Sei sulla pagina 1di 43

Belém-Pará

(Fevereiro de 2008)

ESCLARECIMENTO
HAIKAIS MATUTOS

Haikai é uma técnica


japonesa para compor
uma história sintética,
com grandeza e amor.
Há alguns critérios
exigidos na composição dos termos
do haikai e sérios
motivos para a liberação dos mesmos.
Composto por três versos
(um longo, dois curtos),
os haikais bem impressos
têm diferentes custos.
Custa caro escrever,
é barato publicar,
educa, com o prazer
exato de educar.
Tanto o primeiro quanto o terceiro
versos de um haikai profundo
devem ter cinco sílabas de esmero:
“heptassílabo” é só o segundo.
Meus haikais
são considerados
meio liberais
e estão modificados.
Eu mantive três versos
(um longo, dois curtos),
assim obtive diversos
haikais bastante matutos.
Evitei fazer umas contas
dos versos dos meus haikais:
apenas encurtei as pontas
e aumentei as sílabas centrais.
Ratifico o esclarecimento:
eu modifiquei a técnica japonesa
e publico todo sentimento
da lei de uma poética portuguesa.

Paulo Marcelo Braga


Belém, 11/02/2008

Paulo Marcelo Braga 2


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 01/2008

Segue a trilha,
acolhe bem teus filhos.
colhe uns milhos.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 02/2008

Afaga a face
de quem te ama:
nem reclama.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 03/2008

Revigora tua vida


contra a inveja alheia:
ora e não duvida.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 04/2008

Estima a rima,
compõe teu verso:
não desanima.

Belém, 31/01/2008

Paulo Marcelo Braga 3


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 05/2008

Faz do choro, que cai,


no canto dos teus lábios,
o decoro de um haikai.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 06/2008

Busca, lá no alto,
a inspiração didática:
educa o desacato.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 07/2008

Haikai, técnica japonesa


de sintetizar os versículos,
atrai a poética da beleza.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 08/2008

Amor é o poder
capaz de vencer,
sem esmorecer.

Belém, 31/01/2008

Paulo Marcelo Braga 4


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 09/2008

Todo verso escrito


tem trajeto constante
no universo infinito.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 10/2008

Poeta antigo
faz, do verso novo,
festa e abrigo.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 11/2008

O arco-íris
será meu adeus,
se partires.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 12/2008

Todo o décimo segundo


mês, prenúncio de novo ano,
tem acréscimo profundo.

Belém, 31/01/2008

Paulo Marcelo Braga 5


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 13/2008

Se um primeiro verso curto vai


para algum segundo bem mais longo
e encontra o terceiro, é o haikai.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 14/2008

Alguns vêm
com umas rimas;
outros, sem.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 15/2008

Se o sol não veio,


ainda não amanheceu:
por que o anseio?

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 16/2008

Faz, de uma espera,


exercício de paciência
e nunca te exaspera.

Belém, 31/01/2008

Paulo Marcelo Braga 6


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 17/2008

Atravessa uma ponte,


despreza esse abismo:
ingressa no horizonte.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 18/2008

Aproveita frases,
sublima os reveses:
aceita catarses.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 19/2008

Na melodia da chuva,
sobre o telhado antigo,
tem uma poesia turva.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 20/2008

Eu só vim te trazer
os meus vinte haikais,
que fiz com prazer.

Belém, 31/01/2008

Paulo Marcelo Braga 7


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 21/2008

Nunca mais pode ser


apenas daqui a pouco:
cuidado com o troco.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 22/2008

A visão noturna
da maresia parece
e é tão soturna.

Belém, 31/01/2008

HAIKAI 23/2008

Estou te esperando
e dos teus belos versos
eu vou recordando...

Belém, 01/02/2008

HAIKAI 24/2008

Parece ser uma frescura,


no entanto, minha intenção é
fazer prece, com ternura.

Belém, 01/02/2008

Paulo Marcelo Braga 8


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 25/2008

O ontem veio amanhã.


Ele ainda não foi embora:
tem na loucura uma fã.

Belém, 01/02/2008

HAIKAI 26/2008

O sonho encantado
está prestes a vir a ser,
aqui, bem realizado.

Belém, 01/02/2008

HAIKAI 27/2008

Parece que eu dormi,


porém permaneci alerta,
ao me recordar de ti.

Belém, 01/02/2008

HAIKAI 28/2008

Alguns círculos viciosos


poderão ser bem enquadrados,
por versículos judiciosos.

Belém, 01/02/2008

Paulo Marcelo Braga 9


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 29/2008

Vê se te anima e vai
compondo, sem hesitar,
a rima do teu haikai.

Belém, 01/02/2008

HAIKAI 30/2008

Eu fiquei o quê?
Com pensamento leve?
É: tomei saquê.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 31/2008

Existe realidade
refletida na virtualidade:
encara a verdade.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 32/2008

Pense com liberdade.


Refletir diante do espelho
sempre traz verdade.

Belém, 02/02/2008

Paulo Marcelo Braga 10


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 33/2008

Desmembrar o absoluto
e analisar bem a realidade
resultará no meu indulto.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 34/2008

Por que hei de ficar


nos cárceres dogmáticos,
se posso me liberar?

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 35/2008

Só para clarear os breus,


diga-me: qual é a vantagem
de não acreditar em Deus?

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 36/2008

É bruta a imprudência dos ateus.


Um fundamento científico confiável
não refuta a existência de Deus.

Belém, 02/02/2008

Paulo Marcelo Braga 11


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 37/2008

Para quem não sabe,


na boa técnica do haikai,
filosofia também cabe.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 38/2008

Há uma história imensa,


contada nas rimas dos versos,
que um haikai condensa.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 39/2008

Aquele arco-íris deixou


algumas cores primárias
para inserires no show.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 40/2008

Vê se responde a quem te chama.


Todavia, seleciona certos chamados
e não te esconde de quem te ama.

Belém, 02/02/2008

Paulo Marcelo Braga 12


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 41/2008

Como irás descobrir


uma verdade encoberta
se estás a te omitir?

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 42/2008

Investiga, com atenção,


se é que te convém investigar,
uma intriga da oposição.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 43/2008

Nem mau, nem bom,


haverá de ser conceituado
aquele meu real dom.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 44/2008

Acredito apenas nisso:


numa dose de ponderação
nas cenas de rebuliço.

Belém, 02/02/2008

Paulo Marcelo Braga 13


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 45/2008

Eu sou intérprete e autor


de um espetáculo romântico,
além de ser tiete do amor.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 46/2008

Há vida própria na cena


representando, no palco real,
aquela dúvida tão plena.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 47/2008

Confio, em parte,
na crítica posicionada:
só aprecio a arte.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 48/2008

Eu amo do meu jeito.


Se alguém quer me odiar,
nem reclamo e aceito.

Belém, 02/02/2008

Paulo Marcelo Braga 14


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 49/2008

A liberdade fundamentada
no correto respeito ao próximo
vem a ser verdade sagrada.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 50/2008

Apenas meia hora


é pouquíssimo tempo.
Então, não demora.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 51/2008

Existe a boa idéia


com a qual toda arte
abençoa a platéia.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 52/2008

Volte, se entender
a importância de voltar.
Devote-me prazer.

Belém, 02/02/2008

Paulo Marcelo Braga 15


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 53/2008

Gerúndio é fútil?
Dependendo do uso,
ele pode ser útil.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 54/2008

O futuro do presente,
do pretérito-mais-que-perfeito,
é bem puro, realmente.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 55/2008

Um pretérito imperfeito,
se for muito bem consertado,
terá o inquérito desfeito.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 56/2008

O macaco pulou
demais e um galho
fraco se quebrou.

Belém, 02/02/2008

Paulo Marcelo Braga 16


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 57/2008

A leoa saiu para caçar


e o leão ficou dormindo,
até a hora de almoçar.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 58/2008

A jararaca deu o bote


na codorna que lamentou:
“Tô fraca até a morte”.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 59/2008

Um tatu encontrou
o procurado formigueiro
e, assim, almoçou.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 60/2008

Um pinto piou,
a mucura escutou
e o abocanhou.

Belém, 02/02/2008

Paulo Marcelo Braga 17


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 61/2008

Um galo antigo
expulsou do terreiro
o frango inimigo

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 62/2008

Uma coruja dormiu


e a alvorada já refletiu
na água suja do rio.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 63/2008

Com tanta devastação,


e pouco reflorestamento,
desencanta-se a nação.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 64/2008

A melodia sensual,
de uma brisa noturna,
contagia um casal.

Belém, 02/02/2008

Paulo Marcelo Braga 18


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 65/2008

Todo beijo apaixonado,


duvido de quem duvida disso,
tem lampejo inspirado.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 66/2008

Ai de quem amar e ter


o desprezo de quem ama:
vai amargar desprazer.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 67/2008

Bem feliz quem verseja


e tem uma ordem atendida,
se diz: “Vem e me beija”.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 68/2008

Um cometa mergulhou
bem fundo no leito do rio
e uma luneta registrou.

Belém, 02/02/2008

Paulo Marcelo Braga 19


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 69/2008

Os cometas entrelaçados,
caudas e cabeças invertidas:
eis os óvulos fecundados.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 70/2008

A facção que te enfrenta


não está tão fácil de vencer?
Pelo menos, vê se tenta.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 71/2008

Desfaz esses teus insultos


e vê se respeita as liberdades
dos meus haikais matutos.

Belém, 02/02/2008

HAIKAI 72/2008

Tentei e consegui.
Se tu duvidas de mim,
lê o que eu escrevi.

Belém, 03/02/2008

Paulo Marcelo Braga 20


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 73/2008

Veja se perdoa setenta


vezes setecentas mil vezes
uma pessoa intriguenta.

Belém, 03/02/2008

HAIKAI 74/2008

Perdoa, mas admoesta


uma intriga tão desafinada
que entoa na tua festa.

Belém, 03/02/2008

HAIKAI 75/2008

Deixa de reclamar,
apenas por um instante,
e vamos conversar.

Belém, 03/02/2008

HAIKAI 76/2008

No reflexo
de um espelho
há o nexo?

Belém, 03/02/2008

Paulo Marcelo Braga 21


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 77/2008

Lá vai uma cisma


levando embora daqui
o haikai sem rima.

Belém, 03/02/2008

HAIKAI 78/2008

Esperei um pouco,
superei adversidades
e já dei bom troco.

Belém, 03/02/2008

HAIKAI 79/2008

Chego e me apresento.
Digo: olá, o que tens feito,
pelego tolo e avarento?

Belém, 03/02/2008

HAIKAI 80/2008

Oi, tenta fazer


o que sempre fiz
e viverás feliz.

Belém, 03/02/2008

Paulo Marcelo Braga 22


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 81/2008

Soma bem:
oitenta mais vinte
resulta cem.

Belém, 03/02/2008

HAIKAI 82/2008

Como tu és tão vil.


Divulgaste uns boatos
e ninguém te ouviu.

Belém, 03/02/2008

HAIKAI 83/2008

Eu libero uns versos


e nem conto as sílabas
dos meus impressos.

Belém, 03/02/2008

HAIKAI 84/2008

Uma gotícula orvalhada,


parida pela aurora boreal,
gesticula bem inspirada.

Belém, 03/02/2008

Paulo Marcelo Braga 23


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 85/2008

Na viagem, vislumbrei
todo o belíssimo reflexo
da imagem que amei.

Belém, 03/02/2008

HAIKAI 86/2008

Teus deslizes?
O que eu não disse,
tu vens e dizes.

Belém, 03/02/2008

HAIKAI 87/2008

O amor aconteceu
e se existem culpados
não és tu, nem eu.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 88/2008

Que culpa nós temos,


se nos amamos demais?
Nenhuma? Amemos!

Marajó, 04/02/2008

Paulo Marcelo Braga 24


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 89/2008

Chove e lembro
do nosso juramento:
foi em setembro.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 90/2008

Eu escrevo contigo,
bem aqui, na foz do rio,
meu acervo antigo.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 91/2008

Eis o que somos:


verdadeiros amantes.
E sempre fomos.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 92/2008

Nosso benefício
de termos amor real,
vale o sacrifício

Marajó, 04/02/2008

Paulo Marcelo Braga 25


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 93/2008

Eu rasguei o pergaminho
daqueles moralistas arcaicos
e fiquei com o teu carinho.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 94/2008

Ofereci respeito
a quem não merecia:
recebi despeito.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 95/2008

Todo enredo radical


de quem nos desacata
só tem pseudomoral.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 96/2008

Sim, chorei. E daí?


A ofensa radical me feriu.
Eu a superei e sorri.

Marajó, 04/02/2008

Paulo Marcelo Braga 26


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 97/2008

Contra a maresia,
vou navegando em paz,
com minha poesia.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 98/2008

Logo estarei contigo.


Estou indo para a guerra
e abaterei o inimigo.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 99/2008

Nem te importa
se alguém nos olha
com “cara torta”.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 100/2008

Só importa
o amor vencer
toda revolta.

Marajó, 04/02/2008

Paulo Marcelo Braga 27


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 101/2008

Nós somos obras-primas,


superamos quaisquer cismas,
e compomos umas rimas.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 102/2008

Um casal triunfante
sobre o falso moralismo
é, em geral, amante.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 103/2008

Se estou a te amar
e confio no teu amor,
nada vai me abalar.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 104/2008

Nem me humilho:
sei que sou bom pai,
além de bom filho.

Marajó, 04/02/2008

Paulo Marcelo Braga 28


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 105/2008

Só falta pouco.
Está quase na hora
exata do troco.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 106/2008

Um decoro triunfou
sobre a prosa moralista:
meu choro acabou.

Marajó, 04/02/2008

HAIKAI 107/2008

Eu sempre deixo
falarem bobagens
e nem me queixo.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 108/2008

Nem escuto
maledicências:
só te refuto.

Belém, 04/02/2008

Paulo Marcelo Braga 29


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 109/2008

Desprezo teu show


de desacatos contra mim
eu prezo o que sou.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 110/2008

Eu não te afronto,
nem sabes o que dizes,
e te dou desconto.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 111/2008

Pode crer: sou culpado!


Minha culpa mais absurda
foi a de ter te respeitado.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 112/2008

Eu estou falando
o que ninguém te falou:
vivem te bajulando.

Belém, 04/02/2008

Paulo Marcelo Braga 30


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 113/2008

Tolice mais banal


é escutar as críticas
da velhice radical.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 114/2008

Dane-se quem me difama.


Desprezo falsos moralistas:
eu só amo quem me ama.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 115/2008

Indo embora,
vislumbro poesia
fluindo lá fora.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 116/2008

Aguarda por mim.


Ignora todos boatos:
tu és amada, sim!

Belém, 04/02/2008

Paulo Marcelo Braga 31


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 117/2008

Dinheiro não traz


algo fundamental: o dom
verdadeiro da paz.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 118/2008

De que me adiantaria
eu ter dinheiro sobrando,
se me faltasse alegria?

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 119/2008

Detenho valores
bem mais valorizados:
priorizo amores.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 120/2008

Anseio por teus


ensinamentos amorosos
e creio em Deus.

Belém, 04/02/2008

Paulo Marcelo Braga 32


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 121/008

Desprezei outras vozes,


só escutei teus conselhos
e derrotei meus algozes.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 122/2008

Nos unimos, com prazer.


Aqueles nossos oponentes
nós conseguimos vencer.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 123/2008

Nosso amor simplório


partiu para uma reação
e venceu um falatório.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 124/2008

E o que mais
nós podemos fazer?
Amar em paz.

Belém, 04/02/2008

Paulo Marcelo Braga 33


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 125/2008

Lembre que sei


o quanto me amas.
Sempre te amei.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 126/2008

Nossa história,
contada em versos,
contém vitória.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 127/2008

Entôo minha voz


para louvar o amor:
perdôo um algoz.

Belém, 04/02/2008

HAIKAI 128/2008

O meu ciclo vitorioso


empossará no comando
um versículo amoroso.

Belém, 04/02/2008

Paulo Marcelo Braga 34


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 129/2008

Parece que é
minha única opção
a prece de fé.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 130/2008

Haikai
ergue o bem
que cai.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 131/2008

O meu haikai
já desmascara
quem me trai.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 132/2008

Eis o que você disse:


“nem me avisaste nada!”
Como se me ouvisse...

Belém, 09/02/2008

Paulo Marcelo Braga 35


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 133/2008

Eu já te falei,
tu nem ouviste,
e me cansei.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 134/2008

Um verso do prólogo,
por ser rebuscado demais,
eu me esqueço logo.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 135/2008

Eu te critico
bem diretamente
e nem fuxico.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 136/2008

Sim, aceito
tentar sobreviver
lá no gueto.

Belém, 09/02/2008

Paulo Marcelo Braga 36


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 137/2008

Comprovo
o que pensas
e te aprovo.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 138/2008

Bem sutil,
o amor chegou.
Quem viu?

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 139/2008

Obter um bem das prudências


é para quem sabe, tão-somente,
ver muito além das aparências.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 140/2008

Como pedregulho,
jogado no rio, no trabalho,
eu logo mergulho.

Belém, 09/02/2008

Paulo Marcelo Braga 37


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 141/2008

Após eu trabalhar,
não sou teu escravo:
deverás me pagar.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 142/2008

Pago um preço,
bastante elevado,
pelo teu apreço.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 143/2008

Calo minha voz,


parto para a reação
e venço o algoz.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 144/2008

Escutaste bem.
Parte para o porto:
o navio já vem.

Belém, 09/02/2008

Paulo Marcelo Braga 38


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 145/2008

Eu vim embora,
perdeste a viagem:
que faço agora?

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 146/2008

Fica por aí
e me espera: vou
voltar pra ti.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 147/2008

Poderei me atrasar,
mas, pode ter certeza:
eu irei te encontrar.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 148/2008

Grandeza absoluta
é procurar pela vitória,
na miudeza da luta.

Belém, 09/02/2008

Paulo Marcelo Braga 39


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 149/2008

Quem se omite,
além de ter culpa,
também é triste.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 150/2008

Tirei meu escudo,


guardei minhas armas
e ganhei, contudo.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 151/2008

Lembro de nós dois,


colhendo maçã, feijão,
batata, milho e arroz.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 152/2008

É, sempre brota
o amor que importa
na nossa “horta”.

Belém, 09/02/2008

Paulo Marcelo Braga 40


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 153/2008

Com certeza,
irei à Pernambuco,
via Fortaleza.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 154/2008

Tomaste o gole
de um fraco aperitivo
e já ficaste mole?

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 155/2008

Eu acho é demais bom


permanecer bem ao teu lado
e desfrutar do teu dom.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 156/2008

Eu já superei
fases agitadas
e me quietei.

Belém, 09/02/2008

Paulo Marcelo Braga 41


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 157/2008

Voltei ao início,
pensei no meu futuro:
superei o vício.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 158/2008

Estou liberto
de todo tormento
contigo perto.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 159/2008

Tu és meu abrigo,
crê na minha gratidão:
eu sou teu amigo.

Belém, 09/02/2008

HAIKAI 160/2008

Eu estou aqui
e quero te oferecer
o que escrevi.

Belém, 09/02/2008

Paulo Marcelo Braga 42


HAIKAIS MATUTOS

HAIKAI 161/2008

Toda poesia de Quintana,


apesar de bastante simplória,
tem uma filosofia bacana.

Belém, 10/02/2008

HAIKAI 162/2008

Último aviso: sou da paz!


Faço de tudo para não brigar.
Só não provoque demais...

Belém, 10/02/2008

HAIKAI 163/2008

Senta, bem na santa paz.


Medita sobre os meus cento
e sessenta e três haikais.

Belém, 09/02/2008

Paulo Marcelo Braga 43

Potrebbero piacerti anche