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MPI—Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente Ano 4, N.

º 14

BOLETIM Novembro de 2008

INFORMATIVO
RECICLAGEM ANDA PARA TRÁS NA EUROPA
Parlamento Europeu estabelece meta de reciclagem de 20% para 2020, quando actual-
mente se reciclam 27% dos resíduos urbanos
O Parlamento Europeu aprovou em 17 de Junho uma Directiva que estabelece para os resíduos
urbanos (RSU) um nível de reciclagem de 20% em 2020, quando a média da reciclagem de RSU na
União Europeia é actualmente de 27%. Esta decisão é ainda mais surpreendente uma vez que o
Parlamento Europeu tinha votado anteriormente a favor de uma meta de reciclagem de 50% dos
RSU para 2020, mas a pressão dos Governos nacionais, entre os quais o Português, levou a que fosse
aprovado um texto em que apenas alguns materiais (cerca de 40% dos RSU - plástico, papel, vidro e
metais) tenham de cumprir 50% de reciclagem, o que na prática representa
apenas 20% dos RSU, ou seja, inferior ao que já se pratica na generalidade
Tome nota:
da União Europeia!
Como se isto não bastasse, a meta não é obrigatória, sendo assim uma Portugal apresentou,
oportunidade perdida para se promover a redução da emissão de gases de em 2000, uma pega-
efeito de estufa, a criação de emprego e o desenvolvimento tecnológico na da ecológica de 5,34
Europa que uma indústria de reciclagem forte poderia trazer. hectares/per capita,
Resta agora que com a transposição da Directiva para o Direito Portu- é o 6À país europeu e
guês se façam adaptações para taxas de reciclagem mais elevadas. o 13À a nível mun-
(adaptado do Comunicado da Quercus de 17/06/2008) dial com maior
Pegada Ecológica.
Editorial (ver pág. 6)

Nesta edição quero destacar o esforço do MPI em relação ao Aterro


Sanitário do Oeste de modo a que o processo de fusão com a Valorsul não
venha lesar ainda mais as populações envolventes.
No que diz respeito aos transgénicos há a destacar uma notícia má e
Nesta edição:
uma boa. A má notícia é que pela primeira vez, desde o levantamento da
moratória em 2004, foi autorizada a realização de ensaios com novas varie- 1
Reciclagem na UE
dades de milho transgénicos, ou seja, variedades que não estão aprovadas
para comercialização. A boa notícia é que a área de cultivo com milho MPI reuniu com ADAL 2
transgénico embora tenha aumentado ligeiramente no país, houve uma
redução substancial na zona do país que mais cultivava transgénicos, o Sugestão de Leitura 3
Alentejo, o que significa que os agricultores não estão a sentir as vanta-
Consumo de Peixe 4
gens apregoadas pelas empresas das sementes transgénicas. Os agriculto-
res são um elo fundamental, pois são eles que lançam a semente à terra, 5
Milho Transgénico
para um mundo sem transgénicos, para além da pressão que todos nós,
como consumidores, devemos fazer em defesa da nossa saúde, do Pegada Ecológica 6
ambiente e das variedades tradicionais de plantas agrícolas, património
que importa redescobrir. Breves 7

O presidente
Anúncios 8
Humberto Pereira Germano
Página 2 BOLETIM INFORMATIVO MPI n.º 14 - Novembro de 2008

COMPLETA FALTA DE TRANSPARÊNCIA NO PROCESSO DE FUSÃO VALORSUL-RESIOESTE.


Reunidos em São João da Talha, Concelho de Loures, no dia 15/06/2008, as organizações de defesa do
ambiente Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, MPI – Movimento Pró-Informação para
a Cidadania e Ambiente e ADAL – Associação de Defesa do Ambiente de Loures para apreciarem conjunta-
mente o processo em curso - promovido pela EGF, com a cobertura política do Ministério do Ambiente – tendo
em vista proceder à fusão dos sistemas de tratamento de resíduos sólidos urbanos da Valorsul, Resioeste, con-
cluíram e tornam público:

1.Prossegue com sinais evidentes de injustificado secretismo um processo que visa juntar num só, os sistemas
de tratamento de resíduos sólidos urbanos da Valorsul, Resioeste;
2.O caminho que está a ser percorrido e a forma como está a ser conduzido o processo, não apenas revela a
maior falta de transparência de entidades públicas dependentes do Governo, como se tem revelado deliberada-
mente orientado a confundir e enganar as entidades municipais e as respectivas populações;
3.Os „estudos‰ até agora apresentados aos municípios, designadamente da região Oeste, suscitam as maiores
dúvidas e reservas quanto ao rigor dos dados utilizados, ao equilíbrio das análises e boa fé das conclusões;
4.Verifica-se que na zona da Valorsul, e também da Tratolixo (que envia grandes quantidades de resíduos,
cerca de 100 mil toneladas/ano, para a incineradora da Valorsul), nem os órgãos municipais, nem as associações
representativas das populações tiveram ainda acesso a qualquer documento, enquanto na área da Resioeste são
disponibilizados documentos desactualizados e insuficientes para a apreciação do processo;
5.Conclui-se pois, que estão a ser escamoteados dados, informações e análises que urge conhecer, debater e
tornar do conhecimento geral;
6.A Plataforma suspeita e teme, pelas informações que conseguiu reunir, que esteja em marcha um processo
que não visa ganhos ambientais, que não tem por objectivos um salto em frente no tratamento e destino final
dos resíduos sólidos urbanos com o incremento das recolhas selectivas e o encaminhamento para as fileiras de
reciclagem, mas a concentração de RSU que justifiquem a construção de uma nova linha de queima de resíduos
na Incineradora da Valorsul em São João da Talha;
7.Simultaneamente, estão a ser feitas diligências para convencer autarcas e populações que haverá uma subs-
tancial redução das tarifas a pagar pelo tratamento dos resíduos sólidos urbanos. Os dados económicos a que foi
possível ter acesso, levantam as maiores dúvidas sobre que tal possibilidade seja efectiva, a menos que se tratem
de valores politicamente determinados para seduzir para o processo as autarquias e as populações. Se for esse o
propósito, cabe-nos alertar para a inevitabilidade de após o primeiro ano de preços „subsidiados‰, a cavalgada do
valor das tarifas vir a ser imparável;
8.Tudo indica portanto que o Governo advoga a constituição de uma „montanha económica e accionista que
vai parir um rato ambiental‰. Note-se que no resultado da fusão apenas se aspira a uma taxa de reciclagem de
míseros 15%, isto é, igual àquela que já hoje foi atingida;
9.Donde só se pode concluir que o objectivo será queimar-queimar-queimar e enterrar-enterrar;
Por isso, a Plataforma irá desencadear, desde já, um conjunto de diligências de contacto com autarquias,
autarcas e outras entidades interessadas no assunto e, ao mesmo tempo, exigir de quem de direito a disponibili-
zação de toda a documentação de suporte já elaborada pelas entidades públicas competentes, pugnando pelo
imediato início da apreciação pública dos propósitos do Governo, das suas justificações, mas também das alterna-
tivas viáveis, ambientalmente adequadas e sensatas e respeitadoras dos cidadãos, dos seus direitos de participa-
ção, escolha e bem estar.

LIVRO: PENSAR COMO UMA MONTANHA


Este livro da autoria de Aldo Leopold é o mais debatido clássico da ecologia e da Natureza em todo o Mundo.
Foi publicado pela primeira vez em 1949, já depois da sua morte, e só agora, quase 60 anos depois, foi traduzido
para português e publicado pelas edições Sempre-em-Pé (e.mail: contacto@semprempe.pt, site:
www.sempreempe.pt)
Aldo Leopold nasceu em 1887 nos EUA, diplomou-se em ciências florestais tendo trabalho no Serviço Flo-
restal do seu país, entre outras funções que foi desempenhando ao longo da sua vida. Com a sua profunda forma-
ção científica e experiência e dotes literários, conseguiu escrever tantas e tão belas considerações e reflexões
n.º 14 - Novembro de 2008 BOLETIM INFORMATIVO MPI Página 3

sobre as relações entre o Homem e a Natureza. É sem dúvida um livro que não só merece ser lido mas sobretudo
ser meditado.
Seguem-se alguns excertos
Página (P.) 22 – „Mas seja onde for que possa resistir a verdade, há pelo menos uma coisa clara como cristal: a
nossa sociedade de sempre-maior-e-sempre-melhor comporta-se hoje como um hipocondríaco de tal forma obce-
cado com a sua própria saúde económica que acabou por perder a capacidade de permanecer saudável. ⁄ Nada
poderia ser mais salutar nesta fase do que um pouquinho de saudável desdém por essa pletora de bênçãos mate-
riais.‰
P. 130 – O momento em que o autor, que era caçador, se converte à ecologia
„Nesses tempos nunca tínhamos ouvido dizer que se pudesse desperdiçar uma oportunidade de matar um
lobo.‰ ⁄
„Chegámos junto da velha loba a tempo de observar um altivo fogo verde a morrer nos olhos dela. Com-
preendi nesse momento, e nunca mais deixei de o saber, que havia algo de novo em mim naqueles olhos – algo
que apenas ela e a montanha conheciam. Nesse tempo eu era jovem, e cheio de prontidão no gatilho; pensava,
porque menos lobos significavam mais veados, que o desaparecimento total dos lobos ária o paraíso dos caçado-
res. Mas depois de ter visto aquele fogo verde a extinguir-se, senti que nem o lobo nem a montanha concorda-
vam com essa maneira de ver.
Desde então vivi o suficiente para ver estado atrás de estado extirpar os seus lobos. Observei a face de
muitas montanhas onde os lobos tinham acabado por ser exterminados, e vi as vertentes voltadas a sul ganharem
rugas num dédalo de novos rastos de veados. Vi todos os arbustos e plantas novas comestíveis serem roídos pelos
veados, primeiramente ao ponto de ficarem anémicos e inúteis, e a seguir até à morte.
⁄ enquanto um veado abatido pelos lobos pode ser substituído em dois ou três anos, uma cordilheira
desarborizada por um excesso de veados não consegue reconstituir-se em tantas outras décadas.
O mesmo se passa com as vacas. O vaqueiro que livra a sua cordilheira dos lobos não compreende que
está a impedir a tarefa do lobo de desbastar a manada por forma a que ela se adapte à cordilheira. Ele não apren-
deu a pensar como uma montanha. É por isso que temos áreas desertas devido à erosão, e rios que arrastam o
futuro para o mar.‰
„Todos nós lutamos por segurança, prosperidade, conforto, vida longa, e monótona rotina. O veado luta
com as suas longas pernas flexíveis, o vaqueiro com armadilhas e veneno, o estadista com a caneta, a maioria de
nós com máquinas, votos e dólares, mas tudo dá no mesmo: paz no tempo que vivemos. Um pouco de êxito nisto
é uma excelente coisa, e é talvez um requisito para um pensamento objectivo, mas o excesso de segurança pare-
ce ter somente por resultado perigos a longo prazo. ⁄ É talvez esse o significado escondido de uivo do lobo, há
muito conhecido das montanhas, mas raramente vislumbrado pelos homens.
P. 159 – Sobre o recreio ao ar livre que em vez de proporcionar o reencontro do Homem com a Natureza aca-
ba muitas vezes por agudizar o seu já estado vulnerável, escreveu:
⁄„Por consenso geral, é bom para as pessoas regressarem à natureza. Mas onde é que reside o benefício e
que se pode fazer para incentivar a sua busca? Sobre essas questões as recomendações são confusas, e só as men-
tes mais desprovidas de sentido crítico estão livres de dúvidas.‰
⁄„Cartazes publicitários fixados sobre as próprias rochas e leito dos rios comunicam a toda a gente a localiza-
ção de novos refúgios, paisagens, campos de caça e lagos de pesca, logo adiante daqueles que acabaram de ser
devastados. Departamentos da administração constroem estradas em novas regiões afastadas, e depois compram
mais terrenos afastados para absorver o êxodo acelerado pelas estradas. A indústria de acessórios fornece almofa-
das para proteger os clientes da natureza em bruto; a arte de viver na floresta torna-se a arte de usar essa quin-
quilharia. ⁄ para quem procura algo mais, o recreio ao ar livre tornou-se um processo auto-destrutivo de procu-
rar sem nunca encontrar, uma enorme frustração da sociedade mecanizada.‰
...„Quem procura o seu lazer na caça ao troféu apresenta peculiaridades que contribuem de forma subtil para
a sua própria ruína. Para desfrutar tem que possuir, invadir, apropriar-se. Daí que a natureza selvagem que ele
não pode ver pessoalmente não tenha valor para ele. Daí o pressuposto universal de que as terras remotas não
utilizadas não prestam quelquer serviço à sociedade. Para quem é desprovido de imaginação, um lugar vazio no
mapa é um desperdício sem préstimo; para outros, a parte mais valiosa. (Será a minha parte no Alasca sem valor
para mim porque nunca lá irei? Precisarei eu de uma estrada para me mostrar as pradarias do ˘rctico, as pasta-
gens de gansos do Yukan, o urso de Kodiak, as pradarias de carneiros situadas para além dos montes Mckinley?)
⁄„O desenvolvimento do lazer não está em construir estradas para chegar a regiões que são já dignas de
amor, mas em construir receptividade na mente humana ainda desprovida de amor.‰
Página 4 BOLETIM INFORMATIVO MPI n.º 14 - Novembro de 2008

LISTA VERMELHA SOBRE CONSUMO DE PEIXE


A Greenpeace, conhecida associação ambientalista de âmbito internacional, lançou em Junho para Portugal
uma lista de espécies que são vendidas nos supermercados portugueses e que correm sérios riscos de serem pro-
venientes de pescas ou de viveiros insustentáveis.
Fazem parte os seguintes peixes: Alote, Alote da Gronelândia, Atuns, Bacalhau do Atlântico, Camarões,
Espadarte, Linguado europeu, Peixe Espada branco, Peixes Vermelhos, Pescadas, Raias, Salmão do atlântico,
Solha americana, Tamboris, Tubarões (nomeadamente Cação, Tintureira). Na informação referente a cada peixe
consta o que se sabe sobre as espécies, o porquê de estar incluído, a sua proveniência, como é capturado
Porquê uma lista vermelha?
A situação dos mares e oceanos do planeta é grave. Tem que haver mudança já!
¾ dos stocks de peixe do mundo estão totalmente explorados, sobreexplorados ou esgotados; 88% dos stocks
de peixe em águas comunitárias estão sobreexplorados.
90% das populações dos grandes peixes predadores (como o atum, o bacalhau e o peixe espada) estão esgota-
das.
Actualmente só 1% dos oceanos e mares do mundo estão totalmente protegidos, uma percentagem ridícula
quando comparada com os espaços naturais protegidos em terra (11%).
Que pede a Greenpeace?
A Greenpeace pede aos principais distribuidores que só disponibilizem produtos do mar que tenham sido
obtidos de forma sustentável e que possam garantir que esses produtos não estão ligados a práticas destrutivas.
A Greenpeace pede aos consumidores que exijam aos supermercados que desenvolvam uma política susten-
tável de compra de produtos do mar e que evitem consumir as espécies mencionadas nesta lista vermelha.
5 critérios para um consumo responsável:
- Coma menos peixe - Os oceanos não podem suportar o aumento desenfreado do consumo.
- Recuse o peixe miúdo - Não consuma o peixe miúdo e denuncia a venda à ASAE tel: 217 983 600 ou e-mail
correio.asae@asae.pt
- Melhor o de mais perto - Pense no gasto energético que é necessário para o transporte de peixe e no impac-
to nas populações locais ao tirar os seus recursos de proteínas. Verifica a origem do peixe que compras.
- A pesca selectiva é mais sustentável – É melhor pescar com anzóis e redes artesanais, do que com redes
industriais, com as quais não se pode escolher o peixe que se captura.
- A aquacultura não é a solução para a crise dos oceanos - Muitas espécies criadas e engordadas em quintas de
peixe, necessitam de outros peixes para serem alimentadas. Consuma somente espécies herbívoras e mariscos
produzidos de forma sustentável.

http://www.greenpeace.org/portugal/lista-vermelha
A pesca industrial captura indiscri-
minadamente grandes quantidades
de peixe. Na imagem, o arrastão
português Santa Maria em plena
actividade.
n.º 14 - Novembro de 2008 BOLETIM INFORMATIVO MPI Página 5

Este ranking da Greenpeace compara as políticas de compra actual-


mente adoptadas pelos principais supermercados de Portugal e avalia
positivamente aqueles que fazem um esforço maior para oferecer pro-
dutos de peixe sustentável aos consumidores.
Em maio de 2008, a Greenpeace entrou em contacto com os princi-
pais distribuidores de Portugal e solicitou informações sobre as suas
políticas de compra de peixe, através de um questionário e pedido de
informações, e solicitou que fossem agendadas reuniões com a Green-
peace para abordar o assunto. Por não ter havido resposta por parte da
maioria dos supermercados aos pedidos, algumas das informações
foram recolhidas por voluntários da Greenpeace, que fizeram várias
visitas posteriores a diferentes supermercados e observaram os produ-
tos vendidos.
Os cinco principais supermercados portugueses não cumprem os
mínimos aceitáveis para a Greenpeace relativamente ao peixe que
põem à venda.

ENSAIOS COM NOVAS VARIEDADES DE MILHO TRANSGÉNICO

Em 2008, a Pioneer volta a tentar, pela 4… vez, a realização de ensaios com novas variedades de milho transgé-
nicos. Associou-se à empresa Syngenta, tal como fizera no ano passado e propõe a localização em dois concelhos
no Alentejo: Monforte e Ferreira do Alentejo.

Em 1 de Março de 2008 a Plataforma Transgénicos Fora emite parecer de que „⁄ a autorização dos ensaios
solicitados nas presentes condições não é legal nem cientificamente justificável‰, pelo que „A Agência Portu-
guesa do Ambiente deverá repetir a consulta pública por mais 30 dias antes de tomar qualquer decisão‰

De entre as razões que justificaram este parecer destacam-se: a falta de documentação disponível na Câmara
Municipal de Ferreira do Alentejo; a parcela prevista para testes em Monforte está inserida em zona protegida
integrante da Rede Natura 2000, para a protecção de aves estepárias, aves essas que usam as culturas de cereais
(nomeadamente de milho) para se alimentarem e nidificarem; a Assembleia Municipal de Monforte, reunida a
29 de Fevereiro de 2009, aprovou por unanimidade a criação de uma Zona Livre de Transgénicos; não ser
conhecida com exactidão os locais destinada aos ensaios; existir em Monforte a maior linha de água do concelho
e de acordo com um estudo científico (Rosi-Marshall et al. - Proceedings of the National Academy of Sciences
104(41):16204-16208, 2008), o pólen que se deposita em linhas de água pode afectar a vida aquática; em lugar
algum das notificações é referida a questão da apicultura, abelhas e colmeias. De acordo com Sabugosa-Madeira
et al. (Journal of Apicultural Research 46(1):57-58, 2007) a abelha pode abranger zonas a 12 km de distância e
uma única colmeia pode colher pólen de uma área de 113 km2!; não haver referência nem salvaguarda para as
variedades tradicionais de milho aberto tradicional; o plano de monitorização, as medidas de segurança e a infor-
mação disponível são manifestamente insuficientes. (adaptado de Comunicado da PTF de 01/03/2008)

Manifestação em Monforte contra ensaios com milho geneticamente modificado

Ao contrário dos anos anteriores, em que nunca se concretizaram o ensaios, em Junho deste ano foi anunciado
que foram autorizados, tendo o governo cedido à pressão das duas empresas, facto que motivou a organização de
uma manifestação de activistas e dirigentes da Plataforma Transgénicos Fora, que se realizou em 12 de Julho
junto à herdade de Monforte, no distrito de Portalegre, um dos locais autorizados. O protesto decorreu de forma
pacífica. Os activistas percorreram a pé cerca de três quilómetros, entre a praia fluvial de Monforte, onde se con-
centraram, e a entrada para a herdade, animados com tambores, gritando palavras de ordem, e empunhando car-
tazes. Com a ajuda de uma „brigada de biossegurança‰, composta por „50 espantalhos‰, a figura tradicional que
protege os campos, exigiram o cancelamento da autorização para os ensaios com milho geneticamente modifica-
do, não apenas para a herdade em Monforte, mas também para uma exploração no concelho de Ferreira do Alen-
tejo (Beja). (adaptado de: Agência Lusa, 12.07.2008, http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1335295)
Página 6 BOLETIM INFORMATIVO MPI n.º 14 - Novembro de 2008

Metade das herdades alenteja-


nas abandona depois de experi- AMBIENTE E CIDADANIA - PEGADA ECOLÓGICA
mentar significa que, tendo em conta o
O Homem não está sozinho no actual n.À de habitantes, a capaci-
Foram divulgados em Julho
planeta. Partilhamos a Terra com dade do nosso planeta é de 1.8
pelo Ministério da Agricultura os
pelo menos 10 milhões de outras hectares por pessoa.
dados oficiais para 2008 do cultivo
espécies de seres vivos. Algumas A Pegada Ecológica da Huma-
de milho transgénico em Portugal.
delas, como os ratos, beneficiam nidade tem aumentado, tendo
Embora a área total tenha aumen-
por viverem lado a lado com a ultrapassado a capacidade de rege-
tado 11% (486 hectares) em rela-
espécie humana. Outras são cria- neração da Natureza a partir de
ção a 2007, esta subida está muito
das pelo Homem, mas há muitas meados dos anos 70, para isso con-
longe dos 240% (3009 hectares)
outras como o lince e o lobo ibéri- tribuiu o aumento da população
verificados de 2006 para 2007 e
co que correm o risco de extinção mundial, o consumo de recursos
representa uma desaceleração sig-
devido às actividades humanas naturais, a crescente ocupação do
nificativa no interesse que os agri-
que não preservam os seus habi- espaço natural pela actividade
cultores vêm na única variedade
tats. humana (agricultura, floresta,
geneticamente modificada que
Para fazer uma estimativa da estradas, urbanizações, etc.), mas
está autorizada para cultivo. As
quantidade de recursos necessária devido ao aumento da eficiência
regiões do Alentejo e de Lisboa/
para produzir os bens e serviços em muitas áreas de produção a
Vale do Tejo apresentam as redu-
que se consome e absorver os resí- Pegada Ecológica per capita dimi-
ções mais significativas. Desde
duos que gera, foi criado nos anos nui entre 1980 e 2000, passando de
2005, ano em que começou o cul-
90 um indicador denominado, cerca de 2,7 para 2,18 hectares. Ou
tivo em Portugal, estas eram as
Pegada Ecológica, cujo objectivo é seja, mantendo a população huma-
duas regiões com maior adesão ao
ajudar a tomarmos consciência do na, a viver com o seu estilo de
milho transgénico e em 2007
impacte ambiental que provoca- vida, seria necessário 1,3 planetas
representavam 86% de toda a área
mos no Planeta e a encorajar-nos a Terra!
cultivada com OGM em Portugal.
tentar reduzir esse impacte negati- Há um grande desequilíbrio
Este ano, no entanto, deu-se uma
vo. Contudo, este cálculo não con- entre regiões e países, assim no
redução de 11% no total de hecta-
sidera todos os impactos, como por ano 2000, os EUA foi o país com a
res cultivados em cada uma delas.
exemplo a extinção de espécies. maior Pegada Ecológica do Plane-
A experiência que os produtores
Pode ser calculada para a totalida- ta, 9.57, enquanto que muitos paí-
alentejanos estão a ter com o
de da humanidade, para os países, ses de ˘frica e ˘sia este indicador
milho transgénico fica claramente
regiões, cidades e ainda para cada foi inferior a 1.25. Portugal apre-
aquém das expectativas. De todas
pessoa. sentou uma pegada ecológica de
as explorações agrícolas do Alente-
Cerca de 12% da Biosfera (parte 5,34 hectares/per capita, é o 6À país
jo que em 2007 cultivaram OGM,
da Terra onde os seres vivos reali- europeu e o 13À a nível mundial
48% (23 explorações em 48) já
zam as suas funções vitais) deveria com maior Pegada Ecológica;
abandonaram tal opção em 2008.
ser reservada para as outras espé- Entre 1999 e 2000, Portugal foi o
O fraco crescimento verificado
cies existentes no Planeta, o que 3À país da UE que mais aumentou
este ano a nível nacional concen-
tra-se quase em exclusivo na a sua pegada ecológica, o que
região Centro, com novos agricul- demonstra a forma insustentável
tores no vale do Mondego a come- do nosso estilo de vida!
çar agora a experimentar o que os Perante este cenário e se ainda
produtores alentejanos, que come- não pôs em prática muitos dos con-
çaram anos antes, já estão na fase selhos que tenho indicado nestes
de descartar. Esta leitura condiz artigos, espero que desta vez tenha
com um estudo da Comissão um estímulo extra para começar
Europeia recentemente divulgado hoje mesmo a mudar os seus com-
em que, de três regiões espanho- portamentos e hábitos!
las estudadas, o cultivo de milho Se tiver curiosidade e possibili-
transgénico não propiciava quais- dade calcule a sua pegada ecológi-
quer vantagens económicas aos ca em http://myfootprint.org, res-
produtores de duas delas." (adaptado pondendo a um questionário,
sobre a sua alimentação (regime
do Comunicado da PTF de 2008/07/30)
n.º 14 - Novembro de 2008 BOLETIM INFORMATIVO MPI Página 7

BREVES
Constituída legalmente a Associação de Recicladores de Plástico

Foi constituída formalmente em Agosto a ARP - Associação de Recicladores de Plástico, é a 1.… e única asso-
ciação de recicladores de plástico a nível nacional e é constituída por todos os recicladores nacionais de plástico,
num total de 15 recicladores, o que denota uma extraordinária capacidade de união.
O plástico apresenta ainda valores de reciclagem baixos (cerca de 11% no sector urbano), contudo, de acordo
com os dados da Plastval, entidade responsável por garantir a retoma e valorização dos resíduos de embalagens
de plástico, a capacidade instalada destas 15 empresas recicladoras é cerca de quatro vezes superior do que efec-
tivamente é recolhido.

Energia - Portugueses abertos a renováveis

Um em cada quatro portugueses admite adquirir equipamentos para a


produção de energia renovável nos próximos 12 meses e, em média,
estão dispostos a investir cerca de 3500 euros, indica um estudo divul-
gado em Março pelo banco Cetelem. O documento tem por base uma
amostra de cerca de 1000 pessoas das diferentes regiões do país
(entrevistadas entre 15 de Outubro e 2 de Novembro de 2007).
Os principais motivos que impulsionam a aquisição deste tipo de
equipamento prendem-se com a preservação do ambiente (referida
em 40 por cento dos casos), com a redução da despesa mensal com
electricidade (37 por cento) e com a rentabilização do investimento
através de venda de energia excedentária (14 por cento).
http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1322526

alimentar, tipo de alimentos), a Lourambi, MPI, Real 21 e “21L Lourinhã apresentam candi-
quantidade de lixo produzida, a datura para Eco-Roteiro
sua habitação (área, n.À de habitan-
tes, tipo de construção) e a sua O MPI, a associação Real 21 e a Agenda 21 Local da Lourinhã são os
mobilidade e uso de transportes parceiros de um projecto promovido pela Lourambi intitulado „Eco-
(km feitos em diversos meios de Roteiro‰. Este projecto consiste na publicação de informação sobre o patri-
transporte, combustível consumi- mónio natural e cultural e ainda eco-informações (guia com informações
do, etc.). importantes sobre eco-actividades, como agricultura biológica, turismo
Junte-se ao esforço global para rural, quintas pedagógicas, aluguer de bicicletas, etc), e demarcação de
uma vida na Terra sustentável percursos pedestre nos concelhos de Cadaval, Lourinhã e Bombarral.
envolvendo também os seus fami- Surge no seguimento de várias actividades promovidas pelos quatro
liares e amigos, e influenciando os parceiros nos últimos anos, e da necessidade sentida de haver informação
poderes políticos! simples e acessível quer aos cidadãos residentes quer e aos turistas, nacio-
Referências bibliográficas e websites: nais e estrangeiros, que nos visitam.
„Dia da Terra – Quercus dá nota medíocre à Para concretizar este projecto foi apresentada uma candidatura ao Fun-
sustentabilidade em Portugal‰, QUERCUS do ONG – Componente Ambiente do EEAGrants.
Ambiente, Maio/Junho, 2004, p. 13.
Isabel Caldas e Isabel Pestanas, „Terra Viva‰,
Ciências da Natureza 5À ano, Santillana – Cons-
tância, p. 18
http://www.myfootprint.org
http://www.earthday.net
Ecological Footprint of Nations, 2004, http://
www.redefiningprogress.org
Margarida Silva e Nuno Quental, „O que é a
pegada ecológica?‰, ABC Ambiente, Julho/
Agosto 2002, p.22 e 23.
MPI - Movimento Pró-Informação para a Cidadania e
Ambiente
Edifício da Junta de Freguesia do Vilar,
Largo 16 de Dezembro, n.º 2, 2550-069 VILAR
tel./fax: 262 771 060
e-mail: mpicambiente@gmail.com

DENÚNCIAS - AMBIENTE
Sempre que testemunhe uma agressão ambiental deve
denunciá-la de um dos seguintes modos:
 Telefonar para a linha SOS Ambiente:
808 200 520
A linha funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana e encaminha as Papel 100%Reciclado
denuncias para a IGA (Inspecção Geral do Ambiente) e para o SEPNA
(Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente) da GNR.
 Aceder ao site:
www.gnr.pt/portal/internet/sepna

AVISO
PEDE-SE A TODAS AS PESSOAS COM QUEIXAS SOBRE O MAU FUNCIONAMENTO DO ATERRO
SANITÁRIO DO OESTE A FAZÊ-LAS POR ESCRITO, ENTREGANDO-NOS UMA CÓPIA, COMO FORMA DE

CONSEGUIRMOS PROVA DESTA QUEIXA, UMA VEZ QUE A INSPECÇÃO GERAL DO AMBIENTE RECUSA-SE A FORNE-

CER UM RELATÓRIO COM TODAS AS QUEIXAS RECEBIDAS. ATRAVÉS DE UMA DAS SEGUINTES FORMAS:
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