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SUMÁRIO

RESUMO 04

INTRODUÇÃO 05

CAPÍTULO 1: DIREITO POLÍTICOS


1.1. Conceituação, Definição. 06

CAPÍTULO 2: DIREITO DE SUFRÁGIO


2.1. A Capacidade Eleitoral Ativa. 08
2.2 A Capacidade Eleitoral Passiva. A Elegibilidade. 09

CAPÍTULO 3: DIREITO DE VOTO


3.1. O Exercício do Direito de Voto. 11
3.2 Direito Políticos Negativos. 12
3.3 Privação dos Direitos Políticos. 15

CAPÍTULO 5: PARTIDOS POLÍTICOS


5.1. Definição, finalidades. 18

REFERÊNCIAS 22
4

RESUMO

O presente trabalho visa analisar, enfatizando a necessidade de garantir com absoluta


validade, a conceituação do termo Direitos Políticos. Sendo assim, as implicações dos
questionamentos do uso deste termo no Direito Constitucional I, deverão ser desdobrados
observando-se algumas questões que englobam o tema aqui apresentado. Coloca-se em evidência
a necessidade da construção e desenvolvimento de alguns paradigmas1 diretamente referenciais
às imbricações dos Direitos Políticos per si, cujas interdependências, devem ser compreendidas
em sua íntima relação com as determinações sociais, políticas e culturais, sempre procurando
contribuir para acabar com o falso simplismo e algumas ilusões existentes nesses paradigmas.

1
Refere-se à construção de novos modelos ou padrões.
5

INTRODUÇÃO

Diversas são as concepções etimológicas a respeito do significado da palavra em si.


Para que não nos delonguemos, procuremos então tentar definir o Direito como o que representa
para a sociedade através dos séculos, pelo célebre silogismo da juridicidade, e é neste sentido que
Ulpiano nos diz:
“ubi homo, ibi societas” (onde o homem, aí a sociedade);
“ubi societas, ibi jus” (onde a sociedade, aí o Direito);
“ubi homo, ibi jus” (logo, onde o homem, aí o Direito).2

O Direito, através desta predefinição, então será visto como uma ciência que garante
sua validade demonstrando suas afirmações. Afirmações estas que quando interligadas, sejam
indissolúveis, sem poderem ser retiradas, anexadas ou mudadas, mesmo sendo o Direito produto
da cultura humana, buscando sempre seu melhoramento e engrandecimento,
“O Direito é, pois, antes de tudo uma disciplina social, isto é, uma disciplina que a
sociedade impõe a si mesma na pessoa dos seus membros, como meio de atingir o fim
supremo, - e o direito só tem este -, da convivência harmônica de todos associados.” 3

Propuse-mo-nos, também, englobar a Política em sua concepção mais


simplória, para que as determinantes dos plurissignificados não fujam do direcionamento que
pretendemos dar ao trabalho como no todo, pois, segundo BOBBIO 4, este é um termo derivado
do adjetivo originado de pólis (politikós), que significa tudo o que se refere à cidade e,
conseqüentemente, o que é urbano, civil, público, e até mesmo sociável e social, o termo Política
se expandiu graças à influência da grande obra de Aristóteles, intitulada Política, que deve ser
considerada como o primeiro tratado sobre a natureza, funções e divisão do Estado, e sobre as
várias formas de Governo.
A partir desses pressupostos teóricos iniciaremos nosso trabalho.

2
ROMANO, Santi. L`ordinamento giuridico. Firenze: Sansoni, 1945, p.21.
3
(BARRETO, Tobias- 1839-1889. Estudos de Filosofia. 2ª Ed. São Paulo, Grijalbo; Brasília, INL, 1977, p.433)
4
BOBBIO, Norberto, 1909 - Dicionário de política I Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino;
trad. Carmen C, Varriale et alii.; coord. trad. João Ferreira; rev. geral João Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cacais. -
Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1 ed., 1998. Vol. 1: 674 p. (total: 1.330 p.)p. 954.
6

CAPÍTULO 1

DIREITOS POLÍTICOS

“Todo o poder emana do povo, que o exerce por


meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
termos desta Constituição.” 5

1.1 CONCEITUAÇÃO, DEFINIÇÃO.

A partir do momento em que o homem passou a ser gregário e perceber que o sistema
migratório da caça e coleta de vegetais não mais seria viável ao seu sistema de vida, e
aglomerando-se em povoações ─ que seriam a base de desenvolvimento da polis ─,
estabelecendo elos em que a sociedade procurava reagir beneficamente sobre seus membros, e
esses elementos passaram a ter reações adversas às situações que ora enfrentavam, e passaram a
ser frutos desta sociedade, sejam exercendo sua condição de cidadão e lutando por aquilo que
achava que era seu, de e por direito, estabeleceu o sustentáculo dessa atual sociedade vigente,
pois, “tudo que constitui o homem de hoje, o homem do direito, da moral, da religião... é um
produto social” 6.

Assim sendo o homem procurou organizar a sociedade de modo participativo,


envolvendo-se nas questões econômicas sociais e principalmente políticas, base da estrutura
organizacional do e no Estado.

Iniciar-se-á essa dialética7 argumentativa partindo do pressuposto que os Direitos


Políticos são aqueles direitos que buscam levar ao cidadão à participação no poder estatal, e esta
participação está intrinsecamente fundamentada no seu direito votar, de ser votado e de ocupar
5
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: Título I – Dos Princípios Fundamentais. Art. 1º
Parágrafo Único.Brasília. Senado Federal. Centro Gráfico, 1988.p. 3.
6
(BARRETO, 1977: p.417).
7
Arte de diálogo ou da discussão.
7

funções do Estado, e esses direitos só o são concedidos aos cidadãos e que, cidadão é aquele
nacional que está no pleno gozo de seus direitos políticos, mas pode ocorrer ser nacional e não
ser cidadão (p. ex.: um indivíduo preso é nacional, mas não é cidadão, visto estarem suspensos
seus direitos políticos).
Constituem-se esses direitos políticos na disciplina dos meios necessários ao exercício
da soberania popular; a nossa Constituição emprega a expressão direitos políticos, em seu sentido
estrito, como o conjunto de regras que regula os problemas eleitorais.

Os cidadãos que estão em pleno uso de sua capacidade está fazendo gozo de sua
cidadania plena, e a cidadania é adquirida

“mediante alistamento eleitoral na forma da lei; a qualidade de eleitor decorre do


alistamento, que é obrigatório para os maiores de 18 anos e facultativo para os
analfabetos, os maiores de 70 anos e maiores de 16 e menores de 18 (art. 14, § 1º, I e II);
pode-se dizer, então que a cidadania se adquire com a obtenção da qualidade de eleitor,
que documentalmente se manifesta na posse do título de eleitor válido” 8.
A este estado de cidadania, está racionalmente atrelada a soma dos direitos políticos e
deveres que ele tem perante o Estado. Isso é que nos leva a crer a transcrição do postulado que
“Da cidadania, que é uma esfera de capacidade, derivam direitos, quais o direito de
votar e ser votado (status activae civitatis) ou deveres, como os de fidelidade à Pátria,
prestação de serviço militar e observância das leis do Estado” 9

Embora se tenha a impressão que os indivíduos que são cidadãos são aqueles que
tenham a sua cidadania reconhecida, não se pode reconhecer a situação por este prisma, haja vista
que o termo cidadania refere-se à soma da nacionalidade do indivíduo e seus direitos políticos,
sendo então, nacionalidade e cidadania, termos distintos entre si.
Enquanto a nacionalidade é um direito adquirido por fatores relacionados ao
nascimento ou naturalização, a qualidade de cidadão só é adquirida pelo alistamento eleitoral
dentro do que é delimitado pela Lei.

CAPÍTULO 2

8
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito constitucional Positivo. São Paulo. Malheiros. 32. ed. 2009. p.32.
9
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10 ed. São Paulo. MALHEIROS. 616 p.2000.p.93.
8

DIREITO DE SUFRÁGIO

2.1. A CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA.

Presume-se que o cidadão tenha a sua capacidade eleitoral ativa pelos princípios
fundamentais dos direitos políticos, consubstanciados pelo direito de votar, observando-se as
normas que asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos órgãos
governamentais, garantindo a sua participação no poder de dominação política por meio das
diversas modalidades de sufrágio, o qual, segundo nossa Constituição “é um direito público
subjetivo de natureza política, que tem o cidadão de eleger, ser eleito e de participar da
organização e da atividade do poder estatal”. 10

Essa capacidade eleitoral ativa esta diretamente relacionada com sua alistabilidade, que
vem a ser a aplicação plena de seu direito de votar, que é o ato fundamental para o exercício do
direito de sufrágio em eleições, plebiscitos e referendos e iniciativa popular, mediante o exercício
da soberania, haja vista que isso é preconizado pela nossa Constituição, através do “Art. 14. A
soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: (...)” 11

O alistamento eleitoral, de acordo com suas peculiaridades de qualificação e pela


inscrição e o voto são obrigatórios para os maiores de dezoito anos. Facultativamente, este
direito é estendido para o analfabeto, para os maiores de dezesseis anos até a data do pleito, e
menores de dezoito, bem como para os maiores de setenta anos. Em seu Art. 6º, o Código
Eleitoral (Lei n. 4.737/65)12 também faculta o alistamento do inválido e dos que se encontram
fora do país. Faculta, ainda, o voto dos enfermos, dos que se encontram fora do seu domicílio e
dos servidores públicos em serviço que os impeça de votar.

2.1. A CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA. A ELEGIBILIDADE.


10
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. Atualizada com a EC n.° 39/02- 13. ed. 726 p. São Paulo: Atlas,
2003. p.234
11
(BRASIL. Capítulo IV. Dos Direito Políticos. p.18)
12
VADE MECUM SARAIVA. Editora Saraiva. 5.ed. 1738 p.São Paulo. Saraiva. 2008.p.759.
9

Esta condição baseia-se na elegibilidade do cidadão, atributo de quem preenche as


condições do direito de ser votado. Para que o cidadão possa desfrutar de sua capacidade de
elegibilidade, deverá ser observado para que possa usufruir dessa capacidade que ele possua certas
condições que, segundo nossa Constituição Federal, no Art. 14: “§ 3º. São condições de
elegibilidade na forma da lei; I - a nacionalidade brasileira; (...)13
Podem como exceção, serem permitidos aos portugueses naturalizados brasileiros, de
acordo com a lei, ser observada a questão da reciprocidade, e que apenas alguns cargos são
privativos de brasileiros natos,
“(...) os cargos: de Presidente e Vice-presidente da República; de Presidente da Câmara
dos Deputados; de Presidente do Senado Federal, de Ministro do Supremo Tribunal
Federal; da carreira diplomática; de oficial das Forças Armadas e de Ministro de Estado
da Defesa”14

A nossa Constituição Federal arrola no art. 14, § 3º, outras condições de elegibilidade, as
quais também se destacam
“(...);
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV – o domicilio eleitoral na circunscrição;
V - a idade mínima de:
(...)”;15
Como se pode observar, o direito de postular a designação pelos eleitores a um
mandado político no Legislativo ou no Executivo depende unicamente das condições de
elegibilidade, condições essas que variam em razão da natureza ou tipo de mandato pleiteado.
Destarte, esses incisos tratam do pleno exercício dos direitos políticos, já vistos no
Capítulo I deste trabalho, e também das questões referentes ao alistamento eleitoral, o qual
preconiza que só pode ser votado quem pode votar, embora nem todos que votam possam ser
votados – como o analfabeto e o menor de 18 e maior de 16 anos.
Trata também do domicílio eleitoral na circunscrição, cujo prazo é o que a lei ordinária
federal fixar e que hoje é de um ano antes do pleito, nos termos do Art. 9º da Lei n. 9.504/9716.

13
(BRASIL. Capítulo IV. Dos Direito Políticos. p.18)
14
(MORAES, 2003. p.227.)
15
(BRASIL. Capítulo IV. Dos Direito Políticos. p.18)
16
Lei 9504/97. Disponível em www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9504.htm. Acesso em 12.09.2009.
10

Quanto à questão da filiação partidária, segundo MORAES “(...) há de ser assegurado a


todos o direito de livre acesso aos partidos, sem possibilidade de existência de requisitos
discriminatórios e arbitrários.”17, e ela tem que ser efetuada pelo menos um ano antes das
eleições, nos termos do Art. 18 da Lei Federal n. 9.096/9518.
Embora não há idade máxima limitando o acesso aos cargos eletivos, a idade mínima19
é de 35 anos para Presidente da República, Vice-Presidente da República e Senador; 30 anos para
Governador e Vice-Governador; 21 anos para Deputado (Federal, Distrital ou Estadual), Prefeito,
Vice Prefeito e Juiz de Paz (mandato de 4 anos – art. 98, II, da CF)20 e mínimo de 18 anos para
Vereador.

CAPÍTULO 3

DIREITO DE VOTO

3.1. O EXERCÍCIO DO DIREITO DE VOTO.


17
MORAES, 2003. p.238.)
18
LEI 9096/95. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9096.htm. Acesso em 12.09.2009.
19
(BRASIL. Capítulo IV. Dos Direito Políticos. p.18)
20
(BRASIL. Capítulo III. Do Poder Judiciário. p.98)
11

Não se pode deixar de fazer a seguinte observação: os direitos políticos compreendem


o direito de sufrágio21, na sua essência, e este, por sua vez, implicitamente, o direito de voto, e o
voto é direto, secreto e tem valor igual, respeitando-se pelo Direito Constitucional brasileiro o
princípio da igualdade do direito de voto, que adota a regra de que a cada homem (eleitor de
ambos os sexos) vale um voto, pois cada um tem direito a um voto em cada eleição e para cada
tipo de mandato.

Embora esteja explicitado no parágrafo anterior que os direitos políticos compreendem o


direito de voto, há controvérsias quanto esse “direito”, tanto que suscitam interpretações
divergentes, levando-se a crer que é o um direito obrigatório do cidadão brasileiro, posto que,
segundo MORAES22 “O voto é um direito público subjetivo, sem, contudo, deixar de ser uma
função política e social de soberania popular na democracia representativa. Além disso, aos
maiores de 18 e menores de 70 anos é um dever; portanto, obrigatório”. (grifos nossos)

É através desse “direito” que todo eleitor brasileiro tem a capacidade manifestar sua
vontade e decisão de escolher, por meio do voto, seus governantes.

3.2 DIREITO POLÍTICOS NEGATIVOS.

Direitos políticos negativos são as circunstâncias que ou acarretam a perda ou


suspensão dos direitos políticos, ou caracterizam a inelegibilidade, restringindo ou mesmo
21
Capacidade de eleger e de ser eleito.
22
(MORAES, 2003. p 236)
12

impedindo que uma pessoa venha a participar dos negócios jurídicos de uma nação. É a
negatividade política que segundo MORAES23 “correspondem às previsões constitucionais que
restringem o acesso do cidadão à participação nos órgãos governamentais, por meio de
impedimentos às candidaturas”.

A Constituição Federal prevê, em seu Art. 14, §§ 4º a 7º e 9º, além de outras que podem
ser previstas em lei complementar, as condições de inelegibilidade, ou sejam, são absolutamente
inelegíveis, ou seja, inelegíveis para qualquer cargo eletivo em todo o território nacional, os
inalistáveis (CF. Art. 14,§2º : Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o
período do serviço militar obrigatório, os conscritos.)24 e os analfabetos.

Já o § 5º, através da EC n. 16/9725, recebeu nova redação, o Presidente da República, os


Governadores de Estado e do DF, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso
dos mandatos poderão ser reeleitos por um único período imediatamente subseqüente. Havendo a
renúncia antes do término do segundo mandato, o Chefe do Poder Executivo não poderá
concorrer a um terceiro mandato imediatamente subseqüente.

A inelegibilidade é uma condição de ausência de capacidade eleitoral passiva, e


compõem-se das regras que privam o cidadão, pela perda definitiva ou temporária, da totalidade dos
direitos políticos de votar e ser votado, bem como daquelas regras que determinam restrições à
elegibilidade do cidadão.

Pode-se, de acordo com MORAES26, dizer que a inelegibilidade é absoluta ou relativa, e elas
referem-se, à determinada característica da pessoa que pretende candidatar-se, e não ao pleito ou
mesmo ao cargo pretendido.

A inelegibilidade absoluta é excepcional e somente pode ser estabelecida,


taxativamente, pela própria Constituição Federal. Ela é exemplificada no caso dos inalistáveis,
onde a elegibilidade tem como pressuposto a alistabilidade (capacidade eleitoral ativa); assim,
23
(MORAES, 2003. p 239)
24
BRASIL. Capítulo IV. Dos Direito Políticos. p.(18)
25
EC n.16/97. Disponível em www.planalto.gov.br/ccivil_03/.../emc16.htm. Acesso em 12. 092009.
26
(MORAES, 2003. p 240)
13

todos aqueles que não podem ser eleitores, não poderão ser candidatos, ou no caso dos
analfabetos27, que apesar da possibilidade de alistamento eleitoral e do exercício do direito de
voto, eles não possuem capacidade eleitoral passiva.

Já a inelegibilidade relativa, não é aplicada à característica da pessoa, mas


“constituem restrições à elegibilidade para certos pleitos eleitorais e determinados
mandatos, em razão de situações especiais existentes, no momento da eleição, em
relação ao cidadão”28.

Ela pode ser aplicada por motivos funcionais, onde o exercício de determinada função
torna incompatível a elegibilidade do cidadão para determinado o mesmo cargo, como por
exemplo, a reeleição por mais de duas vezes consecutivas para o cargo de Presidente da
República, ou para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os governadores de
Estado e do Distrito Federal e os prefeitos que não renunciarem aos respectivos mandatos até seis
meses antes do pleito.

Pode-se também ser aplicada por motivos de casamento, parentesco ou afinidade, onde,
são inelegíveis, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por
adoção, do Presidente da República, de governador de Estado ou Território, do Distrito Federal,
de prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito.

Os militares também o são, salvo o que expressa o Art. 14 § 8º da Constituição Federal


que determina que o militar alistável é elegível, desde que atendidas as condições de se contar
menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; e, se contar mais de dez anos, será
agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação,
para a inatividade.

Quanto às previsões de ordem legal, a Constituição Federal, no § 9°, do Art. 14, autorizou
a edição de lei complementar (LC n° 64/9029 e LC n° 81/9430), que trata exclusivamente destas
restrições.

27
BRASIL. Capítulo IV. Dos Direito Políticos. p.(18)
28
(MORAES, 2003. p 240)
29
LC 64/90. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/.../Lcp64.htm. Acesso em 12.09.2009.
30
LC 81/94. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/.../Lcp81.htm. Acesso em 12.09.2009.
14

Em algumas situações, o cidadão pode se desvencilhar da inelegibilidade a tempo de


concorrer à eleição cogitada, ato pelo qual se dá o nome de desincompatibilização, e o mesmo
termo, tanto serve para designar o ato, mediante o qual o eleito sai de uma situação de
incompatibilidade para o exercício do mandato, como para o candidato desembaraçar-se da
inelegibilidade.

3.3 PRIVAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS.

A privação dos direitos políticos, quando definitiva, denomina-se perda dos direitos
políticos. A privação dos direitos políticos, quando temporária é sua suspensão; a Constituição
Federal veda a cassação de direitos políticos, e só admite a perda e suspensão nos casos indicados
no Art. 1531, Incisos I a V, cuja redação tecer-se-à comentários infra.
31
(BRASIL. Capítulo IV. Dos Direito Políticos. p.19)
15

A perda dos direitos políticos consiste na privação definitiva dos direitos políticos, com
o qual o indivíduo perde sua condição de eleitor e todos os direitos de cidadania nela fundados.
No inciso I do artigo supra citado, na sua redação, a perda ou suspensão dos direitos
políticos acontecerá após o “cancelamento da naturalização por sentença transitada em
julgado”, e somente os nacionais (natos ou naturalizados) e os portugueses com residência
permanente no Brasil (preenchido o requisito da reciprocidade) podem alistar-se como eleitores e
candidatos. O cancelamento da naturalização é hipótese de perda dos direitos políticos, e a Lei n.
818/4932 prevê sua incidência em caso de atividades nocivas ao interesse nacional.

No inciso II, a “incapacidade civil absoluta” que se trata este inciso, são as hipóteses
previstas na lei civil, em especial no Art. 5º do CC33, e supervenientes à aquisição dos direitos
políticos.

Se a capacidade é a tendência jurídica para que o cidadão venha a ter direitos e


obrigações, a incapacidade é o inverso, ou seja, a inaptidão para o exercício de direitos previstos
na lei. Pode-se então deduzir que a incapacidade seja a falta de condição necessariamente legal,
para que o cidadão possa exercitar os seus direitos.

Parafraseando DINIZ34 "a incapacidade é a restrição legal ao exercício dos atos da vida
civil, devendo ser sempre encarada estritamente, considerando-se o princípio de que a capacidade
é a regra e a incapacidade, a exceção".

A redação do inciso III “condenação criminal transitada em julgado, enquanto


durarem seus efeitos”, remete-nos à uma sanção penal diretamente relacionada com o direito
eleitoral, haja vista que
“Todos os sentenciados que sofrerem condenação criminal com trânsito em julgado
estarão com seus direitos políticos suspensos até que ocorra a extinção da
punibilidade,como conseqüência automática e inafastável da sentença condenatória”35.

32
LEI 818/49. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L0818.htm. Acesso em 11.09.2009.
33
(VADE MECUM SARAIVA. 2008. p 168)
34
DINIZ, M. H., Curso de Direito Civil Brasileiro. 17 ed. São Paulo: Saraiva. 2001. 571 p. v.1.p. 105 e 106
35
(MORAES. 2003. p 249)
16

Essa condição prevalece mesmo que o sentenciado venha a cumprir a pena em regime
diferenciado, como livramento condicional, prisão albergue ou domiciliar, ou sursis. Se
porventura o cidadão estava privado de seus direitos políticos e mesmo assim candidatou-se, ele é
inelegível mesmo que a causa da sua inelegibilidade cesse antes da eleição.

Segundo nosso ordenamento pátrio36, se um Deputado ou Senador vir a sofrer


condenação criminal, a perda de seu mandato em decorrência desse fato, só será levada a feito se
houver manifestação expressa da respectiva casa legislativa.

A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em


julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou de
prova de reparação dos danos.

Quanto ao inciso IV, que trata da “recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII”, são os casos em que o cidadão que se recusar
a servir as Forças Armadas, em tempo de paz ou de guerra, fica com os direitos políticos
suspensos. A suspensão perdura enquanto ele não servir, podendo se arrepender e regularizar a
situação em até dois anos após a convocação. Outra hipótese prevista neste inciso é a recusa ao
serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política, o que importará no dever
de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar
o serviço imposto.

O inciso V, “improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º”, que em sua
redação nos diz
“§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. 37

Importando isso, no uso indevido da Administração Pública em benefício do autor da


improbidade ou de terceiros, não dependendo da produção de danos ao patrimônio público
material. A pena pela prática de improbidade administrativa é aplicada ao agente público quando

36
(BRASIL. Titulo IV. Da Organização dos Poderes. Seção V. Dos Deputados e Senadores. § 2º do art. 55)
37
(BRASIL. § 4º do Art. 37)
17

se constata que houve enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
na administração pública direta, indireta ou nas fundações.

A Lei de Improbidade (Lei 8.429/92)38 prevê que a suspensão dos direitos políticos seja
aplicada nos seguintes prazos: de 8 a 10 anos; de 5 a 8 anos ou de 3 a 5 anos, dependendo do
artigo da lei que tenha sido violado.

CAPÍTULO 5

PARTIDOS POLÍTICOS

5.1. DEFINIÇÃO, FINALIDADES.

(...) Burke. Em 1770, definiu ele o partido como “um corpo de pessoas unidas para
promover, mediante esforço conjunto, o interesse nacional, com base em algum
princípio especial, ao redor do qual todos se acham de acordo”. 39

38
LEI 8.429/92. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8429.htm. Acesso em 11.09.2009.
39
(BONAVIDES. 2000. p.448)
18

Em tese, os partidos políticos têm como finalidade a militância política. Legalmente,


os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, registrando seus estatutos primeiro
no Registro Civil de Pessoas Jurídicas e depois no Tribunal Superior Eleitoral, a quem devem
prestar contas, por força e circunstâncias do
Art.17, § 2º. Da Constituição Federal:
“Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral”.40

Dessa forma, com o fim de assumir o poder para realizar um programa de governo, um
grupo social se agremia tentando organizar, coordenar e instrumentar a vontade popular, segundo
suas convicções ideológicas.

Essas convicções são essencialmente partidárias, pois, BONAVIDES, citando Jellinek, diz
que os partidos políticos, “em sua essência, são grupos que, unidos por convicções comuns,
dirigidas a determinados fins estatais, buscam realizar esses fins”. 41

Sem que haja a exacerbação do direito, os partidos políticos têm caráter nacional,
resguardando a soberania nacional, o regime democrático de direito, a sua concepção
pluripartidarista, e sacramentando da pessoa humana seus direitos fundamentais.
É essencial que a democracia, em seu sentido literal esteja implantada no sistema de
governo, pois, os partidos políticos são tão importantes, que com respeito à democracia,
42
KELSEN, citado por BONAVIDES, escreve: “Os partidos políticos são organizações que
congregam homens da mesma opinião para afiançar-lhes verdadeira influência na realização
dos negócios públicos”. A nossa democracia de acordo com a Constituição é de cunho
parlamentarista, cujo regime, para sobreviver, exige a presença de partidos políticos, que
constituem formas de exercício da soberania popular.

A estrutura partidária nacional tem que ser essencialmente desmilitarizada, e


desprovida de aporte de recursos transnacionais de governos e/ou entidades de quaisquer

40
(BRASIL. Dos Partidos Políticos. p. 20)
41
(BONAVIDES. 2000. p.449)
42
(BONAVIDES. 2000. p.449)
19

ideologias estrangeiras. A influência de estruturas alienígenas ao nosso sistema democrático pode


deturpar o sentido da organização partidária nacional, porque
“O partido político, a nosso ver, é uma organização de pessoas que inspiradas por idéias
ou movidas por interesses, buscam tomar o poder, normalmente pelo emprego de meios
legais, e nele conservar-se para realização dos fins propugnados.” 43

Na forma da lei, em nosso ordenamento jurídico, um maior gradiente de participação


da sociedade civil, diretamente na função de governo, como condição fundamental para a
construção de um Estado democrático, sendo este estado desenvolvido politicamente, depende
exclusivamente da atuação dos partidos políticos, que, de acordo com a Lei Nº 9.096, de 19 de
Setembro de 1995, em seu Art. 1º, diz que

“O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no


interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.” 44

Os partidos políticos são a mola mestra para a ascensão ao poder, pois este
agrupamento é a causa que
“facilita a identificação das correntes de opinião e de sua receptividade pelo meio
social, servindo para orientar o povo e os próprios governantes.”45
Podem-se caracterizar os Partidos Políticos como um mal necessário à afirmação
democrática do Estado de Direito, embora já haja controvérsias quanto a sua existência pelo
cabedal de escândalos que os envolve entre venda de apoio ao Governo, troca de favores e
Cargos, mas de qualquer forma, temos que ceder à argumentação de que eles, infelizmente,
participam da vontade política do povo e, ao exercer essa vontade, não deixam de expressar a sua
preferência, embora às vezes, não correspondam à melhor solução dos problemas que afligem à
sua cidadania.

Notadamente, nas questões relacionadas aos Partidos Políticos brasileiros, alguns


aspectos têm quer ser considerados de acordo com o Art. 17, in verbis:

43
(BONAVIDES. 2000. p.450)
44
LEI 9096/95. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9096.htm. Acesso em 12.09.2009
45
DALARI, Dalmo de Abreu. Elementos da Teoria Geral do Estado. Saraiva. 110 p. 2. ed. 1998. p 61.
20

“É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a


soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos”. 46

Os partidos têm direito ao fundo partidário que é constituído pelas multas aplicadas
com base na legislação eleitoral, doações e dotações orçamentárias da União fundadas no número
de eleitores, e acesso gratuito ao rádio e à televisão. As emissoras de rádio e televisão têm direito
à compensação fiscal pela cedência do horário gratuito.

O partido político é o meio indispensável para alguém obter um mandato eletivo, haja
vista que não se admite candidatura avulsa, e para que se alcance esse objetivo, a filiação a um
partido político é obrigatória.

Pede-se que o postulante a um cargo eletivo tenha disciplina e fidelidade partidária de


acordo com o que determina o estatuto do partido. Dentro dos estatutos dos partidos estão
previstas as sanções para os atos de indisciplina e de infidelidade, que poderão ir de simples
advertência até a exclusão. Não obstante, a Constituição não permite a perda de mandato por
infidelidade partidária.

Os partidos políticos funcionam como um instrumento por meio do qual o povo


governa através do exercício do mandato político outorgado a seus representantes.

Essa participação popular no governo vem a fortalecer ainda mais os partidos políticos,
pois,
“A medida que cresce a participação popular no exercício do poder, ou os fins da
atividade estatal se dirigem de preferência para o atendimento dos clamores de melhoria
e reforma social, erguidos pelas classes mais impacientes da sociedade, cresce
concomitantemente o prestígio do partido, e se firma no consenso geral a convicção de
que ele é imprescindível à democracia em seu estado atual, e com ela se identifica
quanto a tarefas, fins e propósitos almejados”.47

A estabilidade política dentro de um sólido Estado democrático de direito, só é conseguida


dentro de certo equilíbrio de forças partidárias, pois se houver desequilíbrio entre as relações dos

46
(BRASIL. Capítulo IV. Dos Direito Políticos. p.20)
47
(BONAVIDES. 2000.p. 358)
21

partidos, que são como canais para a expressão dos diferentes grupos sociais, com o Governo,
pode-se ter uma ruptura das relações políticas, descambando-se para a ruína da Democracia.

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Brasília, 1 ed., 1998. Vol. 1: 674 p. (total: 1.330 p.) p. 954.

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