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Mourad Hibraim Belaciano

BRIDGE OVER TROUBLED WATER


Simon & Garfunkel (1969)
NÃO SE PERCA NO CAMINHO
Por Anna Rita P. Pederneiras (sem correções)

Faz muitos anos nasci no Rio de Janeiro, duas falas balizaram meu caminho: a de minha mãe que me dizia “faça na
hora certa, senão fará em épocas erradas”; e a outra de minha fada madrinha que dizia que se fosse para ficar num lugar só,
teríamos raízes e não pés.

Lá fui eu pelo caminho, nasci numa família grande cheia de tios e primos, numa casa tradicional onde se almoçava
junto aos domingos e se passava as férias em Petrópolis, onde todos tinham casa. Estudei num colégio tradicional, semi- interna,
no meio do caminho freiras progressistas assumiram a direção e eu tive contato com as idéias que permeavam a JUQUE, acabei
na faculdade de Medicina, no Partidão e em sonhar de mudar o mundo. Fui noiva, casei com outro, descasei e fui viver com um
companheiro com quem começaram as andanças.
Fomos para o Nordeste mas espera ai, pulei o pedaço mais importante: os amigos perguntavam: “Anna você não quer
ter filhos?” e eu respondia segura: “Estão malucos, um filho não cabe no meu viver!” e não acreditava que coubesse. Mas
observadora vi a única irmã dos oito de minha mãe que ficara viúva e não tinha filhos, atormentando os sobrinhos com suas idéias
de educação, e criando atrito e se mudando da casa de cada irmão.

Também vi meu sobrinho e a mulher ( sou filha temporã meus irmãos tem 16 e 18 anos mais que eu ) perguntarem de
quem será isso ou aquilo que eu tinha. Comecei a pensar em ter um filho, e tinha mil idéias de como viveria esse filho, risos, numa
cestinha andando por onde eu fosse...Bem num dia de abril nasceu Matheus na rua da Estrela no Rio Comprido, Rio de Janeiro. E
,logo tudo mudou....
... primeiro descobri que eu estava vulnerável a esse ser, apaixonada e sem condições de controlar sua vida que seguiria seu
próprio caminho, depois a casa que eu mudava no carro, onde pretendia colocar o cestinho virou geladeira, maquina sofá e etc..
Berço armário e um belo cestinho que a fada madrinha fez para ele. Bem ele se colocou a caminho em grande estilo, com um
sorriso enorme eu é que fiquei deprimida mas um belo dia passou.

E a vida seguiu seu Curso, o tempo era difícil a Ditadura feroz. Pensávamos vamos nos mandar do país ou não,
muitas foram as noites de duvida e os amigos indo embora na calada da noite nos diziam partam! A gente relutava, acreditava que
devia ficar e não nos víamos indo embora com dois meninos ( adotáramos, um.)
Ai nos convidaram vir para Paraíba, A Universidade nova, regida por um homem aberto acolhia professores titulados
e capazes para formar seu quadro independe ou não de ter atestado do SNI e assim viemos nós. Aqui encontramos varias colônias
de oriundos dos estados e das organizações, riamos muito, estávamos numa forma de exílio, so que dentro de nosso país E, aqui
plantamos raízes tivemos mais dois filhos, um menininho Camilo de grandes olhos que andou muito doente mas sobreviveu as
UTIS da vida, e uma linda boneca loira, inteligente e alegre Valentina. Muitos anos após já separada tive uma produção
independente Clara de olhos pretos uma Kid Brabeira hoje com 17 anos que diz vai fazer medicina.
OS MENINOS
Meus meninos foram criados numa terra nova para seus pais mas é o chão onde fincaram suas raízes alguns moram
longe mas a referencia de vida é aqui. Daqui a cultura que carregam na alma. Cresceram na praia dos pescadores em meio a
covos, redes, jangadas participando de tudo, eram amigos dos filhos destes e com eles aprenderam as coisas do mar, se tinham,
bola e bicicleta os meninos da praia tinham o saber, nunca ninguém foi mais ou menos que o outro.
Hoje todos estão adultos raramente se vem mantemos a casa, meu ex marido e eu, nela estão uma parte de nossa
vida de gratas lembranças.: os meninos brincando de mancha, agarrados a corda do barco fazendo de conta que andam de esqui,
construindo covos para pegar as lagostas Matheus com um florescente negocio de laranjas e cocadas, nos comprávamos as
laranjas, Dalva nossa fiel escudeira que está em minha casa há 30 anos descascava Mathe vendia pros veranistas da praia
anterior, embolsava o conseguido e não havia jeito de me pagar as laranjas dizia que era o lucro dele , bem como as cocadas que
fazíamos. Limpavam o barco com os demais meninos do lugar e ganhavam peixes que quando eram bons e grandes lá se iam
ser vendidos na praia dos veranistas por mais que eu pedisse para deixar em casa e lá voltava ele com três reais e dizia mãe é
para ajudar em casa . Também fazíamos dindim por ai se chama sacolé que era para eles não beberem água da rua . Davamos
festas, as crinças da redondeza eram todas convidadas ,nunca vi tanta ordem como as festas daqui. Enfim foi um tempo muito bom
de muitas alegrias que os fizeram fortes.
Durante a semana iam a Escola Montessori, as aulas do conservatório de música. Mathe estudava piano, Camilo
Violino e Valentina flauta e balet. Gustavo era mais velho fazia um programa de biblioteca. Se via pouca TV e não se tinha micro
computador. Não se ia a Igreja, nem íamos mais a reuniões políticas. Tinham uma herança bem misturada: o pai judeu sefaradi,
nascido no Líbano veio para o Brasil com 15 anos a mãe mistura brasileira : português, indigina, italiana , sei lá mais o que.
Cresceram, veio o governo do Trancredo e la fomos nós para Brasília com as mudanças na saúde. Mais tarde em
Brasília nos separamos! voltei a UFPB mas depois de um ano fui para Santos-SP trabalhar com o David Capistrano, meu amigo
desde adolescência. De Santos voltei a PB e lá fui eu para Roraima, adorei Roraima, trabalhei de Diretora na Secretaria de Saúde
do Estado, frequentemente iamos a Venezuela um lindo país.Gran Sabana, Puerto de la Cruz, Isla Margueritha.
Em Roraima nas terras Macuxis nasceram dois dos meus netos: o Filho de Valentina com 6 meses de gestação e
700 gramas que esteve 102 dias na UTI e hoje tem 11 anos é alto forte saudável inteligente e bom.
Faz a 6 serie , toca piano aprovado que foi no conservatório Faz homepage e sabe como ninguém na família
trabalhar no computador, nem parece filho da minha Valentina que já fez, passou, cursou alguns periodos e largou seis faculdades
eu digo que ela é especializada em passar no vestibular. No primeiro estávamos em Sampa, adoro Sampa!
Ela teve o Pedro com 15 anos.Meu outro neto lá nascido é o Lucas, a mãe da Patagônia Argentina uma moça doce, que amo como
uma filha teve ele aos 17 anos, nessa época vivia com meu Mathe na Costa Rica onde estudavam e lá se foram de retorno qd
Lucas tinha uma semana de vida.
Meu Mathe também era novinho tinha 19 anos e faziam faculdade na Universidade Latina, e adoram a Costa Rica em
especial as praias do Pacifico onde surfavam, mas um belo dia Matheus aprontou e ela veio para minha casa no Brasil nessa
época eu morava em Sampa, ela foi para Pipa e depois minha Valentina deixou Sampa e veio para João Pessoa, foram morar as
duas e seus dois meninos.
Só que Mathe veio buscar seu filho e Ebi deixou, desde então o menino vive com ele e já tem 10 anos.Juntos eles
surfam, fazem jujitz trabalham e estudam. Atualmente ele está casado pela 3 vez com um amor de moça brasileira e vivem os três
em Nova York, onde ele é biólogo e personal trainer de uma academia em Manhatham onde moram, Lucas adora seu colégio no
green Village o dia todo está na 6 serie e lá vão ele e seu pai.Vou contar a história dele que me deu o mote para esse texto.
Deveria se chamar “Não perca seu filho no caminho”, acabou sendo não se perca no caminho.
Mathe um adolescente gostava de uma menina, mas ele veio passar as férias comigo e quando voltou para Brasília
seu melhor amigo disse que havia ficado com ela o tempo que ele estivera fora, foi a gota que rompeu o dique, ele já andava muito
pertubado, a mulher de seu pai o rejeitava, acabou colocando o para fora de casa , ele andava pela casa dos amigos , assim qd o
dique rompeu ele chorava pelas ruas e jogava pedras na menina e no amigo, ia para o Gilberto Salomão gritar desaforos aos dois
Um dia os amigos o recolheram e levaram para casa do pai. Que o recambiou para João Pessoa, por essa época fomos para
Santos Lá passamos um ano e ele e Cami foram para Brasília com o pai.
Voltei a JP e segui para Roraima ele foi comigo. Resolveu voltar para o Nordeste e foi para Pipa, uma praia linda, foi
quando comecei a andar atrás dele , já não morava com a gente , não me parecia bem, e eu ligava para a telefonista da cidade e
dizia: “meu filho anda por ai? é assim: meu número é esse, ligue a cobrar se algo lhe suceder!” No outro dia ligava novamente e
perguntava: “você o viu? passou por ai?” quando dava falava com ele: “Te amo! não suma”.E, assim conheci todos os postinhos
telefônicos das praias do Nordeste fiz especial amizade com Rita do Posto de Jericoacara,Ce.
Lá ele ficou mais tempo se apaixonou por uma italiana ( que Deus a proteja sempre em seu caminhar) quando ela foi
embora de Jeri ia para o chile e tinha 20 reais , fazia bonequinhas. Mathe quis ir junto, ela disse: “a gente só parte por motivação
própria, tenho 10 anos de estrada, nunca dei noticias, você tem família! mãe que liga todos os dias e não quero me sentir
responsável! vou como vim: só”. E, ele ficou chorando muito deprimido numa pedra, Rita me ligou: “venha a comunidade estou com
medo que ele se mate”.
A NOVA HISTÓRIA sendo escrita...
E os filhos deram FRUTOS...

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Liguei para o pai dele, chegar em Jeri naquela época era difícil, eu disse: a situação é essa, se você não for agora me
diga que vou de Roraima, o pai foi, ficou com ele uma semana, levou para Brasília mas ele não suportava uma cidade grande e
assim reabrimos nosso apartamento em João Pessoa a irmã de Dalva veio ficar com ele, mas logo ele se foi para Pipa e eu no
rastro...outra vez a caminho, mas ai ele conheceu a Ebi e a vida melhorou, apesar dos tropeços lá se foram eles para minha casa
em Roraima e dela a Costa Rica.Anos depois meu Cami foi morar com o irmão na Costa Rica,mas não deu certo Cami é a ordem,
Mathe era a desordem, acabaram brigando, alem disso Cami não vivia longe do pai é muito emotivo, mas teve que sair da casa do
pai e foi morar comigo em Roraima mas um dia segui viagem e fomos para Sampa,tem um lance engraçado,fui a Recife e dei um
pulo em João Pessoa, achei a cidade diferente ,mais produzida, bonita e na av. que chegava a praia um salão de caixas
eletrônicos, voltei para Roraima e no domingo necessitei de dinheiro, fui ao único caixa eletrônico que havia, acontece que só
funcionava no horário bancário de segunda a sexta.
Voltei ao carro bufando reclamando e minha filha as gargalhadas dizia :mãe do jeito que você anda vamos morar no
mato e nem banco tem por lá... Um mês depois estávamos morando em Sampa na Av. Paulista e rindo sem parar pelo meio da
rua, o povo devia pensar que a gente era maluca...E um pouco éramos. La Cami e Valentina terminaram o colegial Cami voltou
para Brasília foi morar com um amigo e animar festas, depois o pai comprou um pequeno apartamento pára ele que foi morar com
seu cachorro Pit Bull muito manso Kalango, que está dando a dinastia dos Kalangos em nossa família Foi ai que ele foi para Costa
Rica, estudar e voltou um ano depois. Havia vendido o apartamento foi para casa do pai, mas não deu certo. E, enquanto isso fiz
uma rápida passagem na Paraíba E., eis me de volta a Brasília, fui ser consultora no Ministério da Saúde e depois fui para o
Programa Família Saudável da Zerbine trabalhar na área de Recursos Humanos.
Morava numa casa acolhedora num condomínio perto da estrada de Unai. La vivemos felizes Cami foi morar comigo
no dia que me mudei, ri muito. Sem avisar chegou na F1000 do pai, de mala e cuia ah e o cachorro Kalango, mas casa de mãe é
isso mesmo, abrigo para todos os filhos.Valentina havia ficado com seu filho Pedro em João Pessoa.
Um dia fui convidada a assumir a Pós Graduação da Faculdade Ciências Médicas e Cá estou de volta a João Pessoa e nesse
quartel da vida acho que definitivamente. Mathe em NovaYork,
Camilo casado com uma menina doce e com uma filhinha de poucos meses em Brasília Gustavo de quem ainda não
falei em Brasília também , Valentina e Clara aqui em João Pessoa , Clara morando comigo e Valentina em sua casa,que o pai lhe
deu. Vamos lá ao Gustavo, ele era um menininho e andava com sua mãe quando ela teve um bebe que nasceu com problemas de
saúde e necessitou ficar internada, ela dizia que não podia ficar pois o menino estava só, la embaixo no hospital, eu era brava e
disse vai ficar senão o bebe morre. O hospital de Traumato Ortopedia não tinha berçário era na rua do Resende Rio de Janeiro e
eu cuidava da pediatria.Tinha acabado de fazer a Residência em Pediatria e tido Matheus.
Fui buscar o menino,assustado que articulava mal as palavras, com uma enfermeira D. Otavia que era doce,
maternal e com jeito impedia meus escessos, mas que no fundo ela achava bons.Demos banho nele e chamamos o barbeiro para
rapar os cabelos sujos, meu companheiro disse que eu tinha tomado uma atitude dos fascistas mas eu queria apenas deixá-lo
limpinho, compramos uma roupa simples e um tênis e disse a mãe pronto teu filho está arrumado e eu vou levá-lo quando a
menina tiver alta hospitalar eu devolvo.Ela disse está bem e lá fomos nós.
Minha baba morava conosco, minha mãe também , o companheiro o filho e dois cachorros.Todos ficaram receosos
menos eu, mas logo vi que tinha que providenciar a logopedia para lhe ensinar a falar , o esquema corporal etc. arranjei na UERJ e
Didila minha baba amada levava ele todos os dias a tarde ia a escolinha. E eu pernas para o trabalho, um dia cansei do não
resolvido, deixei o hospital e depois fui para Fio Cruz, fazer o curso de saúde pública que acabou virando paixão é nisso que
trabalho até hoje, saúde coletiva. Voltando ao Gustavo viemos para o Nordeste e ele junto, aqui cresceu, e fez parte da família.
Hoje está formado, trabalha na Secretaria de Saúde do Distrito Federal,e na Fio Cruz, tem uma boa casa que ele
mesmo comprou, casou , tem dois filhos de 15 e 12 anos educados e estudiosos, a vida corre... Tenho orgulho de ter partipado de
sua vida. Como dizia Saint Exupéry em seu livro Terra dos Homens , o que nos entristece as sopas populares não remedeiam é o
Mozart assassinado nos espíritos. Ele gosta de ler, da vida e do trabalho e, a Clara? Bem ela é uma menina muito mandona, mas
boa gente, de bem com a vida eu que me cuide agora virou minha mãe vive dando ordens que acho graça. Estuda, gosta de
política, e quer ser médica “Olha eu ai novamente.”Todos os dias vai para o Comite de um amigo candidato a vereador pelo PCDo
B, discute e está mudando, amadurecendo.
Assim são meus filhos, corre... que os netos estão crescendo e chegando, quero que Lucas venha para o Brasil antes
que aprenda que nossa capital é Buenos Aires e enquanto dá para perder o Sotaque que tem e acreditar que a vida em Nova York
é a melhor do mundo quando falo com ele venha viver um tempo por aqui responde eu “Adoro New York.”Enfim cada qual com seu
caminho...
A vida mudou eu palmilho o meu, o dos meus filhos é outro e o dos filhos diferente do deles também...
Que o caminho seja doce e que colham frutos é o que desejo.

Os amigos...

Tenho poucos amigos


NO FINAL TUDO DEVE TER VALIDO
A PENA! NINGUÉM PODE TIRAR DE
NÓS A NOSSA HISTÓRIA E AS
LEMBRANÇAS QUE FIZERAM DA
GENTE O QUE SOMOS HOJE!

Nunca esqueçam o que essa mulher


guerreira nos ensinou: A VIDA SÓ
VALE A PENA QUANDO SABEMOS
USUFRUIR CADA SEGUNDO DELA!!!

Para minha companheira de vida


Anna Rita Pederneiras, que me
mostrou que DEVEMOS QUEBRAR
BARREIRAS pois só encontraremos
a felicidade quando o muro for
derrubado!

Para meu amado pai, que pouco


conheço mas que, com seu silêncio
conseguimos entender que todo dia
ele se esforça para ‘perdoar’ os
defeitos dos outros.

Anna Valentina Pederneiras


Belaciano

When you're weary


Feeling small
When tears are in your eyes
I will dry them all

I'm on your side

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