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ESCOLA SECUNDÁRIA HOMEM CRISTO - AVEIRO

Teste de História

Implantação e características do Estado Novo


Contexto em que surgiu;
Consequências da má situação do país;
Ditadura Militar
Salazarismo

Após a 1ª Guerra Mundial, Portugal viveu um período de crise geral e


de grande agitação, pois entre 1910 e 1926, o país vivia regido pelo
governo da I República e:
• Instabilidade Política - entre a data da sua fundação e o
seu fim, Portugal conheceu 45 ministérios, 8 eleições
presidenciais, 7 Presidentes da República (Bernardino
Machado foi eleito por 2 vezes) e 9 eleições legislativas, o
que não permitiu uma governação séria e a resolução dos
problemas do país, nomeadamente problemas de cariz
económico (como o grande atraso da indústria e o fraco
desenvolvimento comercial e agrícola, fruto dos fracos
investimentos feitos neste último sector) e social (o aumento
desenfreado do desemprego). Ainda a nível político, cumpre
referir a oposição face ao regime por parte de movimentos
monárquicos (com destaque para o Integralismo Lusitano), da
Igreja (que com a declaração da laicização do Estado, havia
perdido grande parte do seu poder e influência) e da alta
burguesia (descontente com o carácter demasiadamente
popular do regime); bem como as constantes lutas partidárias
que se geravam entre os líderes partidários da 1ª República,
como Afonso Costa e Brito Camacho (o partido havia-se
dividido).
• Instabilidade Económica – Fraco desenvolvimento da
indústria e comércio comprometido com um também fraco
desenvolvimento da agricultura. Com efeito, gerou-se uma
carestia dos produtos, aumento da inflação e uma
Balança Comercial francamente deficitária, que
conduzia à bancarrota do país. Esta situação piorou
francamente com a entrada de Portugal na 1ª Guerra Mundial,
provocando um deficit financeiro. (GUERRA – INSTABILIDADE E
DESCONFIANÇA – DIMINUIÇÃO DA PROCURA – AUMENTO DA
OFERTA – NECESSIDADE DE ESCOAR PRODUTOS –
DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA – DIMINUIÇÃO DOS LUCROS,
VISTO QUE O AUMENTO DA PROCURA É INSIGNIFICANTE).

João José Neves da Silva; 12ºF 2003/2004


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• Instabilidade Social – apesar das reformas da 1ª República


terem beneficiado em muito o povo, estas eram muito
radicais para a época, não sendo aceites pela maioria. Mais, a
situação económica e política geraram uma grande agitação
social. Na verdade, eram frequentes os actos violentos
levados a cabo pela oposição monárquica e por grupos rivais
dos republicanos, não esquecendo as confrontações grevistas
em que os atentados bombistas eram a arma mais utilizada.
Para agravar mais a situação, a I República, de costas
voltadas para a Igreja num país maioritariamente agrário,
conservador e católico, hostilizada pelos grandes proprietários
e capitalistas, vê desaparecer a sua grande base de apoio
social: as classes médias que, com os seus rendimentos
consumidos pela inflação no pós-guerra, cansada das
arruaças constantes e receando o bolchevismo (que era
contra o ideal de propriedade privada, indo contra os
interesses das classes médias), dá mostras de apoiar um
novo governo que restaure a ordem e a tranquilidade.

Deste modo, estava aberto o caminho para uma mudança radical, para
uma regeneração da República. Esta, chegou a 28 de Maio de 1926,
tendo partido uma sublevação militar de Braga liderada pelo general
Gomes da Costa que, à chegada a Lisboa, demite o Presidente da República
e o ministério, encerra o Parlamento e proclama a ditadura militar.
Tal como o nome indica, este era um regime totalitário que procurava,
através das Forças Armadas, exercer todos os poderes do Estado.
Contudo, os governadores que ocuparam o poder após o 28 de Maio
não possuíam uma doutrina própria nem um programa definido, o que
levou a que muitas das medidas tomadas neste período se revelassem
contraditórias. A este respeito, cumpre ainda cumprir que os dirigentes
eram meros coronéis, entre outras patentes militares, não tendo
conhecimentos técnicos acerca da gestão de um país.
Na verdade, a ditadura militar enfrentou ao longo da sua existência
vicissitudes várias, de entre as quais se destacaram:
• Sucessiva mudança de chefes do Executivo, desde o
comandante Mendes Cabeçadas aos generais Gomes da
Costa e Óscar Carmona;
• Agravamento do défice orçamental, decorrentes da
impreparação técnica dos chefes da Ditadura;
• Estabelecimento da censura à imprensa, entre outras tarefas
repressivas dos direitos individuais, levando a uma perda de
entusiasmo face ao regime.

Após uma revolta em 1927 contra a ditadura militar e face ao fracasso


da política económica do ministro Sinel de Cordes, o Presidente da

João José Neves da Silva; 12ºF 2003/2004


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República Óscar Carmona é eleito em 1928 por voto directo dos cidadãos,
convidando Vicente Freitas para o cargo de primeiro-ministro e o Professor
Universitário Oliveira Salazar para ocupar a pasta das Finanças. Este
último, aceitou o cargo mediante a condição de superintender nas
despesas de todos os ministérios e de ter direito de veto em todos os
aumentos de despesa desses mesmos ministérios.
O desempenho de Oliveira Salazar foi notável, e mesmo qualificado de
“milagre”, pois, com ele, o país apresentou pela 1ª vez (AHH! Delírio!,
ahahhaa) em 15 anos um saldo orçamental positivo, valendo-lhe o prestígio
de “mago das finanças”, bem como um maior espaço de manobra em
intervenções, no âmbito político e militar, pautadas pelo nacionalismo
direitista (?) “Nada contra a Nação, tudo pela Nação”.
Estava assim imposto um novo regime em Portugal; o denominado
Estado Novo. Este, consagrado pela Constituição de 1933, caracterizava-se
pelo autoritarismo do Estado, ligado a um sistema económico e social
corporativo. As liberdades individuais foram condicionadas aos interesses
da Nação, sendo os valores “Deus, Pátria, Família”, valores supremos a
conservar (criticados em “Felizmente há Luar!” de Luís de Sttau Monteiro).A
ideologia do novo regime foi adquirindo forma em diversos discursos de
Salazar que, para além dos seus “dons” para as Finanças e Economia,
prosseguia a capacidade de discursar tipicamente fascista, bem como de
alguns dos seus colaboradores como Marcelo Caetano, Rolão Preto e
Teotónio Pereira. A defesa do nacionalismo político, económico e social,
dominado pela soberania do Estado forte e soberano transformou-se,
então, na principal preocupação dos ideólogos do novo regime embrionário.
Dado o seu “milagre económico” aquando do cargo de ministro das
finanças, a nomeação de Salazar em 1932 para a chefia do Governo foi
acolhida com naturalidade.
Com efeito, há que reconhecer a unificação das forças
conservadoras e tradicionalistas em torno do projecto político de
Salazar, que se caracterizou por diversos aspectos:
• Recuperação de valores que considerava fundamentais:
Deus, Pátria, Família, Austeridade, Paz Social, Hierarquia,
Moralidade e Austeridade.
• Respeito pelas tradições nacionais e promoção da defesa
de tudo o que fosse tradicional e genuinamente
português. A este respeito, consagrou a ruralidade como parte
de todas as virtudes, em contraponto com a corrupta sociedade
urbana industrializada; deu protecção especial à Igreja católica,
declarando-a constitucionalmente, em 1950, como religião da
Nação. Tal, foi tomado como exemplo do carácter
demasiadamente radical da 1ª República, no que respeita à
laicização do Estado.

João José Neves da Silva; 12ºF 2003/2004


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• Reduziu o papel da mulher ao de “mão sacrificada e


virtuosa, esposa carinhosa e submissa”, afastando-a da
sociedade. Família numerosa;
• Louvou e comemorou os heróis e o passado glorioso da
Pátria, reduzindo a História nacional àqueles factos que Salazar
considerava importantes para a formação da população e de que
eram exemplos Afonso Henriques, Dom Nuno Álvares Pereira, o
período dos Descobrimentos e o próprio Salazar, apresentado
como “Salvador da Pátria”.
• Fez da escola um meio formador de consciências
disciplinadas e patrióticas, incutindo desde cedo os valores
por ele defendidos de modo a que desde crianças tivessem uma
consciência submissa ao regime;
• Valorizou as produções culturais portuguesas, não só
através da exaltação do fado (tipo de música portuguesa que
exalta o passado português e sentimentos, muitas das vezes
“mesquinhos” como a saudade e a tristeza) como banindo os
filmes americanos (considerados demasiadamente liberais e
promíscuos) ou ainda, fomentando o “estilo português” na
arquitectura do tempo.

Deste modo, Salazar conseguiu o apoio dos monárquicos, que
viam no Estado e em Salazar uma possibilidade de voltar a instaurar a
monarquia, da Igreja Católica, das facções de extrema-direita e dos
capitalistas, que viam com bons olhos a protecção e intervenção
económica do Estado.

Mas mais do que o mero aspecto conservador e tradicionalista do


Estado Novo, o regime salazarista apresentava outros princípios
fundamentais:
1. Estado Autoritário, dirigista, antidemocrático e
antiparlamentar – na medida em que recusava a liberdade e
a soberania popular enquanto conceitos legítimos do regime.
Com efeito, o poder executivo era, segundo a Constituição,
detido pelo Presidente da República, independente do
poder legislativo. Na verdade, tratou-se de um regime
fortemente presidencialista em que o presidente do Conselho
de Ministros se sobrepunha ao Presidente da República. O
presidente do Conselho de Ministros superintendia todos
os sectores da vida pública, nomeava e demitia ministros,
referendava os actos do Presidente da República e detinha
amplos poderes legislativos. A Assembleia Nacional,
constituída por deputados exclusivamente da União Nacional,
era um parlamento “dócil” que aprovava todas as propostas
de lei do Governo.

João José Neves da Silva; 12ºF 2003/2004


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De facto, Salazar foi um feroz opositor do partidarismo e da


democracia liberal. Na sua óptica, a soberania não se fundava nos
indivíduos constituintes da Nação, por esta ser um todo orgânico
onde existem diferenças resultantes de aptidões e actividades
diversificadas e onde o interesse de todos se deveria sobrepor às
conveniências individuais.
Mas se por um lado, o Estado Novo foi influenciado por
tendências político-ideológicas antiliberais, por outro, opôs-se
também ao marxismo, negando a luta de classes como princípio
enformador da organização económica e social. A este respeito,
Salazar propôs o princípio da unidade do interesse nacional, pois,
para ele, os interesses últimos dos indivíduos ou grupos, tendem para
a unidade do interesse nacional.
No que concerne ao antiparlamentarismo, cumpre referir que
para Salazar, o parlamento é sinónimo de “discursos ocos, palavrosos;
autêntico mundo de interpelações vistosas e vazias que de nada
servem para a Nação”.
2. Conservador e tradicional – (já explorado anteriormente);
assente no ideal “Deus, Pátria, Família, Autoridade, Paz Social,
Hierarquia, Moralidade e Austeridade”.A este respeito, cumpre
referir que Deus surgia como mais do que um ente religioso,
era um exemplo de virtude, de verdade, bem, belo e
fundamento último da Pátria. A respeito da Pátria, esta era a
Nação na sua dimensão histórica e territorial, implicando a
ideia de unidade, coesão e ordem. Esta última, só era
conseguida através da Autoridade, considerada a essência
do Estado. Relativamente à Família, esta era um lugar de
transmissão dos valores anteriormente referidos e, como tal,
garante da tradição e do equilíbrio social. Por outro lado, o
Trabalho consistia num antídoto contra a parasitagem e o
vício, os quais fomentam a desordem.
3. Estado Corporativo e Proteccionista – pois possuía uma
concepção orgânica da Nação, a qual era vista não como um
conjunto de indivíduos isolados, mas como a reunião de
grupos/ associações, denominados corporações, com funções
distintas mas interligadas e interdependentes, como que
parte de um organismo vivo. Tais corporações poderiam ser
de carácter económico, moral, cultural ou social, mas todas
tinham o fim de evitar conflitos e divisões.Com efeito, as
relações entre todos os corpos da Nação deveriam ser
harmoniosas e orientadas para o seu engrandecimento.
Dentro destas corporações, um destaque especial para a
Família, considerada célula-base da organização social e corporativa
que, através do chefe de família (geralmente o pai), elegiam as juntas
de freguesia, estas os municípios e estes a Câmara Corporativa. Esta
última, era um órgão consultivo que emitia pareceres sobre projectos

João José Neves da Silva; 12ºF 2003/2004


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de lei do Governo a apresentar à Assembleia Nacional. O Estado a tudo


superintendia e arbitrava os eventuais conflitos.
Contudo, o corporativismo teve um carácter sobretudo
económico, assentando em 2 tipos de elementos primários:
_OS SINDICATOS NACIONAIS: organizados por
profissões, e neles os trabalhadores encontravam caixas e instituições
de previdência social que asseguravam, entre diversos aspectos,
auxílio na doença, subsídio de desemprego, pensão de invalidez e
reformas na velhice. Destaque para as Casas do Povo (LOL) e as Casas
dos Pescadores, que funcionavam como instrumentos de política
salarial e laboral do patronato, de enquadramento político-ideológico
da massa rural e piscatória e ainda de assistência social para os seus
associados.
_GRÉMIOS: elementos primários da organização
corporativa do lado patronal, incidiam sobretudo na resposta a
situações de crise. Na verdade, os grémios desempenharam um
importante papel na solução da crise da indústria conserveira e do
vinho do Porto, em 1932. Entre outros aspectos, estas instituições
detinham um poder de intervenção económica, fixando preços, quotas
de produção, fazendo a prospecção do mercado ou promovendo a
qualidade dos produtos fabricados. Contudo, o facto de ser um
organismo cuja acção era maioritariamente relativa a situações de
crise, foi progressivamente transformando-se num factor de rigidez e
bloqueio a um rápido crescimento económico; impondo-se como um
gigante burocrático de carácter estatizante.
4. Estado repressivo – O Estado Novo, enquanto regime
autoritário que era, necessitou forçosamente de um poderoso
aparelho repressivo, de modo a fazer impor os seus ideais,
leis e medidas, controlando toda a sociedade. Para o
efeito, constituiu-se, à semelhança dos demais regimes
autoritários e fascistas da época, um corpo centralizado e
especializado de informação e repressão política; a PVDE
(Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), rebaptizada, em
1945, como PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do
Estado), “quando os ventos democratizantes do pós-guerra
aconselharam maiores cuidados terminológicos e
processuais”, tal como afirma o historiador José Mattoso. Com
efeito, a polícia política constituía a espinha dorsal do
sistema; servida por uma larga rede de informadores (nos
locais de trabalho, escolas, centros de convívio, etc.), dotada
de verbas cujo uso escapava ao controlo público, a PVDE/PIDE
podia deter quem entendesse, sem culpa formada e sem
mandato ou fiscalização judicial, por períodos que eram
muitas das vezes indefinidos; teve o auxílio de peritos
alemães e italianos. Durante esse tempo, os detidos
permaneciam incomunicáveis, sem direito a visitas nem a um

João José Neves da Silva; 12ºF 2003/2004


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advogado. Mas o carácter repressivo desta polícia política


destacava-se pela sua violência e torturas físicas e
psicológicas, como forma de extorquir confissões,
testemunhos ou simplesmente como forma de intimidação.
Na verdade, era frequente o recurso a campos de
concentração como o Tarrafal (em Cabo Verde), tortura,
espancamento e silenciação em plena sala de audiências
quando se denunciavam as sevícias de que haviam sido
vitimas ou quando pretendiam defender as suas convicções
políticas. Muitos dos condenados foram, inclusive, expulsos do
país. A PIDE tornou-se então extremamente poderosa na vida
nacional, proibindo ajuntamentos de mais de 2 pessoas e
assemelhando-se a “um Estado dentro do Estado”.
Outro dos meios repressivos utilizados pelo regime foi a
censura, imposta a todos os meios de comunicação, com o intuito de
zelar pela tutela preventiva da opinião pública, evitando críticas ao
regime a aos princípios por ele defendidos e “excessos” de livre
expressão. Instituída pela ditadura militar em Maio de 1926 e
novamente regulamentada por Salazar em Abril de 1933, a censura
prévia incidia sobre programas televisivos, filmes, jornais, revistas,
obras literárias e espectáculos teatrais, entre outros. A este respeito,
destaque para a censura aplicada à peça “Felizmente há Luar!” de Luís
de Sttau Monteiro, em que, na linha do teatro de Bertolt Brecht, o autor
toma como pretexto factos históricos do regime absolutista do século
XIX para denunciar a opressão e violência do regime salazarista, mas
de uma forma indirecta. Com efeito, a censura foi aplicada a esta peça
e o autor foi preso no Aljube.
Em suma, os meios repressivos desrespeitaram por completo os
direitos humanos e mesmo as normas estabelecidas na Constituição.
5. Estado Colonialista – Apesar de pequeno na Europa,
Portugal era um grande Estado no mundo, definindo-se como
um Estado pluricontinental (abrangendo as suas colónias
por todos os continentes: Brasil na América, Angola e
Moçambique na África, Timor na Oceânia e Macau na Ásia) e
multirracial (…), estando investido de uma inalienável
missão civilizadora, bastião da civilização cristã e ocidental
face às ameaças do comunismo, do ateísmo, da dissolução
dos valores tradicionais que o mundo moderno houvera
trazido. Com efeito, as colónias fortaleciam o orgulho
nacionalista (sendo um fruto do passado brilhante dos
Descobrimentos portugueses e sinónimo de um grande e rico
império) e constituíam um mercado para o escoamento de
produtos agrícolas e industriais metropolitanos, ao mesmo
tempo que forneciam matérias-primas a baixo preço. Destas
trocas comerciais, era visível a degradação dos termos de
troca, em que o superavit da Balança Comercial da metrópole

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era claramente superior ao do das colónias, o qual era


geralmente deficitário. As colónias constituíram uma peça
importante na política autárcica prosseguida pelo Estado
Novo, visto contribuírem para a sua independência, o seu
auto-abastecimento, o seu ideal de “Orgulhosamente
Sós”. Em suma, o Estado Novo procura apresentar uma
pátria moralmente una, embora geograficamente repartida
por diversos continentes.
Os princípios fundamentais relativos à política colonial estavam
estabelecidos no Acto Colonial de 1930, publicado aquando da
ocupação da pasta das Colónias por Salazar. Esta lei-padrão da
colonização portuguesa veio então, não só proclamar para o país uma
função histórica de possuir, civilizar e colonizar domínios ultramarinos,
mas também da definição de uma “comunidade e solidariedade
natural”, em que a metrópole detém o supremo arbítrio na definição
dos interesses e das relações económicas estabelecidas.
Com efeito, o Acto Colonial veio abrir uma “fase imperial”,
nacionalista e centralizadora, fruto de uma nova conjuntura interna e
externa e traduzida em 2 dimensões: a centralização política,
administrativa e financeira; e ainda a nacionalização da
exploração económica das colónias.
Todavia, para os industriais da época, a “solidariedade
económica” de que nos falava o Acto Colonial, significava
“industrializar a metrópole e colonizar o Ultramar”, ou seja,
reservar os mercados das colónias às exportações metropolitanas e
dar facilidades às importações que delas viessem, desde que fossem
matérias-primas necessárias e úteis, em termos de custos, à
industrialização metropolitana. Tratava-se de subordinar a economia
colonial ao plano de desenvolvimento industrial português. Veja-se o
exemplo da imposição de barreiras alfandegárias nas colónias, de
modo a evitar a penetração de artigos estrangeiros, susceptíveis de
concorrer com os produtos metropolitanos, tais como o vinho, algodão,
lã e cimento. Em suma, as colónias foram uma verdadeira tábua de
salvação, absorvendo nos anos 30 quase toda a produção excedentária
da metrópole.
6. Intervencionista – como Estado autoritário que era, o Estado
Novo tornou-se intervencionista, nos campos económico,
familiar, educativo e sócio-cultural.
Na Economia: Fruto das consequências da 1ª Guerra Mundial,
da Grande Depressão de 1929 e do caos na actividade produtiva por
elas provocado, o Estado foi obrigado a intervir directamente na
actividade económica como forma de combater e prevenir a crise.
Baseado no modelo interventivo do economista Keynes, de cariz anti-
liberal, o Estado aplicou um conjunto de medidas que permitiram não
só o fomentar da Economia como atenuar as consequências do

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capitalismo, que iam desde a desvalorização da moeda à inflação,


passando pelo desemprego.
Com efeito, o Estado superintendia todas as actividades
económicas, promovendo o fomento económico e a construção de
infra-estruturas. Assim, lançou-se uma política de obras públicas, que
se traduziu pela construção de estradas (entre 1930 e 1939
construiram-se cerca de 500km de novas estradas), viadutos (Duarte
Pacheco), hospitais (Júlio de Matos, Instituto de Oncologia), escolas
(nomeadamente primárias e liceus. Contudo, não houve investimentos
em universidades, à excepção do Instituto Superior Técnico de Lisboa),
portos (obras nos portos de Lisboa e Leixões e melhoramentos nos
portos de Aveiro, Setúbal e Funchal), pontes (como a ponte “Salazar”,
sobre o Tejo, que com o 25 de Abril viria a adquirir o nome deste
mesmo movimento; e a ponte da Arrábida, sobre o Douro, da autoria
de Edgar Cardoso e do aveirense José Pereira Zagallo e que era, na
altura, o maior arco de betão armado do Mundo). Registou-se ainda
uma dinamização dos meios de transporte (com a expansão da rede
viária houve uma explosão do transporte automóvel e da
camionagem), de centrais hidroeléctricas e barragens. Também no
sector das telecomunicações houve um grande desenvolvimento,
nomeadamente na expansão da rede de telégrafo e telefone.
Ainda ao nível da Economia, o Estado tornou o investimento na
indústria atractivo, concedendo facilidades de crédito, isenções fiscais
e eliminação da concorrência interna (através da Lei do
Condicionamento Industrial, segundo a qual todas as iniciativas de
instalação/ modificação de unidades industriais teriam de ser
autorizadas pelo Estado) e externa (através de direitos aduaneiros, que
tornaram os produtos importados mais caros que os nacionais). Com a
importação de matérias-primas e fontes de energia das colónias, as
quais chegavam à metrópole a baixo preço, e com os baixos salários
concedidos aos trabalhadores e a falta de poder reivindicativo destes,
as indústrias beneficiaram de baixos custos de produção.
Deste modo, com a consolidação e estreitamento do mercado
interno, a Economia cresceu e o desemprego diminuiu, devido ao
aumento de postos de trabalho sugeridos pelas obras-públicas.
Ao nível da Família, o regime criou instituições que se
destinavam ao apoio económico-social das famílias legalmente
constituídas e com a educação e preparação das mulheres para o
papel de esposas fiéis, submissas e sacrificadas. (Rever papel da
mulher no EN) Assim, criaram-se instituições como o Instituto para
Defesa da Família e a Obra das Mães.
No que respeita à Educação e ao Ensino, também nestes
campos houve intervenção do Estado, que adoptou medidas como:
depuração política dos corpos docentes; adopção de livros únicos
oficiais que vinculavam os valores do Estado Novo. A este respeito,
note-se a constante de “frases morais”, a exaltação do passado

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heróico português, seleccionado pelo Governo ou ainda a existência de


lenga-lengas com as chamadas “Lições de Salazar”, que
correspondiam a máximas de fácil memorização e entendimento
(“Obedece e saberás mandar”). Tudo isto, permitiu o vincular de
princípios da doutrina e moral cristãs e do regime Salazarista.
Na vida social e cultural, o regime preocupou-se com os
tempos livres dos trabalhadores, criando para o efeito a Federação
Internacional para a Alegria no Trabalho (FNAT), com o objectivo de
organizar acontecimentos recreativos (concertos, folclore, festas, etc)
e disponibilizar espaços hoteleiros e outros para colónias de férias em
estâncias balneares, a preços acessíveis para os seus filiados. Para
além de cativarem cidadãos, estas actividades incutiam valores que
iam moldando a mentalidade dos portugueses. Inc.. ler livro.
7. Culto do Chefe – Salazar impôs um poder politico
personalizado na figura do Chefe, interprete supremo do
interesse nacional. A mística fascista da nação totalitária
encontrou eco perfeito em Salazar, cujo lema “Tudo pela
Nação, Nada contra a Nação” se assemelhava ao “Tudo no
Estado, nada contra o Estado” de Mussulini.
Com efeito, cultivou-se o culto do chefe, que fez de Salazar o
“Salvador da Pátria”. Todavia, eram visíveis diferenças face ao culto do
chefe de Mussulini, o qual defendia uma imagem militarista, agressiva
e viril; enquanto que Salazar se apresentava como símbolo da
discrição, da austeridade e da moralidade, sendo tais características
habilmente exploradas pela propaganda.
Salazar apresentava-se ainda como “Guia da Nação”, crendo ser
o mais apto para governar: “Infelizmente há muita coisa que parece só
eu posso fazer”; “Se soubesses o que custa mandar, gostarias de
obedecer toda a vida”.
Além disso, Salazar exerceu várias pastas, como Chefe do
Governo, ministro das Finanças, da Guerra, dos negócios estrangeiros,
director da censura, da polícia política e da propaganda oficial.

Explicar ainda:
Constituição de 1933
União Nacional – Autoritarismo
Secretariado da Propaganda Nacional (SPN) – Nacionalismo
Mocidade Portuguesa – Ensino
Legião Portuguesa

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Como as democracias ocidentais reagiram às


Soluções e expansão do Fascismo
Crise Capitalista de 30
Soluções fascista e sua expansão
Reacção das democracias

Nos anos 30, a situação internacional era de crise e instabilidade. A


Grande Depressão de 1929 havia provocado um aumento do desemprego,
da inflação, falências, carestia de produtos e uma falta de credibilidade nos
regimes políticos, impotentes face à Crise.
É neste contexto que surge o fascismo como aparente solução para o
momento de crise vivido na Europa Capitalista devastada pela guerra,
baseando-se no corporativismo, no intervencionismo do Estado e em
promessas de uma estabilização. Daí a adesão em massa a estas novas
ideologias, nomeadamente do fascismo italiano e do nazismo.
(INCOMPLETO)
Com efeito, após a ascensão destes partidos ao poder, foi visível um
processo de expansionismo, em que, seguindo o ideal de “conquista de um
espaço vital”, Itália e Alemanha lançam-se num processo de conquistas.
Assim, em 1935, Mussolini, resolvido a fazer da Itália um Império,
empreende um ataque à Abissínia (actual Etiópia). Esta, enquanto membro
da SDN, levou a que a instituição interviesse, aplicando pequenas sanções
económicas.
Por outro lado, a 1 de Novembro de 1936, a Alemanha assina o Tratado
do Eixo Roma-Berlim, reconfirmado 3 anos mais tarde pelo Pacto do Aço,
uma aliança militar defensiva e ofensiva (…).
No mesmo mês de Novembro, a Alemanha assina com o Japão o Pacto
Anti-Komintern, através do qual Alemanha e Japão firmam um compromisso
de defesa comum contra a Internacional Comunista (Eixo Berlim-Tóquio).
Mais tarde, também a Itália (1939) e a Espanha de Franco aderem a esta
aliança, revelando a existência de uma perfeita concertação de objectivos e
métodos entre os governos de ditadura.
Em 1933, a Alemanha abandona a SDN, conseguindo, em 1935, que o
território do Sarre voltasse à pátria alemã através de um plebiscito.
A partir da sua saída da SDN, regista-se o processo de rearmamento, a
militarização da Renânia, a anexação da Áustria e do território dos Sudetas
e, em Março de 1939, a Boémia-Morávia.

Face à crescente agressividade dos regimes fascistas, nomeadamente


do alemão, as nações democráticas reagiram.
A França (Política Pacifista):
_ tentou formar uma pequena Entente com países da Europa
Central e Oriental, mais vulneráveis à eventual agressão fascista
(Jugoslávia, Roménia e Checoslováquia, mas não com a Polónia, a qual
havia firmado com a Alemanha um pacto de não-agressão);

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_Procurou aproximar-se da URSS, promovendo em 1934, a sua


admissão na SDN. No ano seguinte, assina o Tratado Franco-Soviético
de auxílio mútuo por um período de 5 anos. Embora este pacto não tivesse
logrado um comprometimento concreto do ponto de vista militar, Hitler
viria a basear-se nele, mais tarde, para justificar o rearmamento alemão e a
militarização da Renânia.
_Em Janeiro de 1935, combina com a Itália a defesa da Áustria,
a qual era um alvo das ambições hitlerianas.
_Não interveio na Guerra Civil espanhola.
Em suma… um RECEOSO PACIFISMO.

A Inglaterra (Política de Apaziguamento):


_Tal como a França, respeitou o princípio de não-intervenção na
Guerra Civil espanhola, apesar de ter consciência dos dispositivos
bélicos aí utilizados pela Alemanha;
_Assina os Acordos de Munique, dando beneplácito/ permissão à
ocupação dos Sudetas por parte da Alemanha. A este respeito, cumpre
referir que Hitler afirmava que os 3,5 milhões de alemães que habitavam a
Checoslováquia eram vítimas de prepotência por parte do Estado. Estes
acordos foram entendidos como uma salvaguarda da Paz, tendo o primeiro-
ministro inglês Lord Chamberlain afirmado que estes acordos eram “A Paz
para a nossa época”, ou ainda, “uma vez resolvido o problema dos sudetas,
não haverá mais problemas territoriais na Europa”.
_Tentou estabelecer um diálogo amigável com a Itália e a
Alemanha, de modo a apaziguar as tensões existentes;

Os EUA (Política de Neutralidade e Abstenção):


_não pretendendo intervir num possível conflito armado, o Congresso
norte-americano aprovou uma política de neutralidade e abstenção;

Todavia, apesar de ter assinado os Acordos de Munique, a Alemanha


empreende um movimento expansionista, anexando a Boémia-Morávia e
invadindo a 15 de Março de 1929 Praga, conduzindo ao desmembramento
da Checoslováquia. Também a Itália em Abril do mesmo ano anexa a
Albânia. Hitler e Mussolini mostravam assim o seu desejo de conquistar
mais territórios para construírem o seu espaço vital.
Perante este cenário, França e Grã-Bretanha dão conta do logro em
que tinham caído e do fracasso total das suas políticas diplomáticas,
adoptando assim uma política firme face a Hitler.
Deste modo, tentaram obter apoio dos países ameaçados pela
Alemanha, bem como da URSS. Todavia, a URSS encontrava-se
comprometida com o pacto de não-agressão que previa a partilha da
Polónia pelos 2 países e reconhecia à URSS o direito à ocupação dos países
bálticos e da Bessarábia. A Alemanha havia-se antecipado.
Assim, a 1 de Setembro de 1939 e de acordo com o plano previsto no
pacto celebrado entre Hitler e Estaline, e acreditando na sua superioridade

João José Neves da Silva; 12ºF 2003/2004


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bélica (…), a Alemanha invadiu a Polónia num autêntico desafio aos países
democráticos e, 2 dias depois, a França e a Inglaterra declaram guerra à
Alemanha.

A Ruptura dos equilíbrios e dos valores tradicionais


No início do século XX, no período anterior à 1ª Guerra Mundial, a
Europa era um continente próspero, dominando a maior parte do mundo e
vivendo em paz. Era a chamada “Belle Époque”, sinónimo de
prosperidade, valores familiares e religiosos; crença no progresso, ideias
filosóficas, concepções artísticas; em suma, os valores socioculturais
burgueses.
No entanto, esta era também uma Europa em que a par do optimismo:
• As democracias confrontavam-se com o crescente imperialismo
político-económico que subjugava povos de todos os
continentes;
• Apesar dos progressos alcançados pela ciência, predominava
ainda o obscurantismo e a superstição, tipicamente medievais;
• Analfabetismo, apesar das medidas para a valorização da cultura
e do ensino;
• Crescentes tensões político-militares que se manifestavam pelas
várias alianças que dividiam as potências europeias (Tríplice
Aliança e Entente).

Mas mesmo apesar destas contradições, a Europa vivia um clima de


prosperidade e de optimismo, confiante no progresso civilizacional e no
futuro do Homem. Todavia, a 1ª Guerra Mundial viria a demonstrar que a
ordem e a prosperidade europeias eram frágeis, efémeras.
As economias dos países europeus eram interdependentes. Se um
conflito emergisse na Europa, as economias cairiam em ruína.

Assim, com a 1ª Guerra Mundial e consequente destruição, miséria,


fome, vitimação de 10 milhões de pessoas, agravamento das condições de
vida das classes trabalhadoras, registou-se um agudizar das tensões sócio-
políticas. Tudo isto veio provocar:
• Crises económicas;
• Radicalização do pensamento político-ideológico (?);
• Incerteza sobre o futuro da civilização ocidental e do Homem;
• Pessimismo;
• Cepticismo;
• Desilusão por parte de todos os grupos sociais;
• Evolução do pensamento filosófico, nomeadamente o
existencialismo, contestando os valores tradicionais;

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• Influência ao nível de todas as formas de expressão de expressão


humana.

Com efeito e face à Guerra, resultam diversos comportamentos:


1. _Descrédito face às instituições;
_A vida é transitória;
_Descrédito face aos valores, não acreditando na
sociedade.

2. _Contestam, manifestam-se;
_Organizam greves devido ao papel da mulher e a tabus
sociais;
_Os artistas enveredam por outros caminhos, enquanto os
cientistas estudam novas teorias.

3. _Conservadores;
_Refugiam-se nos valores tradicionais;

4. _Noção da efemeridade da vida, do poder de destruição do


Homem;
_Novo sistema, era: “Loucos Anos 20”, caracterizados por
uma fúria de viver, pelo gozo ao máximo, usufruindo
plenamente dos prazeres proporcionados pela efemeridade
da vida. Daí a grande adesão à música, dança (charleston),
moda, desportos, cinema, turismo, etc.

Em suma, a Guerra provocou uma fragilidade de comportamentos,


uma sociedade pautada pelo medo, inquietação, insegurança. Tudo isto iria
ser transmitido na Arte.
Todavia, esta fragilidade teve ainda como causas outros factores,
como:
• Mudanças no urbanismo
• Emancipação da Mulher
• Crise do Pensamento Racionalista ??

Mudanças no urbanismo
Com a Revolução Industrial, o aumento demográfico, o êxodo rural e a
expansão das cidades em torno das indústrias e instituições (~), regista-se
um enorme crescimento de núcleos urbanos ao longo da 2ª metade do
século XIX e na primeira metade do século XX, que trouxe consequências
irreversíveis em vários domínios (social, cultural, político, etc):
• A cidade é o primeiro lugar da vida social, quer a nível
quantitativo (visto absorver grandes quantias de massas

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populacionais) quer qualitativo (nela se instalam actividades


poderosas e fundamentais, como instituições bancárias, políticas,
económicas, comerciais, administrativas, industriais, serviços,
etc),
• Entre 1800 e 1900, o número de grandes cidades cresceu de
5 para 700 e o número de habitantes, de 100.000 para cerca
de 1 milhão em muitos casos.
• As grandes cidades (metrópoles e megalópoles – kd unem
mais de 1 centro) começaram a apresentar características
semelhantes como:
⇒ Casario denso e uniforme ao longo de centenas de ruas e ao
redor de algumas praças, com bairros operários e zonas de elite.
⇒ Ritmo Agitado – numa época marcada pelo “Produzir mais em
menos tempo”
⇒ Tráfico caótico – com a maior acessibilidade das massas aos
carros
⇒ Poluição – pelo tráfico, industriais, etc
⇒ Problemas de Abastecimento,
• O centro da cidade desloca-se para novos espaços em função
dos interesses económico-financeiros;
• Pobreza e miséria atingem muitos operários que habitam bairros
degradados, geram tensões e conflitos sociais e favorecem o
crescimento de comportamentos marginais, que conduzem à
delinquência, à prostituição e ao crime (AlCapone).
• Os transportes permitiram uma aceleração da mobilidade
espacial e do ritmo de vida, o que conduz à mobilidade social (os
trabalhadores urbanos passam agora a morar longe do centro
das cidades) e à agitação.
• Rarefacção dos espaços verdes

MASSIFICAÇÃO DE COMPORTAMENTOS
1. Solidão e anonimato no meio da multidão;
2. Alterações no código ético com o aparecimento de pessoas
desmotivadas, moldadas pelo ritmo desgastador da
industrialização; desmotivados, insatisfeitos e inquietos no
que respeita à sua existência:
3. Enfraquecimento dos laços de vizinhança, laborais e de
solidariedade;
4. Massificação da vida urbana, através da moda, hábitos,
comidas, formas de relacionamento e de estar. O operário
tende a imitar o modelo burguês, transmitido pelos meios
de comunicação social;

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5. Esta fragilidade de comportamentos conduz à Alienação,


ou seja, à perda do sentido de si próprio e da sua relação
com o Mundo. (..)
6. A Alienação, juntamente com a mecanização da produção
e a massificação da vida produziram, segundo Durkheim, a
anomia social, ou seja, a uma fragilidade ou ausência de
normas e valores tradicionais. A nova sociedade passou a
ser inquieta, angustiada, monótona, com elementos
desenraizadores das suas tradições (devido à grande
ruptura económica) e com os valores em crise.
Em suma, as relações de produção alteram-se com a crescente
mecanização. O trabalho condiciona cada vez mais as relações sociais e
geram, segundo Durkheim, a anomia social, ou seja, o afastamento dos
padrões e normas tradicionais.
Os valores tradicionais são então, cada vez mais incompatíveis com a
nova sociedade e com os novos ritmos de vida. Os desvios
comportamentais relativamente às normas e valores tradicionais geram a
inquietação, a insatisfação e conduzem à desmoralização dos indivíduos,
à ausência de objectivos e de significado para a vida.

Emancipação da mulher
Com a 1ª Guerra Mundial, a vida tornara-se ameaçadora e os prazeres
eram raros, tendo o puritanismo sofrido rudes golpes.
De um só golpe, a guerra acabava de tornar ultrapassado o código
social e moral do século XIX e os puritanos tiveram de resignar-se a tolerar
a existência de comportamentos “não convencionais”.
Com efeito, a Igreja e as suas tomadas de posição patrióticas e até
nacionalistas cansaram a população, tendo a intensidade do sentimento
religioso enfraquecido. O conhecimento e prática da contracepção não era
mais um tabu, tendo-se alargado das classes médias e da burguesia para
as classes populares. O Mundo estava em mudança. Mas esta foi
essencialmente protagonizada por um movimento: o movimento de
emancipação feminino.
Na origem desta transformação está a 1ª Guerra Mundial e a procura
de mulheres como mão-de-obra, devido à ida dos homens para a guerra.
Aliás, durante a guerra, a indústria bélica estava em alta, empregando em
1914 cerca de 200.000 mulheres.
Todavia, apesar de ingressarem no mercado de trabalho, eram
exploradas como mão-de-obra barata, trabalhando cerca de 16 horas
diárias por salários que correspondiam a cerca de metade dos salários dos
homens.

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Mas uma vez que participava grandemente na produção e ganhando o


seu salário, a mulher foi ganhando independência económica, o que a
levou a reivindicar os mesmos direitos que o homem. Dava-se início ao
movimento pela emancipação.
Neste movimento, destaque para o papel das sufragistas que,
lideradas por Emmiline Pankhurst, praticavam actos, rebeliões,
manifestações, greves de fome, como forma de conseguirem direitos, como
o direito ao voto, à igualdade, à intervenção em todos os sectores da
Economia e ao ensino superior.
Com efeito, em 1918 é lhes atribuído o direito de voto para mulheres
com mais de 30 anos e, em 1928, para todas as cidadãs com mais de
21anos.

Deste modo, o movimento de emancipação da mulher trouxe várias


consequências:
• Moda -

UNFINISHEEEEEEEEDDDDDDDDDDDDDD

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