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CÁLCULO VETORIAL
1 Cálculo Vetorial 2
1.1 Integrais de Linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Campos Conservativos e Integrais de Linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.3 Teorema de Green . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.4 Integrais de Superfı́cie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1.5 Divergente - Rotacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
1.6 Teoremas: Gauss - Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
1
Capı́tulo 1
Cálculo Vetorial
pp
p R
γ - 6
Aq f
q Pi−1 j
q Pi q
q
B
ppp q q q ppp -
Ω pp
p
a b
2
Definição 1. A integral curvilı́nea de f sobre γ de A até B é definida (e denotada)
por: Z X
f (x, y)ds = lim f (ui , vi )∆Si ;
γ k∆k→0
i
Obs: A integral anterior é também conhecida como integral de linha relativa ao com-
primento de arco.
Uma condição suficiente para garantir a existência da integral em questão é dada a seguir.
Z Z b p
f (x, y)ds = f (g(t), h(t)). [g 0 (t)]2 + [h0 (t)]2 dt
γ a
Observação 1: Se usarmos a notação vetorial para γ e colocarmos γ(t) = g(t)~i + h(t)~j , temos:
Z Z b
f (x, y)ds = f (γ(t)).kγ 0 (t)kdt .
γ a
Observação 2: O resultado do Teorema anterior pode ser esperado, uma vez que
X X
f (ui , vi )∆Si ' f (γ(t∗i )).kγ 0 (t∗i )k.∆i ,
i i
onde estamos usando que (ui , vi ) = γ(t∗i ) e que ∆Si ' kγ 0 (t∗i )k.∆i (espaço percorrido =
velocidade . tempo ), melhorando a aproximação quando k∆k → 0.
Z
Observação 3: Notemos que no caso particular de f (x, y) ≡ 1 temos que f (x, y)ds é o
γ
comprimento da curva γ .
Uma curva γ : [a, b] → R2 contı́nua é dita suave por partes se existe uma partição finita
de [a, b] emZ subintervalos tal que a restrição de γ a cada subintervalo seja suave. Neste caso,
definimos f (x, y)ds como soma das integrais das restrições.
γ
3
Interpretação Geométrica
6
z
z = f (x, y)
º
r r r
A Pi−1 r
¤º Pi r
¤ q
¼x (ui , vi ) B y
É
Z natural então:
f (x, y)ds = área da superfı́cie cilindrica de base AB com altura determinada pelo
γ
gráfico de f (uma espécie de cortina).
Interpretação Fı́sica:
Encarando a curva γ como um fio delgado e f (x, y) = densidade em (x, y), temos:
Assim, Z
M= f (x, y)ds .
γ
Exercı́cios resolvidos
Z
1. Calcular f (x, y)ds onde f (x, y) = x3 + y e γ(t) = (3t, t3 ), t ∈ [0, 1].
γ
4
Resolução:
Z Z 1 √ y6
f (x, y)ds = (27t3 + t3 ) · 9 + 9t4 dt =
γ 0
Z 1 √ 1 r
= 84t3 1 + t4 dt = ...
0 *
√ r -
= 14(2 2 − 1). 3 x
z
6
z = x2 + 2y 2
i x2 + y 2 = 1
2
µ
-
1 1 y
1
ªx
Resolução: Consideremos γ : [0, π2 ] → R2 definida por γ(t) = (cos t, sen t). Então a área
A da superfı́cie será dada por:
Z
A = f (x, y)ds =
γ
Z π/2 √
= (cos2 t + 2sen2 t) · cos2 t + sen2 t dt =
0
Z π/2 Z π/2
2 1 3π
= (1 + sen t)dt = 1 + (1 − cos 2t)dt = ... =
0 0 2 4
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
5
Analogamente, Z X
f (x, y)dy = lim f (ui , vi )∆yi
γ k∆k→0
i
Z Z b
f (x, y)dy = f (g(t), h(t))h0 (t)dt
γ a
Observação:
Tudo o que foi feito até aqui é generalizável de maneira análoga para três ou mais variáveis.
Exercı́cio proposto
Z Z
2
Calcular x y dx e x2 y dy quando:
γ γ
b) γ é a parábola y = x2 , 0 ≤ x ≤ 1 .
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
Intrepretação Fı́sica
6
Se F~ é constante e γ uma reta, temos que Trabalho = F~ q (vetordeslocamento) ,
onde q denota o produto escalar.
Se F~ não é constante ou γ não é uma reta, particionamos γ num número finito de
arcos.
Se k∆k é pequena, o trabalho realizado por F~ ao longo do arco Pi−1 Pi pode ser aproxi-
mado por
∆Wi = F~ (Pi−1 ) q (∆xi ~i + ∆yi ~j + ∆zi ~k) = f1 (Pi−1 )∆xi + f2 (Pi−1 )∆yi + f3 (Pi−1 )∆zi
q
A
q Pi−1
¢
¢
¢ Wq Pi
¢®
F~ (Pi−1 ) q
B
Z
W = f1 (x, y, z)dx + f2 (x, y, z)dy + f3 (x, y, z)dz
γ
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
A integral anterior pode ser expressa em forma vetorial. É o que faremos a seguir.
Sejam γ : [a, b] → Ω ⊂ R3 , γ(t) = (g(t), h(t), k(t)) [ ou na notação vetorial ~r(t) =
g(t)~i + h(t)~j + k(t)~k ] uma curva suave e F~ (x, y, z) = f1 (x, y, z)~i + f2 (x, y, z)~j + f3 (x, y, z)~k
um campo contı́nuo sobre Ω .
Então:
Z
f1 (x, y, z)dx + f2 (x, y, z)dy + f3 (x, y, z)dz =
γ
Z b
= [f1 (g(t), h(t), k(t)). g 0 (t) + f2 (g(t), h(t), k(t)). h0 (t) + f3 (g(t), h(t), k(t)). k 0 (t)]dt =
a
Z b Z
Notação
= F~ (γ(t)) q γ (t)dt
0
=== F~ q d~r , a qual será chamada de integral de linha do
a γ
campo F~ sobre γ .
7
BM
~r 0 (t)
B
q B
B γ(t)
BqP
z
6 ± PPP ~
qF (γ(t))
P PP
M
~r(t)
qA
¼ q
x y
Vejamos agora uma relação entre a integral de linha de um campo vetorial e a integral de linha com
relação ao comprimento de arco.
Denotemos por T~ (P ) o vetor unitário tangente a γ em P .
Z Z b Z b· 0
¸
γ (t)
F~ q d~r = F~ (γ(t)) q γ (t)dt =
0
F (γ(t)) q 0 (t)k
. kγ 0 (t)kdt =
γ a a kγ
Z b Z b Z
~ ~ Teorema 2 ~ ~ Notação
= 0
[F (γ(t)) q T (γ(t))] . kγ (t)kdt ==== F (γ(t)) q T (γ(t))ds === F~ q T~ ds
a a γ
P = γ(t)
¸
z
6 ~
j T (P )
~r(t) = γ(t)
¡
¡ q
¡
ª y
x
Resumindo:
Z Z b Z
W = F~ q d~r = F~ (γ(t)) q γ 0 (t)dt = F~ q T~ ds
γ a γ
Exercı́cios resolvidos
Z
1. Calcular F~ q d~r onde F~ (x, y) = x~i + y~j e γ(t) = (cos t, sen t), t ∈ [0, π].
γ
Resolução: Observe que deveremos ter a integral igual a zero, uma vez que o desloca-
mento se processa perpendicularmente ao campo.
8
6
y
K ¸
Y *
O -
B A x
De fato:
Z Z π Z π
F~ q d~r = (cos t ~i + sen t ~j) q (−sen t ~i + cos t ~j)dt = 0 dt = 0 .
γ 0 0
y
6
q q
@ @ ¡
¡
R@ ¡
@ µ
¡
@q¡ -
x
Resolução:
Z Z 1 Z 0 Z 1
W = ~
F d~r =
q F~ (γ(t)) q γ 0 (t)dt = F~ (γ(t)) q γ 0 (t)dt + F~ (γ(t)) q γ 0 (t)dt =
γ −1 −1 0
Z 0 Z 1 Z 0 Z 1
= (t, |t|) q (1, −1)dt + (t, |t|) q (1, 1)dt = 2t dt + 2t dt = −1 + 1 = 0
−1 0 −1 0
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
Z
Uma pergunta que se coloca aqui: A integral F~ q d~r depende da parametrização de γ ?
γ
Veremos a seguir que só depende do sentido de percurso.
Teorema 3. Sejam γ : [a, b] → R3 uma curva suave e h : [c, d] → [a, b] uma mudança de parâmetros
(isto é h0 > 0 ou h0 < 0). Seja ainda λ = γ ◦ h uma reparametrização de γ . Então:
Z Z
F~ q d~r = F~ q d~r , se h0 (τ ) > 0
γ λ
ou
Z Z
F~ q d~r = − F~ q d~r , se h0 (τ ) < 0
γ λ
9
Prova:
q
j-
λ=γ◦h γ z6
c τ d a 3 t b ¼ j
x y
h
Exercı́cios resolvidos
Z
1. Calcular F~ q d~r onde F~ (x, y) = (x2 y , x2 y) quando:
γ
(b) γ2 é a parábola y = x2 , 0 ≤ x ≤ 1.
Resolução:
10
y6 q(1,1)
¡
¡
¡
µγ1
¡
¡
¡
¡ -
x
Assim,
Z Z 1 Z 1
1
F~ q d~r = 3 3
(t , t ) q (1, 1)dt = 2t3 dt = ... =
γ1 0 0 2
y q(1,1)
6
µ γ2
-
x
Assim,
Z Z 1 Z 1
8
F~ q d~r = 4 4
(t , t ) q (1, 2t)dt = t4 + 2t5 dt = ... =
γ2 0 0 15
y6 q(1,1)
¡
¡
¡¡
ª
¡
¡γ 3
¡
¡
¡ -
x
Assim,
Z Z 1 Z 1
1
F~ q d~r = 3 3
((1 − t) , (1 − t) ) q (−1, −1)dt = −2(1 − t)3 dt = · · · = −
γ3 0 0 2
Observemos neste exercı́cio que podemos obter dois valores diferentes para a integral de linha
ao longo de duas curvas ligando (0, 0) a (1, 1).
11
6z z = x2
º
q
q
) qR z
(0,2,0)
x (1,1,0) y
Resolução:
Z
3. Calcule 2xdx + dy + dz, onde γ é a intersecção do cilindro y = x2 com o
γ
parabolóide z = 2 − x2 − y 2 , contida no octante x, y, z ≥ 0. O caminho é percorrido de
(1, 1, 0) a (0, 0, 2).
Resolução: Uma visualização da curva:
z
6
2
1y=x
(0, 0, 2) q
γ
¼ 6
z = 2−x2 −y 2
-
y
q
(1, 1, 0)
+x
Temos
Z Z 1
2xdx + dy + dz = [−2(1 − t) − 2(1 − t) + 2(1 − t) + 4(1 − t)3 ]dt =
γ 0
Z 1 ¯1
3 2 4 ¯
¯
= [2(t − 1) + 4(1 − t) ]dt = [(t − 1) − (1 − t) ] ¯ = 0
0 0
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
12
Exercı́cios propostos 1.1
Z
1. Calcular x2 y dx + xy 2 dy, onde γ é a curva indicada a seguir.
γ
y6
q (2, 1)
6
q - -
(2, 0) x
2. Considere o campo vetorial sobre R2 , definido por F~ (x, y) = −y~i + x~j. Encontre uma curva
Z
γ começando no ponto (1, 2) de comprimento 1 tal que F~ q d~r = 0.
γ
z
6
1 y
- R
z x2 + y 2 = 4, z = 0
q
x
j
z = xy
Z
4. Calcule F~ q d~r onde F~ (x, y) = (2x + y 3 )~i + 3xy 2~j e γ é a curva indicada na figura a seguir
γ
y
6
3
6
2
?
1
- -
1 5 x
2
13
Z
suave por partes tal que γ(a) = A e γ(b) = B. Então, ∇f q d~r = f (B) − f (A).
γ
Prova:
(i) Se γ é suave:
Z Z b
q
∇f ¦ d~r = ∇f (γ(t)) ¦ γ 0 (t)dt B
γ a
¸γ
Pela Regra da Cadeia
d ∂f 0 ∂f 0
f (γ(t)) = ∂x1 (γ(t)) . γ 1 (t) + ··· + ∂xn (γ(t)) . γ n (t)
dt
q
= ∇f (γ(t)) ¦ γ 0 (t). A
γ = γ1 ∪ · · · ∪ γm , onde γi é suave, i = 1, . . . , m Aq 1 qB
γ1 µ γ3
µ R γ2
Z m Z
X q q
∇f ¦ d~r = ∇f ¦ d~r A A2
γ
Á γi
i=1 Á Á Á
= f (A1 ) −f (A)+ f (A2 ) −f (A1 )+ · · · +f (B)−f (Am−1 )= f (B)−f (A).
14
Exercı́cios resolvidos
Z
1. Calcular x dx + y dy em cada um dos casos abaixo:
γ
Resolução:
Z Z
x dx + y dy = (x, y) · d~r. y
6 r(1, 1)
γ γ
1¡ 2 ¢
Seja f (x, y) = x + y2 . µ
2 6
Então ∇f (x, y) = (x, y). µ
r - -
Z Z x
Logo, x dx + y dy = ∇f · d~r.
γ γ
Resolução:
Z Z
y dx + x dy = (y, x) q d~r.
γ γ
Seja g(x, y) = xy. Então ∇g(x, y) = (y, x).
Logo,
Z
y dx + x dy = g(2, 3) − g(0, 1) = 6 .
γ
Observação: O teorema anterior afirma que, sob certas condições, a integral de linha independe
do caminho de integração, mas somente dos pontos extremos. Conforme já visto anteriormente,
nem todas as integrais de linha tem esta propriedade. Veremos uma recı́proca do Teorema anterior.
Definição 7. Ω ⊂ Rn é dito conexo se quaisquer dois pontos em Ω podem ser ligados por uma
curva suave por partes, inteiramente contida em Ω . Uma região é um conjunto aberto e conexo.
15
Exemplos:
Nos casos abaixo Ω1 é conexo e Ω2 não é conexo.
© ª
Ω1 = (x, y) ∈ R2 ; x > 1
© ª
Ω2 = (x, y) ∈ R2 ; |x| > 1
é de classe C 1 e satisfaz ∇f = F~ em Ω .
Prova:
Para simplificar a notação vamos fazer a prova para n = 2.
Inicialmente observemos que em virtude da independência de caminho a fórmula para f (x, y)
fornece uma função sem ambigüidade. µ ¶
∂f ∂f
Precisamos mostrar que ∇f (x, y) = F~ (x, y), ou seja (x, y) , (x, y) =
∂x ∂y
(F1 (x, y) , F2 (x, y)).
Escolhemos curva suave por partes ligando A a (x, y) contida em Ω (que existe pois Ω é conexo)
e a estendemos horizontalmente até o ponto (x + t , y), |t| < δ (isto é possı́vel pois Ω é aberto).
(x,r y) r
- (x + t, y)
r
A
Z (x+t , y) Z (x,y)
f (x + t , y) − f (x, y) = F~ q d~r − F~ q d~r =
A A
Z (x+t , y) Z t Z t
= F~ q d~r = F~ (x + τ , y) q (1, 0)dτ = F1 (x + τ , y)dτ
(x,y) 0 0
Assim:
Z t
∂f f (x + t , y) − f (x, y) 1
(x, y) = lim = lim · F1 (x + τ , y)dτ =
∂x t→0 t t→0 t 0
µZ t ¶Á
d
= F1 (x + τ , y)dτ = F1 (x, y)
dt 0 t=0
16
onde usamos nas igualdades anteriores a definição de derivada de função de uma variável e o Teorema
Fundamental do Cálculo.
∂f
Analogamente (x, y) = F2 (x, y).
∂y
Logo ∇f (x, y) = (F1 (x, y) , F2 (x, y)) = F~ (x, y).
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
Definição 9. Um campo vetorial F~ para o qual existe uma função real f tal que F~ = ∇f é chamado
um campo gradiente ou conservativo. A função −f é chamada o potencial de F~ .
A motivação para chamarmos um campo gradiente por conservativo será colocada a seguir.
17
Trabalho = W = variação da energia cinética.
ou seja,
K(b) − f (B) = K(a) − f (A) .
Exercı́cio
K
Encontrar o trabalho realizado pelo campo F~ (x, y, z) = (x~i + y~j + z~k) ao longo da
x2 + y2 + z2
curva γ : [0, 2π] → R3 , dada por γ(t) = (cos t , sen t , t)
Resolução:
Ky
fy (x, y, z) = (2)
x2 + y2 + z2 Y
Kz
fz (x, y, z) = (3)
x2 + y2 + z2 r :
6
ª j
x y
A = (1, 0, 0)
18
Integrando (1) em relação a x obtemos
Z
Kx K
f (x, y, z) = dx + φ(y, z) = ln(x2 + y 2 + z 2 ) + φ(y, z) (4)
x2 2
+y +z 2 2
Assim,
Ky
fy (x, y, z) = + φy (y, z) .
x2 + y2 + z2
Comparando com (2) temos φy (y, z) = 0 e assim φ = φ(z), isto é φ não depende de y .
Logo (4) pode ser escrita como
K
f (x, y, z) = ln(x2 + y 2 + z 2 ) + φ(z)
2
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
Teorema 10. Seja F~ (x, y) = A(x, y)~i + B(x, y)~j , onde A(x, y) e B(x, y) são de classe C 1 num
retângulo < = [a, b] × [c, d].
Prova:
(⇐)
∂f ∂f
Se ∇f = F~ então A = e B= . Logo
∂x ∂y
(⇒)
19
Seja f (x, y) definida em < por: < (x, y)
Z
γ2
6
f (x, y) = F~ · d~r , γ1
γ -
(x0 , y0 ) (x, y0 )
onde γ é a curva indicada na figura ao lado.
Consideremos as parametrizações γ1 : [x0 , x] → < dada por γ1 (t) = (t, y0 ) e γ2 : [y0 , y] → <
dada por γ2 (t) = (x, t).
Z x Z y
Assim f (x, y) = A(t, y0 )dt + B(x, t)dt.
x0 y0
∂f (∗)
Então: (x, y) == B(x, y).
∂y
Z y
∂f (∗)+(∗∗) ∂B hip.
(x, y) === A(x, y0 ) + (x, t)dt === A(x, y0 ) +
∂x Z y y0 ∂x
∂A (∗)
+ (x, t)dt == A(x, y0 ) + A(x, y) − A(x, y0 ) =
y0 ∂y
= A(x, y).
Observação:
O teorema anterior continua válido se ao invés do retângulo < considerarmos uma região Ω
simplesmente conexa, isto é, Ω não apresenta “buracos”. [Mais precisamente, uma região Ω ⊂ Rn
é dita simplesmente conexa se toda curva fechada contida em Ω puder ser deformada continuamente
dentro de Ω até reduzir-se a um ponto.] No entanto, o teorema não é válido para regiões quaisquer,
conforme mostra o exemplo a seguir.
não
simplesmente simplesmente
conexa conexa
Exemplo:
20
y
Seja γ(t) = (cos t , sen t) , t ∈ [0, 2π]. 6
γ
}
−y ~ x ~
F~ (x, y) = i+ 2 j ; (x, y) ∈ D = R2 − {0} a -
x2+y 2 x + y2 x
−y y 2 − x2
A(x, y) = ⇒ Ay (x, y) =
x2 + y 2 (x2 + y 2 )2
x y 2 − x2
B(x, y) = ⇒ Bx (x, y) =
x2 + y 2 (x2 + y 2 )2
Z Z
Se existir f tal que ∇f = F~ em D , então F~ q d~r = ∇f q d~r = 0.
γ γ
Mas, calculando pela definição,
Z Z 2π
F~ q d~r = 1dt = 2π 6= 0 .
γ 0
Teorema 11. Seja F~ (x, y, z) = A(x, y, z)~i + B(x, y, z)~j + C(x, y, z)~k onde A , B e C são de classe
C 1 no paralelepı́pedo < = [a, b] × [c, d] × [e, f ].
Ay = Bx , Az = Cx e Bz = Cy em <
Observação: A prova é semelhante à do teorema anterior, sendo que a função potencial do campo
pode ser obtida integrando F~ sobre uma poligonal contida em < como abaixo:
z
6
r
¡
r¡
¡
ª
¡ 6 z
q y
¡
¡
ª
x
21
Observação: O teorema anterior continua válido se ao invés do paralelepı́pedo < considerarmos
uma região Ω simplesmente conexa como na Observação depois do Teorema 10. Note que no R3
uma região simplesmente conexa pode apresentar “buracos”como entendidos na linguagem comum.
Tal é o caso de uma bola da qual foi retirada o centro. Já uma bola da qual foi retirado um diâmetro
não é uma região simplesmente conexa.
Exercı́cios resolvidos
1. Seja ~r(t) = cos t ~i + sen t ~j , t ∈ [0, π/2]
(0, 1)
1o
¯ Método: I
Pela definição: -
Z Z π/2 ¡ (1, 0) x
¢
F~ · d~r = 2
sen t , 2 cos t sen t − e sen t
· (−sen t , cos t)dt = . . .
γ 0
2o¯ Método:
F~ é do tipo gradiente ?
Ay = 2y = Bx em qualquer retângulo.
Portanto é gradiente.
fx (x, y) = y 2 (1)
fy (x, y) = 2xy − ey (2)
Logo f (x, y) = xy 2 + φ(y)
22
(2)
fy (x, y) = 2xy + φ 0 (y) === 2xy − ey
∴ φ 0 (y) = −ey ⇒ φ(y) = −ey
∴ f (x, y) = xy 2 − ey
Logo,
Z
F~ q d~r = f (0, 1) − f (1, 0) = 1 − e
γ
3o
¯ Método:
Sabemos que F~ é do tipo gradiente em R2 . Logo, a integral não depende da curva. Vamos
calcular sobre o segmento de (1,0) até (0,1).
Assim:
Z Z Z 1 Z 1£ ¤
F~ q d~r = F~ q d~r = (t2 , 2t(1 − t) − et ) q (−1, 1)dt = −t2 +2t(1−t)−et dt = 1 − e
γ Γ 0 0
Z
2. Calcular (y + sen x)dx + (x + ey )dy onde γ é uma curva suave por partes, de (0, 1) a
γ
(π, 0).
Resolução:
y
∂A ∂B 6
= em R2
∂y ∂x
1
-
Portanto vale a condição do Teorema 10
Aqui, para encontrarmos a função potencial −f vamos utilizar um método alternativo, base-
ado no raciocı́nio desenvolvido na demonstração do Teorema 10.
Z
Seja f (x, y) definida em R2 por f (x, y) = F~ q d~r, 6y
Γ (x,q y)
Γ2
6
onde Γ é a curva indicada ao lado Γ1
- -
(0, 0) (x, 0) x
Assim:
Z x Z y
f (x, y) = sen t dt + (x + et )dt = xy + ey − cos x
0 0
23
Logo, ∇f (x, y) = F~ (x, y) = (y + senx, x + ey ) e portanto
Z Z
y
(y + sen x)dx + (x + e )dy = ∇f q d~r = f (π, 0) − f (0, 1) = 3 − e
γ γ
3. Considere F~ (x, y, z) = y 2~i + (2xy + e3z )~j + 3y e3z ~k. Encontre uma função f tal que ∇f = F~ .
Resolução:
fx (x, y, z) = y 2 (1)
fy (x, y, z) = 2xy + e3z (2)
fz (x, y, z) = 3y e3z (3)
Reescrevendo (4):
f (x, y, z) = xy 2 + y e3z + h(z).
c
F~ (x, y, z) = ~r , onde
k~rk3
~r = x~i + y~j + z~k e c é uma constante. Sejam P1 e P2 pontos cujas distâncias à origem são
d1 e d2 , respectivamente.
24
Expresse em termos de d1 e d2 o trabalho realizado por F~ ao longo de uma curva suave por
partes unindo P1 a P2 .
Resolução:
c
F~ (x, y, z) = (x, y, z)
(x2 + y 2 + z 2 )3/2
z6 P1
r
:
d1
r
P2
d2
z
y
¼
x
Notemos que
|c|
kF (x, y, z)k = , ou seja, F~ é do tipo quadrado inverso.
x2 + y 2 + z 2
−c
Observemos então que F~ (x, y, z) = ∇f (x, y, z) onde f (x, y, z) = .
[x2 + y 2 + z 2 ]1/2
Assim:
−c c c(d2 − d1 )
W = f (P2 ) − f (P1 ) = + = .
d2 d1 d1 d2
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
4. Prove: Se F~ é um campo vetorial contı́nuo definido numa região Ω ⊂ Rn , então são equiva-
lentes:
Z
(a) F~ q d~r = 0 para qualquer curva fechada γ ⊂ Ω .
γ
25
Z
(b) F~ q d~r é independente do caminho suave por partes, γ , ligando dois pontos
γ
em Ω .
5. Calcular o trabalho realizado pelo campo F~ (x, y) = (2 − 5x + y)~i + x~j ao deslocarmos uma
partı́cula de massa unitária ao longo do triângulo de vértices (2,2), (3,1) e (3,2), no sentido
anti-horário.
6 6 6
- - -
Teorema 13 (de Green). Seja D região plana limitada, que é reunião finita de regiões simples,
cada uma com fronteira constituı́da de uma curva suave por partes. Se A(x, y) e B(x, y) são de
classe C 1 num aberto contendo D e a sua fronteira γ , então:
Z ZZ · ¸
∂B ∂A
A(x, y)dx + B(x, y)dy = (x, y) − (x, y) dx dy
γ D ∂x ∂y
De maneira abreviada:
Z ZZ µ ¶
∂B ∂A
A dx + B dy = − dx dy
γ D ∂x ∂y
26
° *γ
D
*γ * γ
Prova:
1o
¯ Caso:
Suponhamos D-região simples (com o aspecto abaixo, por exemplo)
6y
x = h1 (y)
b µ
® x = h2 (y)
O
D 6
a -
-
x
ZZ Z b Z h2 (y)
∂B ∂B
(x, y)dx dy = dy (x, y)dx =
D ∂x a h1 (y) ∂x
Z b
= [B(h2 (y), y) − B(h1 (y), y)] dy =
a
Z b Z a Z
= B(h2 (y), y)dy + B(h1 (y), y)dy = B(x, y)dy
a b γ
A última igualdade ocorre, uma vez que a parte paralela ao eixo x em nada contribui com a
integral.
Analogamente,
Z ZZ
∂A
A(x, y)dx = − (x, y)dx dy
γ D ∂y
A soma destas igualdades fornece a prova deste primeiro caso.
2o
¯ Caso:
Suponhamos D = D1 ∪ · · · ∪ Dn reunião finita de regiões simples, cada uma com uma fronteira
constituı́da de uma curva suave por partes γi , i = 1, . . . , n .
27
Temos já provado: µ ¶
Z ZZ
∂B ∂A
Adx + Bdy = − dx dy
γi Di ∂x ∂y
A soma das integrais sobre Di é uma integral sobre D . Logo,
ZZ µ ¶ Xn Z
∂B ∂A
− dx dy = Adx + Bdy (*)
D ∂x ∂y γi i=1
y
6
ª 6
? @ D
¶³
- @
@
R
¾ @
I
µ´
Y Yj @
@
6? :
-
x
Estas partes serão percorridas duas vezes, uma em cada sentido, em nada contribuindo com o
membro direito de (∗).
Logo,
ZZ µ ¶ Z
∂B ∂A
− dx dy = Adx + Bdy
D ∂x ∂y γ
Exercı́cios resolvidos
I
1. Use o Teorema de Green para calcular (1 + 10xy + y 2 )dx + (6xy + 5x2 )dy, onde γ é o
γ
quadrado de vértices (0, 0), (a, 0), (0, a) e (a, a).
28
Resolução:
I ZZ
(1 + 10xy + y 2 )dx + (6xy + 5x2 )dy = [(6y + 10x) − (10x + 2y)] dx dy =
γ R
ZZ
= 4y dx dy =
R
Z a Z a
= dy 4y dx = · · · = 2a3 .
0 0
y
6
? R 6
- -
x
Z
2. Calcular x2 y dx + y 3 dy, onde γ é a curva indicada na figura.
γ
y6
y=x
1 y 3 = x2
ª
µ
γ
-
1 x
Resolução:
Z ZZ Z 1 Z x2/3
2 3 2
x y dx + y dy = −x dx dy = − dx x2 dy =
γ D 0 x
Z 1
1
= − (x8/3 − x3 )dx = · · · = − .
0 44
x2 y 2
3. Calcular a área limitada pela elı́pse + 2 = 1.
a2 b
29
6y
rb
ra -
x
1
γ
Resolução:
4. D = {(x, y) ∈ R2 / x2 + y 2 ≤ 1}
A(x, y) = A(r), B(x, y) = B(r) ; funções de classe C 1 que dependem somente da distância
r à origem.
Prove que
ZZ µ ¶
∂B ∂A
− dx dy = 0 .
D ∂x ∂y
Resolução:
y
6
Seja γ(t) = (cos t , sen t), t ∈ [0, 2π]
D
Pelo Teorema de Green, -
x
ZZ µ ¶ Z 7γ
∂B ∂A
− dx dy = A(1)dx + B(1)dy
D ∂x ∂y γ
Considerando agora A(x, y) = A(1) e B(x, y) = B(1), (x, y) ∈ D (isto é, estendemos A e B
como constantes em D ) e aplicando novamente o Teorema de Green obtemos
Z ZZ µ ¶ ZZ
∂B ∂A
A(1)dx + B(1)dy = − dx dy = 0 dx dy = 0
γ D ∂x ∂y D
Assim:
ZZ µ ¶
∂B ∂A
− dx dy = 0
D ∂x ∂y
30
5. Considere F~ (x, y) = A(x, y)~i + B(x, y)~j
∂B ∂A
A, B ∈ C 1 com = na região S hachurada abaixo.
∂x ∂y
ª
γ2 ¿
γ1 S
6
ÁÀ
Prove que:
Z Z
F~ q d~r = F~ q d~r
γ1 γ2
Resolução:
−y x
6. Considere F~ (x, y) = · ~i + 2 · ~j , (x, y) 6= (0, 0) e Γ(t) = (2 cos t , 3 sen t),
x2 + y 2 x + y2
t ∈ [0, 2π].
Z
Calcular F~ q d~r .
Γ
y
6
3
2 -
x
ºΓ
Resolução:
31
y
6
3
º·
I1 2 -
Γ1
¹¸ x
ºΓ
y
6
1 ¾
?
6
R 6
−1 1 1 -
2 x
?
-
−1
Z
2. Use o Teorema de Green para calcular a integral F~ q d~r , onde:
γ
32
* S
z 6
z
¼
y
x
z Ω
x y
y + ∆y
x + ∆x z
¼ y
x R
¯ ¯
¯ ~i ~j ¯ ~k
¯ ¯
¯ ¯
¯ ¯
~a × ~b = ¯ ∆x 0 A∆x ¯ = −A ∆x ∆y~i − B ∆x ∆y~j + ∆x ∆y~k .
¯ ¯
¯ ¯
¯ 0 ∆y B∆y ¯
√
Logo, área de S = A2 + B 2 + 1 ∆x ∆y .
33
Uma superfı́cie S será dita suave se o seu vetor normal unitário ~η variar continuamente através
de S .
Se S : z = f (x, y), (x, y) ∈ Ω , então S é suave se e somente se f é de classe C 1 sobre Ω (isto
é, fx e fy são contı́nuas sobre um aberto contendo Ω ).
Ainda, se S : z = f (x, y), (x, y) ∈ Ω onde Ω é do tipo considerado para integrais duplas
(fronteira contida em um número finito de conjuntos suaves) diremos que S tem projeção regular
no plano xy .
Consideremos então S : z = f (x, y), suave, com projeção regular Ω no plano xy .
Seja G uma rede cobrindo a região Ω .
Seja (xi , yj ) o centro de cada retângulo coordenado Rij determinado por G .
z
6
z
y
¼ Rij
x
Aproximamos a área de S sobre o retângulo Rij pela área do plano tangente a S pelo ponto
(xi , yj , f (xi , yj )).
A equação do plano tangente é:
∂f ∂f
(x − xi ) (xi , yj ) + (y − yj ) (xi , yj ) − (z − f (xi , yj )) = 0
∂x ∂y
ou
∂f ∂f
z= (xi , yj )x + (xi , yj )y + Cij
∂x ∂y
34
r
r
Rij
z
(xi , yj , 0)
Esta expressão dá uma estimativa para a área da superfı́cie sobre Rij .
Somando, teremos uma estimativa para a área de S .
Fazendo m(G) → 0, temos:
sµ ¶2 µ ¶2
ZZ
∂f ∂f def.
+ + 1 dx dy == Área de S
Ω ∂x ∂y
Exemplos:
-
y
= ²
x Ω
35
Seja z = f (x, y) = −y + 1
Ω = {(x, y) ∈ R2 / x2 + y 2 ≤ 1}
fx (x, y) = 0
fy (x, y) = −1
Z √ Z √ Z
√
A(S) = 1 + 1 dA = 2 dA = 2 π , onde usamos o fato que dA é a área do cı́rculo
Ω Ω Ω
de raio 1.
ZZ p
Área = y 2 + x2 + 1 dx dy
Ω
Integrando em coordenadas polares:
Z 2π Z 1 p
2 h √ i
Área = dθ r2 + 1 r dr = · · · = π 2 2 − 1
0 0 3
3. Dar a área da parte do cilindro z = y 2 que fica sobre o triângulo de vértices (0, 0), (0, 1) e
(1, 1).
z
6
S
1y
q
x
36
ZZ p Z 1 Z y p
A(S) = 2
4y + 1 dx dy = dy 4y 2 + 1 dx =
Ω 0 0
Z 1p
1 √
= 4y 2 + 1 y dy = · · · = (5 5 − 1)
0 12
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
γ ¸ η
z
6
~a = q ~b
z
¼ y
∆x q
x
∆y
Ω
?
(x0 , y0 )
Seja o retângulo ilustrado e a sua correspondente imagem no plano tangente a S por (x0 , y0 , f (x0 , y0 )).
A equação deste plano pode ser escrita como:
∂f ∂f
z= (x0 , y0 )x + (x0 , y0 )y + C
∂x ∂y
Pelo visto anteriormente,
h i
~a × ~b = −fx (x0 , y0 )~i − fy (x0 , y0 )~j + ~k ∆x ∆y
37
~a × ~b −fx (x0 , y0 )~i − fy (x0 , y0 )~j + ~k
~η = =q
k~a × ~bk [fx (x0 , y0 )]2 + [fy (x0 , y0 )]2 + 1
Comparando com (∗),
1
cos γ = q
[fx (x0 , y0 )]2 + [fy (x0 , y0 )]2 + 1
q
Assim [fx (x0 , y0 )]2 + [fy (x0 , y0 )]2 + 1 = sec γ .
ZZ
∴ Área de S = sec γ(x, y)dx dy
Ω
De modo análogo:
Se S : x = g(y, z) com hipóteses semelhantes às anteriores, teremos:
ZZ
Área de S = sec α(y, z)dy dz
Ω
z6
qΩ
S q
) y
x
α z
®~
η
38
z
6
- S
ij
j
ª y
x Ω
?
Rij
Exercı́cio resolvido
1. Calcular a massa de uma lâmina que tem a forma do cone z 2 = x2 + y 2 entre os planos z = 1
e z = 4, se a densidade é proporcional à distância ao eixo 0z .
39
Resolução:
p
ρ(x, y, z) = k x2 + y 2
z
6
p
f (x, y) = x2 + y 2
x
fx (x, y) = p
x2 + y 2
y
fy (x, y) = p
x2 + y2
y
fx2 + fy2 +1=2 z 2 z
j x + y 2 = 16
√
+ x2 + y 2 = 1
∴ sec γ(x, y) = 2 x
ZZ p Z Z µ ¶
√ √ 2π 4 √ 43 − 1
massa = k x2 + y2 · 2 dx dy = 2 k dθ r · r dr = · · · = 2 2 kπ .
Ω 0 1 3
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
Casos Especiais:
ZZ
(i) H(x, y, z) ≡ 1 ⇒ dS = Área de S .
S
(ii) H(x, y, z) = densidade no ponto (x, y, z) de uma lâmina S .
ZZ
H(x, y, z)dS = massa da lâmina.
S
40
Aplicação: Fluxo de um Fluı́do através de S
~ (variando de ponto a ponto mas
Suponhamos S imersa num fluı́do que escoa com velocidade V
não com o tempo).
Casos Particulares:
(i) S - plana
~ - constante
V 6
6
6
~ ⊥S
V 6
6 ~
V
Fluxo por S = volume do cilindro =
S
~ k p (área de S).
= kV
(ii) S - plana
¢¢̧ ¢¢̧
~ - constante
V ¢ ¢¢̧
¢ ¢
(A) ¢
¢ ¢
~ - não perpendicular a S
V ¢ ¢
¢ ¢
¢S ¢
¢ ¢
¢
Caso Geral:
S : z = f (x, y) suave, com projeção regular Ω no plano xy .
~ =V
V ~ (x, y, z) - contı́nuo.
Problema:
41
Definir fluxo através de S .
Seja G uma rede cobrindo Ω , com retângulos Rij dividindo S em pedaços Sij .
(xi , yj ) - centro de Rij .
z
6
S
º
~η
¡
µ
¡ - Sij
¡
q¡ »»
:
»» ~
q»»» V
q
Ω j
ª
x y
R
Rij
~ = constante = V
Se Sij é pequeno, supomos que V ~ (xi , yj , f (xi , yj )) em todo Sij .
Tomamos o plano tangente a S por (xi , yj , f (xi , yj )) e substituı́mos Sij pela imagem de Rij no
plano tangente, denotando por S∗ij .
Fluxo por ~ (xi , yj , f (xi , yj )) q ~η (xi , yj , f (xi , yj )) · (área deS∗ij )
Sij ' V =
~ (xi , yj , f (xi , yj )) q ~η (xi , yj , f (xi , yj )) · sec γ(xi , yj )∆xi ∆yj
= V
Somando e fazendo m(G) → 0, temos:
ZZ
def.
Fluxo por S === ~ (x, y, f (x, y)) q ~η (x, y, f (x, y)) · sec γ(x, y)dx dy =
V
Ω
ZZ ZZ
def. abrev.
=== ~ (x, y, z) q ~η (x, y, z) dS ====
V ~ q ~η dS
V
S S
Teorema 15.
S : z = f (x, y), onde f ∈ C 1 em
Ω = projeção regular de S no plano xy .
~η - normal superior (unitário)
~ - campo vetorial contı́nuo
V
42
Então:
ZZ ZZ
~ q ~η dS =
V (−v1 fx − v2 fy + v3 )dx dy
S Ω
Prova:
Estamos supondo V~ (x, y, z) = v1 (x, y, z)~i + v2 (x, y, z)~j + v3 (x, y, z)~k.
−fx~i − fy~j + ~k
Lembremos que ~η = .
sec γ(x, y)
Logo,
ZZ ZZ h i
~ q
V ~η dS = V~ (x, y, f (x, y)) q −fx (x, y)~i − fy (x, y)~j + ~k dx dy =
S Ω
ZZ
= (−v1 fx − v2 fy + v3 )dx dy.
Ω
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
Exercı́cios resolvidos
ZZ p
1 2
1. Calcule a integral 1 + y 2 dS , onde S : z = y , 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1.
S 2
S
µ
6z
* y
q Ω
1
j
x
Resolução:
1
Temos f (x, y) = y2.
2
q p
Assim: sec γ(x, y) = fx2 + fy2 + 1 = 1 + y 2
ZZ p ZZ p p Z 1 Z 1
4
1 + y 2 dS = 1 + y2 · 1 + y 2 dx dy = dy (1 + y 2 )dx = · · · =
S Ω 0 0 3
2. Ache a massa de uma lâmina triangular com vértices (1, 0, 0), (0, 1, 0) e (0, 0, 1), cuja densidade
é proporcional ao quadrado da distância ao plano yz .
43
z
6
1
1 S
q
q Ω y
1
ª
x
Resolução:
*
6z y
~η
I 1 ~
µV
1 q
x
Resolução:
ZZ ZZ
T eo.15
~ q ~η dS ====
Fluxo = V (−v1 fx − v2 fy + v3 )dx dy =
S Ω
Z 1 Z 1
= dx (−x2 y 2 − 0.x + x2 y 2 )dy = 0
0 0
Observação: notemos que neste exercı́cio V é tangente a S, e assim o fluxo seria 0.
44
ZZ
Calcular ~ q ~η dS
V
S
Resolução:
6z
-
y
M
x2 + y 2 = 9
ª
x
Consideremos Ω : x2 + y 2 ≤ 9 e f (x, y) = 9 − x2 − y 2
ZZ ZZ
£ ¤
~
V q ~η dS = −(3x) · (−2x) − (3y) · (−2y) + (9 − x2 − y 2 ) dx dy =
S Ω
ZZ Z 2π Z 3
£ 2 2
¤ 567
= 5(x + y ) + 9 dx dy = dθ (5r2 + 9)r dr = · · · = π
Ω 0 0 2
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
y
*
6z
β
ª-
~η
r 1 S
Ω
R
x
45
z6
Ω
q
S
) q
x q y
αj
À~
η
ZZ
Com estas considerações, podemos definir quando S é uma superfı́cie “fechada”.
S ZZ
Nesse caso, convencionamos tomar ~η como a normal externa a S . A integral ~v q ~η dS
S
mede o fluxo que escoa para fora de S . Se for positiva, o fluxo para fora excede o fluxo para
dentro (dizemos que dentro de S temos uma fonte).Caso contrário, dizemos que dentro de S temos
um sumidouro ou poço.
Exercı́cio resolvido
~ (x, y, z) = xy~i + 4yz 2~j − yz~k para fora do cubo 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1,
Calcule o fluxo total de V
0 ≤ z ≤ 1.
Resolução:
Face η
~ ~ ·η
V ~ Fluxo ~η
6
z
6
RR
z=1 ~k −yz = − 21
R −y dx dy
RR q
z=0 −~k yz R 0 dx dy = 0
RR q ~η
z
x=1 ~i xy 1
R y dy dz = 2 q
RR ~η¼ z
x=0 −~i −xy R 0 dy dz =0 q y
RR
y=1 ~j 4yz 2 2 dx dz 4
R 4z = 3 ¼
RR x
y=0 −~j −4yz 2 R 0 dx dz = 0 ~η
?
ZZ
∴ ~ q ~η dS = 4 . Assim, temos uma fonte no interior do cubo.
V
S 3
46
Exercı́cios propostos 1.4
1. Seja S : z = f (x, y) suave, com projeção regular Ω no plano xy . Interprete geometricamente
ZZ
H(x, y, z) dS, onde H(x, y, z) ≡ C > 0.
S
ZZ
2. Mostre que uma integral dupla g(x, y)dx dy do tipo considerado no Capı́tulo anterior é
Ω
um caso particular de integral de superfı́cie.
div F~ (x, y, z) = x + xy
³q
³³
³
)
³³PPP ³³1
³
³ qP³
³ Pq³
P
)³
³ PP PP
PP
q PP
q
x
y
div F~ (x, y, z) = 3
47
z
6
¸
I q
q
3
q
q -
³³PPP
³³q PP
³³ q PP
³³ q PP
³³
) ª P
q
x ² y
^
−→
Definição 17. Seja F~ = A1~i + A2~j + A3~k , com derivadas parciais. O rotacional de F~ , rot F~ , é
definido por:
µ ¶ µ ¶ µ ¶
−→ ∂A3 ∂A2 ∂A1 ∂A3 ∂A2 ∂A1
rot F~P = (P ) − (P ) ~i + (P ) − (P ) ~j + (P ) − (P ) ~k
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
Pode ser calculado através do determinante simbólico:
¯ ¯
¯ ~ ~j ~k ¯
¯ i ¯
−→ ¯ ¯
¯ ∂ ¯
rot F~ = ¯ ∂x ∂ ∂ ¯
¯ ∂y ∂z ¯
¯ ¯
¯ A1 A2 A3 ¯
· ¸
−→ ∂A2 ∂A1
~
rot F (x, y) = (x, y) − (x, y) ~k
∂x ∂y
Exercı́cios resolvidos
1. F~ (x, y, z) = −y~i + x~j
¯ ¯
¯ ~ ~j ~k ¯¯
¯ i
−→ ¯ ¯
¯ ∂ ∂ ¯¯ = 2~
rot F~ = ¯ ∂x ∂ k (rotação pura)
¯ ∂y ∂z ¯
¯ ¯
¯ −y x 0 ¯
Exercı́cios propostos
1. Sejam φ(x, y, z) = x2 yz 3 e F~ (x, y, z) = xz~i − y 2~j + 2x2 y~k
Calcular:
−→ −→
~ φ
a) grad b) div F~ c) rot F~ d) div (φ F~ ) e) rot (φ F~ )
48
−→
2. Prove que div(rot F~ ) = 0 , onde F~ = A1~i + A2~j + A3~k , com derivadas parciais segundas
contı́nuas.
−→
~ f ) = 0, onde f ∈ C 2 .
3. Prove que rot (grad
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
Observação:
Consideremos o operador ∇ (nabla) definido por:
∂ ∂ ∂
∇ = ~i + ~j + ~k .
∂x ∂y ∂z
Então: µ ¶
~ f = ~i ∂f + j ∂f + k ∂f = ~i ∂ + ~j ∂ + ~k ∂ f = ∇f ,
grad
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
notação que já vı́nhamos usando para o gradiente.
As notações abaixo, encontradas em muitos textos, são sugestivas:
div F~ = ∇ q F~
−→
rot F~ = ∇ × F~ .
Com a introdução do rotacional, podemos resumir alguns resultados já alcançados (Teoremas
4, 8 e 11) do seguinte modo:
Seja F~ um campo vetorial de classe C 1 num paralelepı́pedo < = [a, b]×[c, d]×[e, f ]. As seguintes
afirmações são equivalentes:
1. F~ é conservativo em <.
2. rot F~ = ~0 em <.
Z
3. F~ q d~r = 0 para qualquer curva fechada γ ⊂ <, suave por partes.
γ
Z
4. F~ q d~r é independente da curva suave por partes γ ⊂ < , ligando dois pontos em < .
γ
De fato:
(1) ⇐⇒ (2) - (Teorema 11)
(1)⇐⇒ (4) - (=⇒ Teorema 4); (⇐= Teorema 8)
(3) ⇐⇒ (4) - ( Exerı́cio 4, pg. 26)
49
1.6 Teoremas: Gauss - Stokes
Suponhamos A, B, Γ, D nas condições do teorema de Green (Teo. 13). Então:
Z ZZ µ ¶
∂A ∂B
−B dx + A dy = + dx dy
γ D ∂x ∂y
γ?
T~
Á
D p
s
~η
Colocando
F~ (x, y) = −B(x, y)~i + A(x, y)~j
~ (x, y) = A(x, y)~i + B(x, y)~j
V
a equação acima fica:
I ZZ
F~ q d~r = ~ dx dy .
div V
γ D
Lembrando que
I I
F~ q d~r = F~ q T~ ds
γ γ
obtemos
I ZZ
~ q ~η ds =
V ~ dx dy
div V
γ D
Prova de (∗):
Seja ~η = (a, b) e T~ = (−b, a) ( rotação de 900 de ~η no sentido anti-horário ).
Temos: F~ = (−B, A) e V
~ = (A, B).
Assim: F~ q T~ = Bb + Aa = V
~ q ~η .
Teorema 18 (da Divergência (ou Teorema de Gauss)). Seja Ω um sólido limitado por uma
superfı́cie fechada S , formada por um número finito de superfı́cies suaves e seja ~η a normal externa
50
~ (x, y, z) tem derivadas parciais contı́nuas num aberto contendo
unitária. Se as componentes de V
Ω , então:
ZZ ZZZ
~ q ~η dS =
V ~ dx dy dz
divV
S Ω
z
6
3 ~
η
q
Ω
S
q
j
y
¼ ~η W
x
51
Pε
¸
qP
βε
onde Pε ∈ Bε , ou seja: ZZ
~ q ~η dS
V
~ Pε = Sε
div V
vol (Bε )
Fazendo ε → 0 temos que Pε → P e assim
ZZ
~ q ~η dS
V
~P = lim S ε def.
div V == intensidade do fluxo em P
ε→0 vol (Bε )
~P é o valor limite do fluxo por unidade de volume sobre uma esfera de centro em
Assim: div V
P , quando o raio da esfera tende a zero.
~P e tomamos uma pequena esfera de centro em P , temos:
Se conhecermos div V
~P > 0 então o fluı́do “se afasta” de P , isto é, P é uma fonte. Se div V
Logo: Se div V ~P < 0
Observação:
Podemos repetir o raciocı́nio acima para fluxo magnético ou elétrico.
Exercı́cios resolvidos
1. Comprove o teorema da divergência para o caso:
Resolução:
52
~ (x, y, z) = 6x + x + 1 = 7x + 1
div V
Consideremos:
z
6
S3 S4 : x + y + z = 1
M µ
S2
*
z
y
) ?
x
S1
Z Z 1 Z 1−x Z 1−x−y
~ dx dy dz = 1
div V (7x + 1)dx dy dz = · · · =
Ω 0 0 0 8
ZZ ZZ
~ q ~η dS =
V (3x2~i + xy~j + 0~k) q (−~k)dS = 0
S1 S1
ZZ ZZ
~ q ~η dS =
V (0~i + 0~j + z~k) q (−~i)dS = 0
S2 S2
ZZ ZZ
~ q ~η dS =
V (3x2~i + 0~j + z~k) q (−~j)dS = 0
S3 S3
S4 : z = f (x, y) = 1 − x − y, (x, y) ∈ S1
ZZ ZZ
~ T eo.15
V q ~η dS ==== (−v1 · fx − v2 · fy + v3 )dx dy =
S4 S1
Z 1 Z 1−x
£ 2 ¤ 1
= dx 3x + xy + (1 − x − y) dx dy = · · · =
0 0 8
Logo,
ZZ ZZZ
V~ q ~η dS = ~ dx dy dz
div V
S Ω
53
z
6
z=3
2 -
z=0
y
ª
x
ZZ
Sem calcular, sabemos que ~ q ~η dS > 0. Por que?
V
S
Calculando:
ZZ ZZZ
~ q
V ~η dS = 3 dx dy dz = 3.vol(Ω) = 3.12π = 36π
S Ω
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
54
~ (x, y) = A(x, y)~i + B(x, y)~j , então
Lembrando que se V
· ¸
−→ ∂B ∂A
~
rot V (x, y) = (x, y) − (x, y) ~k ,
∂x ∂y
I ZZ
−→
~ q d~r =
V ~ ) q ~k dx dy
(rot V
γ D
Teorema 19 (de Stokes). Seja S : z = f (x, y) superfı́cie suave que se projeta numa região Ω do
plano xy , nas condições do Teorema de Green.
~η - normal unitária superior
Γ - curva que delimita Ω orientada no sentido positivo.
Seja γ a imagem de Γ por f , orientada no mesmo sentido de Γ .
~ tem derivadas parciais contı́nuas num aberto contendo S , então:
Se as componentes de V
Z ZZ
−→
~ q d~r =
V ~ ) q ~η dS
(rot V
γ S
~η
z K
6 S
-
γ
z
y
¼ Ω
x -
Γ
Exercı́cios resolvidos
1. Comprove o Teorema de Stokes para o caso:
55
6z
-
1 y
γ
x
ª
−→
~ = ~0
Notemos que rot V
Logo,
ZZ ZZ
−→
~ ) q ~η dS =
(rot V 0 dS = 0
S S
Ainda: Seja γ(t) = (cos t , sen t , 0), t ∈ [0, 2π]
Z Z 2π Z 2π
~ q d~r =
V (cos t, sent, 0) q (sent, cost, 0)dt = 0 dt = 0
γ 0 0
6z
Queremos verificar que:
) - γ2
ZZ Z Z
−→
~ · ~η dS =
rot V ~ · d~r +
V ~ · d~r
V
S γ1 γ2
γ
1 * 1
γ2 (t) = (cos t , − sen t , 9), t ∈ [0, 2π] ) -
¡- 3 y
¡
¡
¡
¡
ª
x
Z Z 2π
~ q d~r =
V (3 , 12 cos t , 6 sen t) q (−3 sen t , 3 cos t , 0)dt =
γ1 0
Z 2π Z 2π
1
= (−9 sen t + 36 cos2 t)dt = 36 (1 + cos 2t)dt = · · · = 36π .
0 0 2
Z Z 2π
~ q d~r =
V (27 , 4 cos t , −2 sen t) q (− sen t , − cos t , 0)dt =
γ2 0
Z 2π Z 2π
2 1
= (−27 sen t − 4 cos t)dt = −4 (1 + cos 2t)dt = · · · = −4π .
0 0 2
56
¯ ¯
¯ ~ ~j ~k ¯¯
¯ i
−→ ¯ ¯
~ = ¯¯ ∂
rot V ∂ ∂ ¯¯ = 2~i + 3~
j + 4~k
¯ ∂x ∂y ∂z ¯
¯ ¯
¯ 3z 4x 2y ¯
Seja f (x, y) = 10 − x2 − y 2 , 1 ≤ x2 + y 2 ≤ 9
ZZ ZZ
−→
~ q ~η dS =
rot V [−2 · (−2x) − 3 · (−2y) + 4] dx dy =
S Ω
Z 2π Z 3
= dθ [4r cos θ + 6r sen θ + 4] r dr =
0 1
Z 2π · ¸3
4 3
= r cos θ + 2r3 sen θ + 2r2 dθ =
0 3 1
Z 2π µ ¶
104
= cos θ + 52 sen θ + 16 dθ = · · · = 32π .
0 3
Z Z ZZ
−→
∴ ~ q d~r +
V ~ q d~r =
V ~ q ~η dS
rot V
γ1 γ2 S
~
V
@
I
@
yXX
X @q
T~
q
~ ´J
V
´
+́
J γ
T~ J
^
Consideremos:
P – ponto arbitrário. @
I ~η
@
@ Dε
Dε – disco arbitrário de centro P , r@
@r P
raio ε > 0 , imerso em um fluı́do. P
r ε
γε – circunferência de Dε . T~
À
h −→ i Z
~ 1 ~ q T~ ds
q
rot V ~η = 2 V
Pε πε γε
−→
~ e os aspectos rotacionais do movimento pode ser feita no caso
Uma outra relação entre rot V
que descrevemos a seguir:
Consideremos um fluı́do em rotação uniforme em torno de um eixo.
Definimos o vetor-velocidade angular, w
~ , por:
¡
¡
¡
¡
¡
¡
¡ 1
¡
¡
def. def. ~k
kV
(iii) kwk
~ == velocidade angular == .
k~rk
~ k = kwk
Da figura ao lado, notando que kV ~ =w
~ · k~rk , concluı́mos que V ~ × ~r .
58
Se ~ = w1~i + w2~j + w3~k
w µw
¡ ~
¡
P = (x, y, z) ¡
¡
P0 = (x0 , y0 , z0 ) ~r ¡r P0
r¼¡
P
¡
Então: ¡ ~
¡ wV
wV~
¯ ¯
¯ ~i ~j ~k ¯
¯ ¯
¯ ¯
~ ¯ ¯
V = ¯ w1 w2 w3 ¯=
¯ ¯
¯ ¯
¯ x − x0 y − y0 z − z0 ¯
= [w2 (z−z0 )−w3 (y−y0 )]~i + [w3 (x−x0 )−w1 (z −z0 )] ~j + [w1 (y−y0 )−w2 (x−x0 )] ~k .
−→ −→
~ = 2w1~i + 2w2~j + 2w3~k .
~ , temos rot V
Calculando rot V
−→
~ = 2w
Assim rot V ~.
Observação:
Se temos o movimento de um fluı́do incompressı́vel e irrotacional, no plano, então:
~ = ∂A + ∂B = 0
div V
∂x ∂y
~ = ∂B − ∂A = 0
−→
rot V
∂x ∂y
que são as equações de Cauchy-Riemann, muito utilizadas na teoria das funções de variáveis com-
plexas.
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
59
Resumo dos Teoremas
Os principais resultados vistos são generalizações do Teorema Fundamental do Cálculo. Co-
locamos a seguir uma relação de resultados (sem suas hipóteses) para que o leitor possa sentir
suas semelhanças essenciais. Notemos que em cada caso temos do lado esquerdo uma integral de
uma ”derivada”sobre uma região, e do lado direito, temos os valores da função original somente na
fronteira da região.
Z b
F 0 (x)dx = F (b) − F (a)
a a b
Z r
∇f · d~r = f (B) − F (A) * B
γ
γ
r
A
3. Teorema de Green
9γ
ZZ µ ¶ Z
∂B ∂A
− dx dy = Adx + Bdy
D ∂x ∂y γ
ZZZ ZZ
~ dx dy dz =
div V ~ · ~η dS
V 3
~η
Ω S q
Ω
S
q
~η W
60
5. Teorema de Stokes
~η
¡
µ
¡
¡
ZZ Z r¡
*S
~ ) · ~η dS =
(rot V ~ · d~r
V
S γ
-
γ
61