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Magistratura - Direito Civil

(Para ir para a página clique em seu número) 2. Princípios........................................ ....17


3. Espécies................................... ..........17
Sumário
4. Diferenças e Semelhanças entre

I. GENERALIDADES........................................2 Fideicomisso e Usufruto.........................17

V. COLAÇÃO (ART. 1785 A 1795)..................18


II. ACEITAÇÃO, RENÚNCIA À HERANÇA E
CESSÃO DE DIREITOS...................................2 A. CONCEITO, ESPÉCIES E PRINCÍPIOS................18
B. BENS SUJEITOS E NÃO SUJEITOS À COLAÇÃO...18
A. ACEITAÇÃO.................................................2
C. ASPECTOS GERAIS.....................................19
B. RENÚNCIA..................................................3
C. CESSÃO DE DIREITOS...................................4
(Para ir para a página clique em seu número)
III. DOS QUE NÃO PODEM SUCEDER...........4

A. INDIGNIDADE................................................5
B. DESERDAÇÃO..............................................6
C. INCAPACIDADE PARA SUCEDER..........................6

IV. SUCESSÃO LEGÍTIMA...............................7

A. ORDEM DE VOCAÇÃO....................................7
B. DIREITO DE REPRESENTAÇÃO..........................7
C. O CÔNJUGE................................................8

D. HERANÇA JACENTE E HERANÇA VACANTE.............8

E. APARECIMENTO POSTERIOR DE HERDEIRO............9

V. SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA.................10

A. GENERALIDADES.........................................10
B. NATUREZA................................................10
C. CAPACIDADE ATIVA E PASSIVA.........................10

D. FORMAS...................................................11
1. Formas Ordinárias..............................11
2. Formas Extraordinárias......................12
3. Das testemunhas...............................12
E. CODICILOS................................................12
F. DISPOSIÇÕES TESTAMENTÁRIAS E LEGADOS.......13
G. INTERPRETAÇÃO DO TESTAMENTO....................14
H. INEXECUÇÃO DO TESTAMENTO........................14
1. Revogação.........................................14
2. Caducidade........................................15
3. Invalidade...........................................15
I. DO DIREITO DE ACRESCER (ARTS. 1710 A 1716)
..................................................................16
1. Entre co-herdeiros..............................16
2. Entre co-legatários.............................16
J. SUBSTITUIÇÃO TESTAMENTÁRIA.......................16
1. Conceito.............................................17
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A sucessão abre-se no lugar do


domicílio do falecido (CC., art. 1578).
DIREITO DAS Obs.: espólio é termo equivalente ao de

SUCESSÕES herança, e não engloba a meação do cônjuge;


monte-mor, porém, engloba a herança mais a
meação do cônjuge.

I. GENERALIDADES
II. ACEITAÇÃO, RENÚNCIA À
Abre-se a sucessão com a morte do
autor da herança; a este chama-se de cujus , HERANÇA E CESSÃO DE
em razão de uma expressão latina que
começava - ou terminava - em de cujus DIREITOS
successionis aggitur, ou seja: (algum) de cuja
sucessão se trata).
No momento da morte do auctor A. Aceitação
succesionis, seus bens transferem-se ispo facto
Características:
para seus sucessores legítimos ou
 a aceitação consiste na manifestação de
testamentários; o inventário visa apenas a
vontade do herdeiro no sentido de receber a
formalizar tal transferência, pois os herdeiros já
herança resultante da morte de seu autor.
são proprietários e possuidores dos bens da
Consiste num negócio jurídico unilateral,
herança. Assim, poderão eles, isoladamente,
que pode ser tácito ou expresso;
promover os interditos possessórios para
 a aceitação da herança pode ser expressa,
defender a herança de qualquer esbulho; e,
tácita ou presumida; vai ser expressa
quando for apenas um deles o defensor do
quando o herdeiro o fizer por escrito (art.
patrimônio, fá-lo-á de todo ele, e não apenas da
1581, par. 1º); será tácita quando praticar
parte que lhe toca. Tal princípio, dito da saisine,
atos compatíveis com o caráter de herdeiro
encontra-se no art. 1572, verbis:
(art. 1581, par. 1º); e presumida no caso do
Art. 1572:
art. 1584, em que um dos herdeiros dá um
"Aberta a sucessão, o domínio e a posse da
prazo para o outro aceitar ou não a
herança transmitem-se desde logo, aos
herança: no seu, essa é presumida aceita.
herdeiros legítimos e testamentários."
Não serão havidos por aceitação tácita o
Os bens, por outro lado, transferem-se
pagamento dos funerais, nem os atos que o
tais como se encontrarem no momento da
herdeiro praticar de mera conservação ou
morte do de cujus ; se estiverem esbulhados, é
administração dos bens (art. 1581, par. 2º);
nessa condição que são transmitidos aos
Obs.: no direito romano, a aceitação deveria
herdeiros.
ser expressa; por outro lado, não se falava de

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sucessão legítima quase, apenas da como ficaria aquela parte da herança que já
testamentária. teria comunicado ao cônjuge do herdeiro?
 não pode haver aceitação condicional; Uns acham que, por isso mesmo, deveria
ele renunciar também; outros entendem
 engloba a totalidade da herança, embora,
que, uma vez que a renúncia efetuada pelo
por força do art. 1583, o herdeiro que for
herdeiro tem efeitos retroativos, estes
igualmente legatário poderá aceitar a
impediriam na origem a transmissão da
herança e renunciar aos legados, ou,
meação ao seu cônjuge);
aceitando estes, repudiar aquela.
 não se sujeita a termos ou condições; não
 a aceitação, em princípio, é irrevogável:
pode ser parcial;
semel heres, semper heres; todavia, pode
ser retratada, se não houver prejuízo aos  pode após a aceitação? Só se aquela for
credores do herdeiro então renunciante. anulada por coação ou dolo;

 pode ser espontânea ou provocada por  anulável por dolo, coação e erro;
quaisquer dos outros herdeiros;
 não implica direito de representação; o
 o direito de aceitação transmite-se aos quinhão do renunciante acresce aos demais
herdeiros do herdeiro; da mesma classe. Na sucessão
testamentária, se não foi nomeado
 anulação da aceitação funda-se apenas no
substituto para o herdeiro instituído, a parte
dolo ou na coação; o erro não pode ser
dele se soma à dos demais herdeiros
invocado.
testamentários, e só na falta desse é que se
 pode dar-se direta ou indiretamente destinará aos herdeiros legítimos; porém,
(cônjuge, procurador, gestor de negócios, se o legado for certo, o bem que o integra
credores). vai diretamente para os herdeiros legítimos.
 o herdeiro aceitante responde pelas dívidas
do espólio dentro das forças da herança  o agente deve ser capaz (maior de 21 anos,
que recebeu. emancipado ou casado). A capacidade aqui
não é só a genérica, como também a
B. Renúncia necessária para alienar (embora não se
trate propriamente de uma alienação, mas
Características de uma diminuição patrimonial). Há quem
 é também um negócio jurídico unilateral, e diga que se exige, no ato de renúncia, a
deve ser sempre expressa (art. 1581, outorga uxória.
segunda parte), seja por termo nos autos ou
 mas o menor somente pode renunciar por
por escritura pública.
seus representantes legais, ouvido o
 seus efeitos retroagem à abertura da Ministério Público e mediante autorização
sucessão (é uma ficção jurídica); judicial.
 independe da aceitação dos outros  pode dar-se mediante procurador com
herdeiros, bem como do cônjuge do poderes especiais;
renunciante (discutível! Põe-se o seguinte
 pode ser anulada pelos credores do
problema: em sendo retroativa a renúncia
renunciante, e estes sequer precisam
ao momento da abertura da sucessão,

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provar a fraude, a qual se presume, nesse outrem (mas quem paga não são os
caso; mesmos sujeitos);

 quem renuncia à herança pode receber o  pode ser por escritura pública, termo nos
legado a ele destinado, e vice-e-versa; autos ou instrumento particular1. Pode
resultar também de partilhas
 difere-se da cessão de direitos; nesta, o
desequilibradas (o professor não concorda,
herdeiro aceitou a herança e posteriormente
mas essa é a prática); se, porém, for
a destinou a outrem (que pode estar fora da
posterior à partilha, será uma compra e
linha sucessória); naquela, o herdeiro é
venda ou uma doação normal, pois daí os
havido por inexistente, e os bens que lhe
bens já estarão individualizados.
caberiam seguem o curso normal da linha
vocacional hereditária. Todavia e aqui uma  o cedente deve ter capacidade civil e para
observação que a prática me deu - embora alienar; necessário outorga uxória;
não se confundam, muitas vezes as
 o cedente não assume os ricos pela evicção
renúncias à herança convertem-se em
(já se viu que é um negócio jurídico
cessões de direitos, em razão da intenção
aleatório; o cedente não assume, pois, os
dos herdeiros "renunciantes" de beneficiar
riscos que desconhece - um herdeiro
alguém em específico e que está fora da
desconhecido, por exemplo -, e o terceiro
seqüência hereditária (o que não se permite
adquirente vai pleitear contra o espólio);
na renúncia). É por essa razão que se criou
mas, se for o caso, pode-se falar em
a diferenciação entre renúncia abdicativa (a
indenização do cessionário pelo cedente.
pura e simples, a renúncia de verdade) e
 a cessão pode ser feita a terceiros,
renúncia translativa (que é uma cessão de
direitos); a diferenciação é importante estranhos à ordem vocacional, mas os co-
herdeiros têm direito de preferência (para
sobretudo para efeitos fiscais, pois a
primeira não gera imposto de transmissão, esse fim, a viúva não é terceiro), como
também pode ser para qualquer um dos co-
e a segunda os gera, e em dobro - um pela
aceitação e outro pela cessão. herdeiros.

C. Cessão de Direitos
Características
 é um ato translativo de bens e negócio
jurídico aleatório; assim, só pode efetuá-la
o herdeiro que já recebeu a herança - e
este não responde pela evicção;
III. DOS QUE NÃO PODEM
 pode ser gratuita (equivalente a uma
doação), ou onerosa (equivalente a uma SUCEDER
compra e venda ou a uma permuta);

 como já visto acima, envolve duas


1
tributações, uma pela aceitação de herança Melhor é fazê-lo por escritura pública ou
termo nos autos - Maria Helena Diniz afirma
e outra pela sua transmissão posterior a que deve ser feita por escritura pública, pois a
herança é considerada bem imóvel na nossa
lei)
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 a decisão condenatória, uma vez existindo,


A. Indignidade
embasará o pedido de indignidade do
Art. 1595: herdeiro.
"São excluídos da sucessão os herdeiros ou
Obs.: há quem entenda que a instigação ao
legatários:
suicídio deve ser considerada como o
I - que houverem sido autores ou cúmplices em
homicídio para fins de enquadramento nos
crime de homicídio voluntário, ou tentativa
casos de indignidade.
deste, contra a pessoa de cuja sucessão se
A iniciativa da ação poderá ser de
tratar;
apenas um herdeiro, e os outros farão com ele
II - que a acusarem caluniosamente em juízo,
não litisconsórcio necessário, apenas
ou incorrerem em crime contra sua honra;
facultativo. Deve ser proposta em quatro anos,
III - que, por violência ou fraude, a inibiram de
a contar da abertura da sucessão.
livremente dispor de seus bens em testamento
Se o autor da herança perdoou o
ou codicilo, ou lhe obstaram a execução dos
ofensor, este recebe a herança (art. 1597).
atos de última vontade."
O herdeiro declarado indigno precisa
restituir os frutos percebidos do espólio - art.
Art. 1596:
1598; deve, no entanto, ser ressarcido pelas
"A exclusão de herdeiro, ou legatário, em
despesas que teve na conservação do bem,
qualquer desses casos de indignidade, será
pois a indignidade não permite o
declarada por sentença, em ação ordinária por
enriquecimento ilícito dos demais herdeiros (art.
quem tenha interesse na sucessão."
1601).
Não basta somente a sentença criminal.
Art. 1599:
Quanto à influência do juízo criminal sobre a
"São pessoais os efeitos da exclusão. Os
sucessão, tem-se que:
descendentes do herdeiro excluído sucedem,
 a prova da indignidade pode ser produzida
como se ele morto fosse."
apenas no cível; não há necessidade de
Assim, há direito de representação
prévia decisão penal;
relativamente aos herdeiros do excluído.
 se esta, no entanto, existir, e absolver o réu A sentença que decidir pela indignidade
por uma excludente de ilicitude ou do crime tem efeitos ex tunc, mas:
em geral, não poderá a indignidade ser Art. 1600:
reconhecida na seara civil, em face do que "São válidas as alienações dos bens
dispõe o art. 1525 do CC. hereditários, e os atos de administração
legalmente praticados pelo herdeiro excluído,
Art. 1525:
antes da sentença de exclusão; mas aos co-
"A responsabilidade civil é independente da
herdeiros subsiste, quando prejudicados, o
criminal; não se poderá, porém, questionar
direito a demandar-lhe perdas e danos."
mais sobre a existência do fato, ou quem seja o
Art. 1602:
seu autor, quando estas questões se acharem
"O excluído da sucessão não terá direito ao
decididas no crime."
usufruto e à administração dos bens, que aos
 a extinção da punibilidade, porém, não tem
seus filhos couberem na herança, ou à
o mesmo efeito, não influenciando no juízo
sucessão eventual desses bens”.
cível.
Assim, se eventualmente, pela morte
desses filhos, seus bens tocarem a sua mãe

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(tendo sido o pai excluído), tais bens não


comunicarão ao seu cônjuge indigno. ¿Mas e As semelhanças e diferenças básicas
cessão gratuita dos herdeiros ao pai? Poderia entre o instituto da indignidade e o da
ser reconhecida como fraude. deserdação são as seguintes:
a) ambos visam a um mesmo fim: o de excluir
B. Deserdação da sucessão quem ofendeu o seu autor,
segundo as formas expressas na lei; e, em
Não se confunde com a indignidade.
ambos os casos, os sucessores do indigno
Art. 1741:
ou do deserdado herdam como se ele
"Os herdeiros necessários podem ser privados
morto fosse.
de sua legítima, ou deserdados, em todos os
mas:
casos em que podem ser excluídos da
b) b) a indignidade tem um elenco exaustivo
sucessão."
no art. 1595; já a deserdação repousa na
Art. 1742:
vontade do testador, desde que motivada;
"A deserdação só pode ser ordenada em
c) a indignidade é própria da sucessão
testamento, com expressa declaração de
legítima, não obstante alcance os herdeiros
causa."
testamentários; a deserdação só se opera
Obs.: se a causa alegada pelo testador
na sucessão testamentária;
não for provada, é nula a disposição (art. 1743).
d) a indignidade priva da sucessão os
Art. 1744:
sucessores legítimos e testamentários; a
"Além das causas mencionadas no art. 1595
deserdação, somente os necessários
(indignidade), autorizam a deserdação dos
(ascendentes e descendentes).
descendentes por seus ascendentes:
e) a iniciativa, na indignidade, é dos herdeiros
I - ofensas físicas;
e interessados na sucessão; na deserdação,
II - injúria grave;
é do próprio testador (embora ela precise
ser confirmada em juízo).
III - desonestidade da filha que vive na casa
paterna (revogado pela CF);
C. Incapacidade para
IV - relações ilícitas com a madrasta, ou o
padrasto; suceder
V - desamparo do ascendente em alienação
Não podem suceder também:
mental ou grave enfermidade.
a) as pessoas não concebidas até a morte do
de cujus , salvo disposição sua em favor de
Art. 1745:
prole eventual de alguém (art. 1718).
"Semelhantemente, além das causas
b) pessoa jurídica de direito público externo
enumeradas no art. 1595, autorizam a
(LICC, art. 11, par. 2º);
deserdação dos ascendentes pelos
c) quem assinou o testamento a rogo pelo
descendentes:
testador, sem seu cônjuge, ascendente ou
I - ofensas físicas;
descendentes, bem como irmãos (art. 1719,
II - injúria grave;
I);
III - relações ilícitas com a mulher do filho ou
d) as testemunhas do testamento (art. 1719,
neto, ou com o marido da filha ou neta;
II);
IV - desamparo do filho ou neto em alienação
mental ou grave enfermidade.
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e) a concubina do testador casado (art, 1719, "A sucessão legítima defere-se na ordem
III); seguinte:
f) o oficial público, civil ou militar, nem o I - aos descendentes;
comandante, ou escrivão perante quem se II - aos ascendentes;
fizer, assim como o que fizer, ou aprovar o III - ao cônjuge sobrevivente (e companheira:
testamento (art. 1719, IV). vide Lei 8.971/94);;
g) animais ou coisas inanimadas - mas podem IV - aos colaterais;
estas ser objeto de encargo a legatários. V - aos Estados, ao Distrito Federal ou à União.
Deve o herdeiro, portanto, ser pessoa
física, pessoa jurídica (salvo as de direito
público externo), nascituro ou prole Tal ordem deveria ser alterada, para
eventual. colocar o cônjuge em segundo lugar na
vocação (não se justifica que os pais recebam,
Por fim, dispõe o art. 1720 do CCB: e não o cônjuge).
Art. 1720: Obs.1: O parentesco pode ser:
"São nulas as disposições a favor de  por consangüinidade;
incapazes, ainda quando simulem a forma de
 por afinidade (resultante do casamento);
contrato oneroso, ou os beneficiem por
interposta pessoa."  civil (adoção)

Obs.2: Cônjuge não é parente, e o parentesco


por afinidade somente tem efeitos para fins de
impedimentos matrimoniais, não influindo na
cadeia sucessória.
Obs.3: Com a CF, art. 227, par. 6º, a distinção
entre os filhos - adotivos, adulterinos,
incestuosos, legítimos, ilegítimos, etc. - caiu por
IV. SUCESSÃO LEGÍTIMA
completo (quanto, por exemplo, ao adotivo
herdar por metade, se o casal viesse a ter
filhos, ou então nada herdar, se os já tivesse no

A. Ordem de Vocação momento da adoção). Deve-se, no entanto,


pensa o professor, respeitar o ato jurídico
Assim chamada porque decorre da lei, perfeito - ou seja: para as adoções anteriores à
enquanto que a testamentária advém da CF, respeitam-se os efeitos que a lei de então
vontade do testador (não totalmente, porém: há lhes dava (data do ato, não da morte).
limites para ela).
Sempre que o de cujus morrer ab Obs.4: Hoje, duas formas de adoção: a do
intestato, aplicam-se as regras da sucessão ECA, para crianças e adolescentes, e a do CCB
legítima (arts. 1603 a 1625). para os maiores de 18 anos.
A ordem da vocação hereditária consta
2

no art. 1603: B. Direito de Representação


Art. 1603:
Quanto ao direito de representação -
2
Vem do vocábulo vocare = chamar. que é aquele pelo qual a lei chama certos
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parentes de herdeiro pré-morto para suceder- a) em havendo ascendentes ou


lhes naquilo que ele sucederia se vivo fosse descendentes, e não sendo o casamento
(art. 1620) - este ocorre na linha descendente com o de cujus pelo regime da comunhão
relativamente a qualquer grau (pode haver, por universal de bens, pelo art. 1611:
exemplo, bisnetos concorrendo com filhos do  o cônjuge terá direito a 1/2 dos bens do
de cujus ); mas, na linha colateral, só se falecido em usufruto, enquanto durar a
permite para os filhos de irmãos que com estes viuvez, se concorrer com ascendentes;
concorram.
 terá, por outro lado, direito a 1/4 dos bens
Não há representação de ascendentes,
do falecido, em usufruto, se concorrer com
mas pode haver bifurcação da herança de
descendentes.
acordo com as linhas materna e paterna, com
b) em caso de separação de fato, se a
os ascendentes de cada uma recebendo o que
seu filho ou filha receberia se vivo fosse. herança se destinaria aos colaterais,
recebe-a o cônjuge; agora, se o de cujus
Há - já se viu - representação de
herdeiros indignos e deserdados. vivia em união estável com outra, daí
afasta-se o cônjuge (note-se: não se fala
Quando todos os herdeiros estão no
mesmo grau, não há representação, mas em meação, mas em direitos sucessórios).
c) se o regime era o da comunhão universal, o
percepção da herança por direito próprio e por
cabeça; a representação somente ocorrerá cônjuge terá direito, enquanto durar a
viuvez, ao direito real de habitação sobre o
quando houver herdeiros de graus diferentes
(não de classes) concorrendo entre si, sendo bem em que reside.
E a união estável: gera direitos
que os de grau mais remoto estarão herdando
por estirpe. sucessórios? Pela Lei 8.971/94, sim, nas
mesmas condições, se o companheiro
Obs.: tio e sobrinho no mesmo grau: sobrinho
exclui o tio. O professor disse que isto se deve colaborou na formação da herança, que o
cônjuge, inclusive quanto ao usufruto (neste
a uma presunção da lei de que o de cujus teria
maior afinidade com o sobrinho do que com o caso, até que obtenha nova união).

seu tio, mas eu penso que a razão é que a


herança sempre deve tocar a quem tem maior
expectativa de vida, e, ademais, por uma regra
vetusta advinda desde o direito grego e
D. Herança jacente e
romano: a de que herança, porque vinculada à
subsistência da família e dos deuses Lares, herança vacante
deveria sempre destinar-se, dentro da linha de
Enfim, na falta de ascendentes,
sucessão, a quem poderia zelar pela
descendentes, cônjuge e colaterais (até o 4º
permanência da família.
grau), vai a herança para os Estados ou para o
Distrito Federal, segundo a sua localização; se
C. O cônjuge
os bens estivessem em um território, iriam para
O cônjuge, enquanto a sociedade a União (hoje não existem mais territórios; no
conjugal não se dissolver (o que se dá pela entanto, como se aplica à sucessão a lei da
separação ou pelo divórcio), é também data de sua abertura, se o hoje Estado-membro
herdeiro. Vejam-se as seguintes situações: era então território, os bens devem destinar-se
à União).
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Herança jacente: aquela em


relação à qual não se conhecem os herdeiros.
Herança vacante: aquela que se
destina ao Estado pela não habilitação de
herdeiros. É a conseqüência da persistência do
estado de jacência (CC, art. 1593).

E. Aparecimento posterior
de herdeiro
A ação de reconhecimento de paternidade
é: imprescritível e um direito personalíssimo
(só a pessoa pode ajuizá-la). Todavia, a petição
de herança prescreve em 20 anos a contar da
abertura da sucessão; se a investigação estiver
cumulada com este pedido, deve ser proposta
nesse prazo.

Conforme o caso, deve propor o


herdeiro olvidado no inventário uma ação de
anulação de partilha.

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- Rege a forma e a capacidade de


testar a lei do momento da feitura do
testamento; quanto às cláusulas, seu conteúdo
e capacidade testamentária, as rege a lei do
momento da abertura da sucessão.

V. SUCESSÃO B. Natureza
Trata-se de negócio jurídico causa
TESTAMENTÁRIA mortis unilateral e personalíssimo (os legatários
não precisem aceitá-lo, lembre-se).

A. Generalidades
Aspectos:
 Em Roma, a sucessão estava vinculada não pode ser conjunto (feito por duas pessoas);
profundamente à religião e à manutenção não pode ser de mão comum, ou seja,
do culto familial dos deuses-lares; daí a condicional: "testo para fulano se ele testar
importância do testamento (isso em épocas para mim";
posteriores), que era a forma mais comum deve ser feito pelo próprio testador, e não por
então de transmissão causa mortis e u'a terceiros (não admite mandato, nem o
maneira de garantir a continuidade do culto representante legal pode fazê-lo pelo
doméstico. representado);
é sempre gratuito; não pode, por conseguinte,
 O testamento é um instituto próprio do
camuflar uma compra e venda. Pode, no
direito ocidental; no Brasil, é de uso
entanto, estabelecer encargos aos beneficiários
incomum.
(os quais podem recusar o legado)
 Consiste na derradeira manifestação do é ato sempre solene, sempre formal. Faltando a
sujeito acerca de seu direito de forma, há inexistência de testamento (a forma é
propriedade. ad solenitatem)3.
 O testador, possuindo herdeiros necessários regra de ouro na interpretação do testamento
(ascendentes e descendentes), pode dispor (art. 1666): deve-se levar em conta a vontade
apenas de 50% de seus bens (sua parte do testador, mesmo nos casos de anulação;
disponível); os outros 50% estão garantidos pode ser revogado; todavia, não o podem as
a tais herdeiros. Se, por acaso, o testador cláusulas referentes a reconhecimento de
passar de tal limite, não haverá nulidade da paternidade ou de maternidade.
cláusula, nem sua ineficácia total, mas visa, por fim, a disposição final dos bens do
operar-se-á uma redução das disposições testador.
até que se adeqúem à parte disponível.
C. Capacidade ativa e
- O cônjuge, porém, não é herdeiro passiva
necessário; mas, se o testador dispuser de
todos os seus bens a outra pessoa, o cônjuge Art. 1627:
terá sobre eles direito a metade em usufruto. 3
Alguns entender haver nulidade e não
inexistência.
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"São incapazes de testar: 1. Formas Ordinárias


I - os menores de 16 anos;
II - os loucos de todo o gênero; a) Testamento público (arts. 1632 a 1637):

III - os que, ao testar, não estejam em seu  é feito perante o tabelião, e por escritura

perfeito juízo; pública;

IV - os surdos-mudos, que não puderem  deve ser efetuado à viva voz (daí porque o
manifestar a sua vontade." mudo não pode testar nessa forma), diante
Art. 1628: de 5 testemunhas;
"A incapacidade superveniente não invalida o
 tem de ser em língua portuguesa; quem
testamento eficaz, nem o testamento do
quiser testar em língua estrangeira, deve
incapaz se valida com a superveniência da
fazê-lo por testamento cerrado ou
capacidade."
particular;
Obs.:
a) somente pessoas físicas podem testar;
b) o inciso III aplica-se também ao bêbado, e Podem fazer o testamento público:

não só ao louco. Quem deve avaliar o estado  o surdo que fala, assim como o surdo que

do testador é o tabelião. não lê (art. 1636);

c) o cego pode testar; apenas não o pode fazer  também pode testar nessa forma o cego
nas formas particular e cerrada. (art. 1637); e
Capacidade Passiva:
 o analfabeto pode fazê-lo (uma das
 Podem ser beneficiárias de um testamento
testemunhas assinará o testamento por
as pessoas físicas e jurídicas (salvo as de
ele).
direito público externo);
Não podem:
 quanto às pessoas físicas, estas devem
 o surdo-mudo;
estar concebidas até o momento da
abertura da sucessão (problema dos  o mudo; e
embriões in vitro e dos efeitos sucessórios  o estrangeiro que não souber o português.
do aborto).

Quanto ao mais (concubina, proibição b) Testamento Cerrado (arts. 1638 a 1644):


de interposta pessoa, etc.) vide ponto acima  Pode ser de próprio punho ou datilografado;
sobre a incapacidade passiva e arts. 1718 a
 compõem-se de dois elementos: a cédula
1720.
testamentária e o auto de aprovação,
lavrado pelo oficial público;
D. Formas
 não é lido a ninguém; é levado ao tabelião
Formas ordinárias: testamento público; que o lacra, na presença de testemunhas;
testamento particular; testamento cerrado.
 o rompimento do lacre inutiliza o
Formas extraordinárias: testamento marítimo e
testamento (salvo quanto à cláusula de
testamento militar.
reconhecimento de paternidade ou
E ainda uma forma excepcionalíssima: a do
maternidade);
testamento nuncupativo, feito oralmente a duas
pessoas (art. 1663).  pode ser em língua estrangeira.

Podem testar na forma cerrada:


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Magistratura - Direito Civil

 todos que saibam ou possam ler;  é permitido a militares ou a outras pessoas


em campanha (médicos, repórteres,
 quem souber ler mas não puder escrever;
capelães, engenheiros, etc.).
 o surdo-mudo ou o mudo que souber ler e
 possui três formas: uma semelhante ao
escrever (art. 1642).
testamento público (art. 1660), outra
 o estrangeiro que não souber o português. semelhante ao testamento cerrado (art.
Não podem testar nessa forma: 1661), e uma última nuncupativa - oral e
 quem não souber ou não puder ler (art. perante duas testemunhas.
1641);  caduca se em três meses seguidos o
 o cego; testador esteja em lugar em que possa
efetuá-lo na forma ordinária, salvo se,
 o analfabeto.
quando o fez, seguiu as formalidades do
art. 1661, parágrafo único - anotação do
c) Testamento Particular (arts. 1645 a 1649): auditor e subscrição de duas testemunhas;
 pode ser feito em língua estrangeira, desde
 o testamento nuncupativo - efetuado
que as testemunhas a conheçam; mas não
oralmente por quem esteja em combate ou
pode ser feito por alfabeto, em código
ferido, perante duas testemunhas, não terá
Morse ou outra escrita não convencional.
valor se o testador convalescer de seus
 não admite assinatura a rogo: deve ser ferimentos.
assinado pelo próprio testador;

 pode ser, porém, datilografado.


3. Das testemunhas
2. Formas Extraordinárias Art. 1650:
a) Testamento Marítimo (1656 a 1659): "Não podem ser testemunhas em testamento:
 pode ser escrito ou ditado ao comandante I - os menores de 16 anos;
do navio em alto-mar, pelos seus tripulantes II - os loucos de todo o gênero;
ou passageiros; III - os surdos-mudos e os cegos;
IV - o herdeiro instituído, seus ascendentes e
 esse testamento caducará se não
descendentes, irmãos e cônjuge;
confirmado por uma das formas ordinárias
V - os legatários."
nos três meses que se seguirem ao seu
Obs.: falha do artigo: permite serem
desembarque (salvo se o testador morrer
testemunhas os herdeiros legítimos do testador.
nesse período);

 não vale se feito em navio atracado, ou se E. Codicilos


podia o testador dele desembarcar para
fazê-lo em terra.  em primeiro lugar, o codicilo não é uma
forma de testamento; trata-se de escrito
 possui duas formas: uma semelhante ao
particular determinando o destino, após a
testamento público (art. 1656) e outra
morte de seu autor, de seus bens de
semelhante ao testamento cerrado (art.
pequeno valor (mais ou menos um salário
1657).
mínimo), bem como especificações sobre o
b) Testamento Militar (arts. 1660 a 1663): enterro, esmolas, etc.
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Magistratura - Direito Civil

 em princípio, não se prestaria para dispor clausulado do herdeiro para o seu cônjuge,
acerca de bens dependentes de registro, caso aquele viesse a morrer sem
como veículos e telefones; descendentes e ascendentes (só a
incomunicabilidade; a inalienabilidade,
 nunca se sobrepõe ao testamento, mesmo
não);
dispondo sobre as mesmas coisas; e jamais
o revoga.  na inalienabilidade (art. 1676), em havendo
desapropriação, a sub-rogação dar-se-á
quanto ao valor da indenização paga ao
F. Disposições
herdeiro, da qual ele somente poderá retirar
Testamentárias e os rendimentos mensais;

Legados  o de cujus poderá, não obstante a regra de


que não pode ultrapassar, em suas
Regras: disposições, a sua parte disponível,
 as disposições testamentárias devem ser determinar que a legítima dos herdeiros
examinadas à luz do direito vigente à data necessários seja convertida em bens de
da abertura da sucessão. outra espécie (títulos, por exemplo).

 a instituição de beneficiários no testamento  não se fala em deserdação quando da


é sempre expressa; essa nomeação pode exclusão do cônjuge ou dos co-laterais da
ser condicional, modal com encargos ou por sucessão, pois estes não são herdeiros
certa causa (art. 1664). Pode ser também a necessários.
termo - fideicomisso.
 os legados em dinheiro devem sofrer
 tudo aquilo que não for englobado pelo correção monetária; quanto aos juros, este
testamento segue o curso normal da ordem ó correm a partir da mora da pessoa
vocacional legítima; obrigada a entregá-lo ao legatário (art.

 o testamento pode conter disposições 1693).

pessoais (reconhecimento de filhos, por  o legado em alimentos é devido desde a


exemplo) e patrimoniais. morte do de cujus (arts. 1687 e 1694).

 o testador pode gravar as legítimas dos  é nulo o legado de coisa alheia, mas se o
seus herdeiros necessários ou dos testador vier a adquiri-la, subsiste a
legatários (isso além da parte disponível) disposição - art. 1678.
com as cláusulas de incomunicabilidade,
 o legado que determinar: 100 bois da
inalienabilidade e impenhorabilidade (sendo
fazenda Tal: dar-se-ão ao legatário os bois
que estas duas últimas necessitam de
que existirem nessa fazenda no momento
justificativa). Tais cláusulas não se
da abertura da sucessão, não importa
transmitem aos sucessores do herdeiro ou
quantos forem (desde que não mais que
do legatário clausulado (as disposições
100);
testamentárias não podem reger mais de
uma sucessão).  se o testador deixou legado de coisa
determinado apenas pelo gênero e número,
 Obs.: O professor sustentou, a certa altura,
deverá ser cumprido, mesmo que essa não
que a incomunicabilidade impede, inclusive,
exista na herança quando de sua morte (art.
a transmissão ulterior do patrimônio assim
1681); se, porém, a coisa for certa, deverá
13
Magistratura - Direito Civil

existir no momento da abertura da que a compõem à data da abertura da


sucessão. sucessão, mesmo que ignoradas pelo
testador.
 se o testador deixou uma égua a alguém, e
ela estiver prenha - e não houver cláusula  se o testador dedicar à mesma pessoa duas
expressa destinando ao legatário os frutos vezes a mesma quantia, presume-se que
do animal - aquele receberá tão-somente a quis fazê-lo apenas uma vez; se houver
égua. quantias diferentes - e se conclua pela
inadvertência do testador em destiná-las ao
o legado de posse é possível, e não interrompe
mesmo beneficiário -, pagar-se-á a maior.
a continuidade para efeito de ususcapião.
 na cláusula genérica aos pobres - art. 1669
G. Interpretação do - subentendem-se favorecidos os da
localidade do testador, salvo se houver
testamento indícios de que ele pretendia beneficiar os

A regra de ouro é a do art. 1666: levar de outra localidade.

em conta sobretudo a vontade do testador.  se houver dúvida insanável quanto a uma


Eis algumas regras que visam atender a esse cláusula, deve-se interpretá-la sempre em
fim e de respeitar a mens testandis: benefício da sucessão legítima.
 para inferir a vontade do testador, pode-se
recorrer a documentos extrínsecos ao
H. Inexecução do
testamento, tais como diários, anotações,
cartas, etc. Testamento
 se uma cláusula testamentária tiver dois
Pode ocorrer devido a três razões:
sentidos, deverá prevalecer aquele que
revogação, caducidade ou nulidade.
surta efeito;

 se uma cláusula for muito obscura, será 1. Revogação


havida por não escrita.
Um testamento sempre é possível de
 se o testador beneficiar uma categoria ser revogado - autonomia da vontade do
específica (seus empregados), estará testador - e deve sê-lo por outro,
referindo-se à pessoas que existirem ao independentemente da espécie. A única
tempo da abertura da sucessão (não vale exceção a esta regra é a violação de
alegar que "já foi empregado"). testamento cerrado (art. 1749) pelo próprio

 o termo prole abrange os descendentes em testador (cuidado: mesmo que o testador peça

geral; para terceiro quebrar o lacre por ele, este


terceiro deve evitar de fazê-lo, ou então
 o termo filho abrange os filhos, as filhas e
chamar testemunhas para esse ato, pois violar
os netos;
testamento cerrado é crime).
 o termo "herdeiros" abrange os mais Somente não são revogáveis - mesmo
próximos e os mais remotos. se constantes num testamento cerrado violado -
as cláusulas de reconhecimento de filiação.
 o gênero masculino abrange o feminino;
A revogação poderá ser total ou parcial,
 se a disposição abranger uma expressa ou tácita; e, naquilo em que subsistir
universalidade, abarcará todas as coisas
14
Magistratura - Direito Civil

o testamento anterior, aplica-se este (art. 1747,  por fim, o caso daqueles testamentos
par. único). extraordinários, os quais, uma vez passado
Rompe-se o testamento se sobrevier à o prazo de lei - 3 meses - perdem a eficácia
sucessão herdeiro necessário que o testador se não forem confirmados por outro
desconhecia ou que não existia quando de sua realizado sob uma das formas ordinárias.
elaboração (art. 1750) - salvo se houver Nessa última hipótese, ter-se-á não
previsão expressa em sentido contrário. caducidade, mas revogação do testamento.
Obs.: na revogação há o problema da data do
testamento; como se não exige a aposição de 3. Invalidade
datas, pode haver dificuldades em avaliar qual
o testamento que está em vigor. a) Nulidade: são os casos do art. 145:
 incapacidade (aqui é a específica - art.
2. Caducidade 1627 - de forma que se uma mulher casa
com 14 anos e se torna emancipada,
Hipóteses:
mesmo assim não terá capacidade especial
 se o herdeiro instituído morrer antes do
para testar, que surge somente a partir dos
testador e não houver substituto designado
16 anos);
nem ocorrer o direito de acrescer por parte
 impossibilidade ou ilicitude de seu objeto;
dos co-herdeiros ou co-legatários (ver mais
adiante - "do direito de acrescer");  não observar a forma prescrita em lei
(conforme a espécie de testamento);
 a indignidade do herdeiro testamentário ou
do legatário, se não houver direito de  a lei assim o declarar: casos do art. 1630:
acrescer ou substituição testamentária testamento conjuntivo, simultâneo, de mão
relativa (obs.: a causa da indignidade deve comum, etc.
ser posterior ao legado; caso contrário, ter-
 suas disposições forem nulas: art. 1667:
se-á o perdão pelo testador da ofensa que o
beneficiário lhe causou); Art. 1667:
"É nula a disposição:
 se o a disposição testamentária for sob
I - que institua herdeiro, ou legatário, sob a
condição e esta não se verificar, ou o
condição captatória de que este disponha,
herdeiro - ou legatário - morrer antes de seu
também por testamento, em benefício do
implemento; ex: completar um curso
testador ou de terceiro;
universitário.
II - que se refira a pessoa incerta, cuja
Obs.: há cláusulas absurdas que podem ser identidade se não possa averiguar;
afastadas pelo juiz. III - que favoreça a pessoa incerta, cometendo
a renúncia do herdeiro ou do legatário; a determinação de sua identidade a terceiro;
se o bem destinado perecer ou transformar-se IV - que deixe ao arbítrio do herdeiro, ou de
substancialmente (casinha em palacete), outrem, fixar o valor do legado."
caduca o legado. Obs.: o art. 1668 relativiza essas nulidades.
 caduca também a cláusula que se referir a também são nulas as disposições que
bem a que o testador posteriormente der beneficiarem os incapazes dos arts. 1718 e
destino diverso, como aliená-lo a terceiro, 1719. Quanto à concubina, se o testador estiver
por exemplo. separado, divorciado ou em união estável, não
haverá nulidade.
15
Magistratura - Direito Civil

um problema que suscitei ao professor: o Pode dar-se entre co-herdeiros


testador que destinasse a sua parte disponível, instituídos ou entre co-legatários, nos seguintes
tendo três filhos, apenas a dois deles, por ser o casos:
terceiro adulterino (declarando isso
expressamente no testamento, como 1. Entre co-herdeiros
motivação para a disposição): tal cláusula não
Necessário:
seria inconstitucional (ou seja, absolutamente
a) Nomeação dos herdeiros na mesma
nula), em face do princípio da proibição da
cláusula testamentária;
disrciminação de filiação?
b) falta de um dos herdeiros, seja por pré-
c) Anulabilidade: casos do art. 147:
moriência, renúncia ou indignidade; salvo
 erro sobre a pessoa ou sobre a coisa. Se o
se:
erro sobre a pessoa recair, por exemplo,
 haja nomeação distinta e não conjunta, por
sobre um certo ato - ter salvo uma vez a
partes determinadas;
vida do testador - e este puder ser imputado
ao seu verdadeiro autor, convalida-se a  houver previsão de substituição pelo de

cláusula, com a correção (o professor, no cujus .

entanto, afirmou ser a mesma nula, se Na primeira hipótese, faltando o


contiver o nome expresso da pessoa herdeiro, sua parte tocará aos herdeiros
errada). Se o erro for acidental, não legítimos; na segunda, ao substituto.
importa. c) não-determinação das quotas de cada

 Também se inclui nessa hipótese - de erro - herdeiro; se a houver (exmeplo: deixo a A e

a destinação da parte disponível a herdeiro B minha herança pera que a partilhem por

necessário por ato que ele não fez. metade), a quota do herdeiro faltante
passará aos herdeiros legíitmos.
 dolo;
Obs.: os co-herdeiros receberão a parte do
 coação; outro com os encargos respectivos, salvo se

 simulação: usar o testamento para saldar forem de natureza personalíssima.

dívida, ou simular uma compra e venda.


2. Entre co-legatários
Obs.: não existe legado de dívida; há é
o legado de quitação de dívida, que no caso é a) forem nomeados conjuntamente;

um perdão para quem devia ao testador, assim b) o legado de todos recair sobre coisa certa e

como pode haver um encargo ao legatário para indivisível;

saldar tal dívida do de cujus ; mas legado só de c) no caso de legado de usufruto deixado

dívida - espécie citada por Maria Helena Diniz - conjuntamente a vários legatários, a falta

não existe. de um faz acrescer a sua parte à dos


outros; mas, se não houver essa conjunção,
ou os colegatários forem designados em

I. Do direito de Acrescer partes determinadas, o usufruto extinguir-


se-á à medida que forem faltando os
(arts. 1710 a 1716) legatários, com a consolidação da
propriedade do nu-proprietário designado.

J. Substituição
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Magistratura - Direito Civil

estabelecida pelo testador (arts. 729, 1733


Testamentária
e 1734);

 tanto o fideicomissário quanto o nu


1. Conceito
proprietário têm o direito de tomar posse
Chama-se substituição a disposição dos bens no termo fixado para a abertura
testamentária pela qual o testador designa da substituição ou para a cessação do
outra pessoa para substituir aquela inicialmente usufruto.
beneficiada no testamento, no todo ou em
b) Diferenças
parte, no caso de sua falta.
 no usufruto, há fragmentação do domínio
entre o nu proprietário e o usufrutuário,
2. Princípios
ficando aquele com a nua propriedade e
O substituto deve ter capacidade passiva este com o direito de gozar e fruir do bem;
para suceder - averiguada no momento da no fideicomisso, o fiduciário recebe a
abertura da sucessão; propriedade integral do bem, embora
não se permite substituição em mais de um resolúvel, devendo trasmití-la
grau (ou seja: substituições subseqüentes); posteriormente ao fideicomissário (que tem
 trata-se de um instituto condicional; somente uma expectativa de direito sobre
os bens abrangidos pelo instituto), o qual a
 pode dar-se de um beneficiado por vários
receberá em sua plenitude;
ou de vários por um.
 no fideicomisso, as liberalidades - para o
fiduciário e para o fideicomissário - são
3. Espécies
sucessivas; no usufruto, os direitos do nu
a) Vulgar ou ordinária: há instituição direta e proprietário e do usufrutuário são
simultânea da substituição: B substitui A na simultâneos;
sua falta;
 no fideicomisso, o testador pode designar
b) Recíproca: os herdeiros ou legatários são
por fideicomissário pessoa inexistente ao
nomeados uns substitutos dos outros;
tempo da sucessão, ou incerta; no usufruto,
c) Fideicomissária: o herdeiro (fiduciário)
não: ambas as partes que o integram
recebe a liberalidade com o encargo de
devem ser determinadas no momento da
transmiti-la a outrem (fideicomissário), após
abertura da sucessão;
certo tempo;
d) Compendiosa: misto da vulgar e da  o fideicomisso dá o direito ao fiduciário de
fideicomissária: o testador nomeia substituto gravar ou alienar o bem que lhe foi
ou para o fiduciário ou para o conferido (o adquirente, no entanto, deve
fideicomissário respeitar a cláusula), pois ele é dono; o
usufrutuário, por outro lado, não pode
4. Diferenças e Semelhanças dispor do bem nem transferir o usufruto a
terceiro, embora possa ceder seu exercício
entre Fideicomisso e Usufruto
a título gratuito ou oneroso.
a) Semelhanças
 no fideicomisso, com a morte do fiduciário,
 tanto o fiduciário quanto o usufrutuário
a propriedade do bem e o encargo
devem prestar caução, inventariar bens,
transferem-se aos seus descendentes; no
conservá-los e restituí-los na época
17
Magistratura - Direito Civil

usufruto, a morte do usufrutuário faz eles. É um instituto próprio da sucessão


consolidar a propriedade na pessoa do nu legítima.
proprietário; Pode ser em espécie - quando o
herdeiro trouxer o bem que lhe foi doado - ou
 no fideicomisso, falecendo o fideicomissário
por imputação - quando o herdeiro trouxer o
antes do termo ou antes do fiduciário,
valor equivalente ao bem, por já se ter desfeito
extingue-se o instituto, desaparecendo a
dele.
resolubilidade da propriedade do fiduciário;
O princípio que rege tal exigência é o
no usufruto, com a morte do nu proprietário,
da paridade entre os filhos (par conditio). Trata-
a nua propriedade passa a seus herdeiros,
se de obrigação imposta apenas ao
continuando o usufrutuário a usar e a gozar
descendentes, não envolvendo os ascendentes
do bem;
ou herdeiros não necessários. Os fundamentos
 no fideicomisso, não pode o fideicomissário gerais do instituto são:
dispor dos bens enquanto estes estiverem a) preservar a igualdade entre os
com o fiduciário, ao passo que, no usufruto, descendentes
o nu proprietário pode aliená-los, desde que b) a vontade presumida do doador de que ao
respeitados os direitos do usufrutuário; efetuar a doação estava adiantando a
 no fideicomisso, a prescrição dos direitos legítima do filho;
da herança corre contra o fiduciário; no c) respeito à idéia de propriedade familiar
usufruto, a prescrição corre contra o nu (idéia falha, pois a pessoa possui, até a
proprietário. sua morte, o jus abutendi sobre seus bens).

Obs.: na dúvida entre os institutos, resolve-se


pelo usufruto (Washington de Barros).
B. Bens Sujeitos e Não
Sujeitos à Colação
A Colação abrange:
 bens doados (a compra e venda não; para
isso, exige-se a concordância expressa dos
demais filhos, sob pena de anulabilidade);

V. COLAÇÃO (ART. 1785 A  dotes;

 provisões para pagar dívida de um dos


1795) filhos;

 despesas excepcionais com estudos ou de


A. Conceito, Espécies e outra ordem efetuadas em favor de um dos
filhos.
Princípios
 caderneta de poupança aberta em favor de
A colação é a obrigação que possuem um dos filhos
os descendentes de trazer ao inventário os
Mas não vêm à colação:
bens que lhe foram doados em vida pelo de
 gastos ordinários com os filhos;
cujus , com o fito de igualar as legítimas entre
 enxoval;
18
Magistratura - Direito Civil

 educação, doenças;  os casos de indignidade ou deserdação


devem ser avaliados como uma renúncia -
 defesa do filho em processo crime em que
persiste a doação, salvo no que exceder a
este não tenha sido condenado.
parte disponível (à data da doação) -,
 os frutos do bem doado. exceto se a causa da indignidade ou da
 pagamento remuneratórios por serviços deserdação já existia à época da doação,
prestados pelo filho (art. 1794). caso em que esta será anulada.

 se o bem perecer sem culpa do donatário,


C. Aspectos Gerais este não tem a obrigação de trazê-lo à
colação. Mas, e o seguro? não há dever,
 os bens colacionados não aumentam a mesmo assim, de trazer tal valor ao
parte disponível dos bens deixados pelo de inventário.
cujus ao momento da abertura da
 se perecer com culpa, o donatário torna-se
sucessão.
devedor do espólio naquilo que faltar para
 para a verificação da parte disponível, leva- igualar as legítimas.
se em conta o valor dos bens na data da
 se o donatário é o genro - ou a nora - e o
doação;
casamento for por comunhão universal de
 se o de cujus doou um bem a um filho, bens, deve todo o bem vir à colação; agora,
declarando expressamente que ele o fazia se se tratar de casamento por comunhão
de sua parte disponível, eqüivalerá tal parcial (em que os bens doados ou legados
doação a um testamento, e o filho assim a um dos cônjuges não se comunicam,
beneficiado não precisará trazer o bem à somente aqueles amealhados com o
colação (1788). Se porventura, no entanto, esforço comum) ou por separação de bens,
tenha havido um excesso dessa parte não há necessidade de colação.
disponível - verificável ao momento da
 se o ascendente doar para o neto, tendo
doação, o que se chama "parte inoficiosa" -,
filhos, não se faz a colação; agora, se os
deverá o filho reduzir a aquilo que lhe fora
netos herdarem por representação, deverão
doado - art. 1788.
colacionar aquilo que aquele a quem
 se não declarou o doador nada a esse representarem recebeu em vida do de cujus
respeito, presume-se que tal doação foi , mesmo que não tenham herdado o bem
efetuada a título de adiantamento de em questão - art. 1791; bem como o que
legítima, devendo vir à colação para efeito receberam diretamente, se concorrerem
de igualar a legítima dos descendentes; com primos e tios (ou seja: outros netos e
nesse caso, não vai interessar se a doação filhos do de cujus ).
então estava ou não dentro da parte
 se, porém, os netos herdarem por cabeça,
disponível.
deverão trazer os bens que lhe foram
 se o filho beneficiado com a doação doados, mesmo se nesta ocasião o de
renunciar à herança, deverá, não obstante, cujus tinha filhos vivos.
conferir a doação recebida para fins de
 se os cônjuges doarem conjuntamente aos
verificar-se se ela não ultrapassou a parte
filhos, far-se-á a colação por metade em
disponível do de cujus . O excesso
relação ao que falecer - art. 1795.
retornará ao monte-mor.
19
Magistratura - Direito Civil

 qualquer doação para terceiro - inclusive


herdeiros ascendentes e não-necessários -
deve ser realizada em respeito à parte
disponível, sob pena de ser tal doação
anulada (ou reduzida naquilo que a
exceder? tudo, enfim, de que o testador
dispor gratuitamente e passar a parte
disponível deve ser reduzido). Não há aqui
colação, mas mera redução do excesso.

 na colação não há propriedade condicional


ou resolúvel; o bem doado passa
integralmente à propriedade do filho, que
dele poderá dispor livremente. Se
futuramente se verificar que houve excesso
nessa doação, haverá reposição do valor
tão-somente. Também não há qualquer
direito dos demais herdeiros aos bens
doados, e o máximo que eles poderá exigir
do donatário é que o mesmo iguale as
legítimas em dinheiro.

 o art. 1776 permite a partilha em vida pelo


pai (e mãe, atenção), por ato entre vivos de
última vontade, desde que não prejudique a
legítima dos herdeiros necessários - em
geral há reserva de usufruto nesses casos.

BOA PROVA

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