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fevereiro 2002
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br
8 ENTREVISTA: Reportagem
redacao@embalagemmarca.com.br
ODAIR ABATE Flávio Palhares
O economista chefe do flavio@embalagemmarca.com.br
Lloyd demonstra porque Guilherme Kamio
guma@embalagemmarca.com.br
o Brasil tem um ano Leandro Haberli
razoável pela frente leandro@embalagemmarca.com.br
e que o próximo
presidente da
República, seja quem
22 SINGLE
O mercado de
pessoas que consomem
Thays Freitas
thays@embalagemmarca.com.br
Colaboradores
for, não fará mudanças sozinhas, independente Josué Machado e Luiz Antonio Maciel
radicais na economia de morarem com
Diretor de Arte
outras, aumenta sem Carlos Gustavo Curado
parar, criando atraente
segmento de mercado e Administração
14 CAPA
Literalmente, já não se
fazem profissionais de
oportunidades para o
setor de embalagem
Marcos Palhares (Diretor de Marketing)
Eunice Fruet (Diretora Financeira)
Departamento Comercial
embalagem como comercial@embalagemmarca.com.br
antigamente. Em vez Wagner Ferreira
de só aprenderem na
prática, hoje eles
saem em número
28 MAKING OF
Depois de trocar por um
pote a embalagem de
Circulação e Assinaturas
Claudia Regina Salomão
assinaturas@embalagemmarca.com.br
cada vez maior das queijo que era um Assinatura anual (11 exemplares): R$ 60,00
escolas especializadas saco, a Vigor faz nova
reviravolta nas gôndolas Público-Alvo
com o Danubio EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
ocupam cargos técnicos, de direção, gerência
e supervisão em empresas fornecedoras, con-
vertedoras e usuárias de embalagens para ali-
Embalagem, arma dos leites fer- Lançamentos e novidades – e EMBALAGEMMARCA é uma publicação
mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
FOTO DE CAPA: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
mentados para ganhar mercado seus sistemas de embalagem Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo
Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SP
30 Interpack 42 Almanaque Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
Veja oportunidades de negócio na Fatos não muito conhecidos do www.embalagemmarca.com.br
grande feira mundial de embalagem universo das embalagens O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
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30cartas 04/02/02 17:06 Page 1
redacao@embalagemmarca.com.br
editorial ressalta, aplausos ale- de Embalagem
3M do Brasil Ltda. As mensagens recebidas por carta, e-
gram e aumentam o compromisso
de sempre fazer melhor. Por isso, Campinas, SP mail ou fax poderão ter trechos não es-
enaltecer a criatividade na apre- senciais eliminados, em função do es-
sentação de novos materiais, la- Na medida do possível, mostramos paço disponível, de modo a dar maior
yout caprichado, conteúdo e ou- os trabalhos de bastidores na seção número possível de oportunidades aos
tros aspectos da revista seria cair Making Of (nesta edição na página leitores. As mensagens poderão tam-
no lugar comum. Somos uma mul- 28). De qualquer forma, a sugestão bém ser inseridas no site da revista
tinacional fabricante de canetas, é muito boa, e vamos estudar uma (www.embalagemmarca.com.br).
líder no mercado promocional. Es- maneira de implementá-la.
entrevista
P
ticipar do almoço de final de ano
da Abre – Associação Brasileira
de Embalagem, a presença de
Odair Abate, economista chefe do
Lloyds Bank, tornou-se, pelo me-
nos no mais recente, no encerramento de
2001, se não uma atração, uma boa oportu-
nidade de exercício de previsão do que po-
derá ocorrer no panorama macroeconômico
no ano seguinte. É que, tendo ele sido o pa-
lestrante do almoço de 2000, foi convidado
a falar novamente no encontro desta passa-
gem de ano, para, como disse o presidente
da entidade, Sérgio Haberfeld, “mostrar se
suas previsões anteriores estavam certas”.
Abate saiu-se muito bem. No geral, seus
prognósticos se cumpriram, obviamente
desconsiderados imponderáveis como os
atentados de setembro nos Estados Unidos e
o redemoinho argentino. Considerando que
a análise que ele fez desta vez complemen-
ta – na verdade, amplia e aprofunda – o con-
DIVULGAÇÃO
cado de maneira geral, prevaleceu a percep- A desvalorização do peso não pode afetar a
ção otimista de que a economia brasileira nossa balança comercial para pior?
continuaria crescendo a uma taxa superior a Pode. Pode afetar também nossa conta turis-
4% ao ano, como havia ocorrido em 2000. mo. Mas esse impacto será forte o suficien-
Esse período prevaleceu por um trimestre, te para prejudicar nossas contas externas?
mas depois tivemos uma série de fatos ne- Creio que não, porque o preço do petróleo
gativamente surpreendentes que afetaram caiu e vai ajudar a melhorar a balança co-
essa performance mais favorável da econo- mercial brasileira, que está melhor. Temos a
mia no início do ano. Houve um recrudesci- expectativa de que a economia internacio-
mento da crise argentina, tivemos a conti- nal, que é o segundo ponto relevante, vai
nuação do desaquecimento econômico apresentar melhora a partir do segundo tri-
mundial, especialmente nos Estados Uni- mestre do ano, favorecendo nossas contas
dos, a crise energética, que afetou expressi- externas. O impacto negativo que a Argen-
vamente o lado real da economia, alguns se- tina vai trazer será provavelmente compen-
tores mais especificamente, como o de ele- sado por essas outras variáveis. Os indica-
troeletrônicos. Por fim, em setembro dores mais recentes dos Estados Uni-
houve o ataque terrorista contra os dos já mostram essa melhora.
Estados Unidos. Isso inverteu muito O clima vem
a tendência econômica que prevale- ajudando, as chu- A questão da energia não permanece
cia no país. Em vez dos 4,2% previs- como uma ameaça?
tos, passamos a crescer perto de zero
vas têm sido inten- O racionamento ainda é uma variável
no segundo e no terceiro trimestres. sas. O racionamen- a ser olhada, sem dúvida alguma. Foi
to de energia elétri- um elemento muito importante para
Apesar disso, a economia reagiu. mudar o humor dos consumidores, as
De fato, contra as previsões mais
ca, apesar de ser pessoas passaram a ser muito menos
pessimistas, a economia brasileira ainda uma variável otimistas em relação ao futuro a partir
deu mostras de que é vigorosa, e no que merece muita de abril do ano passado. Mas o clima
último trimestre do ano muitos seto-
atenção, tende a ter vem ajudando, as chuvas têm sido in-
res que haviam sido penalizados pas- tensas, os consumidores deram mos-
saram a mostrar números bem me- impacto negativo tras de que realmente foram capazes
lhores. É possível estimar que a eco- muito menor do de seguir o racionamento proposto
nomia deve ter crescido algo próxi- que teve no ano pelo governo, os investidores priva-
mo a 1%, sinalizando um ano de dos vêm trabalhando de maneira a
2001 um pouco melhor do que foi passado. poupar e até de encontrar fontes alter-
2000 na média. nativas de energia. Assim, o raciona-
mento, apesar de ser ainda uma variá-
Quanto ao que esperar em 2002, gostaría- vel que merece muita atenção, tende a ter
mos que fizesse um resumo do que disse na- impacto negativo muito menor do que teve
quela apresentação, incluindo o item valor no ano passado.
do real em relação ao dólar. É lícito, por
exemplo, imaginar que o Brasil conseguiu A questão eleitoral desta vez vai influir me-
se descolar do vizinho? nos na economia do que costuma?
É, porque o Brasil tem apresentado números Não há dúvida de que vai ser a variável cha-
em suas contas externas melhores do que vi- ve para determinar o humor dos mercados
nha apresentando, a balança comercial me- no Brasil na segunda metade do ano. Sem-
lhorou, temos recebido um bom volume de pre foi assim em países com o perfil do Bra-
investimentos diretos de fora. O Brasil tem sil. As eleições têm um papel muito impor-
também apresentado números fiscais muito tante, mas eu não creio que o futuro presi-
bons, de acordo com o que foi negociado dente da República possa fazer mudanças
com o FMI. Isso leva uma boa diferença em radicais em relação ao que vigora no país
relação à Argentina, sem falar na base polí- hoje. Talvez possa atuar para reduzir mais
tica, que no Brasil, apesar de não ser total- rapidamente a taxa de juros, talvez olhar
mente consistente, é muito melhor.. com maior atenção ou postergar um pouco
necessário o país ser capaz de gerar dólares, para viabilizar o produtor nacional e vender
no chamado on going business. A “empre- a marca Brasil. O país tem de participar
sa Brasil” tem de ser capaz de gerar dólares com maior intensidade das feiras interna-
para fazer frente a suas necessidades. Não cionais, e o governo pode viabilizar isso. E
podemos ficar na dependência de investi- o produtor nacional tem de chegar no mer-
mentos externos ou de viabilização mais fa- cado externo, que é altamente interessante e
vorável de uma privatização ou outra. São pode até minimizar os efeitos de oscilação
questões muito incertas, que não dão o res- econômica interna. Ele tem de prospectar
paldo da necessidade de dólares que temos. mercados, conhecer o que o comprador in-
Isso só será obtido se o país for capaz de ternacional precisa, ver o que é possível fa-
alavancar significativamente suas vendas zer para atendê-lo, seja na América, na Eu-
externas. O Brasil é um país ainda relativa- ropa ou na Ásia. É um trabalho conjunto:
mente fechado. O total das exportações bra- uma parte cabe ao governo e uma parte sig-
sileiras em relação ao PIB é muito pouco nificativa cabe ao produtor nacional.
representativo, algo próximo a 1% do co-
mércio mundial, o que não é compa- Qual a contribuição que o setor de
tível com a sua pujança, de um PIB embalagem pode dar nesse esforço?
que está entre os doze maiores do O candidato do Vamos fazer uma analogia com uma
mundo. É fundamental ao Brasil ter governo, qualquer venda interna. Muitas vezes somos
essa capacidade de gerar dólares. O levados a consumir o produto A em
passo inicial foi dado, que é uma po-
que seja, tem detrimento do produto B, porque a
lítica cambial flexível, capaz de per- chances de ganhar a cara do primeiro, a forma como é
mitir ao exportador ser mais compe- eleição. Se Fer- ofertado, parece mais interessante, dá
titivo e, ao produtor interno, defen- maior segurança. A imagem do pro-
der-se melhor em relação aos produ-
nando Henrique duto é muito relevante. O setor pode
tores externos. Mas não basta. Cardoso transferir os ajudar na ampliação das vendas ex-
índices de aprovação ternas oferecendo qualidade compatí-
Que mais é preciso?
de que goza, dará ao vel com as exigências do comprador
A estrutura tributária do Brasil é internacional.
muito onerosa, não adequada aos ga- seu candidato
nhos de produtividade por parte do grande possibilidade Falemos de eleições. Hoje, as pesqui-
produtor nacional. Há uma série de de chegar ao se- sas não apontam o candidato do go-
impostos em cascata que tiram boa verno à presidência como favorito. A
parte da competitividade do produto gundo turno seu ver, esse candidato tem chance de
brasileiro. Na medida que aumenta- ganhar?
mos os impostos no Brasil nós favorecemos O candidato do governo, qualquer que seja
o produtor internacional, que consegue pre- ele, tem chances de ganhar a eleição por
ços mais baixos e competitivos. Cabe ao uma simples constatação: o presidente Fer-
veja mais: www.embalagemmarca.com.br
governo tentar viabilizar junto ao Congres- nando Henrique Cardoso ainda goza de
so uma reforma tributária que amplie a base 20% a 22% de aprovação ao seu governo,
de tributação, mas reduza a carga tributária, com índices de bom ou ótimo. Se transferi-
e acabe com os impostos em cascata. Assim do, esse percentual daria ao candidato do
vamos ter uma condição competitiva muito governo grande chance de chegar ao segun-
melhor. Se não ocorrer neste ano, que é do turno. Fernando Henrique foi eleito em
eleitoral, o próximo governo deve ter isso primeiro turno, e talvez tenha condição de
como prioridade. viabilizar um aumento do poder de fogo do
seu candidato. Outro dado que mostra
Percebe-se pouca agressividade do gover- aquela possibilidade é o crescimento rápido
no e das empresas brasileiras no exterior. da Roseana Sarney. Ela saiu de um limite
Como ser competitivo se não se vai à luta? de aceitação popular muito baixo para um
Sem dúvida, cabe também ao governo bra- nível muito elevado, e de acordo com as
sileiro em suas andanças pelo mundo apro- prévias eleitorais ela teria grandes chances
veitar para fazer transações comerciais, de bater o Lula no segundo turno.
reportagem de capa
Bacharéis em
Packaging
Multiplicam-se os cursos que oferecem especialização em embalagem.
Resta saber se haverá mercado para tantos alunos
Leandro Haberli
ão bastasse a visível melhora aging. Os mais cotados eram desenho in-
Mestrado garantido
Muito antes de se cogitar o início de cursos de gradua- nologia de Alimentos (ITAL), de Campinas (SP). Bus-
ção em embalagem no Brasil, a Escola de Engenharia cou referências também nos Estados Unidos, país
Mauá detectou a existência de uma lacuna no sistema onde o reconhecimento do ensino de embalagem re-
acadêmico brasileiro, que não oferecia programas de monta a pelo menos três décadas passadas. Foi lá que
especialização para profissionais do setor. Para preen- a Mauá fechou uma parceria com a School of Packa-
chê-la, a instituição criou uma área de concentração em ging, da Universidade de Michigan.
engenharia de embalagem, dentro do programa de mes- Porém, mesmo com tantas referências, os coordenado-
trado em engenharia de processos industriais. res do curso lembram que muitas vezes os alunos, que
A fim de não correr o riso de oferecer um currículo de chegam a acumular décadas de vivência na cadeia de
conteúdo duvidoso, a Mauá, que formou a primeira tur- embalagem, têm tantas coisas para ensinar quanto os
ma de engenharia de embalagem em 1998, tem buscado professores, o que torna o aprendizado multilateral, e
assessoria técnica e didática para seus cursos de pós- até mais enriquecedor. Ainda que lidando com gente
graduação na área. No Brasil, procurou o Centro de cheia de bagagem, a Mauá garante não faltarem interes-
Tecnologia de Embalagem – Cetea do Instituto de Tec- sados no seu mestrado de engenharia de embalagem.
balagem. “Não podemos permitir que o iniciar a primeira turma num curso de
temor do desemprego, presente em qual- graduação que formará bacharéis em de-
quer área, interfira em nossa sign gráfico e design de embala-
capacidade de geração de no- gem. “Estamos confiantes na
vos profissionais especializa- aprovação do curso”, diz Fran-
dos em design de embala- cisco Gracioso, diretor-presiden-
gem”, diz Müller. te da ESPM. “O MEC já perce-
A ação ainda não colheu beu que eles são imprescindíveis
frutos diretos, até por que o re- para as exigências de comunica-
conhecimento do estágio não ção visual das empresas, nas
depende apenas da Abre, aí de quais a embalagem hoje tem pa-
novo entrando em cena o pel importantíssimo.”
MEC. Mas, no que depender Não há motivos para duvidar
das iniciativas das escolas, a que essa filosofia esteja se con-
capacidade de formação de no- solidando entre os potenciais
vos profissionais estará cada empregadores de profissionais
vez mais consolidada. É o que de embalagem no país. Concluir
comprova, além dos casos já um curso na área de design e de-
relatados, a ESPM – Escola senvolvimento de embalagem,
Superior de Propaganda e portanto, tenderá a ser cada vez
Marketing, que também pre- mais um diferencial competitivo.
tende iniciar um curso de graduação em Por outro lado, ver no mercado de emba-
embalagem. Neste caso, a iniciativa é pe- lagem a consolidação da velha máxima
culiar, à medida que a instituição já tem sobre diplomas – “ruim com eles, pior
um considerável background na área. sem” –, que infelizmente ganhou ares de
Desde 1997, a ESPM vem oferecendo realidade em outros setores, não deverá
um curso livre de design de embalagem, ser um motivo de celebração. Sobretudo
que tem duração de um ano. Em 2003, para a nova geração de escolas e estudan-
mediante o sinal verde do MEC, a idéia é tes que inevitavelmente vem por aí.
mercado
fermentada
fortalecem marketing
de embalagem
A leites fermentados
no Brasil se confun-
de com a trajetória
da Yakult, marca japonesa que
segunda posição no levantamento,
com 37,4%.
Marketing infantil
aportou no país em 1966. Àque- O acirramento da disputa por
la época, dizer ao consumidor consumidores nos pontos-de-
comum que o hábito de tomar venda de varejo acelerou investi-
qualquer coisa contendo lactoba- mentos em diferenciação visual.
cilos vivos faz bem ao organismo No caso do Chamyto, é inegável que
soava como piada sarcástica, já que a Nestlé, basicamente a partir das embala-
tais microorganismos eram conhecidos gens do produto, vem empreendendo um
apenas pela causa de enfermidades – vide o eficiente marketing infantil.
bacilo Koch, causador da tuberculose. Sem inovar no sistema de acondi-
Mas de lá para cá o leite fermen- cionamento, o Chamyto - que
tado teve seus valores nutricionais usa frascos plásticos (da Logo-
devidamente reconhecidos, e hoje plast), fechados com uma lâmi-
faz parte da linha de lácteos de ou- na circular de alumínio (da Al-
tras gigantes do setor alimentício, can) e agrupados em multipacks
como Nestlé, Parmalat e Batávia. de papel cartão (da Riverwood)–,
Não é de estranhar que isso tenha tem um conjunto visual com preo-
acontecido. cupações gráficas inovadoras.
A própria Yakult, vendendo basica- Tanto os frascos quanto o papel
mente de porta em porta, é hoje uma das cartão são decorados com ilustrações de
maiores referências em bebidas prontas no um personagem que tem cativado a garota-
mercado brasileiro, com um faturamento de da. É o Gênio Chamyto, criado pela própria
mais de 150 milhões de dólares anuais. A Nestlé. Sobretudo a embalagem secundária
divisão alimentícia, onde a estrela é o leite tem forte apelo entre as crianças, como
fermentado, responde por 80% desse valor. aponta Marcio Weiler, gerente de marketing
Neste cenário, a embalagem se fortale- da Nestlé.
ceu entre as diferentes marcas de leite fer- Em paralelo à discussão de ações
mentados como um excelente meio de co- focadas em nichos, é preciso ressaltar que
municação e, portanto, uma das vias mais os frascos plásticos, que a Yakult ajudou a
eficientes para gerar negócios. tornar referência de embalagem no mercado
Especialistas atribuem basicamente às de leites fermentados, não são mais as úni-
ações de ponto-de-venda o crescimento das cas opções de acondicionamento nessa cate-
FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
concorrentes da Yakult. De acordo com da- goria de produto. Também inovando, a Par-
dos Nielsen, no bimestre agosto-setembro malat é a única no setor a empregar embala-
de 2001, a marca Chamyto, da Nestlé, foi, Chamito e Batavito gens cartonadas assépticas.
pela primeira vez, líder na venda em super- abusam das pos- Relançada no início do segundo semes-
sibilidades do papel
mercados na categoria, com 45,3% de par- cartão, enquanto a tre de 2001, sob o lema o “Melhor de A a
ticipação. Sem considerar os negócios Yakult aposta no Z”, a linha láctea infantil da empresa teve
prospectados pelo seu exército de vendedo- visual tradicional todas as embalagens reformuladas. No caso
DIVULGAÇÃO
(11) 5503-0722
colecionadores mirins. www.alcan.com.br
single
Mesa para… um
Boa notícia: faltam opções para quem consome sozinho
Guilherme Kamio
á momentos em que estraté- rões. Já não são raros os casais em que cada
Apelo prático
Fora dos balcões refrigerados, diferentes
produtos com apelo prático vêm lucrando
com o fenômeno single. É o caso dos ma-
carrões instantâneos. A Nissin, dona da
marca de referência no campo de macarrão
instantâneo, a Miojo, diz que o segmento
cresceu 29% nos últimos três anos. “Segun-
do nossa última pesquisa de hábitos de con-
Frios e massas frescas sumo, a penetração do produto entre o pú-
blico single é de 54%”, afirma Paulo Sola,
chefe de marketing da Nissin.
fev 2002 • EMBALAGEMMARCA – 23
30singles 04/02/02 19:31 Page 24
DIVULGAÇÃO
em snacks desidratados, traz cinco porções individuais, acondicio-
para os quais basta adi- nadas em flow-packs. E, quem diria, até o
cionar água quente no arroz foi incluído na moda. A Josapar, forte
Nestlé aposta em
preparo, como as recém-lançadas sopas no mercado de semiprontos, lançou a Tio
refeições
Meu Instante. As sopas também são o trun- desidratadas, João Cozinha Fácil, linha de pratos de arroz
fo da Liotécnica, dona da marca Qualimax, como o Hot Pot com sabores embalada em saquinhos plás-
para atender a quem mora só. São produtos ticos de fácil preparo: vão direto ao banho-
que, ao lado de risotos, outras massas e de- maria. O produto é vendido em um stand-
rivados de feijão, vêm enchendo sachês e
DIVULGAÇÃO
demais pouches aluminizados da Alcan, da
Embalagens Diadema, da Empax e de ou-
tras convertedoras. A Maggi também colo-
cou recentemente no mercado a linha Hot
Pot, de pratos à base de massas, arroz e ba-
tata, com grande penetração entre os sin-
gles. Eles vêm em um pote térmico, que
serve como recipiente de preparo e prato, Fatias, da
Wickbold, já é
como o Cup Noodles, da Nissin. sucesso no
Na área de pães, a Wickbold se anteci- mercado de pães
pou e lançou há cerca de dois anos um pão
de forma para o consumidor individual, o up pouch, com zíper, da Shellmar, que traz
Fatias. Pães dos tipos preto, integral e light quatro pequenas porções.
são acondicionados em flow-packs de Dentro dessa tendência, a Femepe, in-
BOPP, com quatro fatias. Dois desses con- dústria de pescados com sede em Navegan-
juntos são reembalados em outro pacote, tes (SC) e que vende sobretudo na Grande
permitindo o consumo gradual. Ronaldo São Paulo, lançou latinhas de atum de 85
Wickbold, diretor da empresa, conta que o gramas, suficientes para um sanduíche. É a
produto foi uma resposta aos apelos de um metade da menor embalagem até então
consumidor single. “Hoje o Fatias já vende existente no mercado, e reflete a tendência
cerca de 520 toneladas por ano”, contabili- Porções menores de consumo em pequenas porções. O lança-
za o empresário. abrem caminho para mento atendeu a reclamações de consumi-
sachês e pouches dores, no sentido de
aluminizados
que, depois de abertas
as embalagens, o con-
teúdo ficava seco no
refrigerador.
O aumento do as-
sédio a quem mora so-
zinho também pode
ser constatado, no va-
rejo, no crescimento
da oferta de massas
frescas e de frios e
queijos em pequenas
porções, além do in-
cremento das seções Tio João: pouch com
“saquinhos que cozinham”
de rotisseria das pró-
24 – EMBALAGEMMARCA • fev 2002
30singles 04/02/02 19:32 Page 26
making of
bendo que consumir seus queijos era sinô- sofisticado, requinte que foi alcançado de
nimo, no sentido vulgar, da embalagem en- A embalagem maneira igualmente criativa. No lugar de
pioneira do
tão predominante – um saco – vêm crescen- Danubio rótulos, é usada uma complexa e sofisticada
temente se tornando adeptos dos potinhos. embalagem secundária de papel cartão, cujo
o um saco Na posição
inovadora, mais
um truque: a
marca vai do
baixo relevo
do pote para
o produto
layout, desenvolvido pela a10
Design, é impresso em alto rele-
vo, numa superfície envernizada.
Nessa etapa do projeto, a Da-
nubio contou com a parceria da gi-
gante Riverwood do Brasil, que
atuou como uma verdadeira empresa
de solução integrada de embalagem:
forneceu o papel cartão, trazido da matriz
nos Estados Unidos, o maquinário, instala-
do junto à linha de produção da Vigor, e Por envolver
também atuou como gráfica e convertedora uma história de suces-
da luva celulósica. Ademais, desenvolveu o so, que, com forte contribui-
projeto estrutural da embalagem secun- ção da embalagem, dura quase
dária, serviço que ficou a cargo do profis- dezesseis anos, o caso da Danubio demons-
sional Paulo Vítor de Oliveira. tra que projetos verdadeiramente integrados Huhtamaki do Brasil
são um excelente caminho para construir (11) 5505-6677
Um desafio a mais marcas fortes. Afinal, no quesito embala- www.huhtamaki.com
Carlos Zardo, do marketing da Riverwood, gem, não só a logotipia, território ao qual Riverwood
conta que o fato de o produto ter sido de- agências de design têm atuado com mais (11) 4589-4500
senvolvido para ficar de ponta-cabeça nas força, garante o sucesso de um produto. Há www.riverwood.com.br
gôndolas trouxe um desafio a mais para os muita gente experiente dizendo o contrário: Vigor
técnicos e projetistas da empresa. Devido à pensando em conjunto, pode-se conceber 0800 126433
localização das dobraduras, que ficam na formatos diferenciados e outras “sacadas” www.vigor.com.br
parte de baixo da embalagem, rente à tam- estruturais que valem muito mais do que um
pa, foi preciso desenvolver um dispositivo, logotipo estudado durante meses.
parecido com um braço automático, para
que o pote fosse invertido antes de entrar na
máquina que aplica o papel cartão.
Além de pensar em aspectos de produ-
ção, a Riverwood preocupou-se em aumen-
tar a visibilidade do produto na gôndola.
Nesse sentido, somado ao acabamento grá-
fico caprichado, a empresa desenvolveu
uma aba lateral na estrutura do papel cartão,
para cobrir um espaço ocioso entre o fundo
do pote e o topo da embalagem secundária. As embalagens
Optou também por arredondar as dobra- secundárias e
a faca (acima)
duras do sistema. do Danubio
“Após inúmeros testes com
mockups, decidimos adotar um sis-
tema a vácuo, que disponibiliza as
embalagens uma a uma, de modo
que outro equipamento dobre as late-
rais, e em seguida feche o conjunto”,
resume Elias Lourenço, responsável por
máquinas e instalação da Riverwood.
evento
Negócios no exterior
Na Interpack 2002, boas oportunidades para empresas brasileiras
enchmarking, antenas liga- O pacote de viagem
Como enviar as
suas informações
Quando a sua empresa tiver algum
lançamento que se encaixe no perfil
desta seção, é importante que no
material enviado para a nossa reda-
ção constem informações referentes
ao material da embalagem (se for
mudança de material, informar qual
era o anterior), quem é o fornecedor
da embalagem e quem é o respon-
sável pelo design. Assim, a sua in-
formação ganha em conteúdo.
30almanaque 04/02/02 17:26 Page 1
Almanaque
Marketing de guerra é isso aí
Com o triunfo militar da maior em que enfrentaram as forças
potência bélica do planeta no do Eixo durante a II Guerra
Afeganistão, não chega a ser Mundial. O mote do fabricante
exagero imaginar que, como era o de que nenhum soldado
mais um dos efeitos inespera- americano ficaria sem ter à mão
dos dos ataques terroristas aos uma garrafinha de Coca-Cola,
Estados Unidos, a Coca-Cola então a única embalagem do re-
acabe sendo produzida naquele frigerante. Aqui o produto en-
país, um dos únicos quatro em trou na esteira da política da
que não é fabricada. Precedente boa vizinhança, como mostra-
não falta: a expansão global da- vam anúncios da época. Em
quela marca de refrigerante tempo: os outros países que não
deu-se na esteira do avanço das fabricam Coca-Cola são Cuba,
forças americanas nos países Líbia e Sudão.
Pensando bem...
... sem o bulbo de vidro (a “embalagem” da luz artificial), a humanidade não
disporia de luz sem chama depois do por-de-sol. Teria de recorrer a tochas,
velas e lampiões para não ter de ir deitar à mesma hora que as galinhas.
... até hoje não se inventou material que substitua com a mesma
eficácia a cortiça no fechamento de garrafas de vinho:
veda, permite que o produto respire e é reutilizável.