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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO,.
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Processo Te n° 02127/06

Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços


Agrícolas - EMP ASA - Prestação de Contas Anuais de
2005. Regularidade com ressalva. Aplicação de multa.
Assinação de prazo. Recomendação.

Vistos, relatados e discutidos os autos do processo TC n° 02127/06, que trata da prestação de


contas anual da Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas - EMP ASA, relativa
ao exercício de 2005, tendo como Diretor-Presidente o Sr. Leonardo Moura Teixeira, e,

CONSIDERANDO que compete ao Tribunal de Contas do Estado, nos termos das


Constituições Federal e Estadual, c/c a Lei Complementar n? 18/1993, julgar as contas dos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos;

CONSIDERANDO o relatório da Auditoria, o parecer do Ministério Público, a proposta de


decisão do Relator e o mais que dos autos consta.

ACORDAM, à unanimidade, os membros do Tribunal de Contas do Estado, na sessão


realizada nesta data, em:
a) Julgar regular com ressalva a Prestação de Contas da Empresa Paraibana de
Abastecimento .c Serviços Agrícolas - EMP ASA, sob a responsabilidade de seu Diretor-
Presidente, Sr. Leonardo Moura Teixeira, relativa ao exercício de 2005;
b) Aplicar multa pessoal ao Sr. Leonardo Moura Teixeira, no valor de R$ 1.000,00 (um mil
reais), com fulcro no art. 56, Il, da LOTCEIPB, em face das irregularidades constatadas nos
presentes autos;
c) Assinar prazo de 60 (sessenta) dias para recolhimento da multa aos cofres do Estado, sob
pena de cobrança executiva a cargo do Ministério Público Comum;
d) Assinar prazo de 90 (noventa) dias ao atual gestor para que tome as medidas necessárias, no
sentido de regularizar a situação dos servidores que estão à disposição de outras entidades com
o ônus para a EMPASA, como também comprove que está cobrando os créditos da empresa;
e) Recomendar atual Gestor da EMPASA no sentido de que não incida nas falhas mencionadas,
tomando providências no sentido de regularizar as situações em desconformidade com a
legislação e os princípios aplicáveis à Administração Pública e à Contabilidade.

Presente ao julgamento a Exm", Sra. Procuradora Geral.


Publique-se e cumpra-se.
TC - Plenário Min. João Agripino, em 13 de maio de 2009.

AUDITOR OSCAR ~ANT~GO MELO


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PROCURADORA GERAL
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02127/06

o processo TC n" 02127/06 trata da Prestação Anual de Contas da Empresa Paraibana


de Abastecimento e Serviços Agrícolas - EMP ASA, relativa ao exercício de 2005, sob a
responsabilidade de seu Diretor-Presidente, Sr. Leonardo Moura Teixeira.

A EMP ASA é uma Empresa Pública atualmente vinculada à Secretaria de Estado do


Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca. A sua criação foi autorizada pela Lei n° 5.398,
de 15.05.1991, como resultado da fusão entre as empresas CEASA-PB, CIDAGRO e
CIDHORT. Os objetivos básicos da EMPASA são: programar, executar e fiscalizar a política
global de abastecimento de gêneros alimentícios, com vista ao desenvolvimento das
atividades de produção e consumo, além de operar na melhoria da infra-estrutura da produção
agrícola.

A Auditoria deste Tribunal, em seu relatório inicial, após destacar diversos aspectos
patrimoniais, financeiros, orçamentários e operacionais da empresa, apontou diversas
irregularidades, o que ocasionou a notificação do gestor responsável, Sr. Leonardo Moura
Teixeira.

A Auditoria analisou a defesa acostada aos autos e entendeu que persistiram as


seguintes irregularidades, pelos motivos que se seguem:

1. Comprovantes de depósitos bancários, decorrentes de aluguéis pagos por usuários


por determinação judicial, não encaminhados para o setor de contabilidade.

o responsável informou que a Empresa, através da sua Assessoria Jurídica,


ingressou na justiça pedindo que seja determinado aos usuários o fornecimento
dos comprovantes dos depósitos, conforme cópia de petição acostada aos autos. A
Auditoria manteve o seu entendimento, principalmente, por ser essa irregularidade
remanescente do exercício de 2004.

2. Ausência de medidas judiciais visando cobrar os valores devidos por usuários da


estatal.

Segundo o gestor não procede a irregularidade, pois os débitos estão sendo


cobrados administrativamente, para evitar despesas com a justiça. O Órgão
Técnico rebateu afirmando que não foram apresentados documentos que
comprovem a referida cobrança administrativa.

3. Falta de cobrança dos direitos a Receber de Terceiros e Outros Créditos de Curto


Prazo.

O interessado justificou que os valores referem-se a atos da administração anterior,


e que ao detectar a irregularidade, tomou as medidas cabíveis para reaver ~ •
Processo Te n° 02127/06

direitos de .recebimento. A Auditoria constatou que essa irregularidade decorreu,


de fato, da administração passada, porém o Gestor ainda não havia tomado
qualquer medida para reaver seus créditos.

4. Pagamento de multas no montante de R$ 177.201,51 durante o exercício.

o defendente afirma que o pagamento de multas e juros foi decorrente de


parcelamentos efetuados pela empresa, necessários para evitar a penhora do seu
patrimônio. O Órgão de Instrução não aceitou as justificativas por falta de
comprovação documental do alegado.

5. Divergência entre os valores das despesas administrativas constantes na


Demonstração de Resultado e no balancete de dezembro.

o gestor informou que a divergência constatada foi decorrente dos descontos


referentes aos vales-transportes e aos planos de saúde dos empregados. A
Auditoria não acatou os argumentos apresentados, pois não ficou comprovado que
a diferença se refere às parcelas descontadas dos empregados da empresa.

6. Divergências entre as informações sobre as receitas da estatal constante no


Balancete de dezembro e as fornecidas pelo Relatório Anual referente às
subvenções do Governo Estadual.

Justificou o responsável que a divergência apontada trata-se de provisionamento


de Receita não Operacional, visto que na contabilidade do Estado, esse
provisionamento é considerado como restos a pagar e na contabilidade da
EMP ASA denomina-se subvenções e dotações a receber. A Auditoria ressaltou
que devido à ausência de elementos que possam justificar a diferença no valor R$
943.839,12, fica mantida a falha inicial.

7. As Notas Explicativas não estão em conformidade com os princípios de


contabilidade geralmente aceitos.

o gestor negou a ocorrência dessa irregularidade, informando que as causas


trabalhistas e os bens penhorados são produtos irreais para lançamento pela
contabilidade. A Auditoria destacou que não há fundamento jurídico ou contábil
para sustentar os argumentos da defesa, visto que a contabilidade não pode deixar
de registrar nas notas explicativas as ações trabalhistas em andamento e os bens
penhorados da Empresa, pois são fatos que afetam diretamente a situação
patrimonial e o próprio desenvolvimento regular das atividades da empresa.

8. Cessão irregular de máquinas e implementos, bem como negligência no


acompanhamento de seu uso e de suas condições técnicas.

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02127/06

Argumentou o defendente que diante da precariedade e desgaste dos


equipamentos, a solução para manter as máquinas funcionando e produzindo foi a
cessão de uso onde em troca o cessionário se comprometia a recuperar e substituir
as peças, bem como manter em funcionamento o bem cedido. Órgão Técnico citou
que os argumentos do Gestor destoam da situação verificada in loco, quando se
constatou que os bens são cedidos ao longo dos anos, muitos dos quais com
termos de cessão vencidos, outros sem contrato de cessão e sem que a EMP ASA
disponha de qualquer informação referente às condições técnicas e de
funcionamento dos equipamentos e veículos, mantendo assim, a falha inicial.

9. Despesa média anual de R$ 1.507.240,53 com os empregados da empresa que


estão prestando serviços em outros órgãos, representando uma gestão de pessoal
antieconômica para a estatal.

o gestor limitou-se a informar que a situação decorreu da fusão das empresas


CIDAGRO, CIDHORT E CEASA. Diante disso, várias atividades da empresa
foram extintas, restando mão-de-obra. Sendo assim, o Estado vem transferindo
esses empregados para outras atividades em diversos órgãos estaduais. A
Auditoria ressaltou que essa prática caracteriza violação ao Princípio da Admissão
em Concurso para Acesso na Administração Pública e que os agentes competentes
devem ser informados no sentido de tomarem as medidas necessárias para
restabelecer um quadro de govemabilidade, em particular, através de ações
visando evitar a grande quantidade de pessoal da EMP ASA, pagos com seu
orçamento à disposição de outros órgãos.

o processo seguiu ao Ministério Público que sugeriu a assinação de prazo ao gestor


para apresentar a documentação reclamada pela Auditoria, referente ao pagamento de multas
e Juros.

o interessado foi notificado e apresentou não só a documentação suscitada como


novos argumentos sobre às irregularidades remanescentes.

A Auditoria analisou a nova defesa e considerou sanada apenas a falha referente às


divergências contidas no balancete de dezembro e no relatório anual, mantendo seu
entendimento quanto as demais irregularidades.

o processo seguiu novamente ao Ministério Público que opinou pela irregularidade


das contas em exame, pela aplicação de multa ao gestor responsável, pela imputação de débito
no montante apontado pela Auditoria em valores atualizados, pela recomendação à atual
gestão no sentido de prevenir a repetição das falhas acusadas no exercício e pela assinação de
prazo para que a gestão da EMP ASA comprove que está cobrando os créditos da empresa.

o Relator retomou o processo a Auditoria para reanalisar o item referente ao


pagamento de multas, pois o documento apresentado as fi. 1.000 deixon de ser analisado ~
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Processo Te n° 02127/06

fase da defesa, tendo em vista um erro no número de página citado pelo defendente. A
Auditoria analisou esse documento e alterou o valor imputado de R$ 177.201,51 para
R$ 55.124,26.

É o relatório, informando que o interessado e o seu representante legal foram


notificados da inclusão do processo na pauta da presente sessão.

Em 13 de maio de 2009.
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Processo Te n° 02127/06

Analisando as irregularidades apontadas ficou evidente que elas decorreram da


falta de um controle administrativo/financeiro mais eficaz, pois deixaram de ser observados
princípios administrativos, contábeis e constitucionais. Quanto à questão dos pagamentos de
multas e juros de mora efetivados sobre os parcelamentos, entendo não ter efeito devolutivo,
pois são despesas previstas quando da assunção dessas dívidas, como também, verifiquei que
houve erro de classificação contábil dos pagamentos relativos ao INSS e ao FGTS, os quais
deveriam ter sido contabilizados nas respectivas contas. Já o caso dos servidores que estão à
disposição de outras entidades com o ônus para a EMP ASA, sugiro que seja aplicado o que
dispõe o Estatuto do 'Servidor Público, Lei Complementar 58/2003, o qual reza que todo
servidor cedido deve ter sua remuneração paga pelo órgão no qual presta serviço. Dessa
forma, proponho que este Tribunal:

1) Julgue regular com ressalva a prestação de contas do Diretor-Presidente da Empresa


Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícola - EMP ASA, Sr. Leonardo Moura
Teixeira, relativa ao exercício de 2005;
2) Aplique multa pessoal ao Sr. Leonardo Moura Teixeira, no valor de R$ 1.000,00 (um
mil reais), com fulcro no art. 56, II, da LüTCEIPB, em face das irregularidades
constatadas nos presentes autos;
3) Assine prazo de 60 (sessenta) dias para recolhimento da multa aos cofres do Estado,
sob pena de cobrança executiva a cargo do Ministério Público Comum;
4) Assine prazo de 90 (noventa) dias ao atual gestor para que tome as medidas
necessárias, no sentido de regularizar a situação dos servidores que estão à disposição
de outras entidades com o ônus para a EMP ASA, como também, comprove que está
cobrando os créditos da empresa;
5) Recomende ao atual Gestor da EMP ASA no sentido de que não incida nas falhas
mencionadas, tomando providências no sentido de regularizar as situações em
desconformidade com a legislação e os princípios aplicáveis à Administração Pública
e à Contabilidade.

É a proposta.

Em 13 de maio de 2009.

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