O Libertas - 4ª Edição - Maio / 2009

Charge Poesia
Exame

Sobre tudo o que pensei saber

um lamento.

O relógio
a espreita me cobra Jornal do curso de Direito da Universidade Federal do Piauí
suas horas.
Se pudesse retomar o empréstimo? 4º Edição / Maio de 2009
Não se julgam intentos...
Mas esquadrinham-se
com perícia
os anos inertes.
E então se faz verdade
EDITORIAL Finanças
que nada se extrai do memorável
senão a culpa.
E que não há significado no
futuro além do delírio. Um alto salário não garante
Minha sobriedade estabilidade financeira.
de praxe
Coalha meu sangue Afinal, como ser bem-
e ata meus movimentos.
sucedido financeiramente?
Elaboro uma fuga:
Não percebo
a mesma rota viciada
(Pág. 3)
seguindo em parafuso.
Estranhos acidentes de percurso
na paisagem Calourada
enojada de tão vista.
Prof. Gabriele Sapio Persiste a fantasia de uma vida
em linha reta.
Homenageie um professor! Mande seu desenho para riamm@hotmail.com Lara Cardoso Grande curso, grande festa.
1º Período Diurno O Curso de Direito está de (Pág. 8)
cara nova. Confira a
simbologia!
(Pág. 2)

ENTREVISTA

A equipe do Libertas entrevistou o

professor Robertonio Santos
Pessoa, Procurador da Fazenda
Nacional, Docente e Autor do
Projeto de Mestrado em Direito na
UFPI.
(Págs. 4 e 5)

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O Libertas - 4ª Edição - Maio / 2009
EDITORIAL
Todos devem ter notado a mudança das logomarcas de nosso Centro Acadêmico. Isso
mesmo, a palavra Direito representada pela letra “D” tal qual uma gotinha, da mesma forma que
a letra “A”, no novo símbolo do CACC; o primeiro vocábulo grafado em vermelho vivo e o último
na cor laranja. Tenho certeza de que ao menos na camiseta de nossos amigos do CA já a
visualizaram antes. Enfim. Se, por acaso, você não conseguiu captar a recôndita mensagem da
nova logomarca e mal se sustenta em pé de tanta curiosidade, não se torture mais; sua angústia
termina por aqui.
Recentemente pedi a ajuda da idealizadora dos logotipos, a estudante Alissa Viana (9º
Período Noturno), a fim de entendê-los de uma vez por todas. E, surpreendi-me com a
simplicidade e perspicácia de seu projeto. “Como não havia sacado isso antes?”, ocorreu-me na
hora. Agora, repasso-lhes tudo nos mínimos detalhes. Todos prontos?
Para começar, as referidas letras não têm forma de gotinha coisa nenhuma. São balões
de fala, como aquelas usadas nas tirinhas ou histórias em quadrinho. E esse ponto é crucial
para a plena cognição. Como me foi adiantado pela Alissa, as logomarcas representam um
conceito bastante pessoal do Direito. É fácil entender: o Direito como meio e oportunidade para
que sejamos ouvidos ou levados a sério na procura do que nos pertence ou nos compete. De
maneira que de nada adianta nossa manifestação quando ele não nos assiste. Mas, uma vez
em nossas mãos, temos vez. Daí o formato das letras “D” e “A”; porque o Centro Acadêmico é a
voz dos estudantes. Já as cores das logomarcas não foram escolhidas à toa. O vermelho que
matiza a palavra Direito figura a força deste, que não se pode deixar passar desapercebido. O
laranja em CACC, que é uma cor viva, representa a atuação ativa de nosso Centro Acadêmico.
Nada seria mais justo, de fato. Devo então parabenizar a Alissa, tanto pelo projeto quanto por
seu belo conceito pessoal do Direito.
E concluo enviando uma mensagem aos que vêm levando o curso com a mais fina ataraxia
ou a mais rútila das indiferenças: valorizem o trabalho do nosso CA, participem o máximo que
puderem dele, contribuam. Muito já foi conquistado em favor do curso e, com efeito, muito mais
será. Duvidam?
Espero ter contribuído. Então, boa leitura!
Yuri Cavalcante
3º Período
Faça O Libertas
Caro estudante, precisamos da sua colaboração para continuar a publicar periódicos. Caso tenha
algum artigo acadêmico, político, poesia, etc., mande um e-mail para riamm@hotmail.com.
Expediente
Jornal do Curso de Direito da UFPI
Edição nº 4
Impressão: Gráfica da UFPI
Editores:
Mirelle Soares Dênio Cardoso
Emídio Borges Ricardo Alves
Rodrigo Chaves André Nascimento
Tainá Valentim Yuri Cavalcante
Tiragem: 500 exemplares
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O Libertas - 4ª Edição - Maio / 2009
ESPAÇO ACADÊMICO
ERED 2009
O ERED é o Encontro Regional dos Estudantes de Direito, evento promovido
anualmente pela Federação Nacional dos Estudantes de Direito (FENED), entidade máxima
de representação dos estudantes de Direito do Brasil e composta por 14 Regionais. O s
estudantes de instituições de ensino superior públicas e privadas dos estados do Piauí, Ceará
e Maranhão compõem a Regional Nordeste III. A realização dos encontros anuais respeita o
rodízio de estados e, neste ano de 2009, ocorrerá no Maranhão na cidade de São Luís no
campus da UFMA.
Em 2009 a indicação da FENED para todas as regionais é o tratamento de temas
ligados à Amazônia tendo em vista o amadurecimento das discussões até o Encontro
Nacional dos Estudantes de Direito que acontecerá em Belém do Pará no mês de julho. Por
isso, nos dias 10 a 13 de junho, o tema do XXII ERED da Regional NE III será “A Luta pelos
Direitos Humanos na Amazônia”.
Por trás de tantas siglas e pré-conceitos a respeito dos encontros estudantis,
esconde-se uma ótima oportunidade de integração da Regional e conhecimento da realidade
do ensino jurídico nas instituições dos estados participantes. O ERED é um espaço para
discussões políticas, acadêmicas e culturais desenvolvidas por meio de palestras, painéis,
oficinas, grupos de trabalho, minicursos, exposição e fomento da produção científica dos
próprios acadêmicos e apresentações culturais dos estados participantes.
Este ano o CACC, em parceria com o Projeto CAJUÍNA e alunos da UESPI,
promoverá divulgação e organização da delegação teresinense com excursão para o evento.
Maiores informações acerca de painelistas, palestrantes, edital e prazos para inscrição de
artigos científicos podem ser percebidas no site oficial do evento, qual seja,
www.eredne2009.com.
Rômulo Marques
Informações:
Rômulo Marques – 7° período Diurno (CACC) - romulomeneses@hotmail.com
Nadja Carvalho – 9° período Noturno (CAJUÍNA)
NOTA:
Em virtude da importância do encontro para a representação da instituição e
crescimento pessoal dos alunos, o CACC doará a quantia de R$700,00
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NOTÍCIAS
O QUE É O PEC-G
Muitas são as indagações que vêm sendo feitas em relação a minha vinda ao Brasil. Algumas bem
idiotas como, se no meu país tem frigorífico, se tem televisor enfim, até se eu ando nua de tanga, como a
mulher do Tarzan ja me questionaram. Essa mentalidade é fruto das várias pseudoidéias em relação a
Àfrica, mas é um continente igual aos outros com seus problemas e que a cada dia tenta superar. Bom, eu
cheguei ao Brasil através de um progaram chamado PEC-G (Programa de Estudantes de Convênio de
Graduação) que tem como finalidade formar recursos humanos para países em desenvolvimento. O
programa é coordenado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), pela Divisão de Temas
Educacionais(DCE), pelo Ministério da Educação (MEC), pela Secretaria do Ensino Superior(SESu), pelas
Instituições de Ensino Superior(IES) e pelas Pró- Reitorias de Graduação do Poder Executivo brasileiro.
O processo seletivo consiste na analíse das candidaturas recebidas do exterior por uma comissão,
instituida pela Portaria do MEC, composta por professores de cada IES de toda a Federação, entre os
candidatos pelos países participantes. Não existe reserva de vaga ou quotas específicas para cada país,
sendo o critério de seleção o mérito acadêmico. Há sensivelmente dois anos foi criado o PEC-PG, que é o
programa de ensino de pós graduação, sendo que não é necessário provas pra entrar nas respectivas IES,
somente será analisado o rendimento acadêmico do aluno. A chegada aqui tem suas controvérsias, em que
vais ter de conviver com quem não conheces e eu confesso que fiquei um tanto com medo, mas quando
cheguei tive uma boa recepção e acabei criando grandes amizades. Os problemas e obstáculos encontrados
foram vencidos e espero terminar meu curso com sucessos. O aluno terá direito de permanecer aqui
enquanto estiver a estudar, e a cumprir com seus deveres de graduando ou pós graduando.
Jocilene do Rosário Gomes
5º periodo Diurno
* mais informações em www.ufpi.br/direito
TIRINHA
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O Libertas - 4ª Edição - Maio / 2009
FINANÇAS
Alfabetização Financeira
O modelo educacional vigente em terras tupiniquins ensina a seus cidadãos que, para se
obter o tão desejado sucesso profissional, é suficiente muito estudo sobre determinada especialidade,
seja cirurgia cardiovascular, direito tributário ou engenharia civil. Desse modo, o indivíduo poderá ser
um grande especialista e, assim, terá um emprego com muitos benefícios e rendimentos mensais
elevados. Esse fato pode ser percebido de maneira ainda mais acentuada entre estudantes do curso
de Direito. O único conteúdo objeto de estudo, para grande parte deles, é somente o cobrado no
concurso A ou B.
No entanto, com o avanço da idade e das responsabilidades, o sujeito percebe que aquele
“salariozinho”, que outrora garantiu viagens internacionais, diversões e carros de luxo, agora mal paga
o financiamento do carro, a hipoteca da casa, a fatura do cartão de crédito, os colégios dos filhos, os
caros planos de saúde e a alimentação doméstica.
Esse grande dilema, aparentemente insolúvel, que afeta a maior parte da classe média
brasileira, não é culpa da inflação, dos políticos “corruptos” e, muito menos, dos banqueiros
“gananciosos”. É fruto do modelo de educação desenvolvido na escola e na própria estrutura familiar,
que se preocupa somente em formar os melhores profissionais de suas respectivas áreas, mas não
ensina nada sobre o que fazer com o dinheiro auferido do exercício da atividade profissional. Em outras
palavras, não ensina nada sobre educação financeira.
Deste modo, apesar de ganharem rios de dinheiro durante toda a vida, estes profissionais
jamais se tornam independentes do trabalho e da (cada vez mais) falida previdência pública. Eles não
conseguem construir um patrimônio que lhes permita viver da renda gerada, pois não sabem que,
muito mais importante do que quanto se ganha, para se tornar independente financeiramente, é o
quanto se conserva.
Há duas atitudes simples que, se seguidas com disciplina, são decisivas para o sucesso
financeiro do indivíduo. São elas:
Comprar à vista sempre que a taxa de juros for maior que a das aplicações financeiras
disponíveis. Desse modo, cria-se uma disciplina para a formação de poupança, evitando, assim, o
pagamento de juros e aumentando o poder de compra do dinheiro (pois você estará evitando dar ao
banco grande parte do valor gasto na aquisição de um bem, o que aumenta o custo do mesmo).
Exemplo: um carro que custa R$ 30.000,00, financiado em 60 meses, a uma taxa de mercado de 1,5%
a.m., custará na verdade R$ 45.708,00 (prestação mensal de R$ 761,80). Caso seja comprado à vista,
é suficiente juntar R$ 500,00 todo mês, durante os mesmos 60 meses. O carro será adquirido sem
pagamento de juros, ou seja, por R$ 30.000,00. Desse modo, evita-se o dispêndio de R$ 15.708,00,
que representa mais de 50% do valor do bem.
Gastar, no máximo, 80% da renda mensal auferida. Essa atitude permite o indivíduo
formar uma reserva que, futuramente, gerará uma renda mensal considerável em relação ao salário
obtido no trabalho. Além disso, evitará que, em situações imprevisíveis, como em um tratamento de
saúde muito caro, por exemplo, seja necessário recorrer a empréstimos bancários, evitando, mais uma
vez, o pagamento de juros. Exemplo: um cidadão com renda mensal de R$ 5.000,00. Suponha que ele
guardasse R$1.000,00 todo mês, durante os últimos quinze anos. Caso estivesse aplicando na
poupança, ele teria acumulado R$ 361.078,62 (sendo R$ 180.000,00 o dinheiro investido e R$
181.078,62 o retorno obtido). Se a aplicação fosse no Ibovespa (o principal índice da Bolsa de Valores
de São Paulo), o valor acumulado seria de R$ 1.638.369,24 (mesmo com a crise!).
Aplicado num fundo de renda fixa (que não possui risco de mercado) esses montantes
acumulados gerariam, respectivamente, R$ 3.250,00 e R$ 16.383,70 ao mês. Isso significa que o
indivíduo fez um sacrifício de economizar 20% do salário todo mês para, posteriormente, aumentar sua
renda mensal 55% (aplicando num investimento livre de riscos) ou 173% (caso estivesse disposto a
correr algum risco).
Fica claro, com esses exemplos, o quão determinante o planejamento pode ser no sucesso
financeiro de cada um. Contudo, como quaisquer outros resultados, demanda algum tempo e esforço.
Resta a cada um avaliar seus objetivos e seguir com disciplina o procedimento necessário para
alcançá-los.
Robson Brilhante
Estudante do 5º Período de Direito da UFPI e agente autônomo de investimentos
(certificado pela ANCOR) da Econométrica Investimentos.
O Libertas - 4ª Edição - Maio / 2009
ENTREVISTA
1. Como foi sua trajetória acadêmica e
profissional?
Formei-me em Direito em 1988. Logo depois
tentei um mestrado em Direito na Faculdade
de Direito de São Paulo e lá permaneci por 2
anos. Pouco antes havia cursado filosofia e
teologia no Seminário Maior de Teresina, onde
me afeiçoei muito à chamada Teologia da
Libertação. Trabalhei para a Comissão
Pastoral da Terra (CPT) durante um curto
período, daí surgindo meu interesse pelo
Direito mais “social”. Em São Paulo, como não
tinha bolsa de estudo, trabalhei durante um
ano no Sindicato dos Bancários, o que me deu
uma boa experiência na advocacia. Quando
voltei para Teresina, em 1990, fui convidado a
advogar para o Sindicato dos Bancários do
Piauí pelo atual governador, Wellington Dias.
Nos dois anos seguintes advoguei ainda para
outros sindicatos em Teresina, como o
Sindicato dos Servidores Federais e o
Sindicato dos Professores do Estado. Esta
experiência me permitiu escrever uma
dissertação de mestrado que tinha como tema
“A sindicalização dos servidores públicos”.
Aqui já começava a me interessar mais por
temas de Direito Administrativo. Em 1993
ingressei, por concurso público, na
Procuradoria da Fazenda Nacional. Em 1994,
também por concurso público, ingressei na
Universidade Federal do Piauí, lecionando
desde então a disciplina Direito
Administrativo. Em 1997 tive a oportunidade
de fazer uma especialização na França, onde
passei três meses. Foi uma experiência
marcante, pois a França, como todos sabem,
é a pátria do Direito Administrativo. Tive a
oportunidade de conhecer os tribunais
administrativos franceses, e, em especial, o
centenário, ou melhor bicentenário, Conselho
de Estado, órgão máximo da Justiça
Administrativa na França, imponentemente
A equipe do Libertas entrevistou o professor
Robertonio Santos Pessoa, Procurador da
Fazenda Nacional, docente e Autor do Projeto
de Mestrado em Direito na UFPI.
situado às margens do Rio Sena. Desde então
passei a me interessar mais pelos
doutrinadores franceses. Em 2003 defendi
tese de doutorado na Universidade Federal de
Pernambuco, sobre o tema “competências
normativas da Administração Pública”. Atuei
também junto à Comissão de Ensino Jurídico
do Conselho Federal da OAB por 6 anos
consecutivos. Foi uma experiência muito boa,
pois tive contato com pessoas oriundas de
cursos jurídicos de todo o país. Também fui
coordenador do Curso de Direito da
NOVAFAPI.
2. Durante esse percurso, você vivenciou
alguma situação inusitada?
Tenho uma que sempre conto para os alunos.
Mesmo tendo me doutorado em Direito
Administrativo e publicado alguns livros nesta
área, devo dizer que meu histórico escolar na
UFPI registra uma única mácula, uma
reprovação em Direito Administrativo I. Depois
desta reprovação fiquei meio transtornado.
Afastei-me do curso de Direito por um período
de quase 2 anos. Resolvi cursar filosofia.
Depois, atendendo a apelos da senhora minha
mãe voltei e finalizei o curso. Ela me recordou
a famosa frase de um filósofo grego: Primeiro
viver, depois filosofar.
3. Você foi o idealizador e organizador do
evento sobre os 20 anos de constituição,
realizado ano passado. Qual foi a sua
avaliação do evento? O que pode ser
aperfeiçoado para a próxima jornada?
Fui apenas um dos idealizadores e
organizadores do evento. Na verdade a idéia
partiu de um grupo de professores do DCJ
numa noite enquanto tomávamos um bom
vinho. O próprio CA de Direito também teve
uma participação decisiva no êxito do evento.
O nome, sugestão do Prof. Edilson Farias, foi I
JORNADA DE ESTUDOS JURÍDICOS. Todas
as faculdades com cursos jurídicos do Piauí já
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O Libertas - 4ª Edição - Maio / 2009
tinham uma atividade deste tipo, somente nós
ainda não. Pela primeira vez em alguns anos
tivemos um evento jurídico de porte razoável,
com a participação dos professores do DCJ,
dos alunos e de renomados mestres de outras
universidades. Foi um momento marcante.
Muitos professores prepararam seus
trabalhos com antecedência e os debates
foram muito ricos. Com o material preparado
pelos professores do DCJ e convidados foi
elaborado um livro, coordenado por mim e
pelo Prof. Meton Marques de Lima, que deve
sair ainda neste semestre. O Prof. Nelson
Nery Costa teve uma participação importante
da edição deste rico material. Precisamos
mostrar mais a nossa cara, já perdemos muito
tempo. Temos hoje no Curso de Direito um
corpo docente de alto nível, com diversos
mestres e doutores, com certeza o corpo
docente com melhor titulação de todo o
Estado do Piauí. Temos também um excelente
alunado, com vários estudantes com vocação
para a pesquisa e produção jurídica de grande
valor. Este enorme potencial deve ser cada
vez mais desenvolvido com eventos, debates,
publicações e projetos de iniciação científica.
Este ano devemos preparar com muita
antecedência a II JORNADA DE ESTUDOS
JURÍDICOS, fazendo dela um evento
importante do calendário jurídico em nosso
Estado.
4. Qual a situação atual do nosso curso? O
que pode ser melhorado?
O curso de Direito tem passado por um
momento de grande renovação. O Prof.
Nelson Juliano ao assumir da Chefia do
Departamento imprimiu uma nova
organização ao curso, com a colaboração do
nosso Coordenador, o Prof. Monte.
Diferentemente do que acontecia antes, os
professores vêm sendo alocados de acordo
com suas vocações. A oferta de disciplinas se
tornou muito racional. Tivemos o ingresso de
novos professores, todos com mestrado ou
doutorado, aprovados em criterioso concurso
público, pessoas do mais alto gabarito.
Contudo, alguns problemas graves ainda
subsistem. O primeiro deles é o caso de
alguns professores que, ano após ano,
insistem em não ministrar aulas. Todos
sabemos quem são eles. São os mesmo que
todo semestre aparecem uma ou duas vezes
durante o período, passam algum trabalho e
não aparecem mais, e tudo isso com enorme
prejuízo para os alunos, contribuindo para a
fama de que na universidade os professores
não dão aula. Já ouvi isso de meu filho, que
estuda na Camilo Filho. Precisamos dar uma
basta nesta situação de uma vez por todas.
Estes professores são servidores públicos,
pagos pelos cofres públicos para ministrarem
aulas, e aulas regulares. O DCJ deveria abrir
uma sindicância contra esses professores,
como determina a Lei 8.112/90, pois são
servidores que não cumprem com suas
atribuições. Os alunos não deveriam mais
aceitar passivamente essa pouca vergonha.
Devemos também melhorar a nossa
monografia, fazendo com que mais
professores participem da orientação dos
alunos. É bom para o aluno e é bom para os
professores, que podem aprender com os
alunos e enriquecer seu Currículo Lattes com
estes trabalhos. Felizmente o Prof. Nelson
Juliano está cuidando desta questão.
5. Quais os benefícios da implantação de
um mestrado na UFPI?
Precisamos dinamizar a pós-graduação no
Curso de Direito. É importante que nossos
alunos tenham um espaço para continuidade
e aprofundamento de sua formação jurídica.
Neste sentido, já foi aprovado nas instâncias
competentes da UFPI um projeto de
especialização permanente, que deverá
começar no próximo semestre (2009.02).
Concomitantemente, foi apresentado à
CAPES um Projeto de Programa de Mestrado
em Direito, com uma área de concentração
denominada Direito, Democracia e
Desenvolvimento e 2 linhas de pesquisa. Vale
lembrar que o Piauí é um dos poucos Estados
da federação que ainda não dispõe de um
mestrado em Direito. Por outro lado, a UFPI é
a única instituição em todo o Estado que reúne
condições efetivas de ofertar um programa de
mestrado, pois somente ela reúne um número
suficiente de doutores (8 atualmente).
Nenhuma outra faculdade conta com este
número de doutores. Muitas são as pessoas
que nos abordam perguntando quando vai sair
o mestrado da federal. Existe uma demanda
imensa em nossa região, e isso só aumenta
nossa responsabilidade. Por outro lado, quase
todos os departamentos de curso da UFPI já
têm um programa de mestrado ou estão com
projetos em andamento na CAPES. Não
podemos perder o bonde da história.