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2006
22 de maio
Seminário Bilateral de
Comércio Exterior e Investimentos
BRASIL PERU
Federação das Câmaras de Comércio Exterior
Federación de las Cámaras de Comercio Exterior
La FCCE es la más antigua Asociación de Clase de- En un pasado reciente, la FEDERACIÓN DE LAS CÁ-
dicada exclusivamente a las actividades de Comercio MARAS DE COMERCIO EXTERIOR – FCCE firmó Con-
Exterior. venio con el CONSEJO DE CÁMARAS DE COMERCIO
Fundada en el ano 1950, por el empresario João DE LAS AMÉRICAS, organismo que representa a las Cá-
Daudt de Oliveira (se debe a él la fundación de la Con- maras Bilaterales de Comercio de los siguientes países:
federación Nacional de Comercio – CNC, 5 años an- ARGENTINA, BOLIVIA, CANADÁ, CHILE, CUBA,
tes), la FCCE opera, ininterrumpidamente, desde hace ECUADOR, MÉXICO, PARAGUAY, SURINAME, URU-
más de 50 años, incentivando y apoyando el trabajo de GUAY, TRINIDAD Y TOBAGO y VENEZUELA.
las Cámaras Bilaterales de Comercio, Consulados Ex- Además de varias decenas de Cámaras Bilaterales de
tranjeros, Consejos Empresariales y Comisiones Mixtas Comercio afiliadas a la FCCE en todo Brasil, forman
a nivel federal. parte de la Directoria actual, los Presidentes de las Cá-
La FCCE, por fuerza de su Estatuto, tiene ámbito na- maras de Comercio: Brasil-Grecia, Brasil-Paraguay, Brasil-
cional y posee Vicepresidentes Regionales en diversos Rusia, Brasil-Eslovaquia, Brasil-República Checa, Bra-
Estados de la Federación, operando también en el plano sil-México, Brasil-Belarus, Brasil-Portugal, Brasil-Líba-
internacional, a través de “Convenios de Cooperación” no, Brasil-India, Brasil-China, Brasil-Tailandia, Brasil-Italia
firmados con diversos organismos de la más alta credibi- y Brasil-Indonesia, además del Presidente del Comité
lidad y tradición, a ejemplo de la International Chamber Brasileño de la Cámara de Comercio Internacional, el
of Commerce (Cámara de Comercio Internacional – Presidente de la Asociación Brasileña de las Empresas
CCI), fundada en 1919, con sede en París, y que posee Comerciales Exportadoras – ABECE, el Presidente de
más de 80 Comités Nacionales, en los 5 continentes, ade- Ia Asociación Brasileña de la Industria Ferroviaria –
más de operar la más importante “Corte Internacional de ABIFER, el Presidente de la Asociación Brasileña de los
Arbitraje” del mundo, fundada en el año 1923. Terminales de Contenedores, el Presidente del Sindi-
La FEDERACIÓN DE LAS CÁMARAS DE COMER- cato de las Industrias Mecánicas y Material Eléctrico,
CIO EXTERIOR tiene su sede en la Avenida General Jus- entre otros. Súmese aun, la presencia de diversos Cón-
to nº 307, Río de Janeiro, (Edifício de la Confederación sules y diplomáticos extranjeros, entre los cuales, el
Nacional de Comercio - CNC) y mantiene con esta enti- Cónsul General de la República de Gabón, el Cónsul de
dad, hace casi dos décadas, “Convenio de Respaldo Admi- Sri Lanka (antiguo “Ceilán”), y el Ministro Consejero
nistrativo y Protocolo de Cooperación Mutua”. Comercial de la Embajada de Portugal.
La Directoria
DIRECTORIA PARA EL TRIENIO 2003/2006
Presidente
1o Vicepresidente
Vicepresidentes
Directores
APOIO
A Nação Sul-Americana
O Brasil redirecionou suas prioridades. Sem minimizar a importância de seu comércio
atlântico, voltou-se para a integração física e energética sul-americana. Compreendeu a
relevância da aproximação com os países vizinhos, para a superação do subdesen-
volvimento histórico, a partir de ganhos de escala proporcionados pela ampliação do
mercado consumidor. Acordos de livre comércio e desenvolvimento vinham sendo
firmados desde os anos 60. Acordos de complementação econômica ampliaram ainda
mais as possibilidades do livre comércio. Faltava, porém, o facilitador logístico. O Brasil,
de dimensões continentais, que vivera em seus primórdios o modelo de arquipélagos
econômicos, no qual cada área comunicava-se apenas com a metrópole, após promover
a integração nacional, percebeu que faltava superar as dificuldades físicas de acesso aos
países vizinhos. Incentivou, apoiou e acordou, enfim, com os objetivos e pressupostos
da Iniciativa de Integração Regional Sul-Americana – IIRSA, objetivando a construção
de eixos de integração e de desenvolvimento. Nesse contexto, Brasil e Peru construíram,
em 2003, durante a visita do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma aliança estratégica
que privilegia a intensificação da relação comercial, cultural e política. A
complementaridade econômica, a convergência de interesses políticos e a promoção do
comércio e dos investimentos objetivam, sobretudo, a erradicação da pobreza. São os
passos iniciais para a construção de uma nação sul-americana.
O marco dessa integração física foi a inauguração, em janeiro de 2006, da ponte
binacional sobre o rio Acre, que contou com a presença dos presidentes do Peru e do
Brasil. A Rodovia Interoceânica objetiva integrar o Mercosul à Comunidade Andina e é
o indicador de que a Comunidade Sul-Americana de Nações, lançada em 2004, durante
a 3a Reunião de Presidentes da América do Sul, em Cuzco, no Peru, não foi um mero
exercício de retórica.
CONSELHO DE
O Peru é, sem dúvida, um parceiro estratégico. A proximidade física com o litoral
CÂMARAS DE COMÉRCIO
daquele país, sinaliza a oportunidade de acesso facilitado aos mercados da Bacia do Pacífico. DAS AMÉRICAS
O Peru, no entanto, não pode ser entendido, simplesmente, como um corredor de
escoamento. O esforço do governo daquele país em aumentar o acesso a novos mercados,
por intermédio de acordos de livre comércio, exalta uma gama de oportunidades a serem Expediente
aproveitadas pelos exportadores brasileiros. Destaca-se o acordo de livre comércio com a
Tailândia, considerado por muitos como um país chave para acessar mercados do Sudeste Produção
Federação das Câmaras de Comércio Exterior – FCCE
asiático. A importância do Peru reside, igualmente, no dinamismo de sua economia, que Av. General Justo, 307/6o andar
apresentou, em 2005, taxa de crescimento da ordem de 6,5%. Os negócios relacionados Tel.: 55 21 3804 9289
e-mail: fcce@cnc.com.br
ao setor minerador e o Projeto Camisea, com suas gigantescas reservas de gás, ampliaram
Editor
o afluxo de investimentos estrangeiros para o Peru. O coordenador da FCCE
A corrente de comércio entre o Brasil e o Peru atingiu, em 2005, o montante de US$ Textos e Repor tagens
1,3 bilhão, e o Brasil gozou um superávit da ordem de US$ 910 milhões. O comércio Elias Fajardo
bilateral tende, efetivamente, a deslanchar na próxima década, por conta da integração Felipe Castro
José Antonio Nonato
física e dos acordos comerciais. É mister considerar que o Peru é um Estado associado ao Projeto Gráfico, Edição e Ar te
Mercosul e que o Acordo de Complementação Econômica no 58, ou ACE-58, tem Estopim Comunicação
apresentado resultados significativos. Tel.: 55 21 2518 7715
e-mail: estopim@estopim.com
Por tudo isso, a Federação das Câmaras de Comércio Exterior decidiu realizar, em 22 Revisão
de maio de 2006, o Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos Brasil- Maria Virgínia Villela de Castro
Peru. Trouxemos para o leitor, nesta edição, o acompanhamento dos trabalhos do Fotografia
seminário. Apresentamos o perfil e o potencial de duas das principais economias da Christina Bocayuva
6 E N T R E V I S TA 48 HOTELARIA
José Betancourt Rivera Hotéis-escola Senac
“Brasil e Peru estão no
centro físico, político e
econômico da América
do Sul”
Gustavo Assad
49 PARCERIA
“A economia e a área social
“Precisamos nos integrar com
caminham juntas”
toda a América Latina”
18 A B E RT U R A 5 1 C U LT U R A
Em busca da ligação bioceânica
A Escola cuzquenha de
61 GASTRONOMIA
40 E N C E R R A M E N T O Ceviche, a maravilha
Cultivar novas propostas para colher suprema de uma
desenvolvimento culinária rica e variada
41 E M P AU TA 6 5 R E L A Ç Õ E S B I L AT E R A I S
Pavilhões da
FCCE
7 0 C U RTA S
42 TURISMO
Destino Peru
ENTREVISTA
Como o senhor analisa, hoje, a cor- mas empresas brasileiras e peruanas já es-
rente comercial entre os dois países? tão iniciando as obras e esta estrada vai
JBR – A corrente comercial entre os dois conectar o Sul, o Centro-Oeste e parte
países é promissora, pois há uma tendên- do Norte do Brasil com o Sul do Peru. Os
cia de ampliação em muitos setores de estados do Mato Grosso do Sul, Mato
nosso comércio em muitos setores que Grosso, Rondônia e Acre e a região Sul do
ainda não haviam sido convenientemente Peru vão estar vinculados por intermédio
explorados. No momento atual, temos de uma rodovia que se constitui numa ver-
tido muitas possibilidades de incrementar dadeira via de integração física. Por meio
o comércio bilateral, especificamente por desta via, muitos produtos brasileiros te-
meio da Rodovia Interoceânica. Estamos rão acesso aos mercados asiáticos por meio
trabalhando na construção de uma integra- dos portos do Sul peruano no Oceano
ção física direta entre o Brasil e o Peru. A Pacífico.
Rodovia Interoceânica é um sonho que Por tudo isso, podemos afirmar que
logo vai tornar-se realidade, com expres- essa rodovia é um elemento importantís-
sivos benefícios em muitas áreas. Algu- simo dentro da nova concepção das rela-
“
de navio para o mercado asiático. a brasileira e a andina, que inclui o
A nossa corrente de
Atualmente, Peru e Brasil são dois Peru, a Colômbia, a Bolívia e o
países considerados estratégicos para o comércio será bastante Equador. O senhor acha que a cul-
desenvolvimento da Amazônia e, tam- ampliada por meio da tura tem algum reflexo no comér-
bém, para a própria América do Sul.
Eles têm um papel a cumprir e tudo
indica que o farão.
Rodovia Interoceânica
”
J O S É B E TA N C O U R T R I V E R A N
cio bilateral?
JBR – Concordo plenamente com esta
afirmação do Embaixador do Peru no Bra-
sil, Hernán A. Couturier Mariátegui. Se
Quais os produtos mais comer- rente comercial, mas estamos convenci- lançarmos um olhar bem amplo, de cará-
cializados entre os dois países e dos de que, por meio da Rodovia Intero- ter histórico e sociológico, sobre a Amé-
quais necessitam de mais atenção ceânica, o fluxo do comércio será incre- rica Latina, vamos verificar a presença de
por parte dos respectivos gover- mentado, porque a produção de soja dos duas grandes civilizações. A primeira de-
nos e do empresariado para se estados do Mato Grosso, Mato Grosso las é a cultura incaica, cujo centro político
tornarem mais viáveis comercial- do Sul e Rondônia chegará com facilida- e econômico ficava em Cuzco, no Peru, e
mente? de aos portos peruanos do Oceano Pací- a outra é a cultura ameríndia tupi-guarani
JBR – Os produtos mais vendidos pelo fico. Atualmente, nossas mercadorias cujo centro principal foi o Brasil.
“A economia e a
área social
caminham juntas”
Gustavo Assad é Diretor-Adjunto da área internacional da Cons-
trutora Norberto Odebrecht.
Tem sob sua responsabilidade a obtenção de financiamentos para os
contratos da empresa no exterior e o apoio institucional à divulgação
do trabalho do grupo empresarial de exportação de serviços. Enge-
nheiro civil com pós-graduação em Administração em Finanças e
Administração de Negócios, trabalhou em Angola e no Peru, onde
morou vários anos.
Nesta entrevista, ele fala sobre a atuação da Odebrecht no exteri-
or, reafirma a preocupação da empresa com questões sociais e co-
munitárias e, por fim, revela a sua emoção diante dos resultados de
um projeto de irrigação realizado em território peruano. Segundo
Gustavo Assad, exportar serviços significa mostrar no exterior um
Brasil forte, competente e produtivo, capaz de atender a grandes
demandas em diferentes continentes.
começou em 1944, trabalhando em ter- orientação estratégica da empresa? nosso negócio principal: a exportação de
ritório brasileiro. Há 25 anos, ela se lan- GA – A estratégia da empresa é baseada serviços. Isto envolve bem mais do que a
çou no mercado internacional. Durante no seguinte critério: onde houver a ne- questão do contato comercial. Se compa-
estas duas décadas e meia trabalhando fora cessidade, não de uma obra, mas, princi- rarmos friamente a exportação de serviços
do Brasil, não tivemos nenhum registro palmente, de projetos de infra-estrutura, e a exportação de bens, vamos ver que a
de obra inacabada e nenhum registro de lá nós estaremos, querendo participar. A parte comercial é praticamente igual: al-
inadimplência em qualquer país, ou re- Odebrecht está atuando em 19 países, nos guém demanda serviços, alguém demanda
clamação de instituições que não tenham quatro continentes. Em alguns, começa- um bem, e você vende.
ficado satisfeitas com nossos serviços. mos mais recentemente, como no Norte Os bens, normalmente, são monta-
da África, onde estamos avançando em dos no país em que são fabricados e já
Disponível em 4 idio
inglês,espanhol e f
Relação
atu
stino
mas: português,
rancês
de exportadores
alizada mensalmente
ABERTURA
José Betancourt Rivera; Marco Pólo Moreira Leite; Glorisabel Garrido Thompson-Flôres, Cônsul-Geral do Panamá no Rio de Janeiro; Franklin
Rivas, Cônsul-Geral da República Dominicana no Rio de Janeiro; e Pablo Jiménez Boada, Cônsul-Geral Adjunto da Bolívia no Rio de Janeiro.
Relação bilateral
Lúcia Maldonado afirmou, também, ção das relações comerciais entre o Brasil
que o Peru é um Estado associado ao e o Peru. O ministro da Embaixada do Peru in-
Mercosul, o que indica uma perspectiva “Historicamente, os dois países têm formou, ainda, que, em 2005, o intercâm-
de ampliação do comércio entre os dois políticas externas muito parecidas, no en- bio comercial entre o Peru e o Brasil so-
países. tanto, enquanto o Brasil se voltou para o mou US$ 1,3 bilhão, sendo que US$ 452
“Gostaria, também, de chamar a aten- Oceano Atlântico e para a Europa, o Peru milhões corresponderam a exportações
ção para um outro fato extremamente im- se voltou em direção ao Pacífico e para os peruanas e US$ 909 milhões correspon-
portante: quando falamos em mercado Estados Unidos. Desde agosto de 2003, deram às exportações brasileiras para o
exterior sempre pensamos apenas em nós temos uma aliança estratégica. Foi Peru. Isto significa que a balança comercial
mercadoria. Para nós, os serviços ainda se acordado durante a visita do presidente é deficitária para o Peru em cerca de US$
situam num mercado futuro e, nesse cam- Luiz Inácio Lula da Silva ao Peru, que os 457 milhões.
po, as relações do Brasil com o Peru são dois países se propõem a manter uma re- As exportações peruanas para o Brasil
muito importantes. Nós temos empresas lação bilateral comercial intensa e defi- incluem, principalmente, minérios como
brasileiras fazendo obras de vulto no Peru nem uma estratégia na qual não só aspec- zinco, cobre, prata, prata refinada e cobre
e, também, estamos investindo bastante tos comerciais possuem relevância, mas refinado. A eles se juntam produtos agríco-
no turismo. Todos devem prestar muita também se priorizam trocas culturais e las cultivados no Sul do Peru, que encon-
atenção aos painéis que virão, em que se- políticas.” tram demanda nos estados brasileiros que
rão expostas e definidas algumas metas Segundo José Betancourt Rivera, o fazem fronteira com aquela região. Entre
para o aumento dos intercâmbios com o Peru, hoje, apresenta índices positivos de eles destacam-se aspargos, uvas e páprica.
Peru. Agradeço a todos e vamos passar ao crescimento sustentado. A sua taxa em “Temos possibilidades para incre-
pronunciamento especial de José Betan- 2005 foi de 6,7%, uma das mais altas da mentar significativamente o comércio bi-
court Rivera”. América do Sul. Para 2006, é esperado lateral nos próximos anos. O intercâm-
um índice de 7%. A taxa de inflação é de bio comercial entre os nossos países tem
Perfil peruano 1,5%, uma das mais baixas da região. O aumentado a partir da entrada em vigor
O ministro da Embaixada do Peru in- país exporta anualmente mais de US$ 6,8 do acordo de complementação econômi-
formou estar representando o embaixa- bilhões. Estados Unidos, China, Japão e ca entre Peru e Mercosul, o ACE-58. Por
dor, pois este precisou viajar em caráter Europa são os principais mercados para meio deste acordo, o comércio com os
de emergência para Lima. José Betancourt os produtos peruanos, entre os quais des- países do Sul tem-se intensificado nota-
Rivera introduziu uma breve apresenta- tacam-se peixes, farinha de peixe, mine- velmente. Junto com estas novas frentes
“
observada pelo governo, pois é necessá- não passa de um exportador de produtos
rio que o nosso país adquira mais matéri- primários, o que não é uma verdade por Os corredores de exportação
as-primas, mais produtos diversificados e inteiro. Se é fato que vendemos ao exteri- entre o Pacífico e o Atlântico
mais componentes, para poder dar segui- or nosso café, nossa soja, nossos produtos vão mudar o perfil do comércio
”
mento ao cumprimento dos contratos. oriundos do agronegócio, estamos expor-
Arthur Pimentel comentou, em se- tando, também, nossos manufaturados e entre o Brasil e o Peru
guida, que o crescimento do saldo co- semi-manufaturados – que incluem ma- ROGÉRIO FERNANDO LOTN
mercial brasileiro com o Peru e com teriais de transporte, veículos, tratores,
outros países é o resultado de uma soma máquinas de terraplanagem, autopeças e Outra informação trazida pelo exposi-
de esforços que não é recente, já que as outros – para os Estados Unidos, para a tor disse respeito ao crescimento de 50%
modificações que ocorrem no comércio União Européia e para outros tantos paí- nas importações brasileiras de matéria-
exterior não se dão de um dia para o ou- ses dos quatro continentes com que te- prima. Segundo Arthur Pimentel, isso é
tro. Ele lembrou, também, que os países mos laços de comércio. muito importante para a economia brasi-
mais maduros e mais afeitos às práticas Ao referir-se ao desempenho desse leira, uma vez que tais insumos estão com-
do comércio exterior começam a enten- tipo de exportações, informou, a título de pondo bens exportáveis. Finalmente,
der a importância da corrente de comér- exemplo, que no período de janeiro a abril Arthur Pimentel mostrou aos participan-
cio e já não falam apenas de compras e de de 2006, época considerada morna e sem tes do painel um quadro demonstrativo
vendas, mas referem-se ao somatório. movimento nessa área, verificou-se um do crescimento da corrente de comércio
Exemplificando, ele lembrou que, no crescimento de 15% na venda de manufa- exterior brasileiro. Avaliou que o país de-
verá alcançar a meta de exportar US$ 132 elementos referentes a 52 países em todo o plos, Arthur Pimentel terminou sua parti-
bilhões até o fim de 2006. mundo, que representam 98% do movi- cipação mencionando o fato de que há, tam-
mento comercial internacional. bém, uma série de produtos brasileiros
Relações bilaterais passíveis de serem adquiridos pelo Peru e
Em seguida, o expositor passou a referir-
se às relações bilaterais entre o Brasil e o
Peru, começando pelo crescimento das ex-
“ Estamos exportando cada
vez mais manufaturados
e semi-manufaturados
que não constam de nossa pauta de expor-
tações para lá. O expositor concluiu com
um apelo final aos nossos exportadores
portações brasileiras, que aumentaram 48%, para que acessem os dados gratuitamente
de 2004 para 2005, enquanto as importa- para os Estados Unidos fornecidos pelos diferentes órgãos ligados
ções cresceram 31%. Como principais pro-
dutos exportados, citou óleos, aparelhos ce-
lulares, chassis de automóveis, tratores, equi-
e a União Européia
”
ARTHUR PIMENTELN
à exportação no Brasil, inclusive na
Internet, para que eventuais barreiras e gar-
galos possam ser vencidos e o nosso co-
pamentos off road para terraplanagem etc. O “radar” informou, por exemplo, a mércio exterior continue a crescer para o
Mencionou, ainda, os principais bens impor- existência de um entrave comercial em re- bem do desenvolvimento geral do Brasil.
tados: zinco, cobre e produtos do setor ali- lação a um dos principais produtos expor- Retomando a palavra, o moderador Ro-
mentício. Concluiu que as duas economias tados pelo Brasil, que é a soja. “Não conse- gério Fernando Lot fez votos de que os cor-
possuem um excepcional potencial de in- guimos vender nem um litro de óleo de redores de exportação para o Pacífico e o
cremento em suas trocas comerciais, por soja para o Peru, um país que tem uma ca- Atlântico, que devem resultar da política de
serem complementares. Explicou, ainda, pacidade de compra na ordem dos US$ 172 aproximação entre os dois países, tornem-
que a aferição desses produtos e dos seus milhões. Por quê?”, perguntou, sugerindo, se, em breve, uma realidade que irá dinami-
números se deve ao chamado “radar comer- em seguida, que esse é um tema a ser pen- zar as duas economias. Encerrando os traba-
cial”, ferramenta de prospecção de oportu- sado pelos experts em comércio exterior lhos do painel, o cônsul-geral do Peru agra-
nidades no comércio exterior que levanta brasileiro. Sem mencionar outros exem- deceu aos participantes e ouvintes.
Fernando Vasconcelos de Sá, José Luiz Lopes Teixeira Filho, Oswaldo Trigueiros Jr, José Betancourt Rivera e Marco Carreón.
entre as possibilidades oferecidas pelo gia, eletroeletrônicos e a agricultura como comunicação, e é exótico. As pessoas não
avanço da tecnologia e o fortalecimento as de maior musculatura comercial no querem mais saber de viajar para ver paí-
das culturas locais. “Quanto mais univer- mundo, ou seja, aquelas com maior con- ses adiantados ou arranha-céus. Elas que-
sais nos tornamos, mais tribalmente nós tribuição para a economia global. Segun- rem conhecer culturas locais, diferentes
agimos”, afirmou. do Oswaldo Trigueiros Jr., neste panora- e que ainda estão por se desenvolver. Esse
Logo em seguida, Oswaldo Trigueiros ma deveria, também, ter sido incluída a é o interesse geral do cidadão que sai dos
Jr. lembrou o papel decisivo que a ativida- atividade turística. países adiantados”, explicou. Essa também
de possui na economia de diversos países é a opinião do Presidente do Conselho de
e ressaltou que, em algumas, o turismo Futuro promissor Agências de Viagens, Geoffrey Lipman.
representa a maior fonte de receita. Em Os horizontes para a atividade estão Segundo Oswaldo Trigueiros Jr., Lipman
sintonia com este raciocínio, apresentou cada vez maiores. Apesar de ameaças, guer- afirmou que neste século haverá um sur-
estatísticas reveladoras sobre o setor. Afir- ras no Oriente Médio, furacões e outros to de viajantes asiáticos por todo o mundo
mou que ele emprega 240 milhões de obstáculos localizados, o futuro do turis- e, por outro lado, os países asiáticos serão
pessoas no mundo, o que significa 10,6% mo é considerado promissor. Nesse sen- os destinos preferidos dos visitantes.
da força de trabalho mundial. A fatia de tido, Oswaldo Trigueiros Jr. analisou a de- Nesse ponto de sua análise, Oswaldo
contribuição da atividade para a economia manda de visitantes para lugares que não Trigueiros Jr. deteve-se diante da pergun-
é de 10,2% do Produto Interno Bruto – ta inevitável: “se tem contribuído de for-
PIB, levando-se em conta todas as econo-
mias do planeta.Trata-se, também, de acor-
do com as estatísticas apresentadas, do
“O cidadão dos países
adiantados procura os países
emergentes, onde encontra
ma tão significativa para a economia mun-
dial, por que o turismo ainda recebe uma
atenção tão pequena de governantes e dos
maior gerador de receitas e impostos, mo- acordos no âmbito internacional?”
bilizando algo em torno de US$ 655 bi-
lhões.
De uma maneira global, a atividade tu-
muita história e cultura
”
O S WA L D O T R I G U E I R O S J R . N
O representante da CNC explicou,
com base em um artigo publicado no pe-
riódico The Economist, que a importância
rística representa aproximadamente eram freqüentes na pauta das viagens in- do setor é de difícil compreensão por pelo
10,9% dos gastos dos consumidores; ternacionais e citou o exemplo do menos três razões: “primeiro, não existe
10,7% de todos os investimentos de ca- Camboja, um país ainda carente de infra- uma definição precisa e unânime dos ele-
pital; e 6,9% de todos os gastos governa- estrutura turística ideal, mas que recebe mentos que constituem esta indústria.
mentais. Com base nestes dados, o repre- um número cada vez maior de visitantes. Qualquer tentativa neste sentido corre o
sentante da CNC lançou dúvidas sobre “O Camboja ainda não tem prepara- risco de superestimar ou subestimar os
uma pesquisa feita com 400 articuladores ção, mas tem história. É um país de mo- aspectos econômicos”. O segundo moti-
políticos e formadores de opinião em 20 numentos milenares, com uma popula- vo está relacionado à informalidade: “ati-
países: eles citaram as indústrias de ener- ção que apresenta fantástica facilidade de vidades como as dos guias de turismo e
Marketing da Companhia Docas do Rio satlântico do mundo, o Queen Mary, que Porto de Sepetiba
de Janeiro, José Luis Lopes Teixeira Fi- por questões de calado pouco profundo Após o discurso do superintendente
lho, agradeceu em seu nome e no do Pre- não podia fundear na cidade do Rio de de marketing, foi apresentado ao plenário
sidente da Companhia, Antônio Carlos Janeiro antes das melhorias introduzidas o Chefe da Divisão de Mercado e Ação
Soares Lima, ausente em virtude de uma em seu porto. Comercial da Companhia Docas do Rio
viagem à China, o convite de João José Luiz Lopes Teixeira Filho lem- de Janeiro, Fernando Vasconcelos de Sá,
Augusto de Souza Lima para participar brou, também, um entendimento esta- que iniciou sua apresentação com um bre-
do painel II. belecido entre diferentes esferas da ad- ve resumo das atividades da Companhia.
Elogiou o povo peruano “pela capaci- ministração pública para gerar melhorias Segundo ele, os portos de Angra dos Reis
dade de desenvolver o turismo, sem per- no setor. “Foi firmado, com a presença e Niterói estão arrendados, sendo que o
der em momento nenhum as suas carac- de Niterói opera, basicamente, com mo-
terísticas individuais e sociais. É um exem-
plo para o mundo de como conciliar a
cultura do país com o recebimento de vi-
“ O Peru poderá usar alguns
dos portos fluminenses como
base para lançar seus produtos
vimentação offshore, com a Petrobras e com
o fluxo em direção ao Norte Fluminense.
“Angra dos Reis tinha uma vocação an-
sitantes.” tiga para movimentação siderúrgica e, hoje,
Em seguida, analisou a evolução e a na Costa Leste dos Estados já está bem inserida na movimentação
melhoria dos portos no Brasil, em espe-
cial no Rio de Janeiro, e passou a especi-
ficar algumas ações que podem ser de-
senvolvidas em prol do turismo. José
Unidos, na África e na Europa
JOSÉ LUIS LOPES TEIXEIRA FILHON ” offshore. Acreditamos promover o arrenda-
mento de mais um berço em Angra, que
seria para um terminal de passageiros, apro-
veitando a beleza da região Sul do estado”,
Luiz Lopes Teixeira Filho explicou que a do Presidente da República, um convê- revelou Fernando Vasconcelos de Sá.
companhia administra os seguintes por- nio entre o município do Rio de Janeiro, Com base em slides, o chefe da Divisão
tos fluminenses: o do Rio de Janeiro, o o Ministério das Cidades e a Companhia de Mercado e Ação Comercial identificou
de Itaguaí – antigo porto de Sepetiba –, o Docas do Rio de Janeiro para revitalização as rotas ferroviárias e rodoviárias entre os
de Angra dos Reis, e o de Niterói. Desta- da área portuária na região onde localiza- portos e os destinos do Norte Fluminense e
cou principalmente o Porto do Rio de se o terminal de passageiros. Esperamos do interior de São Paulo e Minas Gerais. Em
Janeiro, em razão de estar recebendo um contribuir, assim, com a melhoria das relação ao Porto do Rio de Janeiro, fez al-
número crescente de passageiros, atin- relações turísticas do Rio de Janeiro e, guns comentários sobre o funcionamento
gindo, este ano, a marca de 160.000, e o também, com os intercâmbios entre Bra- dos terminais de contêineres na região do
de Angra dos Reis, que será ampliado sil e Peru”. Segundo ele, um novo hori- Caju e da Gamboa e sobre o terminal de pas-
para receber mais turistas. O superinten- zonte de possibilidades se abre a partir sageiros, arrendado pelo Píer Mauá. “Esta-
dente ressaltou a participação do gover- desta parceria. “O Peru poderá usar os mos em fase de negociação, porque a movi-
no e o apor te de investimentos na portos de Itaguaí e do Rio de Janeiro mentação de passageiros tem crescido mui-
melhoria dos portos. Citou como resul- como base para lançar seus produtos no to e queremos ver se nos estruturamos me-
tado de boa aplicação dos recursos a pre- mercado da costa Leste dos Estados Uni- lhor, junto com o arrendatário, com o pró-
sença, em águas brasileiras, do maior tran- dos, da África e da Europa.” prio estado, e com a prefeitura”, explicou.
Terminal de Sepetiba
Docas e correios
O representante da Companhia Docas
do Rio de Janeiro mencionou outro proje-
Luiz Guilherme Soares Bonfim, Fernando Vasconcelos de Sá e José Luiz Lopes Teixeira Filho. to que pode alavancar o desenvolvimento
portuário. “Há uma iniciativa da própria
Fernando Vasconcelos de Sá informou, terminal de alumina, administrados pela Companhia, capitaneada pelo nosso presi-
ainda, que existe um protocolo de inten- Companhia Vale do Rio Doce.” dente, que é a criação do Centro de Negó-
ções para aumentar a capacidade de passa- Fernando Vasconcelos de Sá observou cios e Logística. Trata-se de um trabalho
geiros, uma vez que todas as novas condi- que este porto acolhe navios de até 50 mil que a Docas está fazendo para o atendimen-
ções de atracamento e melhoria do calado toneladas de porte bruto, o que faz dele to ao pequeno e médio exportador”, reve-
já foram realizadas. Em seguida, o convida- uma instituição portuária ímpar. E foi além: lou. Em dezembro de 2005, foi assinado
do citou a relação dos operadores portuá- “Vamos arrendar uma nova área para ex- um convênio com a Empresa de Correios
rios que trabalham no Porto do Rio de Ja- portação. A Companhia e o país acreditam e Telégrafos – que já desenvolve o projeto
neiro. Cada um com uma carga específica. que esse será o porto do futuro em nosso Exporta Fácil aéreo – para retomar, como
O Porto de Sepetiba também foi des- estado”, apostou. fazia há alguns anos, o Exporta Fácil maríti-
taque, pois pode vir a ser “o futuro dos O expositor mostrou também estatísti- mo. “A exportação pelos Correios tem uma
portos do Brasil”. Ele acredita que a cons- cas sobre a situação portuária do Estado do limitação tanto de peso quanto de volume.
trução do ramo norte de uma ferrovia Rio de Janeiro. No ano passado, foram Assim, a empresa deseja utilizar a infra-es-
para dar cobertura de transporte à cidade movimentadas 37,5 milhões de toneladas. trutura dos portos do estado”.
de São Paulo é um fator determinante A previsão é de que, até 2009, o volume José Luis Lopes Teixeira Filho pediu a
neste processo. “O Porto de Sepetiba já é seja aumentado em 100 milhões de tone- palavra, por um instante, para fazer obser-
realidade, com terminais de contêineres ladas. Como exemplo, citou o fato de os vações em relação ao contrato entre a Com-
com grande movimentação; um terminal portos fluminenses terem aumentado sua panhia Docas do Rio de Janeiro e a Empre-
com importação de carvão, administrado movimentação em 70%, nos últimos três sa Brasileira de Correios e Telégrafos. “A
pela Companhia Siderúrgica Nacional; um anos. O início do projeto da duplicação da parceria significa a possibilidade de expor-
terminal de exportação de minério e um estrada que liga São Paulo a Santos e a cria- tar ou, considerando a via inversa, a possi-
•Projeto Chavimochic
no, que a Odebrecht deu início à sua atu-
ação internacional. Avaliamos nossa atua-
ção externa como bem sucedida, porque,
desde aquela época, estamos neste mer-
a saúde e o meio ambiente
G U S T AV O A S S A D N ” •Rodovia Tingo Maria-Aguaytía
•Rodovia Ilo-Desaguadero
cado de forma ininterrupta e, também, educação, saúde e meio ambiente. Áreas •Interceptor Norte
porque ela representa 85% de nosso carentes são sempre nossa prioridade,
faturamento”. para onde buscamos levar desenvolvi- •Sistema de Água Potável de Chimbote
mento”. •Projeto Olmos
Perfil da empresa Em seguida, o representante da Ode-
A Odebrecht foi fundada em 1944 e brecht exibiu um vídeo mostrando a im- •Corredor Viário Interoceânico Sul
Peru/Brasil
atua em dois segmentos: engenharia e cons- plantação de três projetos no Peru: a cons-
trução, liderada pela Construtora Norberto trução de uma hidrelétrica, de um projeto •Eixo Multimodal Amazonas Norte - IIRSA
Odebrecht. No setor petroquímico, atua
por meio de uma empresa fundada mais
recentemente e que, hoje, já conquistou
liderança na América Latina.
“Temos, ainda, duas instituições auxi-
liares: a Odebrecht Corretora e a Ode-
prev. Participando da área social, nós te-
mos a Fundação Odebrecht. O grupo
todo se norteia por princípios éticos que
conduzem sua atuação. O cliente é nos-
so foco, é ele quem encomenda a obra,
mas também nos preocupamos com a
comunidade que será atendida pela mes-
ma obra. Desenvolvemos programas na
área social, e isso fica sob a responsabili-
dade de cada contrato nosso, que prevê
aproximação com as comunidades, rea-
lizando programas sociais focados em Inaugurada em janeiro de 2006, a ponte sobre o Rio Acre liga o Brasil ao Peru.
A integração
entre Brasil e
Peru
O Cônsul-Adjunto do Peru no Rio
de Janeiro, Carlos Sánchez Del
Aguila fez o pronunciamento final
do painel II e tratou dos processos
de integração comercial e física em
curso entre os dois países, elabora-
dos a partir de uma aliança estraté-
gica entre seus governantes. Segun-
do ele, esses processos têm como
antecedente a longa história de re- Carlos Sánchez Del Aguila: “aproximação entre Brasil e Peru muda a face do continente”.
Eixo Multimodal
Amazonas do Norte
“O primeiro é um multimodal que
conecta alguns portos da Colômbia, do
Equador e do Peru, no Oceano Pacífico,
com portos brasileiros de Manaus, Belém
e Macapá, voltados para o Atlântico. Este
eixo amazônico procura conseguir a união
bioceânica utilizando os principais rios da
bacia do Amazonas nos quatro países. Sua
área de influência abrange 4,5 milhões de
km2, uma população de 52 milhões de
habitantes e um PIB estimado de US$ 93
milhões. Manaus é o maior pólo industri-
al e o maior fornecedor da região e, além
disso, tem mais de 20 mil km de vias de
navegação, o que lhe permite conexão
com todo o território sem impactos
ambientais significativos”.
As principais mercadorias desse eixo
dois países gira em torno de processos amazônico são produtos eletrônicos, pe-
O Eixo Multimodal Amazonas do complementares, que passam pela inte- tróleo, gás natural, pesca, produção de
Norte acompanha a Linha do gração regional descentralizada. Uma ten- alumínio, papel, cosméticos, madeira,
Equador e vai ligar Macapá e tativa de incluir as regiões de interior que móveis, produtos do setor agro-florestal,
Belém ao Norte do Peru e ao possuem um nível de desenvolvimento fosfatos, além de material de construção,
muito inferior ao das cidades costeiras. confecções, artesanato e, também, ecotu-
litoral do Equador. Por ele serão Os eixos IIRSA que vinculam o Peru ao rismo. Segundo o cônsul-adjunto, o eixo
transportados produtos Brasil são três, mas, em sua exposição, Carlos amazônico é estratégico porque possui
eletrônicos e agroflorestais; Sánchez Del Aguila tratou principalmente uma grande quantidade de recursos não
petróleo; gás natural; e pescado. de dois deles: o Eixo Multimodal Amazonas renováveis, como petróleo e gás, urânio,
do Norte e o Eixo Peru, Brasil e Bolívia. ouro e ferro. Além disso, contém 20% da
A Iniciativa de Integração Regional Sul-Americana – IIRSA, tem como objetivo o desenvolvimento físico e sustentável do continente.
Segundo Carlos Sánchez Del Aguila, um limitações provocadas pela dívida externa o Brasil para a implementação da IIRSA é fun-
outro marco importante foi a inauguração que lhes impedem de destinar novos re- damental para o desenvolvimento do interior
da ponte binacional sobre o rio Acre, em 21 cursos para esta iniciativa. dos dois países e do próprio continente.
de janeiro de 2006, com a presença dos pre- “A integração peruano-brasileira é fun-
sidentes do Peru e do Brasil. A Rodovia
Interoceânica já está concluída pelo lado bra- “ É preciso regulamentar
normas que facilitem
damental para os países andinos e para o
Mercosul. Oferece, também, uma proje-
”
sileiro, ficando pendente ainda sua constru- ção para o Oceano Pacífico, especialmen-
ção no território peruano. Os desafios no os fluxos de comércio te para mercados como a costa Oeste dos
processo de integração estão ligados, sobre- CARLOS SÁNCHEZ DEL AGUILAN Estados Unidos, a China, o Japão e a Aus-
tudo, à tentativa de manter a dinâmica da trália. As economias do Peru e do Brasil
integração física, seguindo a agenda de metas “É preciso continuar explorando me- são complementares. As prospecções co-
de 2005 a 2010 do projeto IIRSA. Nesta canismos financeiros inovadores. É impor- merciais mostraram isso. Temos que se-
agenda estão priorizadas as implementações tantíssimo, também, desenvolver um sis- guir avançando para aumentar o número
de centros binacionais de atenção fronteiriça tema de transporte aéreo transfronteiriço, de negócios e, finalmente, entrarmos na
que facilitem o fluxo comercial de pessoas, que facilite o desenvolvimento dos negó- segunda etapa do processo de integração,
a continuação das obras da Rodovia Intero- cios e do turismo entre nossas regiões. É que é a articulação de transportes trans-
ceânica no lado peruano, a estrada no Eixo preciso, também, insistir na regulamenta- fronteiriços e a harmonização das normas
Multimodal Amazônia do Norte, a imple- ção das normas que orientam e facilitam que permitam o fluxo comercial. Isso é
mentação de centros logísticos avançados e os fluxos de comércio nas áreas terrestre, tudo, muito obrigado”.
a modernização dos portos das cidades de aérea e marítima, e na aplicação das O moderador Jovelino Gomes Pires
Paitas e Iurimaltas. tecnologias de informação e comunica- ressaltou, então, a importância de se esti-
Outro desafio a ser enfrentado é a aqui- ção a serviço da competitividade da mular a iniciativa privada a investir no trans-
sição de novos recursos via financiamen- integração sul-americana.” porte da região, sobretudo no fluvial. Ele
tos. Os países envolvidos no projeto en- Finalmente, o cônsul-adjunto concluiu agradeceu a participação de todos e con-
frentam restrições fiscais ou sofrem com que o processo de cooperação entre o Peru e siderou encerrado o painel.
20 de fevereiro RÚSSIA
24 de abril FRANÇA
22 de maio PERU
19 de junho PORTUGAL
17 de julho CHINA
21 de agosto PANAMÁ
18 de setembro SUÉCIA
23 de outubro ESPANHA
13 de novembro FINLÂNDIA
11 de dezembro ALEMANHA
Gustavo Assad, José Betancourt Riveta, Marco Carreón, Marco Aurélio Andrade e Arthur Pimentel participaram do encerramento do seminário.
Pavilhões da FCCE
Histórico e origens
Federação das Câmaras de Comér-
Destino Peru
Uma diversidade impressionante de atrações seduz os visitantes brasileiros
Abrir o baú de tesouros peruanos pode
ser uma experiência encantadora para o
turista. Além da cidade perdida dos Incas,
Machu Picchu, a 2.400 metros de altura,
e rodeada por um silêncio místico, o visi-
tante pode se deslumbrar com os misté-
rios das linhas de Nazca; com as tumbas
de ouro do complexo arqueológico de
Huaca Rajada; com a antiga metrópole de
barro, próxima à cidade de Trujillo; ou,
ainda, conhecer o centro histórico e as igre-
jas da capital, Lima.
Segundo dados da Embratur, entre
1996 e 2003, o número de brasileiros que
visitou o país andino aumentou mais de
100%, passando de 19.357 para 52.812
pessoas.
As Linhas de Nazca As linhas de Nazca formam desenhos só percebidos a grandes alturas, como este beija-flor.
Em maio de 2006, arqueólogos pe-
ruanos anunciaram a descoberta do cor- Entre as fascinantes atrações peruanas de San José, a 100 km ao Sul da cidade de
po de uma jovem guerreira, mumificada destacam-se as misteriosas Linhas de Ica, uma das mais importantes do país,
há mais de 1.500 anos, pertencente à Nazca. Essas linhas são rachaduras ou sul- onde se desenvolveram algumas das mais
extinta dinastia moche. Apesar de contar cos de 20cm de profundidade, que for- representativas civilizações do antigo Peru,
com um patrimônio arqueológico rico mam imagens com cerca de 500m de ex- como Paracas e Nazca.
em tesouros já descobertos e estudados, tensão, em uma área de aproximadamen- Foram feitas há séculos, numa época em
novos achados como este estão sempre te 350km2. Entre os desenhos, podem ser que não existia avião. Como puderam ser
surgindo. É como se o Peru estivesse identificadas representações de animais desenhadas de modo a formar figuras gi-
sempre se descobrindo. Esta presença como a aranha, o macaco, o cachorro e, gantescas, identificáveis apenas de cima?
constante de surpresa e magia desperta a também, figuras de plantas e vegetais. O Houve quem levantasse a hipótese de te-
curiosidade e o instinto arqueológico de mais curioso é que ninguém sabe exata- rem sido realizadas por extra-terrestres. A
muitos turistas. mente como elas surgiram nas planícies alemã María Reiche dedicou meio século
Na Isla de los Uros, no Titicaca, aterros e barcos de junco. O Templo do Sol (acima) é uma das atrações de Machu Picchu (à direita).
ta, uma planta que foi cultivada pelos anti- ba também foram encontrados corpos de
gos peruanos. A outra é considerada urba- três mulheres, um chefe militar, um por-
na e tem templos, praças e mausoléus. ta-estandarte, um sentinela, um guardião
Bingham descobriu nela até um cemitério e uma criança. Ao todo, oito pessoas, além
de mulheres, o que o levou a pensar que a do soberano que foi sepultado coberto
A luxuosa tumba do Senhor de Sipán e cidade tivesse como finalidade principal o de ouro, prata e símbolos de autoridade.
seus tesouros fazem parte do Complexo culto à religião. Alguns estudiosos acredi- O museu que abriga as tumbas de ouro
Arqueológico de Huaca Rajada. tam que a região também era amplamente fica a 35 km da cidade de Chiclayo e é
utilizada como posto privilegiado para a considerado um dos principais centros de
incas. Ernesto Che Guevara também alcan- observação astronômica. arqueologia da América.
çou este destino com seu amigo Alberto Além da Estrada do Inca, pode-se, tam-
Granada, em 1952, quando tinha 23 anos, bém, chegar à cidadela a partir de Cuzco A cidade de barro
durante sua primeira viagem pelas veias aber- em uma viagem de trem que dura três O que dizer, por exemplo, de uma me-
tas da América Latina. No filme “Diários de horas. Depois, vans conduzem o visitante trópole de barro? Ela ainda existe, no Peru,
Motocicleta”, do diretor brasileiro Walter a Machu Picchu. Para os mais apressados, próximo à cidade de Trujillo. Naturalmen-
Salles Jr., é possível perceber o impacto e com maior poder aquisitivo, um heli- te, não mantém a mesma exuberância de
emocional que a vista da herança arqui- cóptero reduz bastante o tempo de subi- tempos idos, mas o que dela restou dá
tetônica dos incas causou nos dois aventu- da. Logo em frente à cidade, se descortina, para entender por que motivo o Rei Chan
reiros. soberana, a montanha Huayna Picchu. Chan (Sol Sol) decidiu ali ficar por toda a
Machu Picchu foi descoberta em 1911 eternidade. Segundo os especialistas, a ci-
por Hiran Bingham, um explorador nor- Relíquias por toda parte dade abrigava mais de 100 mil pessoas de
te-americano. Está localizada no alto de O Peru é um país que tem relíquias em diferentes classes sociais. Esta descoberta
uma montanha, a 2.400 metros de altitu- todo o seu território. Ao Norte, por exem- é justificada pelas características das
de, no centro de um cânion do rio plo, localiza-se a luxuosa tumba do Se- edificações encontradas: desde casas po-
Urubamba. Impressiona o fato de ser uma nhor de Sipán, patrimônio de destaque no pulares, até palácios. As ruínas mostram,
cidade totalmente construída com pedras complexo arqueológico de Huaca Rajada. ainda, moradias, praças, depósitos, ofici-
encaixadas, com aproveitamento de todos As escavações e o trabalho de especia- nas, ruas e labirintos. A beleza está nos
os espaços. Pode ser dividida em duas listas revelaram uma história de mais de detalhes, pois até nos muros é possível
grandes áreas. Uma delas é destinada ao 1700 anos. O Senhor de Sipán era consi- identificar minuciosas decorações em re-
armazenamento de alimentos e à agricul- derado um semi-deus e, por isso mesmo, levo, com figuras geométricas e de ani-
tura e possui escadarias e terraços própri- sua morte foi acompanhada de rituais mís- mais. A cidade foi construída a partir do
os para o cultivo de vegetais, como a bata- ticos e de sacrifícios religiosos. Na sua tum- século XII, no reinado do Grande Chimu.
da de 50. A grande riqueza deles, hoje, é o pensar, Getúlio Vargas nacionalizou o pe- cuidado com as suas fronteiras. É o ponto
gás natural. Com o gás, há uma tentativa e tróleo na época da campanha “O petróleo número um. Nós temos que ter cuidado,
um caminho para sair da pobreza e o Brasil é nosso!”. O minério do Brasil também é porque hoje há um inimigo grande e forte
deveria colaborar com isso. nosso. Não tem jeito, minério de ferro é que se chama narcotráfico. E voltamos en-
Nesse cenário, é óbvio que os interes- da Vale do Rio Doce. Isso é claro, por que tão à discussão da necessidade de que esses
ses brasileiros devem ser defendidos. Eu não? É uma forma de os países em desen- nossos países vizinhos possam melhorar
não tenho dúvida de que serão e de que volvimento se protegerem. Os países ri- sua condição de vida, a condição de vida do
haverá acordos entre o Presidente Luiz cos se protegem de outra maneira. Os seu povo. É na pobreza que se insere o
Inácio Lula da Silva e o Presidente Evo Estados Unidos subsidiam grande parte narcotráfico, esse cancro que existe em
Morales. Eu não vejo a menor possibilida- de sua produção agrícola, por exemplo, todo o mundo. Muitas grandes cidades lati-
de de isso não acontecer. O Brasil é um como a Europa também faz. no-americanas são depositárias dessa infe-
grande parceiro e um grande comprador liz ligação pobreza-narcotráfico-traficantes
do gás boliviano. Não há por que não exis-
tir uma sólida parceria entre os dois países,
e as coisas estão caminhando neste sentido.
“O Brasil é um grande
comprador do gás boliviano.
Não há por que não existir uma
e tudo mais. Até por uma questão de inteli-
gência, não podemos deixar isso aconte-
cer. E não podemos deixar isso acontecer
Acho que é preciso, também, verificar o simplesmente por causa de nosso futuro.
momento político em que essa atitude foi sólida parceria. As coisas estão Como o comércio de produtos le-
tomada. Há uma grave crise política na Bolí-
via, que Evo Morales está buscando enfren-
tar. Ele passou por um período de declínio
caminhando para isso
MARCO PÓLO MOREIRA LEITEN ” gais pode ajudar nesse cenário?
MPML – Em algumas regiões da Bolívia
foi introduzido o cultivo da soja. No Peru,
em sua popularidade, e teve que tomar uma Conversei recentemente com um em- por exemplo, a Embrapa está presente, de-
atitude. De uma forma ou de outra, não va- presário francês e ele me disse que o grau senvolvendo o plantio de cana-de-açúcar,
mos discuti-la aqui, mas não tenho a menor de financiamento da agricultura francesa é para melhorar a produção local. Isso tudo
dúvida de que a Bolívia chegará a um bom terrível. São justamente esses produtos sub- pode ser feito. São vários os caminhos.
termo na relaçãocom o Brasil e com a sidiados que vão chegar aos mercados para Nós temos, atualmente, no Peru, a
Petrobras. Não tenho a menor dúvida. competir com os nossos. Há uma compe- presença da Embrapa, da Petrobras,
O senhor considera que deve haver tição muito nítida. A maneira pela qual os da Vale do Rio Doce, da Odebrecht.
uma colaboração do governo bra- países da América do Sul estão enfrentando Que outras empresas brasileiras o
sileiro no sentido de aceitar essa na- essa questão é, a meu ver, absolutamente senhor citaria?
cionalização? correta, procurando nacionalizar seus bens MPML – Eu falo especificamente da
MPML – O governo brasileiro já acei- e seus recursos naturais. Embrapa por ela ser gestora de uma trans-
tou. Isso é irreversível. Havia uma discus- Mesmo que isso implique na expro- ferência de conhecimento que vai permi-
são sobre os interesses brasileiros que te- priação de algumas empresas? tir aos países atendidos melhorar sua pro-
rão de ser, de alguma forma, ressarcidos. MPML – Mesmo que isso implique na dução. A melhoria da produção peruana,
Está sendo discutido, não passionalmente, expropriação de uma empresa. Essa é a por exemplo, promove sua condição fi-
como foi no início, o pagamento em gás regra do jogo. É a forma como eles po- nanceira, seu nível de vida e, certamente,
ou em dinheiro. A Petrobras já demons- dem se defender. Isso nunca quer dizer tem rebatimento positivo sobre a econo-
trou que esse entendimento é do seu in- abrir mão do que foi investido. Nem isso mia brasileira, pois estimula o comércio
teresse e pode ser alcançado de diversas foi colocado pelo Presidente Evo Morales bilateral.
formas. Para mim, volto a dizer, não há ou por qualquer outro presidente latino- O Brasil dever investir, então, nos
conflito. Há um estremecimento, vamos americano. Ele pode ter se manifestado países da América do Sul?
dizer, há um tremor na relação, mas não de forma um pouco mais intempestiva, MPML – Qualquer país da América do
há nenhuma crise Brasil-Bolívia. Muito mas, em muitas ocasiões, ele demonstrou Sul vale o investimento brasileiro. É im-
menos entre a Petrobras e a sua necessi- que quer a Petrobras e que quer o Brasil portantíssimo que estejamos unidos. Sem-
dade de ser ressarcida, de continuar man- como parceiro. pre estivemos de costas para a América
tendo o gás boliviano como sua fonte de Como o senhor vê a questão das Latina e isso foi um erro histórico. Temos
abastecimento. fronteiras brasileiras na região Ama- que nos integrar. Só assim vamos conse-
Existe, hoje, um movimento de na- zônica? O senhor acha que a região guir fazer frente a um comércio internaci-
cionalização na América Latina. O é bem explorada? Ali pode ser um onal com alto grau de competição. Nesse
que isso muda na relação comercial centro de desenvolvimento brasilei- contexto, não há mais criança, nem brin-
entre Brasil e Peru? ro e dos países-irmãos? cadeira, nem amigo. É um jogo pesado. Se
MPML – Acho que esse movimento co- MPML – Eu acho que sim. Mas em pri- quisermos ter bons resultados, temos de
meçou com o próprio Brasil. Se formos meiro lugar, o Brasil precisa tomar muito estar juntos e integrados.
A o empreenderem a colonização
da América do Sul, portugueses
e espanhóis, além da descoberta
e da exploração das riquezas mi-
nerais das diversas regiões do continente,
tinham objetivos catequéticos e visavam a
converter os povos indígenas que por ali
encontraram. Uma das ferramentas mais
utilizadas para trazer as almas pagãs à reli-
gião católica foi o ensino das artes. Desta-
cam-se a pintura e a escultura, pois privile-
giavam a imagem, recurso valioso e que
transcendia o conhecimento das línguas
locais pelos colonizadores.
Na América portuguesa, ficou famosa a
imaginária criada pelos guaranis, sob orien-
tação dos jesuítas, e cujos remanescentes
constituem o rico acervo do Museu das
Missões, localizado em Santo Ângelo, no
Rio Grande do Sul. Nada se compara, no
entanto, à pujança e à alta qualidade da cha-
mada arte cuzquenha, escola de pintura
hispano-americana que vicejou em grande
parte da costa do Pacífico, na região que
constituía o imenso Vice-Reino do Peru.
Foi com a conquista de Cuzco, em 1534,
que os espanhóis iniciaram a evangelização
dos povos incaicos, enviando para o vice-
A Europa revisitada
Assim como ocorreria na torêutica da
Ouro Preto colonial portuguesa, os mode-
los das pinturas cuzquenhas eram estampas
gravadas e livros ilustrados que os coloniza-
dores faziam vir da Europa, o que, curiosa- esses modelos sofrem todo o tipo de meta- as cores vivas e, em obediência aos cânones
mente, aproxima suas produções das esco- morfose, resultando em obras de artes ori- do barroco, em voga na Europa seiscentista,
las bizantina, flamenga e pré-renascentista ginais, que exibem uma liberdade desconhe- as imagens distorcidas que configuram mai-
italiana. Nas mãos dos nativos, entretanto, cida dos europeus. Não dispensam, também, or dramaticidade às cenas expostas. Marca
De vento em popa
Números comprovam sucesso do Mesa Brasil SESC
o importante é chamar a atenção para de- minimizar essa crise, porque, como se segurada firme na economia brasileira. Deu
terminados aspectos. Temos visto muita sabe, ainda existem uma série de barreiras mesmo “A César o que é de César”. Pode
gente nesses seminários promovidos pela internas ao nosso comércio exterior: um ser a conjuntura, o alinhamento favorável
Federação das Câmaras de Comércio Ex- sistema tributário muito ruim, a maior ta- dos astros, o que for, mas temos que con-
terior, que nem de longe suspeitava do xação do mundo civilizado e uma burocra- vir que deu certo e foi isso que segurou o
potencial de comércio de alguns países cia inenarrável e cujo custo, muitas vezes, emprego. O problema é que, como não
em relação ao Brasil, seja quanto à expor- ultrapassa até o do tributo. Diz-se que as havia um mercado interno bem desenvol-
tação ou à importação. Essa série de en- exportações, hoje, estão desoneradas, mas vido, e como as taxas de juros estavam estra-
contros foi, portanto, de grande impor- isso virou uma falácia. As empresas estão tosféricas, onde é que as empresas foram
tância, até mesmo para desmistificar algu- carregando créditos tributários, principal- buscar compensação? No mercado exter-
mas dessas idéias. Eu ainda espero bastan- mente na área do semi-árido. Ora, toda vez no. Ora, se matarmos nossa galinha dos
te dos que serão realizados até o final do que o governo não os devolve, está tirando ovos de ouro, haverá uma repercussão ne-
ano. Pessoalmente, posso garantir que es- capital de giro. O que é importante ressal- fasta sobre o emprego do brasileiro. Aten-
tarei aqui, atenta e disposta a aprender tar, a toda hora, é que o comércio exterior, ção: vamos continuar dando emprego para
sempre mais sobre o meu adorado cam- nesses últimos três anos, tem dado uma o nosso povo!
po do comércio exterior.
do nosso Presidente João Augusto de Sou- dos demais agentes financeiros estar pre- empresas o fato de que elas irão exportar
za Lima. Aos seminários são, também, sentes, constantemente, em eventos uma fatia de sua produção. Assim, elas vão
convidados estudantes para participarem como este, no sentido de dar divulgação compor melhor os seus custos; vão dimi-
desses fóruns de debates. Isso é que é for- e transparência a todas as possibilidades nuir seu custo unitário; vão ter melhor
mação, e só assim teremos uma cultura de de financiamento. Espera-se que as em- percepção de seus fluxos de caixa e, se o
exportação contínua em nosso país e o co- presas tenham um custo financeiro cada mercado interno melhorar, elas devem
mércio exterior deixará de ser uma pauta vez menor e, principalmente, aumentem aumentar sua produção dirigida a esse mer-
esporádica nas preocupações das nossas sua competitividade. Devemos reconhe- cado, sem deixar de cumprir seus com-
empresas. Parabéns, portanto, ao Presi- cer que ocorre, também, o desconheci- promissos com a exportação. O ideal é
dente Souza Lima por essa iniciativa tão lú- mento do empresário, que deve buscar, que aprendam a compatibilizar os merca-
cida e patriótica. junto ao Sebrae, as melhores formas de dos interno e externo.
gestão. Deve, também, reivindicar ao
ções necessárias para adquirir tranqüili- dito que estejamos nem perto de qual- agregou agora a assinatura eletrônica, o
dade em seu processo de exportação. quer risco de desabastecimento. Isso po- que permite ao exportador cotar; fechar
Isso ocorre não apenas por culpa do derá ocorrer com um ou outro produto o negócio; enviar os documentos neces-
empresário, mas também indica um des- sazonal, o que vem a ser uma questão de sários digitalmente, via fax, e-mail, ou
conhecimento por parte dos órgãos re- característica pontual. scanner; assinar do seu próprio escritó-
guladores. Por exemplo: a questão tri- Há casos como o do etanol e do açúcar, rio, digitando sua senha com toda a segu-
butária é muito complexa e exige das por exemplo, cujos estoques devem ser rança – isso é criptografado e reconheci-
empresas um grau de aprofundamento uma preocupação do governo e de seus do por todas as entidades. Assim, ele re-
que lhes permita conhecer a legislação agentes, mas não há nada que ameace o cebe seu dinheiro sem precisar se en-
relativa à exportação, o que se constitui suprimento de nosso mercado interno. volver com aqueles trâmites kafkianos
em um problema que está muito acima Não vejo isso como uma preocupação e da burocracia de antigamente. Ou seja,
do dia-a-dia dessas empresas. Reconhe- acho que o que as empresas devem fazer é esse é um processo sem volta, que já ado-
ço, também, que as empresas, muitas o inverso, ou seja, não achar que só por- tamos na exportação e está em vias de ser
vezes, desconhecem até mesmo as linhas que o mercado interno melhorou um implementado nas importações. Nossa
de financiamento de que podem dispor. pouco elas devem deixar de exportar. meta é a de chegar ao maior número de
Ora, é, então, papel do Banco do Brasil e Deve fazer parte do planejamento das exportadores, e ao menor custo.
Ceviche
viche
A maravilha suprema de uma culinária rica e variada
variada
Se você gosta de comer bem,
nem sempre precisa ir a Paris.
Do outro lado dos Andes,
A escola de culinária francesa Cordon Bleu, a mais
prestigiada em todo o mundo, escolheu o Peru para
estabelecer sua sede na América do Sul. Surpresa? Só
para quem não conhece a gastronomia peruana, cujo
requinte e diversidade surpreendem agradavelmente os visitan-
tes desavisados, principalmente aqueles que, erroneamente, pen-
sam que toda a cozinha da América de língua espanhola se resu-
o Peru oferece uma gastronomia me aos chillis e às apimentadas tortillas, típicas do México e dos
países da América Central.
Ao contrário do que ocorre em muitos dos famosos centros
de primeira ordem. gastronômicos internacionais – como Nova Iorque – onde, para
te peruano aplicou sobre seu habitual peixe ção estaria bem próxima do que chama- achar que melhor mesmo será deixar o
cru o caldo do limão ou da laranja – talvez mos atualmente de marinado. Até mesmo preparo do prato para as experientes mãos
para impedir que o pescado se estragasse já se aventurou que o ceviche, em verdade, do povo que o inventou, a solução, no Rio
sob o clima muito quente da região – e não passa de uma corruptela dos vocábu- de Janeiro, pode ser prová-lo no único
inventou a iguaria, já com seus ingredien- los ingleses sea beach . Talvez, por causa de restaurante inteiramente dedicado à co-
tes básicos: peixe ou camarão, sumo de tanta polêmica, a Real Academia Espanho- mida típica peruana da cidade, o Intihuasi,
limão ou laranja, pimenta e sal. la, que é tão ciosa da pureza do idioma que fica na Rua Barão do Flamengo, 35D.
Se existe uma receita básica, incremen- castelhano, resolveu aceitar e registrar em Quanto ao acompanhamento, a pedi-
tada ou não com centenas de outros mo- seu vocabulário variadas formas de se da é preceder os generosos pedaços do
lhos e temperos, há muitas controvérsias grafar o quitute: cebiche, seviche, ceviche, petisco com goles da puríssima bebida
quanto à origem da palavra ceviche. Há ou sebiche. nacional, o pisco, uma aguardente de
quem diga que provém do espanhol cebo , Controvérsias filológicas à parte, o uvas fermentadas que pode ser tomada
que significa isca, atribuindo-lhe, portan- ceviche é mesmo o prato mais importante como aperitivo; ou, no decorrer da re-
to, uma origem ligada à pesca. Para ou- da rica e diversificada culinária peruana. feição, degustá-los intercalados com do-
tros, deriva do quíchua sipich, cuja tradu- Receita fácil de ser feita em casa, não tem ses do pisco sour – considerada a bebida
muitos mistérios, requerendo, apenas, um nacional peruana – e que tem em sua fór-
peixe de carne consistente e que não re- mula, o pisco, como base, a que se acres-
cenda a maresia, e uma boa mão na admi- centam limão, xarope de goma, clara de
nistração da pimenta e do sal. Para quem ovo, angostura e gelo.
PLANEJAMENTO 18.000
E DESENVOLVIMENTO DO
16.000
COMÉRCIOEXTERIOR Exportação Importação Saldo
DA SECRETARIA DE COMÉRCIO 14.000
E XTERIOR DO MDIC 12.000
10.000
Em 2001, o Peru possuía uma cor-
rente de comércio de apenas US$ 14,3 8.000
bilhões e um déficit de US$ 303 milhões. 6.000
A partir desse ano, o comércio externo
4.000
peruano apresentou aumentos constan-
tes a uma taxa média de 20,4% ao ano. 2.000
Em 2005, a soma das importações e ex- 0
portações peruanas contabilizou US$
-2.000
29,7 bilhões, mais que o dobro da
alcançada em 2001. -4.000
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
No período citado, as exportações do Fonte: OMC
Peru cresceram de forma mais vigorosa
do que as importações. O movimento
gerou um saldo de US$ 4,7 bilhões em Exportações do Peru
2005. Esse saldo foi resultado de expor- Principais produtos – 2005 – participação %
tações de US$ 17,2 bilhões, 36,4% acima Fonte: Global Trade Atlas
do alcançado em 2004, e importações de Metais e pedras preciosas
US$ 12,5 bilhões, crescimento de 23,8% 20,2%
sobre o ano anterior. Cobre e suas obras
Em 2005, com uma participação de 12,6%
12,6 %
0,2% nas exportações mundiais, o Peru
foi o 61º maior exportador mundial. No
mesmo ano, a participação das importa-
Minérios Combustíveis
ções peruanas nas compras mundiais foi 22,6% minerais
de 0,1%, colocando o País como o 68º 9,1%
maior importador mundial.
Os minérios (cobre, molibdênio, zin-
co, chumbo, ferro dentre outros) foram Desperdícios e
resíduos alimentícios
os principais produtos exportados pelo
7,0%
Peru, com uma participação de 22,6% no.
O segundo produto mais exportado pelo Demais produtos Vestuário 5,7%
país foram os metais preciosos (ouro e 20,5%
Especiarias, café e chá 2,4%
prata), pedras preciosas e jóias, com 20,2%
Maquinaria 20,0
Plástico Fonte: Global Trade Atlas
elétrica 6,2% Veículos 17,7
18,0
9,0% automóveis
5,3% 16,0
Máquinas e Cereais
equipamentos 4,0% 14,0
13,6%
Ferro e aço 12,0
3,4%
10,0 8,5 8,2
8,0 7,3
6,2 5,8
6,0 4,9
Demais 4,2
3,6 3,2
produtos 4,0
Combustíveis 38,8%
minerais 2,0
19,8%
0,0
sil
do r
ia
ela
ha
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Uni stados
Chil
Chin
ã
mb
Bra
Jap
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Fonte: Global Trade Atlas
adá
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Chil
Chin
Suiç
anh
anh
Bra
Jap
Can
Equ
Alem
es B
País
bia – US$ 773 milhões, Argentina – US$ 724 milhões – e Chile
– US$ 616 milhões.
As exportações do Peru destinam-se, principalmente ao Equa- Participação do Brasil no comércio exterior do Peru
dor – 30,4% do total somando US$ 5,2 bilhões. Em seguida 2000 a 2005
estão: China – US$ 1,9 bilhão, Chile – US$ 1,1 bilhão, Canadá –
US$ 1,0 bilhão – e Suíça US$ 786 milhões. O Brasil foi o décimo Fonte: MDIC/SECEX e OMC
Ranking do Peru nas exportações brasileiras Ranking do Peru nas importações brasileiras
2005/2004 – US$ milhões FOB Fonte: MDIC/SECEX 2005/2004 – US$ milhões FOB
Ordem País Valor '% Part% Ordem País Valor '% Part%
Quanto aos principais itens que compõem a pauta de expor- Exportações brasileiras para o Peru por fator agregado
tações do Brasil com destino ao Peru, o mais importante é petró- 2005/2004 – US$ milhões FOB
leo em bruto. O produto representou 12,3% das vendas ao País
em 2005, US$ 115 milhões em valor. Em seguida, os principais Semimanufaturados
foram: aparelhos transmissores ou receptores, participação de Básicos 1,5%
14,3%
7,0% no total; veículos de carga, 5,2%; fio-máquina de ferro/
aço, 4,1%; polímeros de plástico, 4,0%; papel e cartão, 3,6%; Operações
especiais
chassis com motor, 3,5%; produtos laminados planos de ferro/ 1,5%
aço, 3,3%; máquinas e aparelhos para terraplanagem, 3,0%; tra-
tores, 2,5%; e automóveis de passageiros, 2,3%.
Alguns produtos apresentaram excepcional crescimento
nas vendas ao Peru e merecem destaque: máquinas e apare- Manufaturados
82,7%
lhos para fabricação de celulose (+1.583,4%, para US$ 5,1
milhões); aparelhos transmissores e receptores (+311,8%,
para US$ 65,6 milhões); petróleo em bruto (+274,4%, para
US$ 114,7 milhões); veículos de carga (+153,4%, para US$ Fonte: MDIC/SECEX
48,3 milhões); máquinas e aparelhos para terraplanagem
(+139,2%, para US$ 28,4 milhões); máquinas e aparelhos
para tratamentos de pedras (+116,2%, para US$ 6,4 milhões);
e falsos tecidos sintéticos ou artificiais (+102,5%, para US$ cam-se: preparações de produtos hortícolas (aumento de
5,4 milhões). 2.620,5%, para um total de US$ 4,8 milhões); carvão mineral
A pauta importadora brasileira de produtos peruanos é com- (de zero, em 2004, para US$ 1,3 milhão, em 2005); fios e fibras
posta por 76,2% de bens industrializados e 23,8% de básicos. O sintéticas ou artificiais (+134,1%, para US$ 2,2 milhões); catodos
grupo de produtos que mais cresceu, na comparação de 2005 de cobre (+107,0%, para US$ 152,8 milhões) e tecidos de algo-
com 2004, foi o de itens semimanufaturados, um aumento de dão (+79,5%, para US$ 481 mil).
39,9%. Os básicos cresceram 24,0%, enquanto que os manufa- São Paulo e Rio de Janeiro responderam por 62,2% das ex-
turados se expandiram em 11,4%. portações brasileiras para o Peru em 2005. A relevante participa-
Os principais produtos importados foram: catodos de co- ção do Rio de Janeiro nas vendas ao País – 19,0% do total – se
bre, participação de 33,3% na pauta; minério de zinco e con- justifica pela composição da pauta, já que o principal item expor-
centrados, 22,0%; prata em formas brutas 15,2%; chumbo em tado pelo Brasil a esse mercado é petróleo em bruto e o Estado é
formas brutas, 8,1%; chapas, fios e perfis de cobre, 6,6%; zinco o principal produtor. As exportações paulistas ao Peru – 43,2%
em bruto, 2,7%; cabos e fibras sintéticas, 1,9%; e produtos da pauta total – se concentram em produtos manufaturados. Os
hortícolas, 1,0%. principais são: máquinas e equipamentos mecânicos, veículos
Quanto aos produtos que apresentaram excepcional desem- automóveis, máquinas e equipamentos elétricos, ferro fundido e
penho no crescimento das importações advindas do Peru, desta- plástico e obras.
Laminados
Planos de
Ferro e Aço
Petróleo
em bruto
Apars. Trans./
Receptores
Veículos de
Carga
Polímeros de
Plástico
Chassis com
Motor
Máquinas para
Terraplanagem
Fio-máquina
Papel e Cartão
Tratores
sas), o número cresceu em 62 (+2,6%).
No mesmo comparativo, em 2005, 361 empresas brasileiras
importaram do Peru contra 351 em 2004 (+10 empresas, +2,8%).
Principais produtos importados pelo Brasil do Peru Estados brasileiros que mais exportam para o Peru
2005/2004 – US$ milhões FOB 2005 – US$ milhões FOB
101
70 178
37
30
72 65 61
12 9 5 36 36 33 32
3 3
9 8
Barras, Perfis,
Fios e Chapas
de Cobre
Cabos e Fibras
Sintéticas ou
Artificiais
Catodos de
Cobre
Minérios
de Zinco
Prata em
Formas Brutas
Chumbo em
Formas Brutas
Zinco em
Bruto
Couros e
Peles
Azeitonas em
Conserva
Preparações
de Produtos
Hortícolas
Rio Grande
do Sul
Paraná
Amazonas
Santa
Catarina
São Paulo
Rio de
Janeiro
Mato
Grosso
Minas
Gerais
Bahia
Ceará
Demais
Estados brasileiros que mais importaram do Peru Número de empresas brasileiras exportadoras e
2005 – US$ milhões FOB importadoras no comércio com o Peru
118 Fonte: MDIC/SECEX Fonte: MDIC/SECEX
110 2.459
2.397
81
64
60
351 361
6 5 4 4 4
3
Rio Grande
do Sul
Espírito
Santo
Santa
Catarina
São Paulo
Mato Grosso
do Sul
Bahia
Rio de
Janeiro
Minas
Gerais
Amazonas
Pernanbuco
Demais
2004 2005
Exportadores Importadores
Crédito e Cobrança no e Colômbia e propicia o o mundo. Serão debatidos, investigação da arte rupestre.
Peru desenvolvimento do turismo também, ainda este ano, Além disso, foi produzido
Nos dias 11 e 12 de de negócios. aspectos da política científica um inventário sobre a riqueza
outubro de 2006, o Peru será do país e a relação dos arqueológica local, que ainda
sede do Primeiro Congresso Ciência em Lima pesquisadores com as permanece preservada,
Nacional de Créditos e Outro evento importante universidades e com o apesar dos séculos. Um dos
Cobranças. A expectativa dos do semestre é o Encontro Estado. Outros temas já motivos que leva os
organizadores é de que esse Científico Internacional – consagrados em edições peruanos a se preocuparem
evento reúna os principais ECI, que será realizado na anteriores serão objeto de com os tesouros da
líderes da indústria peruana. capital do Peru, de 8 a 11 de debate, como ciência e humanidade, em seu
Entre as finalidades do agosto. Esta é a décima edição tecnologia da informação, território, deve-se ao fato
congresso estão a divulgação do encontro que tem como comércio exterior, destes serem um forte
das atuais tendências na área objetivos divulgar as novas comunicação, ciências chamariz turístico para o país.
de crédito e cobrança, bem descobertas do setor e agrárias, de materiais, ciência Visitantes de todas as partes
como a atualização dos mostrar à opinião pública a do mar, da saúde e ciência do mundo ali chegam para
profissionais do setor a importância da ciência. O empresarial. O evento é uma conhecer as belezas
respeito das melhores evento destaca, igualmente, forma de estimular novos ancestrais das civilizações
práticas em termos de as possibilidades na melhoria interesses e fomentar pré-colombianas.
análises financeiras, origem da qualidade de vida, além do investimentos no setor.
de créditos, administração e aumento no intercâmbio de
negociação. O evento teve idéias entre os engenheiros e Arte Rupestre
outras edições sediadas em cientistas peruanos e os De 12 a 17 de setembro
países como Brasil, Argentina profissionais da área em todo de 2006, a cidade peruana de
Trujillo será palco do
Segundo Seminário Nacional
de Arte Rupestre. Os
organizadores explicam que
o objetivo fundamental do Detalhe do motivo geométrico
simpósio é aumentar a superposto sobre um grupo de
lhamas em fuga. Macusani y
consciência da população
Corani, repositórios de Arte
sobre a importância desse Rupestre Milenar na Cordilheira
patrimônio histórico e, por de Carabaya, Puno, Peru.
conseqüência, sobre a
necessidade de implementar
A Revista dos Seminários Bilaterais de medidas de proteção. No
primeiro evento ocorrido no
Comércio Exterior e Investimento, país, com este propósito, em
organizados pela FCCE, é distribuída entre novembro de 2004, em
as mais destacadas personalidades, do Cuzco, foram reunidas mais
de 250 pessoas entre
Brasil e do exterior, que atuam no profissionais, estudantes e
Lhama de estilo naturalista
pintado na Cova Vicuñapintasha
comércio internacional. curiosos. Foram debatidas as IV. Santuário Nacional de Huayl-
diversas linhas de lay, Pasco.
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