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10. A literatura de viagens. Fernão Mendes Pinto.

Luís de Camões

1. Características gerais da literatura de viagens ultramarinas


O descobrimento de novos lugares faz que apareçam também novas
formas literárias. Nesta altura é traduzido para português o livro de Marco Pelo, o
que também influi no surgimento desta literatura de viagens ultramarinas, cujas
principais características são:
a) Podem ser:
 Cartas.
 Roteiros de viagens.
 Narrativa de viagens com descrição dos lugares visitados (flora, fauna,
cultura), elaborada em muitas ocasiões por jesuítas.
 Narrativa de naufrágios ou trágico-marítima (nesta altura as viagens por
mar eram muito precárias).
b) Descrevem o exotismo desses lugares.
c) Descrevem as vivências do autor na maioria dos casos.
d) Linguagem popular.
e) São referência para obras posteriores (As viagens de Gulliver).

2. Fernão Mendes Pinto


2.1. Vida
Tem uma vida muito complicada e cheia de peripécias. Viaja à Ásia, onde
é soldado, médico, vendido como escravo e mesmo missionário. É, ademais, dos
primeiros em desembarcar no Japão. Também será náufrago em numerosas ocasiões.
Existem também teorias que dizem que era judeu.

2.1. Obra: Peregrinação


Ele qualifica a sua obra como autobiográfica, mas os seus
contemporâneos não acreditaram nisso. Escreve-a em 1558, quando está de volta
para Lisboa, mas é publicada após a sua morte por petição dele, que lhe diz aos
filhos que a entreguem aos religiosos e são os Jesuítas quem permitem a sua
publicação. Ademais, seria traduzida para o castelhano.
A) Blocos:
 Feitos vividos pelo autor.
 Feitos testemunhados.
 Feitos sabidos, que alguém lhe contou.
B) Funções:
 Autobiográfica: dar a conhecer os seus trabalhos aos seus filhos (no primeiro
capítulo confunde-se o narrador com o autor da obra).
 Moral: encorajar os desesperados.
 Religiosa: ter quem dar graças a Deus.
C) Obra picaresca?: tem certos elementos do género da picaresca:
 Biografia do pícaro, anti-herói que se quer enriquecer, que tem de comer por
não ser comido.
 Crítica à Igreja.
 Filosofia da vida.
D) A sátira da conquista: não é nada épico, apresenta os portugueses como
piratas que vão roubar.

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10. A literatura de viagens. Fernão Mendes Pinto. Luís de Camões

E) A crítica religiosa: satirizam-se as conversões, o milagre da incorruptibilidade


de Francisco Javier.
F) Outros aspectos:
 Verosimilhança: conseguida com o uso e abuso do realismo.
 Exotismo, precursor do género exótico do século XVIII.
 Apresenta-se Oriente como algo misterioso, mitificado, utópico, mas não
afastado.
 Há acordo em que pertence ao género da literatura de viagens.

3. Luís de Camões. Poeta épico


3.1. Características gerais
As principais características da épica de Camões são:
1) Parte do desejo renascentista de retomar os géneros greco-latinos.
2) Acção:
 A história geral é a história de Portugal.
 A história concreta é a viagem de Vasco da Gama à Índia.
 A unidade de acção mantém-se com os elementos mitológicos, com a
rivalidade entre Vénus (protectora dos portugueses) e Baco (inimigo dos
lusos). Estes deuses têm paixões e sentimentos humanos.
3) Tempo:
 Alterações na ordem: há analepses (saltos no tempo para o passado) e
prolepses (saltos para o futuro).
4) Realismo.
5) Presença do maravilhoso e o sobrenatural.
6) Estilo elevado ao sublime.
7) Forma:
 Estâncias de oito versos que rimam em consonante (A-B-A-B-A-B-C-C).
 Versos decassílabos:
● Heróicos: acento na 6ª e na 10ª.
● Sáficos: acento na 4ª, 8ª e 10ª.

3.2. Ideário d’Os Lusíadas


Os Lusíadas conta a grande gesta da chegada dos portugueses à Índia. A
ideologia que se apresenta é:
a) A da nobreza guerreira e individualista comparada com os heróis da
Antiguidade.
b) Críticas sociais e políticas.
c) Vitória dos homens sobre os deuses (ideologia renascentista).
d) Exaltação do nacional.
e) Exaltação do amor sem barreiras.

3.3. Comentário extenso d’Os Lusíadas


A) Canto I:
1) Proposição (3 primeiras estâncias): canta as glórias da sua nação. Estilo
elevado e sublime.

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2) Invocação (estâncias 4 – 5): invoca a uma deidade para que lhe ajude a cantar
as glórias da pátria, são as Tágides, ninfas do Tejo.
3) Dedicatória (estâncias 6 – 18): inclina-se perante o rei Dom Sebastião (não se
diz o seu nome claramente, mas sabemos que é ele) tornando-o num mito que
chegará até Pessoa.
4) Narração (resto da obra): é o relato propriamente dito que começa in medias
res na estância 19, quando os portugueses já estão navegando. É importante o
episódio do consílio dos deuses (estâncias 20 – 41).
B) Canto II:
1) Estâncias 34 – 38: descrição erótica de Vénus. Há outras duas descrições
parecidas, a da Infanta Maria e a de Inês de Castro, nas que as mulheres lhe
pedem algo chorando ao seu pai.
2) Estância 73: influência de João de Barros.
3) Estância 109: Vasco da Gama conta-lhe a História de Portugal ao rei de
Melinde até o Canto V.
C) Canto III:
1) Estância 102: a Infanta Maria, casada com o rei de Castilha, pede-lhe ajuda
ao pai porque os mouros estão invadindo Castilha (retrato parecido ao de
Vénus).
2) Estância 118: retrato de Inês de Castro.

A razão que se dá para que Camões lhe dedique tanta atenção à descrição
destas mulheres a respeito de toda a História de Portugal é que, como poeta lírico,
estava interessado pelo amor, a beleza e o desconcerto do mundo.

4. Luís de Camões. Poeta lírico e dramaturgo


Como poeta lírico, Camões é autor de redondilhas (cantigas e trovas),
sonetos e canções (ver apontamentos do 2º quadrimestre).
Como dramaturgo é autor de:
a) Comédia de El-Rei Seleuco (1645)
b) Comédia dos Anfitriões (1587)
c) Comédia de Filodemo (1587)

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