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Tribunal Pien(,

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC 1.844/08

Prestação de Contas do ex-Prefeito Municipal de Água

Branca, Senhor Hercules Sidney Firmino, relativa ao
exercício financeiro de 2007 - Parecer favorável -
Atendimento integral aos dispositivos da LRF

PARECER PPL TC N° /09

o Processo TC 1.844108 trata da Prestação de Contas apresentada pelo ex-
Prefeito do Município de Água Branca, Senhor Hércules Sidney Firmino, relativa
ao exercício financeiro de 2007.

CONSIDERANDO que o Órgão de Instrução, após analisar a documentação

constante dos presentes autos, inclusive a defesa apresentada por aquela
autoridade, constatou a ocorrência das seguintes irregularidades:

1) Montante da dívida consolidada ultrapassando o estabelecido pela

Resolução nO40/2001 do Senado Federal;
2) Não empenhamento de contribuições patronais ao INSS no valor de
aproximadamente R$ 471.629,09, incidentes sobre remunerações pagas
pelo Município;
3) A Prefeitura mantém em seus quadros uma quantidade excessiva de
funcionários contratados por tempo determinado nas áreas de educação e
saúde, caracterizando burla ao concurso público.

CONSIDERANDO que o Ministério Público Especial entendeu poderem ser

relevadas as irregularidades relativas ao montante da divida consolidada e aos
funcionários contratados por tempo determinado;

CONSIDERANDO que, em relação ao não empenhamento de contribuições

patronais, o Órgão Ministerial acompanhou o entendimento do Órgão de Instrução;

CONSIDERANDO que, em razão desses entendimentos, o representante

ministerial pugnou pela (o):

a) Emissão de Parecer contrário à aprovação das contas da Prefeitura

Municipal de Água Branca, relativas ao exercício de 2007.

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PROCESSO TC 1.844/08

b) Atendimento integral às disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal.

c) Comunicação à Receita Federal a respeito das irregularidades de natureza
Previdenciária.
d) Recomendação no sentido de evitar toda e qualquer ação administrativa
que venha macular as contas da gestão.

CONSIDERANDO que o Conselheiro Relator votou pela emissão de Parecer

Contrário à aprovação da Prestação de Contas do Prefeito Municipal de Água
Branca, de responsabilidade do Sro. Hércules Sidney Firmino, relativa ao exercício
de 2007;

CONSIDERANDO que o Conselheiro Relator votou pela emissão de

Acórdão, em separado:
a) Declarando o atendimento integral às exigências essenciais da LRF;
b) Determinando que se envie representação à Receita Federal do
Brasil para as devidas providências no que pertine ao recolhimento
das contribuições previdenciárias;
c) Recomendando ao gestor municipal para adotar medidas
administrativas no sentido de prevenir a repetição das falhas
acusadas no exercício de 2007, destacando a adequação dos
procedimentos quanto aos recolhimentos previdenciários e
admissão de pessoal, a fim de atender aos preceitos legais em vigor.

CONSIDERANDO que, segundo o Conselheiro Relator, em relação à

contribuição patronal, a Administração Municipal recolheu durante o exercício
financeiro o equivalente a R$ 352.334,21, correspondendo a 42,76% do total
devido (R$ 823.963,30);

CONSIDERANDO que, no entendimento do Conselheiro José Marques

Mariz, acompanhando posicionamentos anteriores do Procurador André Carlo
Torres Pontes, o INSS possui em seu quadro de pessoal funcionários mais
capacitados e em maior número para apurar a irregularidade relativa à falta de
empenhamento de contribuições patronais ao INSS, não devendo, portanto, ser
esta falha suficiente a conduzir a reprovação das contas apresentadas pelo
Gestor;
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PROCESSO TC 1.844/08

CONSIDERANDO haver sido essa irregularidade a única subsistente;

CONSIDERANDO que, ante o entendimento acima exarado e o fato de a

Administração Municipal haver recolhido uma alta quantia a título de contribuições
previdenciárias, o Conselheiro José Marques Mariz votou pela Emissão de parecer
favorável a presente prestação de contas e pela declaração de atendimento
integral às disposições da LRF pelo Gestor;

CONSIDERANDO que o Conselheiro Substituto Umberto Silveira Porto

acompanhou o entendimento do Conselheiro José Marques Mariz;

CONSIDERANDO que o Conselheiro Substituto Antonio Cláudio Silva

Santos acompanhou o entendimento do Relator;

CONSIDERANDO que o Presidente em exercício, Conselheiro Fernando

Rodrigues Catão, ao proferir voto de desempate, acompanhou o entendimento do
Conselheiro José Marques Mariz;

DECIDEM os Conselheiros do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA

PARAíBA, na sessão realizada nesta data, por maioria de votos em:

1. Emitir Parecer Favorável à aprovação das Contas apresentadas pelo Sr.

Hércules Sidney Firmino, Prefeito do Município de Água Branca, relativas
ao exercício financeiro de 2007.
2. Emitir Acórdão, em separado:

a) Declarando o atendimento integral às exiqências da Lei de

Responsabilidade Fiscal, relativamente ao exercício de 2007;
b) Determinando que se comunique à Receita Federal do Brasil acerca
do recolhimento de contribuições patronais devidas pelo Município
de Prata, para as providências de sua competência;
c) Recomendando à atual Administração Municipal no sentido de
adotar medidas administrativas tendentes a prevenir a repetição das
falhas acusadas no exercício de 2007, destacando a adequação dos
procedimentos quanto aos recolhimentos previdenciários e
admissão de pessoal, a fim de atender aos preceitos legais em vigor.

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PROCESSO TC 1.844/08

Presente ao julgamento a Exma. Senhora Procuradora Geral.

Publique-se, registre-se, cumpra-se.

TC - PLENÁRIO MINISTRO JOÃO AGRIPINO

João Pessoa, .: "". de .J:r' 1 L-> -, :;:; de 2009.

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fWl1Rti~~ CATÃO FABIO TULlO FILGUEIRAS NOGUEIRA
Conselheiro Relator
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PROCESSO- TC-01844/08

RELATÓRIO
Tratam os autos do presente processo da análise da Prestação de Contas do Município de Água
Branca/PB, relativa ao exercício financeiro de 2007, de responsabilidade do Prefeito e Ordenador de
Despesas, Sr. Hércules Sidney Firmino.
A Divisão de Acompanhamento da Gestão Municipal I - DIAGM I, com base nos documentos insertos
nos autos, emitiu o relatório inicial de fls. 711-721, evidenciando os seguintes aspectos da gestão
municipal:
1. Sobre a gestão orçamentária, destaca-se:
a) o orçamento foi aprovado através da Lei Municipal n." 275, de 21 de novembro de 2006,
estimando a receita e fixando a despesa em R$ 6.950.000,00, como também autorizando
abertura de créditos adicionais suplementares em 50% da despesa fixada na LOA;
b) durante o exercício, foram abertos e utilizados créditos adicionais no montante de R$
4.707.882,60, sendo R$ 4.677.882,60 com créditos suplementares e R$ 30.000,00 na
modalidade especial, todos com as devidas fontes de recursos;
c) a receita orçamentária efetivamente arrecadada no exercício totalizou o valor de R$
9.055.728,40, superior em 30,30% do valor previsto no orçamento;
d) a despesa orçamentária realizada atingiu a soma de R$ 9.014.127,75, superior em 29,70% do
valor previsto no orçamento;
: e) o somatório da Receita de Impostos e das Transferências - RIT atingiu a soma de R$
4.050.920,05;
h) a Receita Corrente Líquida - RCL alcançou o montante de R$ 7.681.403,40.

2. No tocante aos demonstrativos apresentados:

a) o Balanço Orçamentário apresentou superávit equivalente a 0,46% da receita orçamentária
arrecadada;
b) o Balanço Financeiro registrou um saldo para o exercício seguinte, no valor de R$ 538.984,64;
,
c) o Balanço Patrimonial evidenciou déficit financeiro no valor de R$ 208.932,83;
d) a dívida municipal atingiu, ao final do exercício, a importância de R$ 9.748.922,39,
correspondendo a 107,65% da receita orçamentária total arrecadada no exercício.

3. Referente à estrutura da despesa, apresentou a seguinte composição:

a) as remunerações dos Vereadores foram analisadas junto com a Prestação de Contas da Mesa
da Câmara Municipal;
b) os gastos com obras e serviços de engenharia, no exercício, totalizaram R$ 1.594.059,21
correspondendo a 17,68% da Despesa Orçamentária Total (DOTR).

4. Quanto aos gastos condicionados:

a) a aplicação de recursos do FUNDEB na remuneração e valorização dos profissionais do
magistério (RVM) atingiu o montante de R$ 1.210.836,63 ou 60,15% das disponibilidades do
FUNDEB (limite mínimo=60%);
b) a aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino (MDE) alcançou o montante de R$
1.058.948,66 ou 26,15% da RIT (limite mínimo=25%);
c) o Município despendeu com saúde a importância de R$ 681.192,69 ou 16,82% da RIT;
d) as despesas com pessoal da municipalidade alcançaram o montante de R$ 4.078.648,25 ou
53,10% da RCL (limite máximo=60%);
e) as despesas com pessoal do Poder Executivo alcançaram o montante de R$ 3.923.634,76 ou
51,08% da RCL (limite máximo=54%).

Tendo em vista que o Órgão de Instrução apontou irregularidades em seu relatório inicial, e atendendo
aos princípios cqnstitucionais do contraditório e da ampla defesa, o Relator determinou a notificação do
Sra. Hércules Sidney Firmino, atual gestor do município, tendo este vindo aos autos e apresentado
documentos e esclarecimentos às fls. 726-1113, devidamente examinados pela Auditoria (fls. 1116-
1123), concluindo pela permanência das seguintes irregularidades: (lJ:
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PROCESSO- 1C-01844/08

Gestão Fiscal:
._ .•....

1) Montante da dívida consolidada ultrapassando o estabelecido pela Resolução n° 40/2001 dd<.··~··

Senado Federal.
Gestão Geral:
1) Não empenhamento de contribuições patronais ao INSS no valor de aproximadamente R$
471.629,09, incidentes sobre remunerações pagas pelo Município;
2) A Prefeitura mantém em seus quadros uma quantidade excessiva de funcionários contratados
por tempo determinado nas áreas de educação e saúde, caracterizando burla ao concurso
público.

Chamado a se manifestar, o Ministério Público emitiu o Parecer n° 117/09 (fls. 1124-1126), da lavra da
Ilustre Procuradora Geral Ana Teresa Nóbrega, acompanhando o posicionamento do Órgão de Instrução
com relação ao não empenhamento de contribuições patronais. Com referência ao montante da dívida
consolidada ultrapassando o estabelecido pela Resolução n° 40/2001 do Senado Federal e a
manutenção de uma quantidade excessiva de funcionários contratados por tempo determinado, o
Parquet entende passível de relevação, sem prejuízo das recomendações cabíveis.
Ao final, pugnou no sentido de que esta Egrégia Corte decida pela(o):
a) Emissão de Parecer contrário à aprovação das contas da Prefeitura Municipal de Agua Branca,
relativas ao exercício de 2007.
b) Atendimento integral às disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal.
c) Comunicação à Receita Federal a respeito das irregularidades de natureza Previdenciária.
d) Recomendação no sentido de evitar toda e qualquer ação administrativa que venha macular as
contas da gestão.

O Relator fez incluir o feito na pauta desta sessão, com as notificações de praxe.

VOTO DO RELATOR
Tendo em vista as irregularidades apontadas pela Auditoria, num total de 3 eivas, gostaria de destacar
os fatos que me levam a concluir pela emissão de Parecer Contrário, nos termos do Parecer Normativo
PN TC n? 52/20041 e Constituição Federal:

1. Montante da dívida consolidada ultrapassando o estabelecido pela Resolução n° 40/2001 do

Senado Federal:
A Auditoria apontou que o município ultrapassou em 6,92% o limite para o endividamento
estabelecido pela Resolução N° 40/2001 do Senado Federal, especificando que o limite legal seria
de R$ 9.217.684,08, tendo a dívida consolidada líquida do município representado R$ 9.748.922,39.
A Assessoria do gabinete ao examinar a matéria verificou que o valor apontado pela Auditoria como
dívida consolidada líquida na verdade representa a dívida total do município, identificando o
montante da dívida consolidada líquida como sendo de R$ 9.000.803,90, portanto, dentro do limite
legal apontado pela Resolução N° 40/2001 do Senado Federal, não existindo irregularidade em
relação a este item.
2. Não empenhamento de contribuições patronaís ao INSS no valor de aproximadamente R$
471.629,09, incidentes sobre remunerações pagas pelo Município:
O interessado confirmou em sua defesa que as contribuições previdenciárias realmente não foram
integralmente registradas e recolhidas durante o exercício. A Auditoria apontou como valor devido
com relação à contribuição patronal o montante de R$ 823.963,30 (21% da despesa total com
pessoal), sendo empenhado e pago o valor de R$ 352.334,21, representando apenas 42,76% da
contribuição patronal a ser recolhida.
Diante destes números, fica evidente o não empenhamento e não pagamento de aproximadamente
57,24% do valor calculado pela Auditoria, percentual este, portanto, aquém dos recentes
posicionamentos do Tribunal Pleno que tem relevado a falha quando existem recolhimentos
previdenciários acima de 50% do montante total.
O defendente informa que realizou parcelarnento-, da dívida previdenciária, todavia não foram
acostados aos autos documentos cornprobatórtos.y.,

1 2. Constituirá motivo de emissão, pelo Tribunal. de PARECER CONTRÁRIO á aprovação de contas de Prefeitos Municipais. independentemente de
imputação de débito ou multa, se couber, a ocorrência de uma ou mais das irreguiaridades a seguir enumeradas:
2.5. não retenção e/ou não recoihimento das contribuições previdenciárias aos órgãos competentes (INSS ou órgão do regime próprio de
previdência. conforme o caso), devidas por empregado e empregador, incidentes sobre remunerações pagas pelo Município;
 PROCESSO- TC-01844to8 j
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3. A Prefeitura mantém em seus quadros uma quantidade excessiva de funcionários
contratados por tempo determinado nas áreas de educação e saúde, caracterizando burla ao
concurso público:
O Órgão Auditor verificou uma quantidade excessiva de professores, médicos, enfermeiros e
odontólogos contratados por tempo determinado, evidenciando burla ao concurso público, fato este
reconhecido pelo interessado em sua defesa, momento em que afirmou estar providenciando" ... os
atos necessários para a realização de um concurso público, no sentido de preencher os cargos nas
áreas indicadas, e que este deverá ocorrer no primeiro semestre de 2009.".
Os elementos constantes nos autos não são suficientes para fundamentar a irregularidade
apontada.

Diante do exposto, em harmonia com Parecer Ministerial, entendo que as eivas apontadas têm o condão
de levar à rejeição das contas aqui apreciadas, motivos que me levam a votar no sentido de que esta
Corte emita e encaminhe ao julgamento da Egrégia Câmara Municipal de Agua Branca, PARECER
CONTRARIO à aprovação da Prestação de Contas do Prefeito Municipal de Agua Branca, de
responsabilidade do Sr". Hércules Sidney Firmino, relativa ao exercício de 2007, e em Acórdão
separado:
1. declare atendimento integral às exigências essenciais da LRF;
2. determine o envio de representação à Receita Federal do Brasil para as devidas providências
no que pertine ao recolhimento das contribuições previdenciárias;
3. recomende ao gestor municipal para adotar medidas administrativas no sentido de prevenir a
repetição das falhas acusadas no exercício de 2007, destacando a adequação dos
procedimentos quanto aos recolhimentos previdenciários e admissão de pessoal, a fim de
atender aos preceitos legais em vigor.

João Pessoa, 25 de março de 2009.

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Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras Nogueira
Relator