, objetivando assegurar
que a nova instalação inicie suas atividades livre de riscos de acidentes.

NR.03 - Embargo ou Interdição


Ilustra que através do agente de inspeção do trabalho da DRT, o mesmo poderá requerer a
interdição ou embargo em casos graves e iminente risco de acidentes ou doença.

NR.04 - SESMT
Nesta norma são definidas as regras básicas de dimensionamento do SESMT das empresas, em
atendimento ao Quadro II anexo à NR, considerado o número de empregados por
estabelecimento e o grau de risco, além dos requisitos para os profissionais que integram o
SESMT.

NR.05 - CIPA
Trata-se da norma mais importante para o membro da CIPA. Nesta norma são definidas as
competências dos membros da Comissão e as regras básicas para composição de acordo com o
Quadro I anexo à NR. São considerados o número de empregados do estabelecimento e o grau
de risco, além das orientações quanto a eleição, apuração e registro da CIPA no MTb.

NR.06 - Equipamento de Proteção Individual - EPI


O objetivo desta norma é definir em linhas gerais a obrigatoriedade de fornecimento e uso dos
equipamentos de segurança individual, atendendo as peculiaridades de cada atividade.

Aborda também a importância de aprovação do EPI (para comercialização) pelo Ministério do


Trabalho - MTb, através da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST, nos quais as
empresas nacionais fabricantes dos EPIs, ou pessoas jurídicas que promovam a importação,
deverão estar cadastrados.

NR.07 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO


Esta norma estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte do
empregador, do PCMSO, com o objetivo da promoção e preservação da saúde dos trabalhadores,
além de definir responsabilidades.

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NR.08-Edificações:
Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações para
garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. A fundamentação legal, ordinária e
específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 170 a 174 da CLT.
- Edificações
Esta norma define os parâmetros para as edificações, observando-se a proteção contra a chuva,
NR.09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA
Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, pelo empregador, do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, definindo sua estrutura, seu desenvolvimento, medidas
de controle dos riscos, níveis de ação (tolerância), monitoramento da exposição dos
trabalhadores, registro de dados e responsabilidades do empregador e dos empregados.

NR.10 - Instalações e Serviços em Eletricidade


Fixa as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham
em instalações elétricas, além de conferir competência ao SESMT para o estabelecimento e
avaliação dos procedimentos adotados pela Empresa.

NR.11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais


Nesta norma são abordadas genericamente as condições mínimas necessárias para o transporte,
movimentação, armazenagem e manuseio de materiais, fixando limites de cargas, alturas de
empilhamento e outros.

NR.12 - Máquinas e Equipamentos


Genericamente esta norma fixa as condições mínimas que devem ser observadas no manuseio de
máquinas e equipamentos, espaço e circulação, dispositivos de segurança, fabricação e
importação, manutenção e operação , ruídos e vibrações e outros.

NR.13 - Caldeiras e Vasos Sob Pressão


Nesta norma são definidos os equipamentos destinados a produzir e acumular vapores sob
pressão, os ricos graves e iminentes, os dispositivos necessários à segurança, testes,
identificação, treinamentos, inspeção, etc.

NR.14 - Fornos
Defini resumidamente as condições de utilização de acordo com os limites de tolerância contidos
na NR.15, além dos critérios para instalação.

NR.15 - Atividades e Operações Insalubres


Nesta norma são definidas as atividades e operações insalubres, caracterizadas por limites de
tolerância, tais como: ruído, calor, iluminação, radiações, pressões hiperbáricas, vibrações, frio,
umidade, agentes químicos e agentes biológicos.

NR.16 - Atividades e Operações Perigosas


São consideradas atividades e operações perigosas as constantes dos Anexo 1 e 2 desta norma
(explosivos e inflamáveis), além de caracterizar o adicional de 30% sobre o salário, sem os
acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações em lucros da empresa.

NR.17 - Ergonomia
Esta norma visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às
características psico-fisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente.

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NR.18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria de Construção


Nesta norma são estabelecidas as diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e
organização, com o objetivo de implementar medidas de controle e sistemas preventivos de
segurança nos processos, nas condições e no ambiente de trabalho da indústria de construção.

NR.19 Explosivos
Esta norma defini substância considerada explosiva, seu manuseio e condições de segurança para
armazenamento e transporte.

NR.20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis


Nesta norma são definidos os líquidos combustíveis e inflamáveis de acordo com o ponto de
fulgor dos mesmos.

NR.21 - Trabalho a Céu Aberto


Esta norma aborda as medidas de segurança exigidas para o trabalho e equipamentos de
segurança utilizados.

NR.22 - Trabalhos subterrâneos


Especificamente, esta NR aborda as normas de segurança nos trabalhos subterrâneos em minas,
critérios de seleção dos trabalhadores, duração do trabalho em subsolo (mina), dispositivos de
segurança e de atendimento às necessidades fisiológicas, circulação de ar, poeira, calor,
elevadores, etc.

NR.23 - Proteção Contra Incêndios


Esta norma dispõe sobre a obrigatoriedade de toda empresa possuir: proteção contra incêndio,
saídas suficientes para escape, equipamentos para combate ao incêndio e pessoas adestradas
para o uso dos equipamentos.
Genericamente, também aborda o combate ao incêndio, exercícios de alerta, classes de
incêndio, extinção do incêndio, uso dos extintores, inspeção dos extintores, quantidade de
extintores, localização e sinalização.

NR.24 - Condições sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho


Nesta norma são definidas as expressões Aparelho sanitário, gabinete Sanitário e Banheiro,
dimensões mínimas das áreas ocupadas, além de definir as exigências de instalação de
chuveiros, lavatórios em geral, vestiários, rede hidráulica, armários de aço, etc.

NR. 25 - Resíduos Industriais


Esta norma fixa o procedimento sobre a liberação ou lançamento de resíduos gasosos, de
conformidade com os níveis de tolerância da NR.15 e legislação em nível federal, estadual e
municipal.

NR.26 - Sinalização de Segurança


Esta norma tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho,
identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando canalizações, além
de abordar sobre armazenamento de substâncias perigosas, identificação, rotulagem preventiva e
utilização de palavras de advertência como: PERIGO, CUIDADO, ATENÇÃO, etc.

NR.27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho


Trata dos critérios para registro do profissional na Delegacia Regional do trabalho -
DRT/Ministério do Trabalho - MTb.

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NR.28 - Fiscalização e Penalidades


Esta norma aborda sobre os prazos de cumprimento das notificações de irregularidades sobre as
Normas Regulamentadoras - NRs, fixando o tipo de infração.

NR.29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário


Esta norma aplica-se aos trabalhadores de Portos Marítimos, estabelecendo regras e limitações
para operações seguras das atividades de transporte manuseio e estocagem de produtos
perigosos.

NR.30 -Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário


Esta norma regulamentadora tem como objetivo a proteção e a regulamentação das condições de
segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários.
Esta norma aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira nacional, bem
como às de bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na Convenção da OIT n.º 147 - Normas
Mínimas para Marinha Mercante, utilizados no transporte de mercadorias ou de passageiros,
inclusive naquelas utilizadas na prestação de serviços, seja na navegação marítima de longo
curso, na de cabotagem, na navegação interior, de apoio marítimo e portuário, bem como em
plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento.

NR.31-NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA


AGRICULTURA, PECUÁRIA SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQÜICULTURA:
Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma
a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária,
silvicultura, exploração florestal e aqüicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do
trabalho. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de
junho de 1973.

NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DE ASSISTÊNCIA


À SAÚDE
Esta Norma Regulamentadora tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a
implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em
estabelecimentos de assistência à saúde, bem como daqueles que exercem atividades de
promoção e assistência à saúde em geral.
Para fins de aplicação desta Norma Regulamentadora, entende-se por estabelecimentos de
assistência à saúde, qualquer edificação destinada a prestação de assistência à saúde da
população, em qualquer nível de complexidade, em regime de internação ou não.

NR.33 - NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM


ESPAÇOS CONFINADOS :

Tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e
o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir
permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente
nestes espaços, além de ações com relação a procedimentos para avaliação e prevenção de
atividades com deficiência de oxigênio.

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NR 04 –SESMET-SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE


SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO

Este serviço é regulamentado pela norma regulamentadora no 4 da portaria 3214 de


08/06/78, e torna obrigatório a manutenção desses serviços nas empresas públicas e privadas,
os órgãos públicos de administração direta e indireta e dos poderes legislativos e judiciários que
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

OBJETIVO DO SESMT

Promover a saúde e proteger a integridade dos trabalhadores no local de trabalho.

DIMENSIONAMENTO DO SESMT

É dimensionado de acordo com o número de empregados do estabelecimento e grau de


risco da atividade principal da empresa.
A norma regulamentadora no 4 estabelece também o grau de risco da atividade da
empresa.

COMPOSIÇÃO DO SESMT

O SESMT deverá ser integrado por Médicos do Trabalho, Engenheiros de Segurança do


Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho e Auxiliar de Segurança
do Trabalho( opcional ).

JORNADA DE TRABALHO PARA OS INTEGRANTES DO SESMT

- Técnico de Segurança do Trabalho e Auxiliar de Segurança do Trabalho( opcional ).

Deverão cumprir jornada diária de 8 horas.

- Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do


Trabalho.

Deverão cumprir no mínimo de 3 horas (tempo parcial) ou de 6 horas


(tempo total) segundo quadro de dimensionamento contido na norma
regulamentadora.

É vedado aos profissionais do SESMT o exercício de outras atividades na empresa


durante o horário de sua atuação no SESMT.
ATRIBUIÇÕES DO SESMT

 Aplicar os conhecimentos de Engenharia de Segurança e de Medicina do Trabalho ao


ambiente de trabalho de modo a reduzir ou eliminar os possíveis riscos existentes à saúde do
trabalhador.

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 Determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação e redução do


risco, a utilização, pelo trabalhador, do Equipamento de Proteção Individual (EPI).
 Colaborar nos projetos e novas instalações físicas da empresa.
 Responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento das normas de
segurança na empresa e seus estabelecimentos.
 Manter permanente relacionamento com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA).
 Promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos
trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através
de campanhas, quanto de programas de duração permanente.
 Esclarecer e conscientizar os empregados sobre acidentes do trabalho e de doenças
ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção.
 Analisar e registrar em documentos específicos todos os acidentes ocorridos na empresa ou
estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional.

Exemplo de Dimensionamento

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NR 05-CIPA -COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

OBJETIVO DA CIPA
O objetivo principal é a prevenção de doenças e acidentes do trabalho mediante controle
: dos riscos presentes nos ambientes das condições e organização do trabalho, de modo a obter
a permanente compatibilização do trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde
dos trabalhadores.

ORGANIZAÇÃO DA CIPA
Sendo uma imposição legal, as empresas privadas, públicas, sociedades de economia
mista, instituições de beneficência, associações recreativas, etc. Que possuam empregados e
que se enquadram na legislação específica da CIPA, estão obrigadas a organizar e manter em
funcionamento a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA.

DIMENSIONAMENTO DA CIPA
A CIPA deverá ser organizada por estabelecimento, levando-se em consideração o grau de
risco (especificado na NR 4) e o numero de empregados.
Haverá na CIPA tantos suplentes quantos forem os representantes titulares.

 A representação dos trabalhadores é feita através de eleição realizada na empresa, no


horário de expediente, e deverá ter a participação de no mínimo, metade dos empregados mais
um empregado.
 A representação do empregador é por indicação, ou seja, a empresa escolhe os empregados
que farão parte da CIPA.
 A CIPA terá o mandato de 1 ano, sendo permitida uma reeleição ou uma nova indicação.
Portanto os componentes não poderão exercer mais que dois mandatos consecutivos.
 Na estrutura da CIPA, existem alguns cargos preenchidos da seguinte maneira:

Presidente da CIPA  Indicado pela direção da empresa dentre os seus


representantes titulares.
Vice Presidente da CIPA  Será designado dentre os titulares da
representação dos trabalhadores.
Secretário da CIPA e respectivo suplente Escolhido de comum acordo dentre os
 representantes dos empregados e empregador.

ELEIÇÃO DA CIPA
Anualmente o empregador deverá constituir uma comissão eleitoral e garantir as
condições necessárias para que a comissão cumpra o seu objetivo, desde a sua instalação até a
posse dos membros eleitos.
Para o sucesso do trabalho é necessário que esta comissão se forme no prazo mínimo de
sessenta dias antes do término do mandato anterior e deverá ser constituída por
representantes dos trabalhadores, do empregador e da CIPA em exercício. Portanto essas
pessoas acompanharão todo o processo eleitoral.
 A comissão eleitoral deverá convocar através de edital, fixando-o em locais de fácil
acesso e visualização pelos trabalhadores, com antecedência mínima de 45 dias e realizá-la no
prazo máximo de 30 dias antes do término do mandato da CIPA em exercício.
 É aconselhável que a CIPA esteja representada pelas áreas de maior risco.
No caso de eleição pelo processo individual, e respeitando-se o dimensionamento
previsto, os eleitos assumirão a CIPA. Os mais votados na condição de titulares e o demais
assumirão como suplentes.

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Para cada eleição deverá haver uma folha de votação que ficará arquivada. A eleição
deverá ser realizada durante o expediente da empresa e com a participação de no mínimo,
metade mais um do número de trabalhadores do estabelecimento ( 50% + 1 empregado ).
É importante a lisura no processo eleitoral, pois a autoridade regional competente do
Ministério do Trabalho poderá anular a eleição, quando constatar qualquer irregularidade.

REGISTRO DA CIPA
Organizada a CIPA, a empresa tem até dez dias, após a posse dos novos cipeiros, de
requerer o registro da CIPA junto ao Ministério do Trabalho.
O registro é feito mediante requerimento acompanhado de cópia das atas de eleição,
posse e instalação, bem como o calendário anual de reuniões ordinárias da CIPA, constando
dia, hora, mês e local de realização.

FUNCIONAMENTO DA CIPA
Os cipeiros deverão realizar, mensalmente, as reuniões ordinárias segundo o calendário
anual de reuniões. Toda vez que for constatada uma situação de risco grave e iminente,
deverão ser realizadas reuniões extraordinárias.
 As atas das reuniões deverão ser lavradas em livro próprio, cujas folhas são numeradas,
e deverão conter as assinaturas dos cipeiros presentes. Este livro ficará sob a guarda do
secretário da CIPA.
 O membro titular perderá o mandato quando faltar a mais de 4 reuniões ordinárias sem
justificativa, e o seu suplente passará à condição de titular e um outro cipeiro ocupará a vaga
deixada pelo suplente.
 Qualquer modificação da composição da CIPA deverá ser registrada em ata de reunião.
 Para os cipeiros eleitos fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do
emprego. Quando a demissão for do interesse do empregado, a demissão deverá ser solicitada
de próprio punho e deverá ter anuência do seu sindicato representante ou do Ministério do
Trabalho.

ATRIBUIÇÕES DA CIPA
- Discutir os acidentes ocorridos;
- Sugerir medidas de prevenção de acidentes julgadas necessárias, por iniciativa própria
ou sugestão de outros empregados, encaminhando-as ao Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e Medicina do Trabalho ( SESMT ) e ao empregador;
- Promover a divulgação e zelar pela observância das normas de segurança e medicina
do trabalho ou de regulamento e instrumentos de serviços, emitidos pelo empregador;
- Despertar o interesse dos empregados pela prevenção de acidentes e de doenças
ocupacionais e estimulá-los permanentemente a adotar comportamento preventivo durante o
trabalho;
- Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, a Semana Interna de Prevenção
de Acidentes do Trabalho - SIPAT;
- Participar da campanha permanente de prevenção de acidentes promovida pela
empresa;

- Registrar, em livro próprio, as atas das reuniões da CIPA e enviar, mensalmente a


SESMT e ao empregador cópias das mesmas;

- Participar, com o SESMT, da investigação de causas, circunstâncias e conseqüências


dos acidentes e das doenças ocupacionais, acompanhando a execução das medidas corretivas;

- Realizar, quando houver denúncia de risco ou por iniciativa própria e mediante prévio
aviso ao empregador e ao SESMT, inspeção nas dependências da empresa, dando
conhecimento dos riscos encontrados ao responsável pelo setor, ao SESMT e ao empregador;

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- Sugerir a realização de cursos, treinamentos e campanhas que julgar necessários para


melhorar o desempenho dos empregados quanto à segurança e medicina do trabalho;

- Convocar pessoas, no âmbito da empresa, quando necessário, para tomada de


informações, depoimentos e dados ilustrativos e/ou esclarecedores, por ocasião da investigação
dos acidentes do trabalho.

COMPETÊNCIAS

- COMPETE AO EMPREGADOR:

- Proporcionar as condições necessárias para viabilizar o desempenho pleno das


atribuições da CIPA;
- Permitir que os membros da CIPA tenham tempo destinado ao cumprimento de suas
atribuições, podendo este tempo ser estipulado em acordo ou convenção coletiva de trabalho;
- Permitir e facilitar o acesso dos membros da CIPA a documentos, laudos e informações
necessários ao cumprimento de suas atribuições;
- Permitir que os sindicatos de trabalhadores, quando solicitarem, acompanhem
efetivamente o processo eleitoral da CIPA;
- Promover, garantindo qualidade, para todos os membros da CIPA, titulares e
suplentes, inclusive para o secretário e seu substituto, em horário de expediente normal da
empresa, curso de formação voltado para as características específicas do ramo de atividade e
da empresa.
- Comunicar ao órgão regional do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de
15 dias, a realização do curso da CIPA, a data e o local de sua realização e a entidade que o
ministrará.

- COMPETE AOS TRABALHADORES

- Eleger seus representantes na CIPA;


- Indicar à CIPA e ao SESMT situações de risco e apresentar sugestões para a melhoria
das condições de trabalho;
- Observar as recomendações relativas à prevenção de doenças e acidentes do trabalho
transmitidas pelos membros da CIPA.

- COMPETE AO PRESIDENTE DA CIPA


- Convocar os membros para as reuniões da CIPA;
- Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT as suas
decisões;
- Manter informado o empregador sobre o andamento do Plano de Trabalho da CIPA e
acompanhar sua execução;

- Coordenar e supervisionar, conjuntamente com o vice-presidente, as atividades da


CIPA, zelando para que os objetivos propostos sejam alcançados.

- COMPETE AO VICE-PRESIDENTE DA CIPA


- Substituir o presidente nos seus afastamentos eventuais ou temporários;

- Colaborar na coordenação e supervisão das atividades da CIPA, cuidando para que os


objetivos propostos sejam alcançados.

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- COMPETE AO SECRETÁRIO DA CIPA


- Elaborar as atas das reuniões da CIPA;
- Preparar a correspondência;
- Manter atualizado o arquivo contendo todos os documentos necessários ao adequado
funcionamento da Comissão;
- Realizar as demais tarefas que lhe forem atribuídas pelo presidente ou pelo vice-
presidente da CIPA.

Mapas de Riscos Ambientais

Definição:

É uma representação gráfica decorrente de uma avaliação dos riscos ocupacionais


existentes nos locais de trabalho, baseado no lay-out da empresa. Os mapas de riscos devem
estar em local visível de modo que conscientize os trabalhadores sobre os riscos a que estão
expostos dentro do setor e/ou estabelecimento. Deve ser observado no mapa:

 O grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada na Tabela da NR. 05
 O número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro do círculo;
 A especificação do agente, que deve ser anotada também dentro do círculo;
 A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser
representada por tamanhos diferentes de círculos.

Objetivo:

O objetivo do Mapa de riscos é reunir as informações necessárias para estabelecer o


diagnóstico da situação de segurança e saúde do trabalho na empresa, e possibilitar, durante a
sua elaboração, a troca de divulgação e informações entre os trabalhadores, bem como
estimular sua participação nas atividades de prevenção.

Etapas de Elaboração do Mapa de Riscos

Conhecer o processo de trabalho no local analisado:


 Os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamento profissional e de segurança e saúde;
 Os instrumentos e materiais de trabalho;
 As atividades exercidas;
 O ambiente.

Identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a classificação da tabela;

Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia:


 Medidas de proteção coletiva;
 Medidas de organização do trabalho;
 Medidas de proteção individual;
 Medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouro,
refeitório.

Identificar os indicadores de saúde:


 Queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos;
 Acidentes de trabalho ocorridos;
 Doenças profissionais diagnosticadas;
 Causas mais freqüentes de ausência ao trabalho.
 Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;

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 Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o lay-out da empresa, indicando através de círculo.


 Responsabilidade Pela Elaboração do Mapa de Risco

O Mapa de Riscos será executado obrigatoriamente pela CIPA, através de seus membros,
após ouvidos os trabalhadores de todos os setores produtivos da Empresa, e com a colaboração
do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT da
empresa (quando houver), devendo o mesmo ser refeito a cada gestão da CIPA.

Tabela I - Anexo IV

Classificação dos Principais Riscos Ocupacionais em Grupos, de Acordo com a sua Natureza
e a Padronização das Cores Correspondentes.

Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV Grupo V


Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de
Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes

VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL

Gradação de Riscos

A partir de uma planta baixa de cada seção e/ou estabelecimento, serão levantados todos
os tipos de riscos, classificando-os por grau de perigo: PEQUENO, MÉDIO E GRANDE.

Representação Gráfica do Risco


Identificação
EX: Do Risco
POEIRA
Cor: Vermelha
15
Nº de
PEQUENO MÉDIO GRANDE. Trabalhadores
Expostos
Cores de Riscos

Serão agrupados em cinco grupos classificados pelas cores: verde, vermelha, marrom,
amarela, e azul. Cada grupo corresponde a um tipo de risco: Físico, Químico, Biológico,
Ergonômico e de Acidentes, respectivamente.
Observação: É preciso deixar bem claro que os itens que serão levantados no mapa não
são críticas à empresa ou pessoas, mas uma constatação de que os mesmos prejudicam o bom
andamento da seção e, portanto devem ser identificados, avaliados e controlados.
Ao estabelecer que a intensidade dos riscos, de acordo com a percepção dos trabalhadores,
deve ser representada por tamanhos proporcionalmente diferentes de círculos, a legislação
enfoca o aspecto quantitativo e explicita que programas de redução dos riscos devam ser
realizados.

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NR 06_EPI /EPC - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

Equipamento de Proteção Coletiva - EPC

São equipamentos instalados nos locais de trabalho para dar proteção a todos que ali
executam suas atividades. Serão implantados sempre que os agentes ambientais oforecerem
riscos sobre a saúde e o bem estar do trabalhador e que de alguma forma venha interferir no
meio ambiente, com a finalidade de diminuir o impacto sofrido pelo trabalhador.

Além da importância das proteções mecânicas, o campo prevencionista se preocupa


em proteger todos os locais de trabalho mediante o melhoramento do nível de iluminação, o
manuseio e armazenamento de materiais, e de outros fatores que contribuem para melhor
produtividade em um lugar onde os trabalhos são realizados mais seguramente.

Os Equipamentos de proteção coletiva- EPC, devem ter prioridade sobre os de uso


individual, pois os mesmos apresentam proteção eficaz de um grupo, devendo só ser adotado
EPIs no limte da capacidade de proteção do EPCs.

São exemplos de EPCs.

• Sinalização de Segurança;
• Equipamentos de incêndio;
• Exaustores;
• Filtros;
• Chuveiro de Emergência;
• Lava Olhos;
• Cabine de Pintura:
• Barreiras e Sistemas de Isolamento.

Equipamento de Proteção Individual - EPI

São equipamentos de uso pessoal que visa diminuir a lesão do trabalhador em caso
de acidentes, de fabricação nacional ou estrangeira. Serão adotados sempre que as medidas de
proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra
riscos de acidentes do trabalho e/ou doença profissionais e do trabalho; enquanto as medidas de
proteção coletiva estiverem sendo implantadas e/ou em situações de emergência.

Todo equipamento possui uma vida útil devendo desta forma, ser observada, pois
quando danificados, não protegem de maneira adequada.

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De modo Geral, o EPI deve ser considerado:


 Como medida complementar a uma medida de proteção coletiva;
 Como medida de proteção, quando outros meios de ordem geral não forem praticáveis;
 Como medida de proteção, para trabalho em condições eventuais, em que o tempo de
exposição é geralmente curto.

De acordo com o conceito Prevencionista, as proteções Individuais não previnem acidentes,


mas evitam lesões.

Exemplo: Uma ferramenta ao cair do alto de um andaime atinge o capacete de um


trabalhador. O capacete ficou danificado, mas o trabalhador saiu ileso. O que o capacete evitou:
O acidente ou a lesão? Evidentemente só a lesão foi evitada. A queda da ferramenta, o impacto
contra o capacete não foram evitados. Em suma, o acidente ocorreu e, a lesão foi prevenida.

De qualquer forma, o uso do EPI deve ser limitado, procurando-se primeiramente eliminar
ou atenuar o risco, mediante a adoção de outras medidas de ordem geral. Devemos lembrar
ainda, que uma medida mecânica de proteção é mais efetiva que uma proteção dependente do
comportamento humano.

Seleção do Equipamento de Proteção Individual

 A seleção deve ser feita por pessoal competente, conhecedor não só do equipamento
como também das condições em que o trabalho for executado;

 Conhecer as características, qualidades técnicas e, principalmente a proteção que o


equipamento deverá satisfazer;
 Verificar a sua funcionalidade.

Obrigações Legais Quanto ao EPI

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e


em perfeito estado de conservação e funcionamento.

Obrigações do Empregador:

 Adquirir o tipo adequado à atividade do empregado;


 Fornecer ao empregado gratuitamente o EPI aprovado pelo Ministério do Trabalho e
Administração;
 Responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica;
 Substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado;
Treinar o trabalhador sobre o seu uso adequado.

Obrigações do Empregado:

 Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;


 Responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
 Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso.

Obrigações do Fabricante e Importador:

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 Comercializar ou colocar à venda somente o EPI portador de certificado de Aprovação -


CA;
 Renovar o CA, o CRF e o CRI quando vencido o prazo de validade estipulado pelo MTb;
 Requerer novo CA, quando houver alteração das especificações do EPI aprovado;
 Responsabilizar-se pela manutenção da mesma qualidade do EPI padrão que deu origem
ao CA;
 Cadastrar-se junto ao MTb, através da DSST.

Classificação do EPI

Em qualquer circunstância, o uso do EPI será tanto mais útil, e trará tantos melhores
resultados, quanto mais correta for a sua indicação. Essa indicação não é difícil, mas requer certo
cuidado nos seguintes aspectos:

 Identificação do Risco: Verificar a existência ou não de elementos da operação, de


produtos, de condições do ambiente, que sejam ou que possam vir a ser agressivos ao
trabalhador;

 Avaliação do Risco Existente: Determinar a intensidade e extensão do risco, quanto às


possíveis conseqüências para o trabalhador, verificar com que freqüência ele se expõe ao risco e
quantos trabalhadores estão sujeitos aos mesmos perigos;

 Indicação do EPI Apropriado: Escolher, entre vários EPIs, o mais adequado para
solucionar o problema que se tem pela frente, contando para isto, com a assistência dos
fabricantes e com instruções apropriadas e claras.

CLASSIFICAÇÃO DO EPI
Podemos classificar os EPIs agrupando-os segundo a parte do corpo a que se destina
proteger.

PROTEÇÃO PARA O CRÂNIO:


Tem por finalidade, a proteção contra quedas de objetos provenientes de níveis elevados.
Riscos: Impactos, perfurações, choque elétrico, cabelos arrancados.

Equipamentos:
 Capacetes de Segurança

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PROTEÇÃO VISUAL E FACIAL:


Tem por finalidade, a proteção do rosto e dos olhos contra impacto e/ou respingos.
Riscos: Impactos (partículas sólidas quentes ou frias), substâncias nocivas (poeiras,
líquidos, vapores e gases irritantes), radiações (infravermelho, ultravioleta e calor).

Equipamentos:
 Óculos de Segurança: para soldadores, torneiros, esmerilhadores, durante a realização
de procedimentos em que haja possibilidade de respingos de sangue e outros fluidos
corpóreos, nas mucosas da boca, nariz e olhos do profissional, entre outros;
 Protetores Faciais: contra a ação de impacto, calor radiante, durante a realização de
procedimentos em que haja possibilidade de respingos de sangue e outros fluidos corpóreos,
nas mucosas da boca, nariz e olhos do profissional, entre outros;
 Máscaras e Escudos Para Soldadores.

PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA:

Tem por finalidade, impedir que as vias respiratórias sejam veículos de gases ou outras
substâncias nocivas ao organismo.
Riscos: Deficiência de oxigênio, contaminantes tóxicos (gasosos e partículas)
Equipamentos:

 Respiradores Com Filtro Mecânico: Oferecem proteção contra partículas suspensas no


ar, incluindo poeiras, neblinas, valores metálicos e fumos;
 Respiradores Com Filtros Químicos: Dão proteção contra concentrações leves de certos
gases ácidos e alcalinos, vapores orgânicos e vapores de mercúrio;
 Respiradores com Filtros Combinados (químico e mecânico): São usados em trabalhos
tais como pintura a pistola e aplicação de inseticidas;
 Equipamentos portáteis autônomos (de oxigênio e de ar comprimido).

PROTEÇÃO AURICULAR:

Tem por finalidade, a proteção contra o ruído na área de trabalho, desde que encontrem-se
em níveis acima dos limites de tolerância estabelecidos.

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Riscos: Surdez, cefaléia, irritabilidade, stress.

Equipamentos:
 Protetor Auricular Tipo Inserção;
 Protetor Auricular Externo, ou Tipo Concha, ou Abafadores de Ruídos.

PROTEÇÃO DO TRONCO:
Devem ser utilizados durante os procedimentos com possibilidade de contato com material
biológico, inclusive em superfícies contaminadas, entre outros.

Riscos: Projeção de partículas, calor radiante, chamas, respingos de ácidos, abrasão,


substâncias que penetrem na pele, umidade excessiva.

Equipamentos:
 Aventais de Couro: Para trabalhos de soldagem elétrica, oxi-acetilênica e corte a
quente. Também são indicados para o manuseio de chapas com rebarbas;
 Aventais de PVC: Para trabalhos onde haja manuseio de peças úmidas ou risco de
respingos de produtos químicos;
 Aventais de Amianto: Para trabalhos onde o calor é excessivo.

PROTEÇÃO DE MEMBROS SUPERIORES:


Devem ser utilizados sempre que houver possibilidade de contato com sangue, secreções,
mucosas, substâncias químicas, entre outros.
Riscos: Golpes, cortes abrasão, substâncias químicas, choque elétrico, radiações
ionizantes.

Equipamentos:
 Luvas Cirúrgicas: Para serviços de contato com sangue, secreções, com mucosas ou
com áreas de pele não íntegra (ferimentos, escaras, feridas cirúrgicas e outros);
 Luvas de Couro (vaqueta ou raspa): Para serviços gerais de fundição, cerâmicas,
montagem de motores, manuseio de materiais quentes, carga e descarga de materiais;

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 Luvas de Borracha: Para eletricistas e para trabalhos com produtos químicos em geral,
exceto solventes e óleos, serviços de galvanoplastia, serviços úmidos em geral.
 Luvas de PVC: Para trabalhos com líquidos ou produtos químicos que exijam melhor
aderência no manuseio, lavagem de peças em corrosivos de ácidos, óleos e graxas
(gorduras), serviços de galvanoplastia.

PROTEÇÃO DE MEMBROS INFERIORES:


Devem ser utilizados sempre que houver possibilidade de contato com substâncias
químicas, material infectante, umidade, entre outros.

Riscos: Superfícies cortantes e abrasivas, substâncias químicas, cinzas quentes, frio, gelo,
perigos elétricos, impacto de objetos pesados, superfícies quentes, umidade.

Equipamentos:
 Sapatos: Com biqueira de aço, condutores, anti - fagulhas, isolantes, para fundição;
 Botas de Borracha (e outros materiais similares);
 Perneiras (de raspa, de couro): São usadas pelos soldadores e fundidores. As perneiras
mais longas são mais empregadas em trabalhos com produtos químicos, líquidos ou
corrosivos.

PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS:

Todo e qualquer trabalho realizado acima de 02m de altura, deverá ser


executado com uso do cinto de segurança.

Riscos: Trabalho em fachadas, andaimes, telhados

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NR 07- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO

Todas as empresas que possuam empregados, independente do tamanho e grau de risco,


desde que regidos pela CLT são obrigadas a implantar o Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional - PCMSO.

A responsabilidade pela implementação desse programa é única e total do EMPREGADOR,


devendo ainda zelar pela sua eficácia e custear despesas, além de indicar Médico do Trabalho
para coordenar a execução do programa.

O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos seguintes exames médicos,
tais como: Admissional; Periódico; De retorno ao trabalho; Mudança de função e Demissional.

Para cada exame médico realizado, o Médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional -
ASO, em duas vias.

A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho e a segunda via será
obrigatoriamente entregue ao trabalhador , mediante recibo da primeira via.

Todo estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à prestação de


primeiros socorros, considerando-se as características da atividade desenvolvida; manter esse
material guardado em local adequado.

Ficará arquivado junto a CIPA de cada estabelecimento um cópia do PCMSO.

NR 09- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA

O objetivo do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA é a preservação da


saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e
controle de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente do trabalho, tendo
em consideração a proteção do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais.

Nas empresas que possuam o SESMT a elaboração e a implementação do PPRA poderão ser
feitas por eles ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes
de desenvolver este programa.

Para efeito deste programa consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e
biológicos.

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NR15 E 16- ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES E


PERICULOSAS
CONCEITO

Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza,
condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos (físicos,
químicos e biológicos) à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da
intensidade do agente e do tempo de exposição.

Obsevação: limite de tolerância representa a concentração ou intensidade máxima ou


mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará danos à
saúde do trabalhador durante a sua vida laboral.

ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

São considerados atividades ou operações insalubres aquelas que se desenvolvem:

a) acima dos limites de tolerância previstos para ruídos, calor, agentes químicos e poeiras
minerais;
b) sob pressões hiperbáricas;
c) com arsênico, carvão, chumbo, cromo, fósforo, hidrocarbonetos e outros compostos de
carbono, mercúrio, silicatos, substâncias cancerígenas(4 amido difenil, benzidina,
beta-naftilamina, nitrodifenil), cádmio e compostos e manganês e composto;
d) com agentes biológicos;
e) em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva;
f) em locais que exponham os trabalhadores ao frio, às vibrações localizadas ou de corpo
inteiro e as microondas, laser, ultravioleta, sem a proteção adequada.

ADICIONIAL DE INSALUBRIDADE

O exercício de trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a


percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo, equivalente a:

- 40%(quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;


- 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
- 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.

Observação Importante:

I. No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado


o de grau mais elevado, sendo vedada a percepção acumulativa;

II. A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do


pagamento do adicional respectivo;

III. No caso de atividades que envolvam insalubridade e periculosidade. ao mesmo


tempo, o trabalhador fará jus a apenas um dos adicionais, sendo vedada a percepção cumulativa;

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IV. Aos menores de 18 anos de idade é vedado o exercício de atividade insalubre;

V. O exercício atividade insalubre ou perigosa assegura ao trabalhador o direito a


aposentadoria especial(15, 20 ou 25 anos de serviço);

VI. A caracterização de insalubridade e da periculosidade é feita através da perícia a


cargo de médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.

PeRICULOSIDADE

A Norma Regulamentadora 16 - NR-16, preconisa que atividades ou operações perigosas


são aquelas em que o empregado manuseia ou tem contato permanentemente com materiais
inflamáveis, explosivos e eletricidade ou emitem radiações ionizantes.

Será também considerado em atividade perigosa o empregado que estiver trabalhando


dentro de uma denominada ÁREA DE RISCO apontada na NR-16, para cada atividade. Por
exemplo, na atividade de abastecimento de aeronave, praticada apenas por um homem, toda a
área de operação é considerada ÁREA DE RISCO. Assim, todos os auxiliares necessários à
operação são considerados sujeitos ao mesmo risco e, portanto, trabalhando em condições de
PERICULOSIDADE.

O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30%


do salário base(salário sem as gratificações). Esta parcela é conhecida com adicional de
periculosidade.

Os estabelecimentos que mantém atividades perigosas deverão afixar nos respectivos


setores avisos e/ou cartazes com advertência quanto aos materiais e substâncias perigosas ou
nocivas à saúde.

A empresa deve anotar na carteira de trabalho do empregador o fato de ele trabalhar


em condições de periculosidade. Isto poderá evitar possíveis transtornos para o empregado no
futuro.

Sempre é bom lembrar que o recebimento do adicional de periculosidade não garanate a


segurança do empregado nem da turma que trabalha na área de risco. A perfeita compreensão
e obediência das normas de segurança, o treinamento consciente do pessoal empenhado no
trabalho, a organização do trabalho e a responsabilidade de como ele é executado, são alguns
dos fatores que favorecem a continuidade do trabalho.

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NR17- ERGONOMIA

A ergonomia é capaz de dar sustentação positiva às formas modernas de se administrar a


produção, mas também é capaz de ajudar as empresas a diminuírem a incidência dos problemas,
principalmente das lesões por esforços repetitivos , traumas cumulativos e fadiga emocional.

FADIGA FíSICA

Devemos observar que a adaptação em ergonomia sempre ocorre do trabalho para o homem.
Conclui-se que é muito mais difícil adaptar o homem ao trabalho porque a ergonomia é parte do
conhecimento do homem para desenvolver o projeto do trabalho. É fundamental ajustá-lo às
capacidades e limitações. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,
transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do
posto de trabalho e à própria organização do trabalho.

EX. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos
mínimos de conforto:

1. Altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;


2. Características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
3. Borda frontal arredondada;
4. Encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.

Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise
ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés que se adapte ao comprimento
da perna do trabalhador.

Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados
assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores
durante as pausas.

PREVENÇÃO

Algumas dicas para reduzir a probabilidade de surgimento de doenças relacionadas ao ambiente


e à rotina de trabalho:

Para os trabalhadores

• Evitar sobrecarga dos movimentoso


• Realizar movimentos de forma ergonômica e eficiente, mantendo a postura correta no
posto de trabalho
• Fazer pausas com alongamentos e evitar horas extraso Facilitar o relato precoce de
lesões ou queixas de dor
• Evitar o esforço estático e a tensão muscular resultante do estresse mental
• Comunicar às chefias os problemas que estão ocorrendo na sua rotina de trabalho

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• Estudar a mudança de função ou atividade caso a insatisfação pessoal com seu trabalho
lhe traga sofrimento

Para as empresas

• Tentar impedir aumentos súbitos no ritmo de trabalho


• Evitar que as tarefas ultrapassem a capacidade dos funcionários
• Treinar os funcionários a realizar as tarefas de forma ergonomicamente correta
• Realizar análises ergonômicas e implementar melhorias na rotina de execução das
tarefas e dos postos de trabalho
• Formar comitês de pessoal com formação em ergonomia capacitados para a
implementação de mudanças na empresa
• Procurar saber os motivos de insatisfações e problemas apresentados pelos empregados
• Demonstrar abertura para que empregados insatisfeitos com sua atividade
possam experimentar uma troca de função

FADIGA EMOCIONAL

O homem é um ser complexo. Sua complexidade não está limitada ao modo como
raciocina, faculdade por si só que já nos fascina e que ainda gera muitas dúvidas, eis que já
sabemos não ter o nosso cérebro toda a sua capacidade ainda aproveitada. Mas é o homem,
além de um ser pensante, um ser que possui sentimentos. Seu lado emocional influi
diretamente em sua vida e a vida do homem é passada em confronto direto com realidade do
dia-a-dia.

As realidades vivenciadas pelo ser humano nem sempre vão de encontro às suas
espectativas e, em tais situações,o lado emocional manifesta-se em desequilíbrio.

A incapacidade de tolerar e superar situações que ultrapassam o nível de exigências


psíquicas do ser humano se traduz pela FADIGA PSÍQUICA. Tal estado de diminuição da
capacidade funcional do homem é reversível, ou seja, se a situação vivenciada for alterada e
não houver mais a necessidade de suportar uma condição adversa, o indivíduo estará
superando este tipo de fadiga.

FATORES DE RISCO

DE CONTEXTO

Contexto é o meio no qual o indivíduo vive, ou seja, a cidade na qual mora, seu país,
sua casa, seu bairro, a condução que pega para deslocar-se, a sociedade que o cerca e a
família com a qual vive. Todos os problemas vivenciados neste meio são classificados como de
CONTEXTO.

- salário baixo;
- condições sub-humanas de vida (alimentação, vestuário, moradia, etc.)
- transporte deficiente;
- ausência de assistência médico-hospitalar;
- falta de assistência e orientação social;
- mercado de trabalho restrito;

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- desajustes familiares (quem não os têm hoje em dia ?);


- escândalos financeiros do gôverno, como desvios de verba que seriam destinadas à
construção de hospitais, escolas, etc.

OCUPACIONAIS

- chefia insegura e incompetente;


- protecionismo (fulano foi promovido por que é sobrinho do chefe...);
- perseguição e bloqueio de carreira;
- falta de retôrno da empresa perante os problemas levantados pelo trabalhador;
- salário incompatível com a capacidade do indivíduo;
- humilhações, baixarias, brigas entre a chefia e o subordinado;
- organização do trabalho
- agentes agressivos ambientais (ruído, vibração, calor, gases e vapores tóxicos, entre outros);
- rumores diversos (vão demitir um monte de gente! a empresa vai fechar!, vai mudar a
diretoria!)

NR18 -PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

A atual NR-18, publicada pela Portaria no 4, de 04/07/95, trouxe várias modificações na


legislação que estava em vigor, particularmente no que se refere ao planejamento das Medidas
Preventivas a serem estabelecidas para a realização dos trabalhos na Indústria da Construção.

ESTUDO PRELIMINAR DO CANTEIRO DE OBRAS

No estudo preliminar do Canteiro de Obras, na fase de planejamento, diversos itens de vital


importância devem ser considerados. Entre eles:

1) Ligações de água, energia elétrica, esgoto e telefone, devendo ser solicitadas, junto às
respectivas Concessionárias, as informações necessárias.

2) Localização e dimensionamento, em função do volume da Obra, de áreas para


armazenamento de materiais a granel (areia, brita, etc.).

3) Localização e dimensionamento, em função do efeito máximo previsto para a Obra, das


Áreas de Vivência, com as seguintes instalações:

· Sanitários.
· Vestiários.
· Alojamento.
· Local de Refeições.
· Cozinha (quando for previsto o preparo de refeições).
· Lavanderia.
· Área de Lazer.
· Ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50
(cinqüenta) ou mais trabalhadores.

4) Localização e dimensionamento das centrais de:

· Massa (betoneira).
· Minicentral de concreto, quando houver.

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· Armação de Ferro.
· Serra Circular.
· Armação de forma.
· Pré-montagem de Instalações.
· Soldagem e Corte a Quente.
· Outras.
5) Localização e dimensionamento dos Equipamentos de Transporte de Materiais e Pessoas:

· Grua.
· Elevador de Transporte de Materiais (Prancha).
· Elevador de Passageiros (Gaiola).

6) tapumes ou barreiras para impedir o acesso de pessoas estranhas aos serviços.

7) Verificação das diversas interferências com a comunidade e viceversa.

8) Análise cronológica da instalação do Canteiro e das atividades de


Máquinas e Equipamentos fixos, para determinar, com antecedência,
sua disposição e construção.

QUEDAS DE ALTURA As medidas de proteção coletiva contra quedas de altura ( como


bandejas, guarda-corpo e outras ) são obrigatórias e prioritárias. Em locais onde isso não
for possível, o trabalhador deve usar o cinto de segurança do tipo pára-quedista. Também
fazem parte da NR-18 as medidas de proteção coletivas contra quedas de materiais e
ferramentas sobre o trabalhador. Ver mais detalhes em: condições de trabalho na indústria
da construção.

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Instalações elétricas só podem ser feitas e mantidas por


trabalhador qualificado com a supervisão de profissional legalmente habilitado.

Em todos os ramais para ligações de equipamentos elétricos devem ser instalados


disjuntores ou chaves magnéticas independentes, que possam ser acionados com
facilidade e segurança.

As estruturas e carcaças dos equipamentos elétricos devem ser


aterradas.
Os quadros gerais devem ser mantidos trancados, com seus circuitos identificados por
escrito.

Máquinas ou equipamentos elétricos móveis só podem ser ligados através de conjunto


plugue e tomada.

Cabos e fios estendidos em locais de passagem devem estar protegidos por calhas de
madeira, canaletas ou eletrodutos.

Dentro de um canteiro de obras, as instalações elétricas provisórias devem conter


obrigatoriamente:

A-) Chave geral do tipo blindada localizada no quadro principal de distribuição, de acordo com
a aprovação da concessionária ( empresa de eletricidade ) local;

B-) Chave individual para cada circuito de derivação ( circuito secundário de distribuição ).

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C-) Chave faca blindada em quadro de tomadas.

D-) Chaves magnéticas e disjuntores para os equipamentos.

ESCAVAÇÕES E FUNDAÇÕES

Todo serviço de escavação e fundação deve Ter um responsável técnico habilitado.

As paredes de uma escavação devem ser escoradas por estruturas firmes, para garantir que
elas não cedam.

O solo ( terra, areia, granito, etc. ) retirado de uma escavação deve ser depositado a uma
distância superior à metade da profundidade prevista no projeto, medida a partir da borda do
buraco.

Escavações feitas em vias públicas ou em canteiros de obras devem Ter barreira de


isolamento e toda a sua extensão e também sinalização de advertência, inclusive à noite.

Quando se abrem tubulações com alargamento na base, a céu aberto, é obrigatório realizar
estudo do solo quando a profundidade for superior a 3.00 m.

TRANSPORTE COLETIVO DE TRABALHADORES

Os veículos mais apropriados para o transporte de trabalhadores são: ônibus, micro-ônibus,


ou similar. Em locais ou canteiros de obras que não possuam vias próprias para esses
veículos pode-se utilizar caminhões e caminhonetes, desde que apresentem as seguintes
condições de segurança:

A-) Carroceria com guardas altas e cobertura em todo o seu perímetro. A cobertura deve ficar
a uma altura de 2.10 m a partir do piso da carroceria. As guardas e a cobertura devem ser
feitas de material com qualidade e resistência suficientes para evitar o esmagamento e não
permitir que as pessoas sejam atiradas para fora.

B-) Os trabalhadores devem ser transportados com cintos de segurança do tipo de três
pontos.

C-) Equipamentos e ferramentas devem ficar em compartimentos separados, evitando que os


trabalhadores seja atingidos ou feridos em caso de freada brusca ou acidente com o veículo.
D-) Os veículos precisam ter escadas com corrimão na parte traseira, e sistema de ventilação
e comunicação entre a carroceria e a cabine do motorista.

ELEVADORES DE TRANSPORTE DE MATERIAIS (guinchos de carga)

Muitos cuidados devem ser tomados na utilização e manejo dos elevadores de carga para
evitar acidentes fatais. Os principais são:

A-) O elevador de transporte de materiais deve ser operado por trabalhador qualificado.

B-) O guincho do elevador deve possuir chave de partida e bloqueio da corrente elétrica que
impeça o seu acionamento por pessoa não autorizada.

C-) Todos os acessos à torre do elevador devem ser bloqueados por uma cancela, impedindo
a queda de trabalhadores no poço. Além disso, cada cancela deve Ter um dispositivo de

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segurança que só permita sua abertura quando o elevador estiver no nível do pavimento.

D-) As rampas de acesso ao elevador devem ter: sistema de guarda-corpo e rodapé, piso
contínuo de material resistente e fixação à estrutura do prédio e da torre. Não devem ter
inclinação descendente no sentido da torre.

E-) As torres devem Ter suas faces revestidas com tela de arame galvanizado ou material de
resistência e durabilidade equivalente.

F-) É proibido o transporte de pessoas nos elevadores de materiais.

G-) Os trabalhadores devem ser transportados pelo elevador de passageiros, conforme


determina a NR-18.

PCMAT- PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA IND. DA


CONSTRUÇÃO

São obrigatórios a elaboração e o cumprimento do PCMAT nos estabelecimentos com 20 (vinte)


trabalhadores ou mais, contemplando os aspectos desta NR e outros dispositivos
complementares de segurança.

O PCMAT deve contemplar as exigências contidas na NR 9 - Programa de Prevenção e Riscos


Ambientais O PCMAT deve ser mantido no estabelecimento à disposição do órgão regional do
Ministério do Trabalho - MTb.

O PCMAT deve ser elaborado e executado por profissional legalmente habilitado na área de
segurança do trabalho.

A implementação do PCMAT nos estabelecimentos é de responsabilidade do empregador ou


condomínio.

Documentos que integram o PCMAT:

a) memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-
se em consideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas
preventivas;

b) projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas de execução da


obra;

c) especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas;

d) cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT;

e) layout inicial do canteiro de obras, contemplando, inclusive, previsão de dimensionamento


das áreas de vivência;

f) programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do


trabalho, com sua carga horária.

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Exemplos no Canteiro de Obra

LEGENDA

1.Capacete Contra quedas de


Objetos e Pavimentação Contra
Área com Lama

2.Cinto de segurança em beirais ,


telhados e toda Atividadade
acima de 2.00 m

3. Apara Lixo
–ntermedário- 1.50 m A Cada 03
Pav.metos)
Térreo -2,50 m

4.Guarda Corpo Provisório,


Existente até a construção da
alvenaria de perímertro,

5. Tela de Proteção, Contra


quedas de objetos que se
despreedem

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PRODUTOS PERIGOSOS

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