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Manipulação da Fertilidade

Contracepção

Infertilidade, causas da
infertilidade e reprodução
medicamente assistida

Crioconservação de gâmetas e
de embriões
Escola Secundária Poeta Joaquim
Serra
Montijo

Ano lectivo:2006/2007

Disciplina: Biologia

Docente: Prof. Ana Figueiredo

Manipulação da Fertilidade:
Contracepção, infertilidade,causas de infertilidade e
reprodução medicamente assistida e crioconservação de
gâmetas.

Trabalho elaborado por:


© Bruno Quendera, 12ºA nº 4

© Daniela Duarte, 12ºA nº 8

2
© Héber Rodrigues, 12ºA nº 11
© Joana Cruz, 12ºA nº 13

© Marisa Tavares, 12ºA nº 16

Índice

Introdução 4/5

Contracepção 6

Métodos contraceptivos 7/12

Aborto 13/15

Infertilidade, causas de infertilidade e reprodução


medicamente assistida 16

Infertilidade Masculina 17

Infertilidade Feminina 18

Técnicas de reprodução medicamente assistida 19/25

Crioconservação de gâmetas e de embriões 26/27

Conclusão 28

Bibliografia 29/30

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Introdução

“A contracepção às vezes é atacada por ser


antinatural. “ Richard Dawkins

Manipulação:

1. Acto ou efeito de manipular;

2. Intervenção da actividade humana num processo natural;

3. Interferência ou influencia indevida exercida sobre um processo natural.

Fertilidade:

1. Qualidade do que é fértil;

2. Aptidão para a reprodução

3. Estado de quem ou o que pode gerar

Conclui-se então que a manipulação da fertilidade irá


consistir na intervenção humana nos processos
reprodutivos, que irão, consequentemente, incidir sobre o
controlo da natalidade e problemas de fertilidade. Deste
modo, as pessoas podem levar uma vida sexual segura,
decidindo quando querem conceber.
A manipulação da fertilidade tem um papel importante e
decisivo na sociedade, uma vez que intervém na qualidade
de vida das populações através de procedimentos
biotecnológicos que permitem controlar, manipular e

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intervir nos processos reprodutivos. Nos países em vias de
desenvolvimento (considerados países do terceiro mundo) a
sensibilização das populações para a manipulação da
fertilidade e o implante de medidas na sociedade pode ter
interferência no excesso populacional presente, enquanto
que nos países desenvolvidos, pode intervir no
envelhecimento da população, que se deve decréscimo da
natalidade.

Assim, entre os métodos relacionados com a manipulação


da fertilidade, temos:

 Métodos contraceptivos
 Técnicas de reprodução assistida
 Interrupção voluntária da gravidez

Note-se que estes métodos são influenciados por factores


de natureza quer científica, quer cultural, social, ética e
religiosa que vigoram na sociedade.

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Contracepção

A Contracepção é a prevenção da gravidez e baseia-se


na utilização de Métodos Contraceptivos. Actualmente, os
métodos contraceptivos disponíveis são de variados tipos,
embora todos eles actuem através de um dos mecanismos:
- Impedem a libertação de gâmetas a partir das
gónadas;
- Impedem o encontro dos gâmetas;
- Impedem a implantação do embrião no endométrio
uterino (nidação).

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Métodos Contraceptivos

São métodos que permitem uma prevenção


voluntária da gravidez.
Existem vários métodos contraceptivos:

 Os que modificam o funcionamento normal


das gónadas, evitando deste modo, a
gametogénese (é o processo de diferenciação
das células sexuais, os gâmetas, que intervêm
no processo de reprodução sexuada):

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 Contracepção hormonal: A contracepção
hormonal surge sobre a forma de:
Pílulas: Comprimidos que contém estrogénio e
progesterona sintética - pílula combinada - ou apenas
progesterona sintética - pílula progestativa. A pílula
combinada é tomada diariamente, durante 21 dias,
seguindo-se 21 dias sem tomar enquanto que a
pílula progestativa é tomada diariamente sem
interrupção. As hormonas presentes na pílula
exercem um efeito de retroalimentação negativa
sobre o complexo hipotálamo-hipófise inibindo a
produção a produção de FSH e LH, logo, não se
verificará o desenvolvimento folicular nem a
ovulação. É um método contraceptivo muito eficaz

Hormonas injectáveis: Injecções de substâncias


semelhantes à progesterona que previnem a
gravidez por um período de 3 meses.

Implantes: Pequenos implantes colocados sob a


pele que libertam, lentamente, hormonas para a
circulação sanguínea. Os implantes actuam
durante longos períodos de tempo, que podem ir
até aos 5 anos.

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As hormonas presentes nestes métodos exercem
um efeito de retroalimentação negativa sobre o
complexo hipotálamo-hipófise inibindo a
produção a produção de FSH e LH, logo, não se
verificará o desenvolvimento folicular nem a
ovulação. Constituem um método contraceptivo
muito eficaz.

 Contracepção Cirúrgica: Constitui um


método de obstrução da progressão dos gâmetas
que pode ser efectuado no homem (vasectomia)
ou na mulher (laqueação das trompas de Falópio):

Vasectomia: Corte nos canais deferentes através


de uma incisão no escroto. Deste modo os
espermatozóides não se juntam aos
líquidos ejaculados e são reabsorvidos pelo
epidídimo.

Laqueação das Trompas de Falópio: Obstrução


das trompas de Falópio que impede a
progressão dos gâmetas até ao local da
fecundação.

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 Os que impossibilitam o encontro do
espermatozóide com o oócito II e,
consequentemente, impossibilitam a
fecundação:

 Métodos de Barreira: A função destes


métodos é impedir o encontro dos gâmetas
masculino e feminino. Os principais métodos de
barreira são o preservativo (feminino e
masculino) e o diafragma. Estes métodos devem
ser tomados antes de qualquer contacto sexual.

Preservativo masculino: Pequena bolsa de látex


colocada no pénis em erecção e que retém o
esperma. Funciona ainda como prevenção contra
doenças sexualmente transmissíveis (DST).

Preservativo Feminino: Membrana de plástico


(poliuretano) que cobre totalmente a vagina,
retendo o esperma.

Diafragma: Membrana de borracha que se insere


na vagina de modo a cobrir o cérvix (colo do
útero), impedindo a passagem dos
espermatozóides. Deve permanecer colocado
entre 6 a 24 horas após a relação sexual. Sendo

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este um método de baixa eficácia, é
recomendável a utilização de outros métodos
contraceptivos aquando do uso do diafragma,
como o espermicida.

 Espermicidas: Substâncias que existem sobre


a forma de cremes, espumas, esponjas, cones, e
comprimidos vaginais, que se introduzem na
vagina antes do acto sexual e tem como função a
inactivação dos espermatozóides. Sendo este um
método de baixa eficácia, recomenda-se que seja
utilizado em conjunto com outros métodos.

Abstinência Periódica: Consiste na privação de


relações sexuais durante o período fértil do ciclo
da mulher. Existem quatro maneiras de
determinar o período de abstinência:

Método do calendário: Considera o tempo de


sobrevivência dos gâmetas (24 horas para o
oócito e 72 horas para o espermatozóide.

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Método das temperaturas basais: Consiste na
medição diária basal do corpo ao longo do ciclo
uterino. Esta medição deve ser efectuada ao
acordar, sempre no mesmo local do corpo (boca,
vagina ou recto) e registada num gráfico. A
temperatura é mais elevada após a ovulação.

12
Método do muco cervical: Também conhecido
como Método de Billings, consiste na observação
diária das características do muco cervical
retirado da vagina e abstinência de relações
sexuais quando este se apresenta mais elástico
(chega a atingir 15 a 20 cm) e de consistência
gelatinosa.

Método sintoérmico: Consiste no registo das


temperaturas basais, observação do muco
cervical e palpação do colo do útero. No período
fértil, o colo do útero encontra-se alto, mole e
aberto.

 Os que impedem a nidação.

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Dispositivos Intra-Uterinos: Trata-se de um
pequeno objecto de metal ou de plástico colocado
no útero da mulher pelo ginecologista. Pode, ou
não libertar hormonas, dificulta a progressão dos
espermatozóides e impede a nidação.

Contracepção de emergência: Este método impede


uma gravidez após uma relação sexual não protegida. O
método mais simples de contracepção de emergência é o
recurso à “pílula do dia seguinte”: Contém doses mais
elevadas de estrogénio e progestagénio do que a pílula
contraceptiva normal e deve ser tomada, por via oral, até
72 horas após a relação sexual. Este método atrasa ou inibe
a ovulação, atrasa a progressão de espermatozóides e
impede a nidação.

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Fig. 1 Alguns dos métodos contraceptivos mais utilizados

Aborto

O aborto é a interrupção voluntária ou involuntária da


gravidez, em nenhum dos casos (voluntário ou involuntário)
o aborto é considerado um método contraceptivo. O aborto
pode ser feito através de químicos ou por intervenção
cirúrgica.

Aborto involuntário – interrupção acidental da


gravidez que pode ser provocada devido a, defeitos no
embrião que impeçam a sua formação normal, defeito
hereditário, exposição da mulher a certos medicamentos
radiações e doenças infecciosas. Este tipo de aborto inclui
também o aborto necessário (quando o objectivo não é
provocar o aborto mas este acaba por ser uma
consequência da acção terapêutica que pretende salvar a
vida da mulher). Os primeiros sintomas de uma interrupção
involuntária da gravidez são o sangramento vaginal e as
contracções uterinas. O aborto involuntário é bastante

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frequente, uma em cada três mulheres aborta
espontaneamente antes de se aperceber que está grávida.

Aborto voluntário – interrupção directa e provocada da


gravidez. Inclui:

 Aborto honoris causa ou moral – abortamento no

caso de ter existido concepção através de uma


violação.
 Aborto eugénico ou prolifático – abortamento no

caso do feto apresentar malformações graves.


 Aborto por motivos sociais – quando a mulher

alega não ter possibilidades para criar um filho.

Interrupção voluntária da gravidez

Primeiros dois meses de gestação – a interrupção


é feita através de químicos tais como a pílula abortiva entre
outros. Estes medicamentos provocam a interrupção da
gravidez e a expulsão do feto.

A partir dos dois meses de gestação – a interrupção


é feita através de uma intervenção cirúrgica. Existem dois
processos de intervenção cirúrgica utilizados para
interromper uma gravidez voluntariamente.

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 Curetagem – introdução de um instrumento cortante

(cureta) no útero da mulher que o médico utilizará


para cortar o feto e a placenta em pedaços e em
seguida retirá-los um a um do útero da mulher. Após
este processo o médico deve remontar o feto de
maneira a se certificar que não ficou nenhum pedaço
do feto no útero da mulher.
 Aspiração uterina – introdução de uma cânula de

vidro (objecto com extremidades internas cortantes). A


cânula é ligada a um aparelho de vácuo, quando o
vácuo é produzido o feto é sugado e cortado à medida
que passa pela cânula. Médico deve sempre verificar
se não restou nenhum pedaço do feto no útero da
mulher.

Legislação

Na maioria dos países a prática do aborto voluntário é


considerada crime embora nalguns (poucos) esta prática já
seja considerada legal. Em Portugal os abortos voluntários
são ilegais e punidos até três anos de prisão, embora
existam casos em que esta prática é considerada legal,
em caso de violação, de má formação grave do feto ou risco
de vida para a mulher.
Os grandes pontos de discussão do aborto voluntário, são a
certeza de quando é que um embrião se torna num ser
humano, se na sua concepção, no seu nascimento ou a

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meio do seu desenvolvimento, e a possibilidade de uma
vida digna para a mulher e para o possível bebé. Todos
estes pontos dependem da concepção religiosa e social de
cada um.

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Infertilidade, causas de infertilidade e reprodução
medicamente assistida

A infertilidade é a incapacidade de conceber uma


criança após um ano de actividade sexual regular e sem
uso de contraceptivos, ou a incapacidade de levar um
gravidez até ao seu fim natural.

A infertilidade atinge um em cada seis casais e pode


ter origem masculina ou feminina. Em 90% dos casos as
causas de infertilidade são físicas, cerca de 30% com
origem no homem, 30% com origem na mulher, e 30% com
origem em ambos. As causas da infertilidade também
podem ser de outra natureza, nomeadamente, anomalia ou
mutação cromossómica masculina.

A reprodução medicamente assistida consiste num


conjunto de métodos, que auxiliam os casais que sofrem
problemas de infertilidade, para que assim ocorra uma
gravidez. São processos que demoram algum tempo e são

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dispendiosos a nível monetário, mas são, sobretudo,
desgastantes física e psicologicamente para o casal, visto
que têm que passar por uma fase de diagnóstico médico,
por uma fase em que iniciam os tratamentos que muitas
vezes só resultam muito tempo depois, entre
outros.
Infertilidade Masculina
A infertilidade nos homens, é um problema que
requer um diagnóstico fácil, mas em contrapartida o seu
tratamento é muito difícil.
A ausência de espermatozóides, também apelidada de
azooespermia, é uma das principais causas de infertilidade
masculina.
A contagem normal de espermatozóides por ml de esperma
ronda valores de aproximadamente 120 000 000.Quando se
verificam valores abaixo de 20 000 000 estamos perante
um caso de infertilidade derivado a baixa ou nula presença
de espermatozóides.
A baixa contagem de espermatozóides é causada pelos
factores detalhados a seguir:
• Disfunções ao nível das hormonas;
• Elevadas temperaturas durante a espermatogénese;
• Doenças e/ou infecções dos órgãos reprodutores
internos e externos;
• Exposição voluntária ou involuntária a drogas e/ou
radiações;
• Mutações genéticas;

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A baixa mobilidade dos espermatozóides também causa
infertilidade, assim como a sua deficiente libertação.
Quando a espermiogénese não ocorre de modo normal a
diferenciação dos espermatídeos origina espermatozóides
anormais, incapazes de fecundar.
Anomalias ao nível das vias genitais e/ou
dos órgãos reprodutores também
provocam infertilidade.

Infertilidade feminina

As causas de infertilidade de um casal também


podem advir da mulher.
A ausência de ovulação, também apelidada de
anovulação, é uma causa de infertilidade feminina que tem
variadas origens, tais como:
• Disfunções ao nível das hormonas;
• Anomalias congénitas nos órgãos produtores de
gâmetas;
• Endometriose (Localização anormal do endométrio);
• Produção reduzida ou numa de oócitos II.

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Doenças e/ou infecções dos órgãos reprodutores internos e
externos são outras causas da infertilidade, bem como a
exposição voluntária ou involuntária a drogas e/ou
radiações.
As secreções da vagina ou do colo do útero podem ser
desfavoráveis para os espermatozóides, isto porque podem
ser demasiado ácidas ou demasiado alcalinas.
Tumores ao nível do útero, como os fibromiomas, provocam
a infertilidade, porque se dá o impedimento da nidação. O
impedimento da nidação também pode ocorrer devido à
não formação do endométrio ou da sua localização anormal
(como já foi referido, a endometriose).
A idade também é um factor que exerce influência sobre a
fertilidade. Com o aumento da idade aumenta também a
formação de oócitos II com elevados números de
cromossomas, que provocam assim o aborto espontâneo
muito precocemente, que é confundido com a menstruação.

Técnicas de reprodução medicamente assistida

Em Portugal, estima-se que haja cerca de 500 mil


casais inférteis (Julho 2006), o que significa que existe um
milhão de pessoas que não conseguem ter filhos. Este

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número representa 10% da população total portuguesa. E a
tendência é ainda para aumentar mais.

Alguns dos tratamentos disponíveis são efectuados através


da medicação, da cirurgia ou através de técnicas
laboratoriais. As taxas de sucesso para estes tratamentos
variam de acordo com a técnica utilizada e de acordo com
algumas outras condições, tais como a duração do período
de infertilidade anterior ao início do tratamento. Neste
trabalho vamos abordar as seguintes formas de tratamento
da infertilidade:

• Inseminação artificial (IUI);


• Transferência intratubária de gâmetas;
• Fertilização in vitro (IVF);
• Injecção intracitoplasmática de espermatozóides
(ICSI);
• Transferência intratubária de zigotos.

Inseminação artificial

A inseminação artificial é um método utilizado para


tratamento de algumas alterações da fertilidade do casal.

Existem diversos tipos de inseminação artificial, mas todos


eles têm a mesma finalidade, qual seja aproximar o
espermatozóide do óvulo, transpondo um obstáculo
feminino ou melhorando-se a qualidade do espermatozóide.

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Na inseminação o que fazemos é colocar os
espermatozóides o mais próximo do óvulo, no momento
mais adequado, e com isto suplantar ou o obstáculo
feminino, ou a alteração masculina.

Hoje em dia, a técnica que apresenta os melhores


resultados, é a inseminação intra-uterina. A sua realização é
simples e indolor.

Em posição ginecológica, tendo acesso ao colo do


útero, com abertura da vagina por um especulo, que é o
aparelho utilizado para exames ginecológicos corriqueiros.

Após a desinfecção do orifício do colo, introduz-se um


cateter até o interior do útero, ficando a aproximadamente
1 centímetro do seu fundo, na zona mais próxima das
trompas. Injecta-se o concentrado de espermatozóides que
está diluído em 0,2 ml de meio de cultura.
O cateter é retirado. Não havendo refluxo da amostra, a
paciente pode levantar-se e retomar a sua actividade
normal. Não é necessário repouso ou modificação na vida
pessoal.

Habitualmente realizamos duas inseminações a cada


ciclo, sempre em torno do momento ovulatório, com
intervalo de 24 horas

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Transferência intratubária de Gâmetas (GIFT)

A transferência de Gâmetas (espermatozóides e


óvulos) para as Trompas é uma técnica principalmente
utilizada em mulheres com pelo menos uma trompa
permeável e que a Inseminação Artificial não tenha
funcionado. A técnica consiste em processar o sémen em
laboratório, retirar os óvulos da mulher, mistura-los e
devolve-los para a trompa onde devera ocorrer a
fecundação sendo, tal como na inseminação artificial, por
isso considerado uma técnica in Vivo.

Fertilização In Vitro

Originalmente a fertilização in vitro seguida de


transferência de embriões (FIV-TE ou IVF-ET em inglês) foi
proposta para o tratamento dos casos de infertilidade
tubária, ou seja, para aquelas pacientes em que as trompas
estavam ausentes ou irreparavelmente obstruídas. Com a

25
evolução das técnicas e da medicina o uso desta técnica foi
alargado para o tratamento de outros problemas
relacionados com a infertilidade.

A fertilização in vitro consiste na fecundação do óvulo


pelo espermatozóide fora do corpo, em laboratório, ou seja,
in vitro. Os embriões resultantes da fertilização in vitro são
transferidos para o útero aproximadamente 72 horas após a
captação de óvulos.

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Resumidamente o processo está dividido em duas fases:

Indução da Ovulação

A indução da ovulação consiste em estimular


(graças a administração de hormonas) o
desenvolvimento de vários folículos nos ovários. Cada
um dos folículos contém, teoricamente, um óvulo. O
bom desenvolvimento da estimulação é constatado
pela dosagem da taxa hormonal de estrogénio no
sangue e pelo crescimento dos folículos ováricos
(avaliado através da ecografia).
A estimulação é frequentemente precedida de uma
fase de bloqueio ovarino. A duração desta fase de
bloqueio poderá variar segundo o tipo de protocolo
utilizado.

Uma estimulação da ovulação poderá durar em


torno de 10 a 15 dias e deverá ser vigiada durante
este período.

Quando os folículos tiverem um bom tamanho e a


taxa hormonal for suficiente, será desencadeada a
ovulação após injecção intramuscular de
Gonadotropina Coriónica (hCG). Esta medicação
permitirá a maturação final do óvulo, o que é de
extrema importância para o sucesso da tentativa.

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Inseminação In Vitro

O líquido folicular libertado durante a ovulação é


aspirado, examinado e seleccionado pelo
embriologista sendo utilizados os oócitos mais maturos
A maturidade do óvulo é determinada pela morfologia
e pela presença do primeiro corpúsculo polar.

Os óvulos maduros ficam algumas horas em


cultura sendo então inseminados na proporção de
aproximadamente 100 mil espermatozóides móveis
para cada óvulo.

Quinze a 19 horas após a inseminação os óvulos


são examinados ao microscópio em busca do sinal de
fertilização (presença dos pró-núcleos masculino e
feminino). Vinte e quatro horas após a inseminação
observa-se a presença de pré-embriões, divididos em
duas células.

A transferência dos pré-embriões realiza-se 48 a


72 horas após a inseminação, com pré-embriões com
quatro, oito ou mais células.

Injecção intracitoplasmática de Espermatozóides


(ICSI)

28
Injecção intracitoplasmática de Espermatozóides
consiste na fecundação de um óocito por um único
espermatozóide. Esta técnica é utilizada em situações de
Fertilização In Vitro onde existe um problema relacionado
com a infertilidade masculina e onde tratamentos de
Fertilização In Vitro convencional não tinham sucesso.
Nestes casos, 90-95% dos oócitos falhavam na fertilização,
mesmo aumentando o número de espermatozóides
inseminados ou ainda, o tratamento de Fertilização In Vitro
não era compatível, pois o número de espermatozóides
móveis progressivos ou morfologicamente normais era
insuficiente, incluindo aqueles com azooespermia, ou seja,
homens que não apresentam espermatozóides no
ejaculado.

Trata-se de uma fecundação micro cirúrgica, onde os


gâmetas são micro manipulados com micro pipetas
acopladas a um microscópio invertido. Com o auxílio destas
micro pipetas um único espermatozóide é injectado
directamente dentro do citoplasma do oócito. Esta técnica é
indicada nos casos de factor masculino grave onde o
espermatozóide é recuperado através de Aspiração do
epidídimo ou Biópsia de testículo.

Após a injecção de um único espermatozóide dentro


do oócito maduro, este é colocado em meio de cultivo e
após 16-18hs da injecção observa-se o oócito em

29
microscópio para verificar a presença dos dois pronúcleos.
Os oócitos com dois pronúcleos são seleccionados para
cultivo e transferência embrionária após três dias de cultivo
na incubadora.

Os embriões humanos iniciam seu desenvolvimento


num meio com solução balanceada de sal, substratos
energéticos e proteínas.

Os oócitos com 2 pronúcleos são avaliados com 28


horas de cultivo in vitro para observação da primeira
clivagem em duas células denominadas blastómeros. Após
48-72 h os embriões são novamente avaliados quanto a sua
morfologia. São avaliados quanto ao número, morfologia e
a presença de fragmentos anucleados dos blastómeros. Os
embriões morfologicamente normais são escolhidos e os
supranumerários são crioconservados.

Transferência intratubária de zigotos. (ZIFT)

A transferência de Zigotos para as Trompas é uma


técnica principalmente utilizada após a fertilização in vitro e
após a injecção intratubária de espermatozóides. A técnica
consiste na devolução do zigoto previamente concebido em
laboratório para a trompa onde deverá multiplicar-se e
migrar ate ao útero onde devera nidificar. Devido ao facto

30
de a fecundação ocorrer em laboratório este processo é
considerado uma técnica In Vitro.

Crioconservação de gâmetas e de embriões

Para os processos de reprodução assistida é necessário


armazenar gâmetas. Geralmente, os gâmetas destinados a
estes processos, bem como os embriões resultantes dos
mesmos, podem ser congelados em azoto líquido, com
crioptotectores químicos, de modo a previnem a formação
de cristais de gelo, os quais podem danificar as células.

Aspectos relevantes da crioconservação de gâmetas


Esperma:
A crioconservação do esperma é um processo simples e
correctamente utilizado. O esperma de dadores é

31
armazenado em bancos de esperma, juntamente com um
registo de características físicas e psicológicas do dador.
Homens que vão ser sujeitos a quimioterapia ou a
radiações podem recorrer à congelação de esperma que
lhes garanta a possibilidade de serem pais no futuro.

Oócitos:
A crioconservação de oócitos secundários é um
processo mais complexo, uma vez que estas células se
encontram na metáfase da fase equacional da meiose e o
fuso acromático é uma estrutura sensível a temperaturas
extremas. A quebra do fuso acromático pode induzir à
perda de um cromossoma.
São, normalmente, candidatas à crioconservação de
oócitos:
- Mulheres que pretendem adiar a maternidade para
uma idade avançada;
- Mulheres que vão ser submetidas a quimioterapia ou
outros tratamentos do mesmo tipo;
- Mulheres que trabalham com substâncias tóxicas.

Embriões:
Os embriões humanos excedentes dos processos de
reprodução assistida são crioconservados por um
determinado período de tempo. Foram utilizados com
sucesso embriões com 13 anos.

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Os casais envolvidos podem optar por dar-lhes os
seguintes destinos:
- Implantação futura;
- Doação a outros casais com problemas de
infertilidade;
- Doação para investigação fundamental em células
estaminais;
- Destruição, após o tempo recomendado para
implantação.
A utilização dos embriões em investigação coloca questões
de ordem ética e não é consensual.

33
Conclusão

A partir da elaboração deste trabalho foi-nos possível


concluir que os conhecimentos que já possuíamos no
campo da manipulação da fertilidade podiam ser mais
aprofundados e específicos.
A manipulação da fertilidade apresenta um conjunto de
vantagens nas quais figura o controlo da natalidade, quer
para a interrupção de uma gravidez indesejada, quer para
uma possível gravidez em casos que a mesma não se
consiga naturalmente.
As questões morais e éticas também são um factor de
peso no controlo da natalidade. Existem grandes
discrepâncias de opiniões, por exemplo, entre os cientistas
e a igreja, o que faz com que estes métodos sejam muitos
falados e divulgados pelos media.

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Bibliografia

Livros consultados :
→ Preparar os testes de avaliação – Biologia 12º Areal

Editores, Lígia Silva Osório, 2006


→ Matias, O. ; Martins P., 2006, Biologia 12 コ ano, Areal
Editores, Lisboa

Sites consultados:

→ http://pt.wikipedia.org/wiki/Contracep%C3%A7%C3

%A3o_oral

→ http://www.cerivf.com/images/oocitolucinda.jpg

→ http://www.gineco.com.br/images/10sem.jpg

→ http://pt.wikiquote.org/wiki/Richard_Dawkins

→ http://www.gineco.com.br/infertil1.htm

→ http://bioetica.med.up.pt/reproducao.html

→ http://www.cientic.com

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→ http://www.famili.fr/WebObjects/Frameworks/FAIm

ages.framework/WebServerResources/N_3382_D.j
pg

→ http://pt.wikipedia.org/wiki/Interrup%C3%A7%C3
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→ www.aborto.com.br/inseminacao/

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→ www.proveta.com.br/infertilidade

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→ www.semion.med.br

→ http://www.ghente.org/imagens/temas/reproduca
o/ia_esquematica.gif

36

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