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RESUMO 04
INTRODUÇÃO 05
REFERÊNCIAS 22
4
RESUMO
1
Refere-se à construção de novos modelos ou padrões.
5
INTRODUÇÃO
O Direito, através desta predefinição, então será visto como uma ciência que garante
sua validade demonstrando suas afirmações. Afirmações estas que quando interligadas, sejam
indissolúveis, sem poderem ser retiradas, anexadas ou mudadas, mesmo sendo o Direito produto
da cultura humana, buscando sempre seu melhoramento e engrandecimento,
“O Direito é, pois, antes de tudo uma disciplina social, isto é, uma disciplina que a
sociedade impõe a si mesma na pessoa dos seus membros, como meio de atingir o fim
supremo, - e o direito só tem este -, da convivência harmônica de todos associados.” 3
2
ROMANO, Santi. L`ordinamento giuridico. Firenze: Sansoni, 1945, p.21.
3
(BARRETO, Tobias- 1839-1889. Estudos de Filosofia. 2ª Ed. São Paulo, Grijalbo; Brasília, INL, 1977, p.433)
4
BOBBIO, Norberto, 1909 - Dicionário de política I Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino;
trad. Carmen C, Varriale et alii.; coord. trad. João Ferreira; rev. geral João Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cacais. -
Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1 ed., 1998. Vol. 1: 674 p. (total: 1.330 p.)p. 954.
6
CAPÍTULO 1
DIREITOS POLÍTICOS
A partir do momento em que o homem passou a ser gregário e perceber que o sistema
migratório da caça e coleta de vegetais não mais seria viável ao seu sistema de vida, e
aglomerando-se em povoações ─ que seriam a base de desenvolvimento da polis ─,
estabelecendo elos em que a sociedade procurava reagir beneficamente sobre seus membros, e
esses elementos passaram a ter reações adversas às situações que ora enfrentavam, e passaram a
ser frutos desta sociedade, sejam exercendo sua condição de cidadão e lutando por aquilo que
achava que era seu, de e por direito, estabeleceu o sustentáculo dessa atual sociedade vigente,
pois, “tudo que constitui o homem de hoje, o homem do direito, da moral, da religião... é um
produto social” 6.
funções do Estado, e esses direitos só o são concedidos aos cidadãos e que, cidadão é aquele
nacional que está no pleno gozo de seus direitos políticos, mas pode ocorrer ser nacional e não
ser cidadão (p. ex.: um indivíduo preso é nacional, mas não é cidadão, visto estarem suspensos
seus direitos políticos).
Constituem-se esses direitos políticos na disciplina dos meios necessários ao exercício
da soberania popular; a nossa Constituição emprega a expressão direitos políticos, em seu sentido
estrito, como o conjunto de regras que regula os problemas eleitorais.
Os cidadãos que estão em pleno uso de sua capacidade está fazendo gozo de sua
cidadania plena, e a cidadania é adquirida
Embora se tenha a impressão que os indivíduos que são cidadãos são aqueles que
tenham a sua cidadania reconhecida, não se pode reconhecer a situação por este prisma, haja vista
que o termo cidadania refere-se à soma da nacionalidade do indivíduo e seus direitos políticos,
sendo então, nacionalidade e cidadania, termos distintos entre si.
Enquanto a nacionalidade é um direito adquirido por fatores relacionados ao
nascimento ou naturalização, a qualidade de cidadão só é adquirida pelo alistamento eleitoral
dentro do que é delimitado pela Lei.
CAPÍTULO 2
8
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito constitucional Positivo. São Paulo. Malheiros. 32. ed. 2009. p.32.
9
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10 ed. São Paulo. MALHEIROS. 616 p.2000.p.93.
8
DIREITO DE SUFRÁGIO
Presume-se que o cidadão tenha a sua capacidade eleitoral ativa pelos princípios
fundamentais dos direitos políticos, consubstanciados pelo direito de votar, observando-se as
normas que asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos órgãos
governamentais, garantindo a sua participação no poder de dominação política por meio das
diversas modalidades de sufrágio, o qual, segundo nossa Constituição “é um direito público
subjetivo de natureza política, que tem o cidadão de eleger, ser eleito e de participar da
organização e da atividade do poder estatal”. 10
Essa capacidade eleitoral ativa esta diretamente relacionada com sua alistabilidade, que
vem a ser a aplicação plena de seu direito de votar, que é o ato fundamental para o exercício do
direito de sufrágio em eleições, plebiscitos e referendos e iniciativa popular, mediante o exercício
da soberania, haja vista que isso é preconizado pela nossa Constituição, através do “Art. 14. A
soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: (...)” 11
A nossa Constituição Federal arrola no art. 14, § 3º, outras condições de elegibilidade, as
quais também se destacam
“(...);
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV – o domicilio eleitoral na circunscrição;
V - a idade mínima de:
(...)”;15
Como se pode observar, o direito de postular a designação pelos eleitores a um
mandado político no Legislativo ou no Executivo depende unicamente das condições de
elegibilidade, condições essas que variam em razão da natureza ou tipo de mandato pleiteado.
Destarte, esses incisos tratam do pleno exercício dos direitos políticos, já vistos no
Capítulo I deste trabalho, e também das questões referentes ao alistamento eleitoral, o qual
preconiza que só pode ser votado quem pode votar, embora nem todos que votam possam ser
votados – como o analfabeto e o menor de 18 e maior de 16 anos.
Trata também do domicílio eleitoral na circunscrição, cujo prazo é o que a lei ordinária
federal fixar e que hoje é de um ano antes do pleito, nos termos do Art. 9º da Lei n. 9.504/9716.
13
(BRASIL. Capítulo IV. Dos Direito Políticos. p.18)
14
(MORAES, 2003. p.227.)
15
(BRASIL. Capítulo IV. Dos Direito Políticos. p.18)
16
Lei 9504/97. Disponível em www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9504.htm. Acesso em 12.09.2009.
10
CAPÍTULO 3
DIREITO DE VOTO
É através desse “direito” que todo eleitor brasileiro tem a capacidade manifestar sua
vontade e decisão de escolher, por meio do voto, seus governantes.
impedindo que uma pessoa venha a participar dos negócios jurídicos de uma nação. É a
negatividade política que segundo MORAES23 “correspondem às previsões constitucionais que
restringem o acesso do cidadão à participação nos órgãos governamentais, por meio de
impedimentos às candidaturas”.
A Constituição Federal prevê, em seu Art. 14, §§ 4º a 7º e 9º, além de outras que podem
ser previstas em lei complementar, as condições de inelegibilidade, ou sejam, são absolutamente
inelegíveis, ou seja, inelegíveis para qualquer cargo eletivo em todo o território nacional, os
inalistáveis (CF. Art. 14,§2º : Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o
período do serviço militar obrigatório, os conscritos.)24 e os analfabetos.
Pode-se, de acordo com MORAES26, dizer que a inelegibilidade é absoluta ou relativa, e elas
referem-se, à determinada característica da pessoa que pretende candidatar-se, e não ao pleito ou
mesmo ao cargo pretendido.
todos aqueles que não podem ser eleitores, não poderão ser candidatos, ou no caso dos
analfabetos27, que apesar da possibilidade de alistamento eleitoral e do exercício do direito de
voto, eles não possuem capacidade eleitoral passiva.
Ela pode ser aplicada por motivos funcionais, onde o exercício de determinada função
torna incompatível a elegibilidade do cidadão para determinado o mesmo cargo, como por
exemplo, a reeleição por mais de duas vezes consecutivas para o cargo de Presidente da
República, ou para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os governadores de
Estado e do Distrito Federal e os prefeitos que não renunciarem aos respectivos mandatos até seis
meses antes do pleito.
Pode-se também ser aplicada por motivos de casamento, parentesco ou afinidade, onde,
são inelegíveis, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por
adoção, do Presidente da República, de governador de Estado ou Território, do Distrito Federal,
de prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito.
Quanto às previsões de ordem legal, a Constituição Federal, no § 9°, do Art. 14, autorizou
a edição de lei complementar (LC n° 64/9029 e LC n° 81/9430), que trata exclusivamente destas
restrições.
27
BRASIL. Capítulo IV. Dos Direito Políticos. p.(18)
28
(MORAES, 2003. p 240)
29
LC 64/90. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/.../Lcp64.htm. Acesso em 12.09.2009.
30
LC 81/94. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/.../Lcp81.htm. Acesso em 12.09.2009.
14
A privação dos direitos políticos, quando definitiva, denomina-se perda dos direitos
políticos. A privação dos direitos políticos, quando temporária é sua suspensão; a Constituição
Federal veda a cassação de direitos políticos, e só admite a perda e suspensão nos casos indicados
no Art. 1531, Incisos I a V, cuja redação tecer-se-à comentários infra.
31
(BRASIL. Capítulo IV. Dos Direito Políticos. p.19)
15
A perda dos direitos políticos consiste na privação definitiva dos direitos políticos, com
o qual o indivíduo perde sua condição de eleitor e todos os direitos de cidadania nela fundados.
No inciso I do artigo supra citado, na sua redação, a perda ou suspensão dos direitos
políticos acontecerá após o “cancelamento da naturalização por sentença transitada em
julgado”, e somente os nacionais (natos ou naturalizados) e os portugueses com residência
permanente no Brasil (preenchido o requisito da reciprocidade) podem alistar-se como eleitores e
candidatos. O cancelamento da naturalização é hipótese de perda dos direitos políticos, e a Lei n.
818/4932 prevê sua incidência em caso de atividades nocivas ao interesse nacional.
No inciso II, a “incapacidade civil absoluta” que se trata este inciso, são as hipóteses
previstas na lei civil, em especial no Art. 5º do CC33, e supervenientes à aquisição dos direitos
políticos.
Parafraseando DINIZ34 "a incapacidade é a restrição legal ao exercício dos atos da vida
civil, devendo ser sempre encarada estritamente, considerando-se o princípio de que a capacidade
é a regra e a incapacidade, a exceção".
32
LEI 818/49. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L0818.htm. Acesso em 11.09.2009.
33
(VADE MECUM SARAIVA. 2008. p 168)
34
DINIZ, M. H., Curso de Direito Civil Brasileiro. 17 ed. São Paulo: Saraiva. 2001. 571 p. v.1.p. 105 e 106
35
(MORAES. 2003. p 249)
16
Essa condição prevalece mesmo que o sentenciado venha a cumprir a pena em regime
diferenciado, como livramento condicional, prisão albergue ou domiciliar, ou sursis. Se
porventura o cidadão estava privado de seus direitos políticos e mesmo assim candidatou-se, ele é
inelegível mesmo que a causa da sua inelegibilidade cesse antes da eleição.
Quanto ao inciso IV, que trata da “recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII”, são os casos em que o cidadão que se recusar
a servir as Forças Armadas, em tempo de paz ou de guerra, fica com os direitos políticos
suspensos. A suspensão perdura enquanto ele não servir, podendo se arrepender e regularizar a
situação em até dois anos após a convocação. Outra hipótese prevista neste inciso é a recusa ao
serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política, o que importará no dever
de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar
o serviço imposto.
O inciso V, “improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º”, que em sua
redação nos diz
“§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. 37
36
(BRASIL. Titulo IV. Da Organização dos Poderes. Seção V. Dos Deputados e Senadores. § 2º do art. 55)
37
(BRASIL. § 4º do Art. 37)
17
se constata que houve enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
na administração pública direta, indireta ou nas fundações.
A Lei de Improbidade (Lei 8.429/92)38 prevê que a suspensão dos direitos políticos seja
aplicada nos seguintes prazos: de 8 a 10 anos; de 5 a 8 anos ou de 3 a 5 anos, dependendo do
artigo da lei que tenha sido violado.
CAPÍTULO 5
PARTIDOS POLÍTICOS
(...) Burke. Em 1770, definiu ele o partido como “um corpo de pessoas unidas para
promover, mediante esforço conjunto, o interesse nacional, com base em algum
princípio especial, ao redor do qual todos se acham de acordo”. 39
38
LEI 8.429/92. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8429.htm. Acesso em 11.09.2009.
39
(BONAVIDES. 2000. p.448)
18
Dessa forma, com o fim de assumir o poder para realizar um programa de governo, um
grupo social se agremia tentando organizar, coordenar e instrumentar a vontade popular, segundo
suas convicções ideológicas.
Essas convicções são essencialmente partidárias, pois, BONAVIDES, citando Jellinek, diz
que os partidos políticos, “em sua essência, são grupos que, unidos por convicções comuns,
dirigidas a determinados fins estatais, buscam realizar esses fins”. 41
Sem que haja a exacerbação do direito, os partidos políticos têm caráter nacional,
resguardando a soberania nacional, o regime democrático de direito, a sua concepção
pluripartidarista, e sacramentando da pessoa humana seus direitos fundamentais.
É essencial que a democracia, em seu sentido literal esteja implantada no sistema de
governo, pois, os partidos políticos são tão importantes, que com respeito à democracia,
42
KELSEN, citado por BONAVIDES, escreve: “Os partidos políticos são organizações que
congregam homens da mesma opinião para afiançar-lhes verdadeira influência na realização
dos negócios públicos”. A nossa democracia de acordo com a Constituição é de cunho
parlamentarista, cujo regime, para sobreviver, exige a presença de partidos políticos, que
constituem formas de exercício da soberania popular.
40
(BRASIL. Dos Partidos Políticos. p. 20)
41
(BONAVIDES. 2000. p.449)
42
(BONAVIDES. 2000. p.449)
19
Os partidos políticos são a mola mestra para a ascensão ao poder, pois este
agrupamento é a causa que
“facilita a identificação das correntes de opinião e de sua receptividade pelo meio
social, servindo para orientar o povo e os próprios governantes.”45
Podem-se caracterizar os Partidos Políticos como um mal necessário à afirmação
democrática do Estado de Direito, embora já haja controvérsias quanto a sua existência pelo
cabedal de escândalos que os envolve entre venda de apoio ao Governo, troca de favores e
Cargos, mas de qualquer forma, temos que ceder à argumentação de que eles, infelizmente,
participam da vontade política do povo e, ao exercer essa vontade, não deixam de expressar a sua
preferência, embora às vezes, não correspondam à melhor solução dos problemas que afligem à
sua cidadania.
43
(BONAVIDES. 2000. p.450)
44
LEI 9096/95. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9096.htm. Acesso em 12.09.2009
45
DALARI, Dalmo de Abreu. Elementos da Teoria Geral do Estado. Saraiva. 110 p. 2. ed. 1998. p 61.
20
Os partidos têm direito ao fundo partidário que é constituído pelas multas aplicadas
com base na legislação eleitoral, doações e dotações orçamentárias da União fundadas no número
de eleitores, e acesso gratuito ao rádio e à televisão. As emissoras de rádio e televisão têm direito
à compensação fiscal pela cedência do horário gratuito.
O partido político é o meio indispensável para alguém obter um mandato eletivo, haja
vista que não se admite candidatura avulsa, e para que se alcance esse objetivo, a filiação a um
partido político é obrigatória.
Essa participação popular no governo vem a fortalecer ainda mais os partidos políticos,
pois,
“A medida que cresce a participação popular no exercício do poder, ou os fins da
atividade estatal se dirigem de preferência para o atendimento dos clamores de melhoria
e reforma social, erguidos pelas classes mais impacientes da sociedade, cresce
concomitantemente o prestígio do partido, e se firma no consenso geral a convicção de
que ele é imprescindível à democracia em seu estado atual, e com ela se identifica
quanto a tarefas, fins e propósitos almejados”.47
46
(BRASIL. Capítulo IV. Dos Direito Políticos. p.20)
47
(BONAVIDES. 2000.p. 358)
21
partidos, que são como canais para a expressão dos diferentes grupos sociais, com o Governo,
pode-se ter uma ruptura das relações políticas, descambando-se para a ruína da Democracia.
REFERÊNCIAS
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10. ed.São Paulo. MALHEIROS. 616 p.2000.
DINIZ, M. H., Curso de Direito Civil Brasileiro. 17 ed. São Paulo: Saraiva, 2001. 571
p. v.1.p. 105 e 106.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito constitucional Positivo. São Paulo.
Malheiros. 32 ed. 2009.
23
VADE MECUM SARAIVA. Editora Saraiva. 5 ed. 1738 p. São Paulo. Saraiva. 2008.