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II Simpósio Internacional sobre Cidades Médias

6 a 9 de novembro de 2006
Universidade Federal de Uberlândia

REFLEXÕES SOBRE AS CIDADES MÉDIAS BRASILEIRAS À LUZ DAS


REESTRUTURAÇÕES NESTE FIN DE SIÈCLE

Reflejos sobre las ciudades medianas brasileñas de las reestructuraciones en


esta fin de siècle

João Grand Junior


jgjgeo@ig.com.br
Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro

RESUMO
A emergência de um cenário de reestruturações a partir da segunda metade do século
passado, imprimiu novas demandas e exigiu do capital um enorme esforço para
enfrentar uma situação de crise e reverter à tendência de queda das economias
nacionais e regionais. Conforme destacou Castells (1999, p.177) “desde a década de
1970, a maioria das economias da OCDE estavam em declínio (...)”. Neste cenário,
empreendeu-se um processo amplo de reestruturação nas dinâmicas produtivas com
um forte impacto nas relações espaciais. O movimento de produção desigual do espaço
pareceu acentuar-se, nas diversas escalas geográficas (da intra-urbana à regional),
como um mecanismo privilegiado de reprodução do capital na contemporaneidade.
Pretendemos, neste trabalho, refletir sobre o movimento de expansão do capital para as
cidades médias, e da constituição/fortalecimento de mecanismos espacializados de
controle e reprodução sociais.
Palavras-chaves: cidades médias, produção desigual do espaço, reestruturação
produtiva.

RESUMEN
La emergencia de un paisaje de las reestructuraciones en el segundo tiempo del último
siglo imprimió las nuevas demandas y exigió un esfuerzo enorme del capital para
enfrentar una situación de crisis y para volver a la tendencia del otoño de los ahorros
nacionales y regionales. Castells (1999, p.177) dije "Desde la década de 1970, la mayor
parte de los ahorros de OCDE eran en decadencia (....)". En este paisaje, un amplio
proceso de la reestructuración fue emprendido en la dinámica productiva con un
impacto de fuerte en las relaciones de espacio. El movimiento de la producción desigual
del espacio seem acentuar, en las varias escalas geográficas (del - de intra urbano al
regional), Como un mecanismo privilegiado de la reproducción de la capital en el
contemporaneidade. Nosotros quereremos, con este trabajo, analizar el movimiento de
la expansión de la capital em las ciudades medias, y de la constitución / tonificación de
mecanismos controle espacializados y reproducción sociales.
Palabras-clave: ciudades medianas la producción desigual del espacio la
reestructuración productiva.

Introdução

As motivações para o desenvolvimento deste ensaio possuem suas raízes na necessidade


em ampliar a compreensão das dinâmicas espaciais de acumulação e reprodução do capital no
mundo contemporâneo, presentes sob a forma de produção desigual do espaço nas diversas escalas
geográficas.

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De acordo com Ernest Mandel, “(...) o desenvolvimento desigual entre as regiões e as nações
é a própria essência do capitalismo, no mesmo plano da exploração da mão-de-obra pelo capital”
(MANDEL, 1976, p.43 apud SOJA, 1993, p.103). Para Henri Lefebvre, segundo apreciação de Soja,
“a luta social no mundo contemporâneo, fosse ela urbana ou não, era, intrinsecamente, uma luta pela
produção social do espaço” (SOJA, 1993, p.88).

A afirmação de Lefebvre de que “a industrialização, antes produtora do urbanismo, é agora


produzida por ele” (apud SOJA, 1993, p.111) caracteriza-se como um marco para nossas reflexões.
Visto que ao analisar as mudanças nas formas de exploração do capitalismo contemporâneo o autor
ressalta a importância do controle do processo de produção do espaço por certos atores sociais,
como mecanismo de manutenção de uma estrutura social desigual.

Tendo o território brasileiro como laboratório privilegiado de observação empírica, nosso


objetivo não é o de empreender uma incursão detalhada sobre esta ou aquela cidade média
brasileira, mas procurar desenvolver uma reflexão acerca do processo de produção desigual do
espaço capitalista no Brasil a partir das transformações presenciadas neste fin de siècle. Parece-nos
que a exploração das cidades médias enquanto novos espaços dinâmicos, ou seja, propícios ao
desenvolvimento do capital, insere-se num contexto de mudanças nas lógicas espaciais de produção
com a consolidação de redes produtivas espacialmente difusas pelo globo.

O pano de fundo sob o qual se desdobram nossas interpretações caracteriza-se pela


constituição de uma nova fase de desenvolvimento do capitalismo – entendido enquanto modo de
produção, economia política e cultura material da modernidade –, a partir da segunda metade do
século XX, e da conseqüente, ampliação do grau de interdependência entre os espaços produtivos
(cidades, regiões, plataformas logísticas etc.) que passam a compor um global productive territory.

Com o processo de redemocratização nos anos 90, as novas coalizões de forças políticas e
econômicas que assumem o comando do país adotam medidas estruturais para rever a inserção do
Brasil na economia emergente. Buscando atrair investimentos internacionais a qualquer preço, as
estratégias adotadas em grande parte do território nacional foram, via de regra, precipitadas e com
grandes repercussões espaciais. Ignorando as particularidades e potencialidades locais, adotaram-se
modelos importados, externos às realidades, bastante plurais, existentes no Brasil. A título de
exemplificação, podemos destacar os elevados gastos públicos com a contratação de serviços de
consultoria para o projeto de reforma da área portuária do Rio de Janeiro, visando reproduzir o
famoso projeto de Barcelona. Outro exemplo, mais amplo, remete as novas formas urbanas
caracterizadas pela segregação sócio-espacial e por modelos urbanísticos estadunidenses. A
expansão do capital (nacional e internacional) em território brasileiro parece reforçar os traços de um
projeto de desenvolvimento geograficamente desigual proposto pelo capital e que obtêm forte

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respaldo das autoridades públicas no Brasil, manifestadas sob a forma do Estado. Um modelo de
planejamento territorial (urbano, regional, local etc.) fortemente hierarquizado e autoritário, de cima
para baixo, parece ditar a tônica do “desenvolvimento” brasileiro neste início de século XXI,
reproduzindo as velhas práticas políticas e econômicas de meados do século passado.

Um olhar caleidoscópico: De fora para dentro e de dentro para fora, um passeio multi-escalar.

Os acontecimentos de ordem mundial que marcaram este fin de siècle revelaram à


humanidade a emergência de uma nova fase de desenvolvimento do capitalismo. Um amplo
processo de reestruturações pôs-se em marcha com uma quarta [rodada] de modernização1
impulsionada pelas “crises” dos anos 1960/70. No entanto, as raízes “reais” dessas mudanças
estruturais do capitalismo são anteriores à segunda metade do século em questão. Para Wallerstein,
a leitura do momento atual deve ser pautada em uma visão de longo prazo da trajetória do sistema-
mundo.

Não há dúvida alguma de que vivemos um período de transformação. Mas não se


trata do ingresso num mundo já globalizado segundo regras bem estabelecidas, mas
da travessia de uma era de transição: (...) uma transição em que o sistema-mundo,
em seu conjunto, vai-se metamorfosear (WALLERSTEIN, 2003, p.71-2).

As tradicionais contradições do capitalismo (capital x trabalho) parecem acentuar-se na


contemporaneidade, revelando condições objetivas potencialmente revolucionárias (de transformação
social). No entanto, o que se vislumbra é o fortalecimento das estruturas de sustentação dessa
ordem, a partir do controle de mecanismos (espacializados) de reprodução que são tão diluídos na
vie cotidiene que sua visualização torna-se mais difusa e ininteligível para grande parte das pessoas.

Na tentativa de interpretação do mundo contemporâneo algumas “questões2” ocupam de


forma privilegiada a pauta dos principais debates internacionais. No que se refere às dinâmicas
produtivas, o foco é dado ao processo de reestruturação caracterizado pela substituição3 do regime
de acumulação fordista por um regime “flexível” de produção4 que se estrutura sob um conjunto de
redes produtivas espacialmente difusas pelo globo, mas com um elevado grau de integração
operacional. Essas redes funcionam em ambientes artificialmente construídos que disponibilizam de
tecnologia e gestão de ponta.

Na área ambiental, os anos de 1980 foram decisivos para a introdução – nas principais
agendas políticas mundiais – de questões relativas ao “uso” insustentável dos recursos naturais. Um
número vertiginoso de organizações passou a atuar/militar neste campo. Os interesses envolvidos
são múltiplos e divergem em inúmeros pontos, produzindo um campo bastante conflituoso.
Entretanto, o conceito de desenvolvimento sustentável , cunhado nos anos 70 e difundido desde

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então, apesar de sofrer fortes críticas5, parece ainda hoje ocupar lugar de destaque nos debates
sobre a questão ambiental6.

No âmbito das geoestratégias (teoria política, geopolítica etc.) as preocupações de outrora –


definição/delimitação de fronteiras – parecem ter cedido lugar a um outro debate em torno de uma
possível “crise do modelo do Estado”7 e das novas formas de organização/coalizão entre países
(arquiteturas políticas que possuem na União Européia seu exemplo mais avançado).

Do ponto de vista da economia, verificamos a consolidação e o gradativo fortalecimento e


autonomia de um sistema financeiro internacional que emerge nos anos 70 apoiado, sob o aspecto
operacional, numa base tecnológica informacional de alcance global.

As interpretações acerca das implicações do capital financeiro no mundo moderno ampliam-


se, tanto em volume quanto em qualidade, sendo Lênin – em sua obra Imperialismo: fase superior do
capitalismo – um dos primeiros e mais importantes pensadores a refletir criticamente sobre a atuação
do sistema financeiro internacional na produção desigual do espaço, a partir de uma drenagem de
recursos, ou “transferência geográfica de riquezas” e da centralização cada vez maior do capital. Mais
recentemente, o trabalho de Harvey – A Condição Pós-Moderna – também figura como referência
para o debate crítico neste campo. Nas palavras do autor,

Um dos principais argumentos em The condition of postmodernity é que o aspecto


realmente novo do capitalismo que emergiu do divisor de águas da década de 1970
não é tanto a flexibilidade total dos mercados de trabalho, mas a inaudita autonomia
do capital financeiro dos circuitos da produção material; uma hipertrofia das
finanças, que é a outra base subjacente da experiência e da representação pós-
moderna. A ubiqüidade e a volatilidade do dinheiro como base impalpável da
existência contemporânea é o tema chave do livro (HARVEY, 2001, p. 30)

Segundo as interpretações de Wallerstein, o período atual caracterizado pelo fortalecimento


dos investimentos no setor financeiro é típico de uma fase de estagnação da economia-mundo
capitalista. Representa a fase B de um ciclo de Kondratiev cujas conseqüências são: deslocamento
dos investimentos do setor produtivo para o setor financeiro na busca do lucro; aumento das taxas de
desemprego; estratégias de redução dos gastos com a mão-de-obra etc.

De certo que outras questões de extrema relevância e destaque poderiam, aqui, ser citadas,
complementando as já destacadas. No entanto, nosso propósito não é fragmentar – seguindo as
regras da moderna divisão acadêmica do trabalho – mas, ao contrário, desenvolver uma análise
integrada que contemple uma ampla gama de variáveis nas suas diferentes manifestações espaciais
a fim de buscar uma maior aproximação da complexidade dos fenômenos sócio-espaciais. Posto que
apresenta-se como imperativo, para cada tempo e lugar, a elaboração de movimentos e estratégias

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políticas de resistência que atuem “em diversas escalas espaciais, como resposta às estratégias
geográficas e geopolíticas do capital” (HARVEY, 2005, p. 218).

Neste sentido, nossas avaliações confluirão para o ponto em que todas estas questões
parecem convergir: para uma interpretação da espacialidade concreta das manifestações
fenomênicas da sociedade capitalista contemporânea; ou para parafrasear Soja (1993), para a
interpretação de uma geografia histórica do capitalismo.

Segundo Gregory,

A análise da estrutura espacial não é derivada e secundária à análise da estrutura


social, como sugeriria a problemática estruturalista: antes uma exige a outra. A
estrutura espacial não é, por conseguinte, meramente a arena em que os conflitos
de classe se expressam (Scott, 1976, 104), mas é também o campo no qual – e, em
parte, através do qual – as relações de classe se constituem, (...) as estruturas
espaciais não podem ser teorizadas sem as estruturas sociais, e vice-versa, e (...) as
estruturas sociais não podem ser praticadas sem as estruturas espaciais, e vice-
versa (GREGORY, 1978, 120-1 apud SOJA, 1993, p.74).

Todas estas questões, até então apresentadas, possuem um forte apelo interpretativo de sua
espacialidade, caso contrário, corre-se um enorme risco da produção de análises míopes e
insuficientes para o entendimento dos movimentos (estratégias de reprodução) do capital.

Nosso esforço analítico pautar-se-á em explorações investigativas que rumem para um maior
esclarecimento sobre processo de produção desigual do espaço como estratégia de acumulação e
reprodução do capital nos espaços urbanos. Neste trabalho, em particular, nossos olhares estarão
voltados para o papel desempenhado pelas cidades médias brasileiras no conjunto da estrutura
sócio-econômica nacional e internacional. Entendemos que tal esforço demandará necessariamente
interpretações que contemplem as diversas escalas de ação do capital e de seus principais atores,
num mecanismo de interação constante que vai do local ao global num movimento simbiótico de
retro-alimentação. A título de exemplificação, podemos remeter ao papel desempenhado pelo capital
financeiro tanto no controle da organização do espaço urbano (escala local/regional) visando à
produção de uma estrutura que viabilize sua reprodução, quanto em sua participação nas dinâmicas
macroeconômicas dos países e regiões do mundo capitalista (escala global/regional), promovendo,
por diversas vezes, uma situação esquizofrênica de instabilidade econômica – principalmente nos
países ditos “emergentes” – como mecanismo de acumulação de capital. Para o entendimento
dessas relações de vias múltiplas será preciso realizar um trabalho de “mergulhador”: emergir e
submergir (aproximar-se e distanciar-se) inúmeras vezes procurando interpretar suas conexões, por
vezes difusas e nebulosas.

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Conectados e desconectados: o processo de fragmentação na sociedade contemporânea.

Parece-nos evidente que o desenvolvimento das forças produtivas em fins do século XX,
principalmente no que remete ao progresso tecnológico nos setores informacionais e de transportes,
contribuiu para transformações significativas nas dinâmicas temporais e espaciais da vida cotidiana,
seja nas esferas econômica, política e cultural.

Muitos analistas destacam as transformações substâncias ocorridas na relação espaço-tempo


na contemporaneidade, ressaltando seu “impacto” na esfera produtiva. Para Castells (1999), a
consolidação de uma economia global e um espaço de fluxos, – importantes conceitos do autor para
analisar o mundo contemporâneo – foram possibilitadas pela constituição de um ambiente
globalizado de elevada capacidade tecnológica que permitiu a conexão, quase em tempo real, de
inúmeras redes espalhadas pelo mundo que manipulam, diariamente e de forma integrada, volumes
crescentes de informações. As observações de Santos caminham no sentido da formação de um
novo ambiente produtivo interacional em nível global, o meio técnico-científico e informacional, onde a
produção passa a integrar essas três esferas (técnica, ciência e informação) no seu processo
gerador.

Da mesma forma como participam da criação de novos processos vitais e da


produção de novas espécies (animais e vegetais), a ciência e a tecnologia, junto
com a informação, estão na própria base da produção, da utilização e do
funcionamento do espaço e tendem a constituir o seu substrato (SANTOS, 2004,
p.238).
Atualmente, a produção de informações, de qualidades variadas, alcança patamares
inimagináveis na história da humanidade. A disponibilização dessas informações nos diversos meios
de comunicação (TV, Internet, Jornais etc.) possui, pelo menos, dois efeitos simultâneos e
contraditórios na sociedade, e que contribui para a acentuação das desigualdades. Se por um lado,
observamos um avanço na ampliação do acesso à informação, por outro, a apropriação, de forma a
transformar essa informação em recurso/meio (econômico, político etc.), apresenta patamares muito
díspares. Ter acesso à informação não implica, necessariamente, saber utilizá-la da melhor maneira
possível, ou seja, como uma ferramenta que possa se converter em benefícios sociais.

Com isso, presencia-se o distanciamento, em termos de conhecimento e oportunidade, entre


as diferentes camadas da sociedade contemporânea. Enquanto parcela da população consome de
forma alienada uma enorme quantidade de informações produzidas diariamente, uma outra se
apropria delas de forma (ir)racional convertendo-as em recursos (econômico, político, ideológico etc.)
para assegurar a reprodução do capital mediante a forte exploração e o controle sociais.

Os mecanismos atuais de reprodução ultrapassaram as muralhas das fábricas, da tradicional


contradição entre capital e trabalho (lucro x salário), e se espraiaram pelo habitat, ou seja, pelo
espaço cotidiano dos indivíduos. As formas de exploração e controle sociais são altamente

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espacializados, por isso, a produção (induzida) desigual do espaço aparece como um poderoso
instrumento dos grupos dominantes.

Estabelecendo uma conexão tríplice entre organização territorial-conhecimento-poder,


Lacoste argumenta que,

A geografia é (...) um saber estratégico estreitamente ligado a um conjunto de


práticas (...) que exigem um conjunto articulado de informações extremamente
variadas (...). São tais práticas estratégicas que fazem com que a geografia se torne
necessária, ao Chefe Supremo, àqueles que são os donos do aparelho do Estado.
(...) a articulação dos conhecimentos relativos ao espaço, é um saber estratégico,
um poder (LACOSTE, 2002, p. 23, grifo meu)

O domínio do conhecimento relativo aos territórios fornece – aos grupos que deste saber
tomam partido – vantagens estratégicas preciosas, sejam elas econômicas (na tomada de decisões
para instalação de empresas etc.) ou políticas (na constituição de currais eleitorais etc.). Neste
sentido, a máxima, conhecimento é poder, torna-se cada vez mais pertinente, numa era em que “o
dogma da competitividade não se impõe apenas à economia, mas, também, à geografia” (SANTOS,
2004, p.249).

Ao mesmo tempo em que se propaga o discurso da universalização do acesso à informação,


mediante políticas públicas diversas (programas de inclusão digital etc.), consolida-se uma estrutura,
bastante complexa e poderosa, que visa assegurar a manutenção do acesso e da utilização desiguais
das informações produzidas sobre a sociedade e, conseqüentemente, sobre a espacialidade (do ser
social). Como condição primaz de reprodução do capital, as desigualdades sociais se acentuam e o
espaço fragmenta-se. Alessandri Carlos (2002, p. 195), argumenta que a natureza do processo de
fragmentação do espaço encontra-se na “contradição entre a produção socializada do espaço e sua
apropriação privada”.

A cidade produzida liga-se à forma de propriedade que reproduz a hierarquia


espacial enquanto conseqüência da hierarquia social passível de ser percebida na
paisagem urbana através da segregação espacial cuja dinâmica conduz, de um
lado, à redistribuição do uso das áreas já ocupadas levando a um deslocamento de
atividades e dos habitantes e, de outro, a incorporação de novas áreas que criam
novas formas de valorização do espaço urbano (Ibidem, p.194).

Parece constituir-se como parte da lógica do movimento contemporâneo do capital um


processo simultâneo e contraditório de abertura e fechamento, de integração e fragmentação, tanto
do ponto de vista urbano (menor escala de ação) quanto regional (maior escala de ação). Ao lado do
processo de tentativa de aproximação (conexão) entre economias urbanas e regionais que pertencem
a países distintos (local-global), observa-se, simultaneamente, a tentativa de afastamento
(desconexão) de certas economias urbanas e regionais (geograficamente) mais imediatas (local-

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local), mas que figuram como entraves ao progresso. “À produção de espaços competitivos se
contrapõe o abandono de espaços não competitivos” (GRAND JUNIOR, 2006, p. 19).

A constituição de regiões (economicamente) dinâmicas e do avanço da segregação sócio-


espacial parece caracterizar uma das facetas do processo de produção desigual do espaço que se
manifesta em diferentes escalas geográficas. Estabelece-se uma dinâmica sócio-espacial complexa
envolvendo inúmeras redes sociais que se conectam (para alguns tipos de relacionamentos) e se
desconectam (para outros tipos de relacionamentos) em todo momento. As relações sócio-espaciais
apresentam um elevado grau de interdependência, e a forma de relacionamento (tipo de inserção) –
participação na divisão social e espacial do trabalho – é que vai caracterizar as diferentes
espacialidades. Neste jogo (do desenvolvimento da geografia histórica do capitalismo), o objetivo
parece ser a produção desigual do espaço, visto que a constituição de ilhas de prosperidade
demanda, ao mesmo tempo, a constituição de ilhas de exploração.

A questão de saber se regiões exploram regiões, portanto, deve ser afirmativamente


respondida, mas essa afirmação só pode fazer sentido teórico e político quando a
regionalização e o regionalismo são vistos como processos sociais hierarquicamente
estruturados pelas relações fundamentais de produção. As regiões, nesse sentido,
são pessoas, classes, formações sociais, coletividades espaciais, partes ativas e
reativas da paisagem geográfica do capitalismo. Talvez nunca sejam uniformemente
burguesas ou proletárias, mas seus sistemas de produção localizados podem
funcionar como pólos de acumulação ou pólos de desvalorização, com respeito a
outras regiões de mesma escala, criando uma polaridade interacional análoga (mas
não equivalente) à relação entre a burguesia e o proletariado. (SOJA, 1993, p. 143)

Cidades Médias brasileiras como espaços de reserva: reflexões iniciais

Acreditamos que a emergência das cidades médias brasileiras, nos anos 1970, como novos
espaços dinâmicos e, por conseguinte, de interesse para o capital, deve ser interpretada como uma
manifestação da participação do Brasil no amplo processo de reestruturação empreendido na
economia-mundo capitalista na segunda metade do século XX. Na medida em que o capital começa
a encontrar obstáculos a sua expansão e as taxas de lucro começam a declinar, novos caminhos
precisam ser buscados para garantir sua reprodução no tempo e no espaço.

(...) O capital é visto como uma coreografia bifacial da crônica interação entre tempo
e espaço, história e geografia, primeiro tentando aniquilar, com a eficiência temporal,
a intransigente física social do espaço, apenas para dar meia-volta outra vez e
comprar, da própria espacialidade que ele procurar transcender, o tempo para
sobreviver. (SOJA, 1993, p. 192)

Como o capital parece construir suas próprias armadilhas, a partir da produção de


materialidades espaciais que atuarão como fator limitante à sua expansão num momento futuro, a
necessidade em se buscar novos espaços (de reserva de valor) aparece como uma alternativa

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necessária, visto que nem sempre é lucrativo e viável adotar a tradicional estratégia de destruir e
reconstruir espacialidades (espaço físico e social).

(...) Depois que se forma a paisagem física e social da urbanização de acordo com
critérios caracteristicamente capitalistas, certos limites se interpõem nas vias futuras
do desenvolvimento capitalista. Isso implica que, embora o processo urbano sob o
capitalismo seja moldado pela lógica da circulação e da acumulação do capital,
aqueles critérios modelam as condições e as circunstâncias da acumulação do
capital em pontos posteriores do tempo e do espaço. Em outras palavras, os
capitalistas, como todos os demais, talvez lutem para promover sua própria
geografia histórica, mas, também como todos os demais, não fazem isso sob
circunstâncias históricas e geográficas de sua própria escolha individual, mesmo
quando desempenham um papel coletivo importante e mesmo determinante ao
moldar aquelas circunstâncias. (HARVEY, 2005, p.165)

Neste sentido, podemos, razoavelmente, admitir que as cidades médias, no caso brasileiro,
emergem como válvulas de escape para o capital que procura novos caminhos (espaços) para sua
expansão.

A emergência de um novo paradigma produtivo, com o esgotamento do fordismo, pôs em


xeque as tradicionais formas de organização espacial da produção.

(...) ao antigo modelo hegemônico de relação espacial centro-periferia – pautado na


contigüidade territorial – se superpõe uma “nova” relação, mais horizontal, entre
espaços – não contíguos territorialmente – que integram cadeias de redes
produtivas em escala global, utilizando-se de infra-estruturas logísticas de alta
capacidade tecnológica e de gestão de ponta. (GRAND JUNIOR, 2006, p. 19).

Com isso, o capital produtivo obteve uma maior flexibilidade de escolha. O imperativo da
proximidade (geográfica) das bases que formam as cadeias produtivas foram relativizados pelo
progresso alcançado nos sistemas de transporte e comunicação (compressão do tempo-espaço, ver
Harvey, 2003). Isto posto, temos que novos espaços – neste caso as cidades médias brasileiras –
foram convocadas, pelo capital (local e internacional), a participarem do processo produtivo que se
realiza cada vez mais globalmente.

O fenômeno das deseconomias de aglomeração, nas grandes cidades do Brasil, se


caracterizou como um entrave ao desenvolvimento econômico nacional e regional. Em certas
ocasiões, a alternativa de mudar a função preservando a forma se apresentou como insuficiente ou
pouco rentável, visto que a paisagem urbana destas cidades demandava um amplo processo de
reestruturação implicando em custos muito elevados e que o capital nem sempre esteve disposto a
arcar. Isso, sem remeter ao caráter social da paisagem geográfica do capitalismo, pois a longa
trajetória de exploração do trabalho pelo capital acabou implicando na maior organização dos
trabalhadores – principalmente nos centros produtivos mais tradicionais – que reivindicavam por
melhores condições salariais e de trabalho, o que acabava por encarecer a produção.

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Por outro lado, “(...) O capital (...) nunca está sozinho na moldagem da geografia histórica da
paisagem, e decerto não é o único autor ou autoridade” (SOJA, 1993, p. 192), o Estado assume um
papel de destaque na correlação de forças entre os diferentes atores sociais no processo de
modelagem da paisagem geograficamente desigual do capitalismo nas diferentes escalas geográficas
e nos diferentes períodos. Para Harvey,

O que vemos aí é a dramática assimetria do poder do Estado. O Estado-Nação


permanece o regulador fundamental em relação ao trabalho. A idéia de que, na era
da globalização, o Estado-Nação está encolhendo ou desaparecendo como centro
de autoridade é uma tolice. De fato, desvia-se a atenção do fato de que o Estado-
Nação está agora mais dedicado do que nunca a criar um adequado ambiente de
negócios para os investimentos, o que significa, precisamente, controlar e reprimir
os movimentos trabalhistas em todos os tipos de meios propositadamente novos
(...). O Estado está muitíssimo ativo no domínio das relações entre capital e trabalho.
No entanto, ao passarmos para a relação entre capitais, o quadro é bem diferente.
Nesse caso, o Estado perdeu, de fato, poder para regular os mecanismos de
alocação ou competição, conforme os fluxos financeiros globais escapavam do
alcance de qualquer regulação estritamente nacional. (HARVEY, 2001, p.29-30, grifo
meu).

A maior volatilidade e flexibilidade dos fluxos de investimentos e o menor poder de controle


desses fluxos por parte do Estado, como mencionado no trecho acima, configuram parte essencial da
atual dinâmica do capital, e o debate sobre suas implicações espaciais ganhou ressonância nas
palavras de Santos com a interpretação do que ele denominou de “guerra dos lugares”. E, nessa
guerra, o capital amplia sua margem de manobra e de escolha dos locais onde se torna mais rentável
sua alocação.

(...) A idéia é que, uma vez que o capital produtivo é volátil, torna-se imprescindível
às coalizões locais mostrarem a atratividade da sua malha urbana em termos de
redução de custos (...) e de implementação de investimentos (públicos) que
garantam a conectividade com a economia mundial dos fluxos (WIGMANS, 1999
apud KLINK, 2001, p.8).

Em busca de alternativas para se manterem ativos (como possíveis nós das redes produtivas
globais) nesse processo, novas formas de governança urbana pautadas no empreendedorismo
ganham força no mundo contemporâneo acirrando as disputas interurbanas por investimentos
governamentais. Como manifestação espacial destas disputas verificamos a acentuação da
fragmentação do território nacional, da escala intra-urbana à regional. As políticas públicas pautadas
nas lógicas empresariais parecem voltar-se, quase que exclusivamente, para o aspecto estético, para
o visual, para a imagem da cidade que será comercializada no exterior, enquanto que os problemas
estruturais, latentes nas cidades brasileiras, são tratados com paliativos.

Os conflitos entre os variados atores produtores do espaço se manifestam em diferentes


escalas e envolvem um enorme conjunto de interesses, muitas vezes contrários. Alguns desses

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conflitos apresentam contornos nítidos e nos chamam maior atenção, tanto do ponto de vista teórico
quanto político/prático. São eles, envolvendo:

1 – Cidade/Territórios (modelo de governança urbana) e Capital.

2 – Estado, Capital e Trabalho

3 – Entre Cidades e os governos federal e estadual (na relação de repasse de verbas e


produção de infra-estrutura)

Entendemos que o resultado da correlação de forças entre estes diferentes atores vai implicar
no modelo de inserção na divisão social e espacial do trabalho que certas áreas irão assumir.

Este modelo pode ser meramente a reprodução do que já vem sendo realizado em grande
parte do território nacional sob o comando do capital, ou seja, o desenvolvimento geograficamente
desigual com ganhos reais limitados a um seleto grupo de pessoas; ou avançar para o delineamento
de um projeto mais progressista de desenvolvimento urbano/territorial que contemple um maior
número de atores não só do ponto de vista econômico, a partir da geração de empregos e renda etc.,
mas enquanto cidadãos plenos que participam da vida política da cidade/território. Ou seja, como
atores que possuem as condições reais de se oporem ao movimento de produção (injusta) desigual
do espaço geográfico, intercedendo direta e livremente nas decisões sobre a alocação dos
investimentos públicos na produção do espaço. Um exemplo que parece crescer no Brasil e que
apenas faremos menção neste momento, é a ferramenta do Orçamento participativo. Sabemos que
as realidades dos municípios que se utilizam deste instrumento são bastante plurais e que o
instrumento em si apresenta inúmeras limitações. No entanto, parece-nos que é uma ferramenta que,
se utilizada democraticamente, pode proporcionar avanços significativos à sociedade. Não apenas no
aspecto material em si (a partir da alocação de investimentos públicos na produção do espaço), mas,
principalmente, modificando a mentalidade política da população brasileira a partir de uma maior
participação nas decisões políticas.

Considerações Finais

Para não concluir, e longe de esgotar o assunto, apenas retomarei algumas questões.

Em primeiro lugar, gostaria de reiterar que acreditamos haver uma estreita relação entre a
emergência das cidades médias brasileiras, as mudanças de paradigma produtivo e as estratégias do
capital em avançar sobre áreas de reserva de valor. Neste sentido, o entendimento das correlações
de forças entre os diferentes atores sociais que atuam nesses espaços torna-se fundamental para a

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interpretação dos tipos de inserção adotados por cada área na divisão social e espacial do trabalho,
para, a partir daí, desenvolver estratégias de resistência e/ou cooperação. No presente trabalho
apenas mencionamos alguns dos conflitos que nos parecem fundamentais de serem desvendados,
levando-se em consideração, sempre, as particularidades dos locais. Como nossa proposta não
contemplava estudos de caso, não aprofundamos este debate, apenas o expusemos, visto que cada
realidade deve ser analisada em suas particularidades.

Uma outra observação remete às dinâmicas das cidades médias. Complementando o acima
exposto, nos parece que a dinâmica (demográfica e econômica) das cidades médias faz parte de um
projeto planejado e sincronizado do capital com apoio do Estado para a expansão da atuação
daquele em território nacional. Um avanço apoiado em dois eixos principais: um primeiro servindo de
base para os grandes centros metropolitanos. No trabalho de Andrade et all. (1998), pode-se
averiguar um forte crescimento demográfico das cidades médias metropolitanas, acima da média
nacional, a partir dos anos 1970. Um outro eixo, também destacado por Andrade et all., refere-se ao
crescimento das cidades médias próximas às áreas de expansão do agronegócio. Este eixo, vincula-
se às necessidades em se constituir áreas (cidades) que ofereçam serviços para atender as
demandas das novas atividades agrícolas.

Posto isto, acreditamos não estar havendo uma reversão de polaridade, mas um crescimento
das cidades médias urbanas segundo eixos bem definidos pelo capital. Haja vista, a maior
concentração destas cidades na região centro-sul, tradicional região concentradora das riquezas
nacionais e que oferece as melhores bases técnicas para a produção.

Bibliografia

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São Paulo: Ed. Papirus.
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trajetória do sistema-mundo. In: CHESNAIS, François et all. (Orgs.). Uma nova fase do capitalismo?
São Paulo: Xamã. p.71-92.

1
Expressão utilizada por SOJA, E. (1993). Ver referência completa na bibliografia.
2
A forma da exposição dissociada (como se uma “questão” fosse independente das demais) de algumas das importantes
questões que figuram nas agendas políticas internacionais não confere com a realidade, visto que todas elas pertencem a
totalidades complexas e interdependentes. Ou seja, as questões ambientais não estão dissociadas das questões econômicas,
tampouco esta e aquela das questões geoestratégicas e da esfera produtiva. A disposição adotada foi exclusivamente um
recurso para uma exposição mais didática.
3
As indústrias pautadas num modelo de operação fordista não foram extintas. A substituição de um “modelo” (produtivo/de
acumulação) por outro não elimina seu antecessor por completo.
4
Harvey, David (2003). Ver referência completa na bibliografia.
5
Sachs, Wolfgang (1997). Ver referência completa na bibliografia.
6
Basta averiguar o número de publicações, Seminários, Simpósios etc. cujo título faz referência ao “Desenvolvimento
Sustentável”.
7
Alguns analistas entendem que no período atual de desenvolvimento do capitalismo o Estado-Nação vem perdendo força
como centro de autoridade. Alguns chegam mesmo a falar sobre o possível “fim” do Estado. Prefiro a explicação de que o
processo de reestruturação empreendido na contemporaneidade demandou novas atribuições ao Estado que passa por
reajustes, dentro desse período de incertezas que caracterizam as transições.

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