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Os Homens-Livros
E o Portal do Pequi
Helena Schaffner
Jarinu - SP - 10 de Junho de 2008
Segue amostra
Do delicioso mix de
Ficção + Fantasia + Realidade!
Com cremosa cobertura sabor sabedoria!
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Resumo do conteúdo
Parte I: Aventurar-se no mundo etéreo, sem perder o contato com a realidade é uma
façanha não só deste livro, como na vida real. Parte II: Num congresso realizado no
centro da galáxia, avaliam-se os resultados obtidos com os diversos métodos para
elevação da consciência humana. Depois disto surge uma 3ª parte, não prevista e
nem imaginada: uma fantasia com rasgos de realidade ou uma futura realidade com
rasgos de fantasia? Segue amostra de leitura da página 01 a 50!
Índice provisório
Parte I
O PORTAL DO PEQUI
Parte II
OS HOMENS-LIVROS
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Naquele lugar, o céu formava aquelas cores mágicas que se imagina ver só na
Índia ou nos Andes, mas ali, no centro deste Gigante Adormecido, havia uma
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Dayka foi seguindo seus faros e um dia aportou naquela região sem imaginar
que ela seria igualmente contagiada com o vírus do mistério da Serra do
Roncador, que naquela região se chama Serra Azul.
Os mistérios são flores que florescem em jardins secretos, tendo por céu o
infinito e por alimento o desconhecido.
Às vezes, uma flor destas, por descuido, floresce num espaço entre duas
dimensões paralelas, e então algo do mistério se revela ao homem e ele
embriagado tenta encontrar o jardim desta flor misteriosa, jamais vista antes,
e inicia sua peregrinação.
E muitas vezes uma peregrinação que se inicia por um fato misterioso, acaba
levando o ser humano às portas de seu próprio coração.
E quando isto acontece o mistério cumpriu com sua função de ser o ardil para
algo não previsto ou imaginado.
Outros que já acessam a porta secreta existente em seu coração, buscam pelo
portal do coração da Terra! E estes, por vezes, têm vislumbres, ou intuições
ou então revelações a respeito.
Há os que buscam pelo portal físico: uma caverna, um lago, uma montanha!
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Mas há os que sabem que estes portais não são para os mortais que ainda não
acessaram o portal de seu coração.
Há portais que permitem um acesso a regiões que parecem acessar o coração
da Terra, mas são passagens para outras regiões.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Dayka sentiu tanta certeza naquele tom, que não ousou perguntar mais nada.
- Vamos dormir novamente. Já tivemos nossa quota de mistérios. Isto foi
apenas para instigar nosso propósito e também para nos dizer:
- Continuem! Estão no caminho certo! E o que parece longe é muito perto e o
que parece perto é muito longe!
Até Thera se impressionou com as palavras que disse num fôlego só, como que
inspirada pelo momento mágico. E foram dormir.
No dia seguinte Dayka acordou mais cedo que Thera e isto não era normal,
visto que Thera era uma excelente madrugadora. Mas tem dias que o normal
não tem espaço para se expressar. Este era um dia daqueles.
Pegou a água de uma fonte secreta no meio da montanha e esquentou para
beber seu sagrado mate, como o apelidou. Nem na Suíça deixou de comprar a
sacra erva a preço de ouro, por isto tomava somente três colheres de chá por
dia, quer dizer, sempre bem cedo. E aqui, na tierra del mate, (pelo menos o
Sul do Brasil), não usava a habitual erva em pó vendida nos mercados
brasileiros, mas sim uma especial, tipo folha, mas verde, que era muito
consumida no Uruguay e depois importada no Brasil, embora a erva provenha
daqui. Estes são aqueles mistérios do mundo comercial que nem sempre se
entende.
Esquentou a água e enquanto a Vênus estava por desaparecer naquela manhã
- de nossa visão física, claro, Dayka pressentiu algo.
Ao terminar de beber o mate e de realizar seus momentos de silêncio, decidiu
dar um passeio com o sol agora já nascendo. Foi caminhando, olhando as
árvores que tanto amava, sim, estas árvores retorcidas, esquecidas pelo
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tempo, lhe inspiravam tal amor que não entendia, muito menos quem via
naquelas árvores somente um passado pétreo. Mas tinha sido paixão a
primeira vista e nem aconteceu neste cerrado e sim a 500 km mais central do
estado de Mato Grosso, precisamente em Chapada dos Guimarães, onde teve a
pretensão de querer se estabelecer com 19 anos então. Mal sabia que ainda
viveria na Alemanha e Suíça e por outros recantos deste imenso país.
Tudo isto lhe vinha à memória enquanto caminhava sem destino, apenas
sentindo aquele chão que lhe era tão caro.
Parou de súbito para apreciar o vôo espetacular, mais que isso, o vôo mágico
de um casal de araras azuis. Cena que sempre lhe impressionou a ponto de
produzir uma espécie de de jà vu (lê-se dejávi, um i fechado - sensação de já
ter visto, derivado do francês).
Nesta manhã esta sensação foi mais forte ainda, quase concreta, pois por um
momento tinha certeza que naquele dia teria uma experiência singular. Mal
terminou de pensar isto quando viu uma bela árvore de pequi em pleno
florescimento. O sabor do pequi é algo impossível de descrever, pois é
peculiar e fortemente aromático. É tal como o cerrado: ou se ama ou não. E
ela amou aquele sabor exótico desde o primeiro beijo, sim, porque o pequi se
come de maneira quase sensual, como que mordiscando suavemente os lábios
dourados e macios da fruta, pois é somente uma espécie de pasta que
encobre uma semente dura e espinhosa que não se pode comer.
Decidiu deitar-se sob o pé de pequi para olhar aquele céu cor celeste do qual
tanta saudade sentiu nos vinte anos ausentes. Sim, vinte anos haviam se
passado, mas destes, nos últimos cinco anos vinha regularmente visitar o
cerrado para ela sagrado.
O cochilo interdimensional
Estirou uma mantinha que carregou consigo e deitou e quase adormeceu, não
fosse um barulho que a fez dar um sobressalto, pensando poder ser uma
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cobra. Mas pelo jeito não era, aliás, ela não sentia afinidade alguma com
cobras, porém não tinha medo de andar na mata do cerrado; por algum
motivo se sentia protegida.
Decidiu levantar e fazendo-o tocou no tronco de pedra do pequi e sentiu a
seiva correndo. Não pode ser, pensou. E para ter certeza se aconchegou a
árvore e aproveitou para abraçá-la docemente. Neste instante um arrepio
correu da nuca até o cóccix. E de repente tudo ficou estranho. Ainda via a
árvore, mas a paisagem havia mudado completamente. Viu uma estrada
beirando a montanha, parecia asfalto branco ou... sim, era mármore branco.
Esfregou os olhos, beliscou-se, mas parecia estar ali em carne e osso, sentia
tudo igual.
De repente um zumbido lhe chamou a atenção e olhando para o céu viu uma
mini nave de cristal ou de algum material transparente, pois podia ver o
piloto de onde se encontrava.
Ela desceu ao seu lado, suavemente, sem barulho e sem alarde. Olhou de
novo à volta e definitivamente tinha havido qualquer deslocamento
dimensional, foi o máximo que conseguiu pensar antes de se deparar com
alguém que não lhe parecia tão estranho.
- Olá Dayka! Disse o estranho conhecido sem a menor cerimônia! Há tempo
que lhe esperamos.
Dayka olhou aqueles olhos escuros, não sabia se eram azuis ou negros ou que
cor era aquela e os cabelos semiprateados, curtos, e o sorriso franco e jovial.
Definitivamente ele lhe lembrava o homem do sonho com a nave de cristal...
tido há mais de...tinha que fazer as contas...aprox. 26 anos, em Brasília onde
se passou o sonho, pois o sonho mesmo, tinha ocorrido em Santo André, numa
visita a uma tia, após seu retorno da Alemanha e isto um dia antes de seu
aniversário.
- Acho que lhe conheço também! Disse Dayka depois de se recuperar do
primeiro susto e impacto. Por algum motivo não ficou com medo, nem
nervosa.
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- Posso dar um nome que você vai entender, mas não que seja exatamente
assim, certo? A vibração dele emite sons que você terá que interpretar na sua
linguagem terrena material.
- Consigo deduzir que aqui os sons não têm estruturas gramaticais, mas o que
entendemos na nossa linguagem como mântricas, estou certa?
- Correto. Portanto o som aproximado é Athlan.
- Prazer Athlan... soa quase como atlan...te??
- Sim e tem um motivo também. Mas não posso falar tudo aqui e agora. Sugiro
irmos a um local mais adequado. Venha comigo e realize seu sonho de forma
mais real, embora não tão material ainda como deseja.
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que somos obrigados a fazer isto para continuar a nossa vida, mas que só isto
já é algo no mínimo irônico, isto é.
- De fato Dayka. É muito triste constatar a grande disparidade e a falta de
solidariedade entre os seres humanos. Não falo a nível social, pois são muitos
que praticam a verdadeira caridade, mas no nível diário, entre casais, entre
pais e filhos, entre colegas. É justo neste contexto que se mede a grandeza da
alma, ou melhor: que se pode amadurecê-la, mas, o que ocorre? Uma grande
maioria ainda prefere ver o outro como sua posse, como alguém que tem que
pensar e ser como ele próprio, ignorando completamente a beleza da
individualidade humana!
- Você falou palavras que me tocam muito e seria surpresa para mim, e não
das boas, se tal assunto não fosse parte desta estadia ou deste encontro,
porque quero supor que neste plano pode-se ver com mais segurança medidas
que podem ser implantadas e resultar em algo mais proveitoso do que o mero
ato de tentar resolver de forma empírica uma questão tão complexa, que é a
disparidade de estados de consciência na Terra ou sobre a Terra.
- Exato Dayka. Existe uma grande rede de apoio para resolver esta questão em
várias etapas, e isto de muitos séculos. Aliás, planos de evolução e de
aceleração da consciência são sempre traçados séculos antes, pois envolve
toda uma estratégia e elementos que no tempo terreno requerem sempre
muito tempo. Este é o agravante e o grande dilema inclusive para nós.
Estamos justo diante de um impasse, melhor, de uma grande finale!
- Como assim?
- Precisamos efetuar um balanço do último plano traçado e de seus resultados
para depois serem aplicados no outro planeta para o qual vão a grande
maioria que não conseguiu ser aprovada no exame final, digamos, do ginásio
da Terra.
- Ah! Entendo. A separação do joio do trigo.
- Não exatamente. Não é uma separação tão simples e baseada em morais
humanas. A moral divina tem bem outros parâmetros. Entenda a palavra:
para-metros! Para sugere além, assim como em parapsicologia (além da
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- Não Dayka. Isto é nossa home-biblioteca, ou algo similar. Aqui temos acesso
a inúmeros registros nossos e de outras pessoas, bem como de outras
épocas... enfim.
- Hmm, isto parece fascinante demais. Como num sonho. Aliás, é isto que
estou vivendo: literalmente um sonho!
- É, pode-ser dizer assim e não está de todo errado para os conceitos
humanos, aliás, até para eles entenderem. Mas veja, não são todos que tem
acesso a tudo. As restrições existem em todos os planos de existência, sempre
de acordo com o nível evolutivo e das tarefas de cada pessoa.
Assim, tenho acesso a determinados registros porque trabalho numa área
muito complexa onde necessito de vários dados para compor um programa de
trabalho. Entende?
- Bem, isto entendo sem problemas e diante do que já falamos, suponho que
sua área esteja ligada a processos evolutivos da consciência humana, correto?
- Exatamente. Especializei-me nesta área, quer dizer, estou em fase final de
uma grande pesquisa e de um grande experimento.
- Você está me deixando curiosa, aliás, me expressei mal: você está
provocando níveis de curiosidade meus altamente complexos.
- Sei disso, e também isto é apenas parte natural de sua estadia neste plano.
Afinal, Você é parte do meu projeto.
- Por incrível que pareça, isto não me soa tão estranho, pois você sabe que
tenho tentado escrever a respeito, puxando arquivos que não sabia se eram
apenas imaginações minhas, ou acessos a campos ou planos como este. Aliás,
você poderia me dizer algo sobre isto?
- Sempre há uma mescla, por mais intuitivo que seja um ser humano quando
ele tenta acessar outros planos, mas de um modo geral, você acessou
corretamente a teoria dos Homens Livros!
- Nossa! Que emoção senti ao ouvir este termo. Exatamente este que usei no
livro que escrevi. Aliás, agora eu estou entendendo algo... espera, quer dizer
que esta vivência é parte inicial do livro que sempre achei que estava
faltando?
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
- Exatamente Dayka. Mais claro do que isso, só dizer o mesmo de novo. Por
isso você sentiu que o livro não estava pronto. Você escreveu o tema central,
a essência, mas não havia começo e nem fim na sua história em termos
humanos, correto?
- Verdade! Nem o final... oras, está tão claro agora.
- É e justo agora podemos retomar o fio da meada do seu livro, quer dizer, dos
Homens Livros! Aliás, falando em agora, você sempre achou que seu amor por
mármores brancos fosse da sua suposta vida na Grécia antiga... nem sempre
se explica algum gosto curioso por meio das inúmeras vidas que uma alma
teve sobre um planeta...
- ...mas também de vidas que ela teve em outros planos?? Complementei
sorrindo!
- Certo, mas... e aqui vai a primeira revelação razão deste encontro: você
vive aqui neste plano agora! Não em outra vida.
- Espera... então a história da sueca que aparecia... que Thera me contou
poderia ser real?? Não, acho que isto é demais mesmo para quem já leu tanta
coisa estranha como eu.
- É e não é Dayka. É verdade que você tem uma parte de você que vive aqui.
Esta é sua pátria da alma, vamos definir assim para não complicar. O resto vai
se revelando aos poucos. Então, seu gosto e amor por esta região do Planeta,
seu amor pelo Cerrado, pelo mármore branco, tudo vem daqui... pois
exatamente nesta região e em outras também, existe um portal dimensional.
Acho que agora já podemos falar claramente usando os termos mais exatos
possíveis, concorda?
- Claro. Aliás, é um alívio começar a falar sobre isto de forma clara, sem
misticismos, sem rodeios. É quase como um banho de chuva de verão... aliás,
falando nisso, porque as vezes não chove quando Thera vem acampar aqui e
em volta quase ocorre um dilúvio?
- Primeiro porque Thera não deixar de ser uma das guardiãs deste local e,
portanto, tem certas proteções. Segundo porque perto de um portal
dimensional mesmo a natureza funciona de forma diferente e escapa às leis
terrenas.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Imagine a riqueza desta experiência. É algo não possível de ser avaliado por
um terráqueo de consciência mediana, ou seja, que já não tenha questionado
profundamente o sentido da dor, da diversidade de níveis evolutivos e de
elementos equivalentes.
E agora vamos fazer uma pausa maior disse Athlan repentinamente, talvez
sentindo ou vendo meu cansaço, mesmo que mínimo.
- Vamos dar uma volta, sem veículo, para você sentir este plano de forma
mais concreta.
- Que maravilha, disse eu, de fato bem animada e curiosa.
Queria ver as construções, algumas em especial, que pareciam ser iguais e
sempre no final de um destes raios que saiam do sol central, digo, da praça.
A cidade templo
Quando nos deslocamos comecei a perceber espaços, algo como ruas entre as
fatias de um raio que, pela lógica se alargava no final, formando uma quadra
de aprox. 500 metros de largura diria.
Estávamos próximos a uma e no final havia aquela construção da qual
comentei.
- Dayka, estas construções que sei chamaram sua atenção já lá do alto, são
nossos templos por assim dizer, ou para encontrar uma palavra equivalente
terrena.
- Imaginei algo assim, mas o que não entendi, por que tantos? Em cada final
de raio existe um deles?
- Sim, é porque não são templos comuns, ou como na Terra. São 12 raios e
cada templo simboliza um aspecto do raio da alma, um espectro. Este, por
exemplo, é o templo da sabedoria. Aqui são realizadas algo como cerimônias
diárias para agilizar a sabedoria na Terra.
- Espera Athlan, porque só na Terra?
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- Porque esta cidade não é bem uma cidade. É uma espécie de monastério ou
cidade santa, como vocês também a definiriam. Ela tem como propósito servir
e ajudar o planeta Terra em todas as áreas da vida. Portanto, neste plano
onde nos encontramos, vibra dentro de uma faixa que permite realizar um
trabalho livre de interferências mentais ou sutis em geral vindos da Terra,
principalmente porque esta região é pouco habitada. No passado totalmente
inabitada. Somente agora começamos a ter alguns problemas visto que o
movimento tem aumentado não só em termos de tráfego, mas de visitas ao
cerrado, com os grandes desmatamentos com fins agrícolas e agora de criação
de gado, enfim, precisamos nos proteger, coisa que no passado não era
necessário. É provável até que o Cerrado venha a perder sua condição de
sagrado em função de tanto desmatamento, dos venenos usados nas
plantações e do sangue e dor vertido pelos matadouros. Poucas áreas vão
poder preservar sua pureza e claro, sua beleza, concluiu Athlan com uma
profunda tristeza no olhar.
E eu suspirei e não pude deixar de verter umas lágrimas, pois por alguma
razão que desconheço, sinto muito facilmente a dor em todos os reinos. Um
dia na Suíça, ao tentar fazer um desenho simbólico da Alma do Planeta Terra –
de Gaia – não suportei a dor que senti. Tive que interromper o desenho.
Mas, voltando ao tema, disse Athlan, como não querendo se aprofundar nesta
questão neste momento: Cada templo simboliza um aspecto que tem uma
certa semelhança com as palavras chaves de cada um dos signos. Mas, como
atuamos a nível de alma, as qualidades tem outra freqüência aqui e não tem
valia para a personalidade, a não ser no sentido de amadurecê-la para ser
melhor canal para a Alma e o Espírito como vocês chamariam a Mônada, a
Centelha Divina, o Lótus Sagrado, a Rosa Mística, enfim.
Portanto, temos templos para aprimorar a ação, a vontade, a comunicação, o
zelo, a beleza, a prestabilidade, a harmonia, a profundidade, a sabedoria, o
poder, a fraternidade e o sentido do sacrifício, sempre no sentido supra-
humano, ou da alma, como já disse. Portanto, vejamos o 12: o sentido do
sacrifício não tem nada a ver com suportar dores físicas ou morais para uma
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personalidade envolvida em algum dilema, mas para uma alma que necessita
acessar o sentido do sacrifício em uma escala bem mais sutil ou subjetiva.
- Entendo claramente sua linguagem, mas e o sol central? Perguntei curiosa.
- Vamos até lá.
Caminhamos e pude ver que a harmonia era um elemento central deste
monastério. Ela exalava em cada planta, em cada estátua... sim, agora pude
ver, que cada raio possuía uma estátua-símbolo do que ele expressa. Dignas do
melhor escultor grego, que conseguiram expressar o máximo da simetria da
beleza supra-humana.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
minha cara, disse Athlan rindo da minha ingênua forma de querer “alçar os
céus com a força”...
- Tudo bem, você venceu esta, mas por que eu não poderia saber que tive
duas experiências curiosas um dia antes de dois aniversários?
- Experiências assim são como que ritos ou consagrações para haver uma
espécie de salto quântico na vida da pessoa. Na época você não freqüentava
nada, então o “universo” servia de templo e se valia de elementos oportunos
para dar-lhe uma consagração. Respondo agora já a outra pergunta sua: por
isso você não teve mais experiências assim tão singulares, digo, perto de seu
aniversário, onde se comemora a encarnação de uma alma na Terra e com ela,
sua, por vezes, complexa meta, porque você, logo depois, adentrou a uma
escola espiritual e então ela automaticamente fez este papel. E lá não preciso
lhe relembrar suas consagrações e suas igualmente importantes experiências
equivalentes, certo?
- Aha! Faz sentido... enfim, nada como perguntar...aliás, esta pergunta e sua
resposta, mais uma vez comprovaram o que captei intuitivamente um dia
vivendo ainda na Suíça:
Perguntas são chaves para abrir Portas! Aliás, isto me faz lembrar do tema do
qual me desviei, sobre o Portal do Pequi!
- De fato Dayka, vamos concluir a questão de um pé de pequi poder servir de
portal interdimensional.
O pé de pequi está por acaso numa área de passagem interdimensional. Ou
não; talvez não esteja por acaso, afinal não existem acasos. Mas fato é que
não é ele que gera a passagem, mas a favorece e por ser uma árvore de
relativo porte acaba fazendo o papel de portal. Facilita a passagem, pois
árvores também tem seu lado etérico e rudimentos de sentimentos ou do
famoso corpo astral, sideral, sentimental. Os cientistas de vocês já provaram
que plantas reagem à música e a sentimentos. Fora as experiências que quase
todos já tiveram com relação a ameaçar alguma árvore ou flor que não quer
dar frutos ou florescer. Basta ameaçar de verdade e elas frutificam em tempo
e quantidade recorde geralmente. Registramos vários casos destes.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Chegando próximo senti que algo diferente pairava neste lugar. Algo
realmente sagrado ou muito especial. Não religioso. Nem tampouco místico.
Uma atmosfera plena de paz, mais ainda do que o próprio plano oferecia
naturalmente se comparado com a vida na Terra, mesmo em meio a nossa
gentil natureza, no caso, do cerrado.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Quando terminou a citação, olhei para Athlan que mantinha o olhar fixo na
fonte, mas parou e me olhou de modo a confirmar que eu ouvira
corretamente.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Não mais exercícios, nem respirações, nem mantrans, nem rituais... sem o
aval da misericórdia agora como grande mestra final e afinal. Ela simboliza
desde então a grande prova final, o último guardião do umbral do Portal para
acessar a Divindade no Centro de cada Ser.
E se tivésseis asas de anjo e voz de profeta... mas não tivésseis o amor, de
nada serviria. Algo assim diz na Bíblia, que embora extremamente
adulterada, contém trechos originais e este creio ser um deles.
- Dayka! Vamos sair agora, disse-me Athlan pela primeira vez mentalmente.
Até então tinha a impressão que ouvia sua voz. Agora eu o ouvia sem voz... eu
já tinha tido experiências com a Voz do Silêncio e era similar, por isto não
estranhei.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Não sei quanto tempo ficamos sentados olhando o lago sereno e aves exóticas
voando no céu, naquele céu que parecia feito de brisa etérea.
Sei que jamais vou esquecer este dia.
Por toda a eternidade que há de viver minha mônada ou espírito.
Por um momento senti a grandeza deste ser que na Terra chamamos de Jesus
e entendi o que ele trouxe de tão diferente dos outros, sendo que todos os
grandes mestres e profetas tiveram um enorme peso para a evolução das
almas na Terra, mas agora entendi porque de fato posso aclamá-lo como o
último grande e o maior de todos. Ninguém expressou o amor nestas alturas e
de forma tão plena: por meio da misericórdia! Não apenas do perdão e da
compaixão. Isto foi possível por vários motivos: a grande desolação na Terra,
em que valia apenas o “olho por olho” aqui no ocidente, e no oriente, de que
tudo é carma (lei da ação e reação), e, portanto, ninguém pode mudar seu
destino... salvo desatando cada nó cármico... enquanto que Jhesu trouxe a
misericórdia que lava todas as culpas, os carmas... por vezes, num segundo!
Tal sua magnitude, tal seu poder, se conferido por alguém em quem o Pai atua
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
- Dayka! Vamos agora? Disse Athlan com muita suavidade, depois de sentir que
eu havia feito a devida assimilação de grandes insights que a presença no
templo havia despertado em minha alma. Como códigos que foram acessados
e revelados. Sim, era isto.
Muitos conhecimentos foram liberados instantaneamente dentro daquele
ambiente magnânimo, também graças às variadas experiências e leituras
desta alma peregrina. Sempre é assim: façamos nossa parte na Terra, que os
Céus, a seu tempo e a sua maneira, farão a sua parte. Mas a nossa parte é a
base, é o Vaso, onde então pode jorrar a Água Pura. Precisamos nos tornar um
Vaso Vazio para que o alento Divino possa preenchê-lo com a Água da Vida,
que é Fogo Divino!
Andamos em silêncio até a sua moradia. Não havia mais o que dizer.
Era como se o silêncio pudesse conter toda a importância do momento e só
ele o pudesse registrar fielmente. Qualquer palavra iria causar uma
desarmonia. A experiência era para ser assimilada pela alma, mesmo que
compreendida pelo intelecto humano, meu no caso, mas sem dissecá-la
demais, nem comigo, nem com Athlan. Só decodificá-la para uma assimilação
digna de um ser que não ganhou por acaso inteligência, mente e
autoconsciência!
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
- Boa idéia, preciso digerir... bem, não sei o quê, mas parece que andar vai
fazer bem.
- Comeu muito pequi no teu sonho, foi isso? Disse Thera de novo achando
graça de meu estado estranho.
Andamos e encontramos uma caverna que mesmo Thera nunca havia visto até
então. A entrada era bem discreta e imperceptível de qualquer ângulo. Por
acaso esbarramos nela.
Entramos e constatamos que era aconchegante, cabendo duas pessoas com
bastante folga. Decidimos buscar as coisas e ficar deste lado, mesmo porque
daqui se via o sol nascer com mais clareza, a mata era menor, havia quase
mesmo uma clareira.
Fizemos um chá preto em troca do café e comemos uns bolinhos de milho que
eu havia feito.
Depois alçamos nossas redes em árvores à esquerda da caverna e ficamos
apenas relaxando e sentindo o ambiente de paz e serenidade que o lugar
parecia emanar em abundância.
- Sabe Dayka, acho que este é o lugar certo para te contar algo que sei há
muito tempo, mas como nossos encontros sempre foram bem rápidos, nunca
lembrei de contar.
- Hmm, mistérios, adoro-os! Pena que não se vendem prontos ou feito bolo
para comer... desculpe, pode contar Thera!
- Contou-me um motorista antigo da viação Xavante, esta que você tanto
gosta pelos seus ônibus confortáveis e modernos, que no passado, acho que há
uns 40 anos, no tempo das jardineiras, uma moça muito loira, a quem ele
apelidou de Sueca, às vezes embarcava em algum ponto da estrada e sempre
descia neste lugar.
Imagine: se agora tem apenas umas casinhas espalhadas, na época não havia
nada a não ser cerrado.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Quase pulei da rede. Algo acordou em mim. Como uma lembrança que logo
perdeu a força. Thera riu da minha reação e disse:
- Sim, imaginei que você teria alguma reação similar, pois, sempre relaciono
esta moça a você, quando penso nesta história.
- A mim? Como assim? Perguntei mais curiosa do que nunca.
- Porque hoje nós sabemos que cada um dos nossos corpos vive na sua
dimensão ou plano. E será que aquela moça não era você em outro plano?
De repente lembrei. Lembrei de ter estado na cidade sagrada. E emudeci.
Comecei a lembrar dos detalhes e do templo central. Da misericórdia. E
imaginei ver Athlan, isto mesmo, até o nome me veio claramente à mente, ao
meu lado. Sim, na imaginação, porque não tenho vidência.
- Dayka, que foi? Ficou chocada com minha hipótese, perguntou Thera.
- Não, pelo contrário, algo me diz que pode ser real... e novamente me perdi
em meus pensamentos.
Thera ficou quieta imaginando que eu queria digerir o assunto. Sim, ela só
não imaginava o quanto!! Não sabia se devia contar agora, ou depois ou
nunca. Simplesmente não sabia.
E por não sentir o impulso e contar, me calei. Olhei de longe o pé de pequi e
sorri. Sim, eu haveria de voltar a deitar-me sob suas asas, e convidaria Thera,
pois caso ela devesse ter sua experiência, ela teria que ter a chance.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Thera saiu animada atrás de lenha e para o almoço fizemos um angu de milho
com óleo de pequi e uns ovos cozidos. Ficou muito bom.
Mas eu me sentia estranha, sem saber se devia contar ou não, quando Thera
saiu em direção do pé de pequi. Achei aquele ato curioso, afinal, estávamos
com a rede ainda montada.
Era como se ela estivesse pressentindo algo. Parou embaixo dele e olhou para
mim dizendo:
- Por um momento tive a clara impressão de ter visto alguém parado aqui.
Aliás, desde que você acordou, algo aconteceu por aqui. Eu senti. E sinto. E
decidi ver o que teria este lugar. Seria este o portal?
- Sim, disse eu caminhando na direção dela. Lembrei-me o que aconteceu
quando você contou o caso da Sueca, mas eu fiquei confusa em te contar.
Poderia soar pretensioso. Ou afinal porque eu pude ter a experiência e você
não, mas agora eu quero te dizer, inclusive para ver se você consegue acessar
o portal.
- Dayka. Acho que cumpri com minha função de lhe trazer aqui. Eu pressenti
que você poderia ter acesso ao portal e saberia identificá-lo, justo pela
história da Sueca. Um dia senti que se te trouxesse aqui com tempo, você
acharia o portal. Quando você acordou hoje cedo de um estranho sono, eu
deduzi que você havia tido um contato e o que pé de pequi poderia ser o
portal. Você sabe que eu não considero nada estranho. Também entendo tua
dúvida, pois muitas vezes estive em situação semelhante. Mas não pretendo
por isto forçar algo. Se eu tiver que ter minha experiência eu a terei, seja
hoje ou daqui a um ano.
- Que alívio em ouvir estas tuas palavras, disse eu. Agora eu sei que posso
contar contigo, caso ocorra algo estranho, ou mais estranho. Digo, contar em
termos de poder trocar, pois quem mais me compreenderia?
E dizendo isto uma brisa do nada soprou e acariciou nossas frontes fazendo os
cabelos arrepiarem.
- Uui, disse eu. Que foi isso?
- Uma brisa etérea, disse Thera. Um aviso que estamos bem protegidos e
aceitos. Esta linguagem eu aprendi. A linguagem da brisa.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
- Ah! Esta eu também conheço, desde os 19 anos! Que interessante, disse eu,
mais algo que temos em comum.
- Diga uma coisa: você acha que precisa voltar para o plano?
- Sim. Sinto que terei mais uma etapa, ou apenas terei que relembrá-la, pois
não sei se lembrei tudo.
Enquanto isto do lado etéreo Athlan observava Dayka, tornando-a receptiva a
sua presença. Ela precisava aprender a se deslocar de qualquer parte e não
apenas de um portal dimensional.
Dayka pressentiu a proximidade de Athlan, como um cego pressente a
presença de alguém. Ficou quieta, buscando por algum sinal ou imagem que
pudesse comprovar sua intuição, quando uma nova brisa soprou suave em seu
rosto. Instintivamente Dayka sorriu deste lado e Athlan do outro lado. Foi um
progresso.
- Vamos buscar mais lenha, falou Thera tirando Dayka de seu estado.
- Sim, disse alegre Dayka, sentindo que aquela experiência fazia parte de seu
futuro preparo.
O estranho arbusto
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Entramos no mesmo aparelho, mas desta vez Athlan acionou um comando que
fez um zunido a princípio. Depois se criou algo como um campo vibratório
intenso.
Relaxei totalmente tanto quanto pude. Senti que teríamos uma alteração de
freqüência. Uma viagem interdimensional mais sutil.
- Lembre-se Dayka! Lá não serei Atlhan e nem Você Dayka. Vamos vivenciar
um nível mais sutil ainda. Não sei como você será e como se chamará..
- E como voltaremos?
- Teremos ajuda competente. Quanto a isto, não se preocupe. Pode confiar.
Nada nestes planos é deixado ao acaso. Tudo é minuciosamente planejado e
preparado.
- Então, vois lá, disse eu para relaxar! (Voalá, em francês! Significa algo
como, que assim seja penso eu, mas neste caso, em português, dá para
interpretar dupla e literalmente: voa lá!!).
II PARTE
Os Homens-Livros
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Syahne seguiu rapidamente aquele Ser que de tão distinto lhe causava uma
espécie de lucidez mental jamais alcançado na Terra, em meio à matéria
densa e mesclada a tantas energias sutis diferentes. Neste sentido único o
Planeta Terra era visto de uma maneira absolutamente diferente e superior:
por representar um verdadeiro laboratório para diferentes experimentos
existenciais. De fato, dentro da grande Teia da Vida, ele representava um
caso singular: um planeta onde tudo era possível ao mesmo tempo para
diferentes estágios de consciência humana, solar, galáctica.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
- Sua presença aqui é para estimular sua função cerebral terrestre, tornando-
a mais abstrata. Sabemos da dificuldade de abstrair dentro de um plano tão
denso, por isso, aguarde aqui alguns instantes enquanto não se inicia a grande
cerimônia da coroação dos livros vivos.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Sentiu vontade de andar a volta daquela mesa que lembrava na Terra a Távola
de Arthur, o grande homem mito da atualidade terrena. Não fossem alguns
registros esparsos e muitos o teriam como mero mito. Mal sabem os homens
da Terra que mitos são frutos de uma árvore que já não existe, mas que
existiu.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Em números, talvez estivessem ali presentes três mil seres, vindos de todas as
partes do universo. Uma curiosa mistura de genes e formas e conteúdos. Era
difícil encontrar um denominador comum, a não ser a forma humana básica
como molde de vida.
Assim como uma cadeira pode ter infinitas formas, mas em todas elas se
reconhece a cadeira como forma básica, assim aqueles seres tinham todos
formas humanas básicas. Ou seja: humanos baseado no conceito terreno, pois
também o homem da Terra possui a forma humana como forma básica, mas
sua forma humana de longe é a mais perfeita, nem, tampouco a menos
perfeita. Uma etapa mediana se tivesse que definir.
Portanto, distinguiam-se ali formas quase que supremas. De uma simetria que
faria inveja aos gregos, que, com certeza, tentaram encontrar a simetria
perfeita da forma humana.
Sim, a simetria grega foi criada para inspirar a alma por meio da Beleza. O
Bom viria a ser vivido em carne e sangues humanos, por aquele ser que
chamamos de Jesus, não por ter sido mais tarde vinculado a conceitos
cristãos, mas pela magnitude de sua missão bem independente dos dogmas
que foram criados em torno de sua pessoa e profissão (no sentido do que
acreditava e viveu). Já a Verdade (da trilogia grega: o bom, o belo e o
verdadeiro), tinha sido a alma de todos os grandes seres que passaram por
esta Terra, ora encarnando num povo, ora em outro, com diferentes nomes
(Krishna, Buddha, Lao-Tsé, Platão, Maomé, Hércules, Hermes, Wiracocha,
Quetzacoal, etc.), mas com a mesma têmpera, lembrando que cada um deles
revelou um aspecto mais profundo da grande Verdade. Assim, o Mestre dos
Mestres revelou um aspecto que até então ninguém tinha podido revelar sobre
a Terra, pois a alma dos homens não estava preparada para tal potência: a
Sabedoria do Amor.
Num futuro a semente de outra Verdade será revelada pela humanidade
terrestre: a Beleza da Vontade Divina. O ser chamado na Terra de Jesus
Cristo, viveu plenamente o Amor e o ancorou no Planeta a Semente da
Vontade para ser germinada mais tarde, em outro ciclo, de forma plena.
Somente grandes Almas Amorosas podem expressar a Vontade do Pai sem ferir
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Leis Cósmicas, por isso, individualmente existem e sempre existiram Seres que
souberam Fazer a Vontade do Pai! Mas o Mestre dos Mestres a expressou num
nível jamais possível até então. Algo incompreensível para uma mente
concreta, normal. E com a Semente implantada na Terra pelo Mestre dos
Mestres, o Cristo Cósmico, a Vontade tem sido objeto de muitos problemas,
pois a plantinha está começando a crescer dentro de um solo pouco amoroso.
O Amor que deveria ter florescido plenamente sobre a Terra, foi envenenado
pelo poder dos que não querem ver a Terra transformada num belo Jardim
Cósmico.
São atributos abstratos que contém a essência da Criação. São como matrizes
que possuem em si todo o Mistério da Criação.
Depois desta exposição foi feito uma pausa e todos receberam um líquido
delicioso, de sabor delicadamente adocicado, em química terrena. Talvez
para outros fosse diferente.
A palestra tinha sido proferida pelo que presidia aquela reunião singular.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
folga é a única exigência para o progresso desta experiência. Por outro lado,
houve casos isolados, que devido a densidade do planeta em questão, não
captaram o valor de viverem suas vidas. Abdicaram da existência comum
tentando viver algo elevado, impossibilitando com isto o registro de
experiências valiosas para nossa avaliação, pois, de fato, esta seria a outra
ponta do ponto fraco deste projeto: um envolvimento total ou parcial demais!
Porém, os que hoje estão aqui nesta reunião de avaliação geral, é porque
conseguiram manter um status quo mínimo, proporcionando material para
uma análise ainda que não completa, no entanto suficiente para poder-se
deduzir o restante. Contentamo-nos com tais experiências, pois, o que está
claro há milênios para o Conselho Evolutivo Intergaláctico, é que nunca houve
um projeto que realmente fosse um sucesso total, sem falhas, ou sem grandes
falhas. Claro que houve alguns que nos surpreenderam, porque apesar de
tomarem rumos diferentes, acabaram revelando uma nova gama; isto também
aconteceu com alguns de Vocês aqui, ao nível individual.
Depois desta exposição houve uma pausa e a segunda etapa da reunião teve
início em tempos galácticos dali à uma hora, em tempo terrestre, dali a 100
horas!
Neste período pudemos passear pela bela plataforma, toda revestida de
cristal transparente, de onde pudemos apreciar as cores em um espectro
jamais imaginado pela visão humana, sim, porque o relato aqui retrata a visão
de um ser humano objeto de tal experiência.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
isso tive aquela singular intuição que se mostrou correta anos depois, ao me
ocorrer a idéia de verificá-la com mais detalhes.
- Sim Syahne, mas o mais importante na época não ficou claro!
- E isto seria?
- Que sua estadia na Terra não apenas recolhe informações para a Biblioteca
Central do Conselho Intergaláctico, mas também para nós!
- Ah é? Respondi surpresa e um pouco confusa!
- Sim, e não só isso, muitos daqui fazem papel duplo, pela...
- ...lei da economia! Completou Syahne.
- Exatamente! Sabe como na Terra se escreve um e-mail com cópia?
É mais ou menos isso num sentido cósmico e de caráter evolutivo.
Sua estadia é para nós fonte de grandes conclusões e avaliações. Este é um
dos motivos de sua insaciável curiosidade acerca de tudo que ocorre no
planeta e que tantas vezes a incomodou por achar que não deveria ser tão
curiosa em função de seu caminho espiritual escolhido na época.
- Bem, isso me conforta de certo modo, mas como eu me sinto compelida a
viver a vida na Terra de forma tão...
- ...terrena, completou Jahnion...
- ...é, eu acabei me conformando com quase tudo e agora sinto amor pela
Terra e já não consigo me imaginar viver em outro lugar, porque além de ter
aprendido muito, quero ensinar!
- Sim, notamos isto em teus registros e ficamos surpresos como a Terra cria
algo de enigmático nos seres.
- Como assim? Quis Syahne saber.
- Só posso explicar isto lendo seus registros, digo, tentando interpretá-los,
pois ler nos registros terráqueos é como querer decifrar uma complicada
fórmula que inclui física, química, matemática, e também elementos
filosóficos.
- Ora, que coisa louca, respondeu Syahne!
- De fato, mas vou tentar explicar, pois esta tentativa vai me ajudar a
encontrar o significado mais próximo dentro de minhas possibilidades e assim
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Mas também longe da Terra as horas passam... e assim foi preciso retornarem
ao grande salão.
Jahnion tentou sentar ao lado de Syahne, mas alguém o chamou e acabou
perdendo a oportunidade. Syahne até preferiu, pois precisava elaborar um
pouco este encontro tão inesperado e direto. Tudo que no passado lhe
pareceu misterioso e que ela foi desatando em etapas longas e frutos de
muitos acontecimentos, Jahnion, como contrapeso, pareceu querer finalizar
com um golpe só. A velha teoria do equilíbrio. Yin e Yang. E onde estaria o
fator neutro, o fator que faz com que possamos nos libertar da grande
dualidade, no sentido de não sermos joguetes inconscientes nas mãos dela?
Syahne sentiu que deste encontro ela teria condições de avaliar melhor sua
estadia na Terra, bem como em fazer um trabalho mais objetivo, ou, quem
sabe, outro trabalho. Ela estava curiosa. Aliás, palavra que ela mais associaria
a sua vida na Terra.
- Tivemos que dividir os grupos em dez grandes temas, e isto foi algo que
facilitou não apenas as nossas conclusões, mas também as nossas futuras
ações nestes planetas e em outros.
Cada grupo, portanto, trouxe um material precioso em relação a um aspecto
da vida do planeta no qual o ser está integrado. Vamos aos resultados:
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Grupo 5: raças
- O sistema por raças tem suas belezas, aliás, é um panorama colorido, como
um tapete social altamente complexo. No entanto, como fator evolutivo se
mostrou mais um empecilho do que uma ferramenta, visto que todos querem
apenas valorizar e prestigiar a sua raça, ao invés de cada um ter notado o
óbvio: cada uma tem suas fraquezas e seus pontos fortes e eram para
aprender um do outro, mas, devido a baixa vibração da mente, a maioria
combate o outro. E por quê? Porque ambos usam as fraquezas do outro para
sua avaliação. O que se julga melhor, vê o pior no outro e o outro vice-versa.
Conclusão: não há cooperação e sim apenas confronto. Claro que isto se
repete em todos os outros grupos, mas de forma bem evidente neste. O plano
original era cada raça simbolizar um estado de consciência, portanto, quanto
mais atual a raça, mais elevada seu estado de consciência. Isto de fato
ocorre, mas não o intercâmbio que havia se planejado e sim prevalece o
orgulho, que acaba depreciando a própria superioridade da dita raça superior!
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Grupo 8: religiões
- Tem sido um desastre em grande parte o uso de religiões como fator
motivador de formar consciências! A maioria foi usada por seres de pouca
elevação e se tornaram modelos perfeitos para praticar a escravidão mental
e emocional. As que foram projetadas como ferramentas modelos,
converteram-se no contrário. Constatar isto foi um choque para muitos
membros deste conselho e quanto mais para os planetas que praticam tais
modelos. Fato é que as religiões têm sido ajudadas por todos os demais
conselhos em salvar o que há de bom, dado ao grande poder que
conquistaram, poder este óbvio, visto que foram projetadas para serem as
estrelas da elevação das consciências.
Porém, repetimos que vamos repensar o futuro delas como fonte de elevação
de consciência, dado ao fanatismo que fomentam, a escravidão de idéias fixas
por não admitirem que tudo evolui, inclusive o próprio modelo religioso! Este
fanatismo impediu que pudessem avaliar de forma sóbria e soberana os
resultados de suas façanhas desumanas, a maioria, fruto de barganhas
políticas, sociais ou materiais! O lado bom foi constatarmos de outro lado, a
fé ingênua e simples de muitos seres humanos que as usaram para se elevar.
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OS HOMENS-LIVROS E O PORTAL DO PEQUI
Helena Schaffner
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