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V.M.

GARGHA KUICHINES II PATRIARCA


CONHECIMENTOS, EPISÓDIOS E HISTÓRIA DA GNOSE NA ERA DE AQUÁRIO

CONHECIMENTOS,
EPISÓDIOS E HISTÓRIA DA
GNOSE NA ERA DE AQUÁRIO

V.M. GARGHA KUICHINES


II PATRIARCA

Fundação Samael Aun Weor - Curitiba - Paraná - Brasil 1


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V.M. GARGHA KUICHINES II PATRIARCA
CONHECIMENTOS, EPISÓDIOS E HISTÓRIA DA GNOSE NA ERA DE AQUÁRIO

À MANEIRA DE PRÓLOGO

Queridos leitores, meu principal interesse nesta obra é narrar, dar ensinamento e orientar
a toda pessoa que se interessa por sua própria liberação; para isso usarei sistemas muito
atacados, como são o poder da verdade (do Pai), o do amor (o Filho), e outro ignorado,
como é o da castidade científica, que implica no poder das forças jehovísticas ou do
Espírito Santo, como é denominado no Ocidente, o Senhor dos Exércitos, o Dador de
Vida, sob cujas influências vivem os iniciados do círculo consciente da Humanidade
solar.

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CONHECIMENTOS, EPISÓDIOS E HISTÓRIA DA GNOSE NA ERA DE AQUÁRIO

PREFÁCIO

Os acontecimentos narrados nesta obra ocorreram no país natal dos personagens


centrais da história, a República da Colômbia, principalmente no Município de Ciénaga,
Departamento de Magdalena, lugar para onde foi o Mestre Samael Aun Weor, então
Hierofante de Mistérios Menores, para encontrar-se com o que haveria de ser seu mais
fiel e exaltado discípulo: Julio Medina Vizcaíno, quem, então, era um próspero
comerciante, ignorante do elevado destino que, por desígnios do céu, lhe correspondia
desempenhar neste nascimento da Era de Aquário.

Os acontecimentos são descritos no estilo próprio do Mestre Gargha Kuichines. Fala-


nos de uma maneira familiar, como se o autor, personagem central da história, estivesse
contando os fatos de uma reunião familiar, ao calor de uma aromática xícara de café,
bebida que tanto agradava a este extraordinário personagem que, sem temor às
conseqüências, se lançou a enfrentar os mais graves perigos sociais e vitais para ele e
sua família, para arrancar da Mãe Natureza os segredos da Alta Iniciação, Iniciação
essa tão escrita por tantos esoteristas de lápis e papel, mas por tão poucos percorrida.

Diferente de muitas suposições, a Gnose não é uma proposta intelectual. Vale a pena
lembrar que intelectual não é o que lê e estuda para praticar, como muitos
ignorantemente supõem; intelectual é o que lê e crê que isso é tudo o que tem que fazer,
e que, com ler esoterismo, religião, filosofia ou ciências e aprender suas teorias,
realmente ele é um esoterista, um religioso, um filósofo ou um científico, não passando
de ser um simples intelectual. Mas isso é o que adoram as pessoas deste mundo: as
poses as que se dá o intelectual.

A Sabedoria Gnóstica, pelo contrário, é essencialmente prática, totalmente científica.


Quando se assevera que o desdobramento astral existe, é porque é comprovável e foi
comprovado pelos que se lançaram valorosa e tenazmente a praticar os ensinamentos
dos Mestres. O que acontece com o desdobramento astral, assim como com os demais
fenômenos ultra-sensíveis, é que haver comprovado não significa ser mestre da técnica,
senhor da arte. Assim, por exemplo, em nosso mundo contemporâneo, qualquer um
pode comprovar que os aviões voam; basta subir em um. Mas isso não significa que
qualquer um pode fazer voar um avião; para isso tem primeiro que fazer um curso
completo em que lhe ensinem os complexos segredos do vôo do avião e depois atrever-
se a pilotar um. Igual ocorre com o desdobramento astral: Comprovar que o
desdobramento existe não é senão havê-lo feito alguma vez, mas isso não significa que
o tal fulano saiba sair em astral; deve aprender primeiro. Nesse sentido podemos dizer
que um Gnóstico é aquele que sabe sair consciente e positivamente em astral; um
discípulo é aquele que o comprovou e, um estudante, aquele que o leu.
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Os ensinamentos dos Mestres da Loja Branca são como placas de indicação no caminho
do discípulo, mas o discípulo não deve esquecer nunca que seu guia é seu Real Ser
Interior. A placa que indica uma rota pode estar apontando para uma direção
equivocada, já que alguém pode havê-lo torcido para enganar o estudante; esse alguém
pode ser um instrutor que interpreta, um demônio que se disfarça, e inclusive os
mesmos eus do Boddhisatwa adormecido de um Mestre. Portanto, um discípulo que não
estuda e que não investiga através da ciência gnóstica com todos os seus sentidos e
elementos de julgamento bem abertos, é um candidato seguro ao fracasso. Este fato se
observou continuamente nos grupos do Movimento Gnóstico. Pessoas que não
estudaram e muito menos trabalharam no desenvolvimento das faculdades
convenientes, ficaram em um grau de inconsciência tão profunda que não foram capazes
de reconhecer os perversos, os blasfemos, os caluniadores e personagens tenebrosos das
mais variadas características, e os seguiram cegamente porque nunca aprenderam a
buscar seu próprio Ser e a assumir a responsabilidade de seus próprios atos; então os
ouvimos dizendo: "É que o Mestre tal disse...", "É que o missionário tal ordenou...", e
pretendem escudar a ignorância da doutrina e sua própria cegueira interior, sua profunda
inconsciência, culpando a quem está realizando o mal porque provavelmente não sabe
fazer outra coisa. Aqueles que justificam suas ações equivocadas escudando-se nos
outros são ao menos dignos de compaixão, quando não de menosprezo.

Nos exemplos vivos descritos pelo Mestre Gargha Kuichines neste seu processo
Iniciático, que múltiplas vezes escutamos atentos dos próprios lábios de seu autor nas
diversas ocasiões em que tivemos a fortuna de estar com ele quando os relatava,
pudemos observar realmente os sinais da Doutrina de Nosso Senhor, o Cristo, a Via
crucis dos grandes Iniciados, as lágrimas de sangue derramadas por amor à humanidade,
e não essas histórias melosas de muitos pseudo-esoteristas contemporâneos que, mais
que ensinamentos esotéricos, parecem novelas cor de rosa para fazer sonhar cheios de
ilusões os crédulos leitores. Ao contrário de todas essas idéias "doces" sobre a vida
Iniciática narradas por teóricos, nosso senhor Jesus nos ensinou através de Mateus 11,12
que "Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus é arrebatado à força, e
os valentes o conquistam", e os Mestres Samael Aun Weor e Gargha Kuichines nos
demonstram com seu próprio exemplo vivo que assim é.

As máximas Bíblicas que nos faz sentir em toda sua magnitude o Mestre Gargha
Kuichines com seu surpreendente relato autobiográfico, são aquelas escritas no capítulo
6, versículos 19-20 e 21 do Evangelho de São Mateus. “Não ajunteis para vós tesouros
na terra, donde a traça e a ferrugem os corroem, e onde ladrões roubam e furtam; mas
junteis tesouros no céu, donde nem traça nem a ferrugem os corroem, e onde ladrões
não roubam nem furtam; porque onde estiver vosso tesouro, ali estará vosso coração".
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Ou aquela outra de Mateus 6, 24-25 que diz: "Ninguém pode servir a dois senhores;
porque ou odiará al um e amará a outro, ou se dedicará a um e menosprezará o outro.
Não podeis servir a Deus e a Mammon. Portanto, vos digo: Não vos preocupeis por
vossa vida, pelo que comereis, ou que bebereis; nem por vosso corpo, ou como vos
vestireis; não é a vida mais que o alimento, e o corpo mais que o vestido?".

Mas, acima de tudo, nos ensina com o exemplo verdadeiro de sua vida vivida, que
muitos tivemos a fortuna de conhecer, que a seguinte sentença Bíblica é uma promessa
de Deus, que se cumpre hoje como sempre: "Mas buscai primeiro o Reino de Deus e sua
justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas". Mateus 6. 33

A realidade do Sendeiro Iniciático é que as pessoas do mundo não gostam do caminho,


nem dos que o percorrem, porque é duro e amargo, já que implica enfrentarmos todas
nossas próprias maldades psicológicas; e o valoroso que se atreve a empreender tal
caminho, os habitantes deste mundo tenebroso do Kali Yuga se põem contra ele,
pedindo com voz em coro sua crucificação. E é que em verdade, como disse o
Evangelista Mateus, as pessoas deste mundo querem honrar a Deus cumprindo
doutrinas e mandamentos que eles mesmos fizeram, mas esquecendo que o altar do
Deus vivo é nosso coração e sua força o amor, e que não são os caprichos mundanos e
as patranhas dos homens os que apontam o caminho, não de Deus, mas nosso próprio
Pai que mora em Segredo, e ao que poderemos chegar só depois de férreas purificações
e santificações, e não hipocrisia e falsos pudores impostos pela própria mesquinharia de
nossos semelhantes.

Finalmente, diremos que esta obra histórica deixa bem claro para a posteridade o que
muitos tenebrosos quiseram falsear, para o que muitos discípulos indecisos
lamentavelmente contribuíram, quando velhacamente silenciaram seus testemunhos: a
verdade é que o trabalho de difusão da Doutrina Gnóstica na América Central e do Sul
foi uma obra exclusiva do Sr. Julio Medina V. (Venerável Mestre Gargha Kuichines),
que entregou seu capital econômico e sua própria vida ao trabalho de expandir a
doutrina do Mestre Samael Aun Weor, trabalho pelo qual mereceu a encarniçada
perseguição dos tenebrosos, perseguição que ainda hoje em dia é notória, mas que
também o fez ser digno aos olhos do Céu de merecer os títulos de Buddha Vivente e
Mestre Qualificado de Mistérios Maiores, assim como de ser o único com suficientes
méritos ganhos para ser o Patriarca de nossa Santa Igreja Gnóstica depois da
desencarnação de nosso amado Mestre Samael Aun Weor, Avatara de Aquário e
Primeiro Patriarca de nossa Igreja, e quem, efetivamente, legou sua sucessão Teocrática
ao Mestre Gargha Kuichines, por meio de um documento que se fez de conhecimento
público no Congresso Gnóstico de Caracas, realizado em Outubro de 1978, e que
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remexeu profundamente as filas dos tenebrosos em um tremor que ainda deixa sentir
seus efeitos.

Não quero concluir este prefácio sem antes agradecer a confiança do V.M. Gargha
Kuichines ao permitir-nos organizar as anotações para seu livro, tarefa nada fácil,
principalmente se consideramos que se tratava de ordenar relatos de lembranças que se
agrupam em sua memória trazendo experiências vividas em uma época em que os
acontecimentos se sucederam a uma velocidade impressionante e em uma proporção tal
que fariam fraquejar o guerreiro mais temperado. Igualmente, queremos agradecer sua
solicitação de prefaciar seu libro, pedido que nos surpreendeu gratamente e proposição
que não tivemos nenhuma dúvida em aceitar, apesar de saber a grande responsabilidade
que isso implica aos olhos da Venerável Loja Branca e o Sagrado Colégio de Iniciados,
mas que, repetimos, aceitamos porque em múltiplas ocasiões reiteramos ao Mestre
Gargha Kuichines estar dispostos a servi-lo no que ele nos solicitasse; e esta era a
ocasião mais indicada para demostrar isso.

Jorge E. Medina Barranco


Santa Cruz de Tenerife
Setembro de 1981

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CAPÍTULO I - SINAIS DO DESTINO

Desde criança senti inclinação pela oração, pela religião, pela superação. Minha mãe me
contou que, estando grávida de mim e antes de eu nascer, ela encontrou um objeto que
acreditou ser uma moeda de 5 centavos (moeda de tamanho muito grande, como a atual
de um peso colombiano, e já em desuso); nessa época, 5 centavos era bastante dinheiro,
já que um centavo servia para comprar meio quilo de café e meio de rapadura e servir 4
pessoas, o que hoje só se pode fazer com 6 pesos. Isto que referimos era lá pelo ano de
1908. Ao examinar a moeda, minha mãe viu que se tratava de uma pedra, se sentiu
enganada e a jogou no chão a um lado do caminho. Dias depois, já esquecido o
incidente, voltou a encontrar a suposta moeda; ao sentir-se outra vez enganada, a jogou
em um solar abandonado e assim pensou evadir definitivamente o engano; mas qual
seria sua surpresa quando, uns meses depois, aconteceu de entrar neste solar e encontrou
novamente a moeda, optando então por recolhê-la. Examinou-a minuciosamente e
descobriu uns olhinhos, mostrou-a a outras pessoas da casa, que nada viam de estranho
na pedra. Como estava já próxima de dar à luz - o parto - optou por colocá-la debaixo de
seu travesseiro.

Nasci no dia 3 de outubro (1908) e minha mãe passou seu resguardo de 40 dias na
cama; naquela época os quartos das parturientes permaneciam às escuras, por isso
minha mãe não podia observar sua pedra para ver os sinais e se desesperava por vê-los,
porque havia tido revelações a respeito. Passada a dieta dos 40 dias, quando voltou a ter
luz em seu quarto, tirou sua pedra-moeda, olhou-a, observou-a e, cheia de surpresa, não
só viu os olhos, mas também uma cara de homem, à qual deu o nome de "Santico".
Cheia de alegria, mostrava seu "Santico", mas as pessoas da casa e vizinhos só viam os
olhos, mas não a cara, ou seja, viam o que ela havia visto antes do parto. Depois de um
tempo, as outras pessoas já viam uma cara com figura de Santo, mas então ela via
também um ramo de açucenas na mão, inclinado para o ombro direito.

Nos anos seguintes me mostrou a pedrinha, que como dissemos tinha o tamanho de uma
moeda de um peso atual, e, como minha mãe, eu via a cara e o ramo. Estas figuras
foram se definindo até ver-se a figura de São José, esposo de Maria, tal como se
conhece nos desenhos das Sagradas Escrituras. Minha mãe pedia favores a seu
"Santico" e os obtinha. Por minha parte, me sentia ligado a esta pedra.

Minha mãe só mostrava a pedra aos familiares, até que no ano de 1920 a mostrou ao
sacerdote de Sabanalarga, Padre Gomes, nobre e abnegado servidor da Igreja Católica,
que mais tarde foi meu professor de Apologética (curso superior de Religião) e por
quem tinha grande estima. O motivo de levar a medalha ou pedrinha ao sacerdote foi
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que a medalha se via rodeada de chispas de ouro, que circulavam ao redor da cara do
Santo. Esta visão também tinham as pessoas a quem ela a mostrava. A medalha já se
havia convertido em algo importante. O conceito do sacerdote foi bastante exato, mas a
partir de então não se soube o que foi feito daquela jóia de ocultismo, provavelmente se
perdeu. Para mim, em particular, isso produziu grande consternação. Mais tarde, no
tempo, no ano de 1956, minha mãe morreu na cidade de Usiacuri (Departamento do
Atlântico). Nesta época eu era já estudante Gnóstico e conhecia a saída em corpo astral.
Uma noite me encontrei com minha mãe, eu sabia que ela havia morrido, mas ela não
sabia; conversei com minha mãe morta e perguntei pela medalha, ao que ela me
respondeu: "ela já cumpriu sua missão, não a busque mais".

Esta lembrança de minha infância criou em mim o interesse pelas coisas sagradas, pelo
oculto, pela religião, pela oração. Quando tinha 5 anos, via e conhecia as pessoas
amigas que haviam morrido; isto me parecia muito natural, mas não a meus pais e
familiares, e outras crianças com os quais convivia, e por isso me chamavam de
nervoso. Em minha vida mística, me ajudou muito o fato de haver nascido com um
defeito congênito, algo de tremor nervoso nas mãos, defeito que foi crescendo com os
anos.

Quando fiz 10 anos, chegou a nossa casa, em Sabanalarga, um hindu que fazia
maravilhas tais como atravessar a parte grossa da língua de uma pessoa com uma
espadinha e depois tirá-la, sem que saísse uma gota de sangue. Lembro-me que meu pai
reuniu alguns médicos amigos para que vissem os experimentos do hindu, e eles davam
conceitos que eu sentia como errôneos, já que asseveravam que a espada não era reta,
mas côncava no centro e aparentava entrar por baixo e sair por cima da língua. O hindu
não refutou, mas atravessou novamente o sujeito, desta vez não a língua, mas a
garganta, de forma que só se via de um lado o cabinho da espada e do outro lado a
ponta, algo assim como dois centímetros. Então os doutos assistentes opinaram que o
hindu utilizava o poder da sugestão.

Como o hindu conhecia a medicina e utilizava o poder magnético para fazer curas
surpreendentes, meu pai, dando-lhe o nome de mago e mostrando-me, lhe disse: "Tenho
este menino que é muito nervoso, desde que nasceu vimos que em suas mãos e em sua
cara havia um tremor, o mesmo que em suas bochechas e sentidos". O Hindu me olhou
com grande carinho e ternura, fazendo-me a seguinte pergunta: "Gostas muito de teus
pais?" E lhe respondi: "Sim, gosto muito deles". Então me recomendou, devido a que os
médicos amigos de meu pai falaram em dar-me uma série de injeções na coluna
espinhal, como a última novidade em tratamento para livrar-me do mal quase incurável:

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"O dia que percebas que vão te dar injeções na coluna espinhal, para evitar isso, fuja de
tua casa, assim evitas que te atrofiem”. Isto era pelo ano de 1918. Eu gravei a
recomendação do hindu, mas meu pai não insistiu nesse negócio. Ele também disse a
meu pai: "Quando for um jovem, ele por si só buscará os meios".

Efetivamente, dos 14 anos em diante eu senti a necessidade de ler livros de Ocultismo e


vivendo em Barranquilla, ano de 1925, passava de livraria em livraria buscando textos
da sabedoria hindu. Comprei livros de Ramacharaca, o "Aos pés do Mestre" de
Krisnamurti e obras de ocultismo de outros autores, até quando meu pai me deu um
livro de grande transcendência para mim nessa época; era de Maximus Neumayer,
ocultista brasileiro. Conheci o livro no ano de 1932, e mais tarde conheci pessoalmente
em Barranquilla este ocultista, que falava sobre as forças magnéticas para fazer curas
maravilhosas, tais como hematomas (ou tumores), inchaços, furúnculos, picadas de
insetos e feridas leves. Não recomendava as forças hipnóticas, por serem elas
inteiramente físicas, e dizia de muitos seres que têm o poder hipnótico, tais como os
gaviões – as chamadas, em nosso meio, de aves de rapina - cobras, sapos e muitos
outros que adormeciam suas vítimas para depois devorá-las. Dizia também que a mulher
tem poder hipnótico na vista e ensinava que o poder magnético ou de atração não era
um poder físico, mas espiritual ou da alma.

Gostei do livro e comprovei centenas de afirmações do Professor Neumayer. Com o


poder magnético eu fazia dormir os animais domésticos, gatos, cães, galinhas, e também
os animais do campo: lagartos, micos, coelhos. Também fazia curas surpreendentes,
tirava dores de cabeça, de dentes, dores em geral, etc. Depois de um tempo de
disciplinas morais e a prática de virtudes, podia segurar insetos venenosos como
escorpiões, centopéias, abelhas, mosquitos, formigas, aranhas, e nada me faziam. Mas
eu cuidava de todos eles e não lhes fazia nenhum mal, o que provocava repúdio em
meus amigos e familiares, palavras duras e ofensivas, porque nem matava os insetos
nem deixava que meus surpreendidos admiradores os matassem, e me qualificavam de
bobo e até com outros qualificativos mais dolorosos. Mas não me importava com isso e
continuava investigando. De minha parte, aplicava todos os ensaios para meu mal
nervoso e tudo continuava igual. Mais tarde, pratiquei a sugestão e me servia para tudo,
menos para mim. Utilizei os poderes mentais e fiquei surpreendido com todos esses
poderes, com os quais fiz maravilhas tais como mover um lâmpada acesa, fazer saltar da
cama um amigo, dobrar talheres fracos, fazer girar papéis postos sobre uma agulha,
fazer-me sentir à distância, etc. Mas quase não me serviam de nada estes poderes.

Era uma espécie de monge solitário, com costumes diametralmente opostos ao que me
rodeava. Sem bebidas alcoólicas, cafés, tertúlias, noitadas, mulheres, discussões, rixas,
opiniões, etc. Estando com estas disciplinas, que só problemas me traziam em minha
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vida diária, busquei trabalho em uma fábrica onde trabalhavam mais de 800 mulheres.
Ali devia trabalhar, receber os valores (dinheiro) para consignar (depoistar) e ser
provedor do material que utilizavam os demais. Com 23 anos de idade, boa cultura,
bons modos e filho de uma família acomodada, ali ouvia suspiros, olhares, flertes e
diretas ou indiretas grátis, mas me mantinha fiel à virtude e aos conselhos de meus
superiores hierárquicos; me choviam convites de toda ordem e sempre permaneci
superior às minhas fraquezas. Muitas moças me diziam: "Quando será esse quando" e
eu lhes sorria com gestos de inocência e algo de alegria; até quando chegou a época do
Carnaval Barranquillero e aí se foi Tróia: aceitei um e mais convites para comparsas e
bailes, aceitei cervejas, vinhos, bebidas doces como o anis do macaco, beijos e cerejas.
E o monge de papelão começou a dobrar-se e desintegrar-se. Perdi minhas práticas,
meus poderes e virtudes, e se perderam os louvores e o interesse por mim.

No ano de 1935, a empresa para a qual trabalhava me enviou a Ciénaga, Departamento


de Magdalena, como diretor de escritório em tal cidade. O mundo dos negócios e social
me absorveu totalmente. Já o professor Neumayer me parecia então um hipócrita; um
mundo mais atraente se abriu a meus pés e esqueci meu progresso interno.

Mas, no ano de 1936, sucederia um acontecimento que mudaria novamente o caminho


de meu destino. Nesta época, estudavam em Bogotá, na escola Rosacruz do Professor
Israel Rojas, dois personagens que estavam destinados a transformar minha vida
radicalmente: Rafael Romero Cortés, advogado jovem e solteiro, e Víctor Manuel
Gómez Rodríguez, jovem de uns 19 anos então. Neste ano de 1936, festejando meu
aniversário entre amigos e aduladores, conheci o doutor Rafael Romero Cortés; me
estranhou o sinal maçônico que fez, enquanto me dizia "somos irmãos no tempo e no
espaço, eu o visitarei para que falemos sobre coisas transcendentais".

Efetivamente, o Dr. Romero voltou a meu escritório, na praça principal da cidade, me


falou sobre a sabedoria Rosacruz, sobre o Professor Israel Rojas em Bogotá, e o tema
me chamou poderosamente a atenção, até o extremo de que me inscrevi pela primeira
vez em minha vida nessa Escola, pois jamais a havia utilizado antes; escrevi ao Mestre
Rojas e em seguida me chegou sua revista "A Rosacruz de Ouro". Ali passei estudando
livros importantes, incluídos todos os do Professor Rojas, até o ano de 1939, ano em
que Rojas trouxe à Colômbia o Professor Ornar Cherenzi Lind. Poucos dias depois de
chegar Cherenzi, sua apresentação se converteu em uma disputa entre Rojas e
Cherenzi. Assuntos de ideologias. Meu amigo Dr. Romero seguiu com a linha de
Cherenzi e eu com a de Rojas, mas logo o Dr. Romero começou a trabalhar-me para que
passasse ao Cherenzismo, o que conseguiu depois de muita luta; no ano de 1940 o
Profesor Cherenzi visitou o Dr. Romero em Ciénaga e eu o recebi em minha casa.

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Entrei em ação imediatamente e fiz com o Profesor Cherenzi o curso de Filosofia


Esotérica; ganhei as 13 lições de estudo e de imediato fui eleito Reitor Ad-Honorem da
Universidade Espiritual da Colômbia. Abrimos os primeiros cursos gratuitos, eu os
atendi e a Escola começou a crescer. Tinha mais de 600 discípulos em toda Colômbia,
quando chegou o Mestre Aun Weor, que não era outro que o jovem Víctor Manuel
Gómez Rodríguez, que havia sido condiscípulo de Romero Cortés nos estudos
Rosacruzes com Rojas, fazia mais de 10 anos. Este acontecimento, para mim definitivo,
ocorreu no mês de agosto de 1948.

A respeito deste surpreendente personagem, o Doutor Romero nos contava que ele
pessoalmente se surpreendia muito com as características psicológicas do jovem
Gómez em sua época de Rosacruz, ao ponto em que um dia qualquer lhe disse: "Vou te
levar a um companheiro e amigo de Riohacha, astrólogo profissional, para fazer seu
estudo astrológico". Efetivamente o levou e seu amigo fez o estudo astrológico, e me
contou o doutor Romero sobre a surpresa do astrólogo com o jovem Gómez; fez duas
vezes o mesmo estudo com idênticos resultados, manifestando ao então estudante de
direito Rafael Romero Cortés o seguinte: "Este é o caso mais raro que tive em minha
vida: ou se trata de um Arcanjo ou de um Deus inefável" já que as cifras cabalísticas
mostravam um resultado assim. O Dr. Romero, ao ouvir isso, disse a seu amigo Gómez:
"Ouça, amigo, no dia em que você desperte internamente, te rogo que me procure de
imediato para que eu o siga." Depois da visita ao astrólogo, cada qual tomou seu
caminho e voltou cada um à sua vida normal.

O Mestre Aun Weor havia aparecido pelos arredores de Ciénaga em busca de Romero
Cortés para recordar-lhe sua velha oferta de segui-lo quando despertasse; mas também o
movia a imperiosa necessidade de encontrar-se com um velho discípulo de vidas
anteriores: o Sr. Julio Cesar Medina Vizcaíno, o mesmo que isto lhes relata.

CAPÍTULO II - RELATOS E ENSINAMENTOS DE UM INICIADO

A primeira entrevista que tive com o Mestre Aun Weor, então, para mim, um
desconhecido, não foi de todo agradável, mas, no entanto, me havia deixado cheio de
inquietudes. Foi assim que nossas entrevistas voltaram a se repetir.

Os relatos do Mestre Aun Weor, chamado assim, naquela época, porque era um
Iniciado que ainda não havia encarnado Samael, seu Real Ser, eram relatos
intermináveis, interessantíssimos e instrutivos; buscava sobretudo a Alta Iniciação. As
histórias e relatos que a seguir transcrevemos não me foram contados por ele em forma
cronológica, mas os dizia quando os recordava ou para ilustrar um ensinamento do

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momento. Não obstante, trataremos de mostrá-los em sucessão cronológica, até onde


isso seja possível, para melhor compreensão de nossos leitores.

O Mestre Aun Weor havia fugido de seu lar em Bogotá, Colômbia, cidade onde
nasceu em 17 de Março de 1917; ele foi pisciano. Me contava que sua mãe quis casá-lo
com uma mulher muito chegada a sua casa, e que, por causa desses desejos maternos,
teve um filho com essa mulher, motivo pelo qual fugiu de casa para seguir uma vida de
andarilho. Depois de algum tempo voltou ao lar paterno e viu que sua mãe havia
recolhido àquela boa mulher com quem haviam pretendido casá-lo; ficou uns dias na
casa de seus pais e ao dar-se conta de que a esposa que lhe tinha disposta sua mãe como
companheira havia engravidado novamente, saiu de sua casa sem despedir-se de
ninguém, sem roupa, sem nenhum dinheiro e para não voltar mais.

O Mestre Aun Weor me contava que percorreu toda classe de caminhos: a Teosofia, o
Espiritismo, escolas de todo tipo e licores e que, cansado de tanto andar, buscando o
Caminho Secreto, ia ao Cemitério Central de Bogotá e era tal seu desespero por
encontrar o verdadeiro caminho iniciático que batia nas tumbas dos mortos e dizia:
"Mortos do além-túmulo, mostrai-me a senda, já que os vivos não a conhecem"; se
deitava para dormir sobre as tumbas do campo santo e inclusive se metia dentro das
tumbas vazias, onde invocava os mortos, mas nada sucedia.

Ele me contou que nessa época de andanças em Bogotá, tratando de levantar os fogos
espinhais, se uniu sexualmente com diversas mulheres sem perder seu Esperma Sagrado
e que sua atitude surpreendia a umas e outras; que entre elas cresceu sua fama de ser
inesgotável e se falou de sua fortaleza e virilidade até o extremo de que recebeu ofertas
tentadoras, mas que ele rechaçou porque só pensava na senda.

O Mestre Huiracocha lhe havia mostrado a senda e ele devia buscá-la por meio do sexo;
me dizia: "Pratiquei até a extenuação o Grande Arcano, tal como ensinou o Dr. Krumm
Heller em sua obra “A Igreja Gnóstica”, porque eu havia lido as famosas palavras desse
Mestre: “introduzir o membro viril na vagina da mulher e retirá-lo sem ejacular o
sêmen"; palavras que, como já sabemos, o Mestre Huiracocha diz em sua Igreja
Gnóstica mas em latim, e que o inquieto jovem Gómez, ansioso da Sabedoria Secreta,
as havia traduzido ao espanhol para compreendê-las. Contudo, apesar de praticar
intensamente castidade, não despertava internamente; e, ao não dar-lhe resultado esta
prática, e convencido de que estava perdendo seu precioso tempo, havia manifestado:
"Huiracocha, tu também és mais um farsante" e decidiu então abandonar o caminho da
castidade.

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CONHECIMENTOS, EPISÓDIOS E HISTÓRIA DA GNOSE NA ERA DE AQUÁRIO

Desesperado, andou por todos os caminhos da Colômbia e me contava que quando


amanhecia em povoados desconhecidos, sem cinco centavos no bolso, sem com quê
tomar um café preto, se perguntava: "Até quando, meu Pai, me terás nesta angústia...?"

Contou que seguiu caminhando terras, que buscou companheira e a encontrou no


departamento de Antióquia. Este relato de como conheceu a que havia de ser sua
sacerdotisa é sumamente simpático e interessante, pela forma estranha em que
ocorreram os fatos. A seguir, relato o que o Mestre me contou: "Andando pelas terras de
Antióquia, sem cinco centavos e sem direção, ao passar por um pequeno povoado, vi
uma mulher lavando roupa em uma quebrada (riacho), desci o morro, falei com ela e lhe
disse: “vim te procurar”, ela me respondeu; “e eu estava te esperando”. Eu lhe disse:
“vamos”, e ela me respondeu: “espera que termine de lavar esta roupa”; logo o fez, a
recolheu sobre umas pedras e saiu. E me perguntou: “para onde vamos”? Eu lhe
respondi: “aonde queiras......" Depois continuou o Mestre dizendo-me: "Eu ganhava a
vida lendo mãos e também preparava algumas pomadas para afecções, dores de cabeça
e contusões, geralmente caminhando a pé. Assim percorri meia Colômbia".

A negra (nome familiar que o Mestre dava à sua esposa) lhe contou que ela sabia sair
em corpo astral, que sabia que ele chegaria, que por isso havia ido à quebrada com algo
de roupa para não infundir suspeitas entre seus familiares. A negra lhe ensinou a sair em
astral, mas pelo lado negativo, com orações negativas e invocando a Santa Maria da
Altina, e iam à Espanha, à casa da bruxaria; ali se relacionou com pessoas de muita
influência. Contudo isto não lhe interessava, porque o conduziria pelo caminho
tenebroso e estava lutando era para conhecer o sendeiro da Luz, não o de trevas. Mas o
certo era que havia aprendido a sair em astral e aproveitou este conhecimento para fazer
grandes reflexões sobre as saídas em astral que o conduziram a pensar: "Se consegui
sair pelo caminho negro, por que não buscar o caminho branco?

Voltou a buscar o caminho da castidade, a não perder seu Sagrado Esperma e a


transmutá-lo até que um dia qualquer despertou no interno diante do Altar da Iniciação.
Ali se viu como um Hierofante de Nona Iniciação de Mistérios Menores. Um Mestre da
Loja Branca o acompanhava, e a ele perguntou: "Por que despertei?" E o Mestre lhe
respondeu: "Porque utilizastes a Castidade Científica". E o Mestre Aun Weor lhe disse:
"E por que não despertei em Bogotá onde a pratiquei até a saciedade?" E o Mestre da
Loja Branca respondeu: "Porque eras adúltero". E efetivamente o Mestre havia utilizado
muitas mulheres desejando despertar, mas não conseguiu porque violava o 9°
Mandamento, não adulterar, não desejar a mulher do próximo. Ele se deu conta do erro
cometido, compreendeu e guardou silêncio, mas jurou naquele altar não voltar a
cometer mais esse delito e seguir o ensinamento dos dez mandamentos da Lei de Deus.

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Que tenham em conta esta experiência, homens e mulheres que, utilizando o adultério,
se juntam tratando de transmutar suas energias para despertar internamente; fracassam
triste e inevitavelmente.

Ao voltar ao corpo físico depois dessa experiência, o Mestre comunicou o acontecido à


sua esposa, a negra. Não voltaram a ter mais filhos e se guiaram pelos amados Mestres
da Venerável Loja Branca.

Como falamos no capítulo anterior, se recordou da oferta feita ao Dr. Romero Cortés, de
procurá-lo quando despertasse internamente, e por isso veio a Santa Marta. Mas
recordemos que também veio em busca de um velho discípulo de vidas anteriores, de
quem soube que andava por estas terras costeiras, o Sr. Julio Medina Vizcaíno; por isso,
quando me reconheceu, me disse: "Vais mal, és um Anagarika, teu caminho é negro".

Recordava que o professor Cherenzi Lind me havia pedido que fizesse o curso de
Anagarika, mas eu recusei porque não me chamou a atenção; de maneira que ao tratar-
me o Mestre de Anagarika, o título me surpreendeu. Ele me convidou para ir a Santa
Marta, saímos esse dia e chegamos a uma pequena casinha, era a casa do Mestre, que
estava ali há poucos dias; entramos e chamou com voz de mando: "Negra, conheces
este amigo que trago?”, e ela respondeu: "Não o conheço", mas ele disse: "Repare bem".
Então ela sorriu e disse: "O Anagarika de Ciénaga". Essa primeira entrevista me saiu
mal, mas tornamos a ver-nos.

Em uma ocasião, estando em Ciénaga, lhe perguntei: "Mestre, por que sendo um bom
filho, bom pai de família, bom irmão, bom esposo, bom cidadão, bom chefe em meus
escritórios, o senhor me chama de “mago negro”? E ele me respondeu: "Porque és uma
sombra obscura". E perguntei: "E por que sou uma sombra obscura?" E me respondeu:
"Porque és fornicário". E eu respondi: "Que tem isso de mau? Todos os humanos são
fornicários". E ele me disse: "São fornicários porque este mundo está perdido, se foram
contra as ordenanças do Senhor Jehová. São fornicários, pestilentos e imundos". Estas
palavras foram muito duras para mim e tratei de imediato de conhecer e analisar estes
qualificativos, porque para mim todas as pessoas eram boas, amáveis, distintas,
generosas, enfim, um mundo maravilhoso, e ele me respondeu: "Porque agora és um
deles, por isso não vês a diferença; mas quando escapes, então sim, notarás a diferença,
e que grande diferença!!!".

Na época eu era amigo de comprar loterias e desejando ajudar o Mestre lhe oferecia
participação, e ele me dizia: "Abandona esse mau hábito, o dinheiro que obtemos por
esses meios corresponde a milhares de lágrimas de pessoas que querem por esse meio
aliviar suas angústias". Prometi não voltar a gastar meu dinheiro nessa forma, mas a
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necessidade de ajudar me impulsava novamente. Ele percebia de imediato e repudiava


minha fraqueza. Em uma ocasião, fiquei um tempo sem comprar loterias, mas
novamente voltei a reincidir; comprei e guardei cuidadosamente o bilhete sem contar
nada ao Mestre; ao visitá-lo no outro dia ele me disse: "Tens quatro frações de loteria
terminadas em 65". Sua afirmação me surpreendeu e não tive como negar, mas lhe
perguntei: "E como o senhor sabe?" E ele me disse: “À noite estivemos falando no
interno e, sem que eu perguntasse, me informaste de que tinhas 4 frações em 65, que
pensavas em ajudar-me economicamente e rechacei a oferta". Mais tarde, quando se
fizeram grandes limpezas para melhorar a atmosfera terrestre, entre os muitos
tenebrosos iam os que inventaram as loterias e toda classe de jogos daninhos para a
humanidade.

Nessa época de inícios não houve consagrações nem havia nenhum livro escrito do
Mestre. Então visitava diariamente o Mestre para obter o conhecimento vivo, já que a
instrução era pessoal, os relatos interessantes e as práticas aos montes.

Eu convidava meus amigos, que sempre foram muitos, a que fossem comigo escutar o
Mestre, mas geralmente se horrorizavam com o ensinamento. Eu perguntava ao Mestre
por que as pessoas se horrorizavam com seus ensinamentos e ele me respondia: "É que
as trevas se horrorizam quando a Luz as precipita no abismo". Meus amigos do
comércio, clubes sociais, conhecidos, minha família e toda essa gente andava alarmada
comigo pelo abandono dos costumes sociais, reuniões, bailes, enterros, cinema,
aniversários, comemorações, mulheres, etc.; um rumor surdo, permanente, caía sobre
minha pessoa. Minha esposa e companheira sofria terrivelmente por eu haver-me
convertido no alvo de todos os olhares; me apontavam e chamavam de louco.....

Eu continuava visitando o mago, como chamavam o Mestre os incipientes detratores,


mas não o podia levar à minha casa, porque isso provocaria terríveis murmurações. A
vida se tornava um inferno. Anotem todos estes acontecimentos os seguidores da senda,
pois com justa razão o texto bíblico diz que "o mundo só quer aos do mundo"; e em
verdade o mundo não quer tratos com os que se apartam dele, o mundo só quer ao
mundano: vícios, perversões, luxúria, fornicação, adultério, etc.

No ano de 1949 já haviam surgido vários estudantes de Gnose, entre os quais me lembro
dos senhores Arango e Juan José Rodríguez, que mais tarde levou o Mestre para viver
em sua casa por um ou dois meses, enquanto encontrava uma casa para ele e seus filhos
pequenos.

Eram tantos os ensinamentos que diariamente recebia do Mestre, que em mim surgia o
desejo de que outras pessoas conhecessem aquela sabedoria, e lancei a idéia: "Mestre,
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por que não escreve um livro dando tantas chaves que você tem"? E de imediato me
respondeu: "Maravilhoso, eu tenho a sabedoria e tu o dinheiro. Ganhe a grande parada,
unamo-nos a favor do mundo. Eu os escrevo e tu os editas".

Me pareceu formidável aquela proposta... Mas ao chegar em casa, vieram as reflexões.


Meus eus satânicos me diziam: "Tu arriscas o dinheiro, e ele que arrisca? Sem haver
saído livro algum já estão com raiva de ti, como será no dia em que saiam? E se os
comprarem fiado e não pagarem?". Enfim, centenas de interrogações, todas adversas, e
o Mestre me descobria e dizia: " Como é tremenda tua Mente Terrena; tens que dominá-
la porque ela é a morada de todos os teus males". Terminava convencido de que era uma
necessidade servir ao mundo e que eu devia servir, mas chegava em casa e novas
reflexões me obrigavam a não meter-me em nada, porque via que era um mau negócio;
o Mestre me dizia que não fizesse isso como negócio, mas como um serviço à pobre
humanidade doente.

Depois de muitas oposições de minha Mente Terrena, por fim determinei arriscar-me.
Isto era pelo mês de maio de 1949, quando ainda não havia tomado o caminho
Iniciático. Então o Mestre me disse: "Assim como duvidaste tanto de mim, permita que
eu também duvide de ti". Perguntei por que e me respondeu: "Eu não me arrisco nas
mãos de teu Satã; tenho que preparar-te para a Iniciação e que tomes o caminho da
castidade total, porque agora contas com teus próprios impulsos, mas te falta a
Cristificação. Por enquanto eu faria um trato com teus quatro corpos de pecado".

Me preparei para o dia 27 de Julho de 1949. Me lancei a vencer o chefe de minhas


legiões e meu Senhor, o Cristo, me salvou dessa sinistra criatura. Mas, antes de relatar
os detalhes de minha Iniciação, vale a pena rememorar alguns acontecimentos que
representavam minhas primeiras provas como aspirante do Sendeiro.

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CAPÍTULO III - MEUS PRIMEIROS PASSOS NO SENDEIRO

O Grande Arcano, indizível até então, havia sido dado antes pelo Mestre Krum Heller,
Huiracocha, em seu livro “A Igreja Gnóstica”, mas em latim; por conseguinte,
inacessível à maioria dos leitores. No ano de 1949 me encontrava neste dilema: com 10
anos de casado e 4 filhos, por um lado, e com todos os compromissos familiares e
econômicos que isso representava; e, por outro lado, o conhecimento de uma chave
transcendental que me implicava terríveis renúncias pessoais, familiares e sociais, como
já podia notar pelas críticas. Transmutar a semente humana em energia e Luz não é
coisa fácil, e por cima de tudo sabia que sobre mim pesavam pelo menos 20 anos de
fornicação, que portanto fornicar já era costume em mim, e sabemos que o costume se
faz lei. Havia começado desde agosto de 1948 a virtude da Castidade, época em que
nosso último filho, Jorge, tinha um ano e havia nascido 12 meses depois do anterior; eu
seguia o método do ritmo de Ogino Knaus e os dois últimos nasceram apesar de seguir
as regras do ritmo. Quando o Mestre me falou da Transmutação Alquímica, o novo
sistema me fascinou, mas meus esfíncteres que guardam o Esperma Sagrado já estavam
demasiado usados, estavam relaxados, sem força alguma, e por isso tive que utilizar os
três últimos meses do ano de 1948 para dedicar minha energia seminal a restaurar meu
corpo físico, que já estava muito gasto. Me via como um pedreiro dentro de um casarão
velho, com areia, cimento, água e um andaime, fazendo reparos, tapando buracos,
renovando aquele velho casarão; este trabalho me mostrava com fatos vividos as
melhoras que diariamente se produziam na vida prática, tal como faria qualquer um de
vocês, que se notassem que estão reparando seu corpo como se restaura um quarto
destruído, se alguém lhes dissesse que pareciam loucos e bobos, todas as mudanças que
estão vendo lhes permitiriam saber que não estão perdendo o tempo e que os bobos são
os outros, os críticos ignorantes da técnica da castidade.

Ao fim, desde o mês de janeiro de 1949 comecei a trabalhar no Grande Arcano, mas
cometi o erro de muitos novatos: não consultar, não explicar à esposa a nova forma de
vida sexual; ela logo se deu conta, mas graças a Deus, não protestou, como em geral
ocorre com a mulher quando o marido não lhe esclarece sobre a castidade. Minha
esposa, desde o começo do matrimônio achava a fornicação algo sujo e asqueroso, eu
aproveitei essa virtude de minha sacerdotisa e logo comecei a sentir-me diferente, mais
lúcido, cheio de novos ânimos, mais impulso, mais vontade, mais alegria e uma
interminável quantidade de fatos e coisas superiores. Meu rosto se tornou brilhante,
jovial, rosado, alegre, festivo. Mas também surgiram problemas de toda ordem: no
familiar, comercial, social, amizades, que, como notávamos no capítulo anterior,
originou um rumor surdo contra minha pessoa; aos amigos e familiares incomodava
minha amizade com esse homem, o Mestre; me criticavam de que saía com ele, que não
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atendia meus negócios, que já não bebia, que não aceitava um simples cigarro, de que
não ia à paróquia, enfim, por tudo aquilo que por sanidade interna nos toca abandonar
para desligar-nos do mundo externo.

Recordo que meus companheiros rotarianos (os quais jamais abandonei, pois nessa
época tinha 14 anos de Rotary; hoje já tenho 46 anos, sou veterano ativo, há 26 anos
possuo esta qualidade, a qual me permite entrar em qualquer Rotary do mundo sem
estudo nem reserva), ao notarem que já não bebia nas festas, me perguntavam motivos e
tinha que dizer a verdade, para não ir contra a Vontade do Pai Bem-amado: Não Mentir;
e meu entendimento, presto a salvar-me, me dava de imediato a resposta lógica. Meus
companheiros vinham com um whisky ou outra bebida e diziam: "Companheiro,
acompanhe-nos neste traguinho". E, ao rejeitá-lo, vinha a reclamação amistosa:
"Companheiro, antes bebias e alegravas as festas e hoje não queres fazê-lo, por que?" E
sem perder minha alegria, respondia de imediato "e vocês, para que bebem?" E me
diziam o que era natural para eles: "Companheiro, para estar alegres e contentes, passar
um momento agradável, ameno", ao que eu lhes respondia: "Eu vivo alegre e contente,
então para que beber? Se eu estivesse triste também beberia".

É que os Gnósticos tomamos o Vinho de Luz do Alquimista, as benditas Águas de


Amrita, as Águas Seminais da vida; por isso o Cristo nos disse: "Eu sou o caminho, a
verdade e a vida", em sua qualidade de Cristo Cósmico, que os humanos confundem
com a pessoa humana de Jesus da Galiléia.

Efetivamente, tudo em nossa vida ressuscita quando aprendemos e sabemos converter


as águas seminais no Vinho de Luz, no Vinho do alquimista, o qual requer a direção e
maestria de nossos Divinos Predecessores. Samael Aun Weor nos ensinou a matar
nossos defeitos como o Primeiro Fator da Revolução da Consciência, porque nossa
Consciência, ou Alma, como a conhecemos no Ocidente, está engarrafada, encerrada
entre nossos defeitos e eus satânicos. Imaginemo-la encerrada em um círculo, como se
ela fosse o centro ou núcleo central, rodeada de milhões de círculos que a circundam e
não a permitem sair fora do círculo ou circunferência em que se encontra engarrafada.
Nos toca primeiro matar, arrasar, destruir esses milhões de obstáculos, valendo-nos, de
três coisas:

1. da intervenção de nossa Bendita Mãe Ram Io (Maria ao revés),

2. da ação simultânea da Transmutação ou conversão do Esperma Sagrado em


energia, para converter a energia em Fogo Sagrado e este Fogo em Luz, e

3. da devoção e pureza do Ato Sagrado.


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Nos toca pedir tanto o auxílio dos Amados Mestres da Venerável Loja Branca como dos
Mestres do Sagrado Colégio de Iniciados, a nosso Mestre Interno, além de uma reta
conduta, para poder conquistar a subida dessa Energia Sagrada pela espinha dorsal, a
Árvore da Vida, como diz a Bíblia Sagrada.

Há pessoas que conhecem esta sabedoria através dos livros de ensinamento, ou a


direção de um estudante ou aprendiz de nossa sabedoria, e com tão boas armas se
lançam por sua conta a trilhar um caminho que é escabroso e difícil, o que significa
fracasso seguro, porque tomam o caminho contrário: o satânico ou tantrismo negro. O
mesmo sucede com os amigos que se informaram das nossas fórmulas para sair em
Astral ou com seu Corpo Astral fazem as práticas e conseguem sair conscientes nas
Dimensões Superiores da Natureza e se enchem de imensa alegria, que logo se
transforma em terrível temor, porque lhes falta o poder crístico que os possa defender
dos ataques nestes mundos para eles desconhecidos, poder que permite ao Gnóstico
ganhar qualquer batalha nos mundos internos. O que também fazem esses tontos, e
ainda os nossos estudantes, é contar o que viram; tontos, mexeriqueiros, para os que
contam o que viram se fecha imediatamente a passagem a estas dimensões, porque os
mexeriqueiros não são aceitos nem no céu nem na terra. Depois afirmam que é falso
isso da saída consciente em Corpo Astral.

Para dirigir um veículo qualquer devemos conhecê-lo. Nosso corpo é um veículo que
devemos conhecer amplamente. Quando asseveramos que temos sete corpos, os
materialistas zombam e riem de nossas afirmações, porque em seus conhecimentos
jamais se falou disso. Mas nós conhecemos estes 7 corpos e são denominados assim:
Físico, Vital, Astral, Mental - 4 corpos que se conhecem como corpos de pecado - e três
superiores que são o da Vontade, o da Alma e o do Espírito. Estes 7 corpos, depois de
um adestramento conveniente, os utilizamos para obter Consciência ou Conhecimento
Superior ou Alma, como se denomina normalmente. Mais adiante, por instrução,
daremos a conhecer as muitíssimas vantagens de nossos corpos existenciais. Nós
nascemos com esses corpos, mas são protoplasmáticos, lunares, e depois os
transformamos em Corpos Solares com o Esperma Sagrado, através da Arte Régia ou
Transmutação Alquímica.

Os externos zombam velhacamente destes conhecimentos e confundem o novato ou


buscador da Senda. No fundo, nos ajudam a selecionar e buscar os mais capazes,
deixando de lado os tontos e incapazes.

Falei deste conhecimento a meus amigos e companheiros de há 33 anos para que


aproveitassem o Esperma Sagrado, mas zombaram de mim e de minhas teorias. Hoje os
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vejo, com tristeza, velhos, arrasados, extenuados, liquidados; muitos deles já não saem à
rua com medo de que um menino correndo os derrube no chão. Enquanto a
Transmutação ou aproveitamento do Esperma Sagrado nos enche de força e coragem, a
perda dela nos converte em covardes e fracos. Os humanos estão apegados a seus
costumes e tradições e com elas sucumbem, mas não se modificam.

Mas voltando a nosso relato, lhes contarei que ao decidir-me definitivamente a percorrer
o Caminho Iniciático, fui submetido às Provas do Guardião do Umbral, do Guardião do
Umbral Mundial, às quatro provas de Terra, Ar, Água e Fogo e logo após à do Salão
Ígneo, e cada uma destas provas vencidas dão direito a festejos ou festas inefáveis,
felicitações dos Irmãos da Luz, música inefável, regozijo e felicidade. No próximo
capítulo narraremos acerca de cada uma delas.

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CAPÍTULO IV - AS PROVAS INICIÁTICAS

Por que, havendo começado em janeiro de 1949 tanto a morte de meus defeitos (morrer)
como a castidade, só no mês de julho, dia 27, fui submetido à Primeira Prova, a do
Guardião do Umbral? Porque o Mestre me preparava para tirar-me de minha debilidade
e fazer-me forte internamente. Já com 6 meses de castidade poderia suportar enfrentar
semelhante monstro e vencê-lo.

Quando comecei, a Iniciação se efetuava seguindo o processo antigo: o neófito devia


enfrentar-se com o Guardião do Umbral sem praticamente mais preparação que seu
próprio anelo de superação; depois, se facilitou aos irmãos o caminho da Iniciação, por
meio dos Três Fatores da Revolução da Consciência, conhecidos hoje em todas as obras
do Mestre:

1° Morrer (matar defeitos).


2° Nascer (formar nossos corpos internos).
3° Serviço à pobre humanidade doente.

Dos Três Fatores, o do Serviço à Humanidade parece ser o caminho mais escabroso e
difícil; servir a nossos semelhantes, amigos e inimigos, a bons e maus, a bondosos e
perversos, a santos e diabólicos, enfim, a todos, para que todos os seres sejam felizes,
sejam ditosos e tenham paz. Agora os irmãos Gnósticos saberão por que o Mestre
Gargha Kuichines teve que suportar até a extenuação, com paciência e resignação, as
adversidades de nosso próximo. Quem aprende a suportar lacerações e injúrias,
contumélias, degradações, etc., se levanta cada vez mais. Por suas obras os conhecereis,
disse o Cristo. Porque só nosso Pai que vê em segredo nos conhece e cuida de seus
Filhos Bem-amados. "Para conquistar a Sabedoria Divina há que ser muito humilde, e
depois de conquistada, então há que ser muito mais humildes ainda". Este é o caminho,
assim são as disciplinas esotéricas a cumprir. Nosso Senhor, o Cristo, cujo corpo de
doutrina devemos viver, mas na prática, nos ensina: "Há mais alegria na Catedral da
Alma por um pecador arrependido que por mil justos que não necessitam de
arrependimento".

Assim, como anteriormente informei, a Primeira Prova que me tocou passar foi a do
Guardião do Umbral, para a qual tive que fortalecer-me por meio da transmutação, a
oração, a vocalização e a morte de meus defeitos.

Como disse, no 27 de julho de 1949 me foi lançada a Primeira Prova. O Mestre Aun
Weor havia saído de Ciénaga para Barranquilla no dia anterior e regressaria no 29. O 27
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foi um dia de jejum para mim; fui cedo para a cama, orei e pedi ajuda aos Mestres
Internos, sobretudo a meu Pai Bem-amado. Não recordo como nem quando adormeci;
logo me ocorreu de sair em um caminhão de 4 toneladas que tinha para mobilizar a
própria carga de meus negócios. Eram mais ou menos 4 da tarde e me dirigi ao litoral ao
sul da cidade de Ciénaga. Internamente sabia que ali tinha um compromisso a cumprir.
Ao chegar às praias, desci do caminhão e segui a pé, caminhei e depois de um trecho
virei o olhar para ver o quanto tinha andado, e vi que o caminhão estava longe do
terreno que havia andado. De imediato senti um frio que me incomodava e mais
aumentou meu incômodo quando notei que o ar era nauseabundo e pestilento. Senti
medo e quis regressar, mas não pude, algo me impedia. Andava de surpresa em
surpresa. O céu se obscureceu rapidamente e temia que chegasse a obscuridade naquelas
praias solitárias, quando na penumbra divisei algo como um chimpanzé gigantesco,
muito peludo, boca como de mula, olhos esbugalhados, nariz de símio, orelhas grandes
e cara desagradável; ao ver este animalesco infernal que vinha em minha direção, senti
temor, medo, terror. Fiquei imóvel, tal era o susto que tinha. Este monstro de longe me
falou e disse: "De modo que me abandonas por esse homem que não conheces?
Ingrato!!! Tudo o que tens deves a mim, eu te posso tirar tudo". Quando me dizia isto,
me dei conta de que estava em Astral e de imediato o conjurei com o Mantram "Em
nome de Júpiter, Pai dos Deuses, eu te conjuro, Te Vigos Cosilim". Este Mantram me
havia sido ensinado por Aun Weor para conjurar entidades tenebrosas e demônios
perversos, mas aquela entidade terrível seguiu avançando para mim. Duas vezes mais
repeti aquele Mantram sagrado, sem causar-lhe dano algum, mas logo me recordei que
eu era um chela do Cristo, um homem casto, e o conjurei novamente, mas no nome do
Cristo, assim: "No nome do Cristo, pelo amor do Cristo, eu te conjuro"! E esta segunda
conjuração o fez se deter e retroceder. Eu senti grande alívio e despertei na cama,
banhado em suor. Eram mais ou menos duas da manhã e já não pude dormir mais.
Havia enfrentado o Guardião do Umbral, meu próprio Satã.

O Mestre, que havia viajado com sua família, ainda não havia regressado. Esse 27 era
um sábado, ao dia seguinte, domingo, não viajavam os barcos que faziam a rota entre
Barranquilla e Ciénaga, que então eram 8 horas de viagem, o que se faz hoje por uma
boa estrada em 45 minutos de automóvel e uma hora em ônibus de passageiros. No dia
30 o Mestre regressou, corri para contar-lhe o ocorrido e ele se havia dado conta de
tudo. Para a Loja Branca, aquela batalha é decisiva. Quando perguntei "Mestre, e essa
besta infernal que me atacou, onde vive?" Ele me respondeu: "Esse é teu próprio Satã, o
chamado Guardião do Umbral pelas seitas do caminho negro. Esse personagem vive
dentro de ti". Esta notícia me fez reviver o terrível drama que acabava de passar. E
depois disse: "Hoje o venceste e já não manda nem governa sobre ti. De hoje em diante
deves embelezá-lo até convertê-lo em criança inocente; conseguirás isto com a
castidade e incessantes purificações. Matando defeitos". Fiz-lhe a seguinte pergunta:
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"Mestre, que tenho que fazer agora? E me respondeu "Agora tens que enfrentar o
Guardião do Umbral Mundial... Este ser é muito mais terrível que o que acabas de
vencer".

Novamente voltei à Transmutação Científica. Tive que fazer uma lista de meus defeitos
e apresentá-la ao Mestre. Ao fazer lista de meus defeitos, depois de muitos esforços
encontrei uns 4 ou 5; como era comerciante dizia mentiras de todo tipo; amava meus
amigos, mas punha os inimigos em espera para desquite. Mas o Mestre quebrava esses
meus velhos moldes, geralmente hereditários, assinalando-me sentenças bíblicas dos
Evangelhos Cristãos: se amas teus amigos, isso também fazem os fariseus". Encontrei
ressentimentos, que não é mais que ódio diluído; também encontrei fornicação e
adultério, pecados contra a Divina Trindade e os Mandamentos da Lei de Deus. Quando
o Mestre viu a lista de meus defeitos, me perguntou: "Já anotaste os defeitos que te
assinala tua esposa?". Respondi de imediato: "Não, Mestre, ela me joga na cara muitas
coisas, o que é e o que não é". Ao que ele me respondeu: "Te felicito porque tens uma
companheira que te conhece bem". Enfim, me obrigou a anotar os defeitos que me
apontavam esposa e filhos, familiares, amigos e inimigos. Recordo que resolvi pedir à
minha esposa que, quando notasse em mim um defeito, que me mostrasse para que eu
pudesse tirá-lo. Ela riu e em parte se alegrou, já que antes tinha medo de me dizer essas
coisas. Mostrei-lhe a folha de papel que tinha para anotar os defeitos e ela me disse:
"Compre um caderno de 100 folhas para ver se cabem", e eu aceitei a sugestão. No dia
seguinte, ao procurar as pantufas ou sandálias, não as encontrei; perguntei à minha
esposa se as havia visto e ela respondeu: "Desordenado, as deixaste no banheiro".
Imediatamente peguei meu caderno e anotei o defeito: “desordenado”. Como ela notou
que eu nada disse pelo qualificativo, continuou assinalando-me defeitos, um após outro,
manias aos montes, muitos dos quais me eram desconhecidos. Me dediquei a ouvi-los e
anotá-los sem rebater e fiquei surpreendido ao saber que carregava tanto lixo. Quando
voltava ao Mestre tinha listas e mais listas e as mostrava e um dia ele me disse: "Toda
esposa desejaria ter o melhor esposo, o melhor marido". E já com estas aclarações sentia
como menos duras as intervenções de minha esposa e seu desejo de melhorar-nos. Mas
o certo é que, escutando tanta podridão como a que me assinalava, sentia tristeza por
mim e prometi à minha Mãe Bendita purificar-me; também prometi voltar à castidade, a
não fornicar. Todos estes novos costumes me martirizavam, mas no entanto, necessitava
triunfar; já havia rompido com meu Satã e por conseguinte o tinha contra mim.

Recomendo a vocês, meus caros leitores, que recebam com agrado os defeitos que os
amigos e não amigos lhes denunciem. Na Alta Iniciação, devemos "receber com agrado
as coisas desagradáveis". Mas quando isto acontece, nossos amigos e seguidores se
sentem machucados e nos qualificam não em forma construtiva, mas com desprezo e
insignificância.
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CONHECIMENTOS, EPISÓDIOS E HISTÓRIA DA GNOSE NA ERA DE AQUÁRIO

Isto me faz recordar o acontecido com o Mestre Aun Weor, quando emigrou de Ciénaga
para a Serra Nevada de Santa Marta. Lá, os irmãos lhe construíram uma pequena choça,
composta de uma sala pequena e um quarto similar. Em pouco tempo, se sentiram
inconformes com minha comadre, a sacerdotisa do Mestre, e me comissionaram para
falar com o Mestre. Eu o abordei da seguinte maneira: "Mestre, os irmãos da Serra não
se sentem bem com a forma tão dura como o trata a comadre; eles se incomodam que o
senhor nem sequer proteste, que não seja capaz de censurá-la". E ele me respondeu:
"Diga-me uma coisa, tu és comerciante, com quanto dinheiro melhorariam teus
negócios?" Ao que respondi: "Com 100.000 pesos (hoje equivalentes a 100.000
dólares)". Ele me disse: "Bem, e que farias com uma pessoa que te emprestasse esse
dinheiro sem cobrar juros nem documento algum para garantir a dívida e que pagasses
quando quisesses?" E eu lhe respondi: "Seria capaz de limpar a cadeira para agradá-lo, e
abandonar tudo para atendê-lo". E ele me disse: "Bom, mas se teu prestamista fosse
grosseiro, bravo e malcriado, aceitarias a oferta de proteção?" Manifestei que perdoaria
suas malcriações e que não as levaria em conta e ele me disse: "Correto, outro tanto
faria eu. Agora vejamos o caso da Negra: ela está me dando, sem juros, um capital
maior que o teu; com esse capital divino me converterei em um Mestre do
Mahanvantara; que me importa que me xingue e até me lacere? Ela é meu sócio
capitalista". Esta aclaração do Mestre me ajudou muitíssimo em minha própria
Iniciação. Espero que vocês façam o mesmo, quando isto lhes aconteça; a mesma coisa
aconselhamos para as mulheres, quando lhes toque um homem insuportável. A Iniciação
é para Homens (homens ou mulheres) de Thelema, a quem nada os demova.

Mas sigamos com a narração do acontecido nas provas subsequentes: passei a Prova do
Guardião Universal, e poucas lembranças ficaram. Sabia que havia vencido e o Mestre
confirmou minhas suspeitas e me contou o acontecido. A Transmutação e a Castidade
foram determinantes para triunfar.

As Provas dos Elementais podem ser recebidas no Interno ou no Físico. Eu passei as 4


provas de terra, água, fogo e ar nos Mundos Internos, mas me tocou guardar silêncio.
Hoje, ao dar o Avatara a ordem de abrir as Portas da Iniciação a todos os seres, devemos
referir acontecimentos vividos pelos Mestres, com ânimo de servir, de ajudar a nossos
semelhantes, sobretudo por meio da instrução. Advirto aos leitores que quando recebia e
passava minhas provas, nem sequer suspeitava que eram provas.

Continuei com minhas práticas de transmutação e desintegrando defeitos ao mesmo


tempo. Chegou o dia da Prova de Terra. Me encontrava em uma planície, o caminho me
levava direto a passar entre duas montanhas, que cada vez estreitavam mais o caminho.
Quando ia passando por essa parte estreita, senti que as duas montanhas se
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desmoronavam e eu ficava preso. Imediatamente me lembrei que era cristão; invoquei a


meu Senhor, o Cristo, e ele me salvou. Em nenhum momento senti temor e esse valor,
mais o poder de Cristo, o Salvador, me livrou de todo mal. Esta prova tem que ver com
nossos propósitos, decisões, coragem, valor. Depois de triunfar nesta Prova me fizeram
uma festa no Templo. Depois de passar cada Prova, nos fazem uma festa. A ela
comparecem Mestres, amigos desta e de outras vidas, e Damas inefáveis.

Depois de um tempo, me anunciaram internamente que me lançariam a Prova da Água.


Isso aconteceu assim: subi por uma estrada até chegar a um ponto da Serra Nevada, um
lugar chamado Poço Azul, no sítio Los Naranjos, na estrada de Cincinati; conhecia o
lugar, o poço que devia atravessar era pequeno. Pus meu calção de banho e me lancei na
água. A travessia é mais ou menos de uns 25 metros; nadei sem descanso e quando em
um momento olhei para atrás, observei que já tinha nadado mais de 50 metros. Segui
avançando, mas não adiantava. Olhei para trás e via muito longe a margem. Continuei,
um tanto cansado, nadando sempre de frente para chegar ao ponto indicado, mas com
surpresa via que não avançava e o cansaço me extenuava. Ouvia vozes amigas que me
animavam e diziam: Avança! Segue! Estás ganhando, falta pouco! E de repente alguém
me deu a mão na margem, onde enfim cheguei sem dar-me conta, pelo cansaço que
sentia. Ao sair fui muito aplaudido, caras amigas me felicitavam, quando vi um letreiro
em latim que dizia: "Se não houvesses passado nesta Prova, terias que esperar até a
próxima encarnação". Como essa legenda me causou algo de alarme, ao dia seguinte ao
levantar-me fui até o Mestre para consultá-lo e ele me respondeu: "Estiveste em grave
perigo com essa prova". Minha comadre (a esposa do Mestre) lhe disse em forma
familiar: "Víctor, aquela faixa que havia como em inglês, que queria dizer?" E o Mestre
respondeu: "Uma advertência para Júlio Medina V.". A Prova da Água tem que ver com
paixões, mulheres, vícios, etc. Eu entendi tudo, dei graças a meu Pai Bem-amado pela
ajuda prestada.

Depois tive que passar pela Prova do Fogo. Desta Prova quase não trouxe lembranças.
Fui condenado a morrer no fogo e me foi dada a oportunidade para fugir, mas eu estava
disposto a enfrentar, a jogar tudo por tudo. Havia sido bem adestrado pelo Mestre, mas
era tal meu desespero, tantos os problemas que me assediavam, que não tinha medo de
morrer, porque talvez fosse a fórmula mais prática para resolver minha vida complicada
e dura. Essa vida dolorosa me impulsava a não fugir do perigo. Vencida a prova, me
fizeram a festa. Quando despertei, me encontrei com meus problemas diários: bancos,
cheques em descoberto, contas vencidas, arrendamentos, água, luz, telefone,
empregados, citações e toda essa gama de obstáculos que o dia a dia nos impõe. Não se
consegue definir onde há mais temor, se em meio das terríveis Provas Iniciáticas ou nas
da vida diária. O Fogo tem que ver com o valor, ímpeto, coragem, destreza, etc.

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Algum tempo depois recebi a Prova do Ar. Foi surpreendente. Eu cheguei a uma
paragem indígena, os índios andavam revoltados porque haviam matado muitos nativos.
Nos levaram ao pé de um rio, a vários prisioneiros, entre os quais ia eu. Os índios nos
deixaram só de calção, cortaram galhos da árvore chamada "Matarratón", nos levaram a
uma ponte pendurada sobre o largo rio, e de lá começaram a jogar na água vários
prisioneiros; estes lançavam alaridos e gritos e afundavam na água e a correnteza do rio
os levava. Eu observava tudo e pedia a Parvati e a Ishwara, Deuses dos Elementais do
Ar, e a Narayana e Varuna, Deuses da Água, que me livrassem das águas do rio. Me
envolveram nos ramos de matarratón e só me deixaram de fora a cara. Fizeram um
fardo bem amarrado e vários índios me pegaram e me lançaram da ponte pendurada no
meio do rio; já no ar eu sabia que o feixe formado por meu corpo com as varas e as
folhas do "matarratón" se desarmaria ao cair. O feixe afundou profundamente, mas
quando bati na água se afrouxaram as amarras. Pedia às Ondinas e Nereidas e aos Silfos
e Sílfides que defendessem meu corpo; fiquei livre e desembaraçado daquela tremenda
atadura e nadei por baixo d’água para chegar à margem oposta à que vivia a tribo. Eles
festejavam seu rito e eu saí escondido pela vegetação que havia na margem do rio; ali
permaneci silencioso, esperando que se afastassem do rio. Agradeci aos Elementais do
ar e da água e me dei conta de que se tratava de uma prova Iniciática e despertei.
Depois, os irmãos do Templo me celebraram a festa. Esta prova tem que ver com nossa
emotividade, com o medo da morte, com a saída em astral, etc.

Passadas estas seis provas iniciais ou Iniciáticas, veio a última, a do Salão Ígneo ou de
chamas ardentes. Descalço, devia entrar em um quarto com chamas. Ao abrir esse
quarto, me dava a sensação de que tinha que atravessá-lo de um salto, mas se fizesse
assim estava convencido de que cairia na fogueira; por isso reparei bem no lugar e
observando atentamente vi que o quarto tinha uns tubos candentes que giravam,
estavam bastante unidos e por conseguinte meu trabalho consistia em passar sobre os
tubos em brasa. Pedi ao Cristo ígneo, ao Cristo Ardente, que derramasse sobre mim o
poder do Amor, para que esse poder me fizesse imune e me lançasse sem pensar no
perigo. Então caminhei sobre os tubos acesos e passei pelo quarto caminhando. Havia
ganhado! Me fizeram uma grande festa, me deram um tratamento excepcional e as
felicitações de meu Guru. Ouvia que me diziam: Ganhamos, ganhamos!

Minha primeira Prova, a do Guardião do Umbral, havia sido em 27 de julho do ano de


1949. Em 4 meses ou menos passei as 4 Provas dos Elementais, e imediatamente a do
Salão Ígneo. Já estava preparado para entrar na Senda dos Mistérios.

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CAPÍTULO V - UMA BATALHA NA TERRA - A DIFUSÃO

Depois de passar todas as provas e acontecimentos iniciáticos relatados nos capítulos


anteriores, o Mestre me disse: "Agora tenho alguém com quem fazer tratos. Antes
duvidaste de mim, mas depois de passar as provas Iniciáticas posso confiar em ti, já
conto com um discípulo real. No fim do ano (1949), sairei para onde a Loja Branca me
ordene para escrever o livro da Iniciação, que se chamará “O Matrimônio Perfeito ou
Porta de Entrada à Iniciação".

No final de outubro deste ano, me comunicou que ia para a cidade de Pamplona, para
escrever lá o livro. Rapidamente preparou suas coisas e saiu para Pamplona no final de
novembro. Poucos dias depois me informou que havia se encontrado com um velho
amigo, que conhecia de esoterismo, e me pediu que escrevesse para o endereço de sua
casa, que assim receberia minhas cartas. Quase em seguida me comunicou que havia
tido que fugir de Pamplona, sair para Venezuela e chegar até San Cristóbal. Lá ficou um
mês e regressou a Pamplona; o personagem que o perseguia já havia sido tirado do
cargo e terminou a perseguição.

Em janeiro de 1950 regressou com sua família a Ciénaga; chegou a um pequeno hotel
da Estação Ferroviária. Ali o visitei, estava com a esposa e uma filhinha doente, lhe
falei de levar um médico para atendê-la e ele me disse sorrindo: "Frater, eu sou médico,
o que quero é comprar na botica (farmácia) alguns remédios e prepará-los". Fomos a um
farmacêutico amigo e compramos remédios, não de laboratório, mas a granel. Voltou ao
hotel e 3 dias depois os doentes estavam bem.

Mostrou-me o trabalho realizado em sua recente viagem: 9 cadernos escritos, todos de


50 folhas; ali estava em manuscrito "O Matrimônio Perfeito" que poderíamos
denominar Kinder. Coube a mim datilografar tudo e depois levar os originais a todas as
gráficas de Ciénaga, Santa Marta e Barranquilla. Todos se negavam de imediato a
receber aquele livro, cheios de tremendo temor rechaçavam aquela obra transcendental
de Magia e Tantrismo Branco.

Ao fim, um jovem estudante da "Complementar", escola filial do colégio de Ensino


Secundário de Ciénaga, que estudava Artes Manuais e era parente de minha esposa, nos
disse que faria o levantamento das páginas. Naqueles dias, um senhor que nada sabia de
gráficas havia comprado uma velha máquina; utilizou papel de várias gramaturas e
começou a tiragem. Eu abandonava meus negócios dia após dia, cuidando da correção
da tiragem e do livro, evitando assim que saísse ao revés uma página qualquer, pois a
gráfica esta até aquele momento só havia produzido convites, e, portanto, todos eram
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novatos no ofício. As páginas saíam cheias de erros, trabalhávamos dia e noite e se


corrigia uma e outra vez, mas o Mestre tinha muita urgência para que o livro saísse o
quanto antes. "Mestre – disse-lhe – mas o livro está saindo com erros, que fazemos?" E
com suma rapidez me respondeu: 'Os deixamos como pasto para os intelectuais". A
frase me pareceu muito dura para pedir desculpas, mas ele reiterou sua frase, que saiu
no primeiro prefácio do livro: " Deixamos os erros como pasto para os intelectuais.
Muitos deles, ao não ter com que comparar para tirar conclusões, contarão estes erros e
nos julgarão sem compaixão".

Finalmente, nos primeiros dias do mês de maio de 1950, saiu a obra nessas condições.
Grande alegria para o Mestre e para minha pessoa. O livro saiu nos momentos em que
nosso país estava sob o peso de um regime ditatorial. Todas as Lojas Maçônicas
estavam fechadas por ordem desse sistema infranqueável. Ao sair a obra ao público,
meus amigos e familiares tremeram de temor por mim, cheios de susto e de incógnitas
pelo que acreditavam que pudesse me acontecer. Mas eu estava resolvido até a ir para a
cadeia

Depois de realizada a publicação do livro, tive uma experiência interna: ia caminhando


em Astral com o então Mestre Aun Weor, e ao chegar à Praça do Centenário de Ciénaga,
pelo lado esquerdo da Igreja principal, vi dois conhecidos junto ao poste de energia
elétrica e ao me aproximar um deles me disse: "Medina, não ande com esse homem, que
é um corrompido". O Mestre baixou a vista, sorriu para o agressor e baixou sua cabeça
humildemente; eu recebi o impacto, quis castigar o amigo, mas o Mestre não permitiu.
Neste momento despertei, e me sentia irado com o Mestre, por não haver revidado.

No dia seguinte, muito cedo, o visitei em sua casa e lhe perguntei: "Mestre, se deu conta
do incidente dessa noite? E me disse: "teu amigo estava bravo comigo". E eu lhe disse:
"Mestre, por que você baixou a vista, sorriu e agachou a cabeça?" E me respondeu:
"porque ele queria levar-me a seu campo, ao diabólico, e eu o quis trazer ao meu, isso
foi tudo. Mas te advirto, hoje me tratam de corrompido, e amanhã tratarão a ti". E eu lhe
perguntei por que isso e ele me disse: “Os magos negros estão indignados por havermos
revelado o segredo indizível, o Grande Arcano, e isso não nos perdoarão jamais". E
certamente assim foi; e ainda agora, 30 anos depois, estou sentindo multiplicados ao
cubo esses mesmos ataques e a palavra "corrompido" a repetem os demônios do abismo
introduzidos hoje em nossas filas. Já se dão ao luxo de escrever livros, panfletos e
circulares buscando união entre eles, mas a Loja Branca os dispersará.

Dois ou três dias depois de haver entrado em circulação essa primeira obra do Mestre,
minha esposa não podia dormir devido a uma série de moléstias desconhecidas. Os
filhos despertavam assustados, chorando. Eu pessoalmente sentia em todo o meu corpo
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um ruído permanente, tal como nos gatos, um ronco que umas vezes era tênue, mas
outras vezes era desesperante. Logo visitei o Mestre Aun Weor, que depois de um
estudo interno me disse: "A Loja Branca ordenou pôr uma malha de aço sobre vosso lar
e o meu para proteger-nos, pois eu estou nas mesmas". O Mestre invocou os Anjos
Guerreiros Marcianos e estes fizeram o trabalho. Desde essa noite todos sentimos alívio.
O Mestre me informou: "Os magos negros da região se uniram com magos negros de
outros planetas e estão lançando os ataques"; os ataques se viam como garfos acesos
que se enredavam nas malhas que protegiam nossos lares. Desde esse momento se
desatou uma tremenda luta sem quartel contra duas pessoas: Aun Weor e Julio Medina
V., e suas famílias.

Poderia fazer centenas de relatos como este. Saímos em um caminhão de transporte de


carga com minha esposa e filhos pequenos para resolver alguns assuntos externos; eu
andava precavido, essa ordem me havia sido dada internamente. No trajeto devia
atravessar pela linha de trem, que em alguns lugares estava a mais de um metro sobre o
nível das ruas, pelo menos assim era em Ciénaga. Eu ia dirigindo o caminhão e estando
a só 10 metros da linha férrea, vi que vinha um trem de carga; devia passar por ali com
o caminhão e minha família, mas ao colocar uma segunda para subir a linha, o que fiz
foi freiar o caminhão, que se apagou, e no momento em que isto acontecia, passou o
trem de carga. Refeito do tremendo susto, tratei de ligar o motor e continuar, mas o
caminhão não pegava, não tinha uma gota de gasolina. A uns 50 metros havia uma
bomba de gasolina. Peguei um recipiente emprestado para pôr gasolina no tanque do
veículo e parte no carburador e de imediato pegou. Levei o carro até a bomba e vimos
que o tanque de gasolina estava seco. Assim fui salvo pela Loja Branca, pois se em vez
de freiar o caminhão eu tivesse acelerado, teria apagado por falta de gasolina ao subir a
pequena encosta e teríamos ficado no meio da via férrea. Se houvesse morrido com
minha família neste acidente, pelo menos seria tomado como um castigo do céu. O
conceito geral era de que “O Matrimônio Perfeito” se tratava de uma obra suja, porca. O
que causou maior assombro foi o fato de tratar-se de minha pessoa, cidadão exemplar,
com uma folha de vida meritória, que me houvesse prestado a prefaciar este livro.

Algum tempo depois, ao encontrar-me ocasionalmente com duas matronas da cidade,


elas logo abordaram o tema da "moda": Julio Medina, por que o senhor escreveu esse
livro tão sujo, e que fala tão abertamente disso?". Eu lhes respondi: "Eu não sou o autor,
apenas escrevi o prefácio". E me disseram: "mas em toda a cidade provocou um grande
escândalo, precisamente por falar disso". Eu perguntei o que era "isso", e me disseram:
"não finja que não sabe". Claro que nessa época, ano de 1950, pronunciar a palavra sexo
era vergonhoso, já que o sexo se considerava algo obsceno e vulgar. Para defender-me
delas, já que eram amigas por nexos familiares, lhes disse: "Digam-me o seguinte, se o
Mestre e minha pessoa, por escrever sobre o sexo somos sujos, como não será de porco,
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segundo a lógica das senhoras, a pessoa ou ser que o inventou e todos nós, que somos
filhos do sexo". Ao ouvir isto me manifestaram: "já não tem redenção", e se foram
murmurando. São Paulo nos diz nos Evangelhos Cristãos: "Para o puro tudo é puro e
para o impuro tudo é impuro".

Então eu tinha uma rede de distribuição de mercadorias que compreendia uns 1.200
pontos, assim: a zona Bananeira até Fundação, com El Retén, Aracataca, Pivijay; ao
norte de Ciénaga Gaira, Santa Marta, etc.; e a oeste Pueblo Viejo, La Isla, Tasajera,
Bocas do Rio Aracataca, hoje Venecia. A primeira obra alvoroçou todos os lojistas; se
falou que eu estava louco, de que me havia levantado com os fundos da empresa.
Choviam como hoje as infâmias e as empresas distribuidoras caíram sobre mim para
tirar-me tudo; com um patrimônio de mais de 200.000 dólares, consistentes em
edifícios, 2 fazendas de café, 2 caminhões, utensílios nas fazendas e créditos de mais de
40.000 dólares, os credores caíram sobre mim e se apoderaram de tudo. Foi um reboliço
social. A todas essas entidades havia servido por mais de 25 anos, mas nada disso teve
força para conjurar o mal. Ao Mestre meteram na cadeia, por ser o promotor intelectual.

De repente, um dia o Mestre me disse: "Já se remexeu esta cidade, agora vamos seguir o
trabalho de divulgação; deves ir já para Bogotá, leve uns 100 livros, no domingo ficas
em frente à Igreja Teosófica Liberal, na saída do rito - me disse a hora - e entregarás a
cada membro um livro". Eu cumpri fielmente a ordem do Mestre. Depois soube que
muitos foram parar na cesta de lixo, e o Mestre me disse quando o informei: "Dali o
recolherão os que o necessitam".

Ao regressar a Ciénaga, me solicitou listas de todas as sociedades e grupos espirituais


da América Central e do Sul. Procurei e ia obtendo endereços; quando tinha mais de 100
endereços os mostrei e ele me disse: "Muito bem, agora envie 3 livros a cada endereço",
o que cumpri fielmente. Depois de dois meses começaram a chegar cartas solicitando
maiores informações. Logo recebi ordem de enviar os livros aos centros cherenzistas,
rojistas, espiritualistas e a toda classe de escola na Colômbia; desta forma foi mais
rápida a ação dos livros. As forças do mal recrudesceram sobre nós, o Mestre era preso
toda hora e eu sofria ataques de todo tipo, sobretudo no campo econômico, as empresas
que representava me foram retirando a confiança e, por conseguinte, seus negócios. A
Universidade Espiritual de Colômbia, à qual havia pertencido como membro e como
reitor, me expulsou e pediu na expulsão que nenhuma organização de caráter espiritual
me levasse em conta. O Mestre me disse, ao saber da expulsão: "esses tontos imaginam
que tu os vendeste"; o que era falso, porque Aun Weor estava inteirado de todas as
entidades espiritualistas que ele atacou em seu livro; os rosacruzes da Amorc também
me fizeram ataques, achando que eu havia fornecido ao Mestre as monografias que eles
vendem a todo o mundo. Os tenebrosos propalam qualquer espécie com total
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desfaçatez, assim como no ano de 1956, em suposta carta do Mestre, me diziam: "A
mulher de Cherenzi disse na Argentina que ela vinha para recolher os antigos
discípulos", e com tão absurda e descabelada frase, meus inimigos fizeram feiras.

Apesar das oposições, os livros distribuídos começaram a cumprir sua missão, foram
caindo em outras mãos e começaram a chegar cartas, tanto da Colômbia como de outras
nações, às quais respondia incessantemente. Por outra parte, meus negócios foram
acabando e os observadores viam isso como castigo. Uma vez distribuídos os 2.000
exemplares do "Matrimônio Perfeito ou Porta de Entrada à Iniciação", o Mestre já
estava transcrevendo dos Mundos Internos sua segunda obra: "A Revolução de Bel". Fui
testemunha presencial de muitos acontecimentos narrados ali, sobretudo o do "Milênio"
que relata os acontecimentos desta época e a crucifixão de Yahvé Semo. Esta obra saiu
no mês de outubro de 1950, ou seja, uns 4 meses depois do "Matrimônio Perfeito".
Estas duas obras causaram uma terrível revolução entre os espiritualistas associados de
toda América.

Aos 8 meses de publicar a "Revolução de Bel", em junho de 1951, publicou-se o "Curso


Zodiacal", que saiu em mimeógrafo; e no ano de 1952, estando o Mestre na prisão,
escreveu "Apontamentos Secretos de um Guru", obra que se publicou neste mesmo ano.
Trabalhava-se com muito afã, era a ordem da Venerável Loja Branca.

Nesses anos de 1951 e 1952 ocorreram muitos fatos de transcendental importância,


tanto para minha Iniciação como para o desenvolvimento de nosso nascente
Movimento. Revirando meus arquivos, que contêm milhares de cartas do Mestre, desde
o ano de 1949 até dois meses antes de morrer, isto é, escritas até outubro de 1977,
encontro documentos formidáveis. Vou transcrever duas dessas cartas: a primeira, do
Mestre dirigida ao irmão Daniel Beltrán Guerrero, paladino de Cáli que ao conhecer a
primeira obra se uniu às nossas filas e lança em riste para defender-nos, comunicou ao
Mestre o que em sua terra falavam mal de nós os espiritualistas da época; e a segunda,
uma carta que eu respondia a um irmão carnal, a quem assustaram seus amigos e
conhecidos dessa época.

CARTA ENVIADA PELO ENTÃO V.M. AUN WEOR A UM DISCÍPULO:

"Ciénaga fevereiro 12 de 1952

Senhor
DANIEL BELTRÁN GUERRERO
Carrera 6a. No. 3-53
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Cali

Estimado frater :

Recebi sua atenta carta, à qual dou resposta imediata.

Certamente, existe uma diferença substancial entre Aun Weor e Víctor Manuel Gómez
R.

Aun Weor é uma chama divina, Atmam, o grande Eu Universal de Vida, e Víctor
Manuel Gómez R. é sua tosca e humilde personalidade.

Aun Weor é um Mestre da Fraternidade Branca, e Víctor Manuel Gómez R. é somente


sua personalidade externa e seu eu inferior.

Víctor M. Gómez R. é um homem como qualquer um e no passado teve os erros que


pode ter qualquer homem, até que Aun Weor despertou a personalidade inferior e a pôs
a seu serviço, depois de grandes esforços e incessantes purificações por parte de Víctor
Manuel Gómez R., requisito sem o qual jamais se haveria podido manifestar o Mestre
Aun Weor; assim, pois, Aun Weor é o Eu Superior de Víctor Manuel Gómez.

Sócrates disse: "Se não houvéssemos estado perdidos, estaríamos perdidos".

Na catedral da alma há mais alegria por um pecador que se arrepende, que por mil
justos que não necessitam de arrependimento.

A sabedoria se elabora com a sapiência do pecado e a vertigem do Absoluto.

A rosa elabora seu perfume com o lodo da terra.

A luz sai das trevas e o cosmos sai do caos.

As rosas vermelhas são melhores que as brancas, porque têm a sapiência do pecado.

As donzelas podem cair, mas as Marias Madalenas jamais caem, porque têm a
sapiência do pecado e a vertigem do absoluto.

Vivekananda, antes dos 30 anos, foi um homem cheio de vícios e paixões. Francisco de
Assis foi devasso e mulherengo antes de despertar. Gandhi, o grande Libertador da
Índia, antes de despertar foi noctívago e vagabundo.
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Assim que chegou o momento em que Aun Weor expulsou todos os mercadores de seu
templo interior, com o látego da vontade, para oficiar em seu templo e escrever as obras
solenes que você conheceu.

Esses espiritualistas que me atacam são museus ambulantes de velhas recordações. Eles
vivem do passado e ruminam as folhas secas de minha velha personalidade, mas
multiplicando-lhe os defeitos. Estes pobres seres são dignos de piedade, não são mais
que mortos-vivos, habitantes das velhas tumbas de minhas recordações...

Quanto ao Frater Julio Medina Vizcaino, autor dos prefácios e conclusão das obras "O
Matrimônio Perfeito" e "A Revolução de Bel", é um elemento destacado do grande
Movimento Espiritual de Aquário, e, como é natural, é chamado de renegado
Cherenzista, pelo fato mesmo de ser Ex-Reitor da Universidade Espiritual de Cherenzi.
Ele militou certamente nessas filas tenebrosas, até o instante em que encontrou a
sabedoria secreta de nosso Senhor, o Cristo, o Logos Solar, cuja vida vive e palpita
intensamente no fundo mesmo de nosso sistema seminal.

Foi atacado violentamente em todos os setores de nosso mundo social, econômico,


religioso, familiar e comercial, porque tem que viver dentro do tráfego da intensa vida
cotidiana.

Atacou-se a Julio Medina Vizcaino, por um só gravíssimo delito, o de haver posto a


cruz da Iniciação sobre seus fortes ombros, para seguir fielmente os passos de nossos
divinos predecessores e de nosso Senhor, o Cristo.

Se você quer saber por que o senhor Rojas não se defendeu publicamente, é pelo temor
de fazer mais públicos seus próprios erros. Suas atividades atuais provarão com fatos
minhas afirmações.

Me encheu de imensa alegria seu estilo decidido e vigoroso, harmonioso e belo, porque
através dessa carta intuímos um irmão espiritual avançado, capaz de realizar grandes
obras em benefício de milhões de seres.

A magia sexual é a matriz onde se geram os Deuses, é o ventre da Deusa Ísis, onde se
formam os redentores da humanidade.

Quando você está praticando Magia Sexual, é um embrião divino desenvolvendo-se,


evoluindo, gerando e progredindo dentro da matriz cósmica das forças sexuais da
natureza. E quando o embrião divino já chegou a seu pleno desenvolvimento, então a
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mãe natura o pare como Mestre do Mavantara, como um filho onipotente do fogo. E é
que os Deuses não se geram com papéis velhos, nem com velhos pergaminhos nem
teorias antiquadas, mas com essa mesma força sexual que cria plantas, bestas, homens e
Deuses.

Se por dar estes conhecimentos tivermos de ir ao cadafalso, bendito seja o cadafalso...

Que a paz seja contigo.


Firmado : Aun Weor: "

CARTA ENVIADA PELO SENHOR JULIO MEDINA VIZCAÍNO


(V.M. GARGHA KUICHINES) (1)

(1) Enviei esta a um irmão carnal, Eduardo, quando soube em Barranquilla da sua
intranquilidade pelas obras prefaciadas por mim:

"Ciénaga, 4 de maio 1951

Senhor doutor
Eduardo Medina
Barranquilla

Meu querido Eduardo:

Esperava chegar aqui para escrever-te o mais rápido possível e explicar-te


detalhadamente acerca da conversa que tivemos e o referente a minhas atividades como
espiritualista e sobre a publicação do conhecimento que nesse ramo tenho.

Primeiramente, tratarei de tranquilizar-te com respeito a teus temores sobre minha


pessoa, temores que se manifestam como se seu irmão estivesse completamente fora dos
eixos, ou como se tivesse o cérebro congestionado por milhares de teorias e coisas
fantasmagóricas que o abrumam ou seduzem, ou como muito “barranquilleramente”
dizem vocês, "está com o coco patinando". Também se manifestam temores pelo que eu
possa perder no campo dos interesses criados, ou no campo das relações sociais e
sobretudo no das altas esferas, que é de onde se manipulam os tentáculos que tudo
aprisionam.

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Por minha parte, recebo tanto tuas insinuações como o interesse por mim com todo o
carinho e afeto que sempre senti por ti e por cada um de meus irmãos e familiares, sobra
dizer-te que teus propósitos levam a mais profunda sinceridade e que é só devido ao
apreço e carinho que me tens, o que te move para falar-me na forma clara e franca em
que o fazes, e por isso te procurei tão logo soube pela boca de nossa irmã Ana, que te
intranquilizavas sobre o que tanto tu como meus amigos mais apreciados e pessoas de
minha maior estima chamam de "atividades quixotescas". Efetivamente, nesta
humanidade uns nos fazemos de Quixotes e os demais se fazem de Sanchos.

Como é natural, escrevo esta correspondência com o objetivo de dissipar em ti a


apreciação momentânea que de mim tenhas formado, devido a informes dados por
pessoas estimadas por ti, mas que com certeza são dessas que se mortificam muito pelo
“que dirão”. Por ora só poderei dizer ser prudente se formas um julgamento e conceituas
depois de haver-me ouvido; bem sabes que é um princípio elementar do direito, e tu és
douto em direito, portanto quero ajustar-me a teus princípios, não aos meus, que por
agora os puseste na pauta de julgamento.

Quanto às minhas atividades de caráter espiritual, te informarei que sou Cristão cem por
cento, religioso por convicção, amo a justiça e a pratico, minha bondade a uso para com
todos, sem ter em conta a atitude dos outros para comigo. Minha política é de "não-
resistência ao mal" e isto que te digo o confirmo com minha vida privada e pública; eis
aí a vantagem de ter autoridade moral. Esta minha base, base moral e minhas conquistas
espirituais foram obtidas mediante conhecimentos que hoje saem à luz pública, por isso
me servi para apresentá-los publicamente. Se minha condição de homem de boa fé e
minhas prendas morais e espirituais constituem motivo de alarme ou de riso entre os
que se dizem ser meus amigos e ainda entre os que não me conhecem, só poderei dizer-
lhes que estou evidenciando o que é mais forte, se o bem ou o mal. Me dei conta de que
as pessoas amam o mal por que o temem, mas como eu não o temo, posso fazer esta
busca serenamente, e nenhuma escola melhor que a própria vida, ela é a melhor escola,
porque o verdadeiro conhecimento é aquele que realizamos e executamos, o resto é pura
teoria. Por ora me considero como um passageiro de minha experiência, onde uns me
dizem que vou bem, entre eles eu, e outros me dizem que vou mal, entre eles tu e muitas
outras pessoas de meu maior apreço. Diante desta divergência de pareceres, quis guiar-
me por minha consciência e jamais pensei em traí-la. Se o que faço não está bem,
poderia ser um equivocado, mas isso eu ainda não cheguei a comprovar e, como te
disse, minha escola é a vida realizada.

Por agora tenho a satisfação de permanecer sereno em meio deste mundo louco, onde
cada qual sabe do que é capaz e no entanto considera os outros piores que ele. Já
desejaria para todos meus amigos esta mesma certeza. Meu caro irmão, o mundo não se
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domina com canhões, o mundo se domina com idéias e quem aprende a dirigir as idéias
domina o mundo.

As obras que patrocinei falam mais claramente do que eu te digo: esses ensinamentos
são os que confeccionaram minha presente estrutura moral, minha fé e minha dignidade.
Para tranqüilidade tua te peço que leias uma dessas obras. Nada é novo do que nelas se
diz: tudo o que ali se explica está consignado em livros que deram luz ao mundo. É
verdade que, levando como base unicamente minhas condições internas, as pus como
quilha para que o mundo se arrebente contra ela; se me denigrem e perseguem, meu
exemplo servirá de lição para acelerar a caída desta carcomida e velha estrutura de um
mundo que oscila entre a incompreensão dos que se fizeram doutos e assombro dos
ignaros.....

Meu caro irmão, com tristeza te direi que ninguém quis escutar-me entre o círculo dos
que me rodeiam, todos formaram conceitos sobre mim pelo que viram e ouviram de
pessoas que pertencem ao "dizem que se disse". Eu sei que a ignorância é atrevida, mas
diante da contumélia permanecerei sereno e imperturbável. Nem sequer quis defender-
me, e se hoje o faço diante de ti é porque vi e senti a sinceridade de tuas palavras, o
desejo de oferecer-me tua ajuda espontânea; mas Eduardo, eu sou eu, e eu devo bastar-
me a mim mesmo. No momento, me sinto sentado no banco dos acusados, mas com a
serenidade do que não se sente culpado, com a coragem que dá o Espírito a seus filhos
prediletos, e com a coragem que nos brinda a fé, quando nos entregamos para salvar o
mundo da dor e da amargura.

Já conheces minha resolução, meus propósitos e, como podes observar, o que sinto é
superior a mim mesmo. Atuo com conhecimento de causa e publicamente, como deve
fazer quem tem dignidade, com a cabeça erguida e à luz do dia.

Quando te escrevo estas palavras, meus olhos se inundam de lágrimas e me comprovam


que as alegrias da alma provocam choro no corpo físico.
Te abraça teu irmão que agradece tuas intenções e estima teus propósitos.

Fdo.: JULIO MEDINA VIZCAÍNO".

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CAPÍTULO VI - O MESTRE NA MONTANHA

Nesse ano de 1952, o Mestre escreveu também seu livro "Medicina Oculta e Magia
Prática”. Para isso, subiu para viver na Serra Nevada de Santa Marta, e lá também
fundou o Sumum Supremun Santuarium Gnosticum (S.S.S.G.) da Serra Nevada de
Santa Marta. Para tal, apresentei-o a don Marcos Hortua, velho colaborador meu, e a
seu irmão Elias; eles convidaram o Mestre para que conhecesse aquelas terras virgens
de espessas montanhas, com rios e quebradas abundantes de água. O Mestre subiu com
eles em meados de 1952. Lá conheceu outros vizinhos dos Hortua: don Pedro López
Lindo e a seu irmão Celestino e suas famílias; os irmãos Demetrio, Joaquín e Ignacio
Amortegui Balvuena e suas famílias; os amigos Epifanio Beltrão e família, Carlos
Jiménez e família, Julio Martínez, Filadelfo Novoa, Casimiro Guete e outros que no
momento me escapam à memória. Mas com todas estas pessoas tratou ao regressar à
Serra, já que de momento só havia subido atendendo um convite de Marcos Hortua. O
Mestre regressou a Ciénaga e me falou de seus planos de fundar um Templo
subterrâneo, de acordo com as ordens da Loja Branca.

Nos primeiros dias do mês de agosto regressou àquelas belas paragens, com um clima
estável de 24 graus, e reuniu as famílias da região. Quando o Mestre subiu novamente à
Serra, já os amigos lhe haviam construído uma pequena choça campesina composta de
duas habitações, quarto e sala de jantar. Ao chegar lá, construíram uma cozinha pequena
e a primeira Casa do Peregrino, de uns dez metros de comprimento por 4 de largura,
bancos para as conferências e uma choça redonda para meditação, de uns 2 metros de
diâmetro. Ali estabeleceu um altar e o chamou Sanctum de meditação.

O trabalho foi intenso com os irmãos da região que lhe prestaram apoio; ao par que se
faziam aquelas inovações, subiu à montanha, escolheu o sítio ou lugar onde se
construiria o Templo. Entrou de imediato em atividade. Minha função era enviar
algumas provisões e obter a pólvora e dinamite para as escavações, envio de picaretas,
pás e barras para perfurar as pedras. No mês de novembro deste mesmo ano de 1952,
quando subi, fiquei surpreendido com o gigantesco esforço realizado. O Mestre havia
desenhado um túnel que começava com um salão de conferências, uma capela para
cerimônias, e para o mês de dezembro nos congregávamos ali umas 40 pessoas. Se
celebraram os Ritos Natalinos e se leu a Primeira Mensagem de Natal, que me foi
entregue em princípio de dezembro e tirei uns 500 exemplares para a informação do
grupo da Nevada e do resto da Colômbia. Ao par que isto sucedia na montanha, em
Ciénaga chegavam ao escritório de Julio Medina V. centenas de cartas aderindo à
Sabedoria Gnóstica. Estas cartas traziam, umas, grandes elogios, e outras as mais
perversas ofensas, tanto para o Mestre como para minha humilde pessoa.
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Ainda na montanha houve perseguição para o Mestre. Em Ciénaga e Santa Marta havia
pessoas que pensavam que o mago, como o chamavam depreciativamente, era o
culpável por minha separação desta vida artificiosa e cheia de amarguras. Também se
queixavam os quiosques estabelecidos na Grande Via, lugar de partida para a subida à
Serra; ali esculcavam aos pobres colonos da Serra, trocando o produto de suas vendas
por cervejas, pinga, cigarros, tabacos e música. Ao ver que o Mestre, com seus
ensinamentos, era o causador da perda de fregueses e clientes fáceis, começaram a
torpedeá-lo. A tal chegou o escândalo que em uma ocasião o Comandante da Polícia de
Sevilla despachou um piquete de agentes de Polícia para trazer o mago; o Mestre foi
informado internamente e tomou as medidas do caso. Os irmãos do S.S.S. pediram
amparo e proteção à Bendita Mãe Natureza e o resultado foi o fracasso para o piquete da
Polícia. Os agentes da Polícia conseguiram chegar até a quebrada de Orihueca, já à
altura do Templo, mas haviam caído grandes chuvas nessa região e ficaram presos entre
dois rios, e por dois dias não puderam passar, nem para seguir nem para regressar. Cada
vez que tentaram ações como a anterior, fracassaram, mas quando o Mestre descia da
Serra, de imediato na Grande Via o detinha a Polícia, estacionada no caminho de
entrada à região; o traziam a Ciénaga em qualidade de detido sem nota alguma de
remissão, o que dificultava sua saída da prisão de detidos até cumprir-se o tempo
regulamentar segundo a lei para estar detido.

O interesse dos inimigos do Cristo era tirá-lo da região. Diziam e propagavam que o
Mestre tinha uma caverna onde desnudava as mulheres que entravam ali e punha os
maridos e pais a fumar marijuana, em meio de escândalos infernais. Tudo isso
repercutia sobre minha humilde pessoa, homem de negócios, conhecido por minha
distribuição que servia a mais de 600 pontos comerciais de todo o norte do estado de
Magdalena e mais de 600 famílias. Companheiros rotarianos me contavam que em uma
reunião na cidade de Barranquilla, um de meus representados lhes havia dito que me
estava retirando a confiança, devido a que eu subia à Serra a fumar marijuana em
companhia de um mago que estava corrompendo uma região cafeteira onde ele tinha
plantações de café; meus amigos disseram a esse magnate que estranhavam essa notícia,
porque sabiam que eu não fumava nem bebia, e o magnate disse que ele também
acreditava nisso antes de convencer-se, mas que já estava informado por um elemento
que havia mandado até a Serra.

Mas isso não é nada. Um quarto de século mais tarde, os inimigos do Cristo Interno
atacam novamente com injúrias, espécies maledicentes, informes asquerosos e grande
alegria para nossos detratores que hoje, com outros nomes e outros sobrenomes, mas
iguais intenções, com cartas espúrias se mobilizam em todas as direções do mundo, com

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o único objetivo de desacreditar os diretivos, como fizeram no princípio, mas agora com
maior escândalo e solenidade, porque são de maior perversidade.

Apesar desses vendavais, o Mestre aproveitou o tempo na Nevada, já que além do


ensinamento que de viva voz dava a seus adeptos da montanha, também estudava a
voragem e a selva. Falava com os Elementais e estes lhe informavam, lhe serviam.
Entrou em contato com os antigos "Mamas" dos índios Arhuacos, seres já
desencarnados, e estes lhe deram muita informação que ele transcreveu em seu livro
"Tratado de Medicina Oculta e Magia Prática". Toda esta informação a recebeu nos
Mundos Internos.

Ensinou-nos a manejar as plantas, a obter sua medicina, e no livro citado estão essas
fórmulas. Como exemplo das técnicas que ele nos ensinou, podemos citar a seguinte: a
pessoa que queira trabalhar com um Elemental, saúda a planta com a mesma
naturalidade com que o faria com uma pessoa amiga; se está com chapéu, o tira. Depois,
descreve um círculo com o dedo grande do pé esquerdo, se está calçado o faz com os
sapatos, começando de esquerda para a direita, o círculo para baixo, sobe o pé pela
direita e o fecha onde começou; logo descreve uma cruz ao pé da planta, também com o
dedo grande do pé esquerdo, de norte a sul (Pai e Filho) e logo da esquerda para a
direita. Como dissemos, pode fazer isso com sapatos, se não se pode descalçar. Feito o
anterior, faz a petição ao Elemental da planta. Isto quando se trata de arbustos ou
árvores grandes; mas quando se trata de plantas pequenas se faz com a mão direita. Se
chama a planta preferentemente com o nome do Elemental, se não o conhece então com
o nome da planta, e se tampouco o conhece, então dando-lhe o nome de "planta amiga".
Depois se colhe a planta, melhor cortando-a com tesoura ou faca, não arrancando,
porque a planta sofre mais.

As pessoas que praticam a cura por meio de plantas, quando já sabem sair à vontade de
seu corpo, em Astral, podem ir ao campo falar com as plantas, pedir-lhes o nome do
Elemental e perguntar que órgãos do corpo humano podem curar. Temos centenas de
experiências deste tipo. Em uma ocasião, uma irmã do S.S.S. estava só com suas filhas
menores na montanha. Uma de suas filhas teve uma forte dor no peito, uma espécie de
angina de peito. A filha piorava, o esposo fora e nenhum homem na casa. Se lembrou
que eram Gnósticos e em companhia da doente invocaram os Mestres da Medicina:
Paracelso, Galeno, Hipócrates, Huiracocha, Hermes Trismegisto e o Anjo Adonai. Se os
invoca com os mantras "Antia Da Una Sastasa", e se repete três vezes e logo se chama
os Mestres, pedindo o favor que se necessite. Ambas dormiram, mãe e filha, depois de
fazer a invocação, e despertaram de madrugada trazendo a mesma recordação: que um
índio da Serra Nevada esteve em sua casa e lhes disse o remédio para curar a menina; "o
têm no pátio da casa", lhes disse; as convidou a sair ao pátio e lhes mostrou que debaixo
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de uma árvore de laranja azeda estava a planta que serviria para curar a menina,
colheram as folhas e as puseram para ferver, e que a menina a bebesse sem doce,
também fazer cataplasmas no peito (folhas machacadas da mesma planta). Se
levantaram muito cedo, foram onde o índio em sonhos lhes havia mostrado e
efetivamente debaixo de uma árvore de laranja azeda encontraram a planta, fizeram o
Rito, a menina tomou a bebida e teve melhora imediata.

Nos demos conta de que quanto mais simples é a pessoa humana, mais facilmente
entende as coisas da natureza. Até o S.S.S. chegavam doentes e peregrinos, uns
buscando cura para seus males, e outros para receber diretamente do Mestre seus sábios
ensinamentos. O primeiro núcleo de Gnósticos se formou com os humildes camponeses
da Serra Nevada de Santa Marta, município de Ciénaga, distrito de San Pedro, antigo
povoado indígena de San Andrés, região de Camagual, nas cabeceiras da Quebrada de
Orihueca, a 20 quilômetros da estrada Ciénaga-Fundação.

No Templo da Nevada, o S.S.S., o Mestre deu o nome ao grupo que estava se formando:
MOVIMENTO GNÓSTICO CRISTÃO UNIVERSAL. Eu lhe perguntei: "Mestre, por
que se deu o nome de Movimento?" E ele me respondeu: "porque é uma ação em
movimento, o movimento Gnóstico é como um trem em marcha, vai em direção a uma
meta, igual a um trem, em uma estação descem uns e sobem outros e o trem segue sua
marcha para seu destino; por agora sou o condutor e tu o foguista, o provedor, o
maquinista........."

Já tínhamos nome, agora devíamos ter um emblema, um escudo; o Mestre pediu à


Venerável Loja Branca este emblema e a Loja Branca o prometeu. Passaram vários dias
e nada do escudo. Ao fim, no ano de 1953, foi dado ao Mestre, que me mostrou para
que eu o desenhasse. "Toma um lápis e papel - me disse - e desenha; me levaram a uma
montanha, me mostraram um céu profundo azul escuro, sem nenhuma estrela; ao lado
desse céu profundo se divisa um novo céu crivado de estrelas, é um céu claro. Um Anjo
dirige esse novo céu. Ao fundo resplandecem 4 Anjos que representam os Anjos que
dirigiram 4 épocas e no centro o 5° Anjo do Apocalipse, o Guerreiro de Marte; e em
meio do céu profundo vem o Leão da Lei em atitude de ataque". Ao terminar me
perguntou: "Mostra-me, o que desenhaste?" E lhe disse "Mestre, apenas tenho as
anotações". "Bem – me disse – agora deves converter em gráfico as anotações". De
imediato entrei em ação. Passavam dias e semanas e nada saía. Pedi a meu Pai Bem-
amado iluminação, aos Mestres que me dirigissem, e então me ocorreu falar com um
companheiro do Rotary Clube de Ciénaga, especializado em Heráldica (escudos); o
companheiro me indicou que o fizesse constar de 4 partes iguais. Eu busquei a forma de
escudo costumeiro. No primeiro quadro, parte alta, desenhei o novo céu crivado de
estrelas e no centro uma estrela resplandecente de 5 pontas, e nas 4 esquinas 4 estrelas
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de 5 pontas. Os outros três dediquei ao céu profundo e no centro desse céu o Leão da
Lei em atitude de ataque. O desenhei a cores, o apresentei ao Mestre que me disse:
"Está correto". Mais tarde o dei a conhecer, quando me vi obrigado a viver de meu
trabalho em minhas oficinas gráficas produzindo cartazes, bandeirolas, etc.

Quando visito alguns irmãos neste ano de 1980 e vejo em seus quartos, em seus altares,
os escudos, me trazem a lembrança do ano de 1953, em que saíram à rua. Alguns outros
fizeram o Escudo, mas com o Leão perdendo a força que originalmente teve. Os
membros do Movimento, ao fazer o escudo, devem dar ao Leão da Lei a atitude de
força que originalmente teve, pois ele vem contra o mundo em atitude de ataque.

Mais tarde nos deram a Bandeira de Aquário, vermelha e branca, indicando primeiro
guerra e depois paz; são 2 listas horizontais de 2 metros de comprimento por 1.20 de
largura. No centro, a Bandeira leva uma pequena cruz cor ouro ou dourada, de 15
centímetros de altura por 10 de largura. A haste é uma cana de bambu com 7 nós e no
alto leva uma cruz de ferro pequena; da cruz pendem duas fitas, uma branca e outra
negra, que chegam até a altura da bandeira.

Informamos ao estudantado universal que ao irmão Efraín Villegas Quintero foi


revelado o Hino de Aquário, letra e música; hoje este Ser é o Venerável Mestre DE
SOTO, Iniciado de 2ª de Maiores, e que escreveu ao redor de sete obras até o ano de
1980. A Iniciação é um pagamento que a Bendita Mãe Natureza dá aos que serviram de
coração à pobre humanidade doente. O Mestre De Soto escreveu a letra do Hino e mais
tarde a música. Tudo isto levou algum tempo.

(Observação da Fundasaw: O Mestre De Soto perdeu seu boddhisattwa algum tempo


depois de todos estes acontecimentos. Efrain Villegas se apartou completamente da
doutrina do Mestre Samael, e hoje segue escrevendo comentários comuns e
correntes, estando já completamente apartado de seu Sagrado Ser Interno –
lamentavelmente.)

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CAPÍTULO VII - A VIA CRUCIS DA ALTA INICIAÇÃO

Como vimos, estando o Venerável Mestre Aun Weor na Serra Nevada, fundou ali o
primeiro Templo de Mistérios, o Sumun Supremum Santuarium, cravado dentro das
pedras e em meio da montanha virgem. Quantas lembranças interessantes se acumulam
em minha memória, para que as conte à posteridade! Entre elas meus distintos
acontecimentos iniciáticos. Como os estudantes se interessam em saber como passei as
nove Iniciações de Mistérios Menores, lhes darei dados importantes sobre esses estudos
preliminares, os quais têm que ver com nossa conduta, afetos, pareceres, disciplinas,
obediências, cultura, etc.

Todos os acontecimentos que foram ocorrendo e que até agora vim contando foram me
preparando para a conquista destas iniciações. O Mestre explica no primeiro
"Matrimônio Perfeito" (edição original) as conquistas obtidas com as nove arcadas ou
nove Iniciações Menores. Quando o estudante alcança a quinta Iniciação de Mistérios
Menores, ganha o título de Mestre; durante o término desta Iniciação nos toca lutar
contra os defeitos do orgulho e a vaidade. O primeiro título alcançado nos envaidece,
nos enche de altivez, que, sem bondade, é prejudicial. Para não prejudicar o
estudantado, muitos ganharam este título mas não se lhes comunicava, evitando assim o
envaidecimento.

Na oitava Iniciação de Mistérios Menores nos toca viver o livro de Jó, paciência e mais
paciência; esta Iniciação é muito dura para o devoto, sobretudo quando se trata de
elementos intranquilos e desesperados. A nona Iniciação de Mistérios Menores
corresponde ao Hierofante; já a um passo para entrar aos Mistérios Maiores, vai entrar
como Iniciado do Templo da Sabedoria Divina. O devoto conta com seus quatro corpos
transformados: Físico, Causal, Astral e Mental. Ao não perder seu Esperma Sagrado,
com ele transforma os corpos protoplasmáticos em corpos Solares. O devoto conta já
não com um embrião de alma, mas com sua Alma resplandecente, que logo se unirá
com seu Bem-amado, ao entrar na primeira Iniciação de Mistérios Maiores.

No ano de 1952 recebi carta do Mestre em que me dizia: "Gargha Kuichines, neste
Natal é indispensável tua presença no Templo Iniciático da Nevada, algo muito sagrado
te espera, não te deixes enredar, deves vir custe o que custar". De minha parte,
pressentia minha chegada ao Gólgota, à Crucifixão: Meu lar destroçado por causa de
minhas idéias quixotescas, as empresas que representava uma a uma me iam retirando
sua confiança, os de fora já não me apontavam, senão que me mostravam com a boca
franzida e para fora.

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Devia subir no 24 de Dezembro, era a ordem da Venerável Loja Branca, e no 23 à tarde


recebi um telegrama urgente da única empresa que ainda representava e da qual obtinha
meu sustento e o de minha família. Transcrevo o telegrama: "Se ordena ao Senhor Julio
Medina V. apresentar-se amanhã, 24 de Dezembro, ao escritório da empresa para acertar
contas pendentes; sua não presença indica rompimento total com a empresa. Firmado".
Quando minha esposa viu o comunicado contundente se pôs a chorar e me falou bem
claro, já que ela havia lido a carta do Mestre em que me dizia que por nada do mundo
deixasse de assistir à Nevada (S.S.S.); total, uma tragédia indescritível. Nessa noite ela
não pôde dormir, e eu tampouco. A saída para o Templo era às 6 da manhã, tinha que ir
de ônibus até a Grande Via, lugar da subida; não existia estrada, mas uma trilha; eu
devia fazer o trajeto a pé, 8 horas de caminho com mochila ao ombro. Às quatro da
tarde cheguei à Casa do Peregrino; quando o Mestre me viu chegar pediu uma maca
para mim e disse: "Chega Gargha Kuichines, sangrando e lacerado pela dor e o
desespero, sangrando e em carne viva suas feridas". Caí na maca exausto e me veio a
lembrança de como foi a saída de casa: minha esposa cheia de confusão pela ameaça do
telegrama, que era categórica para meu emprego, vendo as 4 crianças em casa, o último,
Jorge, de só 5 anos. Na hora da saída, minha mulher havia despertado a todos seus 4
filhos, que com ela choravam e pediam que eu não fosse para a Serra. Quando eu, cheio
de um poder irresistível, lhes disse adeus, ela caiu de joelhos e com ela os quatro filhos
em atitude suplicante. O quadro me conturbou, pois Dilia caiu desfalecida e os filhos
me diziam: "Papaizinho, não vá que a mamãe morre, não a abandones". Eu, em um
tremendo gesto de coragem, disse ao maior, de 12 anos: "Álvaro, meu filho, ela não vai
morrer, e se morrer, eu serei o responsável por sua morte". Pedi aos Amados Mestres
que velassem por ela e saí lacerado e destroçado para cumprir um dever sagrado, rumo
ao S.S.S.

No 24 de dezembro, o Mestre leu no Templo a primeira Mensagem de Natal. O Templo


estava adornado com flores brancas. Fui posto ao pé da pesada cruz que ainda existe, foi
posta "sobre meus ombros”, a carreguei e andei com ela ao redor do Templo. Saiu o
Cirineo que me ajudou. Ali, no Templo, me vi vestido de branco e com uma coroa de
espinhos e meu rosto sangrando, música celestial inefável, logo a voz do Mestre que
dizia: "Um mais que triunfou". Havia coroado a primeira Iniciação de Mistérios
Maiores. Havia entrado na senda da Iniciação, na Primeira de Maiores: Música inefável
no céu, mas angústias e lacerações dentro e fora de mim. "Meu Pai, jamais te
abandonarei", disse chorando.

Ao regressar do S.S.S,. vinha cheio de otimismo e sem temor algum. Ao chegar em


casa, meus quatro filhos correram a receber-me e lhes perguntei: "'E sua mãe, como
ficou?" E me responderam: "Logo que saístes, ela voltou a si e nos disse que não
contássemos nada aos avós, mas ontem chegou um telegrama, ela o leu e se pôs a
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chorar”. O telegrama era da empresa que eu representava e me dizia: "Como o Sr. não
atendeu a citação para o dia 24, no 26 segue nosso chefe de vendas, Sr. N.V., para que
faça a entrega do cargo e de bens que tenha em seu poder". O novo encarregado chegou,
se fez um inventário de haveres e fui substituído sem apelação.

Fiz um balanço de meus haveres e o único efetivo (bem) que me ficava era uma esposa
e quatro filhos mimados, já que haviam sido educados com folga e conforto. Novas
restrições entraram em vigor, os gastos se reduziram em 75%, ficamos sem serviço e
minha esposa teve que fazer de tudo; não protestava, os filhos comiam do que
conseguíamos. As únicas entradas eram as vendas dos livros que havia editado:
"Matrimônio Perfeito", "A Revolução de Bel", "Curso Zodiacal" e "Apontamentos
Secretos de um Guru"; e também da cobrança de umas contas que os devedores não
puderam pagar e que foram carregadas na minha conta, as quais depois me foram
pagando pouco a pouco. Dessas cobranças e com poucas vendas de livros me defendia e
apenas sobrevivíamos. Como sempre, o diabo batia sua cauda e nos brindava
dificuldades e asperezas; os devedores propagaram a espécie malsã de que eu havia
ficado milionário, o que dificultava as cobranças das quais vivia, e dos livros, que
também os pediam a crédito para logo não pagar.

Hoje, 30 anos depois, quando me tocou entregar a Sede Central e ficar sem meios de
subsistência, os inimigos da Obra propagaram igualmente a notícia de que Julio Medina
V. era um milionário, cheio de dinheiro e comodidade. Algo muito importante para mim
foi o fato de haver suportado, junto com minha esposa e filhos, toda classe de privações
em um lar confortável que obtive na época de externo, quando só trabalhava para mim e
minha família. Meus amigos de Ciénaga, a quem oferecia móveis e objetos, me diziam:
"Don Júlio, deixe o do lar quieto, não se meta com nada, pense que você é um
administrador e nada mais".

Quando as cobranças já escasseavam e os livros também, me tocou acudir aos


conhecimentos adquiridos em minha juventude. Uma noite, preocupado, pedi a meus
Amados Mestres que me mostrassem o meio de ganhar a vida, e tive uma grande
experiência: me vi trabalhando em casa com artes gráficas, que aprendi ao sair dos
estudos. Quando despertei, me veio a lembrança do sonho; aprendi o sistema de
serigrafia no ano de 1928 e vim a colocá-lo em prática no ano de 1953, ou seja, 25 anos
depois. Com esta arte me sustentei com minha família e sustentei o Movimento até
quando teve pessoa jurídica, no ano de 1962. O ofício me deu para pagar casa, luz,
água, telefone, caixa postal, papelada, correio, telegramas, selos e viagens do
Movimento.

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No ano de 1953, estando no Templo da Serra Nevada, o Mestre me contava o seguinte:


"Ando um pouco confundido porque sei que a negra ficará grávida (a esposa do
Mestre), e será homem, mas sou casto, então meu não será. A esposa ouviu e respondeu:
"Se tiver outro filho também será teu, como os outros". Passou o ano de 1953 e não
engravidou, o Mestre recebeu ordens da Venerável Loja Branca de sair no ano de 1954
para a América Central. Eu lhe perguntei: "Mestre, o senhor disse em livros e folhetos
que sua viagem pelo mundo será no 4 de Fevereiro de 1962, e não em 1954". E me
respondeu: "Para essa data terão que procurar-me no mapamundi e nem assim me
encontrarão, porque a Loja Negra já está me procurando para desintegrar-me.

E, efetivamente, ele havia anunciado que sairia em viagem depois do 4 de Fevereiro de


1962, mas os ataques eram tão perversos e os perigos de morte para ele tão iminentes
que teve que sair no mês de Maio de 1954. Mas antes foi a Cali; nesta cidade entrou em
contato com dirigentes Gnósticos, que lhe deram passagens e passaportes para ele e sua
família. Quando fazia isto, o Mestre me comunicou: "A negra está grávida" e assim
teria que sair.

Naqueles dias eu fui preso, a empresa para a qual trabalhava me retirou seu apoio e
como tinha 20 anos de serviços contínuos, entrou com processos para não pagar-me
aposentadoria. Fui preso e saí aos 90 dias completos, depois que o Tribunal Superior de
Santa Marta decretou minha liberdade incondicional por não existir méritos para estar
detido. Nestes 90 dias, que para mim foram como umas férias, aprendi muitíssimo e
ensinei muito aos outros presos. Quando o Venerável Mestre chegou à Segunda
Iniciação de Mistérios Maiores, foi preso, e me disse: "A Segunda Iniciação de
Mistérios Maiores traz prisão e corresponde à decapitação de João Batista, para que
assim se cumpra o relato bíblico de João Batista, que corresponde a esta Iniciação.
Então Herodias (a humanidade), dança com a cabeça do Batista". Eu havia chegado à
Segunda Iniciação de Mistérios Maiores. Eu servia em uma distribuição de café a mais
de 1200 lojas e domicílios. Todos esses meus clientes dançavam com a cabeça do
Iniciado, murmurando, inventando coisas, lacerando-me. Minha esposa morria de
tristeza e amargura, com 4 crianças pequenas.

Quando escrevi o prefácio do livro do Mestre, "A Revolução de Bel", o Mestre me


pediu que fizesse um prefácio inteiramente sociológico, já que o livro é totalmente de
ocultismo. Mas em especial me pediu que falasse sobre as prisões e seu estado de
miséria e a vida rasteira de alguns presos. Eu fiz assim e quando ele viu o trabalho, o
aprovou e me disse: "agora tens que ir para a prisão, para que comproves o que aqui
escrevestes, e para que obtenhas informações mais concretas, disso que não se fala". Eu
pensava que faria essas visitas como membro da comunidade, juiz ou visitante, mas não

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foi assim; fui como preso, e eu não tinha porquê ir à casa de detenção, já que só era um
detido e a essas prisões só vão aqueles que já foram julgados.

O Mestre devia sair para o Panamá, primeiro ponto de chegada; ia com o coração
destroçado pelo fato de ir deixando-me na prisão e pelo fato de sair para outras terras,
pregando a sabedoria da Castidade Científica como o sexto Mandamento da Lei de
Deus: "NÃO FORNICAR", com a tremenda dúvida de um filho em seu lar, sendo ele
casto e ter que ver nascer outro filho! Que contradição e terrível amargura...

Até esse momento o Mestre desconhecia a sabedoria de engendrar filhos da castidade,


da não ejaculação. Se dedicou não só a ensinar os devotos do sendeiro por onde
passava, mas também a estudar seu caso. Tremendas meditações teve que passar
rogando à Divindade que lhe desvelasse o mistério; por fim, depois de múltiplas
intranquilidades, pôde conhecer o mistério da fecundação por meio de um
espermatozóide forte e vigoroso. Este ato produz filhos da castidade e sem derramar a
semente. Ele refletiu sobre a inseminação artificial, estudou o fato de que com 5
centímetros cúbicos de matéria seminal que extraem de um reprodutor (gado), por
sistemas artificiais, tiram centenas de injeções que contêm decímetros cúbicos e até
milímetros para a inseminação artificial. Se deu conta de que levava mais de cinco anos
de castidade (não perda do esperma sagrado). Se deu conta de que utilizando três fatores
com os que, sem saber, alimentava sua própria semente, 3 alimentos sagrados: com o
que pensamos, o que respiramos e o que comemos, havia melhorado a qualidade de sua
semente, por isso foi possível que um só espermatozóide forte e vigoroso conseguisse
escapar e fazer o trajeto, fantástico em comparação com seu tamanho, até chegar à
matriz da mulher e fecundá-la. Os fornicários (os que derramam o sêmen), têm que
emitir entre 200 e 400 milhões de sementes para o prazer, nem sequer para engendrar, o
que nos demonstra em forma palpável a fraca qualidade da semente humana. Hoje,
quando os veterinários melhoraram a semente dos reprodutores de toda espécie, quando
os agrônomos nos surpreendem com sementes de alta qualidade em muitas espécies,
melhorando com isso a qualidade dos grãos e frutos da terra, vemos que a espécie
humana proibiu sua própria reprodução, para que não se produza tanta pestilência e
entes infames desde o nascimento. Muitas vezes caem em minhas mãos textos de
ensinamentos ou folhetos para orientar os jovens na fornicação e em todos vemos a
técnica utilizada para a displicência e o prazer: "Se os homens soubessem o que vão
perder quando vão fornicar, em vez de ir rindo iriam chorando". A triste realidade da
atual raça humana é que o novo ser, desde a fecundação, leva consigo o gérmen do mal
em potência. Escrevemos ao redor de 60 prefácios para os livros do Venerável Mestre
Samael Aun Weor, que passam de 60 e em todos eles falamos sobre o tema de melhorar
nossa semente de homem e mulher, para melhorar nossa raça, e parece que semeamos
no deserto e os pontífices de todas a crenças blasfemam contra minha humilde pessoa.
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CONHECIMENTOS, EPISÓDIOS E HISTÓRIA DA GNOSE NA ERA DE AQUÁRIO

O Mestre visitou todas as nações da América Central, até chegar ao México. Lá


encontrou estância na cidade de Toluca, e ali foi perseguido por um discípulo que viajou
com ele como secretário desde a Colômbia. Esse discípulo se voltou contra ele e
denunciou o Mestre às autoridades de Toluca como se tratasse de um maníaco, de um
ervateiro e irresponsável corrompido. A Loja Branca o informou a tempo e conseguiu
sair para a cidade do México. Foi com sua Sacerdotisa e filhos pequenos. Perdeu nesta
fuga seus documentos de identidade. Em poucos dias me comunicava que arrendou um
pequeno rancho ao pé de um deserto, que era tanto o pó que recebiam do deserto que
tanto ele como a esposa e filhos tinham que limpar primeiro os lagrimais de seus olhos
para poder abri-los, tal era a quantidade de pó acumulado durante a noite, pois todos
tinham que dormir no solo.

Nessas condições teve que refugiar-se na cidade do México, para livrar-se do discípulo
encarniçado. Este discípulo escreveu vários panfletos denegrindo o Mestre. Eu recebi
vários pedindo-me que abandonasse o Mestre; neles o tratava de Egregor, de Anjo
Negro, e citava Papus e outro similar para informar que Samael era um anjo caído. Tudo
isso me recordava a luta na Colômbia, que foi tremenda, tanto contra o Mestre como
contra minha pessoa.

Desde o começo de nosso trabalho, tivemos que enfrentar múltiplos ataques dos
tenebrosos e dos rebeldes diante da voz do Avatara. Sendo Hierofante, tive que lutar
fortes batalhas contra os profanadores do Templo. Os primeiros ataques foram nas
Escolas Espiritualistas da época, de tiraninhos que as dirigiam. Apenas foi tomando
corpo o Movimento Gnóstico, surgiram os traidores. O primeiro traidor foi o
Bodhisatwa do V.M. Sum Sum Dum; este desobedeceu ao Venerável Mestre no Templo.
Mais tarde, o Mestre Interno pediu outro corpo e se lhe deu corpo de mulher, total, se
silenciou esse grande Mestre. Depois em Cali, surgiu um guerreiro formidável, o Mestre
Johani, Iniciado de 7ª de Maiores, quem também se rebelou. Seu processo para despertar
foi direto; seu Bodhisatwa, Enrique, despertou no Templo da Serra Nevada, ali se deu
conta de seu Real Ser, da Entidade que encarnou no Venerável Mestre João de Patmos,
que séculos antes escreveu o Apocalipse; ao despertar sem o requisito de conquistar as
Iniciações, se deu conta que era de maior grau Esotérico que o Mestre Samael, que
havia vivido seu processo Iniciático palmo a palmo, mas que apenas havia recebido até
a 2ª Iniciação de Mistérios Maiores. O Mestre Johani quis ser o dirigente de Aquário e
pediu ao Mestre Samael que entregasse o exército já formado, para ele seguir à frente
como comandante geral. Com o Mestre falamos no Sumum, entre esquadro e compasso
(em segredo). Eu denunciei ao Mestre os propósitos de Enrique, as propostas que me
havia feito, de obrigá-lo a separar-se de sua esposa Sacerdotisa, dona Arnolda, por ser

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ela uma mulher de origem humilde, e obrigá-lo a buscar uma mulher de estirpe ou coisa
parecida. O Mestre me manifestou que já lhe haviam avisado internamente.

Toda esta série de fatos duvidosos obrigou o Mestre a estudar seu caso, já que sabia que
ele era o Avatara de Aquário e os Mestres lhe mostraram que ele era um Dhiani-
Boddhisatwa, ou seja, algo mais que um Boddhisatwa, que Johani era um Mestre caído,
enquanto que ele, Samael, era um Anjo caído, mas levantando-se. Por isso não entregou
o mando a Enrique. Mais tarde Enrique se sublevou com seu grupo de Cali, de mais de
90 estudantes e caiu. O V.M. Gargha Kuichines foi enviado a Cali para recolher a
bandeira de Aquário e a levantou com novo pessoal. Mais tarde, surgiu o V.M.
Sanfragarata, no Quindio, em Calarca; o Boddhisatwa se rebelou com mais de mil
seguidores. Para lá foi, por ordem da Venerável Loja Branca, o Venerável Mestre
Gargha Kuichines, a combatê-lo, o venceu e caiu Sanfragarata, que se uniu a um espírita
que chegou da Índia, Bapack Subub; este dirigente chegou a Cali e levou mais de 500
Gnósticos do grande guerreiro do Quindio, os quais caíram com seu chefe sem dar-se
conta do engano em que estavam por seguir a homens.

O Venerável Mestre Samael se encontrava no México, fugindo da perseguição de


irmãos que o traíam e denunciavam à policia mexicana como indocumentado. Salvou-o
o fato de que foi avisado pelos amados Mestres da Venerável Loja Branca e assim pôde
evitar os golpes que lhe preparavam. O Mestre sempre se encarregou da defesa do
Movimento Gnóstico.

Mais tarde surgiu uma formidável irmã gnóstica em Bucaramanga, que teve mais de 500
aderentes. Se encheu de soberba e caiu. Mais tarde surgiu em Huila, Neiva, outro
formidável guerreiro, mas como os outros, não pôde destruir seus defeitos e caiu
juntamente com um guerreiro de Cartagena, os quais fundaram o FEGLA. Estes irmãos
retirados foram nobres conosco, pois jamais utilizaram as injúrias contra nós, contudo, a
Loja Branca lhes retirou todo apoio. Cada um deles chegou a ter muitíssimos
seguidores, mas sem o apoio da Loja Branca seus grupos foram se apagando.

Em outros países também surgiram traidores, mas nenhum antes como os de agora, os
que seguiram equivocadamente a dois Mestres: V.M. Rabolú e V.M. Litelantes, cujos
Boddhisatwas seguiram com a doutrina do ódio, já que a nossa é a do Cristo, a Doutrina
do Amor. Estes Boddhisatwas semearam o ódio nas filas de nosso estudantado e muitos
hoje odeiam de morte nossos diretores Gnósticos. Como já mencionamos antes, muitos
desses traidores se declararam publicamente como perversos demônios, escrevendo
livros e panfletos nos que unicamente podem dizer injúrias, infâmias e calúnias, porque
nenhuma sabedoria nem luz podem dar ao mundo, já que seus corações só são poços de
trevas.
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(Nota da FUNDASAW: Deve ser chocante para o estudante novato do III Milênio
tomar conhecimento de tudo isso, mas, o fazemos por um dever de lealdade aos
verdadeiros guerreiros do Caminho da Luz, que foram os V. M. Samael Aun Weor e
Gargha Kuichines. O que se diz aquí, é verdade: outros grandes guerreiros
houveram, mas, cairam todos, vitimados pela vaidade, soberba e orgulho. Triste dizer
mas, neste março de 2002, quando escrevemos esta nota, aqui na América do Sul, só
existe um único Mestre da Venerável Loja Branca: Igazan Bindu).

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CAPÍTULO VIII - LEMBRANÇAS, RELATOS E APONTAMENTOS

Continuando com minhas lembranças daquela época, me vêm à memória muitos


acontecimentos que passei por alto nos fatos narrados até agora. Por exemplo, contar
sobre o traslado do Mestre a Ciénaga, como ele vivia ali, o que pensava eu, e muitas
outras coisas que serão motivo dos próximos capítulos.

Como já dissemos repetidas vezes, o Mestre chegou em agosto de 1948 a Santa Marta;
veio em busca de seu amigo, o Dr. Romero Cortés, o qual era Czar de Preços, escritório
criado pelo Governo Nacional em todos os departamentos para controlar os preços dos
artigos de primeira necessidade, depois de haver terminado a guerra européia no ano de
1946 e que começou em setembro de 1939.

Estando o Mestre há pouco tempo em Santa Marta, o Dr. Romero lhe falou de Julio
Medina V., e o Mestre se interessou vivamente por conhecer-me e antes de um mês já
havia entrado em relação comigo. Eu o convidei para que se trasladasse a Ciénaga com
sua família e assim o fez. Veio para Ciénaga no fim do mês de setembro; chegou a um
pequeno hotel na Praça da Estação, o Hotel Sevilla, conhecido pelos milhares de
viajantes que visitavam Ciénaga a negócios. Ali durou o Mestre unicamente uma
semana, já que surgiram estudantes e um deles, meu compadre Arango, o levou a sua
casa, que ficava na mesma praça da Estação, na parte sul da praça; dali se mudou a
outros bairros, conforme o perseguiam os esbirros da saúde pública, pois ele vivia da
medicina de plantas e de ungüentos.

Vivendo nas praias do sul, fora da cidade, para evitar a perseguição contra ele desatada
por ser médico sem título, lá o visitávamos seus discípulos, o que despertava muita
curiosidade entre os vizinhos e em pouco tempo o estavam denunciando aos médicos da
saúde pública.

Num dia qualquer o visitei na hora de almoço. Quando entrei pela porta do pátio, me
chamou a atenção ver um cãozinho dormindo no fogão, feito com três simples pedras,
entre as quais colocavam a lenha para cozinhar; minha comadre Arnolda lavando roupas
e seus pequenos filhos brincando pelo chão. Entrei na salinha da casa e encontrei o
Mestre dormindo sobre umas tábuas sustentadas por dois pequenos bancos de madeira.
O quadro era desolador. Me dirigi a ele e lhe perguntei: "Que faz, Mestre, aí nessa
tábua?" E ele me respondeu: "Um jejum forçado". Ao que respondi: “E como é um
jejum forçado?" E ele me disse: "Um jejum forçado é quando não há o que comer". De
imediato me lembrei do cãozinho dormindo no fogão e lhe disse: "Mestre, mas eu tenho
o que comer, e tirei o que tinha no bolso, $3.00, e os entreguei. Ele chamou sua esposa
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sacerdotisa e esta respondeu e chegou onde estávamos; ele lhe entregou aquele dinheiro
dizendo: "Negra, já há com que comer". Ela saiu para o mercado que não estava muito
longe e logo regressou com alimentos crus para cozinhar. Fez uma sopa de lebranche,
sopa de pescado típica da região, e o Mestre me convidou a participar daquele banquete,
que estava muito gostoso e e agradável ao paladar.

Em minha mente terrena revoluteavam muitas conjeturas como esta: "Por que este
homem, que sabe tanto, tem que viver tão pobremente? Se eu não chegasse hoje, não
haveria almoço para ele nem sua família", e lhe lancei a pergunta: "Mestre, você não se
preocupa pelo dia de amanhã?" Ele me respondeu: "E de que queres que eu me
preocupe?" E lhe disse: "De saber como fará amanhã para poder comer". E me
respondeu: "Por que queres estragar este banquete com idéias tão pessimistas; a verdade
é que estamos gozando deste caldo suculento, por que trazer idéias que não vêm ao
caso? E eu lhe disse: "Mestre, é que você deve pensar como fará amanhã para voltar a
comer". E ele, com impavidez, me disse: "Diga-me uma coisa, quantos filhos tens? E
lhe respondi: "4 filhos". E me disse: "Bem, teus filhos estão preocupados por saber o
que vão comer amanhã?" Respondi que não e ele me perguntou: por que? E eu disse:
"porque eles têm a mim, que sou seu pai, e eles confiam em seu pai". E ele me disse
"exatamente o que acontece comigo, eu tenho meu Pai e confio nele, ele saberá o que
me dar de comer e disso comem minha esposa e meus filhos".

Meus egos então me diziam: "Esse é um descarado, um irresponsável" e me dava ganas


de não voltar à sua casa, mas refletia e dizia para mim mesmo: "Se me afasto dele perco
este ensinamento que eu jamais conheci em livros nem em pessoa alguma", e regressava
a ele. Ele conhecia meus pensamentos e me dizia: "Teus eus satânicos conjeturam em
forma desastrosa, cuida-te deles".

Hoje, 30 anos depois, me ocorre exatamente a mesma coisa, é meu Pai muito Amado
quem vela por mim. Quando tive fazendas, edifícios, veículos e renda apreciável, não
tive com que viajar fora de meu círculo de negócios; mas depois, quando abandonei
tudo para seguir e ensinar este corpo de doutrina, com o repúdio de amigos e
desconhecidos, com escassos recursos, sem salário algum, viajei pela América do Sul,
Central e do Norte, e também pela Espanha; percorri mais de 18 nações levando este
Evangelho e sempre há em minha casa alimentos não só para minha família, mas
também para muitos peregrinos que chegam a ela. Me mantive fiel a meu Senhor, o
Cristo, o dador de Amor, e ao Espírito Santo, o dador de Vida; fiel ao Quinto Anjo do
Apocalipse, o Avatar de Aquário, fiel aos Amados Mestres da Loja Branca, o Sagrado
Colégio de Iniciados. Vivi semeando e colhendo, dando e recebendo, e, como guia, tive
os Três Fatores da Revolução da Consciência.

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Eu fui tão perguntador no começo como são hoje os estudantes do Esoterismo Gnóstico.
Perguntava então ao Mestre: "Mestre, quem tem mais poder, Deus ou o Diabo?" Ele
sorriu e não respondeu, mas eu insisti e ele me disse: "É Deus", e lhe disse o que pode
dizer qualquer novato na senda: "E se tem mais poder, por que não acaba com ele?" E
me respondeu: "Porque necessita dele". Hoje, vejo que como se conheceria o bem se
não existisse o mal, estando fora do estado paradisíaco como nos achamos.

Lá pelo ano de 1950 o Mestre já contava com uns seis estudantes em Ciénaga,
Magdalena, Colômbia. Ele nos levava à beira do mar para fazer práticas de vocalização,
respiração e instrução; nessa época na Colômbia estávamos em estado de sítio e estava
proibida toda reunião que passasse de três pessoas, por isso saíamos fora da cidade, à
beira do mar, a uns 2 quilômetros de distância, para não sermos vigiados.

Na primeira ocasião, estando praticando o mantram RA, as mãos na terra e ajoelhados


sobre a areia com a testa sobre ambas as mãos, o Mestre nos ordenou: "Sentem-se
rapidamente e falemos sobre qualquer tema", e no momento em que fazíamos isto, 3
policiais nos iluminavam com lanternas de mão; um dos agentes me conhecia e me deu
ordem de dispersar-nos.

Em outra ocasião, estávamos vocalizando na beira do mar, no mesmo lugar anterior, e o


Mestre nos ensinava uma cadeia para invocar os Mestres da Loja Branca. De repente,
todos sentimos algo estranho, o Mestre disse "Temos uma visita extraterrestre". Era uma
nave de outro planeta, redonda, achatada; sem saber como, entrei naquela nave, havia 3
tripulantes. Eram jovens, pequenos, resplandecentes, nos mostraram a nave
internamente e eu me sentia tranquilo, impávido por tudo o que vi e conheci. Este relato
se encontra em um capítulo completo no primeiro livro Gnóstico, "O Matrimônio
Perfeito ou Porta de Entrada à Iniciação", escrito pelo V.M. Samael Aun Weor e que saiu
em maio de 1950, em Ciénaga. Esta obra foi catalogada como “kinder”, mais tarde se
editou a atual e se suprimiram os ataques da primeira obra por ordem da Venerável Loja
Branca e se ampliaram todos os seus capítulos. Foi suprimido o capítulo Discos
Voadores.

Recebi a ordem de desenhar aquela nave interplanetária e a cumpri. Quando desenhava


a nave, tal como aparece no livro “Matrimônio Perfeito Kinder”, meus filhos, pequenos
então, Álvaro, Armando, Júlio César e Jorge, me rodearam e cheios de entusiasmo me
perguntavam sobre a nave: "Papai, quando a viste? Queremos ver uma dessas naves,
leve-nos longe para podermos vê-las". Estando naquele diálogo com meus 4 filhos, no
escritório que tinha no mesmo prédio onde vivia com minha esposa Dilia Esther, ela se
deu conta e entrou na reunião, e, estranhada, me perguntou: "Que estás pintando?" E os
4 filhos em uníssono responderam: "são discos voadores”, e ela voltou a perguntar: "E
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isso, o que é?". E os filhos responderam: "Naves cósmicas"; e dirigindo-se a mim


perguntou: "E para que essas loucuras?" Respondi que era para um livro Gnóstico que ia
sair. E me perguntou: "E quem o escreve?" E eu respondi: "O mestre Aun Weor". Estas
notícias não só a mortificavam, mas também a assustavam ao dar-se conta de que
estávamos saindo da ordem social. Em tom austero me disse: "Eu me oporei a que
publiques esses despropósitos". Eu inteirei o Mestre da oposição de minha esposa e ele
me disse: "Os Amados Mestres permitirão que ela veja essas naves para que aceite estas
coisas que hoje não entende".

Passados uns meses, levei 4 pipas a meus filhos, e eles felizes me pediram que os
levasse à beira do mar para fazê-las voar. No sábado seguinte, fomos em uma camioneta
nova que tínhamos, saímos com minha esposa e uma irmã dela, Rosário, que fora rainha
da beleza do estado de Magdalena, em um dos concursos de Cartagena, e com nossos
filhos. Escolhemos Ciénaga Grande, junto a Pueblo Velho, eram as seis da tarde, o sol
se ocultava, quando meus filhos com suas pipas no ar viram no céu uma nave cósmica e
chamaram nossa atenção mostrando-as "Papai, a nave que tu desenhaste". Efetivamente
era igual, a nave brilhava com luz intensa e expelia um jorro luminoso de quase um
quilômetro de comprimento; este chorro era o timão direcional, tal como havia relatado
no capítulo Discos Voadores, do "Matrimônio Perfeito" do ano de 1950.

Aquela visão me encheu de infinita alegria, assim como a meus pequenos filhos; o
objeto passava lentamente sobre a cidade de Ciénaga, o vimos por um minuto, logo fez
um pequeno giro para a direita e desapareceu. Meus filhos me perguntaram: "Papai, por
que desapareceu?" E respondi: "Passou à quarta dimensão", "E que é isso?" E eu lhes
disse: "Uma quarta coordenada". E minha cunhada me disse: "Com tantas loucuras vais
tornar loucos a eles também". Regressamos à cidade, eram seis e meia da tarde e já
escurecia; nem minha esposa nem sua irmã diziam uma só palavra, ficaram mudas,
aturdidas. Minha esposa jamais contou a ninguém o que viu, a cunhada menos.

Uns seis anos depois referia a uma amiga incrédula sobre o disco que havíamos visto e
ela respondeu: "Se a senhora Dilia afirma que é verdade, eu aceito". Dilia baixou a vista
e quando perguntei ela disse secamente: "Foi verdade". A senhora mudou de imediato e
disse: "É claro que ela não o vai deixar ficar mal, e o sr. não tem porquê obrigá-la".
Meus filhos chegavam neste momento e também deram testemunho do que viram e ela
disse: "Todos estão loucos já". Os profanadores do Templo Interno (nosso corpo) não
aceitam a verdade nem com testemunhas.

Quando escreveu seu primeiro livro, o "Matrimônio Perfeito Kinder", o Mestre


incomodou muito a um irmão espiritualista que trouxe de Cuba o Profesor Cherenzi
Lind, o qual tirou mais da metade do estudantado deste irmão espiritualista. Ao
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perguntar-lhe: "Mestre, por que o Sr. repete tanto a esse irmão que ele trouxe Cherenzi à
Colômbia?" E ele me respondeu: "Porque isso o incomoda, esta é sua chaga e como ele
está desgostado com minha pessoa, porque crê que eu também vou tirar seus seguidores,
por isso lhe toco na chaga". Eu lhe respondi: "E se não tem chaga?" E ele disse: "Pois se
lhe faz uma chaga e aí se dá constantemente". Este fato me trouxe a lembrança de um
político que uns vinte anos atrás em uma Assembléia disse a seu contendor: "O Sr. é o
que menos tem direito a vociferar nesta Assembléia, porque sendo empregado da
empresa de bebidas tal, em tal parte se perderam muitas caixas de bebidas e você esteve
implicado neste ilícito". O ofendido se lançou sobre seu contendor e tratou de sacar
armas para defender-se, acudiram os companheiros políticos, intervieram e nada de
grave aconteceu. Depois, o chefe político do agressor lhe perguntou: "Isto que disseste a
teu contendor é certo?" E ele respondeu: "Sim, isso é certo de hoje em diante".

Poderíamos contar centenas de casos vividos ao lado do Mestre, no início desta


tremenda luta, lá pelos anos de 1949 e 50, com as quais aprendi muitíssimo e me
fortaleceram. O Mestre Aun Weor obteve a primeira Iniciação de Mistérios Maiores em
Ciénaga, Magdalena, no mês de junho de 1950, quando já havia escrito seu primeiro
livro, "O Matrimônio Perfeito Kinder", que saiu no mês de maio de 1950. Depois desta
Iniciação foi mais nítida sua percepção e sua sabedoria.

Recordo que o primeiro Santuário foi aberto em Barranquilla, no ano de 1953. O irmão
Luis E. Quintero (carinhosamente lhe chamávamos Quinterito) começou dando
instrução a vários membros de centros espiritualistas, tais como discípulos de Teosofia,
Rosacruzes, Espíritas, Martinistas, Rojistas, Aquarianistas e outros; rapidamente cresceu
o grupo, mais de 80 pessoas entre homens e mulheres. Eu lhes ditei várias conferências
e logo abrimos um Santuário no terceiro piso de um edifício central da cidade. Os ritos
se faziam sem vestiduras sagradas, só o Sacerdote as portava; minhas vestiduras eram
cor chocolate claro, por haver sido egresso do caminho negro. Com três meses de estar
trabalhando em Segunda Câmara com aquele pessoal incapacitado para nossa senda,
convidamos o Mestre Aun Weor, que veio a Barranquilla, falou ao grupo e foi tão forte a
conferência que todos saíram, ficando apenas Quinterito, o dono do local, e minha
pessoa.

Eu pensei de imediato em formar outro grupo ou Lumisial. Buscamos novos elementos


e em dois meses havíamos formado um novo grupo, se fizeram cerimônias, ritos, etc.
Formado por umas quarenta pessoas, o grupo tinha mais força, liam os livros e
trabalhavam com muita devoção. Quintero e eu estávamos felizes com aquele grupo.
Quintero deu o ensinamento a uma senhora, esposa do cônsul de Panamá naquela época,
a qual resultou uma vidente formidável com poderes sensacionais. Comunicamos ao
Mestre no S.S.S. a existência desse novo grupo e lhe falamos da vidente e seus
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maravilhosos dotes. Ele respondeu rapidamente e me deu ordem de fazê-la calar, que ela
não podia falar no altar, de onde fazia relatos fantásticos de tudo quanto acontecia
internamente nos ritos. A ordem devia ser cumprida, mas me dava medo, pois sabia que
ao dar a ordem de silêncio se virariam contra mim todos os discípulos, que já tinham
esta irmã como adivinhadora e consultora. Escrevi ao Mestre e lhe manifestei que ao
silenciá-la o grupo se rebelava. A resposta do Mestre foi que veio da Serra e foi comigo
para Barranquilla, falou com a vidente e tratou de convencê-la a que guardasse silêncio;
mas ela não cumpriu, no Ritual voltou com suas manifestações mediúnicas e o Mestre
lhe ordenou que guardasse silêncio e tampouco obedeceu, assim o Mestre ordenou não
deixá-la entrar nos ritos. Isto desgostou o grupo e só ficaram os esposos Rey (Ana Belén
que ainda persevera), os dois anteriores familiares meus.

O Mestre regressou ao S.S.S. e Quinterito e Hernandez ficaram totalmente


desmotivados e me impuseram condições para continuar trabalhando na formação de
novos grupos: As condições eram não comunicar ao Mestre a formação de novos
grupos. Para mim foi duro cumprir esta petição, mas contudo ao formar-se outro novo
grupo não comuniquei ao Mestre e este logo me disse: "Eu não estou interessado em
destruir os grupos que vocês formam, antes pelo contrário, desejo que formem muitos
grupos. Este que formaram o vejo melhor, sigam atendendo-o para que quando
amadureçam possa visitá-los". Eu, surpreendido, lhe disse: "Mestre, como soube?" E ele
me disse: "Soube do trato para que não se me informasse, por temor a que eu os
desbaratasse, o que não foi assim, eles é que não suportaram a presença de um Mestre
do Raio da Força e fugiram". Eu lhe pedi que esperasse um ano para visitar o grupo e
ele aceitou o trato. Um Mestre é como uma tocha, que de longe ilumina, mas de perto
queima.

Em uma ocasião, me punham muitas provas de prudência no interno e saía vitorioso em


todas elas. Um dia qualquer, encontrando-me em uma rua muito estreita de
Barranquilla, a rua La Paz, de cercas muito altas, contava ao Mestre, que me
acompanhava: "Mestre, internamente me põem muitas provas de prudência e em todas
me saí bem", ao que me respondeu: "Te felicito, porque geralmente chegamos a velhos
cometendo imprudências". Quando o Mestre me dizia isto, apareceu pela rua La Paz,
rua de muito comércio, um ônibus de passageiros que quase tomava toda a estreita rua,
me coloquei ao lado da cerca e o carro passou roçando-me, tratei de ver o Mestre e ele
tinha sumido, olhei para cima da cerca, a dois metros de altura, e ali estava ele.
Perguntei: "Mestre, teve medo?" E ele me respondeu: "Tive prudência, e como eu
confio mais em minha prudência que na desse chofer que não conheço, utilizo a minha".
Eis aí um grande ensinamento.

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Quando apenas tinha quatro anos de estar na Senda, pude ver no interno as Vestais do
Templo que dançavam felizes; me surpreendeu muitíssimo ver que, estando nuas,
tinham uma tela vaporosa, uma espécie de tule, que lhes cobria os seios, o sexo e as
nádegas, e essas telas de cores suaves sempre as cobriam de minha vista. Eu perguntei
ao Mestre sobre as Vestais: "Mestre, as Vestais dos Templos dançam veladas?" E ele me
respondeu "As Vestais dançam nuas". E eu lhe perguntei: "Por que eu as vejo dançando
veladas?" E olhando-me nos olhos, me respondeu: "Porque estás sujo internamente”.
Apesar desta sacudida tão forte, perguntei: "E quando as poderei ver tal como o Sr. as
vê? E me respondeu: "Quando fores casto, puro e santo, em pensamento, palavra e obra.
Passaram-se ao redor de 14 anos para poder vê-las dançar sem vestido algum e me
pareceu algo muito natural. O Mestre foi muito severo comigo na instrução. Assim pude
aprender. Agora, os tais guerreiros de Aquário, só basta que um desconhecido lhes diga:
"Corram que vêm correndo" e de imediato se dispersam.

Em uma ocasião no S.S.S., lá pelos começos do ano de 1953, uma irmã chegou
chorando; o Mestre lhe perguntou: "Por que choras?" E as irmãs ali presentes disseram:
"Porque o marido bateu nela". "E por que bateu nela?", retrucou o Mestre: e elas
responderam: "Porque é muito ciumento e está com ciúmes dela". O Mestre fez vir o
marido ciumento e lhe disse: "Irmão, o homem que tem ciúmes de sua mulher não sabe
com quê conta, chega a velho e não soube se teve uma jóia de mulher por estar com
ciúmes; melhor é que lhe dês liberdade hoje mesmo e assim sabes com quê contas".
Assim ficamos conhecendo uma norma de conduta que nos evitou desesperos e
intranquilidades.

Em outra ocasião, tomávamos um banho com o Mestre em uma quebrada (riacho) no


S.S.S., com corrente de 6 metros de largura, quando lhe perguntei: "Mestre, as cobras
(serpentes) atravessam esta correnteza?" E ele respondeu: "Por Deus, não as invoques,
saiamos daqui antes que cheguem", e quando me dizia isto, uma cobra estava
atravessando o riacho, justo onde estávamos nos banhando. Saímos imediatamente da
água, por minha imprudência. Hoje, me dou conta de que as pessoas vivem invocando
os desastres que acontecem a cada qual.

Cada vez que o Mestre descia do S.S.S., o metiam na prisão, e cabia a mim tirá-lo de lá,
e muitas vezes tive que recorrer a advogados para poder tirá-lo da cadeia. Um dia,
estando preso, me pediu papel e lápis e ao perguntar-lhe para que era, me respondeu:
"Para evitar que me continuem pondo na cadeia", perguntei como, e ele me respondeu:
"Porque vou escrever livros nesta prisão, e isto não convém à Loja Negra".
Efetivamente, na cadeia de Ciénaga escreveu a obra "Apontamentos Secretos de um
Guru" e começou o "Curso Zodiacal". Ele me dizia: "Devemos converter o mal em bem
e esta é a forma".
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Quando o Mestre regressou definitivamente da Serra Nevada de Santa Marta, do


Sumum Supremum Sanctuarium, depois de mais de dois anos de estudos das plantas,
lhe perguntei: "Mestre, por que estás saindo da montanha?" E ele me respondeu: "E que
faz o santo na montanha? A santidade se prova entre demônios, não entre quatro
paredes".

Eu lhe disse: "Mestre, me chegam muitas cartas, umas de louvores e outras onde dizem
horrores de você, em uma delas dizem que você foi um perdido...” E ele me disse:
"Diga a esses tais que se não houvéssemos estado perdidos, estaríamos perdidos; e aos
que me louvam, que sigam meu exemplo".

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CAPÍTULO IX - TRABALHOS NO SUMUM SUPREMUM SANTUARIUM

Como já dissemos, o primeiro natal se celebrou no Templo da Serra Nevada em 24 de


dezembro de 1952. Assistiram todos os irmãos da Serra, seus familiares e alguns
estudantes gnósticos de distintas partes da Costa e do resto da Colômbia. Foi lida a
primeira Mensagem de Natal, a qual se publicou no livro "Gnose Século XX".

Em plena montanha e sob a rocha se abriu este Templo de Mistérios. No começo se


chegava a ele mediante um caminho de 800 metros de distância, desde a Casa do
Peregrino, agarrando-nos às árvores e cipós da selva; mais tarde os irmãos da Nevada
abriram outro mais curto, de uns 200 metros, com uma pequena trilha (caminho de
ferradura) na montanha. Para chegar ao Templo, íamos cantando o Belilin, devido aos
perigos que nos espreitavam; perguntei ao Mestre por que os Mestres da Loja Branca
haviam ordenado este Templo nesse desfiladeiro tão perigoso e me respondeu: "Os
Templos de Mistérios sempre ficam à beira de um grande precipício; ou se chega a eles
ou se roda ao abismo; por isso esta senda é para homens e mulheres de Thelema -
vontade de aço".

Os irmãos da Serra se deram conta de que entre eles havia um que não cantava o Belilin
e lhe perguntaram: "Por que você não canta o Belilin?. E ele respondeu: "Porque temo
que eu seja um desses magos negros de que fala o Mestre e me jogue eu mesmo a rodar
por este desfiladeiro". Mais tarde, centenas de peregrinos passaram por aquele caminho
cheio de perigos, entre cobras, aranhas venenosas e alimárias da montanha e jamais
tiveram problema algum. No Templo, o Mestre nos deu aulas inesquecíveis;
conhecemos acerca do Nirvana, nos instruiu sobre os pralayas, mahamvantaras (noites e
dias cósmicos), o que o Mestre explicou mais tarde em várias de suas obras de
ensinamento; nos instruiu sobre as Vestais dos Templos. Ali se fizeram curas
surpreendentes e se lançaram ao mundo grandes cadeias de ajuda através de petições à
Venerável Loja Branca para fazer curas no Templo de Alden. Anos depois apareceram
médicos, falecidos havia algum tempo, fazendo grandes curas, operando internamente.
Ali pudemos ver seres inefáveis, como as 7 Potências, os Senhores do Karma;
invocamos Anjos inefáveis. Arcanjos, Serafins, Querubins, Virtudes, Potestades, Tronos,
Dominações, Deuses Inefáveis. Se fizeram peregrinações cheias de mística e fervor; ali
vários Iniciados carregamos a pesada cruz da Iniciação enquanto os irmãos da Nevada
faziam cortejos e coro de orações e petições para ajudar aqueles Iniciados a transitar
pelo estreito caminho da Iniciação de cada um deles. Alguns perseveraram e muitos
fugiram espavoridos. Muitos dos homens que chegaram à Maestria pela recordação de
suas Iniciações, não pelo sistema de recapitulação, isto é, de repeti-la e vivê-la em carne
e osso, caíram e rodaram com seus seguidores.
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No Templo da Nevada, como o chamavam os colonos da Serra Nevada, fizemos jejum


centenas de estudantes. Ali houve jejum de dias, só a pão e água. O Iniciado Chefrem
foi um deles; quando saiu dali pediu aos irmãos do Templo chocolate, ovos, pão, o que
lhe faria mal se lhe dessem; mas ele insistiu e os outros, por tratar-se de um doutor,
obedeceram e lhe deram o que pedia e quase morre por intoxicação. Felizmente, os
irmãos da Nevada conheciam plantas e remédios naturais e lhe salvaram a vida. Quando
me comentaram, lhes ordenei jamais voltar a dar aos peregrinos alimentos fortes,
sobretudo aos que fizessem jejuns tão prolongados. O jejum de 40 dias Samael ordenou
a Chefrem para que pudesse controlar o intelecto muito desenvolvido nele, por tratar-se
de um advogado estudioso em seu ramo. Também houve jejuns de 9 dias. Quando eu
passei por um desses jejuns, os primeiros 5 dias foram tormentosos para mim; sentia
fome, solidão e ruídos cavernosos; do sexto dia em diante se acabou a fome, tormentos
e ruídos e, pelo contrário, sentia grande lucidez e experiências inefáveis. Um dia
qualquer, o Mestre me visitou com sua vestidura de peregrino: calça azul, camisa de
mangas curtas, uma toalha ao pescoço e seu bordão (um pau à maneira de bastão); tratei
de contar-lhe sobre os ruídos da natureza sentidos por mim naquele jejum e ele não
permitiu. "Isso é segredo", me disse, "e só tu tens direito a conhecê-los, por isto esta
sabedoria é hermética, as experiências pelas quais passamos não são para contar". Aos
irmãos da senda os vendam para que não possam ver internamente, devido a que saem a
contar estas experiências. Daquele que fala demais não gostam na terra nem no céu.

Naqueles dias felizes, nossas vestiduras eram as da alma de cada Iniciado. Eu comecei
com túnica carmelita (café com leite) por ser um Bodhisatwa caído e que voltou à
senda; mais tarde usei capa de igual cor e depois um manto quadriculado parecido a um
tabuleiro de xadrez, preto e branco. Levava este manto sobre a cabeça, até os ombros e
metade das costas. Assim cumpri missão em várias cidades do interior da Colômbia,
entre as quais me lembro: Pereira, Calarcá, Montenegro, Armenia e outras.

Enquanto o estudantado estava composto pelo pessoal da Serra Nevada, tudo ia bem,
mais tarde foram entrando estudantes de vários lugares da Colômbia, Venezuela,
Panamá, etc., e as coisas mudaram porque esses novos irmãos se incomodavam pela
questão das vestiduras, pois todos eles queriam capas, turbantes e mantos. A Loja
Branca ordenou então uniforme para o estudantado Gnóstico: túnica azul céu, cordão
branco e sandálias negras; a maioria usou sandálias brancas e persistiram com elas até
que ao fim, depois de muitas admoestações, se estabeleceram as sandálias negras.

Desde o ano de 1979 se outorgou túnica branca para os funcionários da Igreja Gnóstica,
cordão com borlas e sandálias brancas e crucifixo com cadeia de ferro e sobre a cruz de
madeira o crucifixo de ferro. Para os Mestres, espada ao cinto. Esta norma regerá em
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todos os países onde se estabeleça a Igreja Gnóstica dependente do II Patriarca e


Sucessores na Ordem Teocrática e dependentes do Sumum Supremum Santuarium e o
Movimento Gnóstico Cristão Universal.

No Templo da Nevada se deram tremendas batalhas, as quais não podemos relatar, mas
outras sim. Recordo que no ano de 1953, estando no Templo com toda a irmandade, o
Mestre viu em visão de Deus e nos relatou a visita à Colômbia de um Papa Romano
diferente de Pio XII, que então dirigia o Catolicismo Romano. O Papa visitante que viu
chegar a uma grande cidade Colombiana; esta grande cidade era Bogotá, que via
transformada, diferente de quando ele a havia abandonado lá pelo ano de 1945, e
sobretudo via no futuro. Esta profecia se cumpriu 20 anos depois, com a vinda de Paulo
VI a Colômbia, e efetivamente Bogotá era já uma grande cidade, diferente do que era
pelos anos 40. Também conhecemos a predição de que na Terceira Guerra Mundial o
Vaticano será bombardeado por potências orientais, mas o Papa de então haverá saído
do Vaticano e se haverá trasladado a uma grande cidade da América do Sul.

Quando se construía o Templo sob a terra, operamos primeiro em um salãozinho de 4


metros de comprimento por 3 de largura; cabíamos poucos estudantes e o altar ocupava
metro e meio para ritualizar. O Mestre Aun Weor ordenou ampliar o salão, e quando o
salão chegou a 5 metros de comprimento por 4 de largura, quase vem abaixo, devido às
centenas de toneladas de terra e árvores que havia por cima; os irmãos, diante do perigo
iminente de desmoronamento, punham pranchões para sustentar o teto e para sustentar
os pranchões punham fortes vigas de madeira, mas era tanto peso que as vigas que
sustentavam o teto em forma improvisada quebravam ao meio, e também os pranchões.
Eles chamaram o Mestre Aun Weor para conjurar o mal; o Mestre veio e se meteu no
meio daquele perigo e acelerou o trabalho para evitar que o teto caísse. Ele pedia a
Kitichi, Deus da Terra, para trabalhar com os Gnomos e pigmeus, elementais da terra;
invocava à Bendita Deusa Mãe do Mundo, Mãe Natureza, e o teto ameaçava vir abaixo.
Eu acabava de chegar muito cansado, porque fazíamos a pé o trajeto de 9 horas de
subida; os irmãos me comunicaram: "Mestre Medina, ajude-nos a tirar o Mestre do
Templo, que está desmoronando, e ele vai ser esmagado". Fui com eles e ao ver o
Mestre em perigo de morte, também me introduzi no Templo e com ele fiz petições aos
Deuses Elementais; os irmãos cortavam árvores grossas, que arrastavam da montanha e
punham de reforço, mas elas se abriam de par em par. Foi uma luta tremenda, porque o
Mestre não saía daquele perigo e eu não queria deixá-lo só e isto aumentava o desespero
dos irmãos, ao pensar que iam perder seus dois Mestres. De repente o Mestre deu um
"Alto". Todos paramos nossos trabalhos e saímos com ele; o teto não continuou caindo e
nos comunicou: "A ordem é tombar a montanha que há por cima do Templo, depois tirar
a terra com pás e picaretas e mais tarde armar em concreto o teto em forma de abóbada,

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e depois cobri-lo novamente com a terra tirada e plantar arbustos pequenos sobre o
teto". Esta obra levou meses de trabalho, mas foi feita.

Quando chegou a hora de cobrir o teto do Templo, recorri a um amigo arquiteto e


construtor com experiência no ramo para que me fizesse o projeto. Meu amigo demorou
na entrega dos planos e projeto e, em vista da demora, um dos irmãos do templo pediu
aos Mestres da Loja Branca para ser dirigido internamente por eles; foi o irmão Ignacio
Amortegui Valbuena, Abade do Templo e Arcebispo primado da Colômbia, já falecido.
E os Mestres lhe mostraram em visão de Deus como devia fazer o teto: 14 metros de
comprimento por 6 de largura, e o projeto resultou igual ao que fez o amigo arquiteto, a
única diferença consistia em que na planta do arquiteto as varetas de encaixe nas
paredes tinham na ponta um semicírculo para passar outra vareta de uma polegada por
entre todas elas para dar segurança ao teto. Ao perguntar ao irmão Ignacio sobre o
sistema das varetas retas e que entravam nas paredes, me respondeu: "Primeiro temos
custo, e segundo a segurança do nosso está nas centenas de toneladas que estão por cima
do teto, assim nada o levanta jamais".

O Templo sempre permanece resguardado por serpentes venenosas que não deixam
passar os próprios irmãos que querem visitá-lo sem permissão do Abade do Templo.
Elas obedecem ao Guardião do Templo, que lhes ordena abandonar os túneis de entrada
e elas obedecem ao mandato e se escondem sem deixar-se ver; eu mesmo presenciei
estes acontecimentos sobrenaturais. Todo o pessoal do Templo, ao redor do qual existem
muitas serpentes, quando se encontram com uma não a matam, mas a ordenam cuidar
do Templo e elas moram nas proximidades. Quando eu cumpri o jejum de 9 dias e 9
noites no Templo e estando com o Venerável Mestre na Nevada, fui visitado por várias
serpentes; conversei com elas e soube de sua missão. Conheci a Guardiã, de umas seis
polegadas de diâmetro e uns 10 metros de comprimento, cor verde com manchas
escuras e esbranquiçadas.

No Altar do Templo há umas Asas de ouro, presenteadas por um irmão de don Reynel
Florez, destacado Gnóstico de Corinto, Cauca. Esta peça pesa umas 60 gramas. Em uma
ocasião, um jovem que saiu da Gnose e vivia com sua família na Serra Nevada, se
propôs roubar este objeto sagrado; tratou de entrar no Templo à meia-noite e as
serpentes guardiãs do Templo não o deixaram entrar, além dos ruídos que saíam da
terra. Se encheu de terror e regressou; isto contou a familiares que são gnósticos. Quem
sabe quantos outros saíram com o mesmo propósito e fracassaram.

Este Templo pode ser visitado 4 vezes por ano pelos discípulos gnósticos inscritos como
tais e com carnê de membro. Vale a pena anotar que os primeiros carnês que se
outorgaram ficaram sem valor, que já foram renovados e os antigos anulados; não
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obstante, muitas pessoas que renunciaram à Igreja e ao Movimento "esqueceram” de


devolver o carnê de membro e com eles entraram e causaram dano em lugares distintos
ao de sua residência. Alguns jornalistas e locutores de rádio nos propuseram que os
convidasse para fazer reportagens nesse santo lugar, tomar fotografias e dá-lo a
conhecer ao mundo, mas sempre negamos essa petição. Em uma ocasião, autorizamos
um bom amigo pessoal a entrar unicamente no túnel, junto com dois de meus filhos, e a
ordem era andar não mais que 20 metros, e por haver passado um pouco mais dos 20
metros, regressou com uma mortal tarântula na barba farta que tinha. Se houvesse
insistido mais em sua curiosidade, a aranha o haveria picado. A história do Summum
Supremum Santuarium compreende centenas de relatos interessantíssimos, que não
podemos divulgar em obras impressas, mas que relatamos em Terceiras Câmaras. Este
Templo sob a terra já entrou em estado de Jinas para o mundo profano, para que eles
não possam vê-lo.

Um dos acontecimentos mais transcendentais que se verificou no S.S.S. foi o advento


de Samael, fato ocorrido no dia 27 de Outubro de 1953, nove anos antes da entrada de
Aquário, Era que começou exatamente no dia 2 de fevereiro de 1962, às 2 da tarde, e
que se iniciou com um eclipse da Lua.

Às duas da tarde do dia 27 de Outubro de 1953 nos reunimos com Aun Weor, os irmãos
do Templo e 11 Mestres de Mistérios Menores e Maiores, entre os quais recordamos os
seguintes: Aun Weor, Gargha Kuichines, Johani, Paconder, Sum Sum Dum,
Sanfragarata, Pavoni, André, Litelantes, Kefrem, Mon, Zancario Correnza e Tarom. O
Mestre Aun Weor foi deitado sobre uma mesa dura, se fez uma grande cadeia ao redor
dele e em pouco tempo tanto o Mestre Aun Weor como os que o defendíamos,
começamos a receber ataques de todo tipo. O Iniciado de maior grau era Johani (João de
Patmos). Quando os ataques recrudesceram, Johani deu ordem aos Mestres presentes de
esgrimir as espadas e assim fizemos. A cerimônia durou 4 horas e no transcurso dela o
Mestre Aun Weor ficou morto; isto encheu de terror a todos os que presenciamos a
cerimônia. Assistiram os Mestres da Branca Irmandade, Samael deu ordens, uma grande
tensão nervosa nos sacudia a todos, as forças tenebrosas cobriram com vendas negras
vários membros da cadeia, para que não pudessem ver nem trazer recordações. Ao fim,
depois de 4 horas de lutas, o corpo do Mestre se moveu e se obteve o Advento de
Samael. Todos sentimos grande alegria e gritamos simultaneamente: "Triunfamos,
triunfamos!" Música inefável se ouvia nos mundos internos, alegres campainhas
anunciavam o Advento.

Quando o Mestre despertou, perguntou: "Onde me encontro?" E depois disse: "Me sinto
duplo, que me aconteceu?", e balançava a cabeça. Desde este mesmo dia notamos maior
lucidez em suas idéias e conceitos. Algo grandioso havia sucedido em todo seu Ser. Por
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isso, hoje celebramos com grande regozijo esta magna data, 27 de outubro, para que os
povos da Terra recordem a data do Advento do Novo Redentor, do Quinto Anjo do
Apocalipse, do Avatara de Aquário.

(NOTA DA FUNDASAW: O Summum Supremum Sanctuarium já não existe mais


fisicamente, hoje em dia (2002). O local em si, sim, existe, em Santa Marta,
Colômbia, mas, o Templo aqui mencionado já entrou em Quarta Dimensão, em
estado de Jinas. Ficou apenas o esqueleto morto do templo, a parte material do
templo em si, local esse profanado inúmeras vezes, depois do desencarne do Mestre
Samael, por gente gananciosa, traidores e adeptos da doutrina do ódio, criada por
supostos continuadores da obra samaeliana. Portanto, que nosso querido leitor não
perca tempo correndo atrás de restos abandonados de um passado glorioso e
áureo).

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CAPÍTULO X - MEU PROCESSO INICIÁTICO

Como já comentamos, no ano de 1952 se fundaram centros de estudo em Barranquilla e,


em 1953, Lumisiais e Ritos. Semanalmente ia a Barranquilla, saindo às sextas feiras nos
barcos que faziam o trajeto de 8 horas durante a noite, e regressava nas segundas feiras
à noite, porque nos domingos não havia tráfego. Verdadeiras calamidades me
aconteciam nestas viagens semanais, sem meios de transportes de minha parte; então eu
vivia da insignificante venda dos livros do Mestre que havia editado e de alguns saldos
da distribuição de café que não aceitou a empresa cafeeira que representei por 18 anos
consecutivos. Estes escassos recursos apenas serviam para os gastos mais urgentes.
Tinha que viajar a Barranquilla como "pato", nome que designava os viajantes que não
pagavam passagem. Eu era amigo de contadores e capitães dos barcos, pois viajava
neles por mais de 18 anos consecutivos; um dia qualquer, houve troca de contador e eu
viajava de "pato", o novo funcionário se deu conta de que vários passageiros não tinham
bilhetes e ordenou em voz alta: "Os patos que vão no barco se coloquem neste canto".
Eu fui o primeiro "pato" que saí, o que produziu murmúrio entre todos os que me
haviam conhecido como comerciante próspero e depois me viam em toda aquela
humilhação, que eu sofria com estoicismo. As velhas amizades se foram desmoronando
e as novas não apareciam. Chegava a Barranquilla e tinha que ir até a casa de minha
irmã Ana Rita a pé, até a rua 79, no Alto Prado, ou seja, um trajeto de 79 quadras com
suas respectivas ruas, um trajeto de 8 quilômetros mais ou menos. Algumas vezes à
noite me trazia meu cunhado, o esposo de minha irmã, outras ia a pé até o centro da
cidade, a 70 quadras do Alto Prado. A irmã gostava muito de mim, mas jamais lhe
ocorreu oferecer-me ajuda alguma para meu deslocamento.

Num 27 de outubro, devia fazer um Ritual com muita assistência, havia festa no
Lumisial e o Mestre me pediu para não deixar de comparecer a esse Ritual. Era mais
que obrigatória a minha presença em Barranquilla na noite dessa sexta-feira. Fui
despedir-me de minha esposa, mas ela não se deixou beijar, mas me segurou pela
camisa e me disse chorando: "Não irás a Barranquilla, não permitirei". Eu, sem 5
centavos no bolso, assustado porque soube desde cedo que só havia um barco no porto e
que por isso havia congestionamento de passageiros; se não chegasse às 7 da noite seria
difícil chegar essa noite. Pedi à minha esposa que me soltasse, e ela chorando me disse:
nessa religião em que estás, pode um marido deixar sua esposa e filhos sem ter com que
tomar o café da manhã?" E lhe respondi com firmeza: "Não deves fazer isso". Então ela
me disse: "E por que você quer fazer?" Eu sempre havia deixado à minha esposa o
necessário para os três dias em que ficava ausente, mas para esse 27 não pude levantar
um centavo. Pedi ajuda a meu Pai interno com toda minha alma e meu coração, e Ele
me a deu. Falei a Dilia em forma convincente: "Te asseguro que antes que amanheça
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terás os meios para que tu e teus filhos possam comer". Ela me soltou e caiu chorando
sobre uma cadeira, ao pé do saguão de nossa casa. Eu saí cambaleando, meio tonto,
meio sonâmbulo, eram 8 da noite, o barco já deveria ter saído há meia hora. Depois de
15 minutos cheguei a Porto Novo e quando vi o barco senti grande alegria, mas vi muita
gente fora do barco, que estava cheio de soldados e policiais, não deixavam ninguém
entrar no barco, havia uma superlotação de 200 passageiros. Ali soube que mais de 150
pessoas ficaram de fora. Implorei novamente a meu Pai bem-amado e veio falar comigo
um amigo de Ciénaga e Presidente do Tribunal Superior em Santa Marta; este amigo me
prometeu ajudar-me, falou com o Tenente do Exército e pude entrar. Já no barco,
respirei um pouco. De repente, vi que a polícia estava tirando passageiros do barco e
pedi ao doutor amigo que me pusesse no camarote enquanto passava a polícia; abriu seu
camarote e ali entrei. Uma hora depois, a polícia revistava todos os camarotes e punha
para fora os passageiros que não estavam na lista, em meio de grande alvoroço. Eu
fiquei de joelhos, pedindo a meu Pai e a minha Mãe que me salvassem, que me
permitissem assistir ao Rito desse 27; a angústia me dominava. Quando chegaram ao
camarote do Magistrado e o iam abrir, chegou o capitão do barco e disse que esse
camarote era do Dr. Rovira Bolano, Presidente e Magistrado do Tribunal Superior de
Santa Marta; a polícia obedeceu, não abriu o camarote, e eu chorei de alegria
agradecendo a meu Pai por tanta deferência. Houve nesse 27 um Ritual de Missa
Gnóstica muito belo, os irmãos ficaram contentes; no dia seguinte me levaram ao barco
e me compraram um camarote. Quando voltei para casa na terça às 5 da manhã,
encontrei minha mulher menos angustiada que no dia em que saí para Barranquilla, em
seguida lhe perguntei: "Recebeste ajuda?" E me disse que o índio Francisco, Arhuaco da
Serra Nevada, havia aparecido às 5 da manhã, pedindo desculpas pela hora e lhe havia
entregado 50 pesos que me devia. Pela manhã, apareceu um administrador que tive no
sítio "Dilia Esther”, onde plantava café, e me contou que havia se encontrado com o
índio Francisco: "Encontrei-o às 4 da manhã na pensão “A Taça de Ouro” e lhe disse:
“Já vendeste o sítio, já pagaste ao patrão os 50 pesos que ele te emprestou?” E o índio
disse: “Será outro dia, porque às 6 saio para Colonias (Serra Nevada) e não vou
incomodar este senhor a esta hora”. E eu lhe respondi: “Quando alguém toca em uma
casa para pagar, não incomoda ninguém". E assim meu amigo saiu com o índio para
minha casa, para cumprir uma ordem sagrada, a de cumprir a mensagem recebida por
mim para minha esposa, de que antes que amanhecesse já teria os meios para o sustento.
Cinqüenta pesos hoje representam cinqüenta dólares, ou seja, 2.500 pesos.

No ano de 1953 eu já havia perdido todos os bens que tive antes de entrar na senda, e
então os irmãos da Serra não dispunham de mulas para transportar-se, assim que tanto o
Mestre como minha pessoa fazíamos o trajeto de 20 quilômetros a pé para subir ao
Summum. Geralmente subia levando ao ombro uma muda de roupa completa, uma
barraca e uma manta de algodão, botinas, etc. Tudo isto tinha um peso de 16 libras. O
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irmão Ignacio Amortegui e os demais de sua casa me diziam que deixasse a barraca e a
manta para não subir com tanto peso. Um dia qualquer, choveu em todo o caminho e
quando cheguei ao Summum Supremun Santuarium, a mochila pesava mais de uma
arroba, cheguei sem fôlego e fiquei curado, não mais barraca, mantas, sapatos, nem
coisas supérfluas.

Ali na Casa do Peregrino tive grandes experiências. Em uma ocasião subi com um
intelectual formidável; havia lido centenas de livros espiritualistas, conhecia de
memória muitíssimos Mestres. O Mestre se encontrava em um ângulo da Casa do
Peregrino, estava descansando dentro de sua barraca, sentados estávamos meu amigo
Hernando e minha pessoa. Nossa conversa tratava sobre Aun Weor, meu amigo
Hernando me sustentava que ele era um copista, que tudo o que dizia já haviam escrito
outros autores. Eu rebatia, mas me faltava bagagem, leitura desses autores que ele
conhecia. Ao ver que o amigo, douto em leitura, me dominava com sua erudição, me
dirigi ao Mestre: "Mestre, estão te atacando e você não me ajuda a defendê-lo, que
opina?" E me respondeu: "Estou ouvindo um par de teimosos que querem esmagar um
ao outro; nesta classe de controvérsias não me meto, nem me interessa". Ao ver que ao
incriminado não interessava a disputa, optei por calar-me também. "Quando um não
quer, dois não brigam", reza o dito.

Eu perdi a casa onde atendia os meus negócios, pela soma de 12.000 pesos, preço que
me havia custado 10 anos antes, mas na época que a perdi já valia 30.000 pesos. A
empresa que a tirou buscou os serviços de um advogado com grande influência entre os
juízes da época, e lhe pagaram 2.000 pesos para obter um despejo judicial, que nessa
época só custava 200 pesos. Eu procurei um amigo advogado de grande estima e pude
viver 24 meses extras na casa. Eu briguei porque era um despojado, não um inquilino
qualquer. Em umas férias judiciais (20 de Dezembro a 20 de Janeiro) fui com minha
esposa e filhos a Barranquilla para descansar, sabendo que a casa esperava um mês por
questão de férias judiciais. Aos 15 dias mais ou menos de estar com minha esposa
descansando, me chegou um expresso da Serra Nevada. O Mestre mandou um papel
para Julio Medina V., em que se me dizia o seguinte: "Se ordena a Julio Medina V.
trasladar-se imediatamente a Ciénaga, porque C.B. e o governo querem arrasá-lo". Eu
mostrei à minha esposa o papel, ficou nervosa e me pediu que regressasse a Ciénaga, o
que fiz imediatamente. Cheguei à casa de Ciénaga às 6 A.M., parei na esquina do
edifício e logo passava meu amigo e companheiro de trabalho no sítio "Dilia Esther",
Héctor, um experiente cafeicultor; se alarmou ao ver-me em Ciénaga, pois sabia que
estaria fora durante um mês, me perguntou os motivos do regresso e lhe mostrei o papel
do Mestre, ele o olhou, sorriu e me disse em forma amistosa: "Don Julio, você acredita
nestas coisas?" E lhe respondi: "Já são muitas as vezes que este amigo me salvou", e
depois de ouvir isto seguiu sua rota para tomar o trem que saía para Santa Marta às 7
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A.M. De repente, se lembrou que havia deixado em sua casa os documentos que o
levavam a Santa Marta e voltou para pegá-los. Ao regressar, a esposa lhe serviu o café
da manhã, que não havia tomado, e esta demora fez que voltasse a sair pouco antes das
8 da manhã. Passando em frente à minha casa, viu chegar dois carros de polícia, um
inspetor de polícia e o advogado C.B., se lembrou do papel que lhe mostrei e parou. Viu
o inspetor descer do carro, e também o secretário e o advogado do despejo, tocaram na
porta e como ninguém abriu, colocaram um papel sobre a porta. Héctor se aproximou e
o leu: "O Inspetor Permanente, em vista de que se tocou e não abriram esta porta,
procederá dentro de 15 minutos a abrir por meio da força pública". Meu amigo correu à
casa de meus sogros onde pensou que eu estaria tomando o café da manhã, e por uma
janela da casa me chamou discretamente e me disse: "É verdade o que disse seu amigo,
o mago, já vai arrombar a porta um inspetor de polícia".

Imediatamente regressei com ele. Estávamos a duas quadras de distância e na mesma


rua, próximo à minha casa, ficava meu advogado que acabava de mudar-se, pois
anteriormente vivia a umas dez quadras dali. Perguntei pelo doutor e a moça, que era
conhecida, me respondeu: "Ele ia hoje na madrugada para Media Luna (povoado a 150
quilômetros de distância), mas teve que ficar devido a que surgiu uma novidade e foi na
farmácia para comprar os remédios que o médico lhe receitou". Eu recomendei à moça
que logo que chegasse o doutor, meu advogado, o enviasse a minha casa, que ficava na
diagonal e na mesma rua, e corri para abrir a porta para o inspetor, antes que abrissem à
força. Quando cheguei, só faltava um minuto, abri as portas, entrou primeiro o inspetor,
logo a polícia e atrás o advogado da outra parte, que ao entrar no edifício disse em voz
alta: "Tomo posse deste bem em nome de meu cliente, don C.V. da cidade de
Barranquilla" e ao mesmo tempo se ouviu outra voz que em tom alto disse: "E eu me
oponho como advogado do senhor Julio Medina V., para que não seja despojado de seu
bem, já que por este edifício se encontra uma demanda na Corte Suprema de Justiça.
Ademais, não é um simples inspetor de Polícia o chamado a cumprir com esta questão,
mas um juiz da República, e estando estes em férias judiciais, não se pode levar a cabo
este ato". Todos nos viramos e era meu advogado, ex-magistrado do Tribunal Superior,
e dirigindo-se ao doutor C.B., disse: "Eu o acusarei perante o Tribunal Superior por este
atropelo de introduzir-se em uma casa privada valendo-se de um inspetor de polícia, o
qual não tem culpa por não ser um advogado como você". Já dentro se acordou que só o
julgado, ou a quem este comissionasse, podiam fazer a diligência de despejo. Voltaram à
atividade os juízes e voltou o advogado C.B. para obter o despejo. Eu, como disse
anteriormente, não me sentia como um inquilino qualquer senão como um despojado, já
que a casa era minha e me foi tirada por menos da metade do valor real. Chegou o dia
do novo despejo. Eu sabia que nos lançariam à rua, minha esposa e filhos e os móveis
de minha casa. Chegaram a um acordo o juiz, os dois advogados e minha pessoa, e me
deram 24 horas para mudar-me. Um vizinho me ofereceu sua casa para guardar os
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móveis, o que agradeci, mas de minha casa vi que na outra quadra alguém saía com seus
móveis da casa do doutor C.A, grande amigo, falei com esse patrício e me respondeu:
“Não sabia que estavas com este problema, podes já trazer teus móveis e tua família". E
nessa mesma tarde nos mudamos para a casa que acabavam de desocupar.

Eu seguia ordens e instruções da Branca Irmandade. A Venerável Loja Branca sempre


me guiou e meu Guru jamais me abandonou. Ao mudar-me para essa nova casa, devido
a que os meios de subsistência se esgotaram, pedi aos Amados Mestres a forma de
subsistência para pagar o mais indispensável, e essa noite me vi em uma oficina de artes
gráficas, fazendo trabalhos para o público. Lembrei-me de que quando tinha 23 anos fiz
um curso de serigrafia, e de imediato pensei em montar uma pequena gráfica, por serem
escassos meus recursos. Percebi que aquela arte havia progredido muito e que meus
trabalhos seriam grosseiros e rústicos, mas comecei. Fiz propagandas a alguns
comerciantes, políticos e particulares. Pedi ao céu ajuda e um dia qualquer me visitou
um jovem estampador de tecidos e lhe comprei um novo sistema de estampados pelo
sistema fotográfico. Aprendi a manejar as emulsões para os cartazes e aumentei o raio
de minha atividade; com as entradas que produzia sustentava os gastos da Gnose e
alimento e colégio dos filhos.

No ano de 1954, a empresa que me perseguia trouxe um juiz de Bogotá, o que soube de
forma ocasional. Um dia qualquer, meu vizinho, Dr. N.H., me contou: "Julio, vão te
colocar na cadeia". Perguntei-lhe: "E como você soube?" Ele me respondeu: "Tenho um
grande amigo em Valledupar que me contou que foi passar o carnaval em Barranquilla e
estando no Hotel do Prado se encontrou com um advogado amigo, que bebia e gastava
muito, e lhe perguntou o que fazia por lá e ele respondeu: venho para prender o Sr. Julio
Medina V. de Ciénaga, a quem não conheço, mas a empresa que me contratou me paga
todos os gastos no hotel". Meu amigo, o Dr. H., ao saber disso, disse ao informante: "Se
trata de um bom amigo, e vou contar isso a ele imediatamente". Assim foi, me chamou e
me contou tudo. Depois do carnaval chegou o tal juiz, se instalou em Santa Marta, veio
a Ciénaga, me tomou declarações e me mandou prender. Todos os meus amigos diziam
que eu devia esconder-me mas eu só obedeci à minha consciência. Sabia que era um
Iniciado de Segunda de Maiores e que essa Iniciação traz prisão, para que se cumpra o
preceito Bíblico com a decapitação de João Batista: Para que Herodias dance com a
cabeça de João Batista. E assim se cumpriu. Ao ser preso, em toda a região onde tive a
distribuição se falou de mim: Herodias (a humanidade) dançava com minha cabeça
lacerada e sangrando. Fui posto na prisão de sumariados, quando deviam colocar-me na
prisão de detidos, mas não foi assim. Em exatos 90 dias o Tribunal Superior de Santa
Marta decretou minha saída por não existirem as provas da acusação. Tudo isso foi parte
de meu Processo Iniciático. Durante o tempo que estive preso, dei ensinamentos a meus

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amigos presos. Falei-lhes da Castidade Científica, da melhora de nossa semente, de


evitar os filhos da fornicação, e tudo aquilo produzia naqueles presos grande comoção.

Dias antes de ser preso, me foi mostrado em visão de Deus o seguinte: ia num
automóvel subindo uma encosta, comigo iam os personagens que tomaram parte no
drama de levar-me à cadeia, o juiz que ordenou minha detenção dirigia o carro, de
repente o automóvel capotou, ficou de cabeça para baixo e o único que conseguiu sair
fui eu. Todos os demais morreram. Ao longe via uma porteira de cerca aberta. No lugar
do acidente chegou um irmão meu que é advogado e me ofereceu seu carro para sair
dali, mas não aceitei, o carro de meu irmão saiu pela cerca aberta, que imediatamente se
fechou. Eu desci pela encosta que antes subiu o carro do qual só eu me salvei e cheguei
a uma quebrada; nesse lugar havia uma planície cheia de arbustos, de samambaias e de
grama, me sentei em um banco rústico e de repente senti alguém às minhas costas, virei
e vi um homem negro que esgrimia um punhal para cravá-lo nas minhas costas; ao ver-
se descoberto disse: “Me enganei", sorriu e se foi. Refleti sobre todo o visto e vivido e
me dei conta que estava detido e em perigos. Todos os que iam no automóvel
efetivamente morreram, a maioria com câncer na língua, 2 por acidente e outros com
enfermidades penosas. Também foi morto à bala em sua própria casa o juiz que
trouxeram de Bogotá para prender-me.

Enquanto estive preso me via internamente em roupa íntima, o que indicava que
continuaria preso, já que com essa roupa não é prudente sair à rua. De fato, sabia que
continuaria privado de minha liberdade. Centenas de amigos me visitavam e eu os
atendia como sempre, com meu virtual modo de ser. Um dia qualquer recebi uma
cartinha de minha esposa em que me pedia que quando meus amigos me visitassem, que
ficasse com a cara triste, porque eles chegavam a Ciénaga dizendo que parecia que eu
estava acostumado, porque tinha cara de carcereiro e não de preso. Efetivamente, eu
permanecia heróico e cheio de força e vida porque sabia que estava cumprindo uma
dupla missão. A primeira pela Segunda Iniciação de Mistérios Maiores, a qual traz
cadeia, e a 2ª por petição de meu Guru. Quando escrevi, no ano 1950, o prefácio
sociológico de "A Revolução de Belzebu", falei sobre as prisões e o Mestre me disse:
"Muito bem, mas agora te tocará comprovar o que disseste por informes e histórias,
agora terás que verificar todos esses dados", e assim foi.

Chegou um momento em que se recrudesceram os obstáculos. O Presidente do Tribunal


Superior era um amigo nosso. Dilia falou com ele para saber quando o Tribunal
estudava meu caso e nosso amigo lhe respondeu: "Dilia, o assunto se resolverá fazendo
um julgamento privado para que a imprensa não fique sabendo". Minha esposa me deu a
notícia chorando e desanimada, mas eu lhe disse: "Vamos ver o que dizem meus amigos
do céu". Nessa noite invoquei e consultei os Amados Mestres que me guiam e pela
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manhã lembrei o que me mostraram em visão de Deus (algo parecido ao sonho natural):
me vi revestido com meus trajes sacerdotais em meio de um Ritual onde havia muita
gente; ao não ver-me em roupas de baixo como antes, me dei conta de que meu tempo
de cadeia estava cumprido. Escrevi a Dilia dando-lhe a boa nova, regressou ao Tribunal
e lhe disseram que meu caso estava sendo estudado pelo Magistrado Dr. Bermudez,
homem de exímias virtudes, correto jurisprudente, e que isso levaria pelo menos um
mês. Novamente se sentiu defraudada. Em vista do fracasso, pedi assim ao Sacratíssimo
Espírito Santo: "Senhor Jehová dos Exércitos, tu que és o dador de vida, a ti clamo e
suplico me dês a conhecer se já devo sair desta prisão, mas te suplico me indiques como
se fala ao homem comum e corrente, não em chave, mas em forma clara e simples", e
assim aconteceu. Mais ou menos às 11 e meia do dia chegou um advogado amigo de
Ciénaga e me disse: "Don Julio, pela primeira vez em minha vida, não vou guardar um
segredo profissional", guardou um pouco de silêncio e depois me disse: "Antes de 24
horas já estarás fora desta injusta prisão, à qual te submeteram" e se despediu sem
comentário algum. De imediato mandei um recado à minha esposa, dizendo-lhe: "Dilia,
antes de 24 horas estarei livre, pode haver trovões, terremotos ou partir-se o mundo em
dois, mas já chegou a hora de sair, o Senhor Jehová mandou um emissário para me
comunicar isto. Teu Julio". Ela leu a cartinha, mas diante do comunicado do Presidente
do Tribunal, ficou desconcertada. Em minha casa, a Loja Branca pôs de guardião um
irmão muito querido por nós. Este irmão, hoje separado de nossas instituições por
problemas particulares, Marquitos, como carinhosamente o chamavam em minha casa,
disse à minha esposa: "Senhora Dilia, deves crer no que lhe disse o Mestre, o resto não
leve em conta". E nesse mesmo dia, uma Sexta feira, ela foi, acompanhada de
Marquitos, ao Tribunal Superior. Ali, um jovem de Ciénaga que trabalhava no Tribunal
disse que o assunto havia saído favorável e estava a assinatura do Magistrado; que o Dr.
Bermudez e mais dois haviam assinado e que voltasse no dia seguinte, sábado, que já
teria a ordem. Dilia me comunicou que no dia seguinte, sábado, estaria em Santa Marta.
Voltou ao Tribunal no sábado às 10 da manhã e encontrou tudo fechado; perdidas as
esperanças de minha saída, se aproximou da cela toda desanimada, e lhe pedi que
esperasse minha saída em Santa Marta, e depois Marquitos me contou que Dilia lhe
disse: "Pobre Julio, está desesperado para sair"; e Marquitos lhe deu ânimo para esperar.

Momentos depois o empregado do Tribunal chegou à prisão com a ordem firmada por
todos os Magistrados, eram 12:30 e o diretor da cadeia, ex-sargento do Exército, estava
retido involuntariamente, já que ele ia sair às 10 da manhã para um pequeno sítio onde
pensava passar o fim de semana com sua esposa e filhos. O oficial de serviço na portaria
lhe disse: "Sargento, está saindo um preso por ordem do Tribunal Superior", e ele
respondeu: "Se eu não pude sair, muito menos sairá um preso, deixe isso para a
Segunda-feira, que estarei de volta." Em 10 minutos mais pôde resolver seu impasse e
perguntou ao oficial: "De quem se trata?" E lhe respondeu o Oficial de Guarda: do Sr.
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Medina de Ciénaga" e de imediato respondeu: "Dê-me o boleto para assinar e chame-o à


portaria". Tão logo me chamaram, acudi com maleta em mãos à portaria. O sargento,
em tom amistoso, me disse: "Quem lhe avisou que ia sair?". Isso os espantou um pouco,
me chamaram um táxi que logo chegou. O Diretor me perguntou se já havia almoçado e
eu lhe respondi: "Almoçarei com minha esposa que está me esperando". O chofer
escutou isto, que eu ia almoçar em um restaurante de Santa Marta. Eram 13:15 da tarde
e o chofer me perguntou para onde iríamos e eu lhe respondi: "Onde você quiser", e saiu
direto para um restaurante do centro da cidade; lhe pedi que me esperasse, entrei no
restaurante e fui direto a um reservado, empurrei a porta, e ali estava almoçando Dilia
Esther, minha senhora, com don Marcos Hortúa. Quando eles me viram, se
surpreenderam. Minha senhora começou a chorar pela emoção e me perguntou: "Hoje é
sábado, como pudestes sair?" E lhe respondi: "Nas coisas do céu os homens não
mandam, e aqui estou". Pelo caminho lhes contei o que aconteceu.

Ao regressar a Ciénaga, todos os meus amigos se alegraram. Meu bom amigo, o Dr.
José Ramón Travecedo foi muito leal comigo e conheceu minuciosamente minha longa
peregrinação e me defendeu no círculo de suas amizades. Ele sempre esteve atento e
conheceu e falou com centenas de peregrinos que chegaram com ânimo de conhecer-me
pessoalmente e outros com ânimo de conhecer o Corpo de Doutrina dos Gnósticos, com
o Avatar de Aquário à cabeça, V.M. Samael Aun Weor. O Dr. Travecedo sempre deu a
conhecer e declarou: "Não sou Gnóstico, mas admiro o trabalho de Julio Medina V."
Para ele, como admirador externo, dedico neste livro, para a posteridade, meus
agradecimentos e minha estima. Ele conheceu e falou com o Mestre Samael e foi amigo
pessoal, mas sem ser seu seguidor. Hoje, o Dr. Travecedo segue a linha dos
Carismáticos, onde encontrou alívio e guia na peregrinação de sua existência.

Atualmente, a Igreja e o Movimento passaram por uma tremenda sacudida. no


Congresso de Caracas, agosto de 1978, foi lida por ordem da Venerável Loja Branca a
carta de 4 de julho 1964, a Carta de Sucessão, carta que se manteve em absoluto
segredo durante 14 anos. Dois Iniciados cumpriram sua palavra de honra: Samael Aun
Weor, que em seu leito de doente, diante das constantes perguntas de sua esposa sobre
sucessão, guardou silêncio; assim como o V.M. Gargha Kuichines, que não deu a
conhecer esse documento, nem sequer a sua esposa e filhos, nem a seus leais
companheiros de trabalho, nem a seus mais fiéis discípulos. Esse documento só se devia
conhecer no Congresso de Caracas para que se cumprissem duas grandes predições do
Avatara de Aquário: "Eu estarei presente no Congresso de Caracas, custe o que custar".
E ali esteve por meio de seu Representante Legal, o Venerável Mestre Gargha
Kuichines; e "o congresso de Caracas fará estremecer o mundo". Efetivamente, fez
estremecer o mundo Gnóstico com os representantes de 23 nações que compareceram
ali. Este Congresso foi encerrado instantaneamente por dona Arnolda Garro de Gómez,
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mas apesar de tudo o Congresso de Caracas continuou com sua imensa maioria, até a
data designada pelo Avatara de Aquário: 19 de Agosto de 1978. Em reposta a este
Congresso, em outubro deste ano foi tomada a Sede Central em Ciénaga, Magdalena, de
surpresa e fora da lei; e imediatamente se lançaram Decretos descabelados por parte dos
usurpadores, tais como:

1°. Estabelecer que os edifícios da Instituição passavam a ser dos grupos que os tinham
para cerimônias, reuniões e instrução.

2°. Se suprimiram as cotas de admissão e regulamentares, e

3°. Se suprimiam os Ritos das Instituições.

Se isto se houvesse cumprido, se haveria acabado com as Instituições Gnósticas por


muito tempo. Mas Samael, desde os mundos internos tomou medidas e restabeleceu a
ordem moral social: "Quando o mal triunfa e o bem sucumbe Deus intervém para
restabelecer a ordem social”. No 1° de fevereiro de 1980, só a 3 dias do começo do
curso de Executivos que cada ano se oferece aos irmãos da senda (homens e mulheres),
se apresentou don Joaquín Amortegui em companhia dos mesmos usurpadores que se
apoderaram da Sede Central e tomaram o Sumum Supremum Santuarium da Serra
Nevada, portanto o pessoal que começava no dia 14 de Fevereiro o novo curso foi posto
em debandada. Este grupo de reincidentes no delito se fizeram reconhecer pelo Inspetor
de Polícia de San Pedro, distrito de Ciénaga, região da Serra Nevada, como legítimos
donos do Movimento Gnóstico e o inspetor junto com dois agentes de polícia invadiu
aquele lugar santo. Dali foram tirados por decreto da Prefeitura de Ciénaga, tal como
foram antes, quando tomaram também de surpresa a Sede Central. Já se lhes fez prestar
uma fiança ante o Governo Nacional para evitar que sigam cometendo despropósitos e
danos ao Movimento Gnóstico. Amortegui havia informado a seus áulicos que o S.S.S.
era um antro de magia negra e os seus aplaudiram esta notícia, mas depois ele vai e se
apodera do Templo; mas seus sequazes não compreendem essas alternativas e
mudanças. A eles só interessam os bens da Instituição.

Em meio de todo este processo, também saiu um texto de habilidosíssimas más


intenções, de uma urdidura fascinante, do professor senhor Jorge Vélez Restrepo, contra
o Venerável Mestre Gargha Kuichines e o senhor Julio Medina Vizcaíno. O senhor
Vélez estava seguro de que o Movimento e a Igreja cairiam nas mãos de profanos e
acreditou dar o golpe de misericórdia nos dirigentes legais e designados pelo Avatara de
Aquário. Cada um desses dirigentes tem suas respectivas nomeações de punho e letra do
Venerável Mestre Samael Aun Weor, e por algo seria. De imediato dou a conhecer as
artes cênicas do senhor Vélez, um maravilhoso malabarista. No dia 3 de Outubro de
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1977, o V.M. Samael me designou como Chanceler Geral e Único Plenipotenciário para
todas as nações do mundo. Depois disso, visitei os Estados Unidos, ali estive em Miami
e New York, e nas duas cidades me mostraram cartas do professor Vélez denegrindo
minha pessoa; diziam que eu era um Mestre caído, que era um hannasmussem de
terceiro grau, um irredento, parodiando as investigações internas de Joaquín.
Encontrando-me em New York, fui convidado pelos irmãos Gnósticos do Canadá; o
malabarista se encontrava no Canadá e de imediato me dedicou a prece que inserimos
aqui, tal como a difundiu:

Me enviou cartas belíssimas, colocando-se às minhas ordens, mas soube guardar


silêncio. Ele relata, em seu livro histórico de esquerdas, que eu curei um neto seu em
Guadalajara (México), e relata à sua maneira a cura, mas faz notar que eu, para andar
ausente do Mestre e Diretivos, abri em meu quarto do Hotel Marriot de Guadalajara um
consultório para ganhar seguidores. Por ordem superior, atendi ali a muitos devotos do
sendeiro e foram curados, entre eles o mencionado neto do amigo Vélez Restrepo.
Recordo que os fatos ocorreram assim: ao tomar o elevador para voltar ao meu quarto,
acabava de acontecer um grave acidente, uma criança havia caído do 2° andar do Hotel
Marriot de uma altura de 6 metros, o menino ficou desvertebrado e um gemido de
lamento saía de seu corpo exânime; dona Olga Varela se dirigiu a mim e disse: "Mestre,
salve-o". Eu a atendi, sobretudo quando vi que se tratava de um neto do senhor Vélez
Restrepo; levei-o ao meu quarto, trabalhei com os Anjos Siderais e os Anjos Elementais
da Natureza, com o Arcanjo São Rafael e com os Mestres da medicina: Paracelso.
Galeno, Hipócrates, Huiracocha, Hermes Trismegisto, o Anjo Adonai, etc. Ajudou-me
neste trabalho o irmão Rodolfo González com cadeias circulantes e oscilantes especiais,
decisivas na cura. Quando terminamos, meia hora depois, o menino falava e à noite
corria e brincava alegremente pelo saguão do Marriot. Aquela foi uma cura divina,
surpreendente. O senhor Vélez, relator do fato, desconhece o trabalho do irmão
González, e com baixeza não disse de onde caiu aquele menino e relata como um fato
sem significação: "A ingratidão é a moeda com que paga o diabo", nos foi ensinado.
Quando o senhor Vélez dirigia um jornal Posclista em Medellín (Colômbia), recebi uma
carta sua solicitando-me um empréstimo de 10.000,00 pesos, que eu não tinha, e assim
lhe comuniquei; então se dirigiu ao Venerável Mestre no México e o Mestre me pediu
que o ajudasse, para que saísse o jornal do Poscla, e por isso eu peguei emprestado em
meu nome 5.000,00 pesos e os enviei, manifestando que os consegui como empréstimo,
para que ele me devolvesse esse dinheiro. Ele respondeu que estava disposto a pagar,
tão logo cobrasse as assinaturas do jornal. Dez meses depois recebi uns tíquetes com as
cores da bandeira do Poscla, que valiam 5.00 pesos cada um, como contribuições para o
Poscla. Me mandou 2000 tíquetes com uma carta muito objetiva onde me dizia que
assim me pagava os 5.000,00 pesos que lhe havia emprestado e que ficava um saldo de

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5.000,00 pesos a seu favor, para que eu pagasse; lhe emprestei e saí lhe devendo, isso
faz uns 8 anos. Sem comentários.

De meus processos Iniciáticos do início recordo que depois de passar a Prova do


Guardião do Umbral, que é o Satã de cada um, o chefe de todas as legiões satânicas
internas, fui levado por meu Mestre Instrutor a um grande Templo nos Mundos Internos;
havia um grande balcão de madeira, como têm as entidades bancárias. Acompanhado de
meu instrutor, chamamos tocando sobre o balcão; logo saiu, à maneira de frade, um
devoto daquela loja. O Mestre Aun Weor solicitou que lhe fosse mostrado o livro de
inscrições onde estava o nome de Julio Medina V., e trouxeram um pesado livro onde
estavam registrados os nomes dos membros dessa loja. Ali estava o nome de Julio
Medina V.. Sem perda de tempo, o Mestre me ordenou apagar meu nome deste livro, eu
o apaguei imediatamente e manifestei que já não pertencia a essa escola, e então fui
ultrajado por esse monge tenebroso. Dias depois, me encontrei internamente com o
professor Cherenzi Lind; que me insultou e disse palavras ofensivas de grosso calibre e
mortificantes. Eu guardei sempre muita prudência. Assim apaguei meu nome daquela
instituição anticristã. Depois fui expulso fisicamente dessa instituição e apontado como
elemento perigoso para qualquer instituição espiritualista, como já contei em um
capítulo anterior. Ali se disse que me levantei com fundos da instituição, quando eu
jamais fui tesoureiro, nem controlei fundos; o tesoureiro era um irmão do interior do
país. Assim como no passado fui expulso das lojas de Cherenzi, agora na luta pela
limpeza de nossas instituições, também fui expulso pelos grupos dissidentes de don
Joaquim e de dona Amolda, do México e Colômbia. E eles espalharam a história de que
Cherenzi mandava buscar-me, como aluno que havia sido dele. Ignoravam que o
professor Cherenzi morreu faz mais de 12 anos.

Recentemente, encontrando-me na Cidade de Porto de La Cruz, na Venezuela, em


companhia de 4 Iniciados, 2 colombianos e 2 venezuelanos, e outro oriental, vimos em
visão de Deus como a Loja Branca ordenou castigo para todos aqueles que se
sublevaram contra as ordens de Samael ao não aceitar a ordem Teocrática de Sucessão
que manterá nossa Igreja em toda a Era de Aquário. A ordem de nossa Igreja não será
hereditária, como os governos humanos, mas pela ordem Teocrática, que é a Ordem
Divina.

Faz pouco o ódio se estendeu em forma funesta entre os não preparados, deixando o
passo livre às novas gerações de Aquário. O Avatara foi remisso para dar este
conhecimento antes da destruição da 5a. raça Ária, mas aceitou a missão pelo fato de
que se podia semear a semente da Gnose em nossa atual civilização, e nisso estamos. O
Mestre Gargha Kuichines, com a doutrina do Amor, conduz o povo Gnóstico, como o
grande Mestre Ghandi, na Índia milenar, com a doutrina do A-Himsa (não resistência ao
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mal), liberou a Índia sem derramar uma só gota de sangue. Saibam os sublevados que o
maior poder do Universo é o poder do Amor...

Os traidores surgem desde nossas filas, mas também surgem homens e mulheres de
Thelema, que junto conosco libam a taça amarga da traição e a contumélia.
Penosamente seguimos avançando, povoado por povoado, em luta contra as trevas e os
eus satânicos que dirigem e governam os habitantes deste mundo. A Revolução de Bel
segue sua marcha e os Filhos da Luz serão invencíveis. O Patriarca II tomou o mando e
Samael lhe entregou o Cetro de Poder e a Espada da Justiça Cósmica, para dirimir e
justiçar, para vencer e dirigir, para reunir e aglutinar o povo Gnóstico e mostrar-lhe o
caminho a seguir.

(NOTA DA FUNDASAW: Efetivamente, os fatos ocorreram como aqui é relatado.


Depois de muita busca acabamos recebendo cópia da carta priginal escrita pelo
Mestre Samael, em 1964 nomeando ao Mestre Gargha Kuichines como seu
sucessor. Em dezembro de 2000 fomos pessoalmente a Colombia, a cidade de
Medellin, e nos reunimos com o sucessor espiritual do Mestre Garegha Kuichines,
agora nomeado III Patriarca Gnóstico, dando sequencia à ordem sacerdotal.
Trata-se do V. M. Igazan Bindu. Todos esses fatos estão detalhados em nosso
MEGA PORTAL GNOSTICO www.fundasaw.org.br Enquanto isso, os
criadores da doutrina do ódio já desencarnaram e suas instituições, despedaçadas
por inúmeras divisões internas).

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