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O ENSINO DE GEOGRAFIA POR PROFESSORES EM FORMAÇÃO CONTINUADA:

A EXPERIÊNCIA DE RONDONÓPOLIS – MT.

Wilson José Soares


Doutorando em Geografia - UNESP - Rio Claro
wilsonprofgeo@hotmail.com
João Pedro Pezzato
Prof. Dr. do Departamento de Educação - UNESP - Rio Claro.
joaopezzato@hotmail.com

Resumo

O presente trabalho visa discutir as práticas pedagógicas dos professores de Geografia da rede
estadual de ensino de Rondonópolis – Mato Grosso, Brasil, que participam dos processos de
formação continuada oferecidos pelo CEFAPRO (Centro de Formação e Atualização dos
Profissionais da Educação Básica), órgão responsável pela implantação e divulgação das
políticas públicas educacionais do estado. Desde o ano 2000 o Estado de Mato Grosso adota
como política para a educação os “ciclos de formação humana” que se diferenciam da
organização por série. Nesse período, o ensino fundamental passa, de oito, para nove anos de
escolaridade. O foco do estudo em andamento são as práticas pedagógicas dos professores de
Geografia que atuam na 2ª fase do 2º ciclo, 5º ano, e 3ª fase do 3º ciclo, 9º ano de escolaridade.
Tal recorte se faz por ser este o momento em que os alunos deixam de estudar com professores
unidoscentes para estudar com professores das diversas áreas do currículo escolar no caso da 2ª
fase do 2º ciclo e quando sai 3ª fase do 3º ciclo, para ingressar no Ensino Médio que ainda não é
ciclado. Partimos da hipótese de que a despeito de orientações para a promoção de inovações
didáticas dos programas de formação, promovidos pelos órgãos centrais, e da aquisição de
materiais pedagógicos diversificados pelas escolas, os professores utilizam como metodologia
de trabalho aulas expositivas, com uso quase que exclusivo do livro didático. É observado,
também, a não utilização da cartografia e do trabalho de campo como metodologias para a
compreensão do espaço vivido, percebido e concebido. Esta pesquisa é de caráter qualitativo e
sua metodologia baseia-se na aplicação de questionários respondidos pelos professores,
entrevistas, observações e registros dos depoimentos nos encontros dos processos de formação.
Podemos então considerar preliminarmente, uma vez que o trabalho não está concluído que, de
acordo com Ariovaldo Umbeline de Oliveira (2003), o ensino de Geografia não tem ajudado
tanto professores quanto alunos a pensarem o espaço, mas sim a reproduzirem o que já está
posto.
Palavras-chaves: Organização do espaço. Educação. Ciclos de formação humana.

Introdução

O mundo globalizado nos impõe novas tarefas e novos caminhos a serem trilhados
na busca dos conhecimentos e na construção de um ser humano cidadão, portanto o ensino
pautado na memorização de dados não atendo mais a formação dos estudantes que vivem essa
nova realidade, nesta nova concepção não é só o aluno que tem que estudar, o professor deve
estar em constante formação. Kaercher (2002:228) aponta: “Não adianta se iludir, achando que
dá para ser um bom professor com pouca leitura, pouca bibliografia e estudando os assuntos em
cima da hora”. Sobre esse tema Vesentine (2002:24) aponta no sentido de que o educador deve
estar preocupado com a conquista da cidadania e contribuir com o crescimento intelectual,
cognitivo e afetivo do educando e na a formação criativa do senso crítico.
Pensando nesta perspectiva a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso - SEDUC -, no
ano de 2000, adotou como política pública de educação a Escola Organizada por Ciclos de
Formação Humana, tendo como grande diferencial a organização dos tempos de aprendizagens
dos estudantes. Com esta nova proposta o ensino fundamental passa de oito para nove anos de
escolaridade e o calendário civil deixa de ser referencia para aprendizagem de determinados
conteúdos como é no ensino organizado por série
Em palestra realizada no seminário de formação SEDUC/MT, no período de 02 a 05/2005,
Miguel Arroyo coloca que os Ciclos são uma organização escolar que respeita os tempos de
vida dos estudantes, pois está dividido em infância, pré-adolescência, adolescência e juventude.
Logo, trabalhar nessa perspectiva implica organizar a escola e desenvolver o trabalho docente
respeitando a cada tempo da vida humana.
Na rede pública de Mato Grosso as crianças iniciam a vida escolar com seis anos de
idade, portando, entre os seis, sete e oito anos eles completam o primeiro ciclo, (infância), o
segundo ciclo, chamado de pré-adolescência, vai dos nove, dez e onze, e o terceiro ciclo,
chamado de adolescência, se faz dos doze, treze e quatorze anos.
Nesta lógica, Luiz Carlos de Freitas em uma palestra aos formadores do Centro de
formação e atualização dos profissionais da educação básica de Mato Grosso –
CEFAPROS - em 10 de fevereiro de 2009, diz que o currículo tem que extrair o significado dos
conteúdos para cada tempo de vida, precisa entender que a aprendizagem é uma atividade
complexa e que exige do ser humano procedimentos diferenciado segundo a natureza do
conhecimento.
Na seriação, o professor, mesmo que ele queira, não consegue trabalhar na lógica dos
ciclos, já que no final do ano tem que aprovar ou reprovar. Nos ciclos a avaliação não é para
reprovar e sim para verificar como anda a construção dos conhecimentos. Na perspectiva de que
todo conhecimento é uma construção permanente, a organização dos ciclos permite que o
professor deixe de ser mero transmissor de conhecimento para ser mediador do processo de
ensino-aprendizagem. Todos os seres humanos têm potencialidades para construir seus
conhecimentos, o que diferencia são os ritmos de cada um.
A escola precisa de espaços diferentes de aprendizagens como: organizar os alunos em
grupos, usar bibliotecas, aulas de campo, no pátio e em outros espaços. A organização da sala de
aula é diferente do modelo de um olhando na nuca do outro, os problemas precisam ser
entendidos e não memorizados como fórmulas de resolver problemas estandartizados.
É preciso que a escola seja planejada em conjunto, trabalhar com projetos de escola e
não de professor. O tempo não pode ser o de fábrica que, de sino em sino, troca de matérias sem
nenhuma conexão.
De acordo com os consultores do SEDUC 2009, professores da Universidade Federal do
Mato Grosso - UFMT, o que balisa os ciclos de formação humana são as fases de
desenvolvimento, caso contrário os paradigmas não se encontram. Nos ciclos o eixo da prática
passa a ser o sujeito e não os conteúdos, mas isso não significa que os conteúdos não tenha
significado, eles são os instrumentos culturais, nesse caso precisamos ter flexibilidade na
programação semanal caso contrário não é ciclo.
Isto nos leva a uma mobilização em favor da desconstrução da escola seletiva e
excludente e da busca incessante pela escola inclusiva como possibilidade para atingir a meta da
educação escolar para todos e condição para o exercício da cidadania. Portanto, a discussão
deve priorizar a promoção da aprendizagem. Assim o 1º ciclo é o da alfabetização, no qual a
criança tem que aprender ler, escrever e interpretar dentro do seus limites cronológicos. Desta
feita, a escola organizada em ciclos de formação pensa os espaços e os tempos em função desses
princípios, prevendo mudanças no currículo, na maneira de ensinar, na relação professor-aluno e
na forma de avaliar.
Neste sentido o currículo passa a ser um fenômeno processual, constituído por um
conjunto de elementos presentes em todas as etapas da prática pedagógica, cujo objetivo é a
estruturação e reestruturação dessas práticas na construção do conhecimento.

O currículo para formação humana envolve o conhecimento dos conteúdos. Sem ele não há
formação de novas memórias, pois tudo que aprendemos está em nosso cérebro, que tem
natureza biológica e cultural. Com conteúdos pensados conforme a cultura da escola com
objetivos educacionais claros; com encaminhamentos metodológicos adequados para a
utilização desses conteúdos; Com objetivos avaliativos definidos; Com a destinação e utilização
dos recursos a serviço da aprendizagem; Com a organização do tempo pedagógico e; Com uma
distribuição do espaço a serviço da construção do saber escolar.
Um dos eixos fundamentais do currículo é o tempo, então é preciso de tempo em tempo
voltar ao conteúdo estudado. O currículo é uma manifestação da cultura humana que é também
as formas de comunicação e não só as comidas típicas, as danças, as festas, etc. Podemos dizer
que é tudo que acontece na escola em benefício de aprendizagem dos estudantes.
As culturas são produzidas pelos grupos sociais ao longo das suas histórias, na
construção de suas formas de subsistência, na organização da vida social e política nas suas
relações com o meio e com outros grupos, na produção de conhecimentos etc.
A concepção de currículo ultrapassa os conteúdos a serem aprendidos esses conteúdos
precisam ser transformados em experiências, precisam interferir nas relações humanas, dentro e
fora da escola, nos métodos de ensino que o professor utiliza na avaliação que será feita para
verificação da aprendizagem.
A escola deve elaborar seu currículo dentro de sua realidade, com a participação de todos os
envolvidos no processo de aprendizagem dos estudantes, professores, diretor, coordenadores,
pais, alunos e funcionários.
O currículo tem que ser entendido como a intenção educativa da escola, ele orienta as ações
dos professores, ele é o plano de ação que operacionaliza toda a proposta pedagógica da escola.
Neste sentido ele é, entre outras variáveis, o elo entre as teorias educacionais e as práticas
pedagógicas da escola.
A escola não é fabrica para produzir por série ela é local de produção de conhecimento. E o
conhecimento só se realiza no convívio com as diferenças, nas interações sociais.
Os ciclos de formação humana têm como objetivo superar os índices de repetências, buscar
um ensino de qualidade e superar a rigidez das séries. Tais realizações requerem um novo olhar
para a avaliação, com o esquecimento de que ela é classificatória e a perspectiva de que ela é
emancipatória, dialética, libertadora e dialógica. Nessa perspectiva, a avaliação deve contar com
a análise do desempenho do aluno no cotidiano, em situações planejadas dentro dos propósitos
do processo de aprendizagem. Paulo Freire considera que estar alfabetizado é ter a capacidade
de ler o mundo e entender como ele está organizado. Então qual é o papel social da escola?
Partimos do principio de que todos devem ter a oportunidade de aprender e respeitar a
diversidade, inclusive a diversidade linguística.
Assim, rompemos com a lógica classificatória e assumimos um caráter investigativo,
diagnóstico, continuo e processual focada na aprendizagem do aluno. Educar é conhecer o
outro, mas principalmente compreendê-lo e respeitá-lo, para além de tolerá-lo. É reconhecer,
sobretudo, a existência da assimetria e da diversidade.
Para Milton Santos 2004, o meio geográfico ou espaço geográfico é o meio de vida em que
as pessoas participam, é a materialidade das relações sociais, este espaço é um produto da
História, é a cristalização das vivencias do passado das pessoas individualmente e em sociedade
que se corporifica em formas sociais transformando se em espaço geográfico e em
configurações espaciais.
Seguindo essas aproximações, Cavalcante (2003:44) coloca: “[...] o conhecimento geográfico é,
pois, indispensável à formação de indivíduos participantes da vida social a medida que propicia
o entendimento do espaço geográfico e do papel desse espaço nas praticas sociais”, portanto, o
importante não é a transmissão de conteúdos específicos, mas despertar nos estudantes um novo
relacionamento com as experiências de vida, mas dar cientificidade aos conhecimentos já
construídos e construir outros novos. Então, o objetivo da Geografia é estudar as relações entre
o processo histórico na formação da sociedade e o funcionamento da natureza e para tal
precisamos trabalhar com a leitura do lugar e do território a partir de sua paisagem.
O lugar é produzido historicamente pelo homem a medida que se organiza econômica e
socialmente sua sociedade que também é marcado por laços afetivos e referenciais
socioculturais. Neste sentido, o homem é produtor desse espaço em que imprime seus valores.
Assim, as aulas de Geografia não podem continuar tendo como apoio apenas as descrições dos
fatos baseado apenas nos livros didático
Este caso, é fundamental que o espaço vivido pelos estudantes seja o ponto de partida dos
estudos dos anos iniciais para aos poucos irem compreendendo o espaço percebido e concebido,
mas o espaço vivido pode não se o imediato portanto não necessita seguir hierarquicamente essa
ordem pois são muitos os espaços que os estudantes tem contatos e são capazes de pensar. Para
trabalhar e valorizar o imaginário das crianças não se pode considerar que o espaço esteja
limitado apenas a sua paisagem imediata, uma vez que a mídia incorpora ao seu cotidiano
paisagens e vivencias de outras localidades.
Em segundo lugar, o professor precisa estar apto a trabalhar com os conhecimentos de sua
formação, reconhecendo as características do aluno que está na sua sala. Com essa abordagem
de ensino, o aluno pode aprofundar seu nível de desenvolvimento por meio dos conceitos
estudados na escola uma vez que tais conhecimentos estarão relacionados com seu cotidiano.
Nesta perspectiva, o ensino de Geografia tem como função contribuir para a formação da
cidadania através das práticas de construção e reconstrução de conhecimentos, valores e
habilidades que propiciem aos estudantes a compreensão do mundo em que vivem e atuam.
Como dizia Paulo Freire “conhecer o mundo para dele tirar proveito”.

Procedimentos metodológicos
Como já ressaltado, a pesquisa está direcionada à investigação de como os
professores de Geografia da rede estadual de MT, no município de Rondonópolis, que
participam das formações no CEFAPRO e nas unidades escolares no Projeto Sala de Professor,
utilizam suas aulas para a formação da consciência política através da compreensão da
organização do espaço local e global.
Dessa maneira, compreendemos que a pesquisa qualitativa interpretativa é a
abordagem mais apropriada para a nossa investigação, uma vez que entendemos que o nosso
estudo se preocupa mais com o processo do que com o produto ou resultado final. É de extrema
relevância para o nosso trabalho questionar os sujeitos de investigação com relação “[...] àquilo
que eles experimentam, o modo como eles interpretam as suas experiências e o modo como eles
próprios estruturam o mundo social em que vivem” (PSATHAS, 1973 apud BOGDAN &
BIKLEN, 1994: 51). Esses dados é que nos possibilitarão fazer uma análise mais coerente, que
atinja os objetivos de nossa pesquisa. Este método

[...] ocupa um lugar privilegiado nas novas abordagens de pesquisa


educacional [...] Sendo o principal instrumento da investigação, o
observador pode recorrer aos conhecimentos e experiências pessoais
como auxiliares no processo de compreensão e interpretação do
fenômeno estudado. (LUDKE, 1996:26).

Para se ter um conhecimento mais amplo sobre o assunto, estamos realizando um


levantamento bibliográfico e levantando dados junto aos professores de Geografia que
participam das formações continuadas que oferecemos no CEFAPRO e nos grupos de estudo
nas escolas dentro do Projeto Sala de Professor com questionários escritos, entrevistas gravadas
e registros em caderno de campo dos relatos apresentados nos grupos de estudos.
O número de sujeitos selecionados para a pesquisa é de 23 professores de
Geografia, uma vez que estamos trabalhando com aqueles que se inscrevem nas formações
ofertadas pelo CEFAPRO ou que estão participando dos grupos de estudos nas escolas onde
trabalham. As respostas constituídas nos questionários juntamente com a abordagem teórica
estabelecida nos auxiliarão na compreensão do problema de pesquisa estabelecido.

Resultados preliminares

Conforme os resultados obtidos com os dados coletados juntos aos professores que participaram
das formações proporcionadas pelo CEFAPRO nos anos de 2007 e 2008, pudemos chegar aos
seguintes resultados:
As práticas pedagógicas mais utilizadas pelos professores de Geografia ainda são as aulas
expositivas e dialogadas, com uso de alguns recursos didáticos, como: mapas, livros didáticos,
jornais, revistas, seminários e filmes relacionados às temáticas estudadas e algumas aulas fora
da sala de aula, sempre fazendo referência ao espaço de vivência dos alunos, mas com pouco
uso de recursos tecnológicos. Ao falar do planejamento, afirmam os professores que, na
maioria das vezes, o fazem individualmente e em muitos casos em casa, mas trocam
informações com alguns colegas de outras áreas do conhecimento.

Quanto ao entendimento do currículo escolar, a maioria não respondeu a esta questão e os que
disseram alguma coisa, as respostas são confusas, sempre fazendo referência à lista de
conteúdos que trabalham quase sempre os conteúdos do livro didático, o que contradiz a
resposta anterior, quando mencionam o estudo da realidade dos alunos como fio condutor das
atividades realizadas. Para Kaercher (2002: 224), é necessário mostrar aos estudantes que
podemos compreender melhor o mundo em que vivemos, se pensamos o espaço como um
elemento que ajuda a entender a lógica, não raro absurda, do mundo. Mostrar que sabemos
Geografia não é sabermos dados ou informações atuais ou compartimentados, mas sim
relacionados às informações, ao mundo cotidiano, pois ao compreendermos o espaço e as
práticas sociais, podemos entender melhor as questões locais, nacionais e globais,
compreendendo assim, a relação existente entre essas escalas.
Pensar essa realidade e propor soluções para a construção de uma sociedade mais justa faz parte
do ensino de Geografia. Nesta direção, Cavalcante (2003: 44) nos diz que “[...] o conhecimento
geográfico é, pois, indispensável a formação de indivíduos participantes da vida social a medida
que propicia o entendimento do espaço geográfico e do papel desse espaço nas praticas sociais”.

Ao falarem da avaliação, alguns professores afirmam que utilizam de diversos instrumentos,


como: observação do desenvolvimento das atividades, os trabalhos individuais e em grupo e a
prova. Nesta questão, podemos observar um número considerável de respostas que indicam que
os alunos vão mal nas avaliações devido à falta de interesse e preguiça de estudar, deixando a
entender que a pergunta estaria se referindo ao resultado das avaliações.

Quanto às dificuldades que encontram para a realização das atividades pedagógicas, as respostas
giraram em torno da falta de condições de trabalho, de material pedagógico, de recursos
tecnológicos e de formação com oficinas que ensinem a organizar materiais para a realização
das aulas, outras dificuldades muito lembradas também são a falta de interesse e a indisciplina
dos alunos.

Quanto ao ensino de cartografia, as respostas se limitam ao uso de mapas, isto quando a escola
tem, sendo que os estudos são realizados para a localização de lugares. Ao responderem sobre a
interpretação da organização espacial do município de Rondonópolis e como eles trabalham e
avaliam a compreensão dos alunos sobre este espaço, fazem um relato histórico do município,
da migração da população rural para a cidade e das conseqüências do crescimento desordenado,
mas com poucas referências sobre o modelo de produção econômica que provoca a estrutura
espacial urbana de Rondonópolis. Quanto à interpretação que os alunos fazem e discutem nas
aulas de Geografia referente à organização do espaço geográfico rondonopolitano, os
professores não se manifestaram.

Em relação ao uso dos noticiários mundiais como material pedagógico na interpretação dos
espaços, falam das influências nos acontecimentos locais, principalmente nas questões
ambientais, com alguns professores organizando projetos de trabalho relacionados ao estudo dos
problemas ambientais.

Ao se reportarem à formação continuada, consideram importante, sendo que a solicitação da


grande maioria é que tal formação seja com oficina, na qual o professor formador apresente
novas metodologias de aulas práticas principalmente nas questões cartográficas e de geografia
física, justificando que já estão cansados de estudar as teorias. Esta resposta aponta para o
problema de que os professores ainda não compreenderam que a prática pedagógica está
embasada em teorias, talvez porque ainda trabalham com a prática da escola seriada, com base
na memorização dos conteúdos e reprovação, enquanto que as teorias que estamos estudando
fundamentam-se na escola organizada por ciclos de formação humana, o que provoca um
choque ideológico, principalmente para os que estão a mais tempo na educação.

Diante das informações, podemos perceber que os professores de Geografia apresentam


dificuldade em compreender as questões pedagógicas e curriculares, não fazendo uma relação
entre teoria e prática. No que tange a estas questões, os educadores, em grande parte, não
conseguem ser claros em suas respostas, de maneira a promover uma discussão mais elaborada
Essas situações fluem com muita facilidade, o que indica que a formação inicial, mesmo sendo
licenciatura, deixa muitas lacunas quanto à formação pedagógica.

Nesse sentido, acreditamos que as informações obtidas junto aos professores possibilitam um
olhar para a formação continuada, uma vez que fazemos parte de uma instância em que a todo o
momento somos instigados a novos olhares, a buscar novos horizontes que nos auxiliem na
construção e reconstrução de saberes necessários à prática docente frente aos contextos e
desafios que nos são colocados enquanto educadores, na busca por uma educação que contribua
para a construção da cidadania.
Nesta visão, concordamos com Carlos, 2002:48 e 49, quando diz que não podemos fazer da
educação uma referencia de valores vulgares a cultura e aos conhecimentos nos dobrando ao
consumismo e a moda na qual valoriza a competição, e sim buscar a construção de um novo
mundo que não seja hostil a união dos povos, portanto devemos “apostar na colaboração, na
construção da solidariedade, sem a qual não há vida social”.

CONSIDERAÇÕES

Preliminarmente, podemos considerar que os professores de Geografia nessa complexa


organização espacial precisam saber interpretar o espaço geográfico e os períodos históricos
para chegar à determinadas sínteses, propiciando condições necessárias ao entendimento da
Geografia como ciência que estuda o espaço que o homem constrói ao longo de sua história.
Dessa maneira, o professor não pode atuar isoladamente em sua sala de aula, mas deve buscar
em outras ciências explicações que a geografia não consegue explicar. Damiani (2002:53)
aponta que hoje lidamos com fenômenos totais de abrangência global, que envolvem mais de
uma disciplina e que o conhecimento transcende o campo de cada uma delas.

É nesse sentido que o CEFAPRO de Rondonópolis vem conduzindo suas ações e formações e
estas pesquisas apontam para as necessidades de se trabalhar com formações que possam
atender e corrigir estas distorções que existem nas escolas públicas do Estado de Mato Grosso.

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