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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DISCIPLINA: SES100 – INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
PROFESSORA: MARISA SINGULANO
PRIMEIRA AVALIAÇÃO
NOME: Roberto Wagner de Carvalho Júnior
Nº MATRÍCULA: 09.1.3378

1 – Discorra sobre as relações entre o contexto histórico da Europa nos séculos


XVIII e XIX e a constituição da sociologia como ciência.

A constituição da sociologia como ciência mescla-se com vários acontecimentos


históricos. Não é meu objetivo datar o início da sociologia como fazem alguns autores,
já que isso é uma questão interpretativa, mas sabe-se que a palavra sociologia apareceria
por volta de 1830 (Séc.XIX). Partindo do pressuposto de que o surgimento e
consolidação da sociologia dar-se-ia num contexto histórico específico, que coincide
com o a crise do sistema feudal e a consolidação da civilização capitalista o
discorrimento da questão proposta inicia-se com a queda do sistema feudal. As
transformações sócio-políticas, econômicas e culturais, que tem início nessa época, se
aceleram a partir do século XVIII desencadeando problemas inéditos para os homens
que vivenciavam as mudanças ocorridas no ocidente europeu. A Revolução Francesa
provoca uma ampla transformação no pensamento político da época, as transformações
criadas pela revolução são diversas, mais destacamos que pela primeira vez na história,
um modelo social foi completamente transformado por um movimento conduzido por
idealismos nacionalistas – liberdade e igualdade universais. Não bastasse as mudanças
provindas da Revolução Francesa o final século XVIII presenciava uma nova revolução
que se desencadeou por todo século XIX, a Revolução Industrial (ocorrida na
Inglaterra), que traz um conjunto de inovações técnicas: a utilização do vapor para
manufaturar a produção, a introdução de motores e maquinarias acionadas por essa
fonte de energia, etc.Todavia as inovações técnicas, apenas figuram em meio a um
grande processo de mudanças sócio-econômicas. A característica base da Revolução
Industrial é a migração das forças de trabalho provenientes do campo para as cidades,
já que a explosão industrial estava “a todo vapor”. Os cercamentos, a produção
racionalizada de matérias primas, a mecanização do campo e de toda a produção agrária
eclode em um crescimento populacional exorbitante das cidades, em uma intensidade
jamais vista na história. O maior arranjo de pessoas nos meios urbanos fez com que
novos mecanismos e formas institucionais fossem criadas visando melhorias no
convívio entre as pessoas, nas condições de vida, etc. Nesse momento o pensamento,
outrora agrário, transforma-se em um pensamento concomitante com a indústria e a
cidade, agora o meio rural é parte integrante da cidade e provedor de recursos (matéria
prima) para o meio urbano.

Nesse contexto surge a sociologia quando pessoas que se viram envoltas em uma série
de mudanças ocasionadas pela “dupla-revolução”, tiveram a iniciativa de pesquisar para
compreender e explicar as suas novas condições de vida, onde suas explicações sempre
tiveram intenções práticas, com um forte desejo de interferir no rumo desta civilização.

Uma sociedade é um grupo, um sistema, onde há modos institucionalizados de conduta


(leis, regras), e as características distintivas na forma de pensar (cultura) dos indivíduos
cria conflitos, conflitos estudados pela sociologia, que por sua vez tenta solucioná-los.
Pode-se dizer que a formação da sociologia envolveu um clima ideológico, que
incrementou o processo revolucionário que se apresentava. O foco de estudo da
sociologia são as instituições de sociedades avançadas ou industrializadas, e suas
possibilidades de transformações. Sua perspectiva de “fora para dentro”, faz o individuo
ver a sua própria sociedade como uma pessoa de fora a veria, “abandonando” suas
experiências pessoais, perspectivas, expectativas, e preconceitos culturais. Tudo é
observado e inserido dentro de um contexto, observando-se como o “objeto” de estudo
comporta-se e atualiza-se no contexto em que fora inserido. Se os físicos, químicos,
matemáticos visam descobrir fórmulas (leis) que regem nosso universo, o sociólogo
busca as leis universais que regem a humanidade. Assim essa nova área do
conhecimento, a sociologia, surge como ciência após a constituição das diversas
ciências naturais e de diversas ciências sociais procurando explicar as grandes
transformações da sociedade.

2 – Defina “imaginação sociológica” e desenvolva um comentário sobre a relação


entre tal idéia e a sociologia.

Imaginação sociológica pode ser entendida como uma ferramenta que capacita o
homem a entender o cenário histórico em seu contexto mais amplo, as interações do
individuo com o meio externo e seu comportamento social. Permite também entender e
identificar as questões estruturais da sociedade e seus reflexos na vida individual,
sempre na perspectiva de “fora para dentro”, o individuo vê a sua própria sociedade
como uma pessoa de fora a veria, “abandonando” suas experiências pessoais,
perspectivas, expectativas, e preconceitos culturais. “O divórcio, por exemplo, é um fato
pessoal inquestionavelmente difícil para o marido e para a esposa que se separam.
Entretanto, (...) o uso da imaginação sociológica [permite ver] o divórcio não apenas
como problema pessoal do individuo, mas sim como uma preocupação da sociedade.
Usando essa perspectiva, podemos notar que um aumento da taxa de divórcio na
verdade redefine uma instituição fundamental – a família. Os lares hoje com freqüência
incluem padrastos, madrastas e meios-irmãos cujos pais se divorciaram e casaram
novamente.
A imaginação sociológica é uma ferramenta que nos proporciona poder. Ela nos
permite olhar para além de uma compreensão limitada do comportamento humano, ver
o mundo e as pessoas de uma forma nova, através de uma lente mais potente que o
nosso olhar habitual. ”¹
Segundo C. Wright Mills “o indivíduo só pode compreender sua própria experiência e
avaliar seu próprio destino localizando-se dentro de seu período; só pode conhecer suas
possibilidades na vida tornando-se cônscio das possibilidades de todas as pessoas, nas
mesmas circunstâncias em que ele." (1995 p.12) Assim a imaginação sociológica "nos
permite compreender a história e a biografia e as relações entre ambas." (1995 p.12)
Sendo a sociologia (em síntese) o estudo da vida humana, dos grupos e da sociedade, a
imaginação sociológica faz-se ferramenta fundamental para alcançarmos um nível de
abstração satisfatório para o estudo do nosso próprio comportamento como seres
sociais, uma análise do “quadrado” em que vivemos. Somente com o uso da imaginação
sociológica podemos pensar sociologicamente.

Referencias:
T1: A promessa (p. 9-14)
T2: O que é sociologia? (p.25-27)
T3: O que é sociologia? (p.7-71)
Era das Revoluções - Eric Hobsbawm (Capítulo 1)
A base do pensamento social nos séculos XVIII e XIX – Bernardo Goytacazes de
Araújo
¹ http://cadernosociologia.blogspot.com/2008/08/na-tentativa-de-entender-o.html

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