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Professora de Psicologia e Epistemologia da Universidade de Buenos Aires, a argentina Ana Maria Kaufman
também é pesquisadora do Programa Escuelas para el Futuro, da Universidade de San Andrés, na Argentina, e
assessora da área de Línguas do Colégio Alas de Palomar. No início dos anos 1970, fez parte de um grupo de
pesquisas sobre a alfabetização ao lado de Emilia Ferreiro, Ana Teberosky, Alicia Lenzi, Suzana Fernandez e
Lílian Tolchinsk, no qual, segundo ela, nasceu sua paixão pelo tema. É autora de, entre outros livros, Escola,
Leitura e Produção de Textos, Alfabetização de Crianças: Construção e Intercâmbio e A Escrita e a Escola. Para
ela, “a única forma de alfabetizar é ver a leitura e a escrita como práticas sociais. Ensinadas de forma solta, as
letras, as palavras e as normas gramaticais não servem para formar leitores e escritores. Essas coisas apenas têm
sentido quando estão incluídas em situações de leitura e escrita”. Nos últimos dez anos, ela se dedica ao estudo
da construção de resumos escritos. “Resumir é estudar, é reescrever um texto uma vez e outra vez, até que se
entenda o que há de mais importante ali. Dentro dessa perspectiva, creio que o resumo é fundamental porque
implica a verdadeira compreensão do texto.”
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Por que é importante promover o contato da criança com a leitura antes mesmo de ela saber ler como os
adultos?
ANA MARIA KAUFMAN Bom, como lê uma criança que ainda não sabe ler? Nesse caso, é fundamental que
o professor proporcione situações em que os textos estejam contextualizados, ou seja, que não apresente
palavras e frases soltas, sem informação adicional, pautando-se apenas por ensinar as letras e o som das letras.
Porque dessa maneira o aluno vai aprender a relacionar as letras, mas não desenvolverá estratégias de leitura.
Como se constrói a relação entre o conteúdo que os alunos já sabem de cor e o mesmo conteúdo que o
professor escreve no quadro-negro ou pendura na parede, como nas atividades com cantigas e parlendas?
ANA MARIA Isso ocorre quando a criança começa a descartar determinadas antecipações: "Não, com essa
letra não, porque com essa letra começa a outra palavra que já conheço". Ou seja, há um mal-entendido quando
pensam que somos contra o ensino das letras. O que não podemos fazer é ensiná-las numa determinada ordem
ou descontextualizadas, mas de outra maneira. Por exemplo, os estudantes trabalham com o nome dos colegas
de sala e vão percebendo quais letras estão em cada um deles. Assim, passam a saber que a letra "p" serve para
escrever o nome "Paulo".
A lista de presença, assim, se transforma em instrumento de alfabetização. Que outros recursos podem
ser utilizados pelo professor?
ANA MARIA Propomos que nas salas de Educação Infantil haja dois materiais básicos: o abecedário, mas sem
imagens, para que a criança possa visualizar quantas letras há em nosso alfabeto, em que ordem elas aparecem e
que essas são todas as letras que existem e sempre estarão nessa ordem quando busco informação numa
enciclopédia, agenda ou lista telefônica. No abecedário ilustrado, essa capacidade se perde porque as figuras no
meio das letras atrapalham a percepção dos alunos. Além disso, é importante ainda a existência de bancos de
dados, com figuras e seus nomes - um cachorro com "cachorro" escrito embaixo -, que esteja à disposição das
crianças o tempo todo, para quando ela sinta a necessidade de buscar essa informação.