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FOZ DO IGUAÇU
2008
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Foz do Iguaçu
2008
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DECLARAÇÃO DE AUTORIA
Dedicatória
AGRADECIMENTOS
À Orientadora Professora Stella Maria Feyh Ribeiro pelo acolhimento, por oportunizar nossa
expressão e pela disposição em esclarecer e orientar-nos nesta trajetória. “Saber que ensinar não é
transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção”. (Paulo Freire)
Aos meus familiares em especial meu irmão Jayme, pelo seu apoio e entusiasmo em aprender
e à Fran por sua dedicação e disposição em auxiliar nos momentos que precisei afastar-me
para estudar.
Aos professores da Especialização que se dispuseram a vir a Foz do Iguaçu para contribuir
na aquisição de novos conhecimentos e experiências.
Em especial à Secretária de Saúde Enfa. Lisete Palma, à Dra. Sandra Gomes e aos amigos
Dr. Alexandre Carloni, Dra. Simone e Dr. Eduardo Juliani pela maravilhosa convivência
intra e extraclasse.
Aos colegas de curso pela amizade, compartilhamentos de idéias, compreensão e por suas
valiosas contribuições.
ABREVIATURAS
RESUMO
ABSTRACT
This study is the one Humanization National Policy’s strategy (HNP) the welcoming
that should identify and made transparent the process of work, thus, offering qualified
listening, searching risk/vulnerability, understanding the problem and trying to suggest a
solution, keeping in mind social and physical well-being in favor of citizenship at dignified
environment. According to the movement of appreciation of the inter-subjective dimension in
health, the relationship process in encountering subjects (light technologies) producing bonds
and co-responsibilities, we make this study to catch the health- worker’s eye at a Family
Health Unit, about the strategy of Humanization of the working process. Collection of data
was made to check if professionals of the three teams of Family Health Unit, at Vila C Nova,
are ready to accept it. So, the health professionals’ profile, as well as the background, support
and readiness for the fulfillment of activity were verified, as well as workers’ opinion of this
unit and what they noticed as strong and/or weak points in the acceptance and their
suggestions for improvement of this strategy. We conclude that for the welcoming in the
family health program acceptance to be fully implanted, needs permanent and often training,
with the purpose of offering comfort to the actors while doing “live work”, ability in
identifying work tools, chance for discussion, and agreement of the work process betterment
and, qualification to replicate this knowledge and strategy, in the community.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................. 10
2 REVISÃO TEÓRICA.............................. 12
3 METODOLOGIA.......................................................... 22
5 CONCLUSÃO............................................................... 35
REFERÊNCIAS............................................................... 36
APÊNDICES
APÊNDICE A................................................................... 40
Termo de Consentimento Institucional
APÊNDICE B................................................................... 41
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
APÊNDICE C................................................................... 42
Questionário para avaliar a sensibilização dos
profissionais de saúde no acolhimento em uma unidade
de saúde da família
10
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO TEÓRICA
Fluxo de Acolhimento
Quadro 1 – Fluxograma de Acolhimento da Unidade de Saúde da Família Vila C Nova, Foz do Iguaçu, 2006.
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Protocolo de Acolhimento
Educação Popular
Cardápio da Unidade
Regurgitações
Orientações Consulta
Agendar médica
consulta de
Enfermagem
Fonte: Adaptado do 2º Caderno de Apoio – SP/2004 para Caderno de Apoio-Foz do Iguaçu-PR (em elaboração).
Relacionamento multidisciplinar
Está em andamento a cooptação de instituições de ensino superior e ONGs para o
trabalho em conjunto em ações estratégicas em benefício da comunidade, como por exemplo,
a ONG Energia Solidária-Itaipu, que disponibilizou um Educador Físico para coordenar um
trabalho de atividade física com hipertensos, diabéticos e obesos/sobrepeso encaminhados
após avaliação médica inicial e reavaliação trimestral para este programa. Em andamento
negociação com o curso de Nutrição, Fisioterapia e Enfermagem.
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3 METODOLOGIA
A amostra foi composta por vinte e oito funcionários que compõem as três equipes de
saúde da família da unidade de saúde da família Vila C Nova do município de Foz do Iguaçu,
Paraná: 11 agentes comunitários de saúde; 4 auxiliares de enfermagem; 3 enfermeiros; 2
médicos; 2 cirurgiões-dentistas; 2 recepcionistas; 2 auxiliares de serviços gerais; 1 técnico de
higiene dental e 1 auxiliar administrativo.
Local do estudo
Há dois anos a Unidade de Saúde da Vila C Velha prestava serviços a uma população
de 20.000 usuários, com o atendimento realizado por dois médicos, uma enfermeira e três
auxiliares de enfermagem. A partir de março de 2005, houve uma tentativa de funcionamento
com duas equipes de saúde da família inseridos nesta unidade, entretanto, logo a comunidade
requisitou mais equipes para atender sua enorme demanda reprimida. Foram então admitidas
mais equipes, totalizando cinco em abril deste mesmo ano.
Neste período, foram realizadas dinâmicas de sensibilização sobre acolhimento entre
os profissionais de saúde do programa de saúde da família e recepção. Antes da implantação
desta estratégia existiam inúmeras reclamações feitas pelos usuários à ouvidoria do
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município, aos programas de rádio e TV local, tais como o pequeno número de médicos e a
ociosidade da unidade frente às necessidades não atendidas da população. Em seguida, no mês
de maio de 2005, foi iniciada a implantação do acolhimento baseados em algumas
experiências de dois componentes das equipes que já haviam trabalhado em São Paulo e em
relatos e bases teóricas da literatura científica sobre este tema. Com a presença das equipes e
da estratégia de acolher a todos que procuravam a unidade houve um grande aumento da
demanda. Os gestores municipais perceberam a necessidade em aumentar o número de
equipes, passando então para seis (em uma área com 20.000 usuários). Após alguns meses
esta unidade foi dividida em duas: Unidade de Saúde da Família Vila C Velha com 3 equipes
de saúde da família e Unidade de Saúde da Família Vila C Nova contando também com 3
Equipes. Esta última atende a uma população de 9.260 usuários, com 2.503 famílias
cadastradas no SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica) e onde se realizou este
estudo.
A partir de março de 2006, em seguida à inauguração da USF Vila C Nova não houve
mais o problema das filas e reclamações na ouvidoria, nem tampouco havia rádio ou TV na
porta da unidade para reclamações escandalosas. Isto não quer dizer que esta estratégia esteja
totalmente implantada na referida unidade e que não tenha problemas a enfrentar. Novos
desafios surgem, dentre eles a equipe odontológica ainda está por desenvolver uma estratégia
própria para o Acolhimento na odontologia.
Para organizar a distribuição de tarefas dos profissionais de saúde na estratégia e
melhorar a resolutividade na USF Vila C Nova, são utilizadas as seguintes ferramentas para o
funcionamento do Acolhimento, alguns já bem estruturados e implantados, outros em fase de
implantação: Fluxo de acolhimento; Protocolo de Acolhimento; Educação Popular; Cardápio
da unidade; Educação continuada dos profissionais de saúde; Instrumentalização do
profissional de saúde intra-equipe; Caderno de apoio ao acolhimento; Relacionamento
multidisciplinar; Relacionamento entre Secretarias; Rede de apoio (ONGS, Associação de
Moradores, Jornal da Comunidade, Rádio comunitária, Pastorais, etc).
O acolhimento como descrito no protocolo utilizado aplicado aos usuários da USF -
Unidade de Saúde da Família Vila C Nova, pretende estimular a Humanização do serviço e
ser coerente aos preceitos constitucionais do Sistema Único de Saúde (SUS):
descentralização, universalidade, integralidade, eqüidade e participação popular.
Por se tratar de uma coleta de dados com seres humanos este estudo foi autorizado
pela Secretaria Municipal de Saúde através do termo de consentimento institucional. Antes de
iniciar a pesquisa, os participantes foram informados dos objetivos do estudo. Todos os
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participantes foram contatados e aceitaram fazer parte da pesquisa sem sua identificação.
Após o aceite foi solicitado a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido
atendendo à resolução 196/96, assegurando o sigilo absoluto dos depoimentos, a não
implicação de qualquer tipo de prejuízos e a liberdade de retirar-se da pesquisa a qualquer
momento. (Apêndices A e B).
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Tabela 1 - Percentual de profissionais que conhecem as ferramentas do Acolhimento na USF Vila C Nova, Foz
do Iguaçu, 2006
% n
Fluxo de Acolhimento 67,9% 19
Cardápio da Unidade 64,3% 18
Protocolo de Acolhimento 42,9% 12
Instrumentalização do Enfermeiro 42,9% 12
Fluxo de Relacionamento Multidisciplinar 42,9% 12
Educação Continuada 28,6% 8
Fluxo de Relacionamento entre Secretarias do Município 28,6% 8
Educação Popular 21,4% 6
Caderno de Apoio do Acolhimento 14,3% 4
Fonte: Dados do Estudo
Tabela 2 - Percentual de profissionais que participam ativamente das instituições que fazem parte da Rede de
Apoio da USF Vila C Nova
Gráfico 2 – Freqüência das respostas categorizadas referentes aos Pontos Positivos do Acolhimento detectados
pelos Profissionais de Saúde e de Apoio da USF Vila C Nova, Foz do Iguaçu, 2006.
em relação a esta estratégia, pois, apesar de dois anos de implantação do acolhimento ainda
tem usuários que rejeitam a abordagem da escuta qualificada pelo enfermeiro, exigindo
muitas vezes a consulta direta com o médico da equipe. Estes achados corroboram com a
afirmativa do Ministério da Saúde em relação ao “despreparo dos profissionais em lidar com a
dimensão subjetiva que toda prática de saúde supõe” (BRASILd, 2004, p.8).
Gráfico 3 – Freqüência das respostas categorizadas referentes aos Pontos Negativos do Acolhimento detectados
pelos Profissionais de Saúde e de Apoio da Vila C Nova, Foz do Iguaçu, 2006.
categoria com 14% (n=6) das respostas, refere-se a estratégias de educação popular, em
palestras e grupos para melhor entendimento da comunidade em relação ao funcionamento do
Acolhimento.
Gráfico 4 – Percentual de respostas categorizadas referentes às Sugestões para melhoria do Acolhimento feita
pelos Profissionais de Saúde e de Apoio da Vila C Nova.
4.1 Discussão
Retratando o perfil dos trabalhadores da Unidade de Saúde Vila C Nova, a amostra foi
composta por 89,3% profissionais do sexo feminino confirmando uma tendência nacional do
predomínio do gênero feminino na saúde da família. Em relação à escolaridade verifica-se
que 89,4% possuem o ensino médio ou mais anos de estudo e ainda 60% dos que são
graduados possuem especialização e mestrado. Do total de funcionários desta unidade de
saúde, 50% residem na área de abrangência, o que pode facilitar o comprometimento com a
comunidade, pois fazem parte dela. A unidade de saúde não possui seu quadro completo de
funcionários, faltam ACS, o que pode dificultar o trabalho e ser foco de estresse na equipe.
Quase todos os trabalhadores (78,6%) têm mais de 1 ano de experiência em Saúde da
Família e 64,3% fizeram treinamento para o acolhimento, destes, 94% aconteceu há mais de 6
meses.
Há insatisfação na resolução das necessidades dos usuários que chegam à unidade de
saúde, pois 60,7% dos trabalhadores referem que não conseguem atender plenamente suas
necessidades, entretanto, 75% responderam que exercem plenamente todas as suas atribuições
em relação ao acolhimento.
Na checagem de conhecimentos sobre as ferramentas utilizadas no acolhimento, os
trabalhadores revelaram desconhecimento da maioria delas ou não souberam nomeá-las
apesar de vivenciar algumas delas, tais como a educação permanente, educação popular e o
protocolo do acolhimento (trabalho vivo). Sobressaiu-se somente o fluxo de acolhimento, a
qual 67,9% assinalou conhecer, como também o cardápio da unidade (64,3%).
Houve maior participação dos trabalhadores de saúde nas instituições municipais
(escola de ensino fundamental até a 4ª série e creche) e a escola estadual com 5ª a 8ª série e
ensino médio. O baixo índice de participação nas outras instituições que atuam no bairro nos
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informa que esta unidade de saúde tem um caminho a trilhar no setor de intersetorialidade
local, para o fomento de maior participação e controle social.
As idéias expostas pelos trabalhadores da USF Vila C Nova quando interrogados sobre
seu entendimento, contextualizam o Acolhimento, categorizados em: conceituação da
estratégia, organização do processo de trabalho e atribuições na tarefa do Acolher e estão de
acordo com a literatura (FRANCO, 1999; CAMPINAS, 2001 e SANTOS, 2002).
Os pontos positivos detectados pelos trabalhadores complementam a conceituação e o
entendimento do “fazer” no Acolhimento (melhoria do acesso, maior resolutividade,
humanização do serviço, proporciona vínculo, informa e educa) e que estão de acordo com a
literatura (FRANCO, 1999; BRASIL,200; MERHY, 2005), demonstrando que o profissional
desta unidade conhece os princípios desta estratégia, apesar de nem todos os trabalhadores,
desta unidade terem passado pelo treinamento, pois, apenas 64,3% deles o fizeram e dentre
estes, o treinamento ocorreu há mais de 6 meses atrás.
Os profissionais de saúde da USF Vila C Nova detectaram alguns pontos negativos,
tais como tempo de espera no período do acolhimento, desinformação do usuário e pouco
treinamento para os trabalhadores da saúde a unidade, entretanto, são itens que se relacionam
a ajustes internos e particulares desta unidade e podem ser realizados pela própria equipe. A
queixa sobre o excesso de emergências sugere que seja realizado um novo estudo de demanda
desta unidade em relação às emergências médicas em paralelo à demanda da Vila C Nova nas
Unidades de Pronto Atendimento do município (em número de duas).
No tocante às melhorias que deveriam ser implementados para resolução dos
problemas detectados os trabalhadores sugeriram ações que se relacionam à própria unidade
de saúde, ou seja, a resolução destes problemas podem ser resolvidos no próprio ambiente de
trabalho e comunitário, sem necessitar de instâncias superiores de gestão municipal,
entretanto, quando sugerem um Pronto Atendimento Distrital, esta ação necessita de estudos
posteriores e se comprovada tal necessidade, de vontade política para realizá-la.
Estas respostas reiteram a proposta da política de Humanização do SUS (BRASILd,
2004, p. 15), tais como “valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de
atenção e gestão no SUS”, “fortalecimento do trabalho em equipe multiprofissional”, “apoio a
construção de redes cooperativas, solidárias e comprometidas com a produção de saúde e com
a produção de sujeitos” e “fortalecimento do controle social”.
35
CONCLUSÃO
Este trabalho conclui que para uma estratégia de humanização seja plenamente
implantada necessita de treinamento permanente. A freqüência dos treinamentos deve ser
estabelecida em reunião com os profissionais, de acordo com necessidades locais. Assim,
proporcionará conforto aos protagonistas no desempenho “trabalho vivo do Acolhimento”,
objetivando a aptidão na identificação das ferramentas de trabalho, diminuindo suas angústias
pessoais, disponibilizando espaço para discussões e pactuações de melhoria no processo de
trabalho e ainda qualificando-o para replicação deste conhecimento e estratégia na
comunidade, estimulando a participação social.
Como ocorre pouca participação do profissionais de saúde na redes de apoio do bairro
(ONG, Associação de Moradores, Pastorais, etc), concluímos que não há motivação nem
entendimento de sua extrema importância no processo de participação comunitária e
construção de cidadania e estímulo ao controle social, consequentemente ao processo de
“empoderamento”.
Com objetivo de constatarmos fatos, baseados incialmente na percepção subjetiva do
trabalhador e para melhor análise da produção e resolutibilidade do Acolhimento, sugerimos
um planilhamento para estudo de demanda diária, realizado pela Equipe de Saúde da Família,
com dados do atendimento (nome do usuário, idade microárea que reside, queixa e
encaminhamento realizado) para análise mensal dos dados e devolução do estudo para os
trabalhadores e comunidade.
36
REFERÊNCIAS
MERHY, E. E. Saúde a cartografia do trabalho vivo. São Paulo : Hucitec, 2005. 189 p.
APÊNDICES
40
APÊNDICE A
41
APÊNDICE B
Este estudo visa ainda contribuir com informações sobre o processo de trabalho e
avançar na estratégia de acolhimento de uma forma mais sistematizada para uma maior
Humanização do SUS e interação serviço/ensino.
Para isso, solicito a sua colaboração participando como entrevistado neste estudo.
Trata-se de um projeto que não irá identificá-lo, mas se não for de seu interesse, não se sinta
na obrigação de participar.
APÊNDICE C
I. Aspectos Gerais
3 - Funcionário Terceirizado [ ]
Parte Específica
II Acolhimento
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
3.1. Em sua opinião todos os usuários que chegam à unidade estão sendo atendidos plenamente em suas
necessidades de promoção de saúde, prevenção e curativas? 1- [ ] Sim 2- [ ] Não
3.2. Você acha que o usuário é recepcionado na USF Vila Nova da forma que você gostaria de ser
recepcionado em uma unidade de saúde, quando estiver doente e necessitar de seus serviços?
1 - [ ] Sim 2 - [ ] Não
3.3. Você é bem acolhido dentro desta unidade, como profissional de saúde? 1 - [ ] Sim 2 - [ ] Não
4.5.1 Se respondeu Não, dê sugestões de mudanças para a equipe melhorar este acolhimento entre os
componentes da equipe?
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
3.4. Você acha que exerce plenamente todas as atribuições de sua competência em relação ao acolhimento?
1- [ ] Sim 2 - [ ] Não
44
Obrigada,