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BLUMENAU
2009
0
LEANDRO ESTEVE BRANDT DESTRO
BLUMENAU
2009/1
1
2
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus pelo dom da vida, e por ter me colocado a caminhar
ao lado da verdade e de grandes professores e educadores;
À minha esposa que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos e teve
paciência principalmente durante a graduação;
Ao meu orientador, professor e Mestre Rafael José Bona, que soube me guiar durante
todo o processo desta pesquisa;
Aos meus familiares e amigos que tiveram paciência em todos os momentos que eu
disse não a vida social, e sim a este projeto;
3
EPÍGRAFE
"O mais importante na comunicação é escutar aquilo que não foi dito."
Peter Drucker
4
RESUMO
Neste trabalho, tem-se por objetivo geral pesquisar a existência de programas de rádio com
enfoque na formação e informação de profissionais no Médio Vale do Itajaí. A metodologia
aplicada neste trabalho caracterizou-se como pesquisa descritiva e documental, objetivando
obter maior familiaridade com os aspectos que devem compor uma produção radiofônica que
tenha por objetivo a formação e a informação profissional. Após essa etapa, foi desenvolvido
um estudo de caso envolvendo as Rádios Comunitárias na Região do Médio Vale do Itajaí,
assim como a de Blumenau, Timbó, Gaspar, Indaial, Pomerode e Rodeio, uma vez que estas
cidades já contam com rádios comunitárias em plena atividade e devidamente legalizadas,
conforme a legislação do Ministério das Comunicações. Concluiu-se que hoje há um
programa voltado para formação e informação profissional na Rádio Trentina FM, e que esta
pesquisa despertou o interesse de todas as rádios estudadas em acrescentar na programação tal
programa, mediante a um considerável estudo para que se molde à realidade de cada
comunidade.
5
ABSTRACT
In this paper there is a aim on searching the existance of radio programs focused on
professional forming and informing in Médio Vale do Itajaí. The methodology used in the
current paper was characterized as an documentary and descriptive research aiming to become
more familiar with the aspects that must e present in a radiophonic production focused on
professional forming and informing. After this phase a case study was developed with
Community Radio Stations in Medio Vale do Itajaí area, such as Blumenau, Timbó, Gaspar,
Indaial, Pomerode e Rodeio, once those towns already have community radio stations fully
operationnal and legally aligned with the Ministry of Communication. It was concluded that
nowadays there is program focused on professional forming and informing in the radio station
Trentina FM, and also that the present study raised interest among all radio stations
researched towards inserting such program among their current programs, considering a
reasonable study for it to adjust to each community reality.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 8
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 43
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INTRODUÇÃO
O tema se faz importante para que haja “uma forma” padrão de programas voltados à
formação e informação profissional de um modo geral. Ao buscar esta “padronização” este
trabalho trará a novidade nas formas de programação de rádio voltadas exclusivamente ao
meio profissional.
8
revisão bibliográfica foi realizada mediante leitura sistemática, com fichamento de cada obra,
ressaltando os pontos abordados pelos autores pertinentes ao tema em questão. Ela é oportuna
para a obtenção de informações que possibilitem gerar suporte à pesquisa e subsídios para a
identificação do problema. Os fundamentos teóricos, obtidos por meio da pesquisa, estão
relacionados ao método de pesquisa. Após essa etapa, foi desenvolvido um estudo de caso
envolvendo as Rádios Comunitárias na Região do Médio Vale do Itajaí, assim como a de
Blumenau, Timbó, Gaspar, Indaial, Pomerode e Rodeio, uma vez que estas cidades já contam
com rádios comunitárias em plena atividade e devidamente legalizadas, conforme a legislação
do Ministério das Comunicações. Na sequência foram ouvidos todos os programas, a fim de
observar o que estava sendo feito dentro do enfoque desta pesquisa. A abordagem deste
estudo é predominantemente qualitativa. Para a coleta de dados utilizou-se como estratégia de
coleta de dados a entrevista.
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CAPÍTULO 1 - O RÁDIO
Como se sabe, o rádio é considerado o amigo de todas as horas e momentos, seja para
quem está trabalhando, estudando, conversando, em um leito de hospital, durante uma viagem
de carro ou bicicleta, na Internet ou em qualquer lugar do mundo. Enfim, todo e qualquer
lugar que venha a ter uma atividade humana, lá estará o rádio.
Para que este fenômeno eletrônico tivesse tanto alcance, em meados de 1830,
iniciaram experiências para comprovação da existência de ondas eletromagnéticas. Além
destas experiências, o telégrafo e o telefone foram fundamentais para o descobrimento do
rádio. O trabalho do norte-americano Samuel Morse entre 1832 e 1837 resultou na invenção
do telégrafo, aparelho que transmitia sinais a distâncias (SANTOS, 2005).
De forma gradativa, muitos cientistas pelo mundo todo descobriram maneiras para que
sinais fossem transmitidos e recepcionados via ondas eletromagnéticas. No entanto, a
partenidade do rádio é questionada por Ferraretto (2001a, p. 82), para quem o italiano
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Guglielmo Marconi não foi o descobridor do rádio, pois, segundo Ferraretto, descobertas já
haviam sido desenvolvidas pelo russo Aleksandro Popov, o qual provara que uma antena é
capaz de jogar sinais no ar, e os de Branly e Lodge também já eram conhecidos no mundo,
mas somente Marconi conseguiu fazer soar uma campanhia à distância de um quilômetro
através de ondas eletromagnéticas (SANTOS, 2005).
O russo David Sarnoff, em 1916, sugere a utilização da nova tecnologia dentro de uma
nova “roupagem”, onde pudesse ser comercializado e pudesse ter tal alcance, a fim de que
todos os lares viessem ter um aparelho de rádio em sua casa. A sugestão firmava-se como um
novo entretenimento doméstico e ganharia contornos de meio de comunicação de massa, já
que, até então “[...] foi considerado um grave defeito do rádio o fato de que era possível captar
com relativa facilidade as mensagens que, da estação emissora, eram endereçadas a um
destinatário específico” (GIOVANNINI, 1987, apud SANTOS, 2005 p.61).
11
Unidos, pois acreditava que o meio rádio poderia se tornar um meio de comunicação popular
e lucrativo. (SANTOS, 2005).
Os primeiros sinais do rádio no Brasil foram a partir de 1896, época em que o Pe.
Roberto Landell de Moura buscou resultados superiores aos dos estrangeiros. As primeiras
experiências com transmissões e recepções de sons e sinais por meio de ondas
eletromagnéticas teriam ocorrido entre 1893 e 1894 (FERRARETTO, 2001a, p.83). O autor
salienta o grande valor do trabalho do padre, gaúcho e cientista, evidenciado em diversos
documentos e jornais da época. Por meio das patentes registradas no Brasil e nos Estados
Unidos, foi demonstrado o pioneirismo do cientista brasileiro.
Após a vinda dos Estados Unidos, onde conseguira a patente do telégrafo sem fio, do
telefone sem fio e do transmissor de ondas, Roberto Landell de Moura solicita ao então
presidente Rodrigues Alves a liberação de dois navios para demonstrações com seu telégrafo
sem fio. Taxado de louco, teve seu pedido negado. Regressou ao Rio Grande do Sul,
morrendo aos 66 anos de idade na cidade de Porto Alegre em 30 de junho de 1928. (RÁDIO
CLARET, 2009)
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novo meio de comunicação conseguiu alcançar um dos maiores sucessos do mundo junto à
população. A imprensa escrita havia levado séculos para chegar aqui, mas o meio de
comunicação eletrônico levou menos tempo. Em 22 de setembro de 1922, durante as
comemorações do centenário da independência, a Westinghouse realizou a primeira
demonstração pública de rádio, irradiando o pronunciamento do presidente Epitácio Pessoa
para várias partes da cidade do Rio de Janeiro. Mas, foi no dia 20 de abril de 1923, que o
educador Edgard Roquete Pinto, considerado o pai do rádio brasileiro, inaugurou a Rádio
Sociedade do Rio de Janeiro, primeira emissora regular do país, em conjunto com Henry
Morize. Antes disso, em 6 de abril de 1919 foi ao ar em Recife a Rádio Clube de Pernambuco
(LAHNI, 2002, p. 56), mas a emissora não fazia emissões com frequência.
Nesta primeira fase, o rádio se mantinha com mensalidade pagas pelos que
possuíram aparelhos receptores, por doações eventuais de entidades privadas ou
publicas e muito raramente, com inserção de anúncios pagos, que, a rigor, eram
proibidos pela legislação da época (ORTRIWANO, 1985, p.14).
O rádio, no Brasil, assim como mais tarde a televisão, permitiu a influência das artes,
inclusive aquelas passíveis de transmissões por sons. Com isso, sem dúvida, a música foi a
mais beneficiada, pois deu dimensões extraordinárias a musica popular. Já a música erudita
foi mais restrita (MEDEIROS; VIEIRA, 1999).
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1.3 RÁDIO COMERCIAL
Na década de 30, surge o rádio comercial “devido à inserção publicitária pelo decreto
21.111, de 10 de março de 1932, que correspondia a 10% da programação veiculada. Então,
de interesses educativos passou para interesses mercantis”. (ALVES, 2009).
As emissoras denominadas como Rádio Comercial têm como objetivo maior obter
lucros através do meio de comunicação e podem transmitir por todas as amplitudes que
abrangem a radiodifusão sendo:
Segundo Santos (2005, p.72), dois são os clientes de uma emissora de rádio: os
ouvintes e os anunciantes. Os ouvintes ouvem a programação da rádio e “influenciados” pelos
anúncios que a mesma veicula, compram os produtos e serviços que ali é anunciado. O
segundo tem o papel de auxiliar na manutenção das rádios através de seus contratos de
publicidade fechado diretamente com as emissoras ou até mesmo com agências de
publicidades.
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revogada num prazo de dez anos pelo Ministério das Comunicações
(SANTOS.2005,p.72).
a) as eminentemente comunitárias;
b) as que estão sob controle de algumas pessoas;
c) as comerciais;
d) as de cunho político-eleitoral;
e) as de cunho religioso.
Silva (2008, p. 76-79), por sua vez, agrupa as rádios comunitárias em quatro
categorias:
a) Comunitárias propriamente ditas – onde a comunidade diretamente ou através das
associações de moradores e/ou entidades, fazem parte das decisões gestoras da
emissora assim como: produção, programação e conteúdo veiculados.
A autora ressalta que nem sempre conseguem se reunir para tais decisões, porém,
são caracterizadas por terem surgido de um grupo de pessoas ou entidades
vinculadas aos movimentos populares, Igreja Católica ou suas pastorais. Em Santa
Catarina, são 21 emissoras incluídas nesta categorias: Cornel Martins/rádio Pedra
Branca e Treze Tílias/rádio Tirol (região oeste); Bom Retiro/rádio Portal da Serra,
Campo Belo do Sul/Estúdio 105 e Otacílio da Costa/rádio Cidade (região serrana);
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Guaramirim/rádio Pró-Guaramirim e Timbó Grande/rádio São José (norte);
Taió/rádio comunitária de Taió, Blumenau/Rádio Fortaleza e Itajaí/Conceição
(região do vale); Criciúma/DCE, Garopaba/104,9; Içara/Vila Nova e
Içara/Balneário Rincão, Jaguaruna/Sambaqui, Morro da Fumaça/Estação Cocal,
Passo de Torres/Alternativa e Passo de Torres/Cidadania, Praia Grande/Voz Amiga,
São João do Sul/FM 104.9/Oficinas (sul) e Alfredo Wagner/rádio Nascente do Vale
(Grande Florianópolis).
b) Mistas – nascida de um projeto individual ou de um grupo restrito, mas possuem
uma abertura à participação da comunidade para apenas a programação da mesma,
muitas vezes centralizada em apenas uma ou poucas pessoas. Neste grupo
classificam as seguintes rádios comunitárias de Santa Catarina: Monte Carlo/rádio
Amigos de Monte Carlos e Ouro/rádio Cidade (região oeste); Celso Ramos/rádio
Amizade e Correria Pinto Voz Serrana (região serrana); Garuva/rádio União
(norte); Itajaí/Luz do Amanhã (região do Vale); Armazém/rádio Armazém, Braço
do Norte/ABC FM, Forquilhinha/Novas Estrela, Meleiro/ Informativa, Morro da
Fumaça/A Voz do Povo, São João do Sul/FM 99.7, Urussanga/FM 104,9 (sul).
c) Particulares – assim como as Mistas, nascem também de um projeto individual,
porém não estão abertas à comunidade e aparecem motivadas por interesses
políticos e comerciais, em fim a rádio é instrumento para abrir e gerar negócios e
influências. A administração assim como a programação é definida por uma ou
poucas pessoas. As rádios que se enquadram neste padrão são: Itapoá/Rádio Itapoá
FM 87,9 (norte); Balneário Camboriú/rádio Natureza e Bombinhas/rádio Mariscal
(região do Vale); Cocal do Sul/Fm 104,9, Lauro Muller/rádio Machadinho e Nova
Veneza/Veneza FM 107,1 (sul).
d) Confessionais – são aquelas onde os gestores são as igrejas e/ou o conteúdo é
voltado apenas a assuntos religiosos, na maior parte são igrejas evangélicas,
algumas até abrem o espaço para a comunidade, mas esta ação predomina o
assistencialismo e as rádios comunitária que se destacam são: Camboriú/rádio Voz
do Vale (Vale); e Morro da Fumaça/FM 107,1 (sul).
Uma rádio comunitária não significa contrapor-se à produção de qualidade, mas sim
promover de fato uma comunicação dialógica e bidirecional, ou seja, onde o receptor torna-se
emissor e vice-versa, onde as manifestações político-sócio-culturais da comunidade em que
está inserida tenham visibilidade.
Faz-se necessária uma fonte de renda para que uma rádio comunitária possa
desenvolver um trabalho responsável e de qualidade junto à comunidade. Para isso, acredita-
se ser possível uma união da própria comunidade que poderá atuar de diversas formas, seja
através de apoios culturais, através de cotas, como associados, enfim, através do trabalho e da
movimentação da própria comunidade.
A radiodifusão comunitária com fins educativos surgiu na América Latina nos anos
quarenta do século XX com a rádio Sutantenza na Colômbia. Mas a interrelação da rádio com
a educação consolidou-se nos anos setenta, por meio de muitos projetos coordenados pela
Associação Latino Americana de Educação Radiofônica – ALER, com sede em Quito no
Equador.
Nessa perspectiva, o rádio pode ser visto como um importante meio para que se possa
desenvolver uma Comunicação Educativa, pois a oralidade do rádio se parece com uma
contação de história, que somos habituados a ouvir desde a infância.
Outro ponto relacionado à linguagem oral do rádio que aproximou, ao longo dos anos,
esse veículo de comunicação do cotidiano popular, refere-se a um problema social: a
desigualdade econômica que gera um índice astronômico de analfabetos, especialmente no
meio rural, região historicamente discriminada. O analfabetismo associado ao costume das
18
camadas mais pobres da população brasileira é também um elemento que populariza o rádio
no Brasil (BRAGA, 2001).
Um outro ponto é que a oralidade do rádio pode ser considerada uma ferramenta de
acessibilidade ou inclusão social. Entretanto, para o rádio ser educativo é preciso partir do
contexto dos ouvintes, estimular a compreensão e a leitura das informações, abrir espaço para
a participação, e, sobre tudo, ter o diálogo como princípio fundamental.
Na opinião de Braga e Calazans (2001, p. 25), “[...] o rádio oferece o som, mas propõe
sobretudo outros modos de representar o mundo, como formas de transmitir o que está na
realidade”. Trata-se da penetrabilidade e da inclusividade; ou seja, o rádio penetra nos
processos sociais modificando-os.
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A partir do que foi exposto acima, é possível perceber que o rádio pode ser visto
como um componente do processo educativo.
A produção radiofônica abrange uma série de fatores fora de uma rádio. Segundo
Mcleish (2001), o produtor ou produtora de um programa de rádio que se limita apenas a ficar
dentro de seu estúdio, sem ter o contato com a comunidade em geral, estão fadados à
decadência.
O produtor tem que ter um contato direto com seus ouvintes, ouvi-los, perceber a sua
necessidade, ler o que eles lêem para que toda idéia e qualquer material divulgado em uma
rádio seja diretamente destinada aquele público alvo.
O autor comenta que para qualquer nova idéia ser levada ao ar, deve ser levado em
consideração os seguintes fatores:
• Pessoal;
• Dinheiro;
• Equipamento técnico;
• Tempo.
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1.6.1 Planejamento de recursos
O autor neste subtítulo refere-se ao conteúdo que o programa terá, entrevistas, músicas
selecionadas da discoteca da rádio e links que fora escrito para a clareza do tema e conteúdo.
21
CAPÍTULO 2 – O RÁDIO NO MÉDIO VALE DO ITAJAÍ
Em Santa Catarina, a história do rádio inicia-se com João Medeiros Junior, em meados
dos anos 20, pelas mãos do contador João Medeiros Júnior, nascido na antiga Desterro, atual
Florianópolis, em 1893, onde teve suas atividades sociais intensas, sendo escolhido como
membro do Conselho Consultivo do Município (Câmara Municipal) e nomeado suplente de
juiz de direito por duas vezes, além das atividades sociais foi pioneiro no radioamadorismo
catarinense. (ACAERT, 2009).
Segundo o site da ACAERT (2009) – Museu do Rádio, poucas vezes eram lidas notas
jornalísticas extraídas de jornais. A transmissão era feita das 6 horas da manhã até às 23 horas
(horário que permaneceu por quase 50 anos). Entretanto, muitas vezes a programação era
interrompida devido aos equipamentos, que esquentavam muito e tinham que "descansar"
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durante certo período do dia. A locutora, pela manhã, era Atalá Branco, que ia para rádio
apenas nas horas de folga, e na parte da tarde, João Medeiros Júnior e José Ferreira da Silva
eram os locutores. Como as transmissões eram todas ao vivo, era obrigatória a presença de
pelo menos um locutor no estúdio. A Rádio Clube de Blumenau reinou por muitos anos
sozinha, pelo menos durante a década de 30.
23
Figura 2 - Estúdio da Rádio Clube de Blumenau déc. 1930.
Fonte : Arquivo Histórico de Blumenau (2009)
24
Figura 4 - Estúdio da Rádio Clube de Blumenau déc. 1930.
Fonte : Arquivo Histórico de Blumenau (2009)
25
Figura 6 – Torres de Transmissão da Rádio Clube de
Blumenau déc. 1930.
Fonte : Arquivo Histórico de Blumenau (2009)
27
• Suplentes: Leopoldo Freitag - RadCom Guaramirim e Nilton Serafim - RadCom
Lontras.
28
CAPÍTULO 3 - ESTUDO DE CASO
Optou-se por trabalhar com rádios do Médio Vale do Itajaí, o que torna a tarefa
bastante interessante. As cidades que compõem o Médio Vale, segundo a Associação dos
Municípios do Médio Vale do Itajaí - AMMVI (2009) são: Apiúna, Ascurra, Benedito Novo,
Blumenau, Botuverá, Brusque, Doutor Pedrinho, Gaspar, Guabiruba, Indaial, Pomerode, Rio
dos Cedros, Rodeio e Timbó. A seguir, apresenta-se uma imagem do mapa que compõe as
cidades do médio Vale do Itajaí.
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comunicação, e, inclusive, foi fechada, sendo todo seu equipamento aprendido pela Polícia
Federal. Finalmente, em 2007, a Rádio Comunitária Fortaleza foi legalizada e recebeu sua
outorga. Infelizmente, neste meio tempo, o seu idealizador Adenilson Teles, morador do
Bairro Fortaleza, faleceu, lutando por este projeto. E, para homenageá-lo, foi incluído seu
nome ao da Rádio, pelos 10 anos de muito sacrifício e luta do Teles e seus apoiadores para
poderem fazer com que a Rádio existisse (ADCF, 2009).
1
Entrevista concedida pelo Sr. Engels, membro da Rádio Comunitária Fortaleza. (2009).
30
3.2 RÁDIO PONTE FM
A Rádio Ponte FM tem por razão social Associação Comunitária de Difusão Cultural
de Indaial, situada na Rua Castelo Branco, 111, sala 04, no centro da cidade de Indaial.
Hoje a rádio mantém o ideal do Sr. Moritz, sendo uma rádio sem cunho religioso e
sem interesses políticos. Ela tem compromisso com a verdade, independente de que cada
funcionário ou colaborador da Rádio venha ter a sua crença ou afinidade com algum grupo
partidário. 2A seguir, apresenta-se uma imagem do estúdio da rádio Ponte FM.
2
Entrevista concedida pelo Sr. Amilton Cunha, coordenador da Rádio Ponte FM (2009).
31
3.3 ASSOCIAÇÃO PORTAL RÁDIO FM
O Sr. Siegfried Lange que em 1984 foi um dos fundadores da primeira rádio de
Pomerode a Rádio Pomerode AM 1580, e foi quem iniciou as atividades para que a cidade
também tivesse uma rádio Comunitária.
A rádio hoje conta com profissionais de bom nível profissional e com equipamentos
de ultima geração, pois prioriza o profissionalismo, independente da “forma” que hoje é visto
uma rádio comunitária.3 A seguir, apresenta-se uma imagem do estúdio da rádio Portal FM.
3
Entrevista concedida pelo Sr. Manfredo Goede (Mani), coordenador da Rádio Portal FM (2009).
32
3.4 RÁDIO PÉROLA FM
Inicialmente a rádio teve suas dificuldades financeiras, assim como muitas neste
seguimento, mas foi necessário colocar no ar com toda precariedade da época, pois tinham
que atender as exigências legais.
Dois anos depois foi constatado que já estava entre as melhores rádios, e com uma
audiência comparada a de rádios comerciais da região, contando com as limitações que as leis
para Rádios Comunitárias exigem.4 A seguir, apresenta-se uma imagem do estúdio da rádio
Pérola FM.
4
Entrevista concedida pelo Sr. Brian Girard, coordenador da Rádio Pérola FM (2009).
33
3.5 RÁDIO TRENTINA FM
No início das atividades, a divulgação da rádio foi por meio de “boca a boca”. A
abrangência de sinal atende parte da cidade de Rodeio, regiões da cidade de Ascurra e
Apiúna, por se tratar de uma região geograficamente montanhosa.
5
Entrevista concedida pelo Sr. Gabriel Fruet, funcionário da Rádio Trentina FM (2009).
34
3.6 COLETA DE DADOS
Para coletar os dados, foram realizadas entrevistas com pessoas que atuam nas rádios
pesquisadas. As entrevistas constituem instrumento que permitem aproximar-se dos
pesquisados de forma espontânea, devido à relação construída entre o pesquisador e os
pesquisados.
A questão nº 4 foi elaborada, visando saber: Se sim, como é desenvolvido esse (s)
programa (s)? E quais são os métodos?
No próximo capítulo, faz-se a análise das respostas obtidas durante as entrevistas com
os comunicadores das rádios comunitárias pesquisadas.
35
CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DOS RESULTADOS
Hoje, a rádio que passou pela restauração depois da última enchente em novembro de
2009, está mais fortalecida com o apoio de colaboradores culturais, voluntários e instituições
como a FURB e o principal de tudo, legalizada.
Na Ponte FM, rádio comunitária de Indaial o Sr. Amilton Cunha relatou a trajetória do
Sr. Gustavo Moritz que, em 1998, iniciou o projeto da rádio e no mesmo ano encaminhou
para o Ministério da Comunicação em Brasília. Sr. Moritz, hoje está aposentado e é assessor
da rádio, sempre envolvido as entidades da cidade assim como: Lions, Grupo de Escoteiros e
APAE.
36
Inicialmente nenhuma entidade ou cidadão da cidade acreditava em seu projeto, nem
mesmo o Sr. Amilton Cunha, hoje coordenador da rádio, porém com sua insistência e
perseverança, conseguiu erguer a Rádio.
Hoje a rádio mantém o ideal do Sr. Moritz, sendo uma rádio sem cunho religioso e
sem interesses políticos. Ela tem compromisso com a verdade, independente de que cada
funcionário ou colaborador da Rádio venha ter a sua crença ou afinidade com algum grupo
partidário.
Em Pomerode, o Sr. Manfredo Goeder mais conhecido por Mani, respondeu que tudo
começou através do Sr. Siegfried Lange que, em 1984, foi um dos fundadores da primeira
rádio de Pomerode a Rádio Pomerode AM 1580, e foi quem também iniciou as atividades
para que a cidade tivesse uma rádio Comunitária.
A rádio hoje conta com profissionais de bom nível profissional e com equipamentos
de ultima geração, pois prioriza o profissionalismo, independente da “forma” que hoje é visto
uma rádio comunitária.
A Pérola FM é a rádio de Indaial, que conta com o coordenador o Sr. Brian Girard,
Inicialmente a rádio teve suas dificuldades financeiras, assim como muitas neste seguimento,
mas foi necessário colocar no ar com toda precariedade da época, pois tinham que atender as
exigências legais do governo.
37
Dois anos depois foi constatado que já estava entre as melhores rádios, e com uma
audiência comparada a de rádios Comerciais da região, contando com as limitações que as leis
para rádios comunitárias exigem.
E, por fim, em Rodeio, na rádio Comunitária Trentina FM, o Sr. Gabriel Fruet
descreveu parte da história da rádio, onde partiu da iniciativa de um grupo formado por
Arestides Stiz, Arestides Fronza e Antônio Campreguel.
O relato acima leva a inferir que as dificuldades de cada rádio igualam-se nas questões
financeiras e viabilidade de tornar concreto um projeto que visa o bem estar da comunidade
local. Isso conferimos na entrevista da Rádio Comunitária de Blumenau, que além de tentar
dar voz a comunidade, a perseguição por outros meios de comunicação levaram ao extremo
esta jornada.
38
A Ponte FM já conta com uma programação forte e consolidada, com grandes índices
de audiência (comparado a uma rádio comercial) e basicamente tem uma programação
voltada a ouvintes que gostam de músicas gauchescas e populares.
As respostas revelaram que as rádios que estão há mais tempo no ar procuraram ter
uma preocupação em realizar uma programação com enfoque voltado ao seus ouvintes, assim
como em uma rádio comercial, e observaram que com esta padronização os ouvintes seguem
fielmente.
As rádios comunitárias que estão há menos de dois anos no ar, estão levando em
consideração que a programação padronizada, seguindo a preferência dos ouvintes é a grande
chance para que se chegue a um sucesso entre tantas outras rádios, seja ela comercial ou não.
A questão nº 4 foi elaborada, visando saber: Se sim, como é desenvolvido esse (s)
programa (s)? E quais são os métodos?
40
Pressupõe-se que o programa acima não tem uma metodologia aplicada a todos os
programas, mas o comunicador da rádio comunitária de Rodeio tem a preocupação de
atualizar o assunto, trazendo novidades ao ouvinte ou até mesmo para ouvintes que procuram
o programa como forma de formação profissional. No programa são convidados profissionais
liberais e técnicos de diversas áreas que transmitem suas experiências aos ouvintes, os quais
se identificam com o programa.
Rádio Ponte FM - “Sim, mediante a uma proposta que seja atraente ao público da
nossa rádio”.
Rádio Pérola FM - “Sim, só teremos que analisar a viabilidade com futuros apoiadores
culturais”.
Podemos considerar que as rádios que hoje não têm um programa voltado à formação
e informação profissional, têm o interesse de inseri-lo em sua grade de programação, pois
reconhecem tal deficiência em suas emissoras para satisfazer os seus ouvintes.
As entrevistas provocaram nas pessoas uma indagação que poderá fazer surgir
programas de interesse da comunidade local em favor da melhoria de vida de seus moradores
no mundo do trabalho.
41
CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Frente às respostas apresentadas, acredita-se que este trabalho despertou nas pessoas
envolvidas uma preocupação em oferecer este serviço ao público ouvinte das rádios.
O estudo realizado mostra que há interesse de inserir esse modelo de programa para o
público ouvinte, uma vez que o povo tem interesse em sua constante formação.
Sugere-se que esta pesquisa seja ampliada, abordando todo o Vale do Itajaí. Outra
pesquisa que pode ser desenvolvida neste âmbito é como produzir programas voltados para a
formação e orientação profissional.
42
REFERÊNCIAS
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propostas metodológicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 12. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
43
GIOVANNINI, Giovannini. Evolução na comunicação: do Sílex ao Silício. Tradução Wilma
Freitas Ronald de Carvalho. 2. Ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1987.
GOMES, Ana Luisa Zaniboni. Na boca do rádio: o radialista e as políticas públicas. São
Paulo: Hucitec / OBORÉ, 2007.
LAHNI, Claudia. Outras possibilidades para o rádio. Comunicarte. Campinas (SP): Centro
da Linguagem e Comunicacao /PUC, v.19, n.25, 2002, p.55-65.
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SILVEIRA, Paulo Fernando. Rádios Comunitárias. Belo Horizonte: Del Rey, 2001.
SOLANO, Fernando. Rádio: toda hora, em todo lugar.São Paulo: Editora Melhoramentos,
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44
ZANDOMÊNICO, Regina. Rádio: na 3ª idade, mas ágil como adolescente. Faculdade Estácio
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45