Ocf 07

1 O Captião Fracasso | Capítulo 7
WEBTV Destino apresenta
O Capitão Fracasso
Novela de
Evana Ribeiro
Livremente baseada em
Le Capitaine Fracasse, The Fortunes and Misfortunes of the Famous Moll Flanders
e Arlequim, il servitore di due patroni
Capítulo 7
CENA 01. SOLAR WHITFORD. QUARTO DE ARTUR. INT. NOITE
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA FINAL DO CAPÍTULO ANTERIOR. ARTHUR E

ISABELLE CONTINUAM SE OLHANDO E SORRINDO UM PARA O OUTRO. ELA
SEGURA AS MÃOS DELE.
P.V DE ARTHUR. O ROSTO DE ISABELLE EM CLOSE-UP, CADA VEZ MAIS
PRÓXIMO E DIFUSO. SONOPLASTIA: A moça do sonho
CORTA PARA
CENA 02. ESTRADA. EXT. DIA
A CENA É MOSTRADA DE FORMA DIFUSA, EMBAÇADA – É UMA ALUCINAÇÃO DE

ARTHUR. P.V DE ARTHUR. ISABELLE CRIANÇA VOLTA CORRENDO DA ESTRADA,
SE APROXIMA DELE E SEGURA SUA MÃO.
ISABELLE - Você está bem?
CORTA PARA
CENA 03. SOLAR. QUARTO DE ARTHUR. INT. NOITE
CONTINUAÇÃO DA CENA 01. ISABELLE CONTINUA SEGURANDO A MÃO DE

ARTHUR. ELE, SUANDO FRIO, COMEÇA A RIR ALTO.
ARTHUR - Ela voltou! Oséias, ela voltou!

SIMONE - Ela? Ela quem?
ISABELLE LARGA A MÃO DE ARTHUR POR UM INSTANTE.
ISABELLE - Simone, ele está delirando!

OSÉIAS - Deve estar vendo a mulher dele nesse
delírio.
ISABELLE - Casado?
OSÉIAS - Não é mais. Faz quase três anos que ela
o deixou.
ARTHUR FICA TRÊMULO NOVAMENTE E ISABELLE VOLTA A SEGURAR SUA MÃO.
ISABELLE - Veja, ele tem se alimentado direito?

OSÉIAS - Muito pouco.
ISABELLE - Por isso que está tão mal! Simone, vem
comigo. Vamos trazer algo para ele comer.
ISABELLE E SIMONE SAEM DO QUARTO. ARTHUR LEVANTA O BRAÇO, FAZENDO

GRANDE ESFORÇO.
ARTHUR - Volta aqui, menina!

OSÉIAS - Calma, Arthur, não faz esforço...
OSÉIAS FICA TENTANDO CONTER ARTHUR.
CORTA PARA
CENA 04. SOLAR. 1º ANDAR. CORREDOR. INT. NOITE
ISABELLE E SIMONE ESTÃO CHEGANDO À ESCADA. CONVERSAM.
SIMONE - Será que ele estava delirando mesmo?

ISABELLE - Ele estava queimando em febre, claro que
estava delirando.
SIMONE - Então ele não estava vendo a esposa,
porque disse 'menina'. Acho que ele estava
falando com você mesmo.
ISABELLE - Ora, comigo... Ele nem me conhece!
ELAS CONTINUAM DESCENDO A ESCADA.

[1º intervalo comercial]
CENA 05. MILLSHIRE. EXT. NOITE
TAKE EM PLANO ABERTO DO SOLAR BRONKHART.
CENA 06. SOLAR BRONKHART. SALÃO. INT. NOITE
TAKE EM PLANO ABERTO DO SALÃO, ONDE OCORRE UMA GRANDE FESTA. UMA
ORQUESTRA DE CORDAS TOCA UMA PEÇA CLÁSSICA E VÁRIAS PESSOAS ESTÃO
DANÇANDO. ENTRE ELAS, COM CERTO DESTAQUE, ESTÃO A RAINHA VITÓRIA E
O PRÍNCIPE ALBERTO. LEVI TAMBÉM ESTÁ DANÇANDO COM UMA MOÇA.
EM SEGUNDO PLANO, LEOPOLDINA ESTÁ SENTADA EM UM CANTO, ENTEDIADA E
BEBENDO LICOR. ALGUNS RAPAZES PASSAM POR PERTO DELA E ELA MOVE A
CABEÇA, EXPONDO OS BRINCOS E O COLAR DE RUBI QUE ESTÁ USANDO. LEVI
SE APROXIMA DELA POR TRÁS E PÕE A MÃO SOBRE SEUS OMBROS.
LEVI - Eles ficaram maravilhosos em você.

LEOPOLDINA - Obrigada...
LEVI - Por que não foi dançar?
LEOPOLDINA - Porque meu marido tratou de esquecer que
eu estava aqui.
LEVI - Ah... Pensei que quisesse ficar parada
para que os outros vissem melhor o belo
rubi do seu pescoço.
LEOPOLDINA OLHA COM ÓDIO PARA LEVI.
LEVI - Mas a festa ainda não acabou, não é

mesmo?
ELE TOMA A MÃO DA ESPOSA E ELES ESTÃO INDO PARA O MEIO DO SALÃO. A
RAINHA VITÓRIA E O PRÍNCIPE ALBERTO SE APROXIMAM DELES. AMBOS
MUITO CONTENTES.
RAINHA - Leopoldina, minha cara, nunca me diverti

tanto em uma festa como estou me
divertindo aqui! Gostaria que os outros
condados nos recebessem como Millshire...
LEOPOLDINA SORRI, EM AGRADECIMENTO.
PRÍNCIPE - O caminho foi um tormento, Vitória veio

reclamando do atalho o tempo inteiro, mas
valeu a pena. Foi melhor do que sermos
assaltados e chegar aqui a pé.
LEVI - É, os salteadores voltaram a atacar.
PRÍNCIPE - Diga, Levi, por que ainda não se mudou
de vez para Londres?
LEVI - Não sei se me acostumaria com a capital,
se bem que Millshire não é mais uma
simples vila.
PRÍNCIPE - Mas é muito isolada, distante de tudo.
Londres é o lugar ideal para seus
negócios.
RAINHA - Todo o reino está amando e copiando as
suas jóias, Levi!
PRÍNCIPE - Principalmente depois que elas passaram
a embelezar ainda mais esta Rainha...
A RAINHA E O PRÍNCIPE SE BEIJAM. LEOPOLDINA OS OLHA COM ESPANTO E

RAINHA VITÓRIA RI.
RAINHA - Ora, Leopoldina, não imaginei que você

fosse tão provinciana... Apesar de morar
aqui.
LEOPOLDINA - Eu só estou surpresa porque não é muito
comum ver tamanhas demonstrações de amor
por aqui.
RAINHA - Isso porque, minha querida, quase nenhum
casal deste reino se ama de verdade.
LEOPOLDINA E LEVI TROCAM OLHARES DISCRETOS. OS REIS SE SERVEM DE

LICOR. SONOPLASTIA: Picadeiro
CORTA PARA
CENA 07. SOLAR WHITFORD. SALA. EXT. NOITE
A MESA PARA O JANTAR ESTÁ REPLETA DE COMIDAS VARIADAS E LINDAMENTE

DECORADA POR CASTIÇAIS E FLORES. MATAMOUROS ESTÁ SENTADO À
CABECEIRA DA MESA E SARAH TAMBÉM SENTADA JUNTO DELE. ALICE ACENDE
AS VELAS DO CANDELABRO E TODA A SALA, ATÉ ENTÃO NA PENUMBRA, SE
ILUMINA. PASCOAL DÁ UMA VOLTA EM TORNO DA MESA, IMPRESSIONADO.
PASCOAL - Se eu não estivesse vendo, diria que é

um milagre!
MATAMOUROS - Nós fazemos esses milagres quase todos
os dias, Pascoal. Nossa vida é baseada no
parecer. Fazemos trapos parecerem tecidos
finos; casebres parecerem palacetes;
Isabelle e Sarah parecerem as melhores
amigas do mundo...
ISABELLE E SIMONE TERMINAM DE DESCER AS ESCADAS.
ISABELLE - Estou enganada ou ouvi meu nome por aí?

PASCOAL - Moças, olhem só que beleza ficou a sala
com a mesa posta!
SIMONE - Ficou bem mais bonito. Parece até mais
habitável!
SARAH - Vocês são loucas! Onde que isso aqui é
habitável? Os estragos ficaram muito mais
visíveis com a luz.
MATAMOUROS - Por que vocês demoraram tanto?
SIMONE - O dono da casa está muito mal. Vamos
levar alguma coisa para ele comer.
ALICE - Vão lá. Mas não demorem, que vocês
também precisam comer!
ISABELLE PEGA UMA PEQUENA TIGELA DE SOPA; SIMONE PEGA UMA JARRA DE
ÁGUA E AS DUAS VOLTAM A SUBIR.
SARAH - Isabelle, sempre tão boazinha... Aposto

que só faz isso para que os outros a amem.
ALICE - Elas estão fazendo o certo. Se ele está
doente, cuidar de alguém que está nos
dando teto é o mínimo que pode ser feito
para agradecer, não acha?
PASCOAL - E se a senhorita, que é tão bonita,
fosse menos carrancuda, seria muito mais
amada.
SARAH - Intrometido!
SARAH JOGA O LEQUE EM PASCOAL, QUE DESVIA. LEONARDO ENTRA NA CASA

E APANHA O LEQUE NO AR. ELE ABRE O LEQUE E TORNA A FECHAR, RINDO.
LEONARDO - Pelo leque, a nervosinha da vez é dona

Sarah, para variar.
SARAH - Não começa!
LEONARDO - Por que não vai lá para fora e respira
um pouco de ar puro? Parou de chover.
ELA SE LEVANTA, AJEITA O VESTIDO.
SARAH - É, deve ser melhor do que ficar aqui com

esse bando de lambe rendas da Isabelle.
SARAH SAI DO RECINTO PISANDO DURO E BATE A PORTA AO SAIR. UM

PEDAÇO DE VIDRO CAI NO CHÃO.
LEONARDO - E cuidado para não acabar de destruir a

casa!
LEONARDO SE JUNTA AOS OUTROS, APANHA UM PEDAÇO DE PÃO E COMEÇA A

COMER.
CORTA PARA
CENA 08. SOLAR BRONKHART. SALÃO. INT. NOITE
CONTINUAÇÃO DA FESTA INICIADA NA CENA 06. TAKE EM PLANO ABERTO DOS

CONVIDADOS DANÇANDO UMA VALSA NO SALÃO. NO MEIO DELES, LEVI E
LEOPOLDINA. O TAKE VAI SE FECHANDO NELES E ACOMPANHANDO OS
MOVIMENTOS DA DANÇA DO CASAL.
LEOPOLDINA - Você me ama?

LEVI - Que pergunta mais boba, Leopoldina!
LEOPOLDINA - Eu quero saber. Você me ama?
LEVI - Você me ama?
LEOPOLDINA - Perguntei primeiro.
LEVI - E por que ficou com dúvida logo agora?
LEOPOLDINA - A rainha me deixou com dúvidas. Eles se
amam e vivem demonstrando isso na frente
de todo mundo. Eles se casaram por amor.
Por que nos casamos?
LEVI - Faz muito tempo, eu não lembro.
LEOPOLDINA - Casamos porque papai estava endividado.
Mas entre tantos pretendentes ricos eu
escolhi você porque tinha os olhos mais
bonitos.
LEVI - Pensou nos olhos dos filhos que podemos
ter?
LEOPOLDINA - Filhos? Você sabe que eu não posso/
LEVI GIRA A ESPOSA E A PUXA VIOLENTAMENTE CONTRA SI. SEUS ROSTOS

FICAM BEM PRÓXIMOS UM DO OUTRO.
LEVI - Você pode sim. E a cada joia que eu dou

a você, espero a recompensa em crianças.
Herdeiros. Um prolongamento das nossas
vidas.
LEOPOLDINA - Meu sobrinho pode herdar tudo, por que
não?
LEVI - Então você não me ama.
LEOPOLDINA - Claro que amo. Se não amasse, não me
esforçaria para ficar tão bela para você.
LEVI - Se você não fosse tão egoísta, eu não me
importaria em ter uma mulher feia agora.
LEVI LARGA LEOPOLDINA NO MEIO DO SALÃO E SAI. ELA FICA POR UM

INSTANTE PARADA, SEM REAÇÃO ALGUMA. LOGO DEPOIS, SEGUE O MARIDO.
ELE SOBE A ESCADA E ELA VAI ATRÁS.
CORTA PARA
CENA 09. SOLAR BRONKHART. QUARTO DO CASAL. INT. NOITE
LEVI ENTRA NO QUARTO, SENTA NA CAMA, COMEÇA A TIRAR OS SAPATOS.

LEOPOLDINA ENTRA E FECHA A PORTA. ELA FICA PARADA, ENCOSTADA À
PORTA, SEM DIZER NADA; E ELE NÃO A OLHA. INSTANTES DE SILÊNCIO.
LEVI FINALMENTE OLHA PARA A FRENTE E VÊ LEOPOLDINA PARADA.
LEOPOLDINA - A festa ainda não acabou.

LEVI - Posso ficar um pouco sozinho?
LEOPOLDINA - Antes eu quero dizer apenas uma coisa.
ELA PEGA UMA CAIXA DE JOIAS, SE APROXIMA DO MARIDO E ABRE A CAIXA

DIANTE DELE. SURGEM VÁRIOS COLARES, BRINCOS, PULSEIRAS E OUTROS
ADORNOS DE OURO, PRATA E VÁRIOS TIPOS DE PEDRAS PRECIOSAS.
SONOPLASTIA: Picadeiro
LEOPOLDINA - Esse aqui é o prolongamento da sua vida.
LEOPOLDINA PEGA ALGUMAS DAS JOIAS NA CAIXA E JOGA EM LEVI. ELE

APENAS A OLHA, SEM DIZER NADA. ELA SAI DO QUARTO. SOZINHO, LEVI
PEGA UMA GARGANTILHA DE ESMERALDAS E OLHA FIXAMENTE PARA ELA.
LEVI - Você me ama, Leopoldina?
CORTA PARA
CENA 10. SOLAR WHITFORD. QUARTO DE ARTHUR. INT. NOITE
ISABELLE ESTÁ SOZINHA NO QUARTO, COM ARTHUR E AJOELHADA AO LADO

DELE. TERMINA DE DAR UM COPO DE ÁGUA AO DOENTE. SIMONE ENTRA COM
PÃES E PRESUNTO, QUE COLOCA NA CABECEIRA.
SIMONE - Sua vez de comer, dona enfermeira.

ISABELLE - Obrigada. Mas eu já ia descer.
SIMONE - Estão todos comentando que você se
enfurnou aqui no quarto com o pobre
doente. Não é contagioso?
ISABELLE - Creio que não... Agora que ele está
medicado e alimentado, posso descer.
ISABELLE LEVANTA DO CHÃO E PEGA A BANDEJA TRAZIDA POR SIMONE. AS

DUAS VÃO SAINDO DO QUARTO EM SILÊNCIO MAS, QUANDO ESTÁ QUASE FORA
DO LOCAL, ISABELLE PASSA A BANDEJA PARA SIMONE E VOLTA RAPIDAMENTE
PARA JUNTO DA CAMA DELE.
ISABELLE - Pode me ouvir?
ARTHUR, ATÉ ENTÃO DE OLHOS FECHADOS, OS ABRE.
ISABELLE - Precisa de mais alguma coisa?

ARTHUR - [com a voz fraca] Como é seu nome?
ISABELLE - Isabelle. [T] E em todo caso, vou
ajeitar melhor seu travesseiro.
ELA ARRUMA O TRAVESSEIRO E TAMBÉM OS LENÇÓIS QUE O COBREM.
ISABELLE - Tenha uma boa noite e estimo melhoras.
ELA SE VIRA PARA SAIR. ELE LEVANTA O BRAÇO E A SEGURA FRACAMENTE.
ARTHUR - Espere!
ELE TEM UM BREVE ACESSO DE TOSSE. ISABELLE O OLHA MAIS UMA VEZ.
ISABELLE - Pois não?

ARTHUR - Obrigado.
ISABELLE SORRI. EM SEGUIDA, SAI COM SIMONE. CAMERA ACOMPANHA AS

DUAS EM TRAVELLING.
SIMONE - Minha amiga, se você não fosse atriz,

seria uma excelente enfermeira! Ou então
uma excelente esposa.
ISABELLE - Que nada...
SIMONE - Claro que sim! Você é que é muito
modesta, mas qualquer homem ia amar ser
cuidado por uma mulher tão devotada como
você. Se faz o que faz por um
desconhecido, o que não faria pelo marido?
ELAS CONTINUAM A CONVERSA, FORA DE ÁUDIO. SONOPLASTIA: A moça do

sonho
CORTA PARA
CENA 11. MILLSHIRE. EXT. NOITE/DIA
TAKES DA ESTRADA, DA RUA PRINCIPAL, DAS CASAS E DO COMÉRCIO

FECHADO. TODAS AS RUAS ESTÃO COMPLETAMENTE DESERTAS. SONOPLASTIA:
música continua
CORTA PARA
CENA 12. SOLAR WHITFORD. EXT. DIA
TAKE EM PLANO ABERTO DO SOLAR DE ARTHUR. AO FUNDO, A FÁBRICA DE

CHOCOLATES LEÃO.
CORTA PARA
CENA 13. SOLAR WHITFORD. QUARTO DE ARTHUR. INT. DIA
OS PRIMEIROS RAIOS DE SOL INVADEM A JANELA, BATENDO DIRETAMENTE NO

ROSTO DE ARTHUR, QUE DORME. SUA APARÊNCIA PARECE MAIS SAUDÁVEL E
SERENA.
CORTA PARA A PORTA DO QUARTO, QUE SE ABRE. OSÉIAS ENTRA E VAI AO
DOENTE. O OBSERVA BEM DE PERTO.
OSÉIAS - Parece mais coradinho. Vejamos a

temperatura.
OSÉIAS PÕE A MÃO SOBRE A TESTA DE ARTHUR E SORRI.
OSÉIAS - [grita] Mi... [baixinho] Milagre!
ELE VAI SAINDO PÉ ANTE PÉ, FAZENDO O MÍNIMO DE BARULHO POSSÍVEL.

FECHA A PORTA ATRÁS DE SI.
CORTA PARA
CENA 14. SOLAR WHITFORD. 1º ANDAR. CORREDOR. INT. DIA
OSÉIAS DÁ ALGUNS PASSOS SE AFASTANDO DA PORTA E PÁRA DIANTE DA

PORTA DE OUTRO QUARTO. CLOSE NELE. RESPIRA FUNDO E LENTAMENTE.
OSÉIAS - [grita] É um milagre!
CORTA PARA
CENA 15. SOLAR WHITFORD. QUARTO DE HÓSPEDES. INT. DIA
ESTE É UM APOSENTO UM POUCO MAIS CONSERVADO QUE OS OUTROS. OS

VIDROS NÃO ESTÃO QUEBRADOS, NEM AS PAREDES ESTÃO DESCASCADAS E
MOFADAS. TODOS OS COMEDIANTES E PASCOAL DORMEM LÁ, ESPALHADOS PELO
CHÃO E NA CAMA DE CASAL.
OSÉIAS - [V.O] É um milagre! Glória a Deus! Meu

patrão está curado!
LEONARDO - [dormindo] Já não se pode dormir direito
nessa espelunca...
MATAMOUROS ACORDA E SE LEVANTA COM UM POUCO DE DIFICULDADE,

APOIADO EM APENAS UM BRAÇO. ALICE TAMBÉM SE LEVANTA.
ALICE - Tudo bem, meu amor?
MATAMOUROS - Essa gritaria que não me deixa dormir.
OSÉIAS - [V.O] A febre cedeu, aleluia!
SARAH TAMBÉM LEVANTA.
SARAH - [grita] Por que esse homem não para de

berrar? Eu quero dormir!
LEONARDO - [irritado] Obrigado, senhora
despertador!
E O RESTO DO GRUPO, QUE AINDA DORMIA, ACORDA. MATAMOUROS SAI E É

SEGUIDO PELOS OUTROS.
CENA 16. SOLAR WHITFORD. 1º ANDAR. CORREDOR. INT. DIA
OSÉIAS AINDA ESTÁ PARADO NA PORTA, COM UM LARGO SORRISO NO ROSTO.
OSÉIAS - Bom dia!

LEONARDO - Para mim ainda é boa noite.
MATAMOUROS - Rapaz, o que aconteceu aqui? Uma galinha
acorda mais discretamente.
OSÉIAS NÃO RESPONDE. OLHA PARA ISABELLE SE AJOELHA DIANTE DELA E

BEIJA SUAS MÃOS. A MOÇA OLHA PARA OS COMPANHEIROS, SEM ENTENDER
NADA.
OSÉIAS - A senhorita operou um milagre no meu

patrão! É uma santa, a enfermeira das
enfermeiras; é a Virgem Maria!
ISABELLE - Como é?
LEONARDO - Em uma coisa eu concordo, ela é virgem
mesmo!
ALICE DÁ UM TAPA FORTE NO BRAÇO DE LEONARDO. ELE ENTRA NO QUARTO.
ALICE - O que aconteceu ao seu patrão?

OSÉIAS - A febre cedeu, ele está curado! Graças a
esse anjo Arthur não vai mais morrer.
SIMONE - Ele estava tão mal assim?
OSÉIAS - O médico não disse, mas quem sabe?
ISABELLE - Nós podemos vê-lo?
ALICE – Vamos nos arrumar primeiro... A essa
hora esse senhor deve estar dormindo
ainda.
SARAH - E quem dorme com tanto barulho?
COM RAIVA, SARAH ENTRA NO QUARTO E FECHA A PORTA.
CORTA PARA
CENA 17. SOLAR WHITFORD. QUARTO DE HÓSPEDES. INT. DIA
SARAH SE ENCOSTA À PORTA FECHADA. CERRA OS PUNHOS, COM MUITO ÓDIO.

SONOPLASTIA: Alla chitarra
SARAH - Boazinha, sem graça, estúpida de uma

figa! E agora [irônica] santa!
LEONARDO, COM UM ESPELHO DE BOLSO NA MÃO, OLHA PARA ELA.
LEONARDO - [cantando] Bom dia, o sol brilha, os

pássaros cantam e o mundo sorri...
SARAH - Cala a boca e arruma esse cabelo que
você é mais útil!
LEONARDO - [olhando para o espelho] Pegaram o teu
coração e botaram o estômago no lugar, só
pode...
E ELE CONTINUA SE OLHANDO E SE PENTEANDO, SOB O OLHAR RAIVOSO DE

SARAH.
CORTA PARA
CENA 18. MILLSHIRE. EXT. DIA
TAKE DA PARTE RESIDENCIAL DA CIDADE. DESTACAR A CASA DO DR.

LOMBARDI. SONOPLASTIA: Jogo 1
CORTA PARA
CENA 19. CASA DO DR. LOMBARDI. QUARTO DE SÍLVIO. INT. DIA
DR. LOMBARDI TROCA OS CURATIVOS DO FILHO.
DR. LOMBARDI - Eu digo pra você não voltar com

pneumonia e olha só como me aparece:
molhado, com não sei quantas costelas
quebradas, olho roxo...
SÍLVIO - Sabe, pai, eu podia ter voltado pra casa
morto e o caixão é bem mais caro que esses
curativos.
DR. LOMBARDI - Com quem foi a briga?
SÍLVIO - Com ninguém.
DR. LOMBARDI - Vai querer me convencer de que se
quebrou todo só batendo no poste e se
jogando na sarjeta!
SÍLVIO - Não, mas... De que adianta saber quem
foi? Eu só estava escalando o...
DR. LOMBARDI - O quê?
SÍLVIO - Nada, pensei alto.
DR. LOMBARDI - Estava escalando...
SÍLVIO - Não importa o que eu estava fazendo!
Acontece que um doido que eu não sei quem
é me deu uma meia hora de tabefes e depois
foi embora dizendo que ia levar remédios
para o patrão dele.
DR. LOMBARDI - Pois descubra quem é, e faça a justiça!
E, se possível, faça o serviço completo.
Não mande o paciente para mim. [T] Pronto,
está remendado.
DOUTOR LOMBARDI TERMINA OS CURATIVOS COLOCANDO UM TAPA-OLHO

COBRINDO O OLHO ROXO DO FILHO.
SÍLVIO - Agora vou acertar as contas com quem me

colocou nessa embrulhada. Me empresta uma
bengala?
DR. LOMBARDI - Aonde pensa que vai assim?
SÍLVIO - Já disse, vou acertar contas com quem me
colocou nessa confusão.
SÍLVIO SE LEVANTA E SAI, ANDANDO DEVAGAR.
CORTA PARA
CENA 20. FÁBRICA LEÃO. EXT. DIA
TAKE DA FACHADA DA FÁBRICA DE CHOCOLATES. SONOPLASTIA: Juras
CORTA PARA
CENA 21. FÁBRICA LEÃO. LOJA. INT. DIA

CLARICE E ESMERALDA ESTÃO SENTADAS EM POLTRONAS POSICIONADAS
FRENTE A FRENTE. ELAS COMEM CHOCOLATES E CONVERSAM.
CLARICE - Essa noite sonhei com Guilherme.

ESMERALDA - Já está assim, sonhando com o noivo?
Achei que gostasse do filho do doutor...
CLARICE - E gosto! Sonhei que Guilherme me
libertava do compromisso.
ESMERALDA - Isso é que é sonho bom!
CLARICE - De repente o sonho mudou e ouvi Sílvio
gritando. Ele parecia sofrer muito,
gritava e gemia de dor, mas eu não via
nada. Acordei com aquele grito.
ESMERALDA - [sorrindo, nervosa] Foi?
CLARICE - Era tão real, tão perto de mim que eu
achei que fosse de verdade, mas quando fui
à janela, não tinha ninguém.
SÍLVIO - [V.O] Esmeralda!
CORTA PARA A PORTA DA LOJA. SÍLVIO ESTÁ PARADO, APOIADO EM UMA

BENGALA, E COBERTO DE CURATIVOS. CLARICE LEVANTA DA POLTRONA E
ABRE UM SORRISO AO VÊ-LO, MAS LOGO FICA SÉRIA. APROXIMA-SE DELE
DEVAGAR.
CLARICE - O que houve, meu querido?

SÍLVIO - Depois eu explico, minha linda. Antes eu
preciso conversar com a sua criada.
Poderia nos deixar a sós?
CLARICE OLHA REPREENSIVA PARA ESMERALDA.
CLARICE - O que você fez, Esmeralda?

ESMERALDA - Depois ele explica tudo!
SÍLVIO FAZ COM DIFICULDADE UM CARINHO NO CABELO DE CLARICE.
SÍLVIO - Vou ser muito breve, logo conversamos.

CLARICE - Está bem...
CLARICE SAI. SÍLVIO ENTRA MANCANDO E SENTA NO LUGAR DEIXADO POR

CLARICE.
SÍLVIO - Quem é o sujeito que me espancou?

ESMERALDA - Oséias... Ele gosta de mim.
SÍLVIO - Graças ao seu namoradinho eu não
consegui raptar Clarice e ainda torci o
braço e o meu baço deve ter ido parar no
pulmão!
ESMERALDA - Ele não é meu namoradinho!
SÍLVIO - Mesmo assim, diga a ele que ele bate
forte demais. [T] E outra coisa. Clarice
devia ter acordado e visto a briga, não?
ESMERALDA - Devia... Se ela estivesse no meu quarto.
SÍLVIO - Se ela estivesse lá, fugiria comigo por
pena. E não estava. Apanhei por nada, é
isso?
ESMERALDA - Desculpa!
SÍLVIO - Eu devia te pegar, matar, esquartejar e
engolir...
ESMERALDA - Eu esqueci!
SÍLVIO – Pra deixar de ser esquecida!
ESMERALDA - Já pedi desculpas! E o senhor devia me
tratar melhor, isso sim.
SÍLVIO - Agora pronto, a criadinha vem pedir
respeito.
ESMERALDA - [levanta, com audácia] Se me conhecesse
melhor, saberia que não sou só uma
criadinha. Sou a mão direita e a esquerda
da mulher que você quer. E você depende de
mim.
ESMERALDA PEGA DOIS BOMBONS E SAI PISANDO DURO. PERTO DA SAÍDA,

ELA DÁ MEIA VOLTA.
ESMERALDA - E o senhor está muito engraçado com esse

tapa-olho!
ESMERALDA SAI RINDO. CLARICE ENTRA LOGO DEPOIS.
CLARICE - Mas que conversa demorada!

SÍLVIO - Pois é, me alonguei mais do que devia...
CLARICE - De que falavam? E por que tantos
curativos?
SÍLVIO - Sofri um acidente, coisa sem
importância. E falávamos de você. [T] Já
soube do seu noivado.
CLARICE - Juro que não sabia de nada.
SÍLVIO - Sei disso também. Mas saiba que não é
isso que vai me fazer desistir. Eu te amo.
CLARICE - Era tudo o que eu queria ouvir!
CLARICE ABRAÇA SÍLVIO COM FORÇA E ELE DÁ UM GEMIDO DE DOR. ELA O

LARGA.
CLARICE - Ai, desculpa...
ELE A BEIJA, E É CORRESPONDIDO. SONOPLASTIA: Love story
CENA 22. SOLAR WHITFORD. SALA. INT. DIA

OS COMEDIANTES TOMAM CAFÉ DA MANHÃ, EM SILÊNCIO. OSÉIAS CAMINHA DE
UM LADO PARA O OUTRO, OLHANDO PARA OS QUE ESTÃO COMENDO.
MATAMOUROS - Rapaz, não vai se sentar?

OSÉIAS - Estou só me certificando de que está
tudo certo.
PASCOAL - É espírito de criado.[T] E que saudade
da minha patroazinha...
MATAMOUROS - Os criados também precisam comer,
Oséias. E aqui não tem patrão nenhum, pode
sentar.
OSÉIAS - Aqui não, mas o meu está lá em cima e
preciso ver se ele precisa de algo.
OSÉIAS COMEÇA A SUBIR A ESCADA.
ARTHUR - [V.O] É de ar puro que eu preciso,

Oséias!
OSÉIAS - Achei que fosse ficar mais um pouco na
cama.
CORTA PARA ARTHUR, QUE DESCE AS ESCADAS DEVAGAR E FAZENDO USO DE

UMA BENGALA.
ARTHUR - Já descansei demais, acho que agora

posso andar. E a escada não vai me
derrubar dessa vez.
ARTHUR CHEGA AO CHÃO E SE APROXIMA DA MESA. SORRI CORDIALMENTE

PARA TODOS.
SARAH - [baixinho] Deus seja louvado por não

mandar tamanha maravilha para a cova...
SIMONE - [baixinho, para Isabelle] Tão bonitinho!
Nem parece que ontem mesmo estava quase
morto.
ARTHUR - Bom dia. Quem são vocês?
MATAMOUROS - Nós somos da Companhia Teatral Vencidos
da Vida. Vamos nos apresentar em Millshire
e nosso carro atolou, então nos abrigamos
em sua casa.
ARTHUR - Espero que apesar do estado em que meu
solar se encontra, vocês tenham passado
uma boa noite.
LEONARDO - Passamos sim! Até que/
ALICE BELISCA LEONARDO POR BAIXO DA MESA.
ALICE - Passamos uma excelente noite e

agradecemos muito pela estadia. Agora por
favor, sente-se conosco!
ARTHUR SENTA COM ELES E COMEÇA A TOMAR O CAFÉ DA MANHÃ.
ALICE - E como se sente agora?

ARTHUR - Graças a Deus, me sinto vivo novamente.
P.V DE ARTHUR. ELE OLHA PARA TODAS AS MULHERES DA MESA. SARAH

SORRI, SEDUTORA. SIMONE ACENA, ENVERGONHADA; E ISABELLE É A ÚNICA
QUE NÃO FAZ NADA ALÉM DE OLHAR FIXAMENTE PARA ELE.
ARTHUR SORRI DISCRETAMENTE PARA ISABELLE E ELA RETRIBUI O GESTO.
TODOS CONTINUAM A REFEIÇÃO.
CORTA PARA
CENA 23. SOLAR WHITFORD. EXT. DIA
TAKE DO SOLAR E DA ÁREA DO ENTORNO. BREVE PASSAGEM DE TEMPO.

SONOPLASTIA: A moça do sonho
CORTA PARA
CENA 24. SOLAR WHITFORD. SALA. INT. DIA
A MESA DO CAFÉ DA MANHÃ JÁ ESTÁ DESFEITA E TODOS SE DISPERSARAM,

FICANDO APENAS ARTHUR À PORTA DA CASA, OLHANDO PARA FORA COM AR
MELANCÓLICO.
ISABELLE CHEGA COM UM LIVRETO E SENTA-SE EM UM DOS DEGRAUS DA
ESCADA. ATRAÍDO PELO SOM DOS PASSOS, ELE SE VIRA E VÊ A MOÇA NA
ESCADA, LENDO. APROXIMA-SE DELA SEM SER NOTADO E SENTA AO SEU
LADO.
ARTHUR - Incomodo?
ISABELLE ERGUE O ROSTO PARA ELE E SORRI.
ISABELLE - De forma alguma. Eu só estava passando o

texto para a peça.
ARTHUR - Eu gostaria de agradecer por ontem. Devo
minha vida a você.
ISABELLE - Deva sua vida a Deus, não a uma pobre
comediante.
ARTHUR - Então agradeço a Deus por ter sido tão
bom com esse desgraçado e ter colocado no
meu caminho a comediante mais linda que eu
já vi na vida.
ELE TOMA AS MÃOS DELA E AS BEIJA. ELA DESVIA O OLHAR PARA O CHÃO,
ENCABULADA.
ISABELLE - Assim o senhor me deixa muito sem graça.

ARTHUR - Desculpe, Isabelle.
ISABELLE - O senhor lembra do meu nome! Achei que
não fosse lembrar porque estava
delirando...
ARTHUR - Eu estava delirando, sonhando, e no meio
desse sonho eu senti você segurando a
minha mão; ouvi a sua voz.
ARTHUR E ISABELLE OLHAM FIXAMENTE UM PARA O OUTRO. VÃO FICANDO

CADA VEZ MAIS PRÓXIMOS. SARAH APARECE NA SALA.
SARAH - Isabelle!
ELES SE AFASTAM, ASSUSTADOS.
[Fim do capitulo]

Ocf 07

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1 O Captião Fracasso | Capítulo 7

WEBTV Destino apresenta

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA FINAL DO CAPÍTULO ANTERIOR. ARTHUR E

CENA 02. ESTRADA. EXT. DIA

A CENA É MOSTRADA DE FORMA DIFUSA, EMBAÇADA – É UMA ALUCINAÇÃO DE

ISABELLE - Você está bem?

CENA 03. SOLAR. QUARTO DE ARTHUR. INT. NOITE

CONTINUAÇÃO DA CENA 01. ISABELLE CONTINUA SEGURANDO A MÃO DE

ARTHUR - Ela voltou! Oséias, ela voltou!

ISABELLE LARGA A MÃO DE ARTHUR POR UM INSTANTE.

ISABELLE - Simone, ele está delirando!

ARTHUR FICA TRÊMULO NOVAMENTE E ISABELLE VOLTA A SEGURAR SUA MÃO.

ISABELLE - Veja, ele tem se alimentado direito?

ISABELLE E SIMONE SAEM DO QUARTO. ARTHUR LEVANTA O BRAÇO, FAZENDO

ARTHUR - Volta aqui, menina!

OSÉIAS FICA TENTANDO CONTER ARTHUR.

CENA 04. SOLAR. 1º ANDAR. CORREDOR. INT. NOITE

ISABELLE E SIMONE ESTÃO CHEGANDO À ESCADA. CONVERSAM.

SIMONE - Será que ele estava delirando mesmo?

ELAS CONTINUAM DESCENDO A ESCADA.

[1º intervalo comercial]

CENA 05. MILLSHIRE. EXT. NOITE

TAKE EM PLANO ABERTO DO SOLAR BRONKHART.

CENA 06. SOLAR BRONKHART. SALÃO. INT. NOITE

LEVI - Eles ficaram maravilhosos em você.

LEOPOLDINA OLHA COM ÓDIO PARA LEVI.

LEVI - Mas a festa ainda não acabou, não é

RAINHA - Leopoldina, minha cara, nunca me diverti

LEOPOLDINA SORRI, EM AGRADECIMENTO.

PRÍNCIPE - O caminho foi um tormento, Vitória veio

A RAINHA E O PRÍNCIPE SE BEIJAM. LEOPOLDINA OS OLHA COM ESPANTO E

RAINHA - Ora, Leopoldina, não imaginei que você

LEOPOLDINA E LEVI TROCAM OLHARES DISCRETOS. OS REIS SE SERVEM DE

CENA 07. SOLAR WHITFORD. SALA. EXT. NOITE

A MESA PARA O JANTAR ESTÁ REPLETA DE COMIDAS VARIADAS E LINDAMENTE

PASCOAL - Se eu não estivesse vendo, diria que é

ISABELLE E SIMONE TERMINAM DE DESCER AS ESCADAS.

ISABELLE - Estou enganada ou ouvi meu nome por aí?

SARAH - Isabelle, sempre tão boazinha... Aposto

SARAH JOGA O LEQUE EM PASCOAL, QUE DESVIA. LEONARDO ENTRA NA CASA

LEONARDO - Pelo leque, a nervosinha da vez é dona

ELA SE LEVANTA, AJEITA O VESTIDO.

SARAH - É, deve ser melhor do que ficar aqui com

SARAH SAI DO RECINTO PISANDO DURO E BATE A PORTA AO SAIR. UM

LEONARDO - E cuidado para não acabar de destruir a

LEONARDO SE JUNTA AOS OUTROS, APANHA UM PEDAÇO DE PÃO E COMEÇA A

CENA 08. SOLAR BRONKHART. SALÃO. INT. NOITE

CONTINUAÇÃO DA FESTA INICIADA NA CENA 06. TAKE EM PLANO ABERTO DOS

LEOPOLDINA - Você me ama?

LEVI GIRA A ESPOSA E A PUXA VIOLENTAMENTE CONTRA SI. SEUS ROSTOS

LEVI - Você pode sim. E a cada joia que eu dou

LEVI LARGA LEOPOLDINA NO MEIO DO SALÃO E SAI. ELA FICA POR UM

CENA 09. SOLAR BRONKHART. QUARTO DO CASAL. INT. NOITE

LEVI ENTRA NO QUARTO, SENTA NA CAMA, COMEÇA A TIRAR OS SAPATOS.

LEOPOLDINA - A festa ainda não acabou.

ELA PEGA UMA CAIXA DE JOIAS, SE APROXIMA DO MARIDO E ABRE A CAIXA

LEOPOLDINA - Esse aqui é o prolongamento da sua vida.

LEOPOLDINA PEGA ALGUMAS DAS JOIAS NA CAIXA E JOGA EM LEVI. ELE

LEVI - Você me ama, Leopoldina?

CENA 10. SOLAR WHITFORD. QUARTO DE ARTHUR. INT. NOITE

ISABELLE ESTÁ SOZINHA NO QUARTO, COM ARTHUR E AJOELHADA AO LADO

SIMONE - Sua vez de comer, dona enfermeira.

ISABELLE LEVANTA DO CHÃO E PEGA A BANDEJA TRAZIDA POR SIMONE. AS