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1) Com fundamento no art. 71, inciso II, da Constituição do Estado da Paraíba, bem como
no art. 1°, inciso I, da Lei Complementar Estadual n.? 18/93, JULGAR IRREGU.~T"L..-'
referidas contas.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
2) FIXAR o prazo de 30 (trinta) dias para que o Prefeito Municipal de Gurjão/PB, Sr. José
Carlos Vidal, faça retornar à conta-corrente específica do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB
pertencente ao Município, com recursos de outras fontes, a importância de R$ 6.776,92 (seis
mil, setecentos e setenta e seis reais e noventa e dois centavos), concernente à diferença de
saldo apurada na conta-corrente específica do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do
Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - FUNDEF.
3) APLICAR MUL TA ao Chefe do Poder Executivo de Gurjão/PB, Sr. José Carlos Vidal, no
valor de R$ 2.805,10 (dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos), com base no que
°
dispõe o art. 56, incisos II e lII, da Lei Complementar Estadual n. 18/93 - LOTCE/PB.
5) ENVIAR cópia da presente deliberação ao Vereador da Comuna, Sr. Luis Carlos Farias
Gurjão, subscritor de denúncia formulada em face do Sr. José Carlos Vidal, para
conhecimento.
6) FAZER recomendações no sentido de que o Alcaide, Sr. José Carlos Vida I, não repita as
irregularidades apontadas no relatório da unidade técnica deste Tribunal e observe, sempre,
os preceitos constitucionais, legais e regulamentares pertinentes.
7) Com fulcro no art. 71, inciso XI, etc o art. 75, caput, da Constituição Federal, COMUNICAR
à Delegacia da Receita Federal do Brasil em Campina Grande/PB acerca do pagamento de
obrigações previdenciárias devidas pelo empregador em percentual abaixo do legalmente
estabelecido, bem como da ausência de recolhimento de parte das contribuições retidas dos
servidores da Urbe, durante o exercício financeiro de 2006.
8) Também com base no art. 71, inciso XI, ele o art. 75, cabeça, da Lei Maior, REMETER
cópias das peças técnicas, fls. 883/894 e 1.236/1.240, do parecer do Ministério Público
Especial, fls. 1.242/1.247, e desta decisão à augusta Procuradoria Geral de Justiça do Estado
da Paraíba, para as providências cabíveis.
Presente:l\-
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Ministério Público Especial 6"
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Tratam os presentes autos da análise das contas relativas ao exercício financeiro de 2006 do
Prefeito e Ordenador de Despesas do Município de Gutjão/PB, Sr. José Carlos Vidal,
apresentada a este ego Tribunal em 30 de março de 2007, fI. 02.
Quanto aos gastos condicionados, verificaram os analistas desta Corte que: a) a despesa
com recursos do FUNDEF na remuneração dos profissionais do magistério alcançou o
montante de R$ 237.141,84, representando 60,23% da cota-parte recebida no exercício;
b) a aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino atingiu o valor de R$ 926.522,85
ou 25,16% da RIT; c) o Município despendeu com saúde a importância de R$ 615.684,82 ou
16,72% da RIT; e d) as despesas com pessoal da municipalidade, já incluídas as do Poder
Legislativo, alcançaram o montante de R$ 1.966.071,18 ou 46,97% da RCL.
Devidamente citado, fls. 894/897, o Prefeito, Sr. José Carlos Vidal, apresentou contestação,
fls. 901/1.212, na qual juntou documentos e argumentou, em síntese, que:
a) os REO e RGF foram devidamente publicados, conforme farta documentação acostada;
b) a incompatibilidade de informações entre o RGF - 2° semestre e a PCA ocorreu devido à
falta de informação, em tempo hábil, acerca de algumas dívidas do Município, bem como à
incorreta contabilização de despesas com pessoal; c) a ausência de licitação não enseja
imputação de débito ao gestor ou a desaprovação de suas contas, se comprovada a
inexistência de prejuízo ao erário, dolo, culpa ou má-fé; d) a inexigibilidade para a
contratação de bandas, foi realizada de acordo com o disposto no art. 25, inciso IH, da Lei
Nacional n.O 8.666/93; e) a fornecedora de combustíveis NAIHARA MARIA DE OLIVEIRA
GURJÃO é a proprietária do único posto existente na Comuna, razão pela qual houve a
contratação direta; f) o demonstrativo financeiro que apontou diferença de saldo na conta
corrente do FUNDEF não evidenciou todos os valores extra-orçamentários e as transferências
financeiras entre contas; g) o envio dos balancetes mensais à Câmara Municipal sem a
documentação de despesa está sendo analisado pelo Ministério Público Estadual;
h) o pagamento das contribuições previdenciárias, devidas por empregado e empregador,
tem vencimento no dia 10 do mês subseqüente à sua competência e, em dezembro/2006,
foram recolhidas somente as obrigações patronais relativas ao pessoal do FUNDEF e do
MDE, para a obtenção dos percentuais mínimos exigidos por lei, ficando o restante para
recolhimento em janeiro/2007; e i) os salários abaixo do mínimo nacional foram pagos a
pessoal com carga horária de trabalho reduzida e para realização de serviços eventuais.
É o relatório.
Importa notar que, a título de obrigações patronais, além do valor devido e não pagos,
foram computados os valores recolhidos calculados com base em documentação obtida
in loco, fls. 742/765, 785 e 803/813, R$ 264.185,68, e não a quantia empenhada e
informada no Sistema de Acompanhamento e Gestão dos Recursos da Sociedade - SAGRES,
R$ 230.745,31. Sendo assim, segundo a apuração realizada, fI. 889, as despesas com
pessoal do Poder Executivo somaram R$ 1.783.680,51 ou 42,61% da Receita Corrente
Líquida - RCl, R$ 4.185.587,71, enquanto o valor informado no RGF - 2° semestre foi de
apenas R$ 1.618.966,00 ou 38,68% da RCl, fI. 458.
Tal fato, além de demonstrar um certo desprezo da autoridade responsável aos preceitos
estabelecidos na lei instituidora de normas gerais de direto financeiro - lei Nacional
n.o 4.320/64 -, prejudica a transparência das contas públicas pretendida com o advento da
reverenciada lei Complementar n.o 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal -, onde o
RGF figura como instrumento dessa transparência, conforme preceituam seus dispositivos,
in verbis.
( ...)
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será
dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os
planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de
contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
destes documentos.
Com efeito, deve ser enfatizado que a não realização dos mencionados procedimentos
Iicitatórios exigíveis vai, desde a origem, de encontro ao preconizado na Constituição
Federal, especialmente o disciplinado no art. 37, inciso XXI, verbo ad verbum:
1-( ...)
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Ademais, consoante previsto no art. la, inciso VIII, da lei que dispõe sobre as sanções
aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,
cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional - Lei
°
Nacional n. 8.429, de 2 de junho de 1992 -, a dispensa indevida do procedimento de
licitação consiste em ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário, verbis:
I- (...
)
O artigo 70, parágrafo único, da Carta Magna, dispõe que a obrigação de prestar contas
abrange toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União, os Estados
ou os Municípios respondam, ou que, em nome destes entes, assuma obrigações de
natureza pecuniária. Logo, imperativa é não só a prestação de contas, mas também a sua
completa e regular prestação, já que a ausência ou a imprecisão de documentos que
inviabilizem ou tornem embaraçoso o seu exame é tão grave quanto a omissão do próprio
dever de prestá-Ias.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Visando aclarar o tema em disceptação, vejamos parte do voto do ilustre Ministro Moreira
Alves, relator do supracitado Mandado de Segurança, verbo ad verbum:
Em seguida, tem-se que, em razão de denúncia apresentada pelo Vereador Luis Carlos
Farias Gurjão, fls. 514/515, os analistas deste Pretória constataram, durante a inspeção
realizada nos arquivos da Câmara Municipal de Gurjão/PB, que os balancetes mensais
relativos ao exercício financeiro sub judice, enviados pelo Poder Executivo ao Legislativo, não
estavam acompanhados de cópias dos comprovantes de despesas, em desacordo com o
disposto no § 3°, do art. 48, da Lei Orgânica do TCE/PB - LOTCE/PB.
Neste sentido, a Lei Orgânica do TCE/PB - Lei Complementar Estadual n.o 18, de 13 de julho
de 1993 -, em seu artigo 48, §§ 1° a 4°, definiu que os balancetes apresentados ao Sinédrio
de Contas serão, também, enviados à Câmara Municipal acompanhados de cópias dos
devidos comprovantes de despesas. O descumprimento, em virtude de sua gravidade,
acarreta o bloqueio da movimentação das contas bancárias do Município e de suas
respectivas entidades da administração indireta, verbls:
Art. 48 - (omissis)
Entretanto, é importante frisar que o não pagamento dos encargos previdenciários, devidos
pelo empregador, além de provocar inúmeros reflexos negativos nas contas, representa séria
ameaça ao equilíbrio financeiro e atuarial que deve perdurar nos sistemas previdenciários,
com vistas a resguardar o direito dos segurados em receber seus benefícios no futuro, tudo
em ardente desrespeito ao disposto no art. 195, inciso 1, alínea "a", da Lei Maior, c/c o
art. 22, incisos 1 e U, alínea "a", da Lei Nacional n.? 8.212/91 (Lei de Custeio da Previdência
Social), respectivamente, senão vejamos:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:
Com efeito, deve ser enfatizado, ainda, que o não repasse das contribuições previdenciárias
retidas dos servidores da Urbe à previdência social caracteriza a situação de apropriação
indébita previdenciária, consoante estabelecido no art. 168-A, do Código Penal Brasileiro,
dispositivo este introduzido pela Lei Nacional n.o 9.983, de 14 de julho de 2000,
verbum pro verbo:
Nesse diapasão, impende ressaltar que o não recolhimento das contribuições previdenciárias,
devidas por empregado e empregador, pode ser enquadrado como ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, conforme dispõe o
art. 11, inciso I, da lei que trata das sanções aplicáveis aos agentes públicos - Lei Nacional
n.o 8.429, de 02 de junho de 1992, in verbis:
I - (omissis)
r:
Art. 39. (...)
Outrossim, cabe destacar que até mesmo para aqueles que possuem remuneração variável,
fixada por comissão, peça, tarefa ou outras modalidades, a obrigatoriedade de se pagar o
mínimo legal vigora, conforme preceitua o art. 1°, da Lei Nacional nO 8.716, de 11 de
outubro de 1993, que dispõe sobre a garantia do salário mínimo e dá outras providências,
ipsis /itteris.
Diante de todo o contexto, merece destaque o fato de que, dentre outras irregularidades e
ilegalidades, inclusive desobediência ao disposto na LRF e práticas danosas ao erário, cinco
das máculas encontradas nos presentes autos constituem motivo de emissão, pelo Tribunal,
de parecer contrário à aprovação das contas do Prefeito Municipal de Gurjão/PB, conforme
disposto nos itens 2, 2.2, 2.5, 2.9, 2.10 e 2.13, do Parecer Normativo PN - TC - 52/2004,
in verbis;
2.1. (omíssís)
( ...)
( ...)
( ... )
I - (omissis)
1) Com base no art. 71, inciso I, c/c o art. 31, § 10, da Constituição Federal, no art. 13, § 1°,
da Constituição do Estado da Paraíba, e no art. 1°, inciso IV, da Lei Complementar Estadual
n.O 18/93, EMITA PARECER CONTRÁRIO à aprovação das contas do Prefeito Municipal de
Gurjão/PB, Sr. José Carlos Vidal, relativas ao exercício financeiro de 2006, encaminhando-o à
consideração da ego Câmara de Vereadores do Município para julgamento político da referida
autoridade.
2) Com fundamento no art. 71, inciso 11, da Constituição do Estado da Paraíba, bem como
no art. 10, inciso I, da Lei Complementar Estadual n.O 18/93, JULGUE IRREGULARES s
contas do Ordenador de Despesas da Comuna no exercício financeiro de 2006, Sr. osé
Carlos Vida!.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
3) IMPUTE ao Prefeito Municipal de GurjãojPB( Sr. José Carlos vídal, o débito no montante
de R$ 6.776(92 (seis mil, setecentos e setenta e seis reais e noventa e dois centavos),
concernente à diferença de saldo apurada na conta-corrente específica do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério - FUNDEF.
4) ASSINEo lapso temporal de 60 (sessenta) dias para recolhimento voluntário dos recursos
ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação - FUNDEBdo Município( sob pena de responsabilidade e intervenção
do Ministério Público Estadual, na hipótese de inércia, tal como previsto no art. 71( § 4°( da
°
Constituição do Estado da Paraíba, e na Súmula n. 40( do colendo Tribunal de Justiça do
Estado da Paraíba - TJjPB.
5) APLIQUE MUL TA ao Chefe do Poder Executivo de GurjãojPB( Sr. José Carlos vidal, no
valor de R$ 2.805(10 (dois rrul, oitocentos e cinco reais e dez centavos), com base no que
dispõe o art. 56( incisos II e III( da Lei Complementar Estadual n.O 18/93 - LOTCE/PB.
7) ENVIE cópia da presente deliberação ao Vereador da Comuna, Sr. Luis Carlos Farias
Gurjão, subscritor de denúncia formulada em face do Sr. José Carlos Vídal, para
conhecimento.
8) FAÇA recomendações no sentido de que o Alcaide, Sr. José Carlos Vidal, não repita as
irregularidades apontadas no relatório da unidade técnica deste Tribunal e observe, sempre,
os preceitos constitucionais, legais e regulamentares pertinentes.
9) Com fulcro no art. 71( inciso XII ele o art. 75( caput, da Constituição Federal,
COMUNIQUE à Delegacia da Receita Federal do Brasil em Campina Grande/PB acerca do
pagamento de obrigações previdenciárias devidas pelo empregador em percentual abaixo do
legalmente estabelecido, bem como da ausência de recolhimento de parte das contribuições
retidas dos servidores da Urbe, durante o exercício financeiro de 2006.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
10) Também com base no art. 71, inciso XI, ele o art. 75, cabeça, da Lei Maior, REMETA
cópias das peças técnicas, fls. 883/894 e 1.236/1.240, do parecer do Ministério Público
Especial, fls. 1 1.247, e desta decisão à augusta Procuradoria Geral de Justiça do Estado
da Paraíba, ra as p vidências cabíveis.