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2006
19 de junho
Seminário Bilateral de
Comércio Exterior e Investimentos
BRASIL PORTUGAL
Federação das Câmaras de Comércio Exterior
Foreign Trade Chambers Federation
A FCCE é a mais antiga Associação de Classe dedicada Em passado recente a FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE
exclusivamente às atividades de Comércio Exterior. COMÉRCIO EXTERIOR – FCCE assinou Convênio com
Fundada no ano de 1950, pelo empresário João o CONSELHO DE CÂMARAS DE COMÉRCIO DAS
Daudt de Oliveira (a ele se deve, cinco anos antes, a AMÉRICAS, organismo que representa as Câmaras de
fundação da Confederação Nacional do Comércio – Comércio Bilaterais dos seguintes países: ARGENTINA,
CNC ), a FCCE opera ininterruptamente, há mais de 50 BOLÍVIA, CANADÁ, CHILE, CUBA, EQUADOR, MÉXICO,
anos, incentivando e apoiando o trabalho das Câmaras PARAGUAI, SURINAME, URUGUAI, TRINIDAD E
de Comércio Bilaterais, Consulados Estrangeiros, TOBAGO e VENEZUELA.
Conselhos Empresariais e Comissões Mistas a nível Além de várias dezenas de Câmaras de Comércio
federal. Bilaterais filiadas à FCCE em todo o Brasil, fazem parte
A FCCE , por força do seu Estatuto, tem âmbito da Diretoria atual, os Presidentes das Câmaras de
nacional, possuindo Vice-Presidentes Regionais em Comércio: Brasil-Grécia, Brasil-Paraguai, Brasil-Rússia,
diversos Estados da Federação, operando também no Brasil-Eslováquia, Brasil-República Tcheca, Brasil-
plano internacional, através “Convênios de Coope- México, Brasil-Belarus, Brasil-Portugal, Brasil-Líbano,
ração” firmados com diversos organismos da mais alta Brasil-Índia, Brasil-China, Brasil-Tailândia, Brasil-ltália
credibilidade e tradição, a exemplo da International e Brasil e Indonésia, além do Presidente do Comitê
Chamber of Commerce (Câmara de Comércio Brasileiro da Câmara de Comércio Internacional, o
Internacional – CCI), fundada em 1919, com sede em Presidente da Associação Brasileira da Empresas
Paris e que possui mais de 80 Comitês Nacionais, nos Comerciais Exportadoras – ABECE, o Presidente da
cinco continentes, além de operar a mais importante Associação Brasileira da Indústria Ferroviária – ABIFER,
“Corte Internacional de Arbitragem” do mundo, o Presidente da Associação Brasileira dos Terminais de
fundada no ano de 1923. Contêineres, o Presidente do Sindicato das Indústrias
A FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO Mecânicas e Material Elétrico, entre outros. Some-se,
EXTERIOR tem sua sede na Avenida General Justo no ainda, a presença de diversos Cônsules e diplomatas
307, Rio de Janeiro, (Edifício da Confederação estrangeiros, dentre os quais o Cônsul-Geral da
Nacional do Comércio – CNC) e mantém com essa República do Gabão, o Cônsul do Sri Lanka (antigo
entidade, há quase duas décadas “Convênio de Suporte “Ceilão”), e o Ministro Conselheiro-Comercial da
Administrativo e Protocolo de Cooperação Mútua”. Embaixada de Portugal.
A Diretoria
DIRETORIA PARA O TRIÊNIO 2006/2009
Presidente
1o Vice-Presidente
Diretores
APOIO
Cinco séculos de
relacionamento
A corrente de comércio entre Brasil e Portugal está, evidentemente, muito aquém de
seu potencial. O que, para muitos, é visto como um problema crônico, para outros, é
tido como uma grande oportunidade. Se o comércio bilateral, a despeito dos incrementos
recentes, não deslanchou em sua plenitude, significa que há muito por fazer. Há ganhos
latentes à espera de empreendedores ousados. O tamanho de mercado consumidor
português não explica e nem justifica a situação, afinal, outros países europeus importam
produtos brasileiros em volume muito superior à sua capacidade de consumo, indicando
que são consumidores, mas também distribuidores para outros países da Europa. A
estratégia pode incrementar o fluxo comercial e proporcionar ganhos aos dois lados.
Outras estratégias como a diversificação da pauta e a ampliação da base exportadora
tendem a modificar o perfil dos bens transacionados, fazendo com que produtos de
maior valor agregado transmitam maior robustez à corrente de comércio.
Não seria exagerado poder contar, ainda, com um acordo bilateral entre o Mercosul
e a União Européia, da qual Portugal faz parte. A conclusão das negociações traria ao
Brasil ganhos adicionais, derivados da penetração, relativamente mais facilitada, de algumas
linhas de produtos no mercado europeu, incluindo o português. Traria aos europeus,
evidentemente, vantagens em outros setores do relacionamento econômico bilateral.
Seja onde for, ou de onde venha, o protecionismo é uma chaga que precisa ser removida
do plano internacional. Disfarçadamente, protege empregos e mascara ineficiências na
produção, deixando de gerar muitos outros postos de trabalho, retardando o progresso
CONSELHO DE
econômico, e bloqueando inovações na matriz produtiva.
CÂMARAS DE COMÉRCIO
Quando a Federação das Câmaras de Comércio Exterior – FCCE decidiu acompanhar DAS AMÉRICAS
os esforços do Governo Federal na batalha pela geração de saldos comerciais e pela
atração de investimentos estrangeiros, em 2005, não imaginava o sucesso que se tornariam
os seminários bilaterais por ela promovidos. Um ano e meio depois e mais de 15 seminários Expediente
realizados, orgulhamo-nos dos temas discutidos, dos entraves identificados e das soluções
propostas. Queremos um Brasil forte. Trabalhamos por isso. Produção
Federação das Câmaras de Comércio Exterior – FCCE
Portugal, por sua estreita e secular relação com o Brasil, foi, até agora, o único país Av. General Justo, 307/6o andar
contemplado com um segundo seminário. Os estreitos vínculos empresariais, criados a Tel.: 55 21 3804 9289
e-mail: fcce@cnc.com.br
partir de pujantes investimentos produtivos portugueses, denotam o estreitamento de
Editor
um relacionamento de cinco séculos que tende a se fortalecer. O coordenador da FCCE
Esta edição traz para o leitor o acompanhamento dos trabalhos do segundo Textos e Repor tagens
Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos Brasil-Portugal, realizado Elias Fajardo
Fernanda Pereira Ferreira
pela FCCE em 19 de junho de 2006, na sede da Confederação Nacional do Comércio José Antonio Nonato
– CNC, no Rio de Janeiro. Ao promover o seminário, não pretendemos ser meros Projeto Gráfico, Edição e Ar te
identificadores de deficiências no comércio bilateral. Vamos além: trazemos para o leitor Estopim Comunicação
opiniões e soluções apresentadas pelos mais destacados técnicos, políticos e empresários, Tel.: 55 21 2518 7715
www.estopim.com
dos dois países, envolvidos neste relacionamento. Destacamos, igualmente, não apenas Revisão
o vultoso investimento realizado por empresas portuguesas no Brasil, mas as Maria Virgínia Villela de Castro
oportunidades para empresas brasileiras em Portugal. Apresentamos, por fim, as Fotografia
perspectivas futuras em um Brasil dinâmico, que optou pelo caminho do Christina Bocayuva
6 E N T R E V I S TA 45 C O M É R C I O
Francisco Seixas da Costa “Portugueses devem
“Temos que ser mais conhecer melhor o
inventivos e ousados em mercado brasileiro”
matéria de comércio”
“Temos de ser um
Luiz Felipe Lampreia caminho de ligação entre
Os novos horizontes entre Brasil e Portugal os portugueses e os brasileiros”
20 P A I N E L I 50 H I S T Ó R I A
Relações bilaterais têm
bom potencial no setor A Padeira
de serviço e o Condestável
26 P A I N E L I I 52 P A R C E R I A
O setor de investimentos SENAC: Portugal redescobre a Bahia
tem crescido mais que o
comércio
53 H O T E L A R I A
Em debate, as PPPs e a Brasil, um mercado promissor
burocracia brasileira no
comércio exterior
57 E M P AU TA
32 P A I N E L I I I Eleita a diretoria da FCCE
para o triênio 2006–2009
Investimento é o destaque na relação
bilateral
59 I N T E R C Â M B I O
38 E N C E R R A M E N T O “Há muito a fazer para ampliar o nosso
comércio bilateral”
Um projeto de união bilateral
42 T E N D Ê N C I A 60 C U LT U R A
A salva de aparato e o
União para aumentar o nascimento da contrastaria
comércio na prata portuguesa
65 R E L A Ç Õ E S B I L AT E R A I S
44 A Ç Ã O SOCIAL
SESC: Saúde bucal ao alcance de todos 70 C U RTA S
ENTREVISTA
Com o está,hoje,a relação com erci- FSC – Creio que não devemos estar ofus-
alentre Brasile Portugal? cados com o desequilíbrio da nossa ba-
FSC – Os números do nosso comércio lança comercial. Toda balança comercial
têm crescido bastante. Quase poderíamos apresenta algum desequilíbrio e é natural
nos dar por satisfeitos, pois as exporta- que os países procurem compensá-lo.
ções de Portugal para o Brasil estão a cres- Estamos a falar de duas realidades dife-
cer a uma taxa de cerca de 20% ao ano, o rentes, de dois países com um padrão di-
que nos garantiria uma afirmação impor- ferente de exportações. Recentemente, o
tante no mercado brasileiro. Essa é uma Brasil começou a exportar petróleo para
leitura ilusória, pois estas taxas de cresci- Portugal, um produto de peso na balança
mento representam muito pouco. Durante comercial. Temos, portanto, de ser realis-
muitas décadas, nosso relacionamento co- tas e não burocratas. Temos possibilidades
mercial foi ínfimo, por causa da não coin- de continuar a crescer no universo dos
cidência ou da não complementaridade produtos tradicionais que enviamos ao
entre as necessidades brasileiras e a oferta Brasil, como vinho e azeite, embora eles
portuguesa. Por isso, o atual crescimen- representem muito pouco no universo to-
to, ainda que expressivo, não modifica tal das exportações. Precisamos olhar para
muito a situação geral. Este cenário signi- a oferta portuguesa de produtos de ex-
fica um potencial de crescimento não ape- portação e fazer uma análise criativa para
nas dos produtos que estamos a exportar, saber se há ou não mercado para estes pro-
mas também de novos produtos. Aí pas- dutos crescerem no Brasil. Este trabalho,
samos para uma outra questão, que é a de a meu ver, não está sendo feito. Temos nos
saber se a oferta portuguesa de produtos contentado muito com aquilo que já exis-
de exportação tem ou não condições de te e explorado pouco aquilo que deveria
se conjugar com os interesses brasileiros existir.
em matéria de importações. Além disso, a meu ver, há um déficit
no relacionamento entre entidades em-
O que o senhor diria do atualesta- presariais e associativas. Para mim, é um
do da nossa balança com ercial,que mistério a não existência de um tecido
pende m aispara o lado brasileiro? (como há na área de entretenimento) con-
jugando entidades associativas portugue- por um lado, a angústia européia e, por ou- dois lados nessa negociação. O Mercosul
sas e brasileiras. Cada um faz seu trabalho tro lado, a potencialidade brasileira, é se não tem tido, digamos, uma evolução de
por seu lado e, às vezes, alguns dos nossos não valeria a pena, nesta fase, fazermos um tão grande sucesso como se esperava. A
eventos reúnem apenas portugueses com encontro destas duas realidades para que Europa tem seus próprios problemas.
portugueses e brasileiros com brasileiros. cada um pudesse conhecer melhor o espa- Haveria uma certa rigidez por parte dos
Temos que colocar as entidades em ço do outro. O Brasil tem um potencial de países do Mercosul face à UE que, ao
contato mais próximo, e a circunstância crescimento imenso de novas alternativas mesmo tempo, atua com rigidez com re-
de falarmos a mesma língua não significa, energéticas, e poderiam ser feitas parcerias lação ao protecionismo agrícola. Há uma
necessariamente, que nos conhecemos com empresas portuguesas do setor. Já evolução prevista neste cenário, entre
bem uns aos outros, principalmente nos existe até um exemplo na área de geração, 2007 e 2013, quando a Europa diminuirá
setores empresarial e comercial. Temos com a próxima inauguração, em Tocantins, o seu protecionismo na área. No âmbito
que ser mais inventivos e um pouco mais do Canal da Barragem, resultado de um do Mercosul, há resistências à entrada de
ousados, e penso que as entidades em- convênio entre portugueses e brasileiros. produtos industriais e serviços europeus
presariais têm um papel dinamizador a de- Na atividade de extração de petróleo, a em mercados da América Latina. Estes são,
sempenhar. Não podemos estar sistema- Petrobras tem estabelecido parcerias com a meu ver, os principais problemas.
ticamente aos pés do Estado, porque o empresas portuguesas. Há um espaço novo
Estado enquadra a exportação. Temos que
procurar novas formas de relacionamen-
to comercial, e há uma oportunidade im-
portante em 2007, quando será realizado
a ser explorado e que pode ser desdobrado
em eventos e fatos concretos. Precisamos
concentrar esforços nessa área e descobrir
novos nichos de negócios e parcerias.
“ É maisfácilinstalar
uma empresa brasileira
em Portugaldo quena
no Rio de Janeiro um congresso empre-
sarial Brasil-Portugal. Este evento precisa
ser preparado com cuidado para mobili-
O fato de seu paísser,hoje,m em bro
da U nião Européia – U E,aproxim a
Dinamarca ou na Estônia
O senhor disse que é preciso dar
”
zar novas áreas. Quando, num evento des- ou afasta Portugaldo Brasil? m aisatenção aosinvestim entos.Por-
te tipo, percebemos que as pessoas se co- FSC – Podemos dizer que, se não fosse tugalseriaum cam inho naturalpara
nhecem todas umas às outras, o evento membro da UE, Portugal poderia estabe- osinvestim entosbrasileiros?
falhou, porque os encontros empresari- lecer entendimentos maiores com o Bra- FSC – Desde que cheguei ao Brasil, apren-
ais são justamente para que as pessoas tra- sil. Hoje, sofremos algumas dificuldades de di que este país não tem uma tradição de
vem novos conhecimentos e possam fe- natureza pautal com relação a impostos de investimentos diretos no estrangeiro, fora
char negócios e investir em novas áreas. produtos europeus e portugueses direcio- da América Latina. As grandes empresas
nados ao mercado brasileiro. Esta questão brasileiras costumam investir no exterior,
“ Temosnoscontentado
com o quejá existee
explorado pouco aquilo
só será resolvida quando houver o planeja-
do acordo entre a UE e o Mercosul.
Temos que ser realistas. Ser membro da
UE não traz vantagens particulares no cam-
mas as pequenas e médias não estão habi-
tuadas a fazê-lo. Elas procuram aproveitar
as vantagens que encontram no mercado
interno. O mercado europeu, por sua vez,
que deveria existir”
O senhordestacou aim portânciado
” po das relações comerciais e traz-nos, na-
turalmente, alguns impedimentos, por cau-
sa da fixação de preços e marcas na Europa.
tem outra lógica e uma estrutura mais com-
plexa. Pensando no futuro, o Brasil não
pode trabalhar sem estimular suas peque-
petróleo na nossa corrente com er- Se não fosse membro da UE, Portugal po- nas e médias empresas a atuarem no exte-
ciale disse que Portugalvê com in- deria fazer desvalorizações competitivas e rior e o governo brasileiro já percebeu que
teresse a iniciativa brasileira de re- direcionadas dos nossos produtos e utilizar deve criar uma sustentação externa consis-
novação denossam atrizenergética. os mecanismos da moeda para aumentar tente para o seu empresariado. O Brasil
Existem possibilidadesde negócios nossa competitividade no comércio. pode entrar no mercado europeu com fa-
nesta área? cilidade, mas, obviamente, é mais fácil ins-
FSC – Não sou especialista em energia. Por que tem sido dada tanta ênfase talar uma empresa brasileira em Portugal
Na Europa, há um debate sério sobre a ao acordo da U E com o M ercosul? do que na Dinamarca ou na Estônia.
questão dos recursos energéticos. Portu- Q uala realim portância dele?
gal está procurando enveredar por novas FSC – Este acordo permitiria garantir mai- O senhor se disse um crítico do ex-
vias em matéria de energia e há, no Brasil, or liberação entre dois grandes e signifi- cesso de retórica no relacionam en-
um esforço notável e reconhecido inter- cativos espaços de comércio. Na Europa, to entre portugueses e brasileiros.
nacionalmente para o aproveitamento de há cerca de 550 milhões de consumido- Ao chegar aqui,percebeu que esta
novas fontes, principalmente o biodiesel. res e no Mercosul eles devem girar em retórica tinha algum sentido.Fale
A questão que coloco, levando em conta, torno de 200 milhões. Há dificuldades dos m aissobre isso.
Os novos horizontes
entre Brasil e Portugal
Neto de portugueses e com uma tradição familiar de diplomacia herdada da
geração de seu avô, Luiz Felipe Lampreia é um dos nomes mais respeitados na
área da política externa brasileira. De 1990 a 1992, ele ocupou o cargo de
Embaixador do Brasil em Portugal. Entre 1995 e 2001, foi Ministro das Rela-
ções Exteriores.
Segundo o Embaixador Luiz Felipe Lampreia, os horizontes mais pro-
missores na relação comercial luso-brasileira estão nas áreas de investi-
mentos e serviços, com ênfase no turismo e no setor de informática.
Nesta entrevista concedida à revista da Federação das Câmaras de Comér-
cio Exterior, ele analisa alguns pontos da política externa adotada pelo
governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e descreve a relação en-
tre o Brasil e seus parceiros comerciais. Em matéria de comércio exteri-
or, o ex-Chanceler acredita que é preciso investir em novos nichos de
mercado, sem que isso signifique substituir as relações com os países mais
desenvolvidos do mundo.
Ivan Ramalho, Luiz Felipe Lampreia, Francisco Seixas da Costa e Arlindo Catoia Varela durante o seminário da FCCE.
res de tecnologia de informação no Bra- parte significativa do turismo de exporta- de potencial limitado entre os nossos
sil. O mesmo acontece no outro senti- ção de Portugal. países. O que está sendo feito entre Bra-
do. Essa é uma área muito dinâmica e sil e Portugal é algo voltado para a natu-
muito promissora. Estáse avizinhando,tam bém ,algum reza bilateral e está relacionado com al-
tipo de estreitam ento na relação gumas circunstâncias nacionais dos dois
“ Asáreasmaispromissoras
são a de investimentos
ea deserviços.
M ercosul– U nião Européia,tendo
com o protagonistas o Brasile Por-
tugal?
LFL – Estamos sempre à procura de um
países, com a língua, com a cultura, mui-
to mais do que qualquer iniciativa glo-
bal, mais ampla.
Aí,sim,temospossibilidades
Q ue esforçosestão sendo em preen-
” acordo bi-regional que possa ser a mol-
dura para a expansão de nosso relaciona-
mento econômico. No momento, esta-
“ Importamosde Portugal
produtosda mesa.
Há um certo saudosismo.
didos para a dinam ização desses mos na dependência da evolução da Ro-
setores? Na área de turism o, por dada Doha, da Organização Mundial de Não importamosprodutosde
exem plo,há algum tipo de m ovi- Comércio – OMC, mas também estamos
m ento ou ação que o senhor pode-
ria citar?
LFL – Há uma ação muito sistemática dos
trabalhando num acordo específico entre
o Mercosul e a União Européia. Acho per-
feitamente possível que ele avance.
maiorconteúdo tecnológico
“ O Brasilnão precisa
proclamarsua liderança,
porque isso pode
rentes áreas daquela pasta. Serviu em
Nova Iorque e em Genebra, junto à
ONU. Foi assessor econômico do
ministro das relações exteriores, se-
incomodarosvizinhos
U m a dessas diferenças é a tenta-
” cretário de imprensa e porta-voz do Governo Federal. Foi, também, ministro
conselheiro em Washington, embaixador em Paramaribo (Suriname), embai-
xador em Lisboa, representante permanente do Brasil em Genebra e secretá-
tiva de o Brasil de ser tornar um rio-geral. Chefiou o Departamento de Cooperação Técnica, Científica e
líder regional forte na A m érica Tecnológica e foi diretor executivo da Agência Brasileira de Cooperação. Foi o
Latina. O senhor acredita que principal negociador brasileiro na fase conclusiva da Rodada do Uruguai do
essa política poderá render fru- GATT, uma etapa decisiva na definição das regras do comércio internacional.
tos para o país? Entre as outras missões de que participou, podem ser citadas as de membro
LFL – Eu acho que o Brasil é grande de- da delegação do Brasil nas reuniões da Junta Executiva e Conselho da Organi-
mais e importante demais para estar pro- zação Internacional do Café; membro da delegação do Brasil na Conferência
clamando a sua liderança. Acho que o Bra- das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento; membro da delega-
sil não precisa proclamar sua liderança, ção do Brasil na Conferência dos Países Não Nucleares; da delegação do Brasil
porque essa proclamação pode incomo- na Conferência do Desarmamento; da delegação brasileira às conferências ne-
dar nossos vizinhos. gociadoras dos convênios internacionais do café, açúcar, cacau, estanho e trigo;
e, também, das missões negociadoras de petróleo ao Oriente Médio. Foi dele-
O senhor estaria se referindo à in- gado brasileiro no Subgrupo Consultivo do Comércio Brasil-Estados Unidos;
tenção de obterum assento perm a- foi assessor na Assembléia Anual do Fundo Monetário Internacional e do Ban-
nenteno Conselho deSegurançadas co Mundial. Chefiou delegações brasileiras a Moscou, Caracas e Santa Cruz de
Nações U nidas? la Sierra (Bolívia), além de integrar comitivas de visitas oficiais de presidentes e
LFL – Exatamente. Isso é um ponto críti- chanceleres brasileiros ao exterior. Foi agraciado com dezenas de condecora-
co que cria dificuldades com a Argentina ções e medalhas, entre elas a Grã-Cruz da Ordem do Rio Branco, do Ministé-
e com o México, por exemplo, e com rio das Relações Exteriores.
uma série de outros países.
O Brasil parece apostar em novas meio de acordos com a África do Sul, com LFL – É correta. Acho que o Brasil tem
parcerias com a África e a Ásia, a China e com a Índia. Não houve, porém, a que priorizar uma multiplicidade de par-
principalm ente a China,além das intenção de substituir as relações com os ceiros comerciais.
já tradicionais.Isso pode repercu- países mais desenvolvidos do mundo, que
tir de um a form a interessante na são nossos principais parceiros comerciais. O senhor é neto de portugueses.
nossa econom ia e no com ércio in- Com o surgiu a sua vontade e o seu
ternacional? O senhorconsiderainteressanteessa desejo de trabalhar com relações
LFL – Acho interessante e importante. aparente intenção do governo Lula internacionais?
Aliás, durante o governo Fernando Henri- de apostarna m ultilateralidade,em LFL – Meu pai era diplomata e meu avô
que Cardoso, nós fizemos isso. Inaugura- detrim ento daênfaseem canaism ais também foi diplomata. Trata-se de uma
mos essas linhas com muita ênfase, por específicos? família de diplomatas.
Disponível em 4 idio
inglês,espanhol e f
Relação
atu
stino
mas: português,
rancês
de exportadores
alizada mensalmente
ABERTURA
Antonio de Almeida Lima, Ivan Ramalho, Luiz Felipe Lampreia e Francisco Seixas da Costa na abertura do seminário dedicado a Portugal.
O
Lampreia, ex-Chanceler e ex-Embai- mara Portuguesa de Comércio e In- presidente da mesa, Embaixador
Luiz Felipe Lampreia, fez uma pe-
xador do Brasil em Portugal. Para o dústria do Rio de Janeiro, Luis de quena explanação, lembrando a
pronunciamento de abertura foram Avillez; o Consultor e Representan- vinda de portugueses para o Brasil desde
os tempos da colonização, o que “certa-
convocados o Embaixador Plenipo- te da Confederação Nacional do Co- mente foi o marco inicial dessa fase co-
tenciário de Portugal, Francisco mércio – CNC, Senador Bernardo mercial”. Ele chamou a atenção para o fato
D
ando início aos trabalhos do pai-
nel I do Seminário Bilateral de
Comércio Exterior e Investimen-
tos Brasil-Portugal, o Presidente da
FCCE, João Augusto de Souza Lima con-
vidou o Secretário de Comércio Exterior
do Ministério do Desenvolvimento, In-
dústria e Comércio Exterior – MDIC, Ar-
mando Meziat, para presidir a mesa e fazer Para Armando Meziat, diversificar produtos e mercados ajudará no crescimento das exportaçôes.
um pronunciamento. Para moderador, foi
convidado o Chefe de Gabinete do Secre- nunciamento ressaltando sua satisfação mente na gestão do Ministro Luiz Fer-
tário de Estado de Turismo do Rio de Ja- por participar de um seminário dedicado nando Furlan. Nesses últimos três anos, o
neiro, Sérgio de Mello Ferreira. Os expo- a um país irmão. Em seguida, fez alguns que se viu foi uma movimentação extre-
sitores foram o Diretor Geral do Vila Galé comentários sobre as exportações brasi- mamente grande do governo e dos em-
Brasil-Hotéis, José Wahnon e o Diretor leiras. Lembrou que, há bem pouco tem- presários brasileiros, em diversas partes
de Relações Internacionais da Câmara po, nossas exportações não eram tão gran- do mundo, com objetivo de fazer marke-
Portuguesa de Comércio e Indústria do des e se concentravam em poucos produ- ting e vender nossos produtos. As metas
Rio de Janeiro, Annibal Schleder. Também tos, poucos destinos e poucas regiões pro- que tinham sido definidas para o atual go-
fizeram parte da mesa o Diretor de Co- dutoras. Segundo ele, nosso país sempre verno foram superadas. A primeira delas
mércio Exterior do MDIC, Arthur teve um mercado interno muito podero- era aquela famosa barreira dos US$ 100
Pimentel; o Presidente da Câmara Portu- so e as empresas brasileiras se dedicavam bilhões que se imaginava atingir ao final
guesa de Comércio e Indústria do Rio de mais a vender suas produções para o mer- do governo e foi atingida em março de
Janeiro, Luis de Avillez; e o Diretor do cado interno do que para o mercado in- 2005, chegando a US$ 118 bilhões. Para
Departamento de Planejamento e Desen- ternacional. Ressaltou, ainda, a recente cri- 2006, a meta é US$ 132 bilhões, envol-
volvimento de Comércio Exterior do ação de uma mentalidade exportadora por vendo um crescimento de 12% em rela-
MDIC, Fábio Martins Faria. parte do empresariado e da indústria. ção a 2005. O que vimos, no período de
O Secretário de Comércio Exterior do “É com muito otimismo que, hoje, vejo janeiro a maio de 2006, foi um crescimen-
MDIC, Armando Meziat, iniciou seu pro- os resultados desse trabalho, principal- to superior a este.”
tuguesas vêm apostando nessa área. Temos Angra dos Reis. Estamos realizando di-
o grupo Vila Galé, com investimentos em versos encontros comerciais com repre-
hotelaria no Nordeste, e o grupo Pestana, sentantes do governo e da iniciativa priva-
que atua no Nordeste e no Rio de Janeiro. da. Temos um projeto chamado ‘O Rio é
Alguns desses grupos fretam vôos para de vocês, o Brasil é de vocês’, por meio
trazer turistas portugueses para seus em- do qual convidamos representantes de ho-
preendimentos aqui no Brasil.” téis e agências de viagem brasileiras a irem
ao mercado português e a desenvolverem
Investimentos em turismo contatos com agentes de viagem de Lis-
Segundo Sérgio de Mello Ferreira, as boa e do Porto. Iniciativas como essas re-
principais regiões turísticas do Estado do sultaram num crescimento de quase 100%
Rio de Janeiro são a Costa Verde, abran- do turismo no Rio de Janeiro, de 2004
gendo Angra dos Reis, Paraty e Manga- para 2005. Coloco a Secretaria de Turismo
ratiba; Rio-Niterói; Agulhas Negras, do Rio de Janeiro à disposição dos grupos
Itatiaia e Resende; o Vale do Café (princi-
palmente Barra do Piraí, onde há um
grande número de fazendas, hoje utiliza-
das como pousadas); a Serra Verde Im-
portugueses que desejem trabalhar co-
nosco e que queiram um contato com os
municípios, para que possamos ser
“ O potencialturístico interno
do Brasile a proximidade
culturalcom Portugal
facilitadores dessa possibilidade de inves-
perial, que inclui Petrópolis, Teresópolis
e Friburgo; e a Costa do Sol, com atra-
ções como Búzios, Rio das Ostras e Cabo
timentos no nosso estado.”
Liberdade e eficácia
facilitaram nosso investimento
JO SÉ W AH NONN ”
Frio. “A Costa do Sol é servida pela em- Em seguida, foi a vez da exposição do “Somos um grupo, de fato, investidor.
presa portuguesa Pró-Lagos no abaste- Diretor Geral do Vila Galé Brasil-Hotéis, Estamos em décimo lugar, em Portugal,
cimento de água e saneamento básico. As José Wahnon, que apresentou o grupo no rankingde grupos hoteleiros; qüinqua-
condições de abastecimento de água em constituído em 1986, em Portugal. Com gésimo sétimo lugar no ranking europeu;
toda a região vêm melhorando significa- 20 anos de experiência, tem 18 hotéis em e décimo nono no Brasil. No Vila Galé, as
tivamente. Na Costa Verde, o turismo operação. palavras chaves que procuramos difundir
marítimo e náutico vem sendo desenvol-
vido com a combinação de praias, ensea-
das e montanhas. São 365 ilhas em Angra
dos Reis e 1.000 pequenas praias, um
produto bastante diversificado. Nessa
região, o grupo Pestana fez o seu primei-
ro investimento.”
O moderador destacou, também, o
trabalho que vem sendo feito para me-
lhorar a infra-estrutura na Região dos La-
gos, que inclui a duplicação da rodovia RJ-
140. “O governo do estado está negocian-
do a reforma do aeroporto internacional
de Cabo Frio, que vai facilitar, também, o
transporte de equipamentos para a área
de exploração do petróleo em Macaé”.
Em seguida, o Chefe de Gabinete do
Secretário de Estado de Turismo do Rio
de Janeiro afirmou que muitas novas ini-
ciativas turísticas têm-se desenvolvido em
território fluminense.
“Continuamos abertos a novos inves-
timentos portugueses. Um bom exem-
plo é o grupo Pestana, que tem o hotel
Pestana Rio Atlântico, na cidade do Rio de
Janeiro, e o Pestana Angra Resort, em As águas límpidas, a Mata Atlântica e uma igreja antiga no litoral de Angra dos Reis.
Petrópolis.
como hotel escola, e um mega projeto, a como serviços e informática, mas a difi-
30 km de Fortaleza, numa área de 500 O Hotel Vila Marina e o culdade é bastante grande.”
hectares, onde pretendemos construir Hotel Vila Galé Atlântico, O Diretor de Relações Internacionais
cerca de quatro hotéis com campos de na região do Algarve, aliam da Câmara Portuguesa de Comércio e In-
golfe e área de lazer. Temos boas relações a tradicional hospitalidade dústria do Rio de Janeiro disse, ainda, que
com os governos dos estados onde traba- existe um preconceito histórico secular,
portuguesa ao conforto
lhamos e com as instituições brasileiras, e no universo cultural, em relação aos po-
esses empreendimentos são importantes, contemporâneo. vos ibéricos, produzido, de certa forma,
não só para nós, como também para os pelo setor acadêmico.
municípios onde se situam.” de uma grande instituição financeira do “Um grande número de autores brasi-
Segundo o Diretor Geral do Vila Galé, o Brasil. Hoje, sou professor e consultor leiros assume essa rejeição à cultura ibérica
Brasil recebe cerca de 4 milhões de turis- em Lisboa e no Brasil, nas áreas direcio- que está relacionada com questões antro-
tas por ano, e Portugal 12 milhões. Ele nadas a viabilizar negócios entre os dois pológicas, sociais e geopolíticas. Uma his-
concluiu, afirmando que o Brasil poderá países, e escrevi uma tese de doutorado tória de 500 anos pode ser considerada re-
ser o destino turístico do século XXI, se as tratando dessas questões. Sei das dificul- cente. A colonização portuguesa é vista
autoridades apoiarem os grupos que que- dades que enfrentamos para viabilizar es- como um pecado original dessa terra, ve-
rem expandir as suas atividades no país. ses negócios.” dando o acesso ao paraíso e à modernidade.
Para Annibal Schleder, os negócios en- Grande parte da nossa história foi produzi-
Preconceito histórico tre Brasil e Portugal não caminham na pro- da com a herança cultural de um precon-
O Diretor de Relações Internacionais porção que deveriam ter considerado nos- ceito contras os ibéricos. Obstáculos ao de-
da Câmara Portuguesa de Comércio e In- sa história e passado comuns. senvolvimento brasileiro derivariam de tra-
dústria do Rio de Janeiro, Annibal Schleder, “Existe algo no campo simbólico ou ços de caráter herdados dos colonizadores
iniciou seu pronunciamento esboçando místico que dificulta a evolução dos ne- portugueses, o que provocou uma aversão
uma reflexão histórica e cultural sobre a gócios. Temos que melhorar a qualidade à cultura ibérica, encampada por alguns his-
relação bilateral Brasil-Portugal. dessa relação bilateral. Tenho levado em- toriadores, e que se traduz no senso co-
“Por mais de 20 anos fui diretor exe- presas brasileiras para Portugal e vice-ver- mum das piadas, das brincadeiras e tudo
cutivo da área de comércio internacional sa para tentar viabilizar negócios em áreas mais. Temos que desconstruir essa idéia.”
“ Temosquedesconstruir
o preconceito histórico secular,
no universo cultural,em relação
Annibal Schleder afirma que os resulta-
dos corporativos e o desempenho dos pró-
prios estados, por meio de suas políticas
externas, podem, cada vez mais, dinamizar
não podemos pautar nossas relações pela
visão dos portugueses como eternos
avozinhos.Temos gerações de cidadãos em-
preendedores com a mesma idade e os
aospovosibéricos
”
A N N IB A L SC H LED ER N
tais relações, inclusive com o emprego de
uma visão moderna e empreendedora dos
negócios globais. “Não só questões históri-
mesmos anseios de desenvolvimento eco-
nômico. Somos e devemos ser parceiros
históricos. A escolha é só nossa.”
Claudinei Martins e Antonio de Almeida Lima durante o painel I do Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos promovido pela FCCE.
Auto-estrada Estarreja-Ovar-Maceda.
Em 18 anos de atuação em
Portugal, a Odebrecht
realizou 142 obras de
grande porte, entre rodovias,
pontes, ferrovias e
barragens
Ponte Vasco da Gama, em Lisboa.
primento de quitação ou de financiamen- ação da Odebrecht na Europa. No Velho de investimentos nessa área, inclusive para
to ou até mesmo de obras. No início, está- Continente, a empresa brasileira já cons- acelerar a conclusão do que os portugue-
vamos muito concentrados na América do truiu mais de 500 km de rodovias. ses estão chamando de Plano Rodoviário
Sul e na África, principalmente em Ango- Em seguida, Gustavo Assad passou a Nacional.”
la, mas hoje estamos nos voltando tam- descrever vários projetos da empresa em O diretor adjunto da área internacio-
bém para os mercados norte-americano território português, que incluem barra- nal da Odebrecht apontou grandes vanta-
e europeu.” gens, pontes, estradas de rodagem, ferro- gens nas PPPs, visto que elas permitem
vias e outras obras de infra-estrutura de unir o setor público e o privado em inici-
Odebrecht em Portugal grande porte. Muitas destas obras são re- ativas de grande porte, viabilizando a ques-
Em 1986, Portugal aderiu à União Eu- alizadas em parcerias com empreiteiras tão financeira, já que o Estado pode pagar
ropéia – UE. Em 1988, a Odebrecht ad- portuguesas e européias. a obra em longo prazo com receitas oriun-
quiriu a João Bento Pedroso Filho, uma Gustavo Assad afirmou, ainda, que, a das do próprio negócio.
empresa com 53 anos de atuação no mer- partir da iniciativa do governo português “Como já disse, o nosso foco principal
cado português. Hoje, a empresa Bento de investir em parcerias público-privadas é a participação da comunidade e, em Por-
Pedroso Construções S.A. é a base de atu- – PPPs, “houve um aporte muito grande tugal, não é diferente dos outros países.
Banco do Brasil:
“Temosdesenvolvido
treinamentosvoltados
para pequenosempresários
apoio ao comércio exterior
de estudos em que são detalhados os pro-
jetos que estamos desenvolvendo e que
têm sido discutidos com técnicos das uni-
versidades locais.
19.446 exportadores
84% têm relacionamento com o BB
que desejam exportar
C LA U D IN EI M ”
A R T IN SN
24.966 importadores
Ao término de sua exposição, Gustavo as empresas brasileiras na realização de
Assad agradeceu a atenção de todos e con- 79% têm relacionamento com o BB operações no exterior e na conquista de
vidou os presentes a visitarem o site da Grandes empresas novos mercados. É muito freqüente o
Odebrecht: www.odebrecht.com, para Banco do Brasil mandar um representan-
As 200 maiores exportadoras do Brasil
obter maiores detalhes sobre a atuação in- te local para apoiar as missões que o go-
são clientes do BB
ternacional da empresa. verno brasileiro realiza no exterior.
Micro, pequenas e médias empresas “Em alguns países, atuamos com foco
Banco do Brasil no nos imigrantes brasileiros. As salas de ne-
85% da base exportadora brasileira
comércio exterior gócio são uma parceria que fazemos com
é cliente do BB
Em sua exposição, Claudinei Martins câmaras de comércio. Por meio delas, pro-
analisou o papel do Banco do Brasil em “Para apoiar o esforço do governo de curamos identificar potenciais importado-
termos de comércio exterior. ampliar constantemente as exportações, res de produtos brasileiros, e temos um
O Banco do Brasil é a maior instituição o Banco do Brasil, hoje, tem pelo menos foco nos fornecedores em função da ne-
bancária do país e da América Latina. Sua um gerente de negócios internacionais em cessidade de ganho de competitividade.
base de clientes tem sido comparada, mui- cada unidade da federação. No exterior, Internamente, apoiamos a inserção das
tas vezes, a populações inteiras de alguns somos o banco brasileiro com maior rede micro e pequenas empresas, por meio de
países. e presença: são 40 dependências em 23 uma linha de crédito para financiar sua
“No comércio exterior, o banco é lí- países. Uma delas é a agência de Lisboa, participação em feiras e eventos no exte-
der absoluto nos mercados de expor- onde atuamos com uma sala de negócios rior ou em feiras internacionais aqui no
tação, com 28%, financiando 31,5% das com o Brasil. Trata-se de um espaço desti- Brasil.”
linhas tradicionais. É líder no mercado nado ao empresário brasileiro para dar su- Além disso, o Banco do Brasil oferece,
de importação e pioneiro em operações porte às suas negociações, quando pre- às micro e pequenas empresas, consulto-
de exportação via Internet. É a única ins- sente em missões. Ele também pode uti- rias em negócios internacionais, asses-
tituição financeira que oferece essa lizar o nosso pessoal local para o desen- soramento técnico e cursos básicos sobre
oportunidade ao cliente e, agora, com a volvimento de negócios.” comércio exterior, câmbio e financiamen-
certificação digital, os clientes podem O banco atua captando recursos de ins- tos. Em 2005, foram treinados cerca de
realizar exportações até o limite de R$ tituições financeiras para fomentar o co- 10 mil empresários e, em 2006, até o
500 mil, totalmente via Internet, não ha- mércio exterior brasileiro. O banco apóia momento, em torno de 1.500.
Renovação em Cascais e está implantando dois novos tias dadas pela matriz no exterior e repas-
Fundado em 1808, na época da vinda escritórios: um na cidade do Porto e ou- sa recursos aqui, internamente.”
da Corte Portuguesa para o Brasil, o ban- tro no Parque das Nações. Segundo Claudinei Martins, o banco
co está chegando aos 200 anos como líder “Nosso foco de atuação é atender pes- presta serviço a brasileiros que trabalham
e lançador de inovações tecnológicas soas físicas, jurídicas e instituições finan- em Portugal e querem remeter recursos
como, por exemplo, o Balcão de Comér- ceiras por meio do mercado bancário, bus- para o Brasil.
cio Exterior: um sitede negócios no qual cando captar recursos para financiar ex- “Essas são algumas das parcerias que o
os exportadores brasileiros podem agre- portações. Muitas vezes, empresas por- Banco do Brasil tem feito para atender às
gar seus produtos à marca do Banco do tuguesas querem investir no Brasil, mas grande empresas e também para apoiar as
Brasil e atingir o mercado externo sem não querem internalizar esses recursos. micro e pequenas empresas na sua tenta-
custos. No Rio de Janeiro, o Banco do O Banco do Brasil, então, atua com garan- tiva de inserção no comércio exterior.”
Brasil apóia o pólo de confecção de moda
íntima, em Nova Friburgo; o pólo de moda
praia e o turismo.
“Na área de capacitação dos recursos Em debate, as PPPs e a burocracia
humanos, temos desenvolvido treinamen-
tos em negócios internacionais voltados brasileira no comércio exterior
para os pequenos empresários que que-
A
rem começar a exportar. pós a realização do painel II, houve CAMEX está acima de tudo isso. Na reali-
O gerente regional de comércio exte- um debate com participação do pú- dade, uma parte do pessoal do governo ten-
rior do Banco do Brasil mencionou, ain- blico presente, aberto por Paulo ta estimular as empresas a exportarem e
da, uma parceria do banco com a Ode- Werneck, da Receita Federal. Ele questi- uma outra parte acaba dificultando a ex-
brecht, com o apoio do SEBRAE do Rio onou o sistema de cadastramento, chama- portação.”
de Janeiro, com o objetivo de auxiliar for- do RADAR, considerado muito restritivo. Em seguida, Aires Luiz Lima, ex-Pre-
necedores a exportarem, de forma direta Arthur Pimentel, Diretor de Comércio sidente da Câmara Portuguesa de Comér-
ou indireta, não só para os projetos da Exterior do MDIC, respondeu a esta ques- cio e Indústria do Rio de Janeiro, pediu
Norberto Odebrecht, mas também para tão, afirmando que “existe um trabalho que Gustavo Assad falasse sobre a posição
que possam atender a projetos de outras conjunto da Receita Federal, da Secretaria da Odebrecht a respeito das parcerias pú-
empresas no exterior. de Comércio Exterior do MDIC, do Ban- blico-privadas – PPPs.
“Queremos contribuir com as micro, co do Brasil e de outras instituições no O diretor adjunto da área internacio-
pequenas e médias empresas do Estado sentido de resolver este problema. Exis- nal da Odebrecht declarou: “Na nossa atu-
do Rio de Janeiro na sua inserção ou no tem passos que a Secretaria de Comércio ação no exterior, levamos, trazemos e ab-
aumento de sua participação no comér- Exterior não pode dar sem o consenti- sorvemos tecnologia, e isso nos permite
cio exterior. Nossa intenção é dar credi- mento da Receita Federal. É preciso ha- agregar valor ao nosso negócio e nos des-
bilidade e gabaritar a atuação dessas em- ver um entendimento das instituições en- taca perante os nossos clientes. A iniciati-
presas no comércio internacional.” volvidas para agilizar os procedimentos.” va do governo português de incentivar as
Ainda no Estado do Rio de Janeiro, o PPPs mostra que esse modelo efetivamen-
Banco do Brasil firmou um convênio com
a Secretaria Estadual de Desenvolvimento
Econômico, para realizar treinamento de
“ Váriasinstituiçõesestão
trabalhando em conjunto
para melhoraro sistema
te pode ser aplicado. É um benefício que
desonera o Estado, permitindo que a ini-
ciativa privada tenha uma participação mais
funcionários das secretarias municipais de efetiva no processo de infra-estrutura.
desenvolvimento econômico, de modo a
capacitá-los na área de câmbio e comércio
exterior, para que possam dar maior su-
de cadastramento
A R T H U R P IM ”
EN T EL N
“No Brasil, podemos perceber que o
governo abriu um canal de comunicação
com a iniciativa privada que significa uma
porte aos investidores interessados em re- Paulo Werneck retrucou, afirmando evolução muito grande. Existe um pro-
alizar empreendimentos nos municípios. que, “segundo a Receita Federal, a necessi- grama do governo brasileiro chamado
Desse convênio participa o Departamento dade do RADAR é preventiva. Trata-se de Proex que é fundamental para a atuação
de Planejamento – Depla, da Secretaria de um mecanismo criado para impedir, por das empresas brasileiras no exterior. O
Comércio Exterior exemplo, que uma empresa laranja possa governo estabeleceu como meta expor-
fazer lavagem de dinheiro no exterior. Eu tar US$ 120 bilhões este ano e, para reali-
Presença em Portugal trabalho na Receita Federal, ou melhor, sou zar esta meta, vamos contar com uma con-
Em Portugal, o Banco do Brasil tem aduaneiro, e entendo que a CAMEX já de- tribuição forte do empresariado e com a
uma agência em Lisboa, uma sub-agência via ter batido o martelo, porque acho que a participação fundamental do governo bra-
“ Para realizarasmetasdo
comércio exteriorbrasileiro,
precisamosda participação
Na platéia, representantes dos governos federal e estadual, além de empresários e jornalistas.
dasempresasedo governo
G U STA V O A SSA D N ”
Após a explanação de Gustavo Assad,
Paulo Marques, Professor de Relações
Internacionais, presente à platéia, colo-
cou uma questão sobre a burocracia es-
tatal, trazendo o que ele considerou uma
pergunta e uma resposta ao mesmo
tempo. Segundo Paulo Marques, a bu-
rocracia na área do comércio exterior
seria uma herança dos governos milita-
res e, hoje, a sociedade democrática está Aires Luiz Lima pediu informações sobre a O Professor Paulo Marques questionou a
tendo certa dificuldade em implantar posição da Odebrecht em relação às PPPs. burocracia no comércio exterior brasileiro.
medidas anti-burocráticas.
Novamente, a resposta foi dada por dimentos e, hoje, existe um único órgão, sidente do painel II para os agradecimen-
Gustavo Assad. Ele citou um exemplo que se chama Comitê de Financiamento e tos finais.
recente de simplificação de mecanis- Garantia às Exportações – COFIG, que trata “Muito obrigado à Odebrecht e ao Ban-
mos burocráticos na área de comércio tanto de financiamento como de garantia. co do Brasil pela contribuição que deram
exterior. Isso foi um avanço muito grande porque e pela presença no mercado português.
“Há alguns anos, existiam dois fóruns agilizou e reduziu alguns procedimentos As comemorações dos 200 anos da vinda
de apoio à exportação no governo: um de- burocráticos, mas, insisto, a burocracia exis- de Dom João VI para o Brasil, que ocorre-
les era o Comitê de Comércio Exterior – te, e existe uma boa vontade do governo no rão em 2008, são uma boa possibilidade
CECEX que tratava de financiamento, e um sentido de reduzi-la, mas leva tempo para política e diplomática para o Rio de Janei-
outro que era o Conselho Diretor do Fun- que isso possa ocorrer.” ro se reafirmar como grande capital da lín-
do de Garantia às Exportações – CFGE, Após o debate, o Cônsul-Geral de Por- gua portuguesa e como capital da relação
que tratava das garantias. Pleiteamos, junto tugal no Rio de Janeiro, Antonio de luso-brasileira. Muito obrigado a todos e
ao governo, a simplificação desses proce- Almeida Lima, usou a palavra como pre- dou por encerrado esse painel.”
Investimento é o destaque na
relação bilateral
Comércioentreosdoispaísesestáaquém dopotencial.
Osinvestimentos,porsuavez,nãoparam decrescer.
O painel III do Seminário Bilateral
de Comércio Exterior e Investi-
mentos Brasil-Portugal foi dedica-
do ao estado atual das relações co-
merciais entre os dois países. Foi
presidido pelo Embaixador Virgilio
Moretzsohn de Andrade, Chefe do
Escritório de Representação do Mi-
nistério das Relações Exteriores no
Rio de Janeiro e contou com a mo-
deração e o pronunciamento espe-
cial de Fábio Martins Faria, Diretor
do Departamento de Planejamento
e Desenvolvimento de Comércio
Exterior do Ministério do Desen-
volvimento, Indústria e Comércio
Exterior – MDIC.
João Pedro Mota Pinto e o Embaixador Virgilio Moretzsohn de Andrade, que presidiu o painel II.
O
s expositores foram João Pedro seminário dedicado a Portugal. Ele lem- ram inspiração nos grandes navegadores
Mota Pinto, Diretor do Instituto brou que, nos anos 90, participou dos portugueses que, no século XVI, lança-
de Comércio Exterior de Portu- primeiros passos que deram origem à cri- ram-se ao mundo com bastante destemor,
gal – ICEP e Maurício Chacur, Secretário ação da Comunidade dos Países de Língua buscando não só conquistá-lo fisicamen-
de Estado de Desenvolvimento Econô- Portuguesa – CPLP, da qual fazem parte te, mas conquistá-lo comercialmente.
mico do Rio de Janeiro. Esteve presente, Brasil e Portugal. Isso ajudou o comércio exterior brasilei-
ainda, para compor a mesa o Subsecretá- Em seguida, passou a palavra a Fábio ro a dar um grande salto nos últimos anos,
rio de Estado de Desenvolvimento Eco- Martins Faria, que iniciou seu pronuncia- com crescimento bastante notável.”
nômico do Rio de Janeiro, Jorge Cunha. mento. Segundo Fábio Martins Faria, o inter-
“Temos um carinho muito especial por câmbio brasileiro com Portugal vem
Laços afetivos Portugal, país onde encontramos nossas crescendo de forma acentuada. O mes-
O Embaixador Virgilio Moretzsohn de raízes históricas. Eu queria dizer que as mo tem acontecido com relação a ou-
Andrade abriu os trabalhos falando de sua empresas brasileiras, que nesse momento tros países, visto que, em 2005, as ex-
satisfação em presidir um painel de um estão se voltando para o exterior, busca- portações brasileiras fecharam em US$
“Portugal estava numa desvantagem Hoje, cerca de 17% dos investimen- “Só a Vivo emprega mais de 7 mil tra-
muito grande frente a capitais alemães, tos portugueses no Brasil se concentram balhadores de forma direta no estado. O
franceses e americanos, países com mais no Estado do Rio de Janeiro, enquanto grupo Pestana tem 1.100 empregados di-
tecnologia e recursos. Nesse cenário, o 48% são realizados em São Paulo. Isto retos em seis hotéis no Brasil, sendo dois
Brasil se encaixou como uma luva na es- obedece a uma lógica econômica, em no Rio de Janeiro e os outros em São Pau-
tratégia lusitana de diversificação, num função do tamanho do PIB dos respecti- lo, Goiânia, Natal e Curitiba.”
momento em que havia uma consolida- vos estados. Segundo Maurício Chacur, estes resul-
ção da democracia tanto aqui quanto lá. “Acreditamos que nosso estado tem tados foram conseguidos porque o Esta-
Tratava-se de um contexto de abertura de condições de melhor atrair essa presen- do do Rio de Janeiro conseguiu reverter
mercados em todo o mundo, no qual Por- ça portuguesa, como tem atraído inves- um déficit crônico de décadas e, no ano
tugal buscava uma integração com a Co- timentos de outros países. Hoje, o Rio passado, obteve um saldo de US$ 1,5 bi-
munidade Européia. As duas nações se de Janeiro é um líder na captação de in- lhão na balança comercial e passou a se
redescobriram e aconteceu, então, uma vestimentos. Vale citar dois exemplos: a destacar em matéria de exportações.
‘invasão’ portuguesa no Brasil, que trou- articulação da Companhia Siderúrgica do “O petróleo é uma atividade impor-
xe resultados muito positivos para ambos. Atlântico com a Companhia Vale do Rio tante no território fluminense e susten-
No período compreendido em 1995 e Doce para uma participação com investi- tou a economia do estado em momen-
2004, tivemos US$ 11 bilhões de investi- mentos calculados em torno de US$ 3,5 tos difíceis, mas hoje a nossa economia
mentos portugueses no Brasil.” bilhões, e o investimento da Petrobras de é muito mais diversificada e está em
Segundo Mauricio Chacur, após um US$ 6,5 bilhões em uma nova refinaria crescimento. O petróleo contribui, atu-
período inicial de grandes inversões, houve em território fluminense. Ou seja, den- almente, com cerca de 19% do nosso
uma redução nos investimentos diretos. tro de cinco anos, o Rio de Janeiro será PIB, o que é um dado bastante signifi-
“Apesar disso, hoje, esperamos que a re- um estado completamente diferente, por cativo, mas, como vocês podem ver, te-
lação bilateral se incremente nas duas causa dessas duas iniciativas. Muitas ou- mos muitos outros setores ativos e di-
mãos, ou seja, com capitais brasileiros em tras irão ocorrer, graças ao esforço do nâmicos. Só para dar um exemplo, o Rio
Portugal e capitais portugueses no Brasil. estado de desconcentrar suas indústrias de Janeiro passou a ser o quinto estado
Nós estamos numa grande expectativa de e atividades de serviço.” exportador brasileiro e acreditamos que
que a TAP invista aqui, agora, apoiando a Como exemplo, Maurício Chacur ci- ele poderá ocupar o terceiro ou quarto
VARIG que está realmente precisando de tou o seguinte dado: há seis anos, a capital lugar neste ranking.”
recursos. A VARIG é um grande símbolo do estado contribuía com 62% para o PIB Em seguida, Mauricio Chacur afirmou
do nosso país.” estadual, e todo o interior fluminense (in- que o Rio de Janeiro é um ator importan-
clusive a região metropolitana da capital) te na relação com Portugal. Em 2005, o
Portugueses no Rio contribuía com apenas 38%. Hoje, capital estado representou 15% das importações
O Secretário de Estado de Desenvol- e interior se igualaram e detêm, cada um, e 33% das exportações, as quais se con-
vimento Econômico do Rio de Janeiro cerca da metade do PIB. O secretário con- centram principalmente em petróleo, fer-
considerou, ainda, a diversificação nas ati- siderou esta mudança como um resulta- ro, aço e derivados.
vidades e nos portes das empresas portu- do positivo da política de descentralização “Isso demonstra que nós temos gran-
guesas que aqui investem. A atividade de física das atividades econômicas. Ele men- de espaço para crescimento de ambos os
comércio, principalmente focada em pe- cionou, também, a presença de empresas lados. Nós importamos de Portugal pro-
quenos negócios, tem cedido espaço para portuguesas no estado, como a compa- dutos tradicionais como pescado, vinho e
grandes empreendimentos industriais e de nhia de bebidas e sucos Sumol, a cerveja- frutas secas, mas temos espaço e mercado
serviços. ria Cintra, o Grupo Espírito Santo de ser- para importar outros itens de maior valor
“Temos uma presença portuguesa sig- viços financeiros, o Grupo Pestana, que agregado, assim como temos, também,
nificativa nas áreas farmacêutica e de ser- tem hotéis na capital fluminense e em capacidade de exportar produtos de mai-
viços financeiros. No Estado do Rio de Angra dos Reis, a Portugal Telecom, que or valor tecnológico.”
Janeiro destacam-se, ainda, os setores de injetou US$ 7 bilhões na Vivo, além da O Secretário de Estado de Desenvol-
hotelaria, bebidas, telecomunicações, con- presença do Grupo Laboris na área far- vimento Econômico finalizou seu pro-
cessões rodoviárias e engenharia civil.Tudo macêutica. nunciamento parabenizando a Federação
isto traz um grande benefício ao estado, já O Secretário de Estado de Desenvol- das Câmaras de Comércio Exterior –
que gera emprego, renda e receita, mas os vimento Econômico lembrou que o mer- FCCE pela iniciativa de criar seminários
investimentos poderiam ser ainda maio- cado fluminense é cerca de 15 vezes mai- que estreitam os laços comerciais do
res, uma vez que a maior colônia portu- or que o mercado português e que a ten- Brasil com os mais diferentes países e
guesa no estrangeiro está estabelecida no dência, por isso, é de as empresas portu- que podem gerar novos ciclos de inves-
Rio de Janeiro.” guesas continuarem vindo para cá. timentos.
20 de fevereiro RÚSSIA
24 de abril FRANÇA
22 de maio PERU
19 de junho PORTUGAL
17 de julho CHINA
21 de agosto PANAMÁ
18 de setembro SUÉCIA
23 de outubro ESPANHA
13 de novembro FINLÂNDIA
11 de dezembro ALEMANHA
João Augusto de Souza Lima, Antonio de Almeida Lima, Arthur Pimentel, Marcio Fortes de Almeida, Mauricio Chacur e Francisco Seixas da Costa.
A
sessão solene de encerramento do mércio Exterior do Ministério do Desen- O presidente da FCCE fez, também,
Seminário Bilateral de Comércio volvimento, Indústria e Comércio Exteri- um registro importante sobre a trajetória
Exterior e Investimentos Brasil- or – MDIC; Arlindo Catoia Varela, Vice- da Federação das Câmaras de Comércio
Portugal foi presidida pelo Embaixador Presidente da FCCE; Luis de Avillez, Pre- Exterior. “É a associação de classe, que tra-
Plenipotenciário de Portugal, Francisco sidente da Câmara Portuguesa de Comér- ta exclusivamente de comércio exterior,
Seixas da Costa, e contou com o pronun- cio e Indústria do Rio de Janeiro; Fábio mais antiga do Brasil. Ela é a sucessora da
ciamento do Ministro de Estado das Ci- Martins Faria, Diretor do Departamento Federação das Câmaras de Comércio Es-
dades, Marcio Fortes de Almeida. de Planejamento e Desenvolvimento do trangeiras do Brasil, fundada em 1932,
Fizeram parte da mesa João Augusto de Comércio Exterior do MDIC; e Maurício entre outras pela mais antiga das Câmaras
Souza Lima, Presidente da Federação das Chacur, Secretário de Estado de Desenvol- de Comércio Exterior de Portugal, que é
Câmaras de Comércio Exterior – FCCE; vimento Econômico do Rio de Janeiro. a Câmara Portuguesa do Rio de Janeiro”.
Antonio de Almeida Lima, Cônsul-Geral João Augusto de Souza Lima iniciou a Ele ressaltou, então, que, por lógica his-
de Portugal no Rio de Janeiro; Embaixa- sessão agradecendo a participação do Em- tórica, “a FCCE, sucessora da Federação
dor Virgilio Moretzsohn de Andrade, Che- baixador Virgilio Moretzsohn de Andrade. das Câmaras de Comércio Estrangeiras,
fe do Escritório de Representação do Mi- “Contamos com Vossa Excelência nos foi fundada, na realidade, pela Federação
nistério das Relações Exteriores no Rio de próximos seminários para que possa, mais das Câmaras de Comércio Exterior de
Janeiro; Arthur Pimentel, Diretor de Co- uma vez, nos auxiliar e nos prestigiar”. Portugal, conforme muito bem nos lem-
brou seu ex-presidente e atual vice-pre- Brasil, mas não para ela tão-somente. Do gem gera distorções que impedem a com-
sidente da FCCE, Arlindo Catoia Varela”. mesmo modo, a Alemanha tem importa- preensão exata do atual papel dos portu-
João Augusto de Souza Lima chamou ções que não são apenas para ela”. gueses no Brasil.
para presidir a mesa “com deferência, res- “Se vocês forem a um ponto de ônibus
peito e admiração”, o Embaixador Pleni- Língua portuguesa e perguntarem qual a nacionalidade da em-
potenciário de Portugal, Francisco Seixas Em seguida, o ministro das cidades co- presa Vivo, vão dizer que ela é brasileira.
da Costa. mentou que a língua portuguesa – por Ninguém sabe que ela é portuguesa.
uma questão de sotaque – é, hoje, um Como também não sabem que PT, no Bra-
Figura central fator que mais nos afasta do que nos une sil, fora o partido político, quer dizer Por-
“Para esta sessão solene, vamos ter o a Portugal. Para confirmar sua teoria, per- tugal Telecom. Não existe uma associação
pronunciamento de alguém que tem uma guntou aos presentes se alguém já vira entre o investimento e a imagem do país”,
responsabilidade muito especial no rela- um filme português. Ao plenário ele tam- concluiu, ressalvando algumas organiza-
cionamento econômico entre Portugal e bém dirigiu uma pergunta sobre a audi- ções como a Rede de Hotéis Pestana e o
Brasil” afirmou o presidente da mesa ao ência brasileira do canal Rádio Televisão Banco Espírito Santo, que, ao contrário
anunciar o Ministro de Estado das Cida- Portuguesa – RTP, que talvez seja menor de instituições da área de tecnologia, pa-
des, Marcio Fortes de Almeida. do que, por exemplo, a audiência brasi- recem realizar uma ligação mais direta da
“Quando aqui cheguei, vi as dificulda- leira da inglesa BBC, da espanhola TVE e atividade com o seu país de origem.
des que surgiam no plano bilateral em al- da italiana RAI. “O investimento em imagem é tão im-
gumas questões de natureza comercial e portante que o Ministro Luiz Fernando
empresarial. Pude sempre contar com o
apoio do então Secretário Executivo do
Ministério do Desenvolvimento, Indús-
“ O Brasiléum bom mercado,
ePortugaluma ótima pontepara
o Brasil.Osdoisprecisam
Furlan tem tido o cuidado de desenvolver
a marca Brasil”, explicou o Ministro
Marcio Fortes de Almeida, afirmando que,
tria e Comércio Exterior, Marcio Fortes associada a esta imagem, devem vir
de Almeida”, lembrou.
Francisco Seixas da Costa disse, ainda,
que o atual ministro das cidades foi a figu-
M
exploraresse contato
A R C IO FO R T ES DE A LM ”EID A N
acoplados todos os aspectos positivos da
produção brasileira.
O ministro citou também, entre os in-
ra central na equalização de pontos im- “O que nos separa, por incrível que vestimentos de Portugal no Brasil, a área
portantes para promover a atividade ex- pareça, é a língua. O sotaque do portugu- do saneamento. Segundo Marcio Fortes de
portadora brasileira para Portugal. ês nos parece estranho. Temos que traba- Almeida, está sendo discutido um marco
Marcio Fortes de Almeida agradeceu lhar para nos aproximarmos cada vez mais, regulatório para o setor, e já existe uma
as palavras do embaixador e disse que es- para que artistas e jornalistas portugueses comissão no Congresso Nacional dedicada
tava apenas cumprindo sua missão da for- participem das nossas novelas, dos nos- a definir a relação entre estados, municípi-
ma habitual: com muito empenho. sos jornais, das nossas entrevistas e, da os e investimentos estrangeiros. O BNDES,
“Havia um mal-entendido entre Brasil cobertura do futebol”, afirmou. por exemplo, poderá ser um parceiro na
e Portugal a respeito da localização do cen- ampliação do setor de saneamento, se hou-
tro de distribuição da Agência de Promo- Refazer a imagem ver crédito de companhias estrangeiras.
ção de Exportações – APEX. O impor- O ministro também ressalvou a neces-
tante, naquele momento, era desfazer o sidade de reconstruir a imagem do país Oportunidades
mal-entendido, e dizer que Portugal não europeu em terras brasileiras, onde tradi- “A relação Brasil-Portugal está basea-
estava sendo abandonado pelo Brasil, ao cionalmente considera-se que o investi- da num desequilíbrio entre o investimen-
contrário, estava sendo priorizado na dis- mento português é voltado apenas para to e o comércio”, afirmou o ministro, pon-
tribuição dos produtos brasileiros”, os pequenos negócios. derando as vantagens e desvantagens das
relembrou o ministro. “O Brasil passou pelo mesmo proble- trocas entre países de continentes dife-
Marcio Fortes de Almeida contex- ma. O país da mulata, do futebol, do sam- rentes. “É muito fácil exportar para países
tualizou a localização do centro de distri- ba, da exportação do café, soja, minério da Europa, lá estando. Na Europa expor-
buição em Portugal. Alegou como justifi- de ferro, de repente, começa a exportar tadores e importadores estão mais próxi-
cativa o fato de que as exportações brasilei- aviões. Do mesmo jeito é Portugal. Que mos. As mercadorias podem ser transpor-
ras vão crescer ainda mais. “Se vai ser um país é esse que, de uma hora para outra, tadas de caminhão de um país para o ou-
centro de distribuição para a Europa, é cla- está aqui no Brasil com a Telecom e inves- tro, ou, até mesmo, de automóvel, como
ro que Portugal vai ganhar também no re- timentos de mais de US$ 7 bilhões?” acontece, muitas vezes, na venda de balas
passe e na distribuição. É o que acontece Usando exemplos do cotidiano, Mar- e confeitos”.
com as nossas exportações para a Holanda. cio Fortes de Almeida explicou que a fal- “Temos que ter capacidade para encon-
A Holanda é um grande importador do ta de investimentos em atualização da ima- trar oportunidades de negócios pontuais.
volume de comércio que temos com VM A – Em primeiro lugar, eu acho que cial. Não é uma novidade. A América do
os Estados Unidos”. a busca pelo multilateralismo em políti- Sul sempre foi uma prioridade, pelo
ca externa tem sido uma constante na di- menos na retórica, nas relações externas
plomacia brasileira. O que o governo brasileiras. Agora, há um esforço visível
Luiz Inácio Lula da Silva tem feito é ex- em tornar esse anseio mais palpável.
Com o o senhor avalia a diplom acia plorar novas áreas de relacionamento, e Nesse sentido, também é importante
e a política internacionaldo gover- não só centralizar a política nas relações notar que várias iniciativas estão frutifi-
no do Presidente Luiz Inácio Lula com os países industrializados. Acho que, cando, entre elas a criação da Comuni-
da Silva? Acredita que a ênfase no se há alguma diferença de ênfase, seria dade Sul-Americana de Nações, que é
m ultilateralism o é um a estratégia em abrir mais o leque do Brasil para o uma decorrência da criação do Merco-
eficaz para o desenvolvim ento de mundo. Nessa linha, as relações com a sul. Em um mundo globalizado, onde os
nossa política externa? América do Sul ganham um relevo espe- países se organizam em blocos, não faria
SESC:
SAÚDE BUCAL AO
ALCANCE DE TODOS
E
m um país onde 64% das pessoas dimentos clínicos, ações de prevenção e moção da saúde voltadas para o contexto
têm acesso restrito à atenção de educação em saúde. de vida de sua clientela. Para tanto, o pro-
odontológica, é de enorme rele- O projeto define como diretriz básica jeto sugere que as ações sejam desenvol-
vância o trabalho realizado pelo Odonto- o estabelecimento de parcerias para sua vidas a partir de um planejamento partici-
SESC, tanto em odontologia quanto em implementação. Essas parcerias são, pativo, buscando envolver a Prefeitura, a
educação em saúde e formação de agen- prioritariamente, firmadas com prefeitu- comunidade, os profissionais de saúde, as
tes multiplicadores. Utilizando unidades ras municipais ou outras instituições e instituições e organizações locais.
móveis – carretas com quatro cadeiras envolvem itens como: recursos humanos, A chegada de uma unidade móvel do
odontológicas e diversos equipamentos, infra-estrutura física e segurança. OdontoSESC é um momento de grande
inclusive aparelhos de raio-x – os profis- Extrapolando o atendimento clínico, participação comunitária, quando princi-
sionais do OdontoSESC circulam pelo o projeto enfatiza, também, a capacitação palmente as escolas tornam-se parceiras
Brasil desde 1999, oferecendo saúde bu- dos recursos humanos locais, com vistas a nas ações educativas, com intenso envol-
cal a milhares de pessoas em pequenas garantir a disseminação das informações vimento dos alunos e professores. Nessas
cidades e na periferia das capitais, onde se sobre saúde bucal. O foco é a difusão de ocasiões, os moradores dessas localida-
avolumam as demandas nesse setor. ações de prevenção, reduzindo a instala- des participam de um programa de
Hoje, o projeto conta com 44 unida- ção de doenças dessa natureza nas popu- capacitação, que os torna responsáveis pela
des móveis, que circulam em 24 estados, lações assistidas. multiplicação dos conhecimentos adqui-
além do Distrito Federal. Essas unidades Sua proposta de trabalho alia o atendi- ridos na comunidade em que vivem.
móveis trabalham com odontólogos, mento clínico odontológico curativo, de- É o SESC contribuindo para um Brasil
atendentes de consultório e agentes de senvolvido em unidades móveis, à reali- mais saudável e uma população com me-
saúde que atuam desenvolvendo proce- zação de ações coletivas e práticas de pro- lhor qualidade de vida.
Com o o senhoranalisaacorrentede
com ércio entre Brasile Portugal?
ACV – Hoje, o Brasil importa apenas 20%
do total que exporta para Portugal, mas
esta situação pode ser modificada e am-
pliada. O estado que importa mais de Por-
tugal é o Rio de Janeiro, e o que mais ex-
porta para Portugal é São Paulo. Na ver-
dade, tanto os portugueses como os bra-
sileiros poderiam descobrir todo o terri-
tório nacional, ou seja, é necessário esti- Segundo Arlindo Catoia Varela, o Rio de Janeiro é o maior importador de produtos portugueses.
mular tanto a importação quanto a expor-
tação, a partir de outros estados fora do Brasil costuma consumir. Poderíamos am- ta de outros países da Europa e que poderia
eixo Rio-São Paulo. pliar nossas transações, por exemplo, com passar a importar de Portugal.
itens de alta tecnologia que Portugal já
O que poderia ser feito para conse- produz e que costuma comercializar na Porque o Brasiltem dado tanta ên-
guirm aiorequilíbrio nanossabalança Europa. Hoje, cerca de 80% das exporta- fase à necessidade de aproxim ar-se
com ercialcom Portugal? Este equilí- ções portuguesas são destinadas a países com ercialm ente da U E?
brio é tão im portante assim ? europeus. ACV – O interesse do Brasil pela UE vem do
ACV – Este equilíbrio é extremamente fato de que se trata de um grande mercado
importante para ambos os países, porque Q uala im plicação da U nião Euro- consumidor que adquire produtos de alto
vai incrementar mais as importações e as péia – U E no com ércio Brasil-Por- valor agregado. Isto pode fomentar o desen-
exportações. É preciso estimular as ex- tugal? volvimento do nosso comércio exterior.
portações portuguesas para o Brasil, que ACV – O maior importador de produtos
representam um volume pequeno diante portugueses é a Espanha, que faz fronteira O senhor é otim ista ou pessim ista
das exportações brasileiras. Isto significa com o território português. De qualquer quanto ao desenvolvim ento do co-
que os portugueses devem conhecer maneira, Portugal tem hoje uma ótima li- m ércio do Brasilcom Portugal?
melhor o mercado brasileiro e, também, nha de produtos que exporta apenas para a ACV – Tanto o governo brasileiro como o
de certa forma, o mercado exportador Europa e que poderia, perfeitamente, ex- português estão trabalhando neste senti-
brasileiro precisa conhecer mais, e me- portar, também, para o Brasil. Nesse cená- do, desde o momento em que assinaram
lhor, as necessidades do mercado portu- rio, é evidente que temos de levar em con- um acordo, no final de 2005, durante o
guês. Se olharmos a pauta de nossas im- sideração as facilidades comerciais propici- Terceiro Congresso das Câmaras Portugue-
portações de Portugal, veremos que ela é adas pelo fato de Portugal pertencer à UE. sas de Comércio no Brasil, para a criação
composta, basicamente, por produtos que A questão estaria mais centrada em identi- de centros de distribuição. Foi criado um
a comunidade portuguesa radicada no ficar quais os produtos que o Brasil impor- centro de distribuição de produtos brasi-
leiros em Portugal, que já está iniciando Paulo. Tivemos um período áureo de re-
suas operações, e um centro português no lações comerciais antes da Segunda Guer-
Brasil. Isso vai facilitar o fortalecimento da ra Mundial e, depois, o comércio bilate-
corrente de comércio entre os dois países. ral se reduziu. A diferença na estrutura é
que os demais países têm uma única câ-
Com o éaestruturadasCâm arasPor- mara com escritórios nos estados, en-
tuguesasde Com ércio no Brasil? quanto que as câmaras portuguesas são
ACV – O papel das câmaras de comér- diferentes: cada estado tem sua própria
cio é fomentar as relações entre os dife- câmara, que possui autonomia e indepen-
rentes países. As Câmaras Portuguesas de dência de ação. Isso é extremamente sa-
Comércio no Brasil existem ,hoje, em lutar devido ao cenário econômico: o PIB
11 estados brasileiros. A câmara do Rio de vários estados brasileiros é equivalen-
de Janeiro foi fundada em 11 de setem- te ao de vários países da América do Sul e
bro de 1911. Depois, surgiu a de São ao de alguns países europeus.
ligação entre os
que o brasileiro gosta muito, entre eles o
azeite e o vinho portugueses. Nos últimos
anos, acho que o Brasil tem procurado,
“ Ascâmarasdecomércio
devem ajudartanto os
portugueses e como alvo, o próprio capital português, empresáriosdo Brasil
os brasileiros”
Presidenteda Câmara Portuguesa
pois Portugal tem investido no território
brasileiro alguns bilhões de dólares em
diversas áreas, principalmente no turismo.
como osde Portugal
L U ÍS DE ”
A V ILLEZ N
A
Lezíria, uma planície aluvial que se na margem esquerda do rio mais impor- plementar de Empresas (ACE) liderado
estende pela margem esquerda do tante de Portugal. São 13 km de viadutos pela Moniz da Maia, Serra e Fortunato
rio Tejo, ocupa uma boa parte da e 970 m de ponte sobre o rio, com duas (MSF); e composto pela Construtora do
região do Ribatejo, um dos ecossistemas pistas em cada sentido. Um empreendi- Lena; Odebrecht Construtora (por meio
mais férteis e protegidos do território mento que vai custar cerca de duzentos do seu ramo português, a Bento Pedroso
português. Constitui-se em uma espécie milhões de euros. Construções); Construtora do Tâmega;
de celeiro onde é cultivada a maior parte A travessia será uma alternativa de tráfe- Zagope e Novopca.
do arroz, milho, trigo, legumes e verdu- go para quem vem do Norte em direção ao O Diretor Geral da obra, Paulo Ferreira,
ras consumidos pelos portugueses. Por Sul de Portugal, evitando a passagem por da MSF, afirmou que “cada empresa colo-
sua sensibilidade ambiental e importância Lisboa, ajudando a reduzir o tráfego na ca- cou suas pessoas e recursos, e demos a par-
econômica, é considerada uma espécie de pital. A obra servirá, também, para fechar o tida. Há entrosamento, disciplina e um pro-
menina dos olhos do país. anel que vai circundar toda a região metro- cesso dinâmico a serviço do cliente. Todos
Nesta região está sendo construída a politana de Lisboa. Terá, ainda, um papel sabemos qual é a nossa missão”.
Travessia do Tejo, entre Carregado e importante na ligação entre o Ribatejo e a A Bento Pedroso é representada no ACE
Benavente. Trata-se da maior obra pública zona litorânea do Oeste de Portugal. por Carlos Valente, um engenheiro carioca
em andamento no país, prevista para ter- Encomendada pela Brisa – Auto-Es- que trabalha há 20 anos na Odebrecht. Ele
minar em abril de 2007, e que fará a liga- tradas de Portugal, a ponte está sendo é o Diretor Comercial da Travessia e decla-
ção entre a Auto-Estrada 10 (Bucelas/ construída por um Agrupamento Com- rou: “A nossa capacidade de reagir é direta-
Carregado), na margem direita do Tejo, e a mente proporcional à integração dos líde-
Auto-Estrada 13 (Almeirim/Marateca), res. A integração é sempre fruto da confi-
ança entre todos. Aqui, isto existe”.
Desafios
O grande desafio foi atravessar o rio e
a região da Lezíria, com seus cultivos
verdejantes, com um mínimo de impac-
to ambiental. A solução foi construir
quase 14 km de via suspensa. Serão cra-
Equipe internacional
Cerca de mil pessoas, de 14 nacionali-
dades diferentes, estão trabalhando na
construção da Travessia Carregado-
Benavente. Destas, 850 vivem nos aloja-
mentos da obra. Cada quarto abriga qua-
tro trabalhadores, e um dos cuidados dos
administradores foi agrupá-los de modo
que seus costumes e crenças não interfi-
ram no seu relacionamento pessoal e nem
no trabalho.
A internacionalidade está presente,
também, em outros aspectos da constru-
ção da travessia. As embarcações e os equi-
pamentos embarcados, bem como seus
operadores, são holandeses. As gruas vie-
ram do Japão. A central de pré-moldados
foi projetada por italianos e as fundações
estão sob responsabilidade da Brasfond,
uma empresa brasileira.
A Odebrecht participa ativamente da
obra e foi escolhida, entre outros motivos,
por já ter executado trabalhos importantes
em território português. Destaca-se o tre-
cho Fátima-Leiria, da Auto-Estrada 1, que
liga Lisboa à cidade do Porto, concluído
em setembro de 1991.
A Padeira e o Condestável
H EN R IQ U E D O AM A R A LN é o mais popular, como também o mais
razoável.
U
ma pá de forno de padaria, muito Sete soldados, na medida que saiam do
bem manejada pelas mãos de forno, onde haviam se refugiado, eram
uma mulher, foi decisiva para que devidamente recepcionados por Brites, e
Sua Majestade, o Rei Dom João I, e seu sua pá, que os “carimbava” tranqüilamen-
Condestável, Dom Nuno Álvares Perei- te, quebrando-lhes os pescoços. Empu-
ra, consolidassem o Estado de Portugal! nhava, de forma segura e decidida, esse
instrumento de padaria que em suas mãos,
Aljubarrota. A batalha final. de 12 dedos no total, tornava-se mortífe-
No dia 14 de agosto de 1.385, os por- ro. Pois é, Brites possuía, além de suas qua-
tugueses, na desvantagem de 1 para 5, ex- lidades belicosas, seis dedos em cada mão!
pulsam definitivamente os “castelhanos” Esta padeira era, realmente uma mu-
comandados pelo Rei Dom Juan I e aca- lher terrível. Totalmente fora dos padrões
bam com a pretensão desse monarca de femininos, de qualquer época, era mestre
se tornar Rei de Portugal, em função de na arte de usar a espada e o bastão, tendo
seu casamento com a única filha de Dom gasto todo o pouco dinheiro que recebera
Fernando, a infanta Beatriz . de herança para se aprimorar nessas ativi-
Assume o trono português Dom João, dades pouco femininas.
Mestre de Aviz, o primeiro de seu nome,
eleito que foi no ano anterior “regedor e
defensor do Reino”, aclamado Rei, pelas
Cortes de Coimbra, em Abril do históri-
co ano de 1.385.
Com o apoio dos ingleses, que aplica-
ram suas vitoriosas táticas de guerra tais
como o “quadrado”, as “cavernas de lobo”
e os “fossos anti-cavalaria”, (utilizadas já
nas batalhas de Crécy e Poitiers, e, poste-
riormente, na famosa Azincourt) os
castelhanos, apoiados pelos franceses, so-
freram a mais fragorosa e retumbante der-
rota, eliminando, assim, definitivamente,
as pretensões do monarca de Castela ao
Reino de Portugal.
No comando das tropas portuguesas,
na linha de frente, encontrava-se o
Condestável Dom Nuno Alvares Pereira.
Porém, na retaguarda, contaram, as tro-
pas aliadas, com a atuação de Brites de O mural de azulejo, que Exibindo-se em feiras e praças públi-
Almeida, uma “padeira”que se encarregou cas, nunca foi derrotada por homem al-
de “limpar” o que sobrou das tropas espa- representa a famosa Padeira gum, sendo que um soldado, conhecido
nholas, esquartejando centenas de espa- de Ajubarrota, e a estátua pela sua valentia e coragem, desafiou-a:
nhóis em fuga e eliminando, um a um, do Condestável Dom Nuno “se me venceres, matas-me; se eu vencer,
todos os soldados que haviam se refugia- Álvares Pereira, fazem justa terás que casar comigo”. E Brites de
do no interior do forno de sua padaria. Almeida, simplesmente, matou-o!
homenagem aos heróis da
Diz a lenda que foram mais de 30, porém Perseguida pela justiça, porque já na-
vamos considerar o número de sete, que nacionalidade portuguesa quela época matar um soldado era crime,
Augusto Carreira (Vice-Presidente da Câmara portuguesa) e Carlos Amaral (Presidente do Conselho Regional do Senac e da Federação do
Comércio do Estado da Bahia) assinam convênio.
N
o dia 9 de março, o Senac/BA e a nária Baiana em Lisboa (no restaurante do acordo de cooperação. “Por duas vezes,
Câmara Portuguesa de Comércio Hotel Dom Pedro). o Senac realizou festivais gastronômicos
no Brasil -Bahia assinaram, na Casa De acordo com Manoel Augusto no Hotel Dom Pedro, em Lisboa, e em
do Comércio, em Salvador, um acordo de Duarte Carreira, vice-presidente em exer- ambas tivemos grande sucesso. O que
cooperação mútua que visa promover e cício da Câmara, o acordo ainda pode di- não me admira, visto que Bahia e Portu-
executar investimentos e fortalecer a re- namizar a realização de eventos bilaterais gal são irmãos”, disse. “No que depender
lação comercial entre os dois países. que resultarão na ampliação do comércio da Federação do Comércio da Bahia, es-
O convênio abre espaço para que as entre o Brasil, mais especificamente, a ses laços de união só se fortalecerão”,
instituições promovam seminários, con- Bahia, e Portugal. Dado o grande número completou.
ferências, feiras, exposições, além de or- de empresários portugueses com negóci- Já Marina Almeida, diretora do Senac/
ganizar missões e encontros de negócios os já instalados na Bahia, principalmente BA, aproveitou para salientar que o acor-
em ambas as regiões. A parceria também na área hoteleira, as expectativas de novos do é um desdobramento de alguns tra-
permitirá que os empresários associados investimentos são muito boas: “Não pos- balhos que a Instituição já vinha desen-
à Câmara Portuguesa tenham o acesso fa- so ainda prever o volume de investimen- volvendo além-mar. Dessa forma, o
cilitado aos serviços do Senac, como cur- tos para o futuro próximo, mas além dos Senac vai ampliar a oferta de produtos,
sos preparatórios de culinária, garçons, empresários lusos que aqui já estão, te- levando a gastronomia e promovendo
animadores e camareiras. O primeiro fru- mos muitos outros interessados em vir intercâmbios educacionais, incluindo ar-
to dessa aliança será a realização dos festi- para a Bahia”. tes plásticas e artesanato locais. “Enfim,
vais gastronômicos Semana de Culinária Na ocasião, o presidente da Federação vamos levar um pouco da cultura baiana
Portuguesa,em Salvador (no restaurante da do Comércio da Bahia, Carlos Amaral, para lá e trazer um pouco da portuguesa
Casa do Comércio) e da Semana deCuli- declarou sua satisfação em assinar esse para cá”, conclui.
Com o foia trajetória do Vila Galé Por que os interesses dos senhores um exemplo, até bem pouco tempo o seu
H otéisdesdesuainstalação no Brasil? têm -se voltado para o Nordeste? país não tinha uma oferta expressiva de
JW – O grupo foi criado em 1987, em JW – A vocação primária do nosso grupo hotéis de praia, apesar de contar com uma
Portugal e, nesses 20 anos, tem crescido foi sempre o turismo de lazer, embora costa imensa.
numa média de um hotel por ano, apro- também tenhamos, hoje, hotéis de negó- O Brasil tem duas capitais com grande
ximadamente. No Brasil, ele foi implan- cios, como o caso de Salvador. Acredita- potencial turístico: São Paulo e Rio de Ja-
tado após analisarmos muitas oportuni- mos que, tanto para o turista internacional neiro. Essas são cidades que vivem de tu-
dades. Há dez anos, descobrimos uma quanto para o público interno, a área pre- rismo de negócios, sobretudo São Paulo,
estrutura abandonada na Praia do Futu- ferida seria o Nordeste. que é o centro empresarial do país. Em
ro, em Fortaleza. Compramos o prédio termos de ofertas turísticas direcionadas
em 2000 e, em outubro de 2001, abri- Com o se deu o crescim ento da rede ao visitante europeu, o Brasil não tinha
mos nosso primeiro estabelecimento no nessescinco anosno Brasil? muitas opções. Salvador, por exemplo, à
Brasil: o Vila Galé Fortaleza, um hotel JW – No início, o crescimento se dá num exceção da Costa do Sauípe, não tinha
cinco estrelas, com 300 apartamentos. ritmo lento e depois vai aumentando. Em hotéis de praia. Natal desenvolveu um
Em seguida, apareceu-nos a oportunida- 2005, tivemos um grande número de hos- bom potencial de praia há pouco tempo.
de de comprar um terreno na Bahia que pedagem e, esse ano, a expectativa é, pelo O próprio Recife também não tinha, até
pertencia a um grupo de construtores. menos, mantermos a mesma clientela. que surgiu o Porto de Galinhas.
Eles possuíam também um hotel em Sal- Acreditamos que o Brasil é um mercado Para ter demanda, tem que ter oferta.
vador e, simultaneamente à compra do promissor, com forte crescimento poten- Não adianta querer receber 2 milhões de
terreno, nós começamos a gerenciar esse cial e que as coisas vão melhorar. As nos- turistas se não há onde colocá-los. Os pró-
hotel, que acabamos por adquirir em fe- sas unidades vão atingir seu pico dentro prios aeroportos nordestinos como são
vereiro de 2004. de dois ou três anos. hoje começaram a funcionar há bem pou-
Mais tarde, nesse terreno que fica em co tempo. O aeroporto de Fortaleza, que
Guarajuba, a 30 km de Salvador, inicia- O que estim ularia a vinda de m ais é relativamente novo, data de 2000. O de
mos a construção do nosso maior hotel, turistas portugueses ao Brasil? H á Recife foi inaugurado no final de 2005; o
que deverá ser, também, o maior hotel do necessidade de políticas públicas e de Maceió foi inaugurado agora; o de Sal-
Nordeste do Brasil, com 447 apartamen- de m aisincentivo ao turism o? vador também tem cerca de três anos.
tos. Assim, podemos dizer que são três JW – Acho que a vinda de mais turistas Tudo isso são questões interligadas.
hotéis com quase 1000 quartos no total. não depende só de iniciativas do governo. Para ter um aumento de turistas, é preci-
Estamos ainda neste mês a desenvolver Para atrair mais visitantes, é preciso criar so contar com infra-estrutura. Paralela-
um mega projeto turístico no Ceará, cujas novas opções, e o Brasil, até hoje, não ti- mente a isso, os estados, individualmen-
obras devem começar em julho de 2006. nha muitos produtos turísticos. Para dar te, e o próprio Brasil, como nação, vão
Em Salvador,ossenhoresinstalaram
um hotelde negócios.Por que esse
em preendim ento,já que,com o o
senhordisse,a vocação prim ária do
grupo é o turism o de lazer?
JW – Salvador é uma cidade muito impor-
tante que permite o turismo de curta esta-
dia. Hoje, é basicamente a sede dos negóci-
os do Nordeste, já que nela se encontram
as grandes empresas da região. A capital da
Bahia gera um grande turismo de negócios,
aliado ao turismo de congressos e, tam-
bém, de lazer, mas de curta estadia. Salva-
dor precisava desesperadamente – e o go-
verno do Estado da Bahia percebeu isso –
de estabelecimentos nas praias, que é o que
nós temos, que permitissem aos turistas
conhecer a cidade por dois ou três dias e
depois explorar a orla. Hoje, o litoral nor-
destino apresenta uma oferta que já está
gerando demanda. Temos recebido muitos
ingleses, por exemplo. Essa demanda vem
com os novos hotéis.
Existem planos de expandir a rede de viajar, gosta de passar férias. O calendá- rito, está capacitando pessoal para traba-
em outrasáreas? rio escolar brasileiro, que é demasiado lhar com hotelaria. Por outro lado, não há
JW – Esse hotel de negócios em Salvador apertado, é um problema, mas se as pes- o que temos em Portugal e em outros
veio por acréscimo. Compramos o terreno soas têm poder de compra elas começam países da Europa e do mundo, que são
e acabamos ficando com o hotel, embora a fazer mini-férias e férias partidas. É uma cursos técnicos de hotelaria. São cursos
nossa vertente não fosse a de negócios. tendência atual: na Europa ninguém tira que formam profissionais com capacitação
Além disso, gostaríamos de ter uma ban- 30 dias de férias. O sistema tem que evo- em hotelaria em áreas específicas, por
deira no Rio de Janeiro e outra em São Pau- luir neste sentido, para que as pessoas te- exemplo, como garçom, cozinheiro, ca-
lo, seja de gerenciamento, seja de constru- nham férias partidas, e isso vai ser vantajo- mareira, mas que, simultaneamente, per-
ção própria. São duas praças muito impor- so para toda a cadeia econômica. mitem que a pessoa fique com sua apren-
tantes: o Rio como entrada no Brasil, e São dizagem curricular resolvida, ou seja, o
Paulo como centro de negócios de onde Com o o senhoravaliaam ão-de-obra estudante, ao mesmo tempo em que faz o
tudo sai. São Paulo é um grande emissor de brasileira,a qualificação e a quali- segundo grau, fica com uma especializa-
turistas para o resto do mundo. dade de atendim ento? ção profissional. Isso é um caminho im-
JW – Estou no Brasil há cinco anos e per- portante, que os estados brasileiros deve-
O que sustenta osinvestim entosdo cebo que, sobretudo no Nordeste, existe riam explorar. Isso é fundamental.
grupo:o m ercado interno ou o ex- uma matéria-prima ótima; aquilo que é Antes da abertura do hotel em Guara-
terno? preciso para fazer vingar o turismo: a sim- juba, no litoral baiano, fizemos três meses
JW – O mercado interno é fabuloso, mas patia. Claro que a técnica é importante, de parceria com o SENAC e queremos
é preciso equilibrar os dois. Não se pode mas a simpatia é fundamental. Senti, tam- continuar essa parceria de formação. Te-
viver só com o externo e, hoje em dia, bém, que, no Brasil, a pirâmide está inver- mos um projeto de hotel-escola para rea-
ainda não dá para viver só com o interno. tida, ou seja, produzem-se aqui doutores lizar cursos internos de reciclagem, mas
Estou convencido de que cada salto na em turismo, doutores em hotelaria, licen- não cabe a nós fazer esse hotel. Eu acho
economia brasileira representa um gran- ciados em turismo, licenciados em que há, no Brasil, uma grande carência,
de número de turistas internos. Brasileiro hotelaria, mas há carência na base. Por um não só em termos de formação e treina-
é um pouco consumista por natureza, gosta lado, existe o SENAC que, com muito mé- mento profissional mas, principalmente,
de formação básica. Como vou formar
uma pessoa como garçom se ela não sabe
ler nem escrever? Esse seria um papel fun-
damental da escola técnica: aumentar a
base de conhecimento e realizar o apren-
dizado técnico simultaneamente. A falta
de preparação básica, da educação básica,
é a grande falta que eu sinto aqui.
João Augusto de Souza Lima, presidente reelito da FCCE, preside a Assembléia Geral, que contou com a presença de Gustavo Affonso
Capanema; Arthur Pimentel; e Arlindo Catoia Varela, entre outros.
N
o dia 8 de junho, reunidos os mem- No que diz respeito à Presidência e
bros do Conselho Deliberativo da Vice-Presidência do Conselho Superior,
Federação das Câmaras de Comér- eleita juntamente com a Diretoria Admi-
cio Exterior, em Assembléia Geral espe- nistrativa, foram homologados os nomes
cificamente convocada, de acordo com os dos Diretores-Conselheiros Theóphilo de
Termos do Estatuto, elegeram a Diretoria Azeredo Santos, para presidente, e, para a
que comandará os destinos da FCCE nos vice-presidência, foi escolhido o Diretor
próximos três anos. Gustavo Affonso Capanema.
A chapa apresentada ao plenário atra- Nessa mesma Assembléia Geral foi
vés abaixo-assinado de inúmeras câmaras eleito, por unanimidade, para o Conselho
bilaterais e associações de classe, apresen- Superior, o Professor Carlos Geraldo
tou algumas novidades, “sangue novo” para Langoni, ex-Presidente do Banco Central
dirigir a FCCE. do Brasil e Presidente do Centro de Eco- Arlindo Catoia Varela, Gustavo Affonso
Dessa forma, verificamos o ingresso, na nomia Mundial da Fundação Getulio Capanema e João Augusto de Souza Lima,
qualidade de Diretores, da Cônsul-Geral Vargas. A eleição do Professor Langoni apreciam trabalho realizado pela FCCE.
do Grão Ducado de Luxemburgo, Marie foi decorrência do falecimento do Dire-
Christine Meyers, do Presidente do Con- tor Nilo Neme, o qual exercia, inclusive, lientando o Presidente re-eleito, João
selho de Câmaras de Comércio das Améri- a Vice-Presidência na ocasião. Augusto de Souza Lima, que sua presença
cas, José Francisco Marcondes Neto, e do O plenário da Assembléia Geral regis- em muito engrandece o Conselho, hon-
Presidente da Câmara Bilateral do Sri Lanka, trou um voto de louvor e boas-vindas ao rando assim seus colegas, e prestigiando a
Eduardo de Oliveira, entre outros. novo membro do Conselho Superior, sa- Federação das Câmaras de Comércio Exterior.
Presidente
JOÃO AUGUSTO DE SOUZA LIMA
1oVice-Presidente
Paulo Fernando Marcondes Ferraz
Vice-Presidentes
Arlindo Catoia Varela
Gilberto Ferreira Ramos
Joaquim Ferreira Mângia Augusto Tasso Fragoso Pires e o Presidente da Câmara Brasil-Iran, Sérgio Costa e Silva.
José Augusto de Castro
Ricardo Vieira Ferreira Martins
Vice-Presidente“EU ROPA”
Jacinto Sebastião Rego de Almeida
(Portugal)
Vice-Presidente“NO RTE”
Cláudio do Carmo Chaves
Vice-Presidente“SU D ESTE”
Antonio Carlos Mourão Bonetti
Vice-Presidente“SU L”
Arno Gleisner
Diretores
Diana Vianna De Souza
Marie Christiane Meyers
Alexander Zhebit
Alexandre Adriani Cardoso Da esquerda para a direita: Elysio Belchior, Haroldo Bezerra, Roberto Cury e Roberto Habib.
Andre Baudru
Augusto Tasso Fragoso Pires
Cassio José Monteiro França
Cesar Moreira
Charles Andrew T’Ang
Daniel André Sauer
Eduardo Pereira De Oliveira
José Francisco Fonseca Marcondes Neto
Luis Cesario Amaro da Silveira
Luiz Oswaldo Aranha
Marcio Eduardo Sette Fortes de Almeida Stefan Janczukowicz Luiz Oswaldo Aranha
Oswaldo Trigueiros Júnior
Raffaele Di Luca Sizínio Pontes Nogueira Elysio de Oliveira Belchior
Ricardo Stern Sohaku Raimundo Cesar Bastos Walter Xavier Sarmento
Roberto Nobrega Stefan Janczukowicz Suplentes
Roberto Cury Haroldo Bezerra
Roberto Habib Conselho Fiscal José Luiz Zanatta
Roberto Kattán Arita Titulares Jovelino Gomes Pires
Sergio Salomão Delio Urpia Sedcas
E
m entrevista à revista da Federação
das Câmaras de Comércio Exterior
– FCCE, o Diretor do Instituto de
Comércio Exterior de Portugal – ICEP,
João Pedro Mota Pinto, reafirmou a longa
tradição comercial existente entre Brasil e
Portugal. O diretor apresentou dados sig-
nificativos e esboçou algumas perspectivas.
Para ele, a relação comercial Portugal-Bra-
sil vem sendo construída desde 1500.
“Desde a época das grandes descober-
tas, Portugal vem transacionando bens com
o Brasil e nunca parou de fazê-lo. O co-
mércio entre os dois países encontra-se,
porém, muito aquém do que poderia ser. A
corrente comercial tem grande potencia-
lidade para crescer. Atualmente, o Brasil é,
apenas, o 24o fornecedor de Portugal e
Portugal é o 44o ou 45o fornecedor do Bra-
sil, portanto, o fluxo de bens e serviços
está aquém das potencialidades dos dois pa-
íses. Portugal exportou para o Brasil, em
2005, US$ 230 milhões, e o Brasil expor-
tou para Portugal cerca de US$ 1 bilhão, João Pedro Mota Pinto: “Em 2005, as exportações portuguesas para o Brasil cresceram em torno de 9%”.
valores considerados pequenos. Há, aqui,
muito a fazer para incrementar as trocas elevados no Brasil. É muito complicado As empresas portuguesas precisam olhar
comerciais entre Portugal e Brasil.” para o exportador brasileiro financiar as im- para o Brasil, não como um mercado que
Para João Pedro Mota Pinto existem portações e isso é um grande obstáculo”. nós fundamos, mas sim como um merca-
muitas razões para que esta relação comer- O diretor do ICEP afirmou que esses do prioritário, no qual é preciso apostar e
cial não seja mais intensamente explorada. entraves não podem servir de desculpa, investir mais.”
“Há um certo protecionismo por parte da porque há muitos países na União Euro- Apesar do cenário que esboçou na en-
economia do Brasil. Os impostos de im- péia que exportam mais para o Brasil do trevista, João Pedro Mota Pinto acredita que
portação são muito elevados neste país e que Portugal, como a Espanha, que ex- as perspectivas são muito positivas e os nú-
algumas barreiras burocráticas da alfânde- porta mais de US$ 1 bilhão; a Itália e a meros atuais indicam isso. “Em 2005, as ex-
ga dificultam as trocas comerciais. A greve França, que exportam cerca de US$ 3 bi- portações portuguesas para o Brasil cresce-
da Receita Federal, e outras greves realiza- lhões cada uma; e a Holanda, o maior ex- ram acima de 9%, em relação a 2004. Neste
das recentemente, podem ser considera- portador europeu, com US$ 6 bilhões. ano de 2006, até abril, cresceram 17,7%. Se
das entraves às exportações de Portugal “As empresas exportadoras portugue- as exportações portuguesas para o Brasil
para o Brasil. Há, ainda, problemas no aces- sas têm uma economia intra-comunitária continuarem a crescer a um ritmo sustentá-
so ao crédito para a empresa brasileira de – 80% das trocas comerciais de Portugal vel, acima dos 15%, acho que rapidamente
exportação. Além disso, os juros são muito são feitas com países da União Européia. poderemos atingir um bom patamar”.
A salva de aparato e o
nascim ento da contrastaria
na prata portuguesa
H EN R IQ U E D O AM A R A LN
O
conjunto de peças em prata, quer em ponta de diamante, o mais
sacras, quer profanas, do início raro de todos os motivos
da consolidação do Estado Por- decorativos da época,
por conta da dificul-
tuguês (nos séculos XIII e XIV) é muito
dade para se
pequeno e desordenado. “repuxar” a prata,
Somente no século XV registramos, de modo a criar a
não só uma produção mais significativa, impressão de um
como também uma tentativa de ordena- conjunto de tiras
concêntricas
ção e controle dessa atividade.
iguais. No detalhe,
Assim nascem as famosas, e tipicamente abaixo, é possível
lusitanas, Salvas de Aparato. identificar, clara-
Essas salvas nada mais são que bandejas, mente, o contraste
relativamente pequenas (entre 20 e 40cm municipal da cidade
de diâmetro) sem qualquer utilidade práti- de Lisboa, o famoso
contraste do barco,
ca, a não ser a ostentação das habilidades de
utilizado somente durante
seus prateiros, e a fortuna e poder de seus o final do séc. XV até o início
proprietários, que as exibiam em cima de do séc. XVI.
mesas e aparadores para registrar suas con- Coleção particular (Brasil).
dições privilegiadas e sua opulência. As Sal-
vas de Aparato eram de tal forma trabalha-
das, repuxadas e marteladas, que sua su-
perfície não comportava qualquer tipo de
objeto, nem mesmo pequenas frutas ou pa-
péis. Serviam, exclusivamente, como de-
coração e deleite visual.
Pelo seu artístico trabalho decorativo,
eram extremamente detalhadas, demora-
vam muito a ser confeccionadas, e, por
essas razões, custavam muito dinheiro!
Somente grandes prateiros as produziam,
e só comprava quem podia e tinha dispo-
nibilidade financeira para tal. Daí, seu
nome de Salva deAparato.
Com essas peças, além de poucos ob-
jetos de uso litúrgico e doméstico, come-
O aparecimento
dos Contrastes e Marcas
De início, é importante esclarecer que
contrastes e marcas são coisas diferentes,
e independentes entre si, já que o “con-
traste” é a confirmação do exame de qua-
lidade e pagamento de imposto à comu-
nidade, enquanto que a “marca” é, sim-
plesmente, o registro que o autor faz na
peça.
Pode haver peça só com contraste, ou
só com marca ou, ainda, simplesmente,
sem qualquer tipo de identificação. Isso
dependia muito da decisão do compra-
dor, se ele queria ou não pagar impostos,
se desejava registrar o nome do autor-pra-
teiro etc. Salva de aparato de pé alto, também
Muitas vezes, os nobres medievais uti- conhecida como fruteira,
lizavam esse tipo de peça, de alto valor apresentando vestígios de
agregado, como uma espécie de “caixa 2” prata dourada e decoração
típica do séc. XV, que são
(o lusitano “saco azul”), vem daí o fato de
mascarões, animais
que hoje se conhece um grande número marinhos fantásticos e
de trabalhos daquela época sem qualquer flores de cardos. Ao
marca ou registro. centro, a
Registre-se, também, a existência, mui- representação de
uma nau
to rara, de peças com até três marcas. Essa
portuguesa, alusiva
terceira marca corresponde ao atestado do às conquistas
Juiz de Ofício, confirmando o teor da prata, daquela época. O
o qual deveria estar sempre dentro dos pé, com friso
níveis estabelecidos pelas autoridades renascentista,
competentes. apresenta a mesma
decoração que a salva.
A mais antiga informação de que se tem
No detalhe abaixo,
registro sobre esse assunto é de dezem- podemos ver três marcas
bro de 1401, e foi feita durante o reinado de prata: o contraste da
de D.João I, por meio de um Regimento cidade do Porto (“P” gótico), a
da Cidade do Porto. Todavia, não se co- marca do Juiz de Ofício e a marca do
prateiro; circ. séc. XV/XVI.
nhece nenhuma peça dessa época contras-
Diâmetro 25cm, altura 10cm.
tada ou marcada. Existem alguns traba- Coleção particular (Brasil).
lhos desse período, extremamente raros,
que apresentam um “sinal” que pode ser
classificado como de “acervo” ou “propri-
edade”, jamais como contraste municipal
ou marca de prateiro.
Essa situação manteve-se inalterada até
que, no reinado de D. Afonso V, mais pre-
cisamente em novembro de 1460, a Co-
roa portuguesa promulga uma lei regula-
mentando o assunto, criando, assim, as
“Marcas Municipais” (“contrastes” das ci-
dades do Porto e de Lisboa).
PLANEJAMENTO 65.000
E DESENVOLVIMENTO DO
C OMÉRCIO EXTERIOR 55.000
25.000
Portugal é um país históricamente de-
ficitário em sua relação comercial com o 15.000
resto do mundo. De 1990 a 1998, o défi-
cit comercial portugês manteve-se prati- 5.000
Maquinaria
Elétrica
Combustíveis
Minerais
Calçados
Plásticos
Papel e Cartão
Cortiça e Obras
Móveis
Máquinas e
Equipamentos
Mecânicos
Artigos de
Vestuário de
Malha
11,5 25,0
10,5
9,5
20,0
13,4
10,0
3,5 3,4 8,4
3,3
2,1 2,0 2,0 5,2
5,0 4,2 4,2
2,8 2,2 2,2 1,7
Máquinas e
Equipamentos
Mecânicos
Instrumentos
Óticos e
Médicos
Combustíveis
Minerais
Maquinaria
Elétrica
Produtos
Siderúrgicos
Produtos
Farmacêuticos
Automóveis
Plásticos
Pescado
Papel e Cartão
0,0
ça
ia
ica
lia
nido
s
Uni stados
sil
aixo
anh
anh
Itál
Fran
Argé
Bra
Bélg
dos
oU
Esp
Alem
es B
E
Rein
País
Exportações de Portugal
lhões); artigos de vestuário (8,3%, US$ 3,2 bilhões), combustí- Principais países de destino – 2005 – participação %
veis minerais (4,2%, US$ 1,6 bilhão); calçados (4,2%, US$ 1,6
30,0
bilhão); plásticos e obras (3,6%, US$ 1,4 bilhão); papel e cartão Fonte: Global Trade Atlas
(3,1%, US$ 1,2 bilhão); e móveis (2,7%, US$ 1,1 bilhão). 25,6
25,0
Em 2005, o produto com maior participação na pauta impor-
tadora do País foi o combustível, um montante de US$ 9,0 bi- 20,0
lhões, o equivalente a 14,7% do total. Os demais principais pro-
dutos importados foram: automóveis (participação de 11,5% no 15,0 12,9
11,6
total, somando US$ 7,0 bilhões); maquinaria elétrica (10,5%,
US$ 6,4 bilhões); máquinas e equipamentos mecânicos (9,5%, 10,0 7,9
US$ 5,8 bilhões); plásticos e obras (3,5%, US$ 2,2 bilhões); 5,4
4,1 3,7
5,0 3,2
produtos siderúrgicos (3,4%, US$ 2,1 bilhões); produtos far- 2,6
1,2
macêuticos (3,3%, US$ 2,0 bilhões); pescados (2,1%, US$ 1,3
0,0
bilhão); papel e cartão (2,0%, 1,2 bilhão); e instrumentos óticos
a
ça
ia
ica
ola
ra
nido
Uni stados
s
aixo
anh
anh
Itál
apu
Fran
Bélg
Ang
dos
oU
Esp
Alem
es B
Cing
e médicos (2,0%, US$ 1,2 bilhão).
E
Rein
País
No que concerne aos países de origem das importações por-
tuguesas, a participação das mercadorias brasileiras é relevante,
representando 1,7% em 2005. Nesse ano, o Brasil foi o 10o Participação do Brasil no comércio exterior de Portugal
maior fornecedor de produtos ao país. Os principais fornece- 2000 a 2005
dores, como era de se esperar, são países comunitários: Espanha
Fonte: MDIC/SECEX e OMC
(28,7%), Alemanha (13,4%), Itália (5,2%), Países Baixos
(4,2%), Reino Unido (4,2%), Bélgica (2,8%), Argélia (2,2%)
e Estados Unidos (2,2%). 0,5% 0,6%
Por outro lado, a participação das compras brasileiras nas ex- 0,7%
0,8%
portações de Portugal é reduzida. Em 2005, O Brasil foi destino 0,5%
de apenas 0,6% das vendas portuguesas, ocupando a 18a coloca-
0,7%
ção como maior país comprador de produtos oriundos do País.
Os principais mercados compradores de Portugal, em 2005, fo- 1,8% 1,7%
1,4%
ram: Espanha (25,6% do total), França (12,9%), Alemanha 1,3% 1,3%
(11,6%), Reino Unido (7,9%), Estados Unidos (5,4%), Itália 1,0%
superior ao ano anterior quando somou US$ 771 milhões. 1.015 Corrente de comércio: 8,0%
962
Apesar do crescimento das exportações brasileiras para Por-
tugal em 2005, o País ocupou a 23a posição no ranking de mer- 771 785
Ranking de Portugal nas exportações brasileiras Ranking de Portugal nas importações brasileiras
2005/2004 – US$ milhões FOB 2005/2004 – US$ milhões FOB
Ordem País Valor '% Part% Ordem País Valor '% Part%
Entre os produtos que mais cresceram nas exportações, pode- Exportações brasileiras para Portugal por fator agregado
se destacar: carne de frango em conservas e preparações 2005/2004 – US$ milhões FOB
(+411,5%, para US$ 1,5 milhão); policloreto de vinila
(+297,0%, para US$ 2,3 milhões); carne de frango “in natura” 560 Variação % 2004/2005:
520 Básicos: + 7,7%
(+268,1%, para US$ 17,0 milhões); chassis com motor Semimanfaturados: - 9,1%
(+137,8%, para US$ 2,2 milhões); máquinas e aparelhos para Manufaturados: + 6,6%
Laminados
Planos de
Ferro e Aço
Motores e
Turbinas para
Aviação
Petróleo
em bruto
Couros e
Peles
Madeira
Serrada
Motores para
Automóveis
Polímeros de
Plástico
Carne de
Frango
Soja em Grão
Calçados
Com relação à importação, 878 empresas compraram merca-
dorias de Portugal, ante 869 em 2004, representando acréscimo
de 1,0% (+ 9 empresas).
Principais produtos importados pelo Brasil de Portugal Estados brasileiros que mais exportam para Portugal
2005/2004 – US$ milhões FOB 2005 – US$ milhões FOB
180
19 19 122
16 15
11 77
69 61
8 54
4 4 42 34
3 31
14
Cabos e Fibras
Sintéticas ou
Artificiais
Óleos
Lubrificantes
Minério
de Cobre
Máquinas e Apa-
relhos p/ Encher
ou Empacotar
Dispositivos Elé-
tricos de Ignição
ou Arranque
Azeite de Oliva
Bacalhau
Vinhos
Autopeças
Peras Frescas
Rio Grande
do Sul
Paraná
Santa
Catarina
Goiás
Rio de
Janeiro
São Paulo
Mato
Grosso
Bahia
Minas
Gerais
Pará
Demais
Estados brasileiros que mais importaram de Portugal Número de empresas brasileiras exportadoras e
2005 – US$ milhões FOB importadoras no comércio com Portugal
96 Fonte: MDIC/SECEX Fonte: MDIC/SECEX
2.185 2.142
35 869 878
22 20
17 16 14
3 3 2 4
Rio Grande
do Sul
Santa
Catarina
Espírito
Santo
Paraná
São Paulo
Bahia
Rio de
Janeiro
Minas
Gerais
Pernanbuco
Amazonas
Demais
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