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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC 2.846/07

Prestação de Contas do ex-Prefeito Municipal de


Pilões, Senhor Iremar Flor de Souza, relativa ao
exercício financeiro de 2006 - Atendimento integral
aos dispositivos da LRF - Imputação de débito -
Aplicação de multa

ACÓRDÃO APL TC N° 2'15 /09


o Processo TC 2.846/07 trata da Prestação de Contas apresentada pelo
ex-Prefeito do Município de Pilões, Sr. Iremar Flor de Souza, relativa ao
exercício financeiro de 2006.

CONSIDERANDO que a Auditoria desta Corte, após analisar os


documentos constantes nos presentes autos, inclusive a defesa apresentada
por aquela autoridade, constatou as seguintes irregularidades:

1) Dívida do Município em valor muito elevado, correspondendo a 40,7% da


Receita Total Arrecadada no exercício.
2) Não realização de procedimentos licitatórios no valor de R$ 189.571,45,
para despesas com serviços de limpeza pública, com aquisição de
materiais elétricos, fardamentos escolares, transportes de pessoas e de
materiais, aquisição de gêneros alimentícios e de materiais de
construção diversos.
3) Falta de controle de merenda escolar nas unidades de ensino do
Município.
4) Despesas com serviços de recuperação de estradas vicinais, no total de
R$ 23.580,00, sem identificar quais as estradas beneficiadas.
5) Despesas relacionadas como reforma executada na Escola Municipal de
Ensino Fundamental Braz Baracuhy, no montante de R$ 14.896,01, não
sendo os serviços constatados por ocasião da inspeção "in loco" no
Município.
6) Despesas no total de R$ 18.307,80 com abastecimento de veículos não
pertencentes à frota municipal e que também não eram locados.
7) Pagamento excessivo com bandas musicais no valor de R$ 34.500,00 e
sem comprovação do efetivo gasto.
8) Despesas com serviços de reformas de Escolas Municipais, no montante
de R$ 12.325,32, sem identificação, nas notas fiscais e recibos
correspondentes, das escolas beneficiadas com os serviços.
9) Despesas com aquisição de camisas personalizadas, no valor de R$
4.800,00, as quais continham o slogan de campanha eleitoral do Prefeito.
10)Despesas com concessão de ajuda financeira, no montante de R$
40.746,61, sem especificar os critérios de triagem das pessoas
beneficiadas como carentes.
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PROCESSO TC 2.846/07

11)Colocação nas pinturas dos veículos e dos prédios públicos, em recibos


de doação de cestas básicas, nas copias de cheques e no fardamento
escolar, do slogan de campanha eleitoral do Prefeito.
12)Serviços de limpeza pública realizados por diaristas e com pagamento
inferior ao salário mínimo nacionalmente unificado.
13)Encaminhamento à Câmara Municipal dos balancetes mensais sem a
documentação comprobatória de receitas e despesas.

CONSIDERANDO que, no entendimento do Ministério Público junto a


este Tribunal, as irregularidades relativas à dívida municipal e à falta de
controle da Merenda Escolar comportam as devidas recomendações à atual
Administração Municipal, no sentido de corrigi-Ias;

CONSIDERANDO que o Órgão Ministerial entende poder ser relevada a


falha atinente à realização de despesas sem licitação (R$ 189.571,45), em
razão de inexistir nos autos demonstração de este fato haver causado
prejuízos para os cofres públicos, porquanto os gastos efetuados
corresponderam aos serviços prestados e aos produtos adquiridos;

CONSIDERANDO que o Ministério Público Especial constatou haver nos


autos os procedimentos licitatórios, contratos, empenhos e notas fiscais
referentes aos gastos com serviços de estradas vicinais (R$ 23.580,00), bem
como inexistir neles qualquer indício da falta de realização desses serviços,
concluindo, em razão disso pela regularidade dessas despesas, cabendo,
entretanto, as devidas recomendações pelo fato de os trechos abrangidos
terem sido apontados de forma genérica;

CONSIDERANDO que o Órgão Ministerial acatou as alegações


apresentadas em relação às despesas realizadas com serviços de reforma de
Escolas Municipais (R$ 12.325,32), sem identificação das escolas beneficiadas
nas notas fiscais ou nos recibos, em razão de constar nos autos as cópias do
cheques, os empenhos, os recibos e a planilha de orçamento da obra.

CONSIDERANDO que, de acordo com o Ministério Público junto a este


Tribunal, por força do lapso temporal existente entre a realização da obra e a
diligencia realizada pela douta Auditoria, não há como aferir se a reforma na
Escola Municipal Escola Municipal de Ensino Fundamental Braz Baracuhy foi
ou não efetuada;

CONSIDERANDO que, segundo o Órgão Ministerial, as despesas com


abastecimento de veículos não pertencentes à frota do município (R$
18.307,80) deve ser imputado ao ex-Gestor Municipal, por não haver sido
demonstrado nos autos o fato de os veículos beneficiados pertencerem à

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PROCESSO TC 2.846/07

CONSIDERANDO que, consoante o Ministério Público Especial, o


defendente não conseguiu comprovar a totalidade das despesas realizadas
com a contratação de bandas musicais (R$ 84.500,00), restando como não
comprovada a quantia de R$ 34.500,00, devendo esta quantia ser restituída
aos cofres municipais pelo ex-Prefeito;

CONSIDERANDO que, no entendimento do Órgão Ministerial, há nos


autos elementos suficientes a demonstrar a prática de improbidade
administrativa e a violação ao principio constitucional da impessoalidade,
caracterizadas pela aquisição de camisas personalizadas, contendo o slogan
de sua campanha eleitoral, e pela existência de recibos para concessão de
cestas básicas, de extratos de cópias de cheques e de pinturas em veículos,
prédios e escolas pertencentes ao patrimônio público municipal, devendo, por
isso, ser encaminhadas cópias dos autos ao Ministério Público Estadual, para
as providências cabíveis, cabendo também ao ex-gestor a devolução do valor
gasto na aquisição das camisas suprareferidas (R$ 4.800,00);

CONSIDERANDO que o Ministério Público junto a esta Corte entende


não ser razoável a imputação do valor gasto com a concessão de ajuda
financeira (R$ 40.746,61) por se tratarem de auxílios sociais, cuja concessão é
de competência discricionária da Administração Pública Municipal, estando
identificados nos autos os beneficiários, além de existir lei municipal
regulamentando o programa de atendimento a pessoas carentes;

CONSIDERANDO que os serviços de limpeza pública realizados por


diaristas, com pagamento inferior ao salário mínimo, segundo o Ministério
Público Especial, afronta a vedação constitucional de pagamento inferior ao
mínimo, bem como o Parecer Normativo TC nO52/2004;

CONSIDERANDO que, de acordo com o Órgão Ministerial, a


irregularidade acima descrita infringe também exigência de realização de
concurso público para contratação de servidores para o exercício de atividades
de caráter permanente da Administração Pública, devendo ser desentranhadas
as peças pertinentes e constituídos novos autos para ser esta matéria
examinada pela Divisão de Auditoria na área de Pessoal;

CONSIDERANDO que, em razão desses fatos, o Ministério Público


Especial opinou pela:

a. Emissão de parecer contrário à aprovação das contas do Sr. Iremar


Flor de Souza, ex-Prefeito do Município de Pilões, relativas ao exercício
de 2006;
b. Declaração de atendimento integral às disposições da Lei de
Responsabilidade Fiscal;
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c. Aplicação de multa ao ex-Gestor, com fulcro no art. 56 da Lei Orgânica


deste Tribunal;
d. Imputação de débito ao ex-Prefeito, no montante de R$ 57.607,80, em
virtude de despesas com abastecimento de veículos não pertencente à
frota municipal (R$ 18.307,80), do pagamento a bandas musicais sem
comprovação documental (R$ 34.500,00) e de despesas referentes a
camisetas personalizadas com slogan de campanha do ex-Prefeito (R$
4.800,00);
e. Representação à Procuradoria Geral de Justiça a fim de que adotes as
providências de estilo, diante de possíveis ilícitos penais;
f. Recomendação à Administração do Município de Pilões no sentido de
evitar toda e qualquer ação administrativa que, em similitude com
aquelas ora debatidas, venham macular as contas de gestão municipal.
CONSIDERANDO que, no atinente às irregularidades relativas às
despesas com abastecimento de veículos não pertencentes à frota do
município (R$ 18.307,80), às despesas com bandas musicais sem
comprovação (R$ 34.500,00), ao uso indevido do slogan da campana eleitoral
e aos serviços de limpeza pública realizados por diaristas com pagamentos de
salário inferior ao mínimo nacionalmente unificado, o Relator acompanha o
entendimento ministerial.

CONSIDERANDO que, no entendimento do Relator, dentre as


irregularidades subsistentes após a devida instrução processual, são essas as
únicas significativas, podendo as demais ser relevadas, com as devidas
recomendações, porquanto não são elas capazes de macular as contas
prestadas.

CONSIDERANDO o Relatório e o Voto do Relator, o pronunciamento do


Órgão de Instrução, o Parecer escrito e oral do Ministério Público junto a esta
Corte e o mais que dos autos consta;

ACORDAM os Conselheiros do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


DA PARAíBA, na sessão realizada nesta data, por unanimidade de votos, em:

1. Declarar o atendimento integral às exigências da Lei de


Responsabilidade Fiscal, pelo Chefe do Poder Executivo do Município
de Pilões, durante o exercício financeiro de 2006;
2. Imputar débito ao Sr. Iremar Flor de Souza no montante de R$
57.607,80, em razão do abastecimento de veículos não pertencente à
frota municipal (R$ 18.307,80), do pagamento a bandas musicais sem
comprovação documental (R$ 34.500,00) e da aquisição de

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camisetas personalizadas com slogan de sua campanha eleitoral (R$
4.800,00);

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3. Assinar ao senhor supracitado o prazo de 60 (sessenta) dias para


demonstrar a este Tribunal o recolhimento do débito acima
mencionado com recursos próprios aos cofres públicos municipais,
sob pena de cobrança executiva a ser ajuizada pela Administração
Municipal até o 30° (trigésimo) dia após o vencimento daquele prazo,
sob pena de responsabilidade do Gestor do Município, servindo o
presente acórdão como título executivo. No caso de omissão daquela
autoridade, deverá agir o Ministério Publico, nos termos do artigo 71,
parágrafos 3° e 4° da Constituição Estadual;
4. Aplicar multa pessoal ao mencionado ex-Gestor, no valor de R$
2.805,10, por infração grave à norma legal, nos termos do inciso 11, do
art. 56 da Lei Orgânica deste Tribunal;
5. Assinar ao senhor acima identificado o prazo de 30 (trinta) dias para
comprovar a esta Corte de Contas o recolhimento da multa aplicada
ao tesouro Estadual à conta do Fundo de Fiscalização Orçamentária
e Financeira Municipal, informando-lhe ainda que, caso não efetue o
recolhimento voluntário, cabe ação a ser impetrada pela Procuradoria
Geral do Estado, devendo-se dar a intervenção do Ministério Público,
na hipótese de omissão da PGE, nos termos, do § 4° do art. 71 da
Constituição Estadual.
6. Determinar que se represente à Procuradoria Geral de Justiça para,
diante de possíveis ilícitos legais, adotar as providências de sua
competência.
7. Recomendar à atual Administração Municipal para prevenir a
repetição das falhas apontadas no exercício de 2006, sob pena de
desaprovação de contas futuras e outras cominações legais, inclusive
multa.

Presente ao julgamento a Exma. Senhora Procuradora Geral


em exercício.

Publique-se, registre-se, cumpra-se.

TC - PLENÁRIO MINISTRO JOÃO AGRIPINO

João Pessoa, .<;' de ,1\ ,r;~_- '- de 2009.

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A ({SÉ MARQUES MARIZ


Conselheiro Relator

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ISABELLA BAR SA MARINHO FALCÃO
Procuradora-Geral em exercício

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