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15 DE SETEMBRO

24. NOSSA SENHORA DAS DORES


Memória

– A dor de Maria une-se à de Jesus.

– Corredenção de Nossa Senhora.

– Santificar as nossas dores e sofrimentos. Recorrer a Santa Maria, Consoladora dos aflitos.

A festa de hoje, imediatamente depois da Exaltação da Santa Cruz,


recorda-nos a particular união e participação de Maria no Sacrifício do seu
Filho no Calvário. A piedade cristã meditou desde o princípio nos relatos que
os Evangelhos nos transmitiram sobre a presença de Nossa Senhora junto da
Cruz. A sequência da Missa Stabat Mater Dolorosa aparece já no século XIV.
O Papa Pio VII, em 1814, estendeu esta devoção a toda a Igreja, e em 1912
São Pio X fixou-lhe a data no dia 15 de Setembro, oitava da Natividade de
Maria. Nossa Senhora ensina-nos no dia de hoje qual é o valor corredentor
que podem ter as nossas dores e sofrimentos.

I. FAZEI, Ó MÃE, fonte de amor, / que eu sinta a tua dor / para


contigo chorar. / Fazei arder o meu coração / por Cristo Deus na
sua Paixão, / a fim de que mais viva n’Ele que comigo1.

O Senhor quis associar a sua Mãe à obra da Redenção,


fazendo-a participar da sua dor suprema. Ao celebrar hoje esse
sofrimento corredentor de Maria, a Igreja convida-nos a oferecer
pela nossa salvação e pela de todos os homens as mil dores da
vida, quase sempre pequenas, bem como as mortificações
voluntárias.

Maria, associada à obra de salvação de Jesus, não sofreu


apenas como uma boa mãe que contempla o seu filho nos
maiores sofrimentos, até que morre. A sua dor tem o mesmo
carácter que a de Jesus: é uma dor redentora. O sofrimento da
Escrava do Senhor, d’Aquela que é puríssima e cheia de graça,
eleva os seus actos a tal ponto que todos eles, em união
profundíssima com o seu Filho, adquirem um valor quase
infinito.

Nunca compreenderemos totalmente a grandeza do amor de


Maria por Jesus, causa das suas dores. Por isso, a Liturgia
aplica à Virgem dolorosa, como ao próprio Jesus, as palavras do
profeta Jeremias: Ó vós todos que passais por aqui, olhai e vede
se há dor como a minha dor2.
A dor de Nossa Senhora foi imensa devido à sua eminente
santidade. O seu amor por Jesus permitiu-lhe sofrer os
padecimentos do seu Filho como próprios: “Se rasgam com
açoites o corpo de Jesus, Maria sente todas essas feridas; se
lhe atravessam com espinhos a cabeça, Maria sente-se
dilacerada pela ponta desses espinhos; se lhe apresentam fel e
vinagre, Maria experimenta todo esse amargor; se lhe estendem
o corpo sobre a cruz, Maria sofre toda essa violência” 3. Quanto
mais se ama uma pessoa, mais se sente a sua perda. “Mais
aflige a morte de um irmão que a de um irracional, mais a de um
filho que a de um amigo. Pois bem [...], para compreendermos
quão grande foi a dor de Maria na morte do seu Filho, teríamos
que conhecer a grandeza do seu amor por Ele. Mas quem poderá
alguma vez medir esse amor?”4

A maior dor de Cristo – a que o sumiu numa profunda agonia


no horto de Getsêmani, a que o fez sofrer como nenhuma outra –
foi o conhecimento profundo do pecado como ofensa a Deus e
da sua maldade diante da santidade de Deus. E a Virgem
penetrou e participou mais que nenhuma criatura desse
conhecimento da maldade e da fealdade do pecado. O seu
coração sofreu uma angústia mortal causada pelo horror ao
pecado, aos nossos pecados. Maria viu-se submersa num mar de
dor. “E já que cada um de nós contribuiu para acrescentá-la, não
devemos compadecer-nos e procurar reparar as feridas
infligidas ao Coração de Maria e ao Coração de Jesus?”5

II. ATRAVÉS DE MARIA e de José, as criaturas que mais amou


nesta terra, o Senhor parece ter querido ensinar-nos que a
felicidade e a eficácia não estão nunca longe da Cruz. E se bem
que toda a vida de Nossa Senhora esteve, junto com a do seu
Filho, orientada para o Calvário, há contudo um momento
especial em que lhe é revelada com particular clareza a sua
participação nos sofrimentos do Messias, seu Filho. Maria,
acompanhada de José, foi ao Templo para se purificar de uma
mancha legal que não tinha contraído e para oferecer o seu
Filho ao Altíssimo. Nessa imolação que fazia de Jesus,
vislumbrou a imensidade do sacrifício redentor, conforme tinha
sido profetizado. Mas Deus quis também revelar-lhe por meio de
um homem justo, Simeão, a profundidade desse sacrifício e a
sua participação nele. Movido pelo Espírito Santo, Simeão disse-
lhe: Eis que este menino está posto para ruína e para
ressurreição de muitos em Israel, e para ser sinal de
contradição. E uma espada trespassará a tua alma, a fim de se
descobrirem os pensamentos escondidos nos corações de
muitos6.

As palavras dirigidas a Maria anunciam claramente que a sua


vida estaria intimamente unida à obra do seu Filho. “O anúncio
de Simeão – comenta João Paulo II – apresenta-se como um
segundo anúncio a Maria, pois indica-lhe a dimensão histórica
concreta em que o Filho cumpriria a sua missão, ou seja, na
incompreensão e na dor [...]. Revela-lhe também que Ela teria de
viver a sua obediência de fé no sofrimento, ao lado do Salvador
que sofre, e que a sua maternidade seria obscura e marcada
pela dor”7.

O Senhor não quis evitar à sua Mãe a aflição de uma fuga


precipitada para o Egipto, quando talvez já estivesse instalada
numa modesta casa de Belém e começasse a gozar, com José,
de uma vida familiar em torno de Jesus. Não a dispensou do
exílio numa terra estranha, nem de ter que recomeçar a vida
com as poucas coisas que tinha podido reunir naquela viagem
apressada... E depois de terem regressado a Nazaré, não a
poupou da angústia daqueles dias em que teve de procurar
Jesus que se deixara ficar em Jerusalém, à idade de doze anos!
E, mais tarde, os anos do ministério público do Senhor foram
para Ela uma sucessão contínua de preocupações, à medida
que tinha notícia da má vontade e dos ataques dos judeus,
numa oposição cada vez mais cerrada... Por último, sobrevieram
os acontecimentos da Paixão, em ritmo alucinante, que a
Virgem acompanhou ou presenciou de coração despedaçado: as
humilhações ao longo do processo, a flagelação, os gritos que
pediam a condenação do seu Filho à morte, a solidão e o
abandono em que o vê, o encontro no caminho do Calvário...
Quem poderá jamais compreender a imensidão da dor que
invadiu o coração da Santíssima Virgem?... Ali está Nossa
Senhora... Vê como pregam o seu Filho na Cruz... E depois os
insultos, a longa agonia de um crucificado... Oh! Quão triste e
aflita / entre todas a Mãe bendita, / que só tinha aquele Filho! /
Que angústia não sentia / a Mãe piedosa ao ver / as penas do
seu Filho! / Quem poderia não chorar, / contemplando a Mãe de
Cristo / em tão cruel suplício? / Quem não se entristeceria /
vendo a Mãe assim / sofrer com o seu Filho?8

Ao considerarmos que os nossos pecados não são alheios a


essa dor da nossa Mãe, mas parte activa, pedimos-lhe hoje que
nos ajude a unir-nos aos seus sofrimentos, a sentir um profundo
horror pela menor ofensa a Deus, a ser mais generosos na
reparação das nossas faltas e das que se cometem todos os
dias no mundo.

III. A FESTA DE HOJE convida-nos a aceitar os sofrimentos e


contrariedades da vida para purificarmos o coração e
corredimirmos com Cristo. A Virgem ensina-nos a não nos
queixarmos dos nossos males, pois Ela nunca o fez; anima-nos a
uni-los à Cruz redentora do seu Filho e a convertê-los num bem
para a nossa família, para a Igreja, para toda a humanidade.

A dor que teremos de santificar consistirá frequentemente


numa soma de pequenas contrariedades diárias: esperas que se
prolongam, mudanças de planos, projectos que não se
realizam... Noutras ocasiões, apresentar-se-á sob a forma de
pobreza, de perda progressiva do nível de vida a que se estava
acostumado, e quantas vezes até de falta do necessário. E essa
pobreza será um grande meio para nos unirmos mais a Cristo,
para imitá-lo no seu desprendimento absoluto das coisas,
mesmo das mais imprescindíveis. Olharemos então para a
Virgem no Calvário, no momento em que despojam o seu Filho
daquela túnica que Ela tecera com as suas mãos, e acharemos
consolo e forças para prosseguirmos a nossa caminhada com
paz e serenidade.

Pode sobrevir-nos também a doença, e pediremos a graça de


aceitá-la como um tesouro, como uma carícia de Deus, e de
mostrar-nos agradecidos pelo tempo em que talvez não
tenhamos sabido apreciar plenamente o dom da saúde. A
doença, em qualquer das suas formas – mesmo psíquica –, pode
ser a “pedra de toque” que comprove a solidez do nosso amor ao
Senhor e da nossa confiança n’Ele. Enquanto estamos doentes,
podemos crescer mais rapidamente nas virtudes,
principalmente nas teologais: na fé, pois aprendemos a ver
nesse estado a mão providente do nosso Pai-Deus; na
esperança, pois sempre estamos nas mãos do Senhor,
especialmente quando nos sentimos mais fracos e
necessitados; na caridade, oferecendo a dor, sendo exemplares
na alegria com que amamos essa situação que Deus quer ou
permite para nosso bem.

Frequentemente, o lado mais difícil da doença é a forma em


que se apresenta: “a sua inusitada duração, a impotência a que
nos reduz, a dependência a que nos obriga, o mal-estar que
provém da solidão, a impossibilidade de cumprirmos os deveres
de estado... Todas essas situações são duras e angustiantes
para a nossa natureza. Apesar de tudo, e depois de termos
empregado todos os meios que a prudência aconselha para
recuperarmos a saúde, temos de repetir com os santos: «Ó meu
Deus! Aceito todas essas modalidades: o que quiseres, quando
quiseres e como quiseres»”9. Pediremos a Deus mais amor e dir-
lhe-emos devagar, com um completo abandono: “Tu o queres,
Senhor?... Eu também o quero!”10

Sempre que o fardo nos pareça excessivamente pesado para


as nossas poucas forças, recorreremos a Santa Maria pedindo-
lhe auxílio e consolo, “pois Ela continua a ser a amorosa
consoladora de tantas dores físicas ou morais que afligem e
atormentam a humanidade. Ela conhece bem as nossas dores e
as nossas penas, pois também sofreu desde Belém até o
Calvário: uma espada trespassará o teu coração. Maria é a
nossa Mãe espiritual, e uma mãe sempre compreende os seus
filhos e os consola nas suas necessidades.

“Por outro lado, Ela recebeu de Jesus na Cruz a missão


específica de amar-nos, de só e sempre amar-nos para nos
salvar. Maria consola-nos sobretudo mostrando-nos o crucifixo e
o paraíso [...].

“Ó Mãe Consoladora, consolai-nos, fazei que todos


compreendamos que a chave da felicidade está na bondade e no
seguimento fiel do vosso Filho Jesus”11.

(1) Seqüência da Missa, Hino Stabat Mater; (2) Lam 1, 12; (3) A. Tanquerey, La
divinización del sufrimiento, pág. 108; (4) Santo Afonso Maria de Ligório, As
glórias de Maria, 2, 9; (5) A. Tanquerey, op. cit., pág. 110; (6) Lc 2, 34-35; (7)
João Paulo II, Enc. Redemptoris Mater, 25-III-1987, n. 16; (8) Hino Stabat
Mater; (9) A. Tanquerey, op. cit., pág. 168; (10) cfr. Josemaría Escrivá,
Caminho, n. 762; (11) João Paulo II, Homilia, 13-IV-1980.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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