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t: TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


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~l DENÚNCIA formulada pelo Prefeito srO José lvanildo Barros
'Í) _ Gouveia contra atos de responsabilidade do ex-gestor srO
Fernando Araújo Filho. Contratação de servidores concursados
em período proibitivo segundo art 21 da LRF. Improcedente.

RELATÓRIO:
Trata-se de denúncia trazida a esta Corte de Contas em 16/11/2004 pelo Ministério Público do Estado
da Paraíba, após provocação pelo Sro José lvanildo Barros Gouveia, Prefeito eleito de Soledade, à
época, contra atos de responsabilidade do Prefeito da referida Edilidade, na pessoa do srO Fernando
Araújo Filho, referente à contratação de pessoal concursado nos cento e oitenta dias que antecedem
ao término do mandato do titular do respectivo Poder, contrariando o disposto no § 1 do art. 21 da
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LRF.
Em 19/11/2004, foram formalizados os presentes autos e, então, encaminhados ao Órgão Auditor
para providenciar a instrução inicial, que, após análise, posicionou-se como segue:
Muito embora o total de gastos com pessoal correspondente ao período de julho de 2003 a julho de
2004 importarem em montante inferior ao limite previsto pelo art. 20, 111,b, da LRF, a denúncia é
procedente, pois as 25 (vinte e cinco) nomeações apontadas ocorreram em período proibitivo previsto
pelo parágrafo único do art. 21 da mesma Lei.
Em homenagem aos sagrados princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, o Relator
determinou a notificação do Sro Fernando Araújo Filho (fI. 38), então Prefeito do município de
Soledade, o qual apresentou defesa (fls. 44/51) durante o período regimentalmente estipulado, sendo
devidamente analisada pelo Corpo Técnico, resultando entendimento semelhante ao inicialmente
exarado, em face da inexistência de fato novo que tivesse o condão de alterá-lo.
Chamado a se manifestar, o Ministério Público Especial, conforme pronunciamentos contidos as
folhas 75 e 136, de 27/02/2007 e 21/11/2007, respectivamente, da lavra da ilustre Procuradora
lsabella Barbosa Marinho Falcão, sugeriu que o Órgão Auditor demonstrasse a real repercussão
financeira das nomeações nas folhas de pagamento do Município, bem como, a permanência dos
servidores em questão no quadro funcional do Ente e a evolução da folha de pessoal desde o início
da gestão do Prefeito sucessor do denunciado, informando a ocorrência ou não de outras
contratações, em caráter efetivo ou temporário, neste período de modo a caracterizar a real
necessidade de pessoal da Administração Municipal de Soledade.
Através de Complementações de Instruções (fls. 133/135; 259/265), a Auditoria assim se manifestou:
1. Tendo em vista a impossibilidade de verificação do impacto financeiro causado pelas
nomeações objeto da análise em epígrafe, com base no total das despesas com pessoal
informada no SAGRES e na PCAl2004, a Auditoria projetou o referido impacto, tomando por
lastro os salários constantes no módulo de Pessoal do SAGRES, utilizando-se os salários
pagos a ocupantes dos mesmos cargos no Município, no período das nomeações,
acrescendo o valor das contribuições do empregador junto ao INSS (21%), chegando ao
comprometimento adicional mensal na ordem de R$ 9.486,40.
2. Quanto à permanência dos servidores, a Auditoria, durante a inspeção "in loco", não recebeu
qualquer informação acerca do presente questionamento por parte da Administração,
inviabilizando comentários.
3. Nos exercícios de 2004, 2005 e 2006, houve um crescente incremento nos gastos totais com
pessoal do Poder Executivo e Administração indireta, R$ 2.823.218,73, R$ 3.264268,17 e R$
3.327.841,08, respectivamente, contudo, sem que o limite estabelecido na Lei Complementar
101/2000, art. 20,111,b, fosse superado.
4. Nos exercícios financeiros de 2005, 2006 e 2007, foram realizadas contratações de pessoal,
tanto para cargos de provimento efetivo quanto para cargos temporários, restando
comprovada a necessidade de contratação de pessoal por parte do Executivo em face do
interesse público pela continuidade da prestação de serviços indispensáveis à população.
Quanto aos cargos de provimento efetivo, estes foram preenchidos na medida de sua
vacância.
Chamado novamente a externar sua opinião, o Parquet, da lavra da Procuradora lj. bella Barbosa
Marinho Falcão, faz citação aos ensinamentos da ilustre Mestra Zanella Di Pietro:l~

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PROCESSO TC 6370/04 f1s.2

"Assim, nada impede que os atos de investidura sejam praticados ou


vantagens pecuniárias sejam outorgadas, desde que haja aumento da
receita que permita manter o órgão ou Poder no limite estabelecido no
art. 20 ou desde que o aumento da despesa seja compensado com ato
de vecéncie ou outras formas de diminuição da despesa com pessoal."
"A intenção do legislador com a norma do parágrafo único foi impedir
que, em fim de mandato, o governante pratique atos que aumente o total
da despesa com pessoal, comprometendo o orçamento subseqüente ou
até mesmo superando o limite imposto pela lei, deixando para o sucessor
o ônus de adotar as medidas para alcançar o ajuste. O dispositivo se
fosse entendido como proibição indiscriminada de qualquer ato de
aumento de despesa, inclusive atos de provimento, poderia criar
situações insustentáveis e impedir a consecução de fins essenciais,
impostos aos entes públicos pela própria Constituição."
Em face das informações trazidas pela Auditoria, atestando a existência de impacto mensal na folha
de pagamento, o qual não faz ultrapassar o limite imposto pelo art. 20, 111, b, da LRF, bem como, a
necessidade de contratações para o preenchimento de cargos vagos na Administração questionada,
assim como na subseqüente, constata-se a real necessidade da contratação dos concursados. Sendo
assim, não há porque tornar os atos nulos, devendo ser consideradas lícitas às aludidas contratações.
Ante o exposto, o MPjTCE manifestou-se: "pelo conhecimento da presente denúncia, porém julgada
improcedente, pois não há provas subsistentes nos autos que do acréscimo nos gastos com pessoal
nos últimos 180 dias do mandato do denunciado, como também restou confirmado que os
concursados foram nomeados para o preenchimento de cargos vagos, não ocorrendo à
ultrapassagem do limite com gasto com pessoal da LRF".
O Relator agendou o processo para a presente sessão, sendo desnecessária a notificação ao
interessado.

VOTO DO RELATOR:
Como exaustivamente caracterizado, o processo em tela reza sobre a formulação de denúncia
alegando contratações ilegais de pessoal em período proibitivo, contrariando o estabelecido pela Lei
Complementar n° 101/00, § 1°, art. 21, realizadas pelo então prefeito, Sr" Fernando Araújo Filho, e
que, após pronunciamentos, não cabendo espaços para divergências, acompanho o entendimento do
Orgão Ministerial, proferindo o voto nos seguintes termos:
1. conhecimento da denúncia, ante o universal direito de petição previsto no art. 5°, inciso
XXXIV da CF e, da mesma forma, assegurada pela RN TC nO02/06;
2. improcedência desta;
3. comunicação às partes interessadas;
4. arquivamento dos presentes autos.

DECISÃO DO TRIBUNAL PLENO:


Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC nO06370/04, os Membros do TRIBUNAL DE
CONTAS DO ESTADO DA PARAiBA (TCE/Pb), ACORDAM, na sessão plenária realizada nesta data,
à unanimidade, pelota):
I. conhecimento da presente denúncia;
11. improcedência da denúncia;
111. comunicação às partes interessadas;
IV. arquivamento dos presentes autos.

Publique-se, intime-se, registre-se e cumpra-se


TCE - PLENÁ MINISTRO JOÃO AGRIPINO

Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras Nogueira


Relator
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Procuradora Geral do Ministério Público junto ao TCE-Pb

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