Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
-- Pág. 01/06 --
CORDÃO APL - T c- 3
1. RELATÓRIO
1 D
TRIBUNAL
I
DE CONTAS DO ESTADO
-- Pág. 02/06 --
PROCESSO TC - 03.939/07
1.02. Os termos acima mencionados foram analisados com base na Lei 9.790/99 c/c o
Decreto 3.100/99 e na Lei 9.637/98, tendo sido constatado:
1.02.1. ausência da documentação referente à: lei local disciplinando a contratação
de OSCIP; estudo de impacto orçamentário-financeiro; extratos dos termos
de parceria; ato de criação de comissão de avaliação; procedimento
Iicitatório anterior ao estabelecimento dos termos de parceria; autorização
para abertura da licitação; edital de concurso com os requisitos mínimos;
publicidade do aviso de licitação; lista com o nome e qualificação dos
profissionais que prestaram serviços em nome da OSCIP e respectiva
retribuição;
1.02.2. Repasse a OSCIP de atividades permanentes e finais do serviço público
municipal como saúde e educação, cujas despesas devem ser escrituradas
na rubrica de pessoal;
1.02.3. Ausência da prestação de Contas do Centro de Assistência e
Desenvolvimento Social- CAOS.
1.03. Notificada, a Prefeita do Município de Caapora, Sra. Jeane Nazário dos Santos
veio aos autos com defesa e documentos (fls. 360 a 779), analisados pela
Auditoria que verificou: a) terem sido elididas as irregularidades quanto à
ausência do ato de criação da comissão de avaliação e quanto a serviços públicos
de saúde e educação terem sido preenchidos sem concurso público; b) inalteradas
as demais irregularidades apontadas, concluindo pela irregularidade dos termos
de parceria e pela necessidade de encaminhamento dos autos à DIAGM
responsável para realização de inspeção in loco, a fim de apurar a efetiva
realização das despesas, bem assim do alcance das despesas de pessoal
realizadas através do CAOS.
1.04. Os autos foram incluídos na pauta da sessão do dia 30 de abril de 2008, tendo o
julgamento sido adiado para esta data, em virtude da apresentação pelo
interessado da documentação anexada às fls. 802 a 16.089 para ser analisada
pela Auditoria.
1.05. Encaminhado os autos ao órgão técnico de instrução, este emitiu relatório
(fls. 16.104 a 16.108), com as seguintes conclusões:
105.1. quanto à comprovação da despesa, registra a presença nos autos da
prestação de contas que, feita análise por amostragem, atende
pressupostos formais, todavia quanto à realização efetiva da despesa e
alcance social, entende-se necessária inspeção "in loco", recomendo-se,
após julgamento deste processo, o encaminhamento dos autos à DIAGM
responsável para verificação das despesas que compõem a referida
prestação de contas;
105.2. ratifica seu posicionamento quanto à irregularidade dos termos de
parcerias firmados entre o Município de Caapora e o CADS, dada a
constatações já expostas no relatório de fls. 348/354 e aplicação de multa.
\
TRIBUNAL
I
DE CONTAS
-- Pág. 03/06 --
DO ESTADO
PROCESSO TC - 03.939/07
1.06. Posteriormente, foi anexada aos autos (fls. 16.109/16.117) cópia de Termo de
Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado, em 22 de fevereiro de
2007, entre o Município de Caaporã e o Ministério Público do Trabalho para, entre
outros compromissos, abster-se de admitir servidor público por meio de OSCIP,
cooperativa ou qualquer outra modalidade, para a execução das atividades-fim do
Município, assim entendidos aqueles que, apesar de formalmente registrados
como empregados de um terceiro, mantiver relação de trabalho com o município.
1.07. Os autos foram incluídos na pauta da sessão do dia 30 de abril de 2008, tendo o
julgamento sido adiado para esta data, em virtude da apresentação pelo
interessado da documentação anexada às fls. 802 a 16.089 para ser analisada
pela Auditoria.
2. V O T O D O R E LA T O R
No tocante à ausência de procedimento Iicitatório prévio, os termos de
parceria, segundo a doutrina mais autorizada, tem natureza jurídica similar a de
convênio. Além disso, a lei federal que trata da matéria apenas faculta ao gestor a
realização de concurso de projetos, não havendo obrigatoriedade em sua realização.
A celebração de termo de parceria não constitui hipótese de dispensa inscrita no art.
24 da lei nO. 8.666/93, pois as hipóteses ali inscritas não comportam outras além
daquelas. Assim, a ausência de procedimento Iicitatório prévio e as demais
irregularidades relacionadas ao certame não se justificam em face da legislação e da
doutrina sobre o tema.
A transferência à OSCIP de todo o serviço público de saúde é prática vedada
pelo ordenamento jurídico. O objetivo da lei nO 9790/99 é desenvolver a cooperação
de entidades do Terceiro Setor com o Poder Público, e não a substituição deste último
por outros agentes. Em relação à saúde, a Constituição Federal é clara em admitir a
atividade meramente complementar da iniciativa privada (com fins lucrativos ou não)
no sistema de saúde pública. Assim, todo termo de parceria somente é legal se seu
objeto permitir apenas a cooperação e nunca a substituição do Estado. Essa
transferência no município de Caaporã ocorreu nas funções de governo
administração, trabalho, educação, agricultura, saúde, conforme pesquisa feita ao
SAGRES.
Este Tribunal na sessão de 14 de dezembro de 2006, no Processo TC -
03.596/06 referente a inspeção especial para análise de Obras Públicas realizadas no
exercício de 2005, por meio do Acórdão AC1-TC- 1.478/2006 (fls. 795/797), imputou
débito a prefeita no total de R$259.518,99, por excesso em obras, deste total
R$213.869,69 refere-se a serviços de infra-estrutura urbana do Programa Ambiental
PAGU,decorrente de celebração de termo de parceria com o CADS.
As transferências de recursos ao CADS, somaram R$3.761.493,OO, sendo
R$777.267,16 no exercício de 2005, R$2.830.995,97 no exercício de 2006 e no
exercício de 2007, R$153.230,30, a título de despesas de exercício anterior, conforme
detalhamento abaixo:
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
-- Pág. 04/06 --
PROCESSOTC - 03.939/07
3. DECISÃO DO TRIBUNAL
Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO
TC-03.939/07, acordam os MEMBROS DO TRIBUNAL DE CONTAS
DO ESTADO DA PARAÍBA (TCE-Pb), à unanimidade, na sessão
realizada nesta data, em:
L Julgar irregulares os termos de parceria firmados, no
período de 2005 a 2006, com o Centro de Assistência e
Desenvolvimento Social- CAOS.
IL Aplicar a prefeita -kane Nazário dos Santos, multa no
valor de R$ 2.805,10 (dois mil, oitocentos e cinco reais
e dez centavos), com fundamento no art. 56, II da
LOTCE.
III. Determinar a atual Prefeita Municipal de Caaporã para
que, no prazo de 60 (sessenta) dias, proceda ao
cancelamento dos termos de parceria analisados nos
autos, advertindo-o de que, a partir da data da presente
decisão, não serão computados para efeito do cálculo
das despesas com MDE e saúde, os gastos efetuados por
meio de OSCIP que atue em substituição ao Poder
Público Municipal nessas áreas.
Ii/. Extrair cópias das peças referentes à prestação de
contas da execução do termo de parceria em análise e
encaminhamento à DIAFI para, por meio de inspeção
"in toco", apure a efetiva realização da despesa
realizada nos exercícios 2005 e 2006, bem como efetue
o cálculo das despesas passíveis de inclusão no
cômputo de despesa de pessoal para fins da LRF.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
-- Pág. 06/06 --
PROCESSO Te - 03.939/07
l'. Determinar remessa de cópias desta decisão à Auditoria
a fim de subsidiar a análise da prestação de contas,
referentes aos exercícios de 2005, 2006.
VL Remeter de cópia dos autos à Procuradoria Geral de
Justiça do Estado, para efeito de apuração de eventuais
atos de improbidade administrativa e condutas
delituosas.
Publique-s , i time-s registre-se e cumpra-se.
Sala das Sessões da 1 a. Câ ara TG -P. - Plenário Ministro João Agripino.
João ess 21 e aio de 2008.