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A Juventude Revolução - IRJ é uma organização política de

jovens que luta contra a exploração, a opressão e a guerra e


pelo socialismo no Brasil e no mundo. Surgimos da necessidade
que todos os jovens tem de lutar pelos nossos direitos. Somos

Revolucionária da
aderentes da Internacional Revolucionária da Juventude (IRJ)
organização que reúne jovens de mais de 25 países.

Internacional
Lutamos pelo direito da juventude ter um futuro de verdade sem

Aderente da
guerras, drogas e violência.

Juventude
Queremos emprego, educação, esporte, diversão e arte! Por
isso rejeitamos o capitalismo, sistema baseado na propriedade
privada dos meios de produção, que explora e oprime os
trabalhadores e a juventude.
Os objetivos da Juventude Revolução - IRJ são:
I - lutar pela união da juventude na luta por suas reivindicações;
II - lutar contra as guerras e a exploração;
III - lutar contra as drogas e o narcotráfico;
IV - combater pela independência das entidades estudantis;

México - 1968
V - defender a educação publica e lutar pelo acesso a diversão e
arte;
VI - lutar contra a destruição do meio ambiente
VII - lutar pelo fim da propriedade privada dos meios de
produção.
O massacre estudantil de
Conheça a Juventude Revolução - IRJ!
Tlatelolco
Everaldo de Oliveira Andrade

Aderente da
Internacional
Revolucionária da
Juventude

www.juventuderevolucao.org
Preço: R$1,50 • Solidário: R$ 2,00

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em 1918 e que expressava a crescente fragilidade e esgotamento
da ideologia nacionalista mexicana. Esse conjunto de causas só
Coleção Cadernos da poderiam, no entanto, serem plenamente compreendidas no con-
Juventude Revolução - irj
texto mais amplo da crise revolucionária que percorria o planeta
em 1968. Tlatelolco foi um epílogo sangrento desse ano vermelho
Outubro de 2008 de revoluções.

México - 1968: O massacre estudantil de Tlatelolco

Everaldo de Oliveira Andrade,


foi fundador da Juventude Revolução - IRJ. Hoje é historiador e
professor especializado em história da América.

Foto da capa: Manifestação de estudantes em protesto contra o


massacre de 2 de outubro de 1968 em Tlatelolco.

Produzida pelo Conselho Nacional da Juventude Revolução - IRJ


Estudantes enfrentando a tropa. Tanques enviados contra os estudantes.

Estudantes sendo presos pelas tropas do governo. Fotos dos estudantes mortos em Tlatelolco.

JUVENTUDE REVOLUÇÃO
Aderente da Internacional
Revolucionária da Juventude (IRJ)

ENTRE EM CONTATO:

contato.jr.irj@gmail.com • www.juventuderevolucao.org
Monumento erguido em
1993 em homenagem aos
© Copyleft – É permitida a reprodução parcial ou total jovens estudantes mortos
desta obra desde que mantida os créditos e esta nota. em Tlatelolco.

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lada pelo governo, coloca-se frontalmente contra a mobilização de
massa e declara que “o movimento é francamente subversivo”. A re-
pressão do governo cresce. Um cerco político contra os estudantes
é montado. Mas a resistência continua e o Conselho Nacional de México – 1968:
Greve decide realizar uma nova grande manifestação marcada para
13 de setembro. O movimento assume um caráter político nacional O massacre estudantil
e nele se engajam agora trabalhadores, jovens, movimentos popu- de Tlatelolco
lares e sindicais independentes. O Conselho de Greve propõe ao
governo um diálogo público nacional para discutir as reivindicações
e soluções, mas o governo decide retomar a escalada de repressão.
O ano de 1968 foi marcado por uma vaga revolucionária nos 4
No dia 23 de setembro o reitor da UNAM, Javier Barros Sierra,
cantos do planeta e um dos acontecimentos mais sangrentos e mar-
demite-se apó a decisão do governo de ocupar a universidade com
cantes foi o massacre aos estudantes mexicanos em Tlatelolco no
mais de 10.000 soldados. O movimento criara uma situação rev-
México em 2 de outubro.
olucionária que previa um desenlace dramático.
O mito da juventude naturalmente rebelde e apolítica serve para
Em 2 de outubro os estudantes que estavam em greve há nove
esconder o real teor político, internacionalista dos movimentos,
semanas realizam uma nova manifestação empunhando cravos
dos quais a América latina sangrou suas feridas, o México em par-
vermelhos. O exército consegue cercar aproximadamente 5000
ticular.
manifestantes. Muitos estavam acompanhados de suas famílias e
diferentes categorias sindicais traziam delegações à praça das três Os ventos revolucionários de 1968 que envolveram a Améri-
culturas, conhecida como Tlatelolco. Sob cerco, os manifestantes ca Latina incorporaram os traços próprios do desenvolvimento
foram alvejados por balas e bombas como resposta às suas reivin- histórico da região. O massacre estudantil de Tlatelolco no pri-
dicações. Até os dias de hoje há muitas controvérsias sobre os meiro plano concentrou os impasses em que se chocavam as
números de pessoas assassinadas2. Alguns autores apontaram entre tradições autonomistas das universidades latino-americanas com a
200 e 300 mortos, embora o governo afirmasse que apenas quatro degeneração do projeto nacionalista vitorioso da revolução mexi-
pessoas tenham morrido e vinte tivessem sido feridas. O massacre cana de 1910. A conjuntura internacional foi decisiva para dar um
de Tlatelolco foi um golpe de força para esmagar com o sangue um conteúdo explosivo a essa situação.
processo revolucionário em andamento. O exemplo da revolução cubana de 1959 era um fato ex-
A mobilização estudantil popular colocou em questão o pacto do traordinário para explicar o mesmo contexto histórico. No en-
regime mexicano começava a abrir uma alternativa política real. tanto, a maior parte da juventude estudantil universitária latino-
O ataque brutal expressava a proporção do perigo. Entre as cau- americana podia contar com uma rica e longa tradição histórica
sas nacionais profundas podem ser apontadas: o sistema político pela liberdade, autonomia e democracia universitária. Esse pas-
esgotado como espaço de ascensão para os novos setores sociais sado será decisivo para explicar o 1968.
urbanos. Havia ainda uma crise maior das relações entre estados Durante o mês de setembro o conflito tornou-se aberto e
e a universidade que questionava a tradição autonomista surgida generalizado, questionando diretamente o sistema político nacion-
al como antidemocrático. De fato, novas lideranças representativas
2 - Em outubro de 1997 o congresso mexicano criou uma comissão de investigação ultrapassaram os diques formados pelas organizações tradicionais
que em junho de 2006 o ex-presidente Luís Echeverría, na época do massacre ministro
do interior, foi condenado à prisão domiciliar.
controladas pelo governo maxicano. A repressão brutal de 2 de

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outubro teve como justificativa o desafio intolerável ao princípio da versitária. Em 26 de julho a Federação Nacional dos Estudantes
autoridade. Técnicos, controlada pelo partido do governo, é obrigada a chamar
De fato, esses choques recentes sociais representavam uma luta uma manifestação de protesto contra a repressão e ocupação da
geral e mais profunda para democratizar o estado mexicano contro- polícia. A manifestação ocorre no mesmo momento em que outro
lado ferreamente pela burocracia prirista1. O movimento estudantil grupo de estudantes, ligados ao partido comunista, realizava uma
e popular de 1968 pode ser visto como a parte mais visível de um comemoração da revolução cubana. Um grupo de estudantes --
movimento maior das camadas populares contra o esgotamento do cerca de 5.000 -- decide dirigir-se à praça central do México. A
regime nacional-burocrático prirista. reivindicação central era inicialmente dirigida contra a repressão e
pela libertação de todos os estudantes presos.
O capitalismo atrasado da América Latina desembocava no
impasse permanente da universidade que não conseguia realizar A federação que buscava representar cerca de 75.000 estudantes,
plenamente a autonomia sócio-econômica, política e cultural da combatia as diferentes tendências de esquerda do movimento e
região. O dinamismo interno estava subordinado às nações capi- durante o período das negociações, a polícia, com sua contumaz
talistas avançadas. pouca habilidade política, divulgou que a própria federação havia
solicitado a invasão do campus universitário e a repressão à mobi-
Esse foi o impasse das universidades latino-americanas na dé- lização dos estudantes ligados às organizações de esquerda. O re-
cada de 1960. Tratava-se do impasse das economias capitalistas sultado imediato dessa informação foi a desmoralização quase que
atrasados do continente em um momento de crise mundial do completa da federação frente ao movimento. Foi criado em seguida
capitalismo e esgotamento dos regimes nacionalistas na América um Comitê de Coordenação da Greve Geral, eleito em assembléias
Latina. Sem esse contexto geral no qual se inseriam as universi- e com mandato democrático para dirigir o movimento.
dades, não seria possível compreender as mobilizações do México
em 1968. No dia 27 de julho os estudantes decidem ocupar vários locais
da UNAM. Dois dias depois a polícia inicia a busca de “anarquistas
A fermentação do movimento estudantil crescia em um ambi- franceses” ligados às revoltas do maio francês. São presos cerca de
ente internacional revolucionário mas que localmente se movia nos 1000 estudantes e mais de 400 são feridos durante a repressão. Os
quadros do autoritarismo institucionalizado do regime mexicano. estudantes respondem com a decretação da greve geral em várias
A mobilização dos estudantes mexicanos desenvolveu-se entre ju- universidades do país. O movimento ganha crescente dimensão
lho e outubro de 1968, às vésperas da abertura das olimpíadas no política. No dia 30 de julho o governo muda de tática frente à am-
país. O movimento foi uma síntese contraditória da conjuntura in- pliação do movimento e decide negociar com a federação oficial,
ternacional, do desenvolvimento das universidades no continente mas mantêm presos 14 militantes estrangeiros.
e do esgotamento do regime revolucionário mexicano saído da
revolução de 1910-1917. No dia 9 de agosto um Conselho Nacional de Greve é formado.
No dia 27 de agosto ocorre uma manifestação gigantesca na praça
Numa primeira etapa das mobilizações, em 22 de julho, ocorre o central da cidade do México com a presença de mais de 400.000
enfrentamento entre estudantes da Universidade Nacional Autôno- pessoas. A mobilização agora também se irradia socialmente e atrai
ma do México (UNAM) e Instituto Politécnica contra os estudantes várias categorias de trabalhadores. No dia 30 de agosto o conselho
de um curso preparatório local. Dois dias depois, em 24 de julho, universitário da UNAM decide apoiar as reivindicações dos estu-
ocorre a repressão da polícia no campus, ferindo a autonomia uni- dantes pelo fim da repressão e pela libertação dos presos.
1- Prirista, vem do Partido da Revolução Institucional, PRI, partido que governou o A Confederação dos Trabalhadores Mexicanos (CTM), contro-
México por mais de 70 anos seguidos.

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