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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU – FURB

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – PUBLICIDADE E PROPAGANDA

LEANDRO ESTEVE BRANDT DESTRO

COMUNICAÇÃO RADIOFÔNICA: A RÁDIO COMUNITÁRIA COMO


FORMA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL NO MÉDIO VALE DO ITAJAÍ

BLUMENAU
2009

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LEANDRO ESTEVE BRANDT DESTRO

COMUNICAÇÃO RADIOFÔNICA: A RÁDIO COMUNITÁRIA COMO


FORMA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL NO MÉDIO VALE DO ITAJAÍ

Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Comunicação – Publicidade e
Propaganda do Centro de Ciências Humanas e
da Comunicação da Universidade Regional de
Blumenau, como requisito parcial em
Comunicação Social, Habilitação em
Publicidade e Propaganda.

Orientador: Prof. MsC. Rafael Jose Bona

BLUMENAU
2009/1

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus pelo dom da vida, e por ter me colocado a caminhar
ao lado da verdade e de grandes professores e educadores;

Aos meus pais que souberam me guiar com amor e dedicação;

À minha esposa que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos e teve
paciência principalmente durante a graduação;

Ao meu orientador, professor e Mestre Rafael José Bona, que soube me guiar durante
todo o processo desta pesquisa;

À Glaci Gurgacz, pelo apoio e incentivo;

Aos meus familiares e amigos que tiveram paciência em todos os momentos que eu
disse não a vida social, e sim a este projeto;

A todos profissionais das Rádios Comunitárias do Médio Vale do Itajaí, que se


dedicam a esta atividade nobre de trazer a comunicação a toda comunidade de forma mais
clara, eficaz e que com prontidão atenderam às minhas solicitações para o sucesso deste
projeto.

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EPÍGRAFE

"O mais importante na comunicação é escutar aquilo que não foi dito."

Peter Drucker

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RESUMO

Neste trabalho, tem-se por objetivo geral pesquisar a existência de programas de rádio com
enfoque na formação e informação de profissionais no Médio Vale do Itajaí. A metodologia
aplicada neste trabalho caracterizou-se como pesquisa descritiva e documental, objetivando
obter maior familiaridade com os aspectos que devem compor uma produção radiofônica que
tenha por objetivo a formação e a informação profissional. Após essa etapa, foi desenvolvido
um estudo de caso envolvendo as Rádios Comunitárias na Região do Médio Vale do Itajaí,
assim como a de Blumenau, Timbó, Gaspar, Indaial, Pomerode e Rodeio, uma vez que estas
cidades já contam com rádios comunitárias em plena atividade e devidamente legalizadas,
conforme a legislação do Ministério das Comunicações. Concluiu-se que hoje há um
programa voltado para formação e informação profissional na Rádio Trentina FM, e que esta
pesquisa despertou o interesse de todas as rádios estudadas em acrescentar na programação tal
programa, mediante a um considerável estudo para que se molde à realidade de cada
comunidade.

Palavras-chave: Rádio Comunitária. Informação. Programação radiofônica. Formação.

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ABSTRACT

In this paper there is a aim on searching the existance of radio programs focused on
professional forming and informing in Médio Vale do Itajaí. The methodology used in the
current paper was characterized as an documentary and descriptive research aiming to become
more familiar with the aspects that must e present in a radiophonic production focused on
professional forming and informing. After this phase a case study was developed with
Community Radio Stations in Medio Vale do Itajaí area, such as Blumenau, Timbó, Gaspar,
Indaial, Pomerode e Rodeio, once those towns already have community radio stations fully
operationnal and legally aligned with the Ministry of Communication. It was concluded that
nowadays there is program focused on professional forming and informing in the radio station
Trentina FM, and also that the present study raised interest among all radio stations
researched towards inserting such program among their current programs, considering a
reasonable study for it to adjust to each community reality.

Key words: Community Radio Station. Infoming. Radiophonic program. Forming.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 8

CAPÍTULO 1 - O RÁDIO ..................................................................................................... 10

1.1 A HISTÓRIA DO RÁDIO ................................................................................................. 10

1.2 HISTÓRIA DO RÁDIO NO BRASIL ............................................................................... 12

1.3 RÁDIO COMERCIAL ....................................................................................................... 14

1.4 RÁDIO COMUNITÁRIA ................................................................................................. 15

1.5 RÁDIO COMUNITÁRIA EDUCATIVA .......................................................................... 18

1.6 PRODUÇÃO RADIOFÔNICA.......................................................................................... 20

1.6.1 Planejamento de recursos ................................................................................................ 21

1.6.2 Preparação do material ................................................................................................... 21

CAPÍTULO 2 – O RÁDIO NO MÉDIO VALE DO ITAJAÍ ............................................. 22

2.1 RÁDIO EM SANTA CATARINA .................................................................................... 22

2.2 RÁDIOS COMUNITÁRIAS NO MÉDIO VALE DO ITAJAÍ ......................................... 26

2.2.1 ARCOVALI - Associação das Rádios Comunitárias do Vale do Itajaí .......................... 26

CAPÍTULO 3 - ESTUDO DE CASO.................................................................................... 29

3.1 RÁDIO COMUNITÁRIA FORTALEZA ADENILSON TELES ..................................... 29

3.2 RÁDIO PONTE FM .......................................................................................................... 31

3.3 ASSOCIAÇÃO PORTAL RÁDIO FM.............................................................................. 32

3.4 RÁDIO PÉROLA FM ........................................................................................................ 33

3.5 RÁDIO TRENTINA FM .................................................................................................... 34

3.6 COLETA DE DADOS ....................................................................................................... 35

CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................... 36

CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 42

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 43

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INTRODUÇÃO

Esta pesquisa nasceu da preocupação de conhecer mais profundamente sobre a


produção radiofônica, especificamente sobre possíveis programas de rádio com enfoque em
informação e formação profissional. Trata-se de um tema atual, e que por meio de pesquisas
em livros e documentos relacionados à Produção de Rádio pode-se observar que não há algo
direcionado para programas com enfoque em Informação e Formação Profissional.

O tema se faz importante para que haja “uma forma” padrão de programas voltados à
formação e informação profissional de um modo geral. Ao buscar esta “padronização” este
trabalho trará a novidade nas formas de programação de rádio voltadas exclusivamente ao
meio profissional.

O presente estudo foi realizado para atender ao requisito de conclusão do curso de


Comunicação Social – Publicidade e Propaganda da Universidade Regional de Blumenau.
Além de ser um trabalho de conclusão de graduação, irá contribuir para agregar conhecimento
a este autor e poderá orientar futuros profissionais de rádio e comunicação para programas
específicos como o tema abordado, e contribuirá para futuras discussões sobre a evolução do
rádio assim como rádio digital, levando em consideração toda a gama de ferramentas que
passará de recursos de áudio. Com isso, pretende-se também contribuir com o aumento de
meios de comunicação em massa, que formam e informam profissionais. Tudo isso tornou
atraente o referido tema.

Esta pesquisa partiu dos seguintes questionamentos: Como produzir programas de


rádio de conteúdo informativo profissional? A produção de rádio pode ser vista como forma
de orientação profissional?

Neste contexto, o objetivo principal deste trabalho é pesquisar a existência de


programas de rádio com enfoque na formação e informação de profissionais no Médio Vale
do Itajaí. Para atingir o objetivo geral, foram formulados os seguintes objetivos específicos:
visitar rádios comunitárias no Médio Vale do Itajaí; entrevistar comunicadores de rádios
comunitárias; identificar emissora que apresente programas de rádio que visem à formação e à
informação profissional.

A metodologia aplicada neste trabalho caracterizou-se como pesquisa descritiva e


documental, objetivando obter maior familiaridade com os aspectos que devem compor uma
produção radiofônica que tenha por objetivo a formação e a informação profissional. A

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revisão bibliográfica foi realizada mediante leitura sistemática, com fichamento de cada obra,
ressaltando os pontos abordados pelos autores pertinentes ao tema em questão. Ela é oportuna
para a obtenção de informações que possibilitem gerar suporte à pesquisa e subsídios para a
identificação do problema. Os fundamentos teóricos, obtidos por meio da pesquisa, estão
relacionados ao método de pesquisa. Após essa etapa, foi desenvolvido um estudo de caso
envolvendo as Rádios Comunitárias na Região do Médio Vale do Itajaí, assim como a de
Blumenau, Timbó, Gaspar, Indaial, Pomerode e Rodeio, uma vez que estas cidades já contam
com rádios comunitárias em plena atividade e devidamente legalizadas, conforme a legislação
do Ministério das Comunicações. Na sequência foram ouvidos todos os programas, a fim de
observar o que estava sendo feito dentro do enfoque desta pesquisa. A abordagem deste
estudo é predominantemente qualitativa. Para a coleta de dados utilizou-se como estratégia de
coleta de dados a entrevista.

Este trabalho de conclusão de curso está organizado em quatro capítulos. O primeiro é


dedicado ao rádio. No segundo, faz-se uma abordagem sobre o rádio no Médio Vale do Itajaí;
no terceiro faz-se a análise e interpretação dos resultados; no quarto e último capítulo
apresentam-se as considerações finais e recomendações para novas pesquisas.

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CAPÍTULO 1 - O RÁDIO

Este capítulo é dedicado ao rádio. A primeira seção refere-se à dimensão histórica do


rádio. Em seguida, apresenta-se a rádio comercial, a rádio comunitária e, por último, a
produção radiofônica.

1.1 A HISTÓRIA DO RÁDIO

O rádio é um veículo de comunicação que alcança pessoas de classes, idades e culturas


diferentes. Ele pode ser um instrumento utilizado com a finalidade de estimular o crescimento
das comunidades, a interação social e a promoção de soluções para os problemas que as
envolvem. As rádios comunitárias, quando colocam o ouvinte em contato com sua realidade
para compreendê-la e transformá-la, tornam-se uma ferramenta a favor do desenvolvimento.
“O poder dessas emissoras no exercício da cidadania é comprovado quando os resultados do
trabalho comunitário se projetam em ações de cunho social, como campanhas beneficentes e
questões ligadas à política, saúde, educação e cultura” (RUAS, 2002, p. 1).

Como se sabe, o rádio é considerado o amigo de todas as horas e momentos, seja para
quem está trabalhando, estudando, conversando, em um leito de hospital, durante uma viagem
de carro ou bicicleta, na Internet ou em qualquer lugar do mundo. Enfim, todo e qualquer
lugar que venha a ter uma atividade humana, lá estará o rádio.

Para que este fenômeno eletrônico tivesse tanto alcance, em meados de 1830,
iniciaram experiências para comprovação da existência de ondas eletromagnéticas. Além
destas experiências, o telégrafo e o telefone foram fundamentais para o descobrimento do
rádio. O trabalho do norte-americano Samuel Morse entre 1832 e 1837 resultou na invenção
do telégrafo, aparelho que transmitia sinais a distâncias (SANTOS, 2005).

A comunicação por ondas eletromagnéticas ainda não era possível,


já que o telégrafo foi utilizado durante décadas somente por fios,
tendo estruturas através de cabos subterrâneos e cabos submarinos
para a transmissão de informações entre os continentes
(THOMPSON, 1998 apud SANTOS, 2005, p.138).

De forma gradativa, muitos cientistas pelo mundo todo descobriram maneiras para que
sinais fossem transmitidos e recepcionados via ondas eletromagnéticas. No entanto, a
partenidade do rádio é questionada por Ferraretto (2001a, p. 82), para quem o italiano

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Guglielmo Marconi não foi o descobridor do rádio, pois, segundo Ferraretto, descobertas já
haviam sido desenvolvidas pelo russo Aleksandro Popov, o qual provara que uma antena é
capaz de jogar sinais no ar, e os de Branly e Lodge também já eram conhecidos no mundo,
mas somente Marconi conseguiu fazer soar uma campanhia à distância de um quilômetro
através de ondas eletromagnéticas (SANTOS, 2005).

Marconi, em 1896, fez a sua primeira demonstração em público da radiotelegrafia sem


fio com mensagens transmitidas em código Morse, usando ondas eletromagnéticas, entre dois
pontos pré-definidos. Com isso, Marconi obtém a patente sobre o telégrafo sem fio, e, em
1901, envia o primeiro sinal radiotelegráfico transoceânico (SANTOS, 2005).

Além de promover a primeira demonstração da transmissão por meio de ondas


eletromagnéticas, Marconi soube empreender e criou a primeira empresa do setor, a Wireless
Telegrapf and Signal Company Limidet, que mais tarde foi transformada em Marconi´s
Wireless Telegraph Company. Ainda, em 1906, o canadense Reginald A. Fessenden
transmitiu o som de um violino, de trechos da Bíblia e de uma gravação fonográfica
(SANTOS, 2005). Essas emissões foram ouvidas em vários navios na costa norte-americana.
Estava desenvolvida a estrutura para a amplitude modulada (SANTOS, 2005).

O russo David Sarnoff, em 1916, sugere a utilização da nova tecnologia dentro de uma
nova “roupagem”, onde pudesse ser comercializado e pudesse ter tal alcance, a fim de que
todos os lares viessem ter um aparelho de rádio em sua casa. A sugestão firmava-se como um
novo entretenimento doméstico e ganharia contornos de meio de comunicação de massa, já
que, até então “[...] foi considerado um grave defeito do rádio o fato de que era possível captar
com relativa facilidade as mensagens que, da estação emissora, eram endereçadas a um
destinatário específico” (GIOVANNINI, 1987, apud SANTOS, 2005 p.61).

Em 1920, a empresa de Marconi foi transformada em Rádio Corporation of América


(RCA) e “a partir deste novo nome surge a primeira rede norte-americana de rádio, em 15 de
novembro de 1926 a National Broadcasting Corporation – NBC” (FERRARETO, 2001apud
SANTOS, p.61). Mas a primeira emissora de rádio surgia por uma outra companhia, a
Westinghouse Eletric and Manufacturing Company. Era lançada a KDKA, de Pittsburg,
primeira emissora de rádio a obter licença comercial para funcionar, embora a KQW, de San
Jose, na Califórnia, reivindique o pioneirismo nos Estados Unidos por ter começado sua
transmissões regulares em 1912 (FERRARETTO, 2001a, p.89). Sarnoff foi também
presidente da RCA e foi decisivo na constituição do rádio como mídia de massa nos Estados

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Unidos, pois acreditava que o meio rádio poderia se tornar um meio de comunicação popular
e lucrativo. (SANTOS, 2005).

Edwin Horward Armstrong antes da Segunda Guerra Mundial, em 1939, desenvolve a


tecnologia capaz de transmitir sons em frequência modulada, a FM (FERRARETTO, 2001)
quando foram regulamentadas nos Estados Unidos em 1961 as transmissões nesta frequência.

A existência da televisão, outro meio de comunicação pertencente ao termo


radiodifusão, se dá em função de inovações anteriores como a fotografia, o cinema, o
aprimoramento da energia elétrica, desenvolvidos desde o século XIX. Mesmo assim, a
televisão totalmente eletrônica apenas se concretizaria em 1933 (GIOVANNINI, 1987,
p.251).

1.2 HISTÓRIA DO RÁDIO NO BRASIL

Em meio à grande produção de equipamentos de rádio, transmissores e receptores nos


países industrializados, onde excedia a demanda interna, houve então a necessidade de
exportar para o mercado internacional (MEDEIROS; VIEIRA, 1999).

Os primeiros sinais do rádio no Brasil foram a partir de 1896, época em que o Pe.
Roberto Landell de Moura buscou resultados superiores aos dos estrangeiros. As primeiras
experiências com transmissões e recepções de sons e sinais por meio de ondas
eletromagnéticas teriam ocorrido entre 1893 e 1894 (FERRARETTO, 2001a, p.83). O autor
salienta o grande valor do trabalho do padre, gaúcho e cientista, evidenciado em diversos
documentos e jornais da época. Por meio das patentes registradas no Brasil e nos Estados
Unidos, foi demonstrado o pioneirismo do cientista brasileiro.

Após a vinda dos Estados Unidos, onde conseguira a patente do telégrafo sem fio, do
telefone sem fio e do transmissor de ondas, Roberto Landell de Moura solicita ao então
presidente Rodrigues Alves a liberação de dois navios para demonstrações com seu telégrafo
sem fio. Taxado de louco, teve seu pedido negado. Regressou ao Rio Grande do Sul,
morrendo aos 66 anos de idade na cidade de Porto Alegre em 30 de junho de 1928. (RÁDIO
CLARET, 2009)

Se as descobertas do Padre Moura não foram suficientes para comprovar o


pioneirismo do brasileiro no campo da radiotelefonia sem fios (rádio), foi neste país que o

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novo meio de comunicação conseguiu alcançar um dos maiores sucessos do mundo junto à
população. A imprensa escrita havia levado séculos para chegar aqui, mas o meio de
comunicação eletrônico levou menos tempo. Em 22 de setembro de 1922, durante as
comemorações do centenário da independência, a Westinghouse realizou a primeira
demonstração pública de rádio, irradiando o pronunciamento do presidente Epitácio Pessoa
para várias partes da cidade do Rio de Janeiro. Mas, foi no dia 20 de abril de 1923, que o
educador Edgard Roquete Pinto, considerado o pai do rádio brasileiro, inaugurou a Rádio
Sociedade do Rio de Janeiro, primeira emissora regular do país, em conjunto com Henry
Morize. Antes disso, em 6 de abril de 1919 foi ao ar em Recife a Rádio Clube de Pernambuco
(LAHNI, 2002, p. 56), mas a emissora não fazia emissões com frequência.

Nesta primeira fase, o rádio se mantinha com mensalidade pagas pelos que
possuíram aparelhos receptores, por doações eventuais de entidades privadas ou
publicas e muito raramente, com inserção de anúncios pagos, que, a rigor, eram
proibidos pela legislação da época (ORTRIWANO, 1985, p.14).

O educador Roquete Pinto tinha em mente fazer do rádio um meio de comunicação


eminentemente educativo e cultural que permitisse em curto prazo reduzir o analfabetismo no
país (MEDEIROS;VIEIRA, 1999).

Tudo não passou de ilusão. A concessão de canais baseou-se em critérios


comerciais, cuja disputa estabeleceu-se no plano meramente político. Quanto a
cultura, nada lhe coube senão, após 1930, a reserva de um canal ao Ministério da
Educação, então criado. Mais tarde, em 1940, reservou-se ainda ao Estado a
exploração da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a PRE-8, na qual se espelhou a
maioria das emissoras catarinenses (MEDEIROS, VIEIRA, 1999, p.20).

O rádio, no Brasil, assim como mais tarde a televisão, permitiu a influência das artes,
inclusive aquelas passíveis de transmissões por sons. Com isso, sem dúvida, a música foi a
mais beneficiada, pois deu dimensões extraordinárias a musica popular. Já a música erudita
foi mais restrita (MEDEIROS; VIEIRA, 1999).

Na seção, a seguir, faz-se referência à rádio comercial.

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1.3 RÁDIO COMERCIAL

Na década de 30, surge o rádio comercial “devido à inserção publicitária pelo decreto
21.111, de 10 de março de 1932, que correspondia a 10% da programação veiculada. Então,
de interesses educativos passou para interesses mercantis”. (ALVES, 2009).

As emissoras denominadas como Rádio Comercial têm como objetivo maior obter
lucros através do meio de comunicação e podem transmitir por todas as amplitudes que
abrangem a radiodifusão sendo:

• Amplitude modulada (AM):


o Ondas médias (OM);
o Ondas curtas (OC);
o Ondas Tropicais (OT);
• Frequência modulada (FM).

As denominações acima são intituladas a partir de 1998, com a entrada da legislação


das Rádios Comunitárias.

As vendas de espaços publicitários como anúncios ao vivo, jingles e spots são


inseridos durante a programação, independente do perfil das emissoras (SANTOS, 2005).

Segundo Santos (2005, p.72), dois são os clientes de uma emissora de rádio: os
ouvintes e os anunciantes. Os ouvintes ouvem a programação da rádio e “influenciados” pelos
anúncios que a mesma veicula, compram os produtos e serviços que ali é anunciado. O
segundo tem o papel de auxiliar na manutenção das rádios através de seus contratos de
publicidade fechado diretamente com as emissoras ou até mesmo com agências de
publicidades.

As concessões para a exploração do serviço de rádio comercial são distribuídas pelo


governo a iniciativa privada. Os candidatos a receber os canais se habilitam quando
existem editais abertos no Ministério das Comunicações. Durante o processo o
Ministério dita as regras para a obtenção da autorização, como o respeito à potência
estabelecida, levando em consideração a região na qual se encontra a emissora e a
freqüência que ela ira ocupar no espectro eletromagnético. Aumentos de potência ou
troca de freqüência poderão ocorrer, mediante solicitações e estudos técnicos
enviados ao Ministério das Comunicações. Portanto, uma emissora comercial não
tem limites de potência. Tudo depende do poder aquisitivo de seu diretor. Vale
destacar que os meios físicos como torre, antena, transmissores, salas de redação,
estúdios, pertencem ao proprietário da rádio, mas a concessão definitivamente não.
Ela é provisória porque representa um bem público. Pode ser prorrogada ou

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revogada num prazo de dez anos pelo Ministério das Comunicações
(SANTOS.2005,p.72).

1.4 RÁDIO COMUNITÁRIA

Rádio comunitária é toda emissora de baixa potência e cobertura restrita com


finalidades voltadas à comunidade. Opera em FM e tem como objetivo difundir assuntos de
interesse local e propiciar a participação popular, capaz de promover a cidadania e processos
informativos e educacionais.

As rádios comunitárias se inserem na comunidade e promovem a participação dos


cidadãos, não só no rádio, mas também nos processos culturais e políticos que os afetam
(GALARZA, 2003).

Nesse modelo de rádio é preciso que se apresente forma de comunicação participativa,


que proporcione “oportunidades de atenção que geram e reeditam planos comuns do presente
e do futuro homem, e fortalecem o sentido universal e diferenciado de identidade e interesse
comuns” (LASSWELL apud BELTRAN, 1981, p. 27).

Com o objetivo de esclarecer essa diversidade, Peruzzo (1998, p. 9) agrupa as rádios


comunitárias em cinco tipos:

a) as eminentemente comunitárias;
b) as que estão sob controle de algumas pessoas;
c) as comerciais;
d) as de cunho político-eleitoral;
e) as de cunho religioso.

Silva (2008, p. 76-79), por sua vez, agrupa as rádios comunitárias em quatro
categorias:
a) Comunitárias propriamente ditas – onde a comunidade diretamente ou através das
associações de moradores e/ou entidades, fazem parte das decisões gestoras da
emissora assim como: produção, programação e conteúdo veiculados.
A autora ressalta que nem sempre conseguem se reunir para tais decisões, porém,
são caracterizadas por terem surgido de um grupo de pessoas ou entidades
vinculadas aos movimentos populares, Igreja Católica ou suas pastorais. Em Santa
Catarina, são 21 emissoras incluídas nesta categorias: Cornel Martins/rádio Pedra
Branca e Treze Tílias/rádio Tirol (região oeste); Bom Retiro/rádio Portal da Serra,
Campo Belo do Sul/Estúdio 105 e Otacílio da Costa/rádio Cidade (região serrana);
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Guaramirim/rádio Pró-Guaramirim e Timbó Grande/rádio São José (norte);
Taió/rádio comunitária de Taió, Blumenau/Rádio Fortaleza e Itajaí/Conceição
(região do vale); Criciúma/DCE, Garopaba/104,9; Içara/Vila Nova e
Içara/Balneário Rincão, Jaguaruna/Sambaqui, Morro da Fumaça/Estação Cocal,
Passo de Torres/Alternativa e Passo de Torres/Cidadania, Praia Grande/Voz Amiga,
São João do Sul/FM 104.9/Oficinas (sul) e Alfredo Wagner/rádio Nascente do Vale
(Grande Florianópolis).
b) Mistas – nascida de um projeto individual ou de um grupo restrito, mas possuem
uma abertura à participação da comunidade para apenas a programação da mesma,
muitas vezes centralizada em apenas uma ou poucas pessoas. Neste grupo
classificam as seguintes rádios comunitárias de Santa Catarina: Monte Carlo/rádio
Amigos de Monte Carlos e Ouro/rádio Cidade (região oeste); Celso Ramos/rádio
Amizade e Correria Pinto Voz Serrana (região serrana); Garuva/rádio União
(norte); Itajaí/Luz do Amanhã (região do Vale); Armazém/rádio Armazém, Braço
do Norte/ABC FM, Forquilhinha/Novas Estrela, Meleiro/ Informativa, Morro da
Fumaça/A Voz do Povo, São João do Sul/FM 99.7, Urussanga/FM 104,9 (sul).
c) Particulares – assim como as Mistas, nascem também de um projeto individual,
porém não estão abertas à comunidade e aparecem motivadas por interesses
políticos e comerciais, em fim a rádio é instrumento para abrir e gerar negócios e
influências. A administração assim como a programação é definida por uma ou
poucas pessoas. As rádios que se enquadram neste padrão são: Itapoá/Rádio Itapoá
FM 87,9 (norte); Balneário Camboriú/rádio Natureza e Bombinhas/rádio Mariscal
(região do Vale); Cocal do Sul/Fm 104,9, Lauro Muller/rádio Machadinho e Nova
Veneza/Veneza FM 107,1 (sul).
d) Confessionais – são aquelas onde os gestores são as igrejas e/ou o conteúdo é
voltado apenas a assuntos religiosos, na maior parte são igrejas evangélicas,
algumas até abrem o espaço para a comunidade, mas esta ação predomina o
assistencialismo e as rádios comunitária que se destacam são: Camboriú/rádio Voz
do Vale (Vale); e Morro da Fumaça/FM 107,1 (sul).

Todos esses tipos de rádios comunitárias prestam relevantes serviços às suas


comunidades. Entretanto, é preciso ressaltar que as emissoras que, em maior escala,
promovem a cidadania, desenvolvendo processos educativos e participativos, são as
eminentemente comunitárias. Entende-se que cidadania está diretamente relacionada ao
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processo histórico-social e pode ser compreendida de diversas maneiras. Ou seja, relaciona-se
ao direito de pertencer a uma nação, igualdade perante a lei, direito à liberdade de acesso à
informação, direito à comunicação etc. (PERUZZO, 2002)

As emissoras constituem-se como comunicação contra-hegemônica porque veiculam


um conteúdo diferente da grande mídia, baseado na pluralidade das vozes da comunidade.
Diferem-se do conteúdo da grande mídia porque contribuem “não apenas para democratizar o
diálogo, mas principalmente para reduzir visões preconcebidas e preconceituosas sobre os
mais diversificados grupos humanos e propostas” (PAIVA, 2007, p. 141).

Uma rádio comunitária não significa contrapor-se à produção de qualidade, mas sim
promover de fato uma comunicação dialógica e bidirecional, ou seja, onde o receptor torna-se
emissor e vice-versa, onde as manifestações político-sócio-culturais da comunidade em que
está inserida tenham visibilidade.

Este espaço de acesso aos meios de comunicação pelas comunidades é assegurado


pela Lei 9.612/98 que, apesar de suas limitações, estabelece a concessão do serviço
de radiodifusão comunitária a fundações e associações comunitárias sem fins
lucrativos com sede no local de prestação de serviço. Quanto a “não ter fins
lucrativos”, entendemos que a emissora não deve destinar os lucros aos seus donos –
mesmo porque uma rádio comunitária não tem dono (VOLPATO, 2008, p. 3).

Faz-se necessária uma fonte de renda para que uma rádio comunitária possa
desenvolver um trabalho responsável e de qualidade junto à comunidade. Para isso, acredita-
se ser possível uma união da própria comunidade que poderá atuar de diversas formas, seja
através de apoios culturais, através de cotas, como associados, enfim, através do trabalho e da
movimentação da própria comunidade.

Um grande diferencial das Rádios Comunitárias e especificamente do tipo


eminentemente comunitária, em relação às rádios comerciais e grandes mídias é a
programação. Enquanto a comunitária veicula informações relacionadas àquela determinada
comunidade, a grande mídia, por atingir públicos maiores, apresenta informações mais gerais
como catástrofes, crimes cometidos, esporte nacional e internacional, escândalos no governo
estadual ou federal etc.

Segundo o site do Ministério da Comunicação a programação de uma rádio


comunitária deve ser:

A programação diária de uma rádio comunitária deve conter informação, lazer,


manifestações culturais, artísticas, folclóricas e tudo aquilo que possa contribuir para
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o desenvolvimento da comunidade, sem discriminação de raça, religião, sexo,
convicções político-partidárias e condições sociais. A programação deve respeitar
sempre os valores éticos e sociais da pessoa e da família, prestar serviços de
utilidade pública e contribuir para o aperfeiçoamento profissional nas áreas de
atuação dos jornalistas e radialistas. Além disso, qualquer cidadão da comunidade
beneficiada terá o direito de emitir opiniões sobre quaisquer assuntos abordados na
programação da emissora, bem como manifestar idéias, propostas, sugestões,
reclamações ou reivindicações. (MC, 2009)

No Brasil, nas últimas décadas, surgiram milhares de rádios comunitárias, mas a


radiodifusão comunitária foi oficializada como um serviço público regular somente a partir da
Lei 9.612, em 19 de fevereiro de 1998 (GOMES, 2007).

1.5 RÁDIO COMUNITÁRIA EDUCATIVA

A radiodifusão comunitária com fins educativos surgiu na América Latina nos anos
quarenta do século XX com a rádio Sutantenza na Colômbia. Mas a interrelação da rádio com
a educação consolidou-se nos anos setenta, por meio de muitos projetos coordenados pela
Associação Latino Americana de Educação Radiofônica – ALER, com sede em Quito no
Equador.

Os espaços educativos constituem-se ambientes privilegiados de troca de saberes e


construção de reflexões e práticas transformadoras. A sala de aula não é o único espaço de
aprendizagem dos sujeitos, uma vez que os meios de comunicação de massa vêm tomando
uma dimensão fundamental na formação de crianças, adolescentes, jovens e adultos. “O papel
antes hegemônico que a escola possuía diante do tema educador, passou a sofrer
interferências de outras instituições formadoras, como os meios de comunicação” (CITELLI,
2000, p. 244).

Nessa perspectiva, o rádio pode ser visto como um importante meio para que se possa
desenvolver uma Comunicação Educativa, pois a oralidade do rádio se parece com uma
contação de história, que somos habituados a ouvir desde a infância.

Outro ponto relacionado à linguagem oral do rádio que aproximou, ao longo dos anos,
esse veículo de comunicação do cotidiano popular, refere-se a um problema social: a
desigualdade econômica que gera um índice astronômico de analfabetos, especialmente no
meio rural, região historicamente discriminada. O analfabetismo associado ao costume das

18
camadas mais pobres da população brasileira é também um elemento que populariza o rádio
no Brasil (BRAGA, 2001).

Um outro ponto é que a oralidade do rádio pode ser considerada uma ferramenta de
acessibilidade ou inclusão social. Entretanto, para o rádio ser educativo é preciso partir do
contexto dos ouvintes, estimular a compreensão e a leitura das informações, abrir espaço para
a participação, e, sobre tudo, ter o diálogo como princípio fundamental.

Na opinião de Braga e Calazans (2001, p. 25), “[...] o rádio oferece o som, mas propõe
sobretudo outros modos de representar o mundo, como formas de transmitir o que está na
realidade”. Trata-se da penetrabilidade e da inclusividade; ou seja, o rádio penetra nos
processos sociais modificando-os.

A propósito disso, se comparado aos outros meios, o rádio é o veículo de comunicação


mais fácil de instalar e de operar, o que faz com que quase toda comunidade tenha uma
emissora e que, muitas vezes, ele seja o único veículo de comunicação que transmite
informações locais.

Entre os meios de comunicação de massa, o rádio é, sem dúvida, o mais popular e o


de maior alcance público, não só no Brasil como em todo o mundo, constituindo-se
muitas vezes no único a levar a informação e o entretenimento, para populações de
vastas regiões que não têm acesso a outros meios, seja por motivos geográficos,
econômicos ou culturais. (CÉSAR, 1990, p. 63).

Essa proximidade com o cotidiano estabelece entre o rádio e a cultura um forte


vínculo. Como se vê, o aspecto cultural que o rádio possui propicia um ambiente educativo,
tendo como perspectiva os processos não-formais da aprendizagem. Essa relação com a
cultura aproxima a comunicação radiofônica da ação pedagógica.

Há que se ressaltar ainda que o rádio, como um instrumento educativo, é a


compreensão de que o ouvinte torna-se ativo por meio da apropriação cultural que este faz das
mensagens. Tendo em vista que o rádio está intrinsecamente relacionado à cultura, parece ser
possível afirmar que ele aparece sim com uma função educativa. A relação direta que aqui se
faz entre comunicação e educação tem respaldo no entendimento de que a educação vai além
de uma simples transferência de conhecimentos: “educação é comunicação, é diálogo, na
medida em que não é transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que
buscam a significação dos significados” (FREIRE, 2002, p.69).

19
A partir do que foi exposto acima, é possível perceber que o rádio pode ser visto
como um componente do processo educativo.

1.6 PRODUÇÃO RADIOFÔNICA

A produção radiofônica abrange uma série de fatores fora de uma rádio. Segundo
Mcleish (2001), o produtor ou produtora de um programa de rádio que se limita apenas a ficar
dentro de seu estúdio, sem ter o contato com a comunidade em geral, estão fadados à
decadência.

O produtor tem que ter um contato direto com seus ouvintes, ouvi-los, perceber a sua
necessidade, ler o que eles lêem para que toda idéia e qualquer material divulgado em uma
rádio seja diretamente destinada aquele público alvo.

Idéias para programas devem basear-se solidamente nas necessidades e na


linguagem do público a que são dirigidas: o trabalho do produtor é avaliar, pensar e
prever essas necessidades por meio de um contato próximo com os ouvintes em
potencial (MCLEISH, 2001, p.199).

O autor comenta que para qualquer nova idéia ser levada ao ar, deve ser levado em
consideração os seguintes fatores:
• Pessoal;
• Dinheiro;
• Equipamento técnico;
• Tempo.

Conseguindo alinhar a idéia de uma nova programação ou um novo programa de


rádio, com as ferramentas que a rádio já disponibiliza, pode ser frustrante, mas uma das
tarefas mais importantes de um produtor é saber conciliar o desejável com o possível
(MCLEISH, 2001, p.199).

Tendo as idéias fundamentadas no dia a dia de seu púbico alvo e categoricamente


relevantes o produtor em muitos casos terá que passar pelo crivo do responsável do setor
como: o proprietário da rádio, chefe do departamento, o supervisor de programação ou
gerente da emissora, para aprovação de seu projeto.

20
1.6.1 Planejamento de recursos

Após a aprovação do projeto o programador deverá ter tempo hábil para os


preparativos, tempo também para a divulgação durante a grade de programação onde o
programa será veiculado o nome do programa e elaborar suas necessidades orçamentais
detalhadas para obter a autorização para quaisquer recursos que venha ter, como: dinheiro
para a pesquisa, redação do script, colaboradores ou grupo musical, assim como as devidas
autorizações para uso das obras protegidas por direito autoral.

As condições para a transmissão de material cujos direitos de uso são de propriedade


de alguém que está fora do serviço de radiodifusão varia bastante. No caso copyright
literário, livros, poemas, artigos, etc., o ponto de referência normalmente é o editor,
mas se a obra não foi publicada, o autor original (ou seus herdeiros) deve ser
consulado (MCLEISH, 2001, p.200).

1.6.2 Preparação do material

O autor neste subtítulo refere-se ao conteúdo que o programa terá, entrevistas, músicas
selecionadas da discoteca da rádio e links que fora escrito para a clareza do tema e conteúdo.

Em muitos casos é necessário o envolvimento de mais pessoas no processo de


preparação e execução do material, assim como: um redator, um entrevistador, comentarista e
até mesmo um locutor fora dos estúdios a fim de trazer de um outro ponto da cidade
conteúdos relevantes e que envolva a comunidade de forma direta.

Durante a preparação do material em muitos casos deve-se obter autorizações para


gravações em lugares particulares, como: domicílios, hospitais, escolas, fábricas ou qualquer
outro lugar que não seja público. Segundo Mcleish (2001), esta autorização poderá ser verbal
ou informal.

21
CAPÍTULO 2 – O RÁDIO NO MÉDIO VALE DO ITAJAÍ

Neste capítulo relata-se a história do rádio em Santa Catarina e das rádios


comunitárias do Médio Vale do Itajaí. Tais etapas são importantes para o entendimento deste
estudo.

2.1 RÁDIO EM SANTA CATARINA

Em Santa Catarina, a história do rádio inicia-se com João Medeiros Junior, em meados
dos anos 20, pelas mãos do contador João Medeiros Júnior, nascido na antiga Desterro, atual
Florianópolis, em 1893, onde teve suas atividades sociais intensas, sendo escolhido como
membro do Conselho Consultivo do Município (Câmara Municipal) e nomeado suplente de
juiz de direito por duas vezes, além das atividades sociais foi pioneiro no radioamadorismo
catarinense. (ACAERT, 2009).

As primeiras atividades radiofônicas de João Medeiros Júnior foram em Blumenau,


através de um pequeno equipamento instalado em 1929, na propriedade da Empresa Industrial
Garcia, por meio do qual tocava músicas durante algumas horas do dia. Com o passar do
tempo, seu equipamento resumido em um altofalante foi sendo aperfeiçoado e tornando-se
mais potente. Em 19 de março de 1936, João Medeiros Junior obteve a primeira licença de
rádio no estado de Santa Catarina, a Rádio Clube de Blumenau. (ACAERT, 2009).

Em 1929, na cidade de Blumenau, precisamente na rua XV de Novembro número 144,


João Medeiros Júnior com um simples altofalante instalado na propriedade da Empresa
Industrial Garcia, tocava músicas durante algumas horas do dia. Com o passar dos tempos,
equipamentos de transmissão mais potentes foram acoplados junto aos altofalantes, e em 19
de março de 1936, foi concedida a licença para a primeira rádio do Estado, a PRC-4 Rádio
Clube de Blumenau. Inicialmente sua programação consistia apenas de anúncios e músicas, e
em raros momentos liam-se notas jornalísticas. Além disso, contava com o programa Peça sua
Música, cujas músicas eram oferecidas para amigos (as) e entre namorados (as).
(MEDEIROS, VIEIRA, 1999)

Segundo o site da ACAERT (2009) – Museu do Rádio, poucas vezes eram lidas notas
jornalísticas extraídas de jornais. A transmissão era feita das 6 horas da manhã até às 23 horas
(horário que permaneceu por quase 50 anos). Entretanto, muitas vezes a programação era
interrompida devido aos equipamentos, que esquentavam muito e tinham que "descansar"
22
durante certo período do dia. A locutora, pela manhã, era Atalá Branco, que ia para rádio
apenas nas horas de folga, e na parte da tarde, João Medeiros Júnior e José Ferreira da Silva
eram os locutores. Como as transmissões eram todas ao vivo, era obrigatória a presença de
pelo menos um locutor no estúdio. A Rádio Clube de Blumenau reinou por muitos anos
sozinha, pelo menos durante a década de 30.

A programação ao vivo da PRC-4 Rádio Clube de Blumenau,


formada principalmente por repertório musical e leitura de
comunicados, enfrentava situações absurdas para os padrões atuais:
interrupções devido à precariedade dos equipamentos e à falta de
locutores conhecidos como speakers. Embora o trabalho na rádio
fosse inovador e empolgante, financeiramente não era atraente o que
justificava que os integrantes do quadro de funcionários trabalhassem
em outros locais com jornadas mais rígidas. O jornalismo não era a
marca da nova emissora e a figura do repórter sequer existia. O
fundador Medeiros Júnior, entretanto, constatou na pioneira Rádio
Clube de Blumenau o poder que o meio exercia ao veicular, como
uma espécie de Orson Welles tupiniquim, fatos fictícios para conferir
a reação dos ouvintes e mais tarde lembrá-los que se tratava de
primeiro de abril, a data instituída como o Dia da Mentira pelos
franceses há cinco séculos (ZANDOMÊNICO, 2007, p.2).

A seguir, apresentam-se imagens dos equipamentos de transmissão da Rádio Clube de


Blumenau, o estúdio, componentes, torre de transmissão e integrantes.

Figura 1 - Primeiros equipamentos de transmissão da Rádio Clube de Blumenau.


Fonte : Arquivo Histórico de Blumenau (2009)

23
Figura 2 - Estúdio da Rádio Clube de Blumenau déc. 1930.
Fonte : Arquivo Histórico de Blumenau (2009)

Figura 3 - Estúdio da Rádio Clube de Blumenau déc. 1930.


Fonte : Arquivo Histórico de Blumenau (2009)

24
Figura 4 - Estúdio da Rádio Clube de Blumenau déc. 1930.
Fonte : Arquivo Histórico de Blumenau (2009)

Figura 5 - Estúdio da Rádio Clube de Blumenau déc. 1930.


Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau (2009)

25
Figura 6 – Torres de Transmissão da Rádio Clube de
Blumenau déc. 1930.
Fonte : Arquivo Histórico de Blumenau (2009)

2.2 RÁDIOS COMUNITÁRIAS NO MÉDIO VALE DO ITAJAÍ

2.2.1 ARCOVALI - Associação das Rádios Comunitárias do Vale do Itajaí

Em 09 de agosto de 2004, na cidade de Apiúna reuniram-se vários representantes das


associações de rádios comunitárias da região do Vale do Itajaí todas legalmente constituídas,
e através desta reunião foi fundada a Associação de Rádios Comunitárias de Santa Catarina
ARCOVALI, entidade sem fins lucrativos legalmente constituída que tem como seus
principais objetivos:
26
• Integrar as diversas rádios comunitárias de Santa Catarina;
• Lutar pela liberdade de expressão e comunicação;
• Defender as rádios comunitárias de ameaças ou atos repressivos;
• Oferecer assessoria jurídica e assessoria técnica;
• Apoiar a criação de rádios comunitárias nos municípios que não existem;
• Propiciar intercâmbio de atividades entre os associados;
• Promover campanhas, ações e movimentos com fins sociais, culturais,
institucionais e comunitários integrando as rádios comunitárias com a comunidade.

Em 17 de novembro de 2008 a ARCOVALI foi declarada de entidade de Utilidade


Pública Municipal através da Lei n. 3783.

Dentre as diversas atividades da entidade destacam-se:

• Reconhecimento da Entidade pelo Ministério das Comunicações;

• Visitas no Ecad, Anatel, Secretarias Regionais, Assembléia Legislativa de SC,


Senado Federal, Câmara dos Deputados e no Ministério das Comunicações;

• Autorização e Liberação de mais Rádios Comunitárias para Santa Catarina;

• Participação da Consulta Pública 661/664 da Anatel para alteração dos Canais de


Radiodifusão Comunitária em Santa Catarina;

• Contratação de um técnico de telecomunicações para manter a qualidade das


emissoras;
• Contratação de um assessor jurídico;
• Realização de (4) quatro Congressos Estaduais de Radiodifusão Comunitária.

A atual diretoria é composta pelos seguintes integrantes:


• Presidente: Werner Boettger - RadCom Agrolândia;
• Secretário: Claudinei Souza - RadCom Indaial;
• Tesoureiro: Valdecir Peters - RadCom Apiúna;
• Membros: Aristides Fronza - RadCom Rodeio e José Rengel - RadCom Vitor
Meireles;
• Conselho Fiscal: Bernadino Berto - RadCom Otacílio Costa, Alcides Cristofolini -
RadCom Laurentino, Eribert Nitz - RadCom Dona Emma;

27
• Suplentes: Leopoldo Freitag - RadCom Guaramirim e Nilton Serafim - RadCom
Lontras.

Na figura a seguir, mostra-se uma Reunião da ARCOVALI em Apiúna, dia


30/05/2009.

Figura 7 – Reunião da ARCOVALI em Apiúna, dia 30/05/2009.


Fonte: Autor

28
CAPÍTULO 3 - ESTUDO DE CASO

Neste capítulo apresenta-se um estudo de caso sobre rádios comunitárias, cuja


programação está voltada para a formação e informação profissional.

Optou-se por trabalhar com rádios do Médio Vale do Itajaí, o que torna a tarefa
bastante interessante. As cidades que compõem o Médio Vale, segundo a Associação dos
Municípios do Médio Vale do Itajaí - AMMVI (2009) são: Apiúna, Ascurra, Benedito Novo,
Blumenau, Botuverá, Brusque, Doutor Pedrinho, Gaspar, Guabiruba, Indaial, Pomerode, Rio
dos Cedros, Rodeio e Timbó. A seguir, apresenta-se uma imagem do mapa que compõe as
cidades do médio Vale do Itajaí.

Figura 8 – Mapa das Cidades do Médio Vale do Itajaí


Fonte: AMMVI (2009)

Esse trabalho concentrou-se em um conjunto de cinco rádios comunitárias do Médio


Vale do Itajaí que são Blumenau, Indaial, Pomerode, Timbó e Rodeio, que hoje operam de
forma legal suas atividades, conforme as exigências do Ministério das Comunicações - Art. 1º
Portaria nº 1.125, de 26 de junho de 2002.

3.1 RÁDIO COMUNITÁRIA FORTALEZA ADENILSON TELES

A Rádio Comunitária Fortaleza Adenilson Teles situa-se na cidade de Blumenau, na


rua Leonor Virmond Leitão, 49, Bairro Fortaleza. Em 1997, a sua diretoria enviou o projeto
para legalização da Rádio Comunitária Fortaleza, mas foi perseguida por outros meios de

29
comunicação, e, inclusive, foi fechada, sendo todo seu equipamento aprendido pela Polícia
Federal. Finalmente, em 2007, a Rádio Comunitária Fortaleza foi legalizada e recebeu sua
outorga. Infelizmente, neste meio tempo, o seu idealizador Adenilson Teles, morador do
Bairro Fortaleza, faleceu, lutando por este projeto. E, para homenageá-lo, foi incluído seu
nome ao da Rádio, pelos 10 anos de muito sacrifício e luta do Teles e seus apoiadores para
poderem fazer com que a Rádio existisse (ADCF, 2009).

Hoje, a Rádio Comunitária Fortaleza Adenilson Teles está legalizada e funcionando a


todo vapor, porque conta com o apoio de muitos voluntários e apoiadores culturais (ADCF,
2009). 1A seguir, apresenta-se uma imagem do estúdio da rádio Comunitária Fortaleza
Adenilson Teles.

Figura 9 – Estúdio da Rádio Comunitária de Blumenau – Rádio Comunitária


Fortaleza Adenilson Teles.
Fonte: Engels (2009)

1
Entrevista concedida pelo Sr. Engels, membro da Rádio Comunitária Fortaleza. (2009).
30
3.2 RÁDIO PONTE FM

A Rádio Ponte FM tem por razão social Associação Comunitária de Difusão Cultural
de Indaial, situada na Rua Castelo Branco, 111, sala 04, no centro da cidade de Indaial.

Em 1998, surgiu o projeto da rádio e no mesmo ano encaminhado para o Ministério da


Comunicação em Brasília, através do Sr. Gustavo Moritz, hoje aposentado e Assessor da
rádio, sempre envolvido as entidades da cidade assim como: Lions, Grupo de Escoteiros e
APAE.

Inicialmente nenhuma entidade ou cidadão da cidade acreditava em seu projeto, nem


mesmo o Sr. Amilton Cunha hoje coordenador da rádio, porém com sua insistência e
perseverança, conseguiu erguer a Rádio.

Na trajetória histórica da Rádio constata-se que esta desenvolveu muitas atividades


diretamente voltadas à comunidade, assim como: campanhas de arrecadação de agasalhos,
limpeza do Rio Itajaí Açu, atividades com o Corpo de Bombeiros da cidade, assistencialismo
à comunidade mais carente da cidade.

Hoje a rádio mantém o ideal do Sr. Moritz, sendo uma rádio sem cunho religioso e
sem interesses políticos. Ela tem compromisso com a verdade, independente de que cada
funcionário ou colaborador da Rádio venha ter a sua crença ou afinidade com algum grupo
partidário. 2A seguir, apresenta-se uma imagem do estúdio da rádio Ponte FM.

Figura 10: Estúdio da Rádio Ponte FM de Indaial


Fonte: Autor

2
Entrevista concedida pelo Sr. Amilton Cunha, coordenador da Rádio Ponte FM (2009).
31
3.3 ASSOCIAÇÃO PORTAL RÁDIO FM

Com a concessão confirmada pelo Congresso Nacional desde novembro de 2008 a


Associação Portal Rádio FM tem autorização para prestar o serviço de radiodifusão
comunitária na cidade de Pomerode e desde 24 de maio de 2009 opera em caráter
experimental, situada na Rua Luiz Abry número 454, no centro de Pomerode, e intitulada
como Rádio Portal 98.3 FM.

O Sr. Siegfried Lange que em 1984 foi um dos fundadores da primeira rádio de
Pomerode a Rádio Pomerode AM 1580, e foi quem iniciou as atividades para que a cidade
também tivesse uma rádio Comunitária.

A rádio hoje conta com profissionais de bom nível profissional e com equipamentos
de ultima geração, pois prioriza o profissionalismo, independente da “forma” que hoje é visto
uma rádio comunitária.3 A seguir, apresenta-se uma imagem do estúdio da rádio Portal FM.

Figura 11 – Estúdio da Rádio Comunitária de Pomerode – Rádio Portal FM.


Fonte: O Autor

3
Entrevista concedida pelo Sr. Manfredo Goede (Mani), coordenador da Rádio Portal FM (2009).
32
3.4 RÁDIO PÉROLA FM

Associação Comunitária de Difusão Cultural de Timbó está no ar desde outubro de


2005, situada na rua Gal. Osório, 311, sala 505, na cidade de Timbó, coordenada pela Sr.
Brian Girard, entre os ouvintes da cidade a rádio é conhecida por Pérola FM.

Inicialmente a rádio teve suas dificuldades financeiras, assim como muitas neste
seguimento, mas foi necessário colocar no ar com toda precariedade da época, pois tinham
que atender as exigências legais.

Após um ano no ar, a rádio conseguiu estabilizar-se financeiramente e começou a


investir em pesquisa, para ter um feedback do seu público alvo.

Dois anos depois foi constatado que já estava entre as melhores rádios, e com uma
audiência comparada a de rádios comerciais da região, contando com as limitações que as leis
para Rádios Comunitárias exigem.4 A seguir, apresenta-se uma imagem do estúdio da rádio
Pérola FM.

Figura 12 – Estúdio da Rádio Comunitária de Timbó – Rádio Pérola FM.


Fonte: Sr. Brian Girard (2009)

4
Entrevista concedida pelo Sr. Brian Girard, coordenador da Rádio Pérola FM (2009).
33
3.5 RÁDIO TRENTINA FM

Em 1° de dezembro de 2007, em caráter experimental, por 01 mês, a Associação


Rádio Comunitária Trentina entrou no ar, na cidade de Rodeio, exatamente na rua Barão do
Rio Branco, número 1277, 1° andar, no centro da cidade.

O projeto inicial partiu da iniciativa de um grupo formado por Arestides Stiz,


Arestides Fronza e Antônio Campreguel.

Com propósito comunitário, a rádio procura atender às necessidades de informação,


música e cultura local, principalmente sobre a cultura Italiana, que faz parte da colonização da
cidade.

No início das atividades, a divulgação da rádio foi por meio de “boca a boca”. A
abrangência de sinal atende parte da cidade de Rodeio, regiões da cidade de Ascurra e
Apiúna, por se tratar de uma região geograficamente montanhosa.

Segundo Sr. Fruet (2009), “piadas, histórias da colonização, contos e apresentações


musicais são os ingredientes que colocamos no ar aos domingos de manhã”.5 A seguir,
apresenta-se uma imagem do estúdio da rádio Trentina FM.

Figura 13 – Estúdio da Rádio Comunitária de Rodeio – Rádio


Trentina FM.
Fonte: Autor (2009)

5
Entrevista concedida pelo Sr. Gabriel Fruet, funcionário da Rádio Trentina FM (2009).
34
3.6 COLETA DE DADOS

Para coletar os dados, foram realizadas entrevistas com pessoas que atuam nas rádios
pesquisadas. As entrevistas constituem instrumento que permitem aproximar-se dos
pesquisados de forma espontânea, devido à relação construída entre o pesquisador e os
pesquisados.

Participaram como entrevistados:


a) Sr. Anderson Engels, funcionário da Rádio Comunitária Fortaleza Adenilson
Teles;
b) Sr. Amilton Cunha, coordenador da Rádio Comunitária de Ponte FM;
c) Sr. Manfredo Goede (Mani), coordenador da Rádio Portal FM;
d) Sr. Brian Girard, coordenador da Rádio Pérola FM;
e) Sr. Gabriel Fruet, funcionário da Rádio Trentina FM.

Como forma de garantir a objetividade, a coerência e uma sequência lógica,


elaboraram-se seis perguntas.

Com a questão nº 1, pretendia-se saber: Qual é o histórico da rádio?

Com a questão nº 2, objetivava-se responder à pergunta: Hoje qual é a programação


da rádio?

Com a questão nº 3, pretendia-se verificar: Desses programas, quais estão voltados à


informação e formação profissional?

A questão nº 4 foi elaborada, visando saber: Se sim, como é desenvolvido esse (s)
programa (s)? E quais são os métodos?

A questão nº 5 intencionou conhecer: Quem é o apresentador desse (s) programa (s)?


Com a questão nº 6, pretendia-se saber: Se não, há interesse em apresentar um
programa neste gênero?

No próximo capítulo, faz-se a análise das respostas obtidas durante as entrevistas com
os comunicadores das rádios comunitárias pesquisadas.

35
CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DOS RESULTADOS

Apresenta-se, neste capítulo, um entreposto entre os pressupostos teóricos expostos até


o momento e as análises demonstradas ao longo deste capítulo. Este momento faz-se
necessário para que se tenha uma real percepção da metodologia utilizada no levantamento
das informações que farão parte da análise final.

Seguindo a metodologia proposta inicialmente e levando em consideração o objetivo


inicial deste estudo - sugerir um modelo de programa de rádio com enfoque na formação e
informação de profissionais no Médio Vale do Itajaí – os parágrafos, a seguir, são destinados
aos resultados e análise dos programas de educação radiofônica, ressaltando a educação
profissional.

Abaixo são transcritas originalmente as respostas dos entrevistados.

Em relação à questão de nº 1: Qual é o histórico da rádio?

Na Rádio Comunitária Fortaleza Adenilson Teles de Blumenau o funcionário


Anderson Engels disse que as dificuldades inicialmente foram inúmeras, pois foram
perseguidos por outros meios de comunicação, e, inclusive a Rádio foi fechada e todo
equipamento foi apreendido pela Polícia Federal. Finalmente, em 2007, a rádio foi legalizada
e recebeu sua outorga.

Infelizmente, neste meio tempo, o seu idealizador Adenilson Teles, morador da


Fortaleza, faleceu, lutando por este projeto. E, para homenageá-lo foi incluído seu nome ao da
rádio, pelos 10 anos de muito sacrifício e luta de Teles e seus apoiadores para poderem fazer
com que a rádio existisse.

Hoje, a rádio que passou pela restauração depois da última enchente em novembro de
2009, está mais fortalecida com o apoio de colaboradores culturais, voluntários e instituições
como a FURB e o principal de tudo, legalizada.

Na Ponte FM, rádio comunitária de Indaial o Sr. Amilton Cunha relatou a trajetória do
Sr. Gustavo Moritz que, em 1998, iniciou o projeto da rádio e no mesmo ano encaminhou
para o Ministério da Comunicação em Brasília. Sr. Moritz, hoje está aposentado e é assessor
da rádio, sempre envolvido as entidades da cidade assim como: Lions, Grupo de Escoteiros e
APAE.

36
Inicialmente nenhuma entidade ou cidadão da cidade acreditava em seu projeto, nem
mesmo o Sr. Amilton Cunha, hoje coordenador da rádio, porém com sua insistência e
perseverança, conseguiu erguer a Rádio.

Na trajetória histórica da Rádio constata-se que esta desenvolveu muitas atividades


diretamente voltadas à comunidade, assim como: campanhas de arrecadação de agasalhos,
limpeza do Rio Itajaí Açu, atividades com o Corpo de Bombeiros da cidade, assistencialismo
à comunidade mais carente da cidade.

Hoje a rádio mantém o ideal do Sr. Moritz, sendo uma rádio sem cunho religioso e
sem interesses políticos. Ela tem compromisso com a verdade, independente de que cada
funcionário ou colaborador da Rádio venha ter a sua crença ou afinidade com algum grupo
partidário.

Em Pomerode, o Sr. Manfredo Goeder mais conhecido por Mani, respondeu que tudo
começou através do Sr. Siegfried Lange que, em 1984, foi um dos fundadores da primeira
rádio de Pomerode a Rádio Pomerode AM 1580, e foi quem também iniciou as atividades
para que a cidade tivesse uma rádio Comunitária.

A rádio hoje conta com profissionais de bom nível profissional e com equipamentos
de ultima geração, pois prioriza o profissionalismo, independente da “forma” que hoje é visto
uma rádio comunitária.

Com a concessão confirmada pelo Congresso Nacional, desde novembro de 2008, a


Associação Portal Rádio FM tem autorização para prestar o serviço de radiodifusão
comunitária na cidade de Pomerode e desde 24 de maio de 2009 que opera em caráter
experimental, situada na Rua Luiz Abry número 454, no centro de Pomerode, e intitulada
como Rádio Portal 98.3 FM.

A Pérola FM é a rádio de Indaial, que conta com o coordenador o Sr. Brian Girard,
Inicialmente a rádio teve suas dificuldades financeiras, assim como muitas neste seguimento,
mas foi necessário colocar no ar com toda precariedade da época, pois tinham que atender as
exigências legais do governo.

Após um ano ar, a rádio conseguiu estabilizar-se financeiramente e começou a investir


em pesquisa, para ter um feedback do seu público alvo.

37
Dois anos depois foi constatado que já estava entre as melhores rádios, e com uma
audiência comparada a de rádios Comerciais da região, contando com as limitações que as leis
para rádios comunitárias exigem.

E, por fim, em Rodeio, na rádio Comunitária Trentina FM, o Sr. Gabriel Fruet
descreveu parte da história da rádio, onde partiu da iniciativa de um grupo formado por
Arestides Stiz, Arestides Fronza e Antônio Campreguel.

Com propósito comunitário, a rádio procura atender às necessidades de informação,


música e cultura local, principalmente sobre a cultura Italiana, que faz parte da colonização da
cidade.

No início das atividades, a divulgação da rádio foi por meio do “boca-a-boca”. A


abrangência de sinal atende parte da cidade de Rodeio, regiões da cidade de Ascurra e
Apiúna, por se tratar de uma região geograficamente montanhosa.

O entrevistado ainda reforçou que há programas com piadas, histórias da colonização,


contos e apresentações musicais e que fazem parte do programa aos domingos de manhã.

O relato acima leva a inferir que as dificuldades de cada rádio igualam-se nas questões
financeiras e viabilidade de tornar concreto um projeto que visa o bem estar da comunidade
local. Isso conferimos na entrevista da Rádio Comunitária de Blumenau, que além de tentar
dar voz a comunidade, a perseguição por outros meios de comunicação levaram ao extremo
esta jornada.

Deduz-se que em muitos casos a demora das documentações encaminhada para a


aprovação, traz aborrecimentos, e, em contra partida traz mais “força” e vontade de “lutar
pelo bem da comunidade.

Com a questão nº 2, objetivava-se responder à pergunta: Hoje qual é a programação


da rádio? , os entrevistados afirmaram que:

A programação da rádio Comunitária de Blumenau, após algum tempo no ar,


conseguiu apenas este ano (2009), com ajuda de profissionais de comunicação chegar a uma
formatação ideal, para que se crie uma identidade para com seus ouvintes, e até mesmo nos
adeqüemos a programação para as pessoas que nos ouvem.

Na terça-feira temos no período da tarde até o final da noite a transmissão direta do


Baile do Clube dos Idosos que acontece aqui ao lado da rádio.

38
A Ponte FM já conta com uma programação forte e consolidada, com grandes índices
de audiência (comparado a uma rádio comercial) e basicamente tem uma programação
voltada a ouvintes que gostam de músicas gauchescas e populares.

Destaco o programa de sábado o Programa Comunidade em Ação, com as notícias


locais e que nos traz um grande respaudo.

A programação da Portal FM de Pomerode ainda não está definida, mas já temos


através de pesquisa que o nossos futuros ouvintes querem programas locais e que valorizem a
cultura e informação de Pomerode, estaremos abertos a sugestões até que alinhemos a nossa
programação.

Em Indaial na Pérola FM, acabou se seguindo uma programação voltada ao ouvinte


jovem, que gosta de um sertanejo, música gaúchas, e grandes hits que tocam nas melhores
redes de rádios comerciais, temos uma boa audiência e fiel por deixarmos “redondo” esta
programação.

Na cidade colonizada pelos italianos (Rodeio) a Rádio Trentina FM traz a


programação com muita música em italiano, e informações culturais e notícias locais,
destaque para o programa de Domingo no período da manhã com músicas apenas em Italiano
e para o programa diários Jornal da Trentina das 7h30min. às 9h.

As respostas revelaram que as rádios que estão há mais tempo no ar procuraram ter
uma preocupação em realizar uma programação com enfoque voltado ao seus ouvintes, assim
como em uma rádio comercial, e observaram que com esta padronização os ouvintes seguem
fielmente.

As rádios comunitárias que estão há menos de dois anos no ar, estão levando em
consideração que a programação padronizada, seguindo a preferência dos ouvintes é a grande
chance para que se chegue a um sucesso entre tantas outras rádios, seja ela comercial ou não.

Com a questão nº 3, pretendia-se verificar: Desses programas, quais estão voltados à


informação e formação profissional?, os entrevistados afirmaram que:

Aqui na Rádio Comunitária Fortaleza nós tínhamos um programa que se chamava


Informe Profissional que inicialmente ia ao ar todas as terças-feiras das 8h às 9h da noite,
depois de três meses no ar o programa começou a ser exibido aos sábados das 9h às 10h da
manhã, mas depois da enchente de novembro, o programa não foi mais ao ar. A rádio levou
dois meses para se recompor, e por falta de tempo, os comunicadores não mais apresentaram
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o programa, era um programa com uma hora de duração e tinha informações sobre profissões,
anunciava cursos e palestras da cidade voltados para este assunto, e tinha um quadro que se
chamava Momento Mario Persona, para o qual o palestrante, trazia semanalmente dicas e
novidades sobre o mundo coorporativo.

Na rádio Ponte FM de Indaial nós nunca tivemos um programa específico sobre


formação e informação profissional, temos sim de hora em hora dicas de emprego na cidade e
região em parceria com empresa de Recrutamento Humano (RH).

Em Pomerode, na rádio Portal FM, o entrevistado disse não.

Na Pérola FM, o entrevistado respondeu “não temos não”.

Na cidade de Rodeio, na Rádio Trentina FM, o entrevistado respondeu: “Sim, temos e


chama-se Momento Profissional que vai ao ar às terças e quintas-feiras das 11h30min. às 12h.
com o comunicador Nereu Miranda, que é uma pessoa que já atua na área de formação
profissional, ele ministra palestras e cursos sobre o tema. Esse programa que já está no ar há
três meses, com participação dos ouvintes através do telefone. Há também entrevistas com
profissionais do ramo".

Pelas respostas da 3ª pergunta, constata-se que apenas a rádio de Rodeio tem um


programa com enfoque em formação e informação profissional, com uma apresentação de 30
min., duas vezes por semana, com entrevistas e curiosidades sobre a formação profissional
tem tido grande êxito, pois o comunicador já é um profissional voltado a esta área, e em
apenas 30 min. cria um ambiente favorável.

A meu ver, a grande audiência do programa radiofônico de formação profissional


deve-se ao fato de ter entre os ouvintes um grande número de trabalhadores das fábricas e
indústrias concentradas no Médio Vale do Rio Itajaí. Com isso, os ouvintes recebem
informações importantes para sua capacitação profissional.

A questão nº 4 foi elaborada, visando saber: Se sim, como é desenvolvido esse (s)
programa (s)? E quais são os métodos?

Para essa pergunta, apenas o entrevistado da rádio comunitária de Rodeio respondeu


que não há uma metodologia específica para este programa. O comunicador levanta os
assuntos que está em voga no momento, procura trazer assuntos para o profissional da nossa
cidade, e através do retorno dos ouvintes ele mede a repercussão do assunto.

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Pressupõe-se que o programa acima não tem uma metodologia aplicada a todos os
programas, mas o comunicador da rádio comunitária de Rodeio tem a preocupação de
atualizar o assunto, trazendo novidades ao ouvinte ou até mesmo para ouvintes que procuram
o programa como forma de formação profissional. No programa são convidados profissionais
liberais e técnicos de diversas áreas que transmitem suas experiências aos ouvintes, os quais
se identificam com o programa.

A questão nº 5 intencionou conhecer: Quem é o apresentador desse (s) programa (s)? ,


o entrevistado da rádio comunitária de Rodeio afirmou que é o Sr. Nereu Miranda, palestrante
e professor.

Com a questão nº 6, pretendia-se saber: Se não, há interesse em apresentar um


programa neste gênero?, os entrevistados afirmaram que:

Rádio Comunitária Fortaleza - “Sim, aguardamos a oportunidade aqui na Rádio


Comunitária Fortaleza para que este programa volte a nossa programação”.

Rádio Ponte FM - “Sim, mediante a uma proposta que seja atraente ao público da
nossa rádio”.

Rádio Portal FM - “Sim”.

Rádio Pérola FM - “Sim, só teremos que analisar a viabilidade com futuros apoiadores
culturais”.

Podemos considerar que as rádios que hoje não têm um programa voltado à formação
e informação profissional, têm o interesse de inseri-lo em sua grade de programação, pois
reconhecem tal deficiência em suas emissoras para satisfazer os seus ouvintes.

As entrevistas provocaram nas pessoas uma indagação que poderá fazer surgir
programas de interesse da comunidade local em favor da melhoria de vida de seus moradores
no mundo do trabalho.

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CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho buscaram-se os elementos que possibilitaram atender ao problema


apresentado na introdução deste trabalho. Tinha-se por objetivo geral pesquisar a existência
de programas de rádio comunitária com enfoque na formação e informação de profissionais
no Médio Vale do Itajaí.

Frente às respostas apresentadas, acredita-se que este trabalho despertou nas pessoas
envolvidas uma preocupação em oferecer este serviço ao público ouvinte das rádios.

Os resultados demonstraram que o objetivo geral e os específicos foram atingidos,


pois foi identificado um programa com enfoque na formação profissional na Rádio Trentina
FM da cidade de Rodeio – SC.

O estudo realizado mostra que há interesse de inserir esse modelo de programa para o
público ouvinte, uma vez que o povo tem interesse em sua constante formação.

Pelo que se observa esta iniciativa vai motivar o trabalhador a crescer


profissionalmente ou galgar degraus em seu emprego na empresa em que trabalha.

Uma dificuldade encontrada durante a pesquisa foi encontrar bibliografia direcionada


ao assunto abordado neste estudo, já que o assunto pode ser considerado inédito.

Esta pesquisa despertou o interesse de todas as rádios estudadas em acrescentar na


programação tal programa, mediante a um considerável estudo para que se molde à realidade
de cada comunidade.

Sugere-se que esta pesquisa seja ampliada, abordando todo o Vale do Itajaí. Outra
pesquisa que pode ser desenvolvida neste âmbito é como produzir programas voltados para a
formação e orientação profissional.

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