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| Cipreste |15 de Julho 2009 | 1

“Ainda não nos adaptámos


à queda do número de
alunos do Piaget”
António Cunha | Entrevista pág.14

1.00 €
II série nº 2 Mensal
15 de Julho de 2009
Director: Rui Miranda
Fundado em 1997

Investir na zona
Cipreste
industrial
H á empresários que se queixam
das licenças que têm que pagar
à autarquia pela instalação de unidades
de saneamento… de facto houve um
aumento grande, em alguns casos da
ordem de 50%, nos últimos anos.
na zona industrial. Fomos saber os Mesmo assim é mais barato investir
preços das licenças e taxas cobradas em Macedo do que em Mirandela.
pela autarquia, licença de construção,
vistorias, licenças de utilização, taxa | Pág. 13

Rali na cidade
Lamalonga e Vilarinho Dia 1 de Agosto Macedo
vai ter uma prova de
velocidade automóvel

de Agrochão sem água nas ruas da cidade.


Esperam-se condutores
de nome nacional.|P 5

Polisário, a
luta pelo país
de areia |P12 e 13
1997

Homicida do dia de
S. Pedro em prisão
domiciliária |P 7

2009
A
guerra da água em Vilar- Esta guerra tem tido contornos políti- mais propriamente da barragem das
inho de Agrochão e La- cos, o PS diz que a autarquia já teve Aguieiras, que tem uma conduta que
malonga já vem de longe, tempo para resolver o problema, o PSD passa nas proximidades de Vilarinho de
mas fica mais perto em diz que enquanto o PS esteve no poder Agrochão, mas ainda não há datas.
cada verão. A falta de nada fez…
água da rede pública fica mais evidente A solução Azibo parece estar posta Entretanto o verão passa e vai o cân-
nos meses do estio. de lado, a água deverá vir de Vinhais, taro à fonte…
| Pág. 2
2 | 15 de Julho 2009 | Cipreste |

Álcool Ciência no verão


3,12 g de álcool por cada litro de sangue, foi a taxa registada pela Á semelhança do que tem vindo a acontecer nos últimos anos, as
GNR, durante a feira de S. Pedro a um condutor que pensava ser férias em Macedo podem ter mais do que o sol do Azibo.
capaz de levar o carro para casa. Mas não foi longe, primeiro foi Astronomia, Biologia e geologia são os temas das propostas da
contra dois automóveis que estavam estacionados, depois foi com ciência no Verão, que um pouco por todo o concelho vão fazer fun-
a GNR… cionar os neurónios em tempo de lazer.

Lamalonga e Vilarinho de Agrochão


Macedo
Abastecimento a
norte do concelho mete água
C
om mais um verão à simples razão de que, mais tar-
porta regressam os de ou mais cedo, todos acabam
problemas às fregue- por secar. Embora a população
sias de Lamalonga e de Vilarin- estivesse contra, foi construída
ho de Agrochão. A falta de água uma conduta de Ala para Me-
tratada nas torneiras, bem como les, “que já abastecia uma série
o abastecimento das popula- de aldeias”. Mas, Carlos Bar-
ções é já um problema antigo, roso garante que em 2001 “não
mas ainda continua por resolver. havia qualquer candidatura para
O facto da freguesia de Lama- resolver o problema”. A con-
longa ser de gestão socialista strução desta conduta aparece
levou o vereador Camilo Morais em “overbooking”, ou seja, fora
a levantar a questão numa das de qualquer trâmite normal e
reuniões de câmara do mês em tempo de candidatura, em
de Junho e a frisar que “sendo 2005/2006, “porque todos os
uma freguesia desalinhada com fundos estavam esgotados para
o poder”, a questão vai sendo o efeito”.
adiada e as populações tardam
a ver solucionado o problema da Freguesias com água de
falta de água. Vinhais
Segundo o mesmo vereador,
nas ruas das aldeias menciona- A solução de abastecimento
das, a população culpa a Junta com base na conduta que vem
de Freguesia “por não saber do Azibo e que passa a 7km de
pedir”. Mas, Camilo Morais con- Vilarinho de Agrochão está pos-
sidera que a questão central não ta de lado. “Ainda não há data
é essa, que “a Junta não tem de prevista para o início das obras”,
pedir nada, pois a obra é da com- afirma Duarte Moreno. Mas, a
petência da Câmara Municipal”. água deve chegar às duas freg-
O vereador considera que seria uesias, através da conduta que
até vergonhoso a Junta de Freg- vem da Barragem das Aguieiras,
uesia andar “a chorar” a água. em Vinhais e que passa a 500
Para Camilo Morais, a Câmara metros de Vilarinho de Agrochão.
pode aproveitar para garantir “Já temos o ponto de entrega da
ou fazer este abastecimento em conduta em Everdosa, que é da
tempos de eleições autárquicas, Águas de Trás-os-Montes, mas
para que consiga mais votos na ainda não temos data para isso”,
próxima ida às urnas. acrescenta. A obra estará a car-
A primeira reacção à questão Vinhais de futuro a água deverá vir do concelho de Vinhais go da empresa Águas de Trás-
por parte da Câmara Munici- os-Montes e Alto Douro.
pal de Macedo de Cavaleiros longa e Vilarinho de Agrochão, e do dia para esclarecer que não ada a estas duas localidades em Esta está a ser a primeira
chegou por Duarte Moreno, ainda saneamento a Vila Nova tinha gostado das declarações apenas oito anos, mas que se de muitas discussões políticas,
vice-presidente do executivo. da Rainha. de Duarte Moreno à comunica- fizeram melhoramentos porque em tempos de pré campanha,
O edil garante que as obras da ção social. Apelidou mesmo a “as pessoas deixaram de andar que começam cedo em Macedo
autarquia são executadas den- Camilo Morais não intervenção do vice-presidente de cântaro na mão”. de Cavaleiros. Mais importante
tro dos “timings” da mesma e gostou da resposta de de “desonestidade intelectual”. Desta vez, a resposta che- que isso é que as populações
ainda pergunta a Camilo Morais Duarte Moreno Garantiu que quando deixou gou de Carlos Barroso, vere- tenham de uma vez por todas
“o que esteve a fazer oito anos o executivo por perder as ador das Obras Públicas, que água potável, com abundância
na Câmara enquanto vereador”. Na última reunião de Câ- eleições, em 2001, “estava em explicou todos os esforços que nas torneiras, abandonando as-
Sendo o socialista daquela zona mara do mês, e posterior à andamento o abastecimento de foram feitos para abastecer as sim mais um cenário que coloca
do concelho, parece pertinente qual o assunto foi tocado pela água à zona norte” do concelho. duas freguesias, desde que o Portugal e a região transmon-
ao vice-presidente que tivesse primeira vez, Camilo Morais go- Camilo Morais referiu ainda que PSD chegou ao poder. “Não va- tana na cauda da Europa.n
conseguido levar água a Lama- zou do período antes da ordem era difícil fazer chegar água trat- lia a pena fazer mais furos”, pela Miguel Midões
Notícias | Cipreste |15 de Julho 2009 | 3
Feira de S. Pedro

Uma boa Feira

A Feira de S. Pedro mantém O movimento na cidade também se tem retorno. O discurso do Presidente da Autar-
fez notar. Logo pela manhã começaram António cunha define dois pontos quia Macedense, Beraldino Pinto, foi um
Macedo como ponto de refer- a chegar pessoas com o objectivo de ir à para que o sucesso da Feira S. Pedro marcado pelo tom eleitoralista das obras
Feira de S. Pedro, facto que se intensifi- seja uma realidade, por um lado que os realizadas e projectos de futuro para
ência em certames económi-
cou ao longo de todo o dia e por pessoas expositores se sintam recompensados Macedo de cavaleiros.
cos da região. Com um vi- provenientes de todo o país. pelo investimento que fazem ao marca- Segundo Beraldino Pinto, Macedo
Estacionar em Macedo era mais que rem presença no certame, ou seja, sintam de Cavaleiros é um concelho que está a
sível abandono do sector de difícil, todos os locais eram disputados que valeu a pena participar na Feira de S. mudar e a mudar para melhor. Para isso
e aproveitados havendo carros a cerca Pedro. Por outro lado atrair visitantes que tem contribuindo o esforço da autarquia
maquinaria pesada, agrícola e
de dois quilómetros do recinto da Feira. justifiquem então esse investimento. de dotar o concelho de melhores equipa-
de construção. Sectores que Mesmo depois das onze horas da noite Embora o clima económico não seja mentos e condições em várias vertentes.
e com o cantor já a actuar, havia muito favorável, o número de expositores está O presidente da autarquia destacou
estão mais débeis na eco- movimento, quer de pessoas que se di- em linha com os anos anteriores e ga- o turismo como fonte de futuro, onde a
rigiam para o local do espectáculo quer rantem a representatividade das activi- novidade foi a Rota dos Cavaleiros de
nomia regional e nacional. A
de automóveis que, em fila, procuravam dades económicas e a qualidade da ex- Malta que a autarquia irá implementar
organização compensou com qualquer espaço para estacionar. posição. e que já tem eco do outro lado da fron-
A adesão à Feira S. Pedro manteve- Com as entradas a um euro a orga- teira. Referiu investimentos na sede de
pavilhões cheios em que era se em alta já que perto de 100.000 pes- nização do evento pretende garantir o concelho que conferem a Macedo de
soas terão visitado o local. segundo objectivo: levar público à Feira Cavaleiros uma nova imagem de requal-
notória a qualidade de grande
De registar que a mais recente estre- S. Pedro. ificação e de qualidade de vida urbana;
parte dos expositores. la local, Ana Rita Prada, também regis- Após referir que a Feira de S. Pedro Segundo o autarca a estação de cami-
tou adesão do publico num espectáculo é o resultado estreito de uma colabora- onagem será uma realidade e nascerá
As entradas a um euro fizeram bastante apreciado. ção entre a ACIMC e a autarquia, e que junto da rotunda dos Cavaleiros.
apoiar o meio empresarial é o melhor Uma das novidades referidas por Be-
o resto: levaram público ao
Expositores caminho e melhor modo para criar em- raldino Pinto quanto ao investimento em
recinto da Feira. presas e emprego, investimento esse Macedo de Cavaleiros é a construção
A afluência de público tem sido do que se traduz na contribuição para a pelo instituto Piaget de uma unidade cui-
Durante uma semana o ambi- agrado dos expositores. Os empresári- qualidade de vida das próximas ge- dados paliativos.
os contactados pela nossa reportagem rações, António Cunha, pediu ao presi- Sobre o certame, o presidente da
ente de festa foi generalizado,
consideraram que a estratégia de atrair dente da autarquia que essa colabora- autarquia referiu que também a Feira
para isso também contribuiu publico tem sido bem sucedida, já que ção se estendesse à Festa do Emigrante de S. Pedro soube inovar dentro do
se traduz em contactos e/ou negócios. e a outros projectos pelos quais se vise, modelo tradicional. Há empresas, há
o facto do encerramento, este de forma útil, atrair gente a Macedo de investidores, há público e espera que
Objectivos alcançados Cavaleiros e atrair investimento, refor- haja vontade de investir em Macedo de
ano, ter sido mais flexível.
çando o tecido empresarial, dando-lhe Cavaleiros.
Quanto a custos ninguém fala, Para o presidente da Associação Co- melhores condições de actividade e de Segundo Beraldino Pinto para a
mercial e Industrial de Macedo de Cava- exercício. autarquia é mais importante o retorno
já que são suportados pela leiros, António Cunha, responsável pela gerado pela F. S. Pedro do que o custo
organização da Feira de S. Pedro 2009, Macedo de Sucesso quantitativo.
autarquia e alvo de polémica.
os objectivos traçados para esta edição Rui Miranda
A inauguração, sem figuras da Feira estão amplamente conseguidos.
Durante o certame estiveram no recinto
de relevo como no passado, perto de 100,000 pessoas, a atracção do
público é um factor importante na estra-
foi marcada por um discurso
tégia da organização do evento já que é
eleitoralista e populista do com público que os expositores podem
realizar contactos e negócios.
presidente da câmara. Segundo António Cunha o primeiro
dia registou um recorde absoluto de en-
tradas no recinto da Feira.

Discursos de abertura

M
uita gente. Mesmo Amália
ou Delfins, que no seu tem- Para o presidente da ACIMC, com
po protagonizaram memo- a organização de mais uma Feira de
ráveis noites de muito público no recinto S. Pedro, a ACIMC está a cumprir um
da Feira, não chegaram perto do que se dever importante relativo à missão as-
viveu no passado sábado na feira de S. sociativa e a tentar contribuir, mais uma
Pedro e em Macedo de Cavaleiros. 20 vez, para que o nosso meio empresarial
mil pessoas disputaram todos os espa- tenha o reconhecimento que merece,
ços disponíveis com visibilidade para o tirando partido de um evento que, afir-
palco onde actuava Tony Carreira. Du- ma, no plano do rigor e da qualidade, é
rante o concerto era quase impossível pensado para servir de mostra real das
penetrar na multidão que apreciava o potencialidades e em que os expositores
cantor. sintam que o investimento vale a pena e
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Estudo realizado no Piaget

“Macedo tem qualidade de vida”


A
qualidade de vida em embora Macedo não faça parte,
Macedo de Cava- contudo tem havido práticas
leiros é boa. Pelo ambientais muito importantes
menos assim o pensam os para a qualidade de vida dos
533 macedenses que foram munícipes”, refere a investiga-
inquiridos no âmbito da inves- dora Maria Neves Alves, que
tigação realizada pelo Campus frisou a existência da Paisa-
Académico do Instituto Piaget gem Protegida da Albufeira do
de Macedo de Cavaleiros e do Azibo.
qual foram dados a conhecer os Por exemplo, este mesmo
primeiros resultados prelimin- estudo indicou que a população
ares nos primeiros dias de Jul- não é dependente de medica-
ho, no auditório da ACIMC (As- ção e que 52% dos inquiridos
sociação Comercial e Industrial consideram que a sua quali-
de Macedo de Cavaleiros). As dade de vida é boa. “No global
primeiras revelações ocorreram os macedenses têm boa quali-
durante o seminário organizado dade de vida, mas há resulta-
pelo mesmo instituto ligado à dos que nós queremos explorar
temática da “Educação e Pro- mais”, acrescenta.
moção da Saúde” e contou com A questão da idade tam-
a colaboração dos alunos do 3º bém é muito importante, uma
ano do curso de Análises Clíni- vez que quanto mais velho,
cas e Saúde Pública, dos alunos menor a qualidade de vida.
de Educação Ambiental e ainda Pelos gráficos apresentados
dos de EVT e Educação Física pelos docentes, pôde-se con-
e os dados foram divulgados cluir que dos 16 aos 54 anos,
pelos docentes Maria Neves Al- os macedenses consideram
ves e João Carlos Nobre. que a qualidade de vida se vai
O estudo foi realizado ten- mantendo boa, muito embora Satisfeitos No estudo, homens afirmaram estar mais contentes com a saúde.
do em conta que Macedo de depois dos 55 se comece a
Cavaleiros é uma cidade rural, notar uma descida da mesma. trário da tendência nacional, os gueses obesos em 2025 dias de hoje. Por exemplo, num
em que 21% da população se Uma tendência que é acompan- homens em Macedo de Cava- estudo publicado pela Deco e
dedica a actividades ligadas à hada pela escolaridade. A maior leiros têm mais qualidade de A enfermeira Alice Morais realizado em quatro países eu-
agricultura ou à agropecuária, parte dos inquiridos tinham já o vida do que as mulheres. Uma esteve na mesma sessão para ropeus (Bélgica, Espanha, Itália
e recolhendo uma amostra ensino superior como referên- razão também explicada porque falar de “Promoção de Saúde e Portugal), os portugueses são
fidedigna com base nos 8784 cia académica e alegam terem o sexo masculino tem maior e Qualidade de Vida”. Após os que menos exercício físico
residentes da urbe, segundo os boas condições de vida, dentro tendência a “vangloriar-se” e ter percorrido vários anos da praticam, e “os que abusam
censos de 2001. dos factores analisados (saúde a ser “mais positivo”. Apenas história para falar das diversas mais do sal e dos enchidos e
física, saúde psicológica, rela- 5,7% da população tem quali- revoluções na saúde, lembrou que comem aperitivos entre as
A população de Macedo ções sociais e meio ambiente), dade de vida abaixo daquilo que que nos dias que correm referir refeições enquanto estão no
precisa dormir mais o mesmo já não acontece com são considerados os parâmet- que ter saúde é apenas não es- computador ou a ver televisão”.
aqueles que não vão além do ros normais e há inquiridos que, tar doente é “completamente er- Por isso mesmo, e devido ao
Entre muitos outros aspec- 9º ano, ou dos que ainda nem apesar das boas condições rado” e um conceito que já não comportamento, se estima que
tos analisados salienta-se a ne- sequer o têm. Os agricultores, económicas, se queixam que se aplica desde 1948 quando a metade da população portugue-
cessidade que os macedenses por exemplo, dizem que a sua não têm assim tanta qualidade OMS (Organização Mundial de sa seja obesa já em 2005, sa-
têm de dormir e de se repousar, qualidade de vida “nem é boa, de vida. Caso para dizer que o Saúde) definiu o conceito como bendo-se desde já que a factu-
tendo sido este dos factores nem é má”. dinheiro não é tudo. sendo “um estado de bem-estar ra dos gastos em saúde do país
analisados aquele que menos De referir ainda que quando físico, mental e social, e não é ocupada em cerca de 3,8%
média conseguiu, bem como Homens com mais um cidadão refere que a sua apenas a ausência de doença e com doenças relacionadas com
as actividades de lazer, que qualidade que as mul- qualidade de vida é boa num de incapacidade”. a obesidade. Ainda como alerta
aparecem no estudo como heres dos factores acima menciona- Actualmente estamos numa ficam os números: 2 milhões de
pouco habituais, mesmo sendo dos, por norma, a sua avaliação fase de avaliação dos gastos mortes ocorrem todos os anos
Macedo um concelho que ofer- 55% dos inquiridos está sat- estende-se igual a todos os out- com a saúde, depois de já ter- no mundo devido à inactividade
ece condições naturais para isfeito com a saúde e só apenas ros factores. mos passado por um período física. De que está à espera?
isso. “Existem programas como 6,6% se mostraram instisfeitos. de epidemia comportamental, Mexa-se!n
a rede de cidades saudáveis, Mais uma curiosidade: ao con- Metade dos portu- mas que deixa vestígios nos Miguel Midões

Decisão final
Master de Ouro

Piaget condenado a Rui Vaz recebe


38 mil euros distinção
curso e de instituição. Recorde-se espanhola
F
oi conhecida no dia 26 de Supremo Tribunal de Justiça, que
Junho a decisão do Su- agora confirma a decisão da Rela- que a ex-aluna do Piaget era caloi-
premo Tribunal de Justiça,
em relação ao caso da ex-caloira
ção.
Durante o processo que deco-
ra do curso de Fisioterapia e in-
gressou, mais tarde, em Farmácia, O presidente da Associação Empresarial do
Distrito de Bragança (NERBA), Rui Vaz,
também presidente da concelhia do Partido Social-
do Instituto Piaget, Ana Damião. rreu em Macedo de Cavaleiros, o na Escola Superior de Saúde, do
O Instituto de ensino superior foi Cipreste esteve presente e ouviu Instituto Politécnico de Bragança. ista de Macedo de cavaleiros, foi distinguido com a
mesmo condenado ao pagamento Ana Sofia Damião, que não prestou Primeiro Ana Sofia Damião acusou atribuição de um Master de Ouro por uma fundação
de 38 mil euros de indemnização à declarações à comunicação social, os colegas que alegadamente a espanhola que proporciona formação superior a em-
ex-aluna, que alegou ter sido sub- dizer em Tribunal que foi “insultada obrigaram a praxes violentas, mas
metida a praxes violentas no ano e obrigada a simular orgasmos e que acabaram por ser ilibados. De presários dos dois lados da fronteira. A Fundação San
lectivo de 2002-2003. relações sexuais com os colegas”, seguida moveu um processo con- Pablo Castilla y Leon-CEU, de Valladolid, promove
A primeira decisão de culpa- bem como insultar os pais. tra o Instituto Piaget por não ter há quatro anos um MBA Internacional em Gestão e
bilizar o Piaget tinha chegado em O Cipreste sabe que Ana responsabilizado os alunos que Administração de Empresas. No final do curso, que
Dezembro de 2008, depois de ter Damião terá pedido cerca de 70 mil terão cometido os actos. Processo
equivale a um mestrado português, além dos certifi-
sido ilibado pelo Tribunal de Mace- euros de indemnização por danos que agora chega ao fim com a con-
do, mas a direcção do Campus Aca- morais, por ter perdidos dois anos denação da instituição.n cados dos formandos, a instituição distingue também
démico de Macedo recorreu para o e tendo sido obrigada a mudar de Miguel Midões personalidades com o chamado “Master de Ouro”.
Notícias | Cipreste |15 de Julho 2009 | 5
Circuito citadino de velocidade

Rali na rua
cial da Federação Portuguesa

N
o próximo dia 1 de
Agosto decorrerá de Automobilismo e Karting.
a I Especial Ralli São, por isso, de aguardar
Macedo de Cavaleiros. Esta entre 20 a 30 concorrentes na
prova, a primeira do género vertente de competição, na
em Macedo, “será um misto sua maioria pilotos no activo
de ralli e velocidade”, diz-nos quer em ralli como em veloci-
Júlio Mendes, Presidente do dade. A competir nos clássi-
Motor Clube de Guimarães, cos, deverá marcar presença
entidade organizadora. Se- um número semelhante de
gundo este responsável, a concorrentes.
ideia de realizar uma prova Esta prova decorrerá no
de género em Macedo par- centro urbano da cidade,
tiu de Pedro Gaspar, um havendo principal preocu-
macedense ligado ao auto- pação com a segurança dos
mobilismo. “O Motor Clube já espectadores. Haverá zonas
há algum tempo que conhece proibidas ao público, mas
Macedo, aí temos realizado naquelas em que os especta-
algumas provas do Nacional dores poderão estar, existirão
de Todo-o-Terreno nestes úl- elementos ligados à organiza-
timos anos. O Pedro Gaspar ção de modo a precaverem
soube que nós também real- eventuais excessos. Sendo,
izávamos especiais de ralli no entanto, de esperar que
e velocidade e lançou-nos o as pessoas possam assistir
convite. Pusemos a ideia em civicamente à Especial.
prática e com a colaboração O percurso tem aproxima-
da Câmara Municipal, a quem damente 2.300 metros e toma
aproveito para agradecer o a seguinte direcção: Parte de
grande apoio, levaremos a frente do Parque Municipal
efeito a realização da Espe- de Exposições em direcção
cial”, refere Júlio Mendes. ao centro. Corta nos semá-
A I Especial de Macedo foros à esquerda, seguindo
“terá duas componentes: uma acima até ao quartel dos
parte desportiva e a outra bombeiros, onde de novo cor-
lúdica. Na parte desportiva, tará à esquerda. No final da
reservada a carros prepara- descida da biblioteca, vira à
dos com os mínimos para direita, seguindo de imediato
competição, os concorrentes à esquerda em direcção à Es-
tentarão realizar o percurso cola Secundária. Na primeira
Velocidade carros irão percorrer circuito citadino
no menor tempo possível. Na rotunda, segue pela rua da
parte lúdica, os concorrentes Chenop (sentido proibido ao alcançando a meta, mesmo seu tempo. tamente com um outro clube,
tentarão também fazer a trânsito), virando na primeira no local de partida. Serão Para Júlio Mendes, “se a de criar um Troféu com 5 ou 6
prova em menor tempo, mas à esquerda. Segue pela frente realizadas duas voltas por prova correr dentro das nossas especiais em localidades difer-
já estarão a competir carros da Associação Comercial e da cada concorrente, perfazendo expectativas, será para repetir”, entes, devendo Macedo fazer
clássicos.” Segundo o líder do nova igreja até à rua dos Mer- 4.600 metros. No final, cada mas desta vez poderá já estar parte do calendário”, garante o
Motor Clube de Guimarães, a ouços. De novo à esquerda concorrente poderá repetir inserida num Troféu. “Estamos responsável.n
prova está no calendário ofi- para a rotunda do S. Pedro, a prova, a fim de melhorar o a estudar a possibilidade, jun- Nélio Pimentel

Av. Estação

Deslocalização de marco do correio


desagrada moradores
Marco?” horas da tarde, como habitu-

M
uita coisa passa periores”. A nova morada do
por um marco do cilindro vermelho foi o cruza- O Cipreste falou com a almente, deslocou-se à Av. da
correio, cartas de mento da Av. da Estação com autarquia sobre o assunto, à Estação para retirar o correio
amor e ao pai Natal, cartas a Av. Dr. Urze Pires. nossa reportagem Beraldino do cilindro vermelho, eis que
de saudade e de amizade, Não contente com a re- Pinto disse que houve um erro depara com o facto de alguém
contas, contos, enfim, muita sposta, nem com o facto de na relocalização do Marco ter levado, não só o correio,
coisa…, retirarem um bem que era que já estaria previsto ficar a mas também o marco. Foram
Mas, às vezes, um marco regularmente utilizado pelos cerca de 25 metros da local- os residentes no local que lhe
do correio passa por muita moradores da zona, alguns ização inicial. indicaram o novo paradeiro do
coisa. Foi o que aconteceu ao utentes tentaram, junto da Das casas vizinhas ao depósito de correio.
marco que há várias décadas autarquia, saber o porquê da marco, nenhuma é habitada, Ao que o cipreste apurou
está na Avenida da Estação. deslocalização. há apenas um estabeleci- ,uma vez retirado (2 vezes em
No passado dia 9 de Jul- Esta acção terá surtido mento comercial que fica em dois dias) o marco foi refor-
ho funcionários da autarquia efeito já que, no dia seguinte, frente à localização inicial. A mado, devendo dar lugar a um
deslocaram o marco que se sexta-feira, o marco foi re- quem, ao que a nossa report- marco de correio preparado
encontrava perto da Padaria tirado da sua nova morada. agem apurou, não fazia difer- para receber correio azul. A
da Estação. Quando o esta- Nesse dia, uma das pessoas ença ou estorvo a localização 25 metros da localização que
vam a retirar foram abordados que questionou a deslocação inicial do marco. em criança nos lembramos de
por moradores da zona, so- do marco, recebeu a visita Mais um episódio caricato ver.n
bre o que estavam a fazer ao de um funcionário da autar- Um dia marco passou um foi o facto de o carteiro não
marco do correio, a resposta quia que lhe perguntou “onde dia na Av Dr. Urze Pires ter sido avisado do desloca- Rui Miranda
foi “recebemos ordens su- é que quer que ponhamos o mento do marco. Às quatro
6 | 15 de Julho 2009 | Cipreste | Notícias
Bairro de São Francisco com a situação.

Centena e meia comemoram


Sala Snoezelen
A sala Snouzlen, acima men-

São João da CERCIMAC


cionada, foi inaugurada pelo presi-
dente da República, Cavaco Silva,
em 2006. Resultou do apoio con-
seguido pela SIC Esperança e do
Rock in Rio. Neste espaço de re-
laxamento e sensações pretende-

O
São João é o santo
mais comemorado e se a utilização de estímulos con-
festejado em toda a trolados, através da música, outros
Europa. Que no Porto é já uma sons, sensações tácteis, aromas e
tradição não escapa a ninguém, também luz. Com estes estímulos
mas em Macedo de Cavaleiros pretende-se um melhoramento ao
começa a ser habitual que a nível do auto-controlo, da autono-
CERCI aproveite esta época do mia e ainda efeitos pedagógicos
ano para colorir e animar o bairro positivos. No final, a interacção do
de São Francisco, na cidade de indivíduo com o mundo que o ro-
Macedo. deia sai a ganhar.
Na quarta-feira de São João, Em português, sala snoezelen
dia 24, (suposto dia em que nas- pode ainda ser chamada de sala
ceu o santo) o cheiro a sardinha multi-sensorial, embora espe-
assada, a música ao vivo e a san- cialistas como Thomas Spiker as
gria serviram uma noite de muita consiga apelidar de “um tipo de
animação, onde os vinte utentes discotecas para cidadãos defi-
da Cooperativa de Educação cientes”. O conceito parece forte,
e Reinserção dos Cidadãos In- mas é este mesmo senhor que diz
adaptados puderam conviver em que já entrou em espaços deste
sociedade com os demais 140 género e que lhe apetece “deitar e
Público muita gente se juntou à Cercimac no S. João desligar do resto do mundo”.
macedenses, que marcaram pre-
sença nesta iniciativa. “Superou as armário, mesmo durante o pezin- dois anos foi o projecto de Inter- Saúde) do Norte e a Segurança Em Portugal já existem algu-
expectativas”, dizia Luísa Garcia, ho de dança, no baile de música venção Precoce, que a CER- Social, que abrange 5 concelhos mas salas do género, e em Ingla-
presidente da instituição, que não ao vivo, que fez parte do arraial. CIMAC abraçou. O trabalho é do distrito de Bragança, num total terra até já em casa se constroem
parou um segundo durante toda Tal como as demais activi- desenvolvido com crianças porta- de 25 crianças. espaços deste tipo, mas foi na Ho-
a festa a controlar o sucesso da dades que a CERCI de Macedo doras de alguma deficiência, dos “É sempre importante, quando landa, há mais ou menos 20 anos
mesma e ajudando a trazer mais organiza ao longo do ano, e esta zero aos seis anos. Para isso, a é diagnosticada uma deficiência que apareceram pela primeira
pão, vinho ou sardinhas, para esta não foi excepção, pretendeu-se cooperativa conta com uma as- numa criança, que se faça inter- vez. O seu grande objectivo era
ou aquela mesa. “Ver as 140 pes- a inserção dos elementos da co- sistente social, que desenvolve venção precoce”, alerta Luísa Gar- apenas o de ocupar os cidadãos
soas aqui é muito bom para nós”, operativa na sociedade, sem es- todo o trabalho junto das crianças cia. E, precoce indica isso mesmo, portadores de deficiência, mais
acrescenta. Sobretudo quando se quecer a sempre útil angariação e dos familiares, tanto em casa, quanto mais cedo melhor, pois só do que uma terapia. Contudo, e
constata no local que todo o tra- de fundos, fundamental para o como depois na CERCIMAC. assim é possível “minimizar a defi- porque o conceito foi evoluindo,
balho foi elaborado pelas técnicas cumprimento das actividades anu- “O acompanhamento é feito por ciência que têm”. Junto da família, hoje é “a criação de oportunidades
e demais funcionárias da coopera- ais e para que se consigam “con- uma assistente social, contratada a assistente social tenta ainda es- de actividades autênticas do am-
tiva, até mesmo as sobremesas. cretizar os objectivos”. pela CERCIMAC, que para além clarecer eventuais dúvidas, uma biente para aqueles que são difer-
Nenhum pormenor escapou, a do acompanhamento em casa, vez que os agregados não estão, entes”.
não ser o calor que decidiu inibir- Intervenção precoce é também o faz aqui na sala Snoe- na generalidade, preparados para A etimologia de Snoezelen de-
se nesta noite de convívio, levan- caso de sucesso zelen”. receberem uma criança com de- riva de “snuffelen” (cheirar) e “doe-
do a maior parte dos participantes Trata-se de um protocolo entre terminadas limitações, é preciso, zelen” (dormitar, relaxar).n
a recorrer ao casaco escondido no Um objectivo alcançado há a ARS (Administração Regional de em alguns casos, aprender a viver Miguel Midões

Padre João

Balsemão ordena novo sacerdote


J
oão Carlos Rodrigues nidade regressar a Macedo.
é o mais recente sac- “Vou para Fátima, mas ainda
erdote dos Marianos não sei qual é a Paróquia onde
da Imaculada Conceição em irei trabalhar. Trabalharia com
Portugal. O novo presbítero todo o gosto em Macedo, mas
foi ordenado no passado dia neste momento não depende
4 pelo Bispo de Bragança- de mim. Sou Padre numa con-
Miranda, D. António Montes, gregação religiosa, e estou
no Santuário de Balsamão. disponível para ir para onde
Centenas de pessoas, entre nos mandam. Neste momento
familiares, amigos ou simples mandaram-me para Fátima e
curiosos, bem como uma del- lá exercerei a minha função,
egação de padres vindos da mas com todo gosto e regres-
Polónia, onde o novo padre sarei sempre a Macedo quan-
concluiu os estudos teológi- do houver oportunidade.”
cos, testemunharam a ordena- Presente na cerimónia, a
ção presbíteral. Professora Fernanda, profes-
O agora sacerdote nas- sora de João Carlos Rodrigues
ceu em Macedo de Cavaleiros na Escola Primária da Praça
a 24 de Agosto de 1983, e das Eiras, demonstrou enorme
aqui estudou desde o ensino satisfação no seu antigo aluno
primário até ao 9º ano. O ini- e disse estar a viver um sonho.
cio do seu percurso religioso “Sinto uma grande alegria, sin-
inicia-se em 1998, com a en- to-me muito emocionada. Ele
trada no ensino secundário. Padre Novo na ordenação do novo padre João foi sempre um garoto especial,
Estabelece-se no Santuário apesar do seu aspecto franzi-
dos Marianos em Fátima, onde nário Maior dos Marianos em próprio concelho. dirigir. Espero estar atento às no, tinha sempre um simbólico
faz o Postulando. Entre Set- Lublin. Faz os votos perpétuos Visivelmente feliz e muito necessidades dos Homens de olhar. É com grande orgulho
embro de 2001 e de 2002 faz o em Balsamão em Outubro de emocionado após os cumpri- hoje, para poder levar um pou- que aqui assisti à ordenação
Noviciado em Balsamão. Seg- 2006, e é ordenado diácono mentos de todos que assis- co de esperança, amor, ternu- sacerdotal deste meu aluno.
uem-se os 2 primeiros anos na em Abril de 2008 em Lublin. Já tiram à cerimónia, o Pe João ra, um pouco de carinho e paz Foi sempre um sonho meu ver
Faculdade de Teologia na Uni- este ano, conclui o Mestrado Carlos Rodrigues pediu para onde fazem falta.” O seu futuro um aluno padre, hoje concreti-
versidade Católica, em Lisboa. em Teologia, ainda na Polónia, que “Deus me continue a ilu- próximo será vivido em Fáti- zou-se esse sonho.”n
Em 2004 vai para a Polónia, alcançando agora, a ordena- minar e me ajude agora nesta ma, mas demonstra abertura
seguindo os estudos no Semi- ção como sacerdote, no seu missão de ensinar, santificar e para sempre que tiver oportu- Miguel Midões
Notícias | Cipreste |15 de Julho 2009 | 7
Corredor verde

Vale de Prados está mais


perto de Vale da Porca

Paisagem em dois locais é possivel observar a albufeira

S
ão cerca de 5 que também apreciaram a pre- facilitar o trânsito entre a parte
quilómetros que ag- sença da banda de Lamas e da norte e nascente do concelho.
ora ligam por estrada Fanfarra de Vale da Porca. Beraldino Pinto, autarca
as duas aldeias. Até aqui, ou o O presidente da Junta de macedense, reafirmou a im-
monte era transposto pela poe- Vale da Porca foi o primeiro a portância da via para os muníci-
ira ou a alternativa, principal- discursar. Para António Tro- pes do concelho, e para a sua
mente de inverno, era ir à sede visco, a estrada vem aproximar eventual mais valia turística já
de concelho, num percurso de as duas populações e é a prova pode permitir a deslocação em
cerca de 13 quilómetros. de que o município sabe dar importantes zonas de atração
A obra está aberta à circu- ouvidos ao seu povo, referindo turística do concelho.
lação há alguns meses, mas foi o facto de a autarquia fazer in- Esta ligação permite apre-
no passado domingo, dia 12, vestimentos fora da sede de ciar não só o património pais-
que a inauguração foi oficial e a concelho. agístico (em dois pequenos
bênção dada pelo pároco local. Já Rui Santos, presidente troços é possível ver a albu-
A cerimónia aconteceu no da junta de freguesia de Vale feira), mas a proximidade de
alto da Serra do Cubo, local- de Prados, focou o facto da via vários pontos de interesse ar-
izada entre as duas aldeias. agora construída servir não só quitectónico, religioso e arque-
Ali foi servida uma refeição às as populações das duas aldeias ológico do concelho. n
várias dezenas de presentes, mas todo o concelho, já que irá Rui Miranda

Homicídio

Individuo encapuzado abatido a tiro


M acedo estava em festa
quando, perto do Bairro
da Suécia, se deu um homicídio
passou no local e foi abatido
com um tiro de caçadeira. Foi o
confesso homicida que chamou
zia assaltos a habitações com
alguma frequência, poderá
mesmo ser responsável por al-
trágico. as autoridades ao local. guns assaltos que aconteceram
Por volta das 23 horas, um A vítima foi identificada como nos últimos anos na mesma
indivíduo de 75 anos de idade, um indivíduo de 58 anos, ex-GNR, época. Mas terá estado na hora
proprietário de uns terrenos natural de Pinhel na Guarda e resi- errada no local errado – (se
agrícolas situados na zona que dente em S. João da Talha, con- bem que com essa actividade
fica por baixo do aqueduto de celho de Loures. Este indivíduo, não há locais certos…) – e terá
rega, perto do bairro da Suécia, que estava encapuzado, tinha na sido vitima de um disparo que,
fazia guarda, com uma caça- sua posse uma arma de fogo e provavelmente, seria destinado
deira, aos seus terrenos pois, ferramentas utilizadas usualmente a outra(s) pessoa(s).
alegadamente terá sido vítima no assalto a habitações. O autor do disparo encon-
de invasão da propriedade e de Segundo a maior parte das tra-se em prisão preventiva
furto dos seus bens. opiniões, devido aos factos, domiciliária. n
Um indivíduo encapuzado suspeita-se que o indivíduo fa- Rui Miranda

Morais

GNR detém evadido


A GNR de Morais, Macedo pefacientes e armas. passavam 30 minutos das 15
de Cavaleiros, deteve no passa- Na altura da detenção, o horas.
do dia 10, um indivíduo que se indivíduo dedicava-se à venda O indivíduo encontra-se ag-
encontrava foragido à justiça. O ambulante de bijutaria e roupa ora detido, devendo regressar
indivíduo do sexo masculino, na naquela localidade do concel- ao Estabelecimento Prisional
casa dos 40 anos, encontrava- ho de Macedo de Cavaleiros. de Paços de Ferreira para cum-
se evadido do estabelecimento Numa acção rotineira de fiscal- primento da pena, aguardando
prisional de Paços de Ferreira ização, a GNR de Morais detec- novas medidas de coacção que
desde 24 de Fevereiro de 2006. tou a situação irregular em que lhe sejam decretadas pelo tribu-
Cumpria pena de prisão pela ele se encontrava, procedendo nal. n
condenação de tráfico de estu- de imediato a sua detenção, N.P.
8 | 15 de Julho 2009 | Cipreste |
Ideias & Debate | Cipreste |15 de Julho 2009 | 9
A particularidade portuguesa está no facto de que a nossa Justiça é não só cega (duma cegueira preocupante, talvez devido a
malformação congénita que tende a agravar-se) como intemporal. A intemporalidade – como sabem – não é uma dimensão huma-
na, é, antes, um dom intrínseco dos deuses, atributo de uma qualidade única, do que nunca começa nem nunca acaba. A intempo-
ralidade é quase o mesmo que suspensão. Uma coisa em estado de suspensão é algo de etéreo, algo com ausência de forma e de
rebordos de finitude. Nem nasce nem morre. Há quem veja nisto algo de mágico. E nós, que somos um país de poetas, certamente
que temos uma Justiça que é devotada apreciadora deste tempo suspenso, desta magia. Nada a opor.
Rogério Paulo Correia

EDITORIAL
Ideias & debate
Feira de S. Pedro deve ter ficado dispendio-
Os Madofes
A sa ao município. Ainda não há números mas
tudo indica que sejam grandes.
É contudo um bom investimento, que
muito provavelmente não será mais dispend-
ioso do que o suportado pelo município de Alfândega com a
Festa da Cereja ou o município de Vila Flor com a Terra Flor,
que ainda irá decorrer.
U
m dos corsários da fi-
nança internacional,
Bernard Madoff, es-
tabelecido nos EUA, mas com
tentáculos em todo o mundo, e
chegue a condenar os madofes
portugueses, os que nos gama-
ram as poupanças, os que se afi-
ambraram com o nosso graveto e
quem fez do assalto bancário (por
n Rogério Paulo Correia
fino mérito social.
E depois algo falhou. A bolha
estourou de tantas bocas sopra-
rem nela.
E agora estão todos pre-
um dos rostos mais visíveis da dentro de portas) um generoso sos uns aos outros, ligados por
É um investimento necessário para poder continuar a falta de honestidade bancária, da modo de vida. pequenos segredos, por vínculos
afirmar a F S Pedro no contexto regional. vigarice de alto gabarito, do jogo A esses tais, por manifesta indeléveis, falando por sinais, ora
Por isso a Feira de S. Pedro pode ser dispendiosa mas da pirâmide com porta aberta ao má-formação, bastou o primeiro conluiados, ora em colusão (em
público e marca registada, e da milhão para os deixar cobiçosos que o terceiro a ser prejudicado,
não ficou cara ao município, o seu retorno, em termos débacle financeira global, foi con- do segundo. Feito o segundo, somos todos nós), e respondem
económicos imediatos, através da restauração, hotelaria e denado a 150 anos de prisão. Isto e já com a aura dos poderosos, na Assembleia da República, lu-
comércio em geral talvez fique aquém do valor investido, pouco tempo após ser acusado passaram a cultivar aquela pose gar de partida para muitos deles
da tremenda batota financeira altiva de quem finge estar sub- (num julgamento que só pode
mas é importante manter a marca Feira de S. Pedro em que causou milhões de prejuízo. merso em pensamentos dignos ser de farsa e em que não está
Macedo de Cavaleiros. E esse é que é o retorno susten- Nos EUA é assim: comete- de um Nobel, apenas para não prevista a dor da pena) porque a
tável. se o ilícito, é-se acusado, e com terem a maçada de cumprimen- Justiça, o verdadeiro Tribunal, sa-
as garantias (democraticamente tar quem mais vai no elevador be-se lá bem porquê, vive no tal
As autarquias têm que fazer investimentos que tragam re-
estabelecidas) que a Constitu- – ou seja, foram perdendo o pé patamar de suspensão, entregue,
torno às populações. Retorno em qualidade de vida através ição e a Lei dão, é-se julgado e da realidade. E atribuíram-se boa como um buda sorridente, a buri-
do usufruto de equipamentos e serviços, retorno que traga condenado em tempo útil. Em mesa no restaurante, motorista, lar uma qualquer ideia cósmica
sustentabilidade económica, através da promoção da marca Portugal também é exactamente salário de luxo, complementos re- de sábia harmonia universal.
assim. Sem tirar nem pôr. Não há muneratórios de luxo, prémios por E enquanto todo este com-
ou imagem, ou da criação da condições de promoção ao diferenças. Comete-se o ilícito, objectivos de luxo, casa de luxo, plexo jogo não for desmontado,
investimento. é-se acusado e é-se julgado… quinta de luxo, férias de luxo, re- e este pessoal não for respon-
O investimento realizado na Feira de S. Pedro não é, 150 anos depois! Vai tudo dar ao formas de luxo, etcetra et al. E sabilizado pelos seus actos, é
mesmo. ocupavam-se em reuniões em impossível o vulgar cidadão ac-
com certeza, dos mais arriscados da autarquia, muitos out- A particularidade portuguesa que a agenda era falar emperti- reditar que o contrato social que
ros são de estratégia duvidosa. Entre eles relembramos um está no facto de que a nossa gadamente naquele tom de voz assinou com o Estado está a ser
que se vai distanciando no tempo. Justiça é não só cega (duma ceg- quase imaterial, discorrendo coi- cumprido. Esse contrato (e Rous-
ueira preocupante, talvez devido a sas profundíssimas, inatingíveis a seau explica-o muito melhor) es-
No primeiro mandato a autarquia fez investimentos de
malformação congénita que tende leigos, esquadrinhando análises tabelece que eu não posso fazer
centenas de milhares de euros na requalificação das esco- a agravar-se) como intemporal. A macro-micro-nano económicas… milhentas coisas por respeito do
las, um pouco por todo o concelho. Esse investimento era intemporalidade – como sabem – coisas de génios. (Os ladrões vul- direito dos outros; nem posso ser
destinado às crianças das aldeias do concelho, conceder- não é uma dimensão humana, é, gares – os metralhas desta vida – lesado em nome do meu direito;
antes, um dom intrínseco dos de- fazem a coisa mais fácil, pois não e que o Estado tem esse dever
lhes condições dignas de aprendizagem, para que a barrei- uses, atributo de uma qualidade só dispensam a gravata de seda de zelo, esse dever de cuidar que
ra da interioridade no concelho se fosse esbatendo. Até aqui única, do que nunca começa nem como nos apontam a pistola e os cidadãos não perdem a confi-
tudo bem. Mas já há uma década que há legislação que dita nunca acaba. A intemporalidade é dizem, intimidatoriamente, “Ó fdp, ança nesta ideologia tão simples,
quase o mesmo que suspensão. bota pra cá o cartão e o dinheiro mas tão básica à vida em socie-
o encerramento de escolas com poucos alunos. E esse era Uma coisa em estado de suspen- ou faço-te um furo no couro!”) dade.
o cenário de grande parte das escolas do nosso concelho. são é algo de etéreo, algo com Esses tais ligaram um pipeline Ora a Justiça existe para que
Pouco tempo após os investimentos as escolas tiveram que ausência de forma e de rebor- do cofre do banco à sua conta seja resposta a confiança do
dos de finitude. Nem nasce nem bancária. E usando os pipelines cidadão nas instituições e nas
ser mesmo encerradas. Hoje estão fechadas. Algumas são
morre. Há quem veja nisto algo que vêm sabe-se-lá-bem-donde pessoas, desmobilizando-o da
sede de associações ou outras entidades, mas a finalidade de mágico. E nós, que somos para sabe-se-lá-bem-para-onde, justiça privada, da vendetta e da
do investimento nunca surgiu efeitos, continuam fechadas um país de poetas, certamente despejaram (jorraram) dinheiro guerra pessoal.
na maioria do tempo. que temos uma Justiça que é de- em offshores, em negócios mul- Os portugueses confiam ple-
votada apreciadora deste tempo timilionários (mas ruinosos), in- namente na Justiça. Apenas ter-
Estrategicamente foi um investimento desastroso, de suspenso, desta magia. Nada a ventando empresas, ficcionando emos que esperar…. 150 anos!
quem não sabe ler os evidentes sinais do tempo, nem a opor. pessoas, inventando contratos, in- O que não é tempo por aí (no)
legislação. Daqui a 150 anos (o mesmo ventando uma vida bem sucedida Além.
é dizer, daqui a um instante no e inventando uma vida honestís- Até lá.l
Rui Miranda
relógio do Universo) talvez se sima, de alva respeitabilidade e

Cipreste Direito de Resposta


Director: Rui Miranda Redacção: Miguel Midões; Nélio Pimentel;
Paulo Nunes dos Santos; Rui Miranda. Na qualidade de Presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Macedo de
Colaboraram nesta edição: A. M. Pires Cabral; Ana margarida Cavaleiros, venho, junto de Vª. Exª, e ao abrigo do Direito de Resposta, solicitar a reposição da ver-
Martins; António Duarte Bento; Daniel Silva; Fernando Mascar- dade no que diz respeito ao artigo publicado nesse respeitoso órgão de comunicação social, com o
enhas; Helena Cavadinhas; Manuel Cardoso; Manuel Vitorino; título “Sobrinho do presidente da junta de Morais já está na Câmara”.
Rogério Paulo Correia; Com efeito, na referida notícia é afirmado: «Quando o PS de Macedo soube do caso, propôs
Registado no ICS com o n.º 127096 ao actual presidente da junta um acordo: Mário Teles concorreria pelo partido e, se ganhassem as
Paginação: Edições Imaginarium, Lda. Impressão: Casa de eleições, o sobrinho teria trabalho no Centro Hospitalar do Nordeste.».
Trabalho - Bragança Cabe-me aqui afirmar categoricamente, que esta afirmação é falsa. Nunca o PS fez qualquer
Sede: Edificio Translande Loja, 49 acordo com o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Morais, não fez e jamais faria, pois que
Apartado 82 - 5340 219 Macedo de cavaleiros esta Comissão Política Concelhia, não se revê neste tipo de chantagens e procedimentos.
Telf. /Fax 278 422 511;
e-mail: geral@cipreste.com O Presidente da Comissão Política Concelhia do PS
Sitio Internet: www.cipreste.com
Propriedade e editor: Rui Jorge Miranda da Silva; Macedo de
Cavaleiros N. R. – O Cipreste mantém integralmente a notícia visada.
10 | 15 de Julho 2009 | Cipreste | Ideias & Debate
Última Fronteira 

Buscar o Sol na O Sr. Santos


Lua de Prata Entreposto de qualquer coisa,
n Fernando Mascarenhas
sentido é outro, para justificar

H
oje, ao ler um po-
ema do O’Neill, vá- estava também nos às, porque trazê-las ao “Cipreste”. É que
se lá saber porquê, para ele era Antreposto. E as- dei por mim a perguntar-me
n António Duarte Bento
lembrei-me de três figuras que sim com muitos outros casos. quantos Srs. Santos haverá
ismo para a região surge como Numa agenda desse tempo, ainda por esse país fora. Isto é,

O
ouro perdido só conheci nas minhas deambu-
pode ser trazido de quarta pedra basilar. O apoio lações profissionais. Curio- que ainda conservo, fui encon- quanta gente sem preparação
volta por homens concreto à família, apoiando sas. Tanto ou tão pouco, que trar um envelope dirigido por adequada, sem qualificações,
bons. Homens que cultivem o decisivamente as mães e pais ainda me lembro de algumas ele à Sede do Banco de Portu- sem competências, ocupará
respeito, a amizade, a solidar- e as próprias crianças, num pla- das peripécias que na altura gal nestes termos: ainda “empregos”. A Banca
iedade social; que contribuam no em que os pais possam ter
me ajudaram a descomprimir libertou-se destes casos refor-
activamente para uma nova e melhores condições para criar
de dias de trabalho pesado. mando-os, muitos antecipada-
melhor sociedade, uma melhor e educar os seus filhos surge
Uma delas era o Sr. Santos. mente, e substituindo-os por
sociedade que será aquela que como quinta (mas poderia ser
O Sr. Santos tinha sido guarda É que dei por mim gente nova, com boa formação
deixaremos como futuro aos a primeira) pedra basilar. Esta
mais novos. Uma sociedade questão estando naturalmente prisional numa grande cadeia de base, competências adicio-
desenvolvida, de padrões eu- e intimamente relacionada de Moçambique, na Machava, a perguntar-me nais quanto possível, e um ap-
ropeus (daquilo que a Europa com a desertificação humana suponho. Aquando da descol- ertado crivo de avaliação nas
onização, o Banco Nacional admissões.
tem de melhor), em que o da região. Situação que deverá quantos Srs. San-
crescimento e desenvolvimen- ser modificada com um incen- Ultramarino tinha assegurado O resultado está à vista,
to económicos terão necessari- tivo claro, complementado com a permanência da sua estru- e sobre a qualidade da nossa
amente de estar intimamente um apoio económico e social tura por determinado tempo, tos haverá ainda Banca, sobre a produtividade
ligados a maior coesão social, inequívocos, levando a que as até que o novo país tivesse dos seus Recursos Humanos,
maior solidariedade social. Isto mulheres/casais da região ten- condições de o substituir como por esse país fora. ninguém hoje terá dúvidas.
implica claramente uma muito ham mais filhos do que habitu- Banco Emissor, para além da Mas nem todos os sectores
maior justiça e equidade so- almente têm. puderam fazer o mesmo. E
cial. Implica obrigatoriamente
cobertura comercial do imenso
Isto é, quanta então na Função Pública, com
território. Só que os emprega-
acabar com a pobreza ances- a blindagem do estatuto de
dos não foram na conversa, e
tral e a nova pobreza; implica
Se assim for con- puseram-se a andar para “ a gente sem prepa- “funcionário”, o quadro é cer-
uma muito melhor educação
tamente pior. Tenho ouvido,
das crianças e jovens, tanto por struído, o ouro Metrópole”, reclamando a in-

parte dos pais como por parte


tegração nos quadros de cá. O ração adequada, a esse respeito, desabafos
das escolas; implica ter uma
antigo, que quer- Banco viu-se assim obrigado a desesperados de chefias que
televisão que não seja veículo erá dizer, o ouro admitir, lá, tudo o que pudesse
sem qualificações, esbarram nessa incompetência
de telelixo que estupidifica as tapar os buracos, melhor ou como quem esbarra num muro.
crianças e os jovens; implica moderno regres- pior. Esse pessoal admitido à Pois não vale a pena procurar
pressa e sem exigências para sem competên- noutro lado a explicação para
restauração das habitações an- sará a esta Terra
tigas e um melhor planeamen- além do ler, escrever, contar, e o problema que mais nos ator-
to e controle das construções da Magia. ter um aspecto lavado, acabou cias, ocupará menta e está na base da parte
da crise que nos diz respeito:
novas; implica desenvolver as
cidades, vilas e aldeias segun-
E então o ouro depois por vir para cá, e recla-
mar também a sua integração. a nossa baixa produtividade.
do planos urbanísticos moder- será assim trazido Ora o Sr. Santos chegou cá,
ainda “empregos”. Um português produz, em mé-
nos e harmónicos, que tenham e foi colocado como porteiro dia, metade de um inglês, por
sempre e em primeiro lugar o
por estas novas
na Filial do Porto. Na altura exemplo. (Mas quer gastar o
cidadão; implica arruamentos mãos carinhosas, havia duas classes na Banca: mesmo!).
restaurados e larga planifica-
ção harmónica na construção mãos que se cru- Pessoal Menor, que integrava
porteiros, contínuos, motoris- Baco de Como se sai disto? Prepa-
dos novos; implica plantar ár- zem, mãos que se tas; e Pessoal Maior, onde ca- 1.000 Portugal. rando convenientemente as
vores em todas as ruas e largos
e ou praças; implica construir cruzam, mãos que bia o pessoal de carteira, técni- gerações que hão-de substituir
cos, chefias, etc. Nos anos que Era bom homem, respeita- os Srs. Santos que ainda por
e ou criar jardins em todos os
lugares possíveis das cidades,
se cruzarão num se seguiram ao 25 de Abril, isto dor e “meio filósofo”, como são aí há. Elevando os padrões de
vilas e aldeias; implica, em re- forte aperto de era uma monstruosidade intol- por vezes os nossos rurais. Di- exigência, quer na formação,
sumo, uma verdadeira visão de erável. Daí a acabarem com a zia para o Subgerente: ” O Sr. quer na admissão. Avaliando
modernidade cidadã. Implica
confiança nova. distinção, foi um passo. Passou Subgerente anda muito depres- permanentemente. Formando
cuidar dos velhos e das cri- a haver apenas uma classe. E sa, e qualquer dia pode jazer a continuamente. Um empregado
anças; implica formar com ex- os contínuos já não queriam memória numa curva”. Ou en- qualificado e empenhado pode
celência as crianças e jovens Isto é para construir. ser contínuos, os porteiros já tão: “Está aqui uma lâmpada ter vários empregos durante
(todas as crianças e jovens), Se assim for construído, o não queriam ser porteiros, etc. fundida. A morte quando vem a vida activa, porque todos o
como forma-matriz de os livrar ouro antigo que quererá dizer Ora o Sr. Santos, a seu pedido é para todos.” Um dia que lhe disputam. Um “Sr. Santos” que
e libertar dos seus actuais e o ouro moderno regressará a e para ficar mais perto da famí- perguntaram se trazia o Bilhete entre para um lugar por erro de
ou futuros perigos que infeliz- esta Terra da Magia. lia, foi parar a uma agência de Identidade, respondeu: “Eu avaliação ou por cunha, fica lá,
mente grassam na sociedade. E então o ouro será as-
onde eu fiz a minha primeira transito-o sempre comigo”. Eu a emperrar a máquina e a in-
A educação das crianças e jo- sim trazido por estas novas
gerência. Como não sabia fazer tomava sempre um chá a meio fernizar a vida aos outros, pelo
vens surge assim como pedra mãos carinhosas, mãos que
mais nada, aceitou o serviço de da tarde, e então ele entendia menos 35 anos. Só uma chefia
basilar. se cruzem, mãos que se cru-
contínuo. Não era propriamente que “o senhor Gerente é muito incompetente e irresponsável
A estruturação, desenvol- zam, mãos que se cruzarão
vimento, criação e construção num forte aperto de confiança analfabeto, mas pouco menos. frequentativo para chá”. Da admite um candidato incom-
das acessibilidades surge as- nova. Era o que hoje se chamaria um sede de concelho da terra dele petente. Seja para o que for. É
sim como segunda pedra basi- Esta bela e magnífica analfabeto funcional. Para fazer dizia “É uma vila muito sub- da responsabilidade de quem
lar. A criação de empresas região isto o merece. Que aqui o arquivo, tinha que ter ao lado desenvolvida, não é amodor- selecciona, fazer compreender
de excelência viradas para se cumpra verdadeiramente um cartão com o abecedário, rada”. E explicava: ”Quer dizer aos mais novos que não haverá
o processamento, venda, e um Portugal novo, um Portugal porque não o sabia. E, mesmo que aquilo não é morto, é muito jeitos e facilidades para quem
exportação dos produtos agrí- humanamente rico em todos os assim, era preciso conhecer subdesenvolvido”. não se empenhe, não estude,
colas e outros da região surge sentidos, que aqui se cumpra os seus códigos, porque por não se prepare. Se assim não
como terceira pedra basilar. A Portugal, como o desejou Fer- exemplo um Tadeu estava nos Vindo estas recordações for, tanto dá Sócrates como
criação de uma empresa de nando Pessoa, o grande poeta às, porque ele dizia Atadeu. a propósito de um poema do Aristóteles. Nem os Santos (os
excelência de fomento do tur- de Portugal e do Mundo.l Uma empresa que se chamava O´Neill, têm um sentido. Mas o do Céu) nos valem.l
Ideias & Debate | Cipreste |15 de Julho 2009 | 11

Adriano Moreira O cúmulo da cunha


n Manuel Cardoso n Ana Margarida Martins

N M
um gesto de grande generosi- quando escreve, que o mesmo é dizer, uito se tem falado da crise desempenhar as suas funções. Muitas
dade e, mais do que isso, de quando pensa – é dos poucos que hoje que neste momento assola vezes o sucesso da instituição ou em-
grande alcance cultural, o Pro- ainda pensam o que dizem e com que lu- o país e o mundo. Muito se presa é posto em causa só para poder
fessor Adriano Moreira doou a Bragança cidez!!! tem questionado acerca das suas cau- empregar o afilhado do DR. Fulano.
a quase totalidade da sua biblioteca pes- A distância entre Macedo e Bragança, sas, consequências, de como tem influ- É ridículo perceber que hoje em dia
soal. nesta questão da biblioteca do Professor enciado a vida de todos nas mais varia- já nem interessa saber a licenciatura
Sinto-me orgulhoso por este gesto do Adriano Moreira (digo questão porque das áreas. que se tem nem onde se tirou.
Professor. Porque se trata de um gesto para alguns é uma questão) não é nen- A questão do desemprego, é sem A banalização do ensino, um sem
louvável a muitos títulos de uma pessoa huma. Isto para os que lêem livros. Para dúvida uma das mais marcantes e número de “oportunidades” para se ter
que é minha conterrânea. Ser de Grijó ou quem não lê, é uma distância imensa. provavelmente das que mais preocupa um grau académico mais elevado (facili-
de Macedo é ser do mesmo chão, deste Como será sempre de qualquer biblioteca. os portugueses. tismos cujo grande objectivo é a compa-
chão que se revê no horizonte de Bornes Pois se nem sequer os vejo a consultar ou O descrédito no governo, a falta de
e que para passar desse horizonte tem de requisitar livros aqui na de Macedo, nem perspectivas e a ausência de soluções,
usar o mesmo comboio, a mesma estrada, sonham o que cá há, a canseira que lhes parecem hipotecar vidas e futuros de É curioso depararmo-nos com
a mesma vontade e esperança de destino. está reservada se quiserem ir até Bragan- quem já há muito perdeu a esperança. “profissionais” que não por
Porque se trata de um gesto louvável para ça é imensa, já se vê. A quantidade de recém-licenciados
com a minha terra. Ser de Macedo ou de que continua à procura do 1º emprego
mérito mas por ter “padrin-
Bragança é ser do mesmo chão trasmon- e nada consegue, deixa perspectivar o ho”, conseguem preencher
tano, ter um sentimento comum de se ser A distância entre Macedo desencanto e esmorecer a esperança uma vaga num emprego
desconsiderado pelo poder, saber-me tão de que um canudo já não é sinónimo de
longe aqui como ali do que se sonha por e Bragança, nesta questão emprego.
(muitas vezes criada proposi-
futuro em Lisboa ou no Porto. Por isso, só Todo o processo de procura, a im- tadamente para o “afilhado”)
tenho a louvar a doação de Adriano Mor-
da biblioteca do Profes- pressão de mais e mais currículos e a e que não tem qualquer tipo
eira. sor Adriano Moreira (digo constante rejeição, acaba por ser um de capacidade para desem-
Curioso o facto de haver um paralel- esforço sem recompensa, que cada vez
ismo com o que se passou antes com um questão porque para alguns mais cedo começa a derrotar aqueles penhar as suas funções. Mui-
outro ministro do Estado Novo. Águedo que davam tudo por uma oportunidade. tas vezes o sucesso da insti-
de Oliveira. Um macedense por opção. é uma questão) não é nen- Na busca incessante por um trabalho tuição ou empresa é posto em
Detentor de uma biblioteca não tão vasta e ao longo desta procura desenfreada
mas preciosa. Uma excelente Camoni- huma. Isto para os que lêem por um lugar na sociedade, deparamo-
causa só para poder empregar
ana e com outras raridades bibliográficas. livros. Para quem não lê, é nos com situações no mínimo caricatas, o afilhado do DR. Fulano.
Dezenas de anos em Macedo. Deixada para não dizer revoltantes e profunda-
em testamento para Bragança, numa uma distância imensa. Como mente injustas.
fundação que funciona em Bragança, a Vemos pessoas que nunca foram ração estatística com os outros Países
Fundação Os Nossos Livros. Uma biblio- será sempre de qualquer brilhantes, com todas as condições da União Europeia) e o pouco crédito
teca que se foi juntar a outras bibliotecas. de trabalho que sem saber muito bem que hoje em dia se dá à meritocracia,
O Professor disse, entre outras pala- biblioteca. porquê, conseguiram o que todos pro- são condicionantes decisivos para que
vras, na cerimónia pública que marcou o curam: um emprego se continuem a perpetuar injustiças.
dia de inauguração oficial da “sua” biblio- Mas mais do que a média de curso, É certo que globalização é sinónimo
teca em Bragança, 17 de Junho de 2009, Tenho pena que outros trasmontanos mais do que as competências adquiri- de mudança ou consequência dela; e
diante do Presidente da República, que não tenham feito como Águedo de Oliveira das, o nosso sistema premeia o chama- portanto imperativo que grupos e comu-
“o capital mais importante é a capacidade ou Adriano Moreira. Tenho pena que ten- do factor C; aquele que todos já conhec- nidades devam ajustar-se…
científica, técnica e profissional”. Que a ham deixado a sua biblioteca por Lisboa emos: A CUNHA. Mas será que é este o tipo de mudan-
sua doação é feita nessa linha. Ciente, por e não a tenham mandado para Bragan- Fazendo uma pequena pesquisa ça que queremos para o nosso País?
isso, e querendo tornar-nos a nós cientes ça. Ou que se tenha perdido. Num caso pelas mais variados instituições, não é Será que vale a pena continuar com
do mesmo, que a adição de tal acervo à e noutro deixou de estar ao alcance de difícil perceber que cada vez mais é a este sistema, mesmo com os resultados
biblioteca ou ao conjunto de bibliotecas quem lê livros por aqui. Quando digo aqui cunha que lidera o ranking da taxa de muitas vezes desastrosos, dos quais já
que já existe em Bragança tem um efeito quero dizer Macedo, Bragança, Vale de emprego, sendo as capacidades um todos ouvimos falar?
multiplicador do conhecimento e de um Prados, Chacim ou Morais ou seja onde item que parece ter deixado de inter- A verdade é que a escala global que
tal capital para o mesmo conhecimento. for neste horizonte tão longe aqui como ali essar e de se ter em conta. É curioso o fenómeno “cunha” tem atingido é uma
Nada mais acertado. De quem vê muitís- do que se sonha por futuro ou por livros depararmo-nos com “profissionais” que realidade inequívoca na sociedade ac-
simo para lá do comezinho e do imediato. em Lisboa ou no Porto. Por isso, só tenho não por mérito mas por ter “padrinho”, tual.
De quem não se importa de passar por a louvar a doação de Adriano Moreira. conseguem preencher uma vaga num Penhoram-se assim sucessos aca-
cima de questões menores para apenas Bem haja, Professor. E ainda bem que emprego (muitas vezes criada proposi- démicos em nome de mais uns “tachos”
se fixar no essencial. Como o fez toda nos deu os seus livros – já que Deus não tadamente para o “afilhado”) e que não e vale tudo quando é este o objectivo.
a vida. Como o faz ainda quando fala e nos pode dar tudo!l tem qualquer tipo de capacidade para E ainda se queixam da crise…l

Pensamentos n Manuel Vitorino

D
iariamente se constata ezando, roubando, vilipendiando pestilento lodo, assistindo à con- alguma luz. Triste caminho, in-
que a ganância, o ví- os demais. torção de dores do tecido social Longo foi o caminho, sensível legislador que não tenha
cio, a perversão moral, Que é feito do lutador que, e guardando no bolso, senão a o arrojo de olhar em frente, de
correm à solta, gerando podridão com superior humildade, percor- pastilha milagrosa, pelo menos dura e difícil a cami- reparar, de ver e se limite a avisar
que, convenhamos, é acarinhada rem a longa distância que nos alguns aliviadores analgésicos. nhada, rijo e persistente o mais forte que mais não fez do
pela cultura dominante. separa do circo romano e da es- Afinal onde nasce o egoísmo? o caminhante. Da Pena que autênticos contratos de ad-
A árvore da rectidão, da cravatura? Longo foi o caminho, Não terá a sua fonte na omissão esão, meros aproveitamentos de
justiça, da harmonia social, re- dura e difícil a caminhada, rijo da acção?
de Morte ao pleno exer- estado de necessidade, gestos
gada com tal seiva acabará e persistente o caminhante. Da Os Velhos do Restelo, os in- cício dos direitos huma- cuja “fruta” pára congelada em
por secar. Apenas um apelo ao Pena de Morte ao pleno exercí- activos, serão, sempre foram, os nos, não passou ainda o paraísos fiscais.
fraterno logrará vencer o lama- cio dos direitos humanos, não vencidos. Batem-se em gestas
“carro vassoura”. Povos Da cadeia de miséria hu-
çal da devassidão moral, cívica e passou ainda o “carro vassoura”. sem cavaleiros, apenas guerre- mana que hoje vivemos haverão
económica, fazendo sair dos lim- Povos há, dominadores do Mun- iam cavalgaduras. Bestas apeli- há, dominadores do de se cavar fossas profundas
ites mesquinhos que uns quantos do que negam ao homem a titu- dadas de quadros. Incapazes Mundo que negam ao que levem as “toupeiras” ao sol,
nos impõem. O Homem nasce da laridade de direitos inalienáveis. de terem outras preocupações homem a titularidade à eira, ao nabal, à liberdade. O
dialéctica da dimensão pessoal Negam, aliás, o mais sagrado que não seja a sua ascensão, sol é a educação, a luz. A eira
e da dimensão social, sendo, de todos os direitos. O direito à na “manjedoura” do poder. Fo- de direitos inalienáveis. é o poder equitativo. O nabal é
pois, a personalidade de todos vida. Não se traduz a pena de gem da verdade, fazem vénias à Negam, aliás, o mais a igualdade de oportunidades. A
e de cada um parte integrante morte numa negação do direito à Banca e avisam hipocritamente sagrado de todos os liberdade a suprema aspiração.
do meio social onde se desen- vida? Não serão as inexequíveis que lhes apertam o cerco, a esse Havemos de matar a hidra e não
volve e participa. O meio social sentenças a matança da esper- toural de devassidão de lucro
direitos. como se vem fazendo, apenas a
(tolhido) domestica o homem, ori- ança? Não é possível nem é le- sem peias e sem a menor preo- ferir ao de leve, continuando esta
enta-o ao serviço de interesses gitimo que se fuja à luta. Vendo cupação social. E os média, pelo fazem eco de medidas que, de a medrar.l
que aproveitam a poucos, despr- passivamente e cheirando este menos alguns, senão a maioria, lege ferenda, deixarão passar
12 | 15 de Julho 2009 | Cipreste |
Saara Ocidental
A centenas de quilómetros de qualquer tipo de civilização, dois exércitos
aguardam pelo recomeço de uma guerra á muito silenciada. De um lado
estão estacionados 100 mil militares marroquinos fortemente armados.
Do outro lado, cerca de 20 mil guerrilheiros Saharaui, munidos unica-
mente de material rudimentar usado por outras tropas em outras guerras.

Texto e imagens por Paulo Nunes dos Santos


Mundo

Frente Polisario
primeira paragem no quartel-general de
Tifariti, onde tenho a oportunidade de
conhecer e entrevistar o comandante do
segundo batalhão das guerrilhas Saha-
raui, Aisa Sidahmed. Acompanhado por

e a Guerrilha Saharaui
meia dúzia de seguranças, sou levado
para o edifício central do acampamento
onde me é servido o tradicional chá de
menta. O comandante Aisa, um veterano
com cerca de 70 anos de idade, senta-
se junto à única mesa em toda a sala

S
ão sete da manha em terrestres são uma presença constante. 30 quilómetros desta localidade. "Nesta e de imediato mostra-se disponível para
Rabouni - um campo de Ahmed conta-me que atravessou este zona houve muitos combates. Quando me contar a sua história e dar alguma
refugiados no deserto território muitas vezes. "Conheço-o como Marrocos invadiu o nosso país, milhares informação sobre a actividade militar na
Hamada a sudoeste da a palma da minha mão", afirma. Quando de pessoas fugiram das cidades costei- região. A semelhança de centenas de
Argélia - quando junta- o conflito contra a ocupação marroquina ras para se refugiarem aqui em Tifariti", outros homens, Aisa juntou-se à guer-
mente com Malainin, Ahmed e Hamdi começou à 34 anos atrás, Ahmed juntou- explica Malainin. "Mas a forca aérea de rilha à 35 anos atrás, um pouco antes de
começo a viagem que me levara ao se à guerrilha. A sua função era trans- Marrocos veio e bombardeou a popula- a Espanha abandonar a colonia à mercê
encontro dos guerrilheiros Saharaui da portar tropas e equipamento através do ção em fuga, usando bombas de fósforo de Marrocos e da Mauritânia. "Durante
Frente Polisario. Feita uma última para- deserto. Fez esta travessia vezes sem branco e de fragmentação. Muita gente todos estes anos vi muitos companheiros
gem, para reabastecer de água e comi- conta. Hoje em dia, sem qualquer tipo morreu e a vila ficou praticamente toda morrer, mas isso só me deu ainda mais
da para os próximos dias, seguimos en- de referência aparente, sabe por onde é destruída", acrescenta. forca para continuar a lutar pela nossa
tão em direcção aos territórios liberados. seguro deslocar-se. Junto à entrada do quartel são ainda independência", explica o comandante.
Três horas depois chego à fronteira entre Chegados a Tifariti, uma pequena visíveis destroços das poucas habita- Conta-me ainda que os comandantes
a Argélia e o Sahara Ocidental. Ultrapas- vila parcialmente destruída pela guer- ções então existentes, bem como alguns militares se arrependem de ter assinado
sadas todas as formalidades seguimos ra, sou levado para uma casa, situada tanques de guerra das forcas militares um cessar-fogo. "Em 1988 a maioria dos
em direcção ao território que, apesar de no ponto mais alto da localidade, onde Marroquinas. "A maioria dos Saharaui militares estava contra o cessar-fogo,
regularmente monitorizada pelas Na- irei pernoitar durante os próximos dias. não sabia conduzir, por isso quando cap- porque na altura estávamos a conseguir
ções Unidas, continua a ser considerado Malainin explica-me que "este é o quar- turávamos os tanques ou jipes Marroqui- liberar partes do território. Mas do ponto
zona de conflito. tel de observação da Frente Polisario em nos, destruíamo-los" conta Malainin. de vista político vimo-nos forcados a
Sem mapas ou qualquer tipo de Tifariti", onde vivem cerca de 10 homens É de manha cedo quando inicia- aceitar porque na verdade somos con-
instrumento de navegação, a viagem que têm como função monitorizar os pos- mos a visita a diversos acampamentos tra a guerra e violência. Apenas lutamos
prossegue através de uma paisagem in- síveis movimentos ofensivos das tropas militares espalhados por toda a região. para nos defender". Acrescenta ainda
óspita onde despojos de guerra e minas marroquinas estacionadas a menos de Após uma hora de viagem, fazemos a que, na altura "acreditamos no plano
Regional | Cipreste |15 de Julho 2009 | 13

de paz apresentado pela ONU, mas 17


anos passaram e nada mudou. A única
mudança foi a de Marrocos ter tido a
oportunidade de restabelecer as forcas
militares e reforçar o muro que divide o
nosso território".
Questionado sobre qual seria então
a solução para este conflito, Aisa afirma
que "o governo de Marrocos tem ao lon-
go dos últimos 17 anos frustrado todas as
vias diplomáticas, por isso acredito que
neste momento a única solução é vol-
tar a guerra. Estamos preparados para
reiniciar a luta armada a qualquer mo-
mento. Temos veteranos experientes e
muita gente nova pronta para combater".
Acrescenta ainda que muitos Saharauis
a viver na Mauritânia, Mali e em vários
países da Europa "voltariam de imediato
ao Sahara para se juntar à luta caso seja
necessário". Quando questionado sobre
a possibilidade de estrangeiros integra- Legenda um dos guerrilheiros prepara um chá e
pede-me que me sente para podermos
não vamos voltar, de que vamos morrer
em combate."
rem o contingente militar da guerrilha, conversar. Explicam-me que têm vivido O sentimento geral que estes homens
Página anterior
Aisa responde claramente que "aceita- ali desde o início da guerra, porque são transmitem é de que estão conscientes
mos de bom grado ajuda politica e logís- partes do deserto que as tropas marro- da superioridade militar de Marrocos,
Jovens recrutas da guerrilha da Frente
tica, mas nunca permitiremos a um não quinas não conhecem muito bem. "As mas no entanto têm a convicção de que
Polisario, munidos de metralhadoras AK-47
Saharaui que combata por nós. Isto é (kalashnikov) de fabrico Russo.
cavernas protegem-nos do sol, do frio e sairiam vencedores caso os combates
uma guerra do nosso povo contra o gov- do inimigo", acrescenta. sejam retomados, porque as razões pe-
erno imperialista Marroquino". Nesta página, da esquerda para a direita Pergunto se existe alguma diferença las que lutam são superiores às do inimi-
Terminada a entrevista, e recebida a de atitude entre os veteranos e os mais go. Para os guerrilheiros Saharaui esta
autorização para visitar mais dois acam- Guerrilheiros dentro de um jipe munido de novos, ao qual me respondem que "os guerra é pela liberdade e independência
pamentos situados algures na zona artilharia anti-aérea. voluntários mais novos são como nos- do seu povo, contra um governo invasor
montanhosa da região, seguimos em di- sos filhos, são treinados pelos vetera- que força as suas tropas a lutarem so-
recção ao sul. Uma hora mais tarde che- Um veterano da guerrilha em um dos peque- nos. São como nós éramos quando a mente em nome de uma ideologia impe-
gamos então a um acampamento em nos quartéis militares espalhados pela guerra começou, a única diferença é rialista. Todos os guerrilheiros com quem
nada parecido ao anterior. Aqui a única região de Tifariti no Sahara Ocidental. que esta nova geração está mais infor- falei (à semelhança da população civil),
construção visível é uma pequena casa mada, têm mais educação". "Mas são afirmam não ter quaisquer sentimentos
feita de barro e palha que serve de aloja- Um guerrilheiro prepara-se para fazer o chá todos bons guerrilheiros", acrescentam. negativos pelo povo marroquino, mas
mento para munições e para as kalash- de menta tipico, dentro de uma das caver- Em tom de brincadeira pergunto de que mostram-se dispostos a lutar e sacrificar
nikov (AK-47) - a famosa metralhadora nas que serve de habitação no deserto. é feito um bom guerrilheiro? O capitão as suas vidas para que as gerações futu-
tornada num símbolo para a resistência responde que "para se ser um bom guer- ras possam viver livres e independentes
Aisa Sidahmed, comandante do segundo rilheiro temos de nos mentalizar de que na terra que por direito lhes pertence. l
e guerrilhas em todo o mundo.
batalhão da guerrilha da Frente Polisario,
Cerca de 25 guerrilheiros aguardam-
durante uma entrevista em um dos quartéis
nos com algum entusiasmo evidente,
militares na Região de Tifariti.
típico de alguém que não comunica com
o mundo exterior à algum tempo. As Retrato de um guerrilheiro na regiao de Ti-
idades destes homens variam drastica- fariti do Sahara Ocidental.
mente. Alguns aparentam ter mais de 60
anos de idade em contraste com outros Um guerrilheiro dentro de uma gruta, no de-
que, de acordo com o capitão, têm 18 serto, onde o tecto esta pintado com mensa-
anos. "Aqui todos os homens são vol- gens de apoio à Frente Polisario.
untários e todos são maiores de idade"
afirma. Retrato de um guerrilheiro na região de Ti-
Orgulhoso das tropas que comanda, fariti do Sahara Ocidental.
o capitão faz questão de me mostrar o
armamento que tem disponível. Os guer-
rilheiros mais jovens fazem então uma
demonstração do uso dos 4 ou 5 jipes
apetrechados com artilharia antiaérea
da era Soviética, seguido de uma visita
guiada aos tanques de guerra que tam-
bém são provenientes da ex-URSS, e de
uma lição em manuseamento das famo-
sas AK-47. Terminada a "parada" militar,
sou convidado a visitar uma pequena
caverna que é não mais do que a casa
destes homens. As paredes interiores
estão todas pintadas com mensagens
de apoio e respeito pela Frente Polisa-
rio e pelo povo Saharaui. Num canto
14 | 15 de Julho 2009 | Cipreste |
é preciso que se afastem dos investi-
mentos mais virados para Bragança,
mas que liguem os investimentos às O balanço foi positivo [ da Feira de S. toda a gente concorda que se faça
aldeias mais perto de Macedo, que é o Pedro], tanto a nível de expositores uma avenida que ligue a cidade de
caso de Vale da Porca e Vale de Prados como a nível de público Macedo à barragem

António Cunha Presidente da ACIMC


Entrevista
“Nos moldes
O comércio em Macedo, está a
atravessar um momento compli-
cado, embora esteja complicado
em todas a cidades do interior.

em que se faz a
Pode parecer que estão melhor,
mas não é verdade. Temos de
conseguir mudar a mentalidade
dos comerciantes e dos respon-

Feira, não
sáveis pela cidade. Temos de
nos juntar e conversar para nos
podermos ajudar mutuamente.

Na sua perspectiva qual é o

seria possível
principal problema do comér-
cio neste momento?
Ainda não nos adaptámos à
queda do número de alunos do

sem o apoio da
Piaget. O ensino quebrou, as
universidades públicas têm mais
vagas, as propinas são mais
baixas... mas nós temos de ar-

Câmara”
ranjar alternativa para isto, aliás,
já deviamos ter arranjado. Aqui
em Macedo estávamos muito de-
pendentes do Piaget, mas agora
aparece um novo nicho de mer-
cado que é o turismo. Eu penso
que a solução passará por aí. Os
Cipreste - Na inauguração tumava ter sempre uma figura próprios políticos estão a chamar
da Feira de S. Pedro disse de relevo, desde ministros a a atenção de nós, empresários,
que havia 2 objectivos: Trazer secretários de estado. Este para este facto. No nosso caso
público e satisfazer os exposi- ano esteve um deputado, mas será para o Azibo e para o tur-
tores. Foram atingidos esses inclusive sem discursar... ismo aproveitando a compo-
objectivos? Penso que os políticos não es- estado a subir. Mesmo que não Feira como há 5 anos atrás? nente arqueólogica do concelho,
António Cunha - O balanço tão muito receptivos ao interior. suba, é importante mantê-la. Há 5 anos consegue-se, mas embora o nosso comércio ainda
foi positivo, tanto a nível de ex- Preferem ir a eventos no litoral, há 10 ou 15 anos atrás já não se seja um comércio alheio a esses
positores como a nível de públi- onde vai muita gente, onde tem Mas conta com 150.000 eu- consegue. Nós estamos lá há 8 factos, um comércio mais tradi-
co. Quando começou a Feira mais população. ros, por exemplo? anos. A diferença entre custos e cional.
já sabíamos que íamos ter ex- Não consigo saber nesta al- receitas não era tão grande, mas Na minha opinião a barragem
positores, mas não sabíamos se Quantas pessoas estiveram tura, não faço ideia... vinha aumentando. Já não temos devia estar mais ligada à cidade
íamos ter público. Tínhamos a no 1º dia? o mesmo género de artistas, a e vice-versa.
Feira cheia com expositores de No 1º dia estiveram cerca de A autarquia já pagou à ACI- qualidade teve de ir aumentando,
qualidade, muitos virados para 20.000 pessoas. Temos alguma MC o investimento feito na senão acontecia como há alguns E como é possível fazer
as novas tecnologias, que é im- dificuldade em fazer a contagem Feira de 2008? anos atrás quando entrámos, em isso?
portante nesta altura. de números exactos devido aos Está a pagar segundo as que durante a semana não es- É possível com um projecto
sócios, uma vez que entram eles condições que nós acordámos tava lá ninguém. Os expositores forte, embora hipoteque o or-
Isso compensa a perda e a família, com os funcionário com a autarquia. não querem uma Feira onde só çamento de um mandato de 4
do sector agrícola e de con- da Câmara funciona da mesma haja gente durante dois dias, anos, que é fazer uma ligação da
strução? maneira, uma vez que este ano Suponho então que ainda mas sim durante a semana toda. barragem à cidade.
Eu penso que o sector agrí- está complicado e não quisemos não está pago... Agora, independetemente da
cola e de construção, se não se ser muito rigorosos nas entradas. Está dentro do plano que nós qualidade dos artistas, têm de Mas os investimentos já es-
alterar a conjuntura económica Com os livres de trânsito, damos acordámos. ser artistas próprios para os dias tão feitos do lado de lá.
nestas áreas ou mudar a estra- sempre alguns para as institu- Mas para nós o mais é impor- próprios. Penso que o segredo Quanto a isso também chamo
tégia, aqui na nossa região, têm ições... o mesmo se passa com tante é que temos uma Feira de destes 2 anos foi mesmo esse. a atenção e critico, na minha
tendência a estagnar. os expositores, não sabendo com nível regional, uma Feira que opinião, e já digo isto há algum
Na Feira temos de nos virar rigor quantos serão distribuídos a serve de exemplo sempre que se A Feira de S. Pedro são as tempo, é preciso que se afastem
mais para os pavilhões interiores, cada um. fala nestes eventos. Os exposi- festas de Macedo? dos investimentos mais virados
nas Naves, e concerteza para os No geral, estiveram na Feira tores chegam a pagar 5, 10 vez- Eu não queria que fossem as para Bragança, mas que liguem
exteriores, mas cobertos. toda entre 80.000 a 100.000 pes- es mais na nossa Feira, porque festas de Macedo, eu queria que os investimentos às aldeias mais
soas. a preferem a outras. É claro que Macedo tivesse festas próprias, perto de Macedo, que é o caso
Isso quer dizer então que há existem algumas em que os ex- no Verão, visto que é uma altura de Vale da Porca e Vale de Pra-
um risco de não encher, cada Então o 1º dia foi a maior positores são convidados... em que há mais gente e é melhor dos.
vez mais, a área no meio do enchente de sempre? para o comércio, mas estamos a Embora haja excepções, toda
artesanato? Sim. Com conversas que tive- Mas não ficou claro se o fac- tentar com a Festa do Emigrante a gente concorda que se faça
Essa área provavelmente no mos com antigos directores, sa- to das contas do ano passado fazer as festas de Macedo na 2ª uma avenida que ligue a cidade
próximo ano será alterada. Já te- bemos que o 1º dia deste ano foi ainda não terem sido pagas semana de Agosto. Eu penso que de Macedo à barragem. Portanto,
mos algumas ideias para alterar a maior enchente de sempre na põe em causa a Feira. será possível e que a Câmara se se pensarmos em termos eleito-
esse espaço, mas para já não Feira. Não, não está em causa...até poderá envolver nas festas, mas rais, estamos na altura certa para
queremos estar a falar nelas. porque 99% das contas de 2008 este ano não foi possível, não o fazer. As pessoas querem, e ao
Qual foi o investimento da estão pagas. chegámos a acordo. quererem, apoiam.
Já têm alguns lugares garan- autarquia na Feira? Quando falo em avenida, falo
tidos para o próximo ano? O investimento da autarquia só Há pessoas que criticam Coincidentes com a Festa numa avenida com condições,
Isso já aconteceu no ano pas- é conhecido depois de apresen- o modelo de gestão da Feira do Emigrante? com 4 faixas, zona pedonal, ciclo-
sado, porque a Feira esteve boa. tadas as contas, mas penso que de S. Pedro. Se a Feira não Sim, coincidentes com a Festa via... O futuro de Macedo passará
Há 2 anos esteve mais fraca, nesta altura o investimento feito tivesse o apoio declarado da do Emigrante e com o Macedo por aí, e então deixaremos de ter
mas este ano notámos essa não é o mais importante, mas sim autarquia, corria-se o risco de em Festa a 15 de Agosto. Pas- o problema das pessoas irem à
aderência dos expositores. Dos marcarmos, aqui em Macedo, a não atingir os objectivos? sará por arranjar 8 dias para as barragem e não virem a Macedo.
expositores com quem falei há nossa presença forte nas Feiras Nos moldes em que se faz a festas, de forma a marcarmos a Hoje, 90% das pessoas que vão
um interesse em continuar para da região, uma vez que estamos Feira, não seria possível sem o nossa posição a nível regional. ao Azibo não chegam a visitar a
o ano que vem. numa altura em que as Feiras es- apoio da Câmara. cidade.n
tão a decair... e a nossa, tanto no Como é que vê o comércio Rui Miranda
A inauguração da Feira cos- ano passado como este ano, tem Não se consegue fazer uma em Macedo?
| Cipreste |15 de Julho 2009 | 15
O melhor do azeite e do vinho que o sol do nordeste alimenta, o fumeiro e o queijo que o sabor da tradição pura caracteriza, o artesa-
nato que a perseverança e dedicação cria em Macedo, estão, desde o passado dia 11, em exposição-venda na Praça dos Segadores.
A iniciativa da autarquia macedense, que disponibilizou o espaço e os stands, encontrou eco em empresas de produção e comer-
cialização de produtos da gastronomia regional e em outros tantos artesãos, que naquele espaço mostram o fruto do seu trabalho.
A ideia que terá motivado a iniciativa está ligada ao facto do Museu de Arte Sacra ter registado bastante adesão por parte de
visitantes oriundos de fora do concelho e mesmo da região. Movimento esse que carecia de uma resposta, em termos de oferta,
que a iniciativa privada não estava dimensionada para oferecer.
Com a iniciativa a autarquia apoia as estruturas locais aproximando-as do mercado dos visitantes do concelho, promovendo
os produtos e produtores locais.

6.00 Euros por metro quadrado


Economia Consultório de Fundos
Quanto custa instalar uma Comunitários
empresa na zona industrial? Apoio a desempregados e
jovens à procura do 1º emprego
Estou desempregado e penso, juntamente com a minha namora-
da, que tem 25 anos e nunca trabalhou, montar um estabelecimento
de cafetaria e de fornecimento de comidas rápidas. Calculo investir
120 000€ no projecto.
Posso candidatar-me aos apoios do QREN?

RESPOSTA
1. Enquadramento
O QREN, na sua vertente de apoio ao investimento empresarial,
contempla três sistemas de incentivos, a saber: Sistema de Incen-
tivos à Qualificação e Internacionalização de PME, Sistema de In-
centivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico e Sistema
de Incentivos à Inovação.
Os dois primeiros sistemas de incentivos referidos não se apli-
cam literalmente ao seu caso. Por sua vez o Sistema de Incentivos à
Inovação pressupõe uma despesa elegível mínima de 150 000€, en-
tre outras condições selectivas, tais como a inovação do projecto ao
nível do produto ou do processo, o que não é o caso que menciona.
Assim, o seu projecto não se enquadra no QREN.
No entanto, há um programa de incentivos que apoia projectos
promovidos por desempregados involuntários ou por jovens à pro-
cura do primeiro emprego – trata-se do programa Iniciativas Locais
de Emprego(ILE). Igualmente, pode usufruir, cumulativamente, do
Custos Em tempo de crise todos os custos contam programa Criação do Próprio Emprego (CPE), desde que esteja a
beneficiar do subsídio de desemprego.
dustrias 57,85 euros;

O
Cipreste tentou sa- outros requisitos, o valor poderá 2. Descrição do ILE
ber quanto custa, ser de 1,00 euro por m2, o que O programa ILE apoia projectos que dêem lugar à criação de
em taxas e licenças, implica um custo de 1.500 eu- Secção IX novas entidades, independentemente da sua forma jurídica e que
a instalação de uma empresa ros na aquisição do terreno. Utilização de edificações originem a criação líquida de postos de trabalho, contribuindo para a
na Zona Industrial. 2. d) Industria 147,23 dinamização das economias locais.
Para tal imaginamos como Considerando que tem o ter- 3. Acresce ao montante Quanto a apoios, há apoios técnicos e financeiros. No que se
exemplo genérico a construção reno e o projecto, é necessária referido no número 2. por cada refere aos apoios técnicos, eles consistem em formação na área em-
de um pavilhão de uma peque- uma licença para poder iniciar a 50 m2 de área bruta de con- presarial e na consultoria especializada nas áreas financeira, com-
na unidade de transformação construção. strução ou fracção 10,52 € ercial, de recursos humanos, marketing, publicidade e de gestão da
industrial, a instalar num ter- Consultamos o Regulamen- produção. Quanto aos apoios financeiros, consistem num subsídio
reno com 1500 m2 e uma área to Municipal da Urbanização, O que no nosso caso im- não reembolsável, igual a 18 vezes o índice de apoios sociais, por
cada posto de trabalho criado e preenchido por desempregados ou
de construção de 600 m2. da Edificação e de Taxas do plicaria uma vistoria de 57, 85
jovens à procura de 1º emprego. Por outro lado, há um apoio directo
Nesta análise, obviamente, Município de Macedo de Cava- euros e uma licença de 147,23
ao investimento (fundo perdido) até ao limite de 40% do investimento
não consideramos os custos leiros, do ano de 2009: + 126,24 euros, ou seja 273,47 total admissível, ou seja, 60 000€, não podendo exceder 12 500€ por
inerentes à elaboração do pro- euros. cada posto de trabalho criado.
jecto de arquitectura e de en- Taxa devida pela emissão Para além destas taxas o 3. Descrição do CPE
genharia, nem à sua construção de alvará de licença ou au- empresário terá que pagar um O programa CPE apoia projectos de emprego promovidos por
e equipamento. Cingimo-nos às torização para obras de con- valor pela ligação ao sanea- desempregados subsidiados que, individualmente ou de forma as-
taxas e licenças que revertem a strução mento, mais uma taxa de 1,5 sociativa, apresentem projectos que assegurem o emprego a tempo
favor da autarquia macedense. 1.1 – euros por m2, o que no nosso inteiro dos respectivos promotores.
c) Comércio, serviços, in- caso será 2.250.00 euros. Quanto a apoios, igualmente há apoios técnicos e financeiros. Os
O preço base do terreno na dústria e outros fins, por m2 de Feitas as contas o terreno apoios técnicos são iguais aos previstos no programa ILE, já citados
zona industrial é de 3,75 euros área bruta de construção 1,06 pode ficar entre 5.625.00 euros anteriormente. No que se refere aos apoios financeiros, consistem
por metro quadrado. Este preço € e 1.500.00 euros, já quanto às no pagamento de uma só vez do montante global das prestações
pode ser reduzido até 80%, 2. Prazo de execução, por taxas para a autarquia pode de desemprego devidas que, conforme já foi referido, pode acumular
caso se observem algumas cada mes ou fracção 10,52 € contar com cerca de 3341, 56 com os apoios previstos no programa ILE.
condições, a saber: euros. O que equivale a um 4. Conclusão
Aproveitamento dos recur- Como a área é de 600 custo máximo de 6,00 por m2. Para concretizar o seu projecto de investimento e no caso de
sos naturais locais; m2, se pedirmos uma licença aprovação da candidatura, poderá receber, a título de fundo perdido,
Aumento da notoriedade do por um ano, o valor total é de De referir que grande parte 48.000€ para o investimento e cerca de 7.500€ por cada posto de tra-
concelho; 636,00 euros + 126, 24 euros, destas taxas sofreram aumen- balho criado, incluindo o seu e o da sua namorada, cumulativamente
Introdução de novas tecno- ou seja 760, 24 euros. tos significativos (quase 50%) com a antecipação do subsídio de desemprego, se for caso disso.n
logias; nos últimos anos. A título de
Arsénio Leite
Geração de, pelo menos, 5 Decorrida a construção é exemplo considere-se que a
(www.sibec.pt; sibec@sibec.pt;tel: 228348500)
postos de trabalho; necessária uma vistoria para licença de construção há seis
Relocalização de empre- posterior emissão de licença de anos custava 0,75 euros por
sas; utilização. m2 e hoje custa 1,06 euros, um
Caso estas condições se aumento de 42%.
comprovem o valor do preço do Secção VIII
terreno pode chegar a 0,75 eu- Vistorias Os valores para a mesma
ros por metro quadrado. 2. Vistoria a realizar para instalação, no concelho de
efeitos de emissão de licença Mirandela, são genericamente
Se o nosso exemplo for a in- ou autorização de utilização superiores.n
stalação de uma empresa nova, relativa a ocupação de espaços
e considerando que cumpre os destinados a armazéns ou in- Rui Miranda
16 | 15 de Julho 2009 | Cipreste |
Já vai na 12ª edição o Passeio de Cicloturismo de S. Pedro, organizado pela Associação da Bela Vista. E desta
vez o Santo que lhe dá nome não foi um grande amigo. Alguma chuva e frio desencorajou alguns, mas
80 ciclistas, sem medo, cedo saltaram para o selim dispostos a enfrentar os 72 km de asfalto da zona
sul do concelho. Não havendo vencedores nem vencidos, apesar de se ver um ou outro de boleia numa
das motas de apoio, todos conseguiram enfrentar as dificuldades que se apresentaram pela frente.
No final, o convívio foi grande, prolongando-se por toda a tarde. Para o ano há mais.

Morais
Desporto
Morais agarra a 3ª
ernandinho, técnico trabalhar mais um pouco junto

F que levou o Morais


à conquista do se-
gundo campeonato distrital da
de patrocinadores e sócios para
assegurar mais esse dinheiro
e não hipotecar a época.” No
sua curta história, é de novo o final deste processo, Rodrigo
líder da equipa, desta feita, no Cepeda deixa um louvor à Câ-
Nacional da 3ª Divisão. Este mara de Macedo e à Junta de
ano, Fernandinho não deverá Freguesia de Morais “porque
estar sozinho na equipa técnica sempre têm feito o que podem
da equipa, já que, conforme para nos ajudar”. O orçamento
revelou Rodrigo Cepeda, Presi- do clube para a próxima época
dente do clube, “estamos em “encontra-se entre os 115 e os
negociações com um adjunto 125 Mil Euros”, assegura.
que nos foi indicado pelo nosso Na época anterior, em que o
treinador.” Morais conseguiu nova subida
A definição do plantel à 3ª Divisão, o orçamento foi de
começa a ganhar forma, per- 60 Mil Euros. 20 Mil oriundos de
manecendo ainda muitos lu- fundos públicos (15 Mil da Câ-
gares em aberto. Fanã, Louro, mara e 5 Mil da Junta). Realiza-
Inácio, Renato, Stigas e Reis do o relatório de contas, o líder
já viram a sua continuidade na do clube revela “um saldo nega-
equipa assegurada. Quanto a tivo de 2 Mil Euros. Não temos
restantes renovações, o Presi- dívidas nem a fornecedores ou
dente do clube diz “não está a restaurantes, apenas para com
ser um processo fácil. Quería- os jogadores, com quem temos
Stigas, Renato e Inácio seguros por Rodrigo Cepeda
mos continuar com o plantel do conversado.”
ano passado, mas não tem havi- respeito da parte deles, mas semana de estágio em Vila Flor Mais tarde, depois de conversar O pagamento aos jogadores
do um acordo por uma falta de tudo bem, viramos a página ou Alfândega da Fé. com os restantes membros da assegura Rodrigo Cepeda,
entendimento relativo a verbas. e asseguraremos reforços de direcção, “entendi que não fa- “acontecerá já neste sábado,
Assim sendo, as renovações já grande qualidade, se tudo cor- Nova época esteve em zia sentido bater com a porta, dia 18. Realizaremos a nossa
asseguradas poderão perfeita- rer bem.” Falando em reforços, risco até porque podia colocar em festa de campeões distritais e
mente ser as únicas.” Não deixa para já, Gene (Mãe D’ Água) é causa o futuro do Morais. E, pagaremos aos jogadores. To-
de demonstrar alguma surpresa o único assegurado. Para a pré- No final do último mês, Ro- ao fim de 3 anos de grande tra- dos cá estarão presentes, tere-
pela falta de entendimento com época encontram-se 10 joga- drigo Cepeda anunciou a sua balho e sucesso, o Morais não mos jantar e um baile, estando,
os atletas porque diz “sempre dores indicados, que estarão renúncia ao cargo de Presi- deveria ir por água abaixo. A desde já, sócios, simpatizantes
tratamos bem os jogadores, sobre observação do treinador. dente do clube. Na base da diferença do que nós solicitá- e patrocinadores convidados
nunca deixamos que nada lhes Os trabalhos de preparação da sua decisão estava um desen- vamos e o que a Câmara nos para fazerem parte desta que
faltasse nestes últimos 3 anos. nova época irão iniciar-se a 27 tendimento de verbas com a atribuía era de 15 Mil Euros, as- também é a festa deles.”n
Merecíamos um pouco mais de de Julho, estando prevista uma Câmara Municipal de Macedo. sim continua, temos é nós que Nélio Pimentel

Breves
VIII Jogos do Eixo se de 2 em 2 anos numa ci- ção macedense satisfeita. mulheres. A estes, juntando os
Atlântico dade diferente, congregando acompanhantes e elementos Voleibol de Praia
Macedo de Cavaleiros 7 modalidades (Atletismo, Fu- da organização, o Challenger A Barragem do Azibo volta
ficou em 12º lugar no torneio tebol de 7, Basquetebol, Ande- Azibo Challengers envolveu uma centena de pes- a receber este ano uma prova
de Futebol de 7 dos VIII Jo- bol, Voleibol, Natação e Bad- 2009 soas. pontuável para o Campeonato
gos do Eixo Atlântico. Num to- mínton), praticados por cerca Nos dias 3, 4 e 5 de Julho Miguel Monteiro, professor Nacional de Voleibol de Praia
tal de 23 equipas, o 12º lugar de 2000 jovens dos escalões a Albufeira do Azibo foi palco responsável pela organiza- de 2009. Depois do sucesso
averbado, após derrota de 3-0 de Juvenis do noroeste penin- da 3ª edição do Challenger. É ção, faz um balanço positivo alcançado no ano passado a
com Guimarães, colocou os sular. uma iniciativa do Instituto Poli- e garante a continuidade do elite deste desporto de verão,
macedenses como a 5ª melhor A representação de Macedo técnico de Bragança, através evento nos próximos anos, até quer em masculinos como
equipa portuguesa. Do lado de Cavaleiros fez-se pelo Fu- do seu curso de Desporto, do porque, “é política do IPB abrir femininos, marcará presença
das equipas nacionais, todas tebol de 7, numa equipa com- Inatel e da Câmara Municipal as suas actividades à popula- em Macedo de Cavaleiros.
se queixaram da dualidade de posta por atletas do Atlético de de Macedo, que tem como ção em geral.” Enaltece o tra- A Praia da Ribeira, a “praia
critérios das arbitragens, para Macedo e do Macedense. São objectivo dar a conhecer as balho de colaboração com a nova” do Azibo, servirá de
com os adversários espan- eles: Francisco Batista, Acácio potencialidades do Azibo e autarquia, na pessoa do vere- palco da XI Etapa do campe-
hóis. Choupina Pires, Flávio Rodri- dotar os alunos do 3º ano, de ador responsável, Manuel Car- onato, que teve o seu início na
gues, Bruno Canhoto, José conhecimentos na organiza- doso, classificando-o de “in- Trofa entre 19 e 21 de Junho.
Os VIII Jogos do Eixo
Coelho, Pedro Fernandes, Luís ção de eventos ao ar livre. Ao cansável no sei apoio” e elogia Este será um dos 4 “Grand
Atlântico decorreram de 5 a 10
Oliveira, Luís Lino, Cristiano longo destes 3 dias os partici- as condições da Albufeira do Slam’s” do calendário oficial,
de Julho na cidade da Corun-
Valadar, Diogo Paulo, Luís pantes tiveram que ultrapas- Azibo: “É das paisagens mais a contar no quadro principal
ha em Espanha. Este evento
Corujo, António Cordeiro e Rui sar desafios nas disciplinas de bonitas do Nordeste. Aqui te- com 24 duplas masculinas e
é uma iniciativa do comité de
Gonçalo. Quintino Angélico, da orientação, luta de cotonetes, mos as condições ideais para 16 femininas. A prova decor-
desporto do Eixo Atlântico, a
equipa técnica do Atlético, foi o natação, canoagem, voleibol a prática de desportos. Alia- rerá de 12 a 16 de Agosto.
associação de 34 municípios
da Região Norte de Portugal treinador. No final, e com todos de praia, tiro ao alvo e btt. mos uma paisagem lindíssima
e Comunidade Autónoma da os jogadores a contabilizarem Acorreram 9 equipas, de 5 el- à prática de desporto. É óp-
minutos, o 5º lugar nas equipas ementos cada, podendo ser timo.” II Milha Talhas
Galiza em Espanha. Realiza-
nacionais deixou a representa- constituídas por homens ou O Grupo Desportivo de
Desporto | Cipreste |15 de Julho 2009 | 17
Clube de Caça e Pesca

De pontaria afinada
reside em Espinho, não falhou

P
edro Fernandes do Moncorvo venceu por equipas e
Clube de Caça e um único prato, conseguindo o o CCPMC ficou-se pelo 4º lugar.
Pesca de Macedo pleno de 25 pratos “abatidos”. Ramiro Gonçalves foi o melhor
de Cavaleiros (CCPMC) saiu Pedro Fernande foi o melhor lo- macedense.
vencedor da 3ª Categoria do cal com 20 tiros certeiros. Esta Na competição oficial, no III
VII Circuito InterClubes 2009 prova organizada pelo CCPMC, Circuito InterClubes 2009, deco-
de Tiro aos Pratos. O atirador apesar de não estar inserida no rreu em Mogadouro a 5 de Julho
macedense pode comemorar Circuito Regional InterClubes e a penúltima prova deste ano.
a vitória após a oitava e última de ter sido realizada em simultâ- João Aleixo do CCPMC saiu
etapa do campeonato, que neo com uma prova semelhante vencedor, em muito contribuin-
decorreu em Valpaços no último em Bragança, contou com a do para o segundo lugar con-
Domingo. Pedro Fernandes tem maior participação dos últimos seguido pelo clube macedense
agora assegurada a passagem anos. Contaram-se 81 partici- na classificação por equipas.
para a 2ª Categoria. Nesta, Ar- pações, um número bastante Já antes, a 21 de Junho, a Bar-
mando Morais, por se encontrar assinalável. ragem do Azibo recebera a 5ª
de férias, não marcou presença prova. Foram pescados 8kg de
em Valpaços, mas mesmo as- Pesca peixe, com predominância de
sim assegurou o 2º lugar. Por achigãs e percas. Saiu vence-
equipas, o CCPMC averbou o Também inserido no pro- dor Adelino Santos, de Miran-
6º lugar no Circuito. grama da Feira de S. Pedro, a dela, com Marta Gonçalves, de
Pedro Fernandes vencedor da 3ª Categoria
De pontaria bem afinada, 28 de Junho realizou-se o Tor- Macedo, a vencer na classe de
Herculano Nascimento saiu neio de Pesca na Barragem do que pelo 3º ano consecutivo dia outros torneios na região, Juvenis.
vencedor do Torneio de Tiro aos Pocinho. Marcaram presença participa neste torneio do CCP- impossibilitou o aparecimento Recorde-se que o
Pratos de S. Pedro, realizado nos 47 pescadores, num total de 10 MC. Acorreram pescadores de de mais concorrentes. Com 3,78 macedense Rogério Costa ven-
dias 4 e 5 de Julho. O atirador, equipas, entre as quais a Fut- toda a região norte do país, mas Kg, Albertina Polido, do Pocin- ceu o Circuito de 2008.n
que embora seja transmontano, ness Sub/A, equipa francesa o facto de ocorrerem no mesmo ho, saiu vencedora. O Clube de Nélio Pimentel

Atlético de Macedo

Rui Vilarinho mantém comando técnico


I
van, Nuno Meia e Luís do clube, assegura conversas no decorrer da época anterior,
Carlos e Tó Mané são com outros jogadores, encon- a decisão de sair do clube. De-
para já as únicas caras trando-se o processo bem pois de liderar um abaixo-assi-
novas do plantel do Atlético encaminhado, faltando ap- nado junto dos sócios, o líder
de Macedo. Ivan (ex. Santa enas “o preto no branco”, que, da direcção conseguiu de-
Marta) e Nuno Meia (ex. Vila conforme nos garantiu, estará mover o treinador e assegurou
Real), são extremos, Luís Car- para breve. aquela que muitos dizem ser
los, também ele vindo do Vila “a primeira das contratações”.
Real, é um centro campista e Rui Vilarinho Novidade na equipa técnica
Tó Mané, avançado vindo do assegurado é Miro. O antigo central, que já
Morais e que já em 2000-2001 alinhou no Macedo, onde con-
vestiu a camisola do Atlético. Uma das principais “ban- quistou 4 Taças e um campe-
Mais contratações poderão a deiras” de Fernando Melo foi onato Distrital, e que no último
qualquer instante ser assegu- assegurada. A continuidade de ano representou o Morais, é
radas, esperando-se que no Rui Vilarinho no comando téc- o substituto de Artur Batista.
decorrer desta semana, o pl- nico da equipa foi agora con- Assim, a estrutura técnica do
antel para a nova época esteja seguida. O líder da direcção Atlético ficou completa, com
quase todo ele desenhado. Melo Rodrigues Vilarinho é aposta ganha do Macedo sempre garantiu Rui vilarinho a ser coadjuvado
A estas 3 novidades, jun- contar com Rui Vilarinho, mas por Quintino Rodrigues e Miro
tam-se as renovações já an- Corunha, Hugo Ribeiro, Didá- Neste capítulo de renovações, o técnico sempre se mostrou Valadar.n
teriormente asseguradas com cio, Bernardino e Luís Gancho. Fernando Melo, presidente intransigente após anunciar, Nélio Pimentel

Breves
Talhas levou a efeito a real- Rui Mila, a título individual, leiros foi aquela em que mais Atlético de Macedo de Cava- este tipo de digressão, para
ização da II Milha de Talhas. em Juniores, saíram também dias se voou até ao momen- leiros venceram no passado diferentes destinos da Eu-
Bruno Jesus, do Joane, e vencedores. to. Nas provas seguintes, em mês o Torneio de Arles, em ropa, após formalização dos
Sandra Cabral, do Ginásio Montalegre apenas se voou França. Este torneio, com- convites das equipas orga-
Clube de Bragança, foram num dia e em Castelo de Vide posto por 3 equipas francesas nizadoras. Através da compo-
os vencedores nas catego- Parapente dois. Nuno Gomes, depois do e a do Atlético, decorreu na nente desportiva, nomeada-
rias de seniores masculinos e Roberto Torres saiu 8º em Montalegre, repetiu em região de Marselha nos dias mente o futebol, levam além
femininos, respectivamente. vencedor do Nordeste 2009, Castelo de Vide, o 2º lugar de 11, 12 e 13 de Junho. Seguin- fronteiras o nome de Macedo
A prova contou com meia a 1ª prova no Nacional de Macedo, conseguindo nesta do um modelo de campe- de Cavaleiros, realizando
centena de atletas, de clubes Parapente que decorreu de 8 altura estar na liderança do onato, com apenas uma vol- um intercâmbio social e cul-
como Ginásio de Bragança, a 13 do último mês. Na prova Campeonato Nacional com ta, a equipa macedense saiu tural quer com as equipas ad-
Joane, Talhas e Maia, deix- que apenas contou com a re- 4177 pontos averbados. Pau- vencedora. versárias, como com as pop-
ando boas perspectivas para alização de 3 mangas, devido lo Silva com 3754 e Gil Na- Da equipa viajada de ulações que os acolhem. Da
o futuro. Ângelo Pontes, o às fracas condições atmos- valho com 3616, são quem Portugal, fizeram parte os parte da equipa macedense
professor responsável pela féricas, o piloto do Clube de mais de perto vão atacando a seguintes elementos: Tino, tem vindo a crescer a vonta-
secção de atletismo do clube Parapente de Basto deixou liderança. Prof. Campos, Luís Neto, Pe- de de também eles poderem
concelhio, em declarações à para trás a concorrência com O Campeonato Nacional dro Palhau, Tó Mendes, Car- vir a acolher outras equipas
Rádio Onda Livre mostrou-se um total de 2129 amealhados. segue já amanhã com a Pro- los Choupina, Morgado, Beto internacionais.
bastante satisfeito e revelou Nuno Gomes do Câmara de va de Mirandela que vai até Talhas, Luís Matos, Sérgio Embora já mais velhos,
esperanças no futuro. “Correu Lobos com 2030 e Joaquim dia 19. De 23 a 26 de Julho, Borges, Barroso, Madureira, a vontade pela prática do
dentro do que era expectável Guedes da Associação de a Serra da Estrela é palco da Mário, Dinis, Peixoto, Domin- desporto permanece, en-
e, agora, estamos à espera Desportos de Montanha Ab- derradeira etapa. gos Palhau, Paulo Campos, contrando-se em actividade
da terceira. Os jovens são oua com 1988 ficaram nos orientados por Manuel Borg- ao longo de todo o ano. Na
o futuro do atletismo e tam- restantes lugares do pódio. es, treinador, e Chico Pataco, última temporada a equipa
bém do Talhas”, disse. Maria Apesar de apenas terem Veteranos vencem adjunto. realizou um conjunto de 20
Alves, do Grupo Desportivo sido realizadas 3 mangas, a torneio A equipa de Veteranos do jogos amigáveis, 10 deles em
de Talhas, em Benjamins e prova de Macedo de Cava- Os veteranos do Clube Atlético realiza todos os anos Macedo de Cavaleiros.n
18 | 15 de Julho 2009 | Cipreste | Desporto
Talhas
Mundo da Bola
Reforço técnico Siso de Cissokho dá juízo
reafirma aposta no futebol ao Milan
O acordo de 15 milhões
de Euros para a transfer-

V
aldemar Afonso é o
novo técnico do Grupo ência de Cissokho do Porto
Desportivo de Talhas. O para o Milan deixou o país fu-
técnico orientou na passada tem- tebolístico perplexo. Um joga-
porada a equipa do Mãe D’ Água dor que chegou a Portugal
na 3ª Divisão e, segundo fonte li- vindo do 2º escalão francês,
gada ao clube, assumirá na nova em menos de um ano con-

Fonte: iqrash.blog.com
época a orientação do Talhas no seguiu despertar o interesse
Distrital da AF Bragança. Valde- de um grande europeu, pro-
mar Afonso é técnico de 4º nível tagonizando uma transfer-
da UEFA e, apesar de há uns ência mais de 15 milhões de
anos atrás ter estado ao serviço Euros.
do Bragança, grande parte da sua Consumado o acordo, a perplexidade ganha maior
carreira foi feita no Reino Unido, dimensão, quando o Milan decide romper, depois dos
quer a orientar equipas seniores testes médicos realizados pelo defesa esquerdo que
como escalões de formação. An- detectaram problemas com a sua estrutura dentária.
gola e Guiné são também países Poderão alguns pensar que os médicos do Milan terão
onde o treinador já passou. percebido que Cissokho tem mais idade que aquela que
Não sendo, de todo, possível indica o seu Bilhete de identidade, mas afinal não… e
confirmar esta informação, apesar asnos também eles demonstraram não ser. Pelos vis-
de vir a assumir o cargo de téc- tos, e segundo explicaram alguns especialistas, uma
nico principal do Talhas, a ligação má formação do dente do siso, faz com que o maxilar
de Valdemar Afonso com o Mãe ao não “fechar” por igual, vá criar más formações ao
D’Água não cessará. Este clube nível da coluna e da anca, fazendo com que a corrida
da cidade de Bragança não con- do atleta seja de certa forma deficiente, uma vez que
tará com uma equipa de futebol fica com uma perna mais curta que outra. Se assim é,
sénior e centralizará toda a sua Valdemar Afonso treinador mantém ligação ao Mãe D’água quem somos nós para questionar? No entanto, aqui no
acção no futebol juvenil, onde o Mundo da Bola, não nos deixa de causar estranheza
técnico deverá ficar como respon- tes é um jovem professor, respon- equipa será mantida, sendo de que um clube que tem o Ronaldinho Gaúcho nas suas
sável máximo. As duas funções sável pela criação da secção de esperar que o novo técnico tra- fileiras, e que até já teve Ronaldo, o “fenómeno”, re-
são perfeitamente acumuláveis, atletismo do clube e, que no ano ga consigo jogadores que o ano jeite a contratação de outro por questões dentárias.n
já que o Talhas não tem equipas passado orientou pela primeira passado orientou no clube Bra-

Os gritos de Michelle
nos escalões de formação. vez uma equipa de futebol sénior. gançano. André Olmo, Careca,
Como a mesma fonte nos in- Deverá vir a ser ajuda determi- Gene e Michel são nomes que já

Brito
formou, Valdemar Afonso deverá nante ao novo técnico, quer na foram avançados pela imprensa
contar com a coadjuvação de sua integração como no aprofun- regional como reforços do clube
Ângelo Pontes, até agora técnico damento do conhecimento dos macedense.n A jovem tenista portu-
principal da equipa. Ângelo Pon- jogadores. A espinha dorsal da Nélio Pimentel guesa Michelle Brito es-
teve no centro das atenções
Macedense na última edição do Roland
Garros. É que, para além

Escolinhas com quatro níveis


de atingir a terceira ronda
da mítica prova francesa,
surgida das qualificações, a

Fonte: tvi24.iol.pt
tenista de 16 anos foi muito
criticada pelos sons que
experiência. Salvo surpresa de

O
Macedense iniciará os A grande novidade será o emite ao bater na bola.
trabalhos para a nova última hora, será completo após novo modelo a seguir nas Es- A sua adversária francesa Aravane Rezai, na mu-
época a 31 de Agosto. esses treinos.” Passarinho que já colinhas e Infantis. “Terão uma dança de campo após o primeiro “set”, queixou-se
O jogo de apresentação aos só- terá assinado pelo Viseu Futsal, cara nova. Iremos melhorar aq- ao árbitro da partida, levando a portuguesa a ques-
cios irá realizar-se a 27 de Setem- Vítor, Rodas e Pica, que deverá uilo que já estava bem, seguindo tionar se haveria alguma regra que a proibisse de
bro, com um adversário ainda a assinar por um outro clube assu- um diferente método de trabalho. emitir qualquer som. Não havendo, a tenista fran-
definir, e a competição oficial terá mindo outras funções, não con- Em cada escalão haverá uma di- cesa começou a utilizar a mesma táctica e a emitir
início a 3 de Outubro, com a 1ª tinuarão no Macedense. visão em 4 níveis de aprendiza- sons semelhantes aos de Michelle Brito. Ao longo do
eliminatória da Taça de Portugal. Ao nível de salários, Rui Costa gem. No 1º serão integrados os jogo, os comentários dos jornalistas da televisão fran-
Apesar do inicio da época ain- diz que “o Macedense não pagará atletas que chegam ao clube; no cesa compararam os gritos de Michelle aos sons de
da se encontrar distante, o plan- salários fixos aos jogadores, nen- 2º, depois do 1º contacto, haverá um Concorde. A franco-iraniana venceu o jogo e no
tel está já praticamente definido, hum terá um vencimento mensal. mais exigência; no 3º, os atletas final disse “ela [Michelle Brito] grita muito e usa isso
estando prevista uma média de Foram feitos contratos por objec- receberão prémio de inscrição para impressionar, é desagradável. É uma pena, ela
idades de 22 anos. Paxa, Paulo tivos, em que são atribuídos pré- para competição; ao 4º e último joga bem, é talentosa. Ainda tem que aprender mui-
Santos, Patrick, Lino, Play, Diogo, mios de treino e jogo a cada um nível chegarão os atletas que tas coisas”. Depois de sair do court sobe uma grande
Ricardinho, Nélson Pica e Leon- dos jogadores.” conseguem ir mais longe e têm vaia do público, a portuguesa veio dizer que “esta é a
ardo (este ainda pendente de capacidade de ir para o escalão primeira tenista que reclama pelos meus gritos. Deve
questões profissionais), prolonga- Escalões de formação seguinte”, refere Costinha. Este fazer parte da sua táctica para me desestabilizar. Ela
ram já o seu vínculo. Mário do Vila responsável assegura que “a es- já tinha feito isso em Miami, agora conseguiu pôr o
Flor e Pitota, que este ano rodou O GDM continuará a apostar tratégia do clube assenta neste público contra mim”.
no Chacim, são as caras novas em todos os escalões de forma- nível de aposta. Na redução que Gritos à parte, Michelle Brito atingiu no ranking do
até agora asseguradas. Também ção. A equipa feminina será este estamos a efectuar no plantel sé- WTA o lugar 76, a melhor classificação de sempre de
Capulho, júnior, será integrado no ano orientada por Cidália Samor- nior, uma parte das verbas é para uma portuguesa.n
plantel sénior. Para preencher as inha. Com formação de 1º nível canalizar nestes escalões de
vagas existentes, o Presidente e acumulará a função de treinadora Escolas e Infantis para a melho-
técnico do GDM Rui Costa revela
negociações “com 3 jogadores da
com a de jogadora. A Aeróbica,
com início em Setembro, continu-
ria das suas condições. Depois,
gradualmente, pretenderemos
Cerveja é bom
terra, que juntamente com 4 de
concelhos vizinhos irão treinar à
ará a fazer parte das actividades
do clube.
melhorar os restantes.”n
Nélio Pimentel
hidratante
Um estudo científico realizado pela Universi-
dade de Barcelona vem revelar que a “cerveja pode
ser uma eficaz bebida hidratante após a prática de ex-
ercício físico.” A revelação foi feita nos Jogos Mundi-
ais da Medicina e Saúde em Alicante por Joan Ramón
Barbany, professor de Fisiologia do Exercício. Segun-
do o académico, “a cerveja tem uma alta presença de
elementos oxidantes, derivados da sua origem vegetal,
que combatem a presença de radicais livres, ajudando
a reduzir os efeitos produzidos pelo exercício físico.”
Dada esta notícia, no Mundo da Bola aguardamos
com expectativa o relatório de vendas das cervejeiras
nacionais.n
| Cipreste |15 de Julho 2009 | 19
Estão a morrer milhares de oliveiras na Terra Quente Transmontana.
Segundo António Branco, presidente da AOTAD, o Estado é passivo e há um forte abandono por
parte dos olivicultores. O Governo avançou com a medida comunitária de plantar cinco mil hectares
de olival novo, mas António Branco estima que haja cerca de 6 mil hectares de árvores afectas.
Foi com as geadas de Novembro de 2007 que se começaram a verificar as primeiras mortes do
olival. A zona mais afectada é a freguesia de Torre Dona Chama, no concelho de Mirandela.

Regional
Fonte: rentearelva

Bilioteca Adriano Moreira


Breves
Espólio doado por Cirurgia de
amor à terra ambulatório toda
em Mirandela
António Ferrão, novo director do
serviço de Cirurgias do CHNE (Centro
Hospitalar do Nordeste), quer concentrar
todas as cirurgias de ambulatório na uni-
dade hospitalar de Mirandela. O mesmo
responsável considera o serviço de relevo
a nível nacional. “O Hospital de Mirandela
sendo o grande centro de cirurgia de am-
bulatório para todas as especialidades
tem as condições físicas e estruturais para
isso”, assegura.
António Ferrão pretende a aplicação
de um modelo que é já é aplicado em todo
o mundo, não transferindo serviços. “Va-
mos colocar as patologias em função dos
recursos”. A intenção é a majoração das
especialidades e não dividir as cirurgias,
para que as pessoas nos sítios onde estão
“tenham aquilo que é melhor”.
António Ferrão volta a frisar a falta de
médicos cirurgiões no Centro Hospitalar,
referindo que seriam precisos mais seis.n

Inauguração Presidente da República ao lado de Adriano Moreira Demissões para


leiros. “Não me satisfaz a justificação encabeçar corrida
O
professor Adriano Moreira Trás-os-Montes e Alto Douro).
é macedense, natural de Na Biblioteca Adriano Moreira não dada”, referindo-se o líder da concel-
Grijó, e foi homenageado, estão ainda todos os livros do profes- hia socialista ao facto do espólio ter autárquica
em Junho, pelo município de Bragança. sor, tendo em conta que ainda precisa ficado na sede de distrito porque lá se Berta Nunes e Jorge Gomes estão
O conhecido professor universitário, de alguns exemplares para as suas encontram um maior número de estu- de saída. A primeira do ACES Nordeste
que também foi ministro do Ultramar, investigações e para as suas aulas, dantes universitários. Rui Vaz entende (Agrupamento de Centros de Saúde), o
durante o Estado Novo, ofereceu o seu contudo, os exemplares presentes já que “o município de Bragança soube segundo do Governo Civil e ambos para
espólio pessoal a este concelho, que devem rondar a dezena de milhar. fazer bem o seu papel” e compara com entrarem na corrida autárquica. Berta
Nunes é candidata à Câmara Municipal
foi agora colocado numa biblioteca com Adriano Moreira referiu que não foi Macedo de Cavaleiros, que há muito
de Alfândega da Fé e Jorge Gomes à au-
o seu nome, e que mereceu a inaugu- difícil separar-se deste livros porque espera por uma nova biblioteca, lamen- tarquia de Bragança. A directora executiva
ração do Presidente da República. “foi feito com amor à terra”, e também tando ainda que a actual não seja o do ACES foi criticada pelo PCP, há cerca
Cavaco Silva esteve em Bragança, porque sabe onde estão e porque os local ideal para receber o espólio de de um mês, por não ter rejeitado o cargo
numa curta e rápida visita, para uma reconhece. Quantos aos outros que “um ilustre macedense”. Mesmo assim, quando anunciou a sua candidatura, e afir-
série de inaugurações, entre as quais ainda mantém consigo, há o compro- o vereador assegura que prefere que ma que sai agora, mas que não via razões
estava a Biblioteca Adriano Moreira. misso dos filhos, “que os mandarão tenha ficado na capital do distrito, que para sair. Contudo, garante que precisa de
Adriano Moreira defende que “quem para cá”. fora do mesmo. tempo para preparar a corrida às eleições
puder deve dar a sua contribuição, mes- Questionado sobre o assunto, Be- autárquicas.
Já Jorge Gomes, há muito que tinha
mo que modesta como é o meu caso”, E porque não Macedo? raldino Pinto, presidente da Câmara
anunciado que sairia do Governo Civil e co-
de forma a enriquecer a região. O pro- Municipal de Macedo de Cavaleiros, municou que o vai fazer a 17 de Julho.n
fessor justificou a escolha do município Rui Vaz, vereador socialista da não quis comentar o assunto, refer-
de Bragança por ser aquele “onde ex- oposição, levou o assunto à última re- indo apenas que não contribui com
iste ensino superior institucionalizado”.
Mas também para que este possa ser
união de Câmara do mês de Junho.
O vereador pretendeu saber porque
“mais nada para alimentar este tipo de
polémicas”, frisando ainda que “o pro-
Um Mês de xadrez
A Associação de Xadrez de Bragança
utilizado por alunos, não só do Politéc- razão o espólio do professor Adriano fessor justificou o porquê de terem ido e o Clube Amador de Mirandela vão re-
nico, como da UTAD (Universidade de Moreira não ficou em Macedo de Cava- as suas obras para Bragança”.n alizar em Mirandela durante o mês de Jul-
ho o 1º Festival de Xadrez, do programa
Adriano Moreira faz parte:
- Do dia 1 ao dia 31 noites quentes de
Nasceu a 15 de Setembro de 1922, em Grijó de Vale Benfeito, Macedo de Cavaleiros. xadrez das 21.00 as 24.00 no parque do
Licenciou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e em 1948 já era professor Império(todos os dias)
da Escola Superior Colonial, mais tarde denominada Instituto Superior de Ciências Sociais e
- Do dia 18 para o dia 19 as 24.00 hor-
Administração Ultramarina. De 1957 a 1959 foi director do mesmo instituto, quando Salazar o
chamou para sub-secretário de Estado da Administração Ultramarina. Chegou a ministro do as de xadrez
Ultramar em 1961, cargo que ocupou durante dois anos. “Ficou assinalado por um importante - Entre 20 e 24 de Julho o 3º estágio
conjunto de acções jurídicas, diplomáticas e de aprofundamento cultural e social”. nacional de jovens de xadrez (30 atletas).
Em 1975 foi demitido da função pública e exilou-se no Brasil, onde foi professor na Univer- - Dia 26 o Primeiro Campeonato Nacio-
sidade Católica do Rio de Janeiro, onde fundou o Instituto das Relações Internacionais. nal de Troca - Peças na rua da República
Regressa à política em 1985 como presidente do CDS (Centro Democrático Social), que parte pedonal onde se espera haver mais
“salvou de uma profunda crise institucional e económica”. Foi ainda vice-presidente da As- de 100.
sembleia da República. Para além das mais variadas condecorações é doutror honoris causa - Dia 31 torneio de enceramento das
Fonte: opais.net
das pelas Universidades de Baía, Manaus, Rio de Janeiro e São Paulo. noites quente. n
20 | 15 de Julho 2009 | Cipreste |
Ceifa Morais
Morais volta a cegar o trigo como durante séculos aconteceu e agora apenas em acções de
carácter etnográfico é possível reviver.
No dia 19, pela manhã, as foices vão voltar ao pão, que será carregado em carros de bois e
malhado com o suor que obriga o lançamento do malho. Merenda e animação também são
ingredientes que valorizam a visita a Morais no próximo fim-de-semana.

Museu de Arte Sacra


Cultura
Mais de mil em trinta dias
O milhar de visitantes leva vo, voltando depois às igrejas e
O mais recente espaço
museológico do dis-
trito de Bragança ultrapas-
já a pensar num alargamento
do horário de funcionamento.
capelas do concelho, dando lu-
gar a mais objectos de arte sa-
sou os mil visitantes, na vé- Habitualmente a encerrar às cra, na Casa Falcão, em pleno
spera de completar um mês. 17h30 e às segundas-feiras centro da cidade de Macedo de
O Museu de Arte Sacra em questiona-se agora a hipótese Cavaleiros.
Macedo de Cavaleiros tem das portas se manterem aber- Mesmo assim, e apesar de
recebido visitantes da região, tas até mais tarde. reconhecer a mais valia do mu-
do país e até do estrangeiro. O Museu de Arte Sacra seu, a oposição socialista de
O número de visitantes leva trata-se de um investimento da Macedo mostrou o desagrado
o autarca de Macedo de Cav- autarquia de Macedo, que na pelo facto do museu não ter
aleiros, Beraldino Pinto, a totalidade, desde a aquisição recebido, pelo menos, as cinco
considerar que o projecto foi da casa em tempos de gestão mil visitas correspondentes (na
bem desenvolvido e à ideia socialista, até às actuais inter- globalidade) à população fixa
de colocar o espólio religioso venções, ronda o milhão de da cidade de Macedo, demon-
de Macedo de Cavaleiros à euros. strando que os macedenses
vista de todos foi uma boa O espaço museológico tem ainda não foram ao local, sendo
aposta. “As opiniões das pes- sido alvo de publicidade em o bom número dos mil visitantes
soas têm sido muito boas e vários sítios de internet ligados preenchido por pessoas de fora
de muito estímulo para con- à igreja, como é o caso do Ecle- do concelho.
tinuar a trabalhar”, assegura sia.
o autarca. O espólio presente é rotati- MM

Associação Potrica

Feixes de Luz
registo etnográfico, de relevo,
A Associação Potrica ilu-
minou o ecrã do Cen-
tro Cultural com “Feixes de
sobre a máscara, rodado nos
anos setenta no nordeste trans-
A iniciativa, que tem famil-
iaridade com o Book Crossing,
pretende estimular a leitura
Luz”, uma mostra de cinema montano onde também são aproximando os livros do públi-
e vídeo documental que teve abordados os Caretos de Po- co (já que é mais difícil o públi-
como tema Trás-os-Montes. As dence. co deslocar-se à biblioteca). A
projecções decorreram no pas- A versão macedense não Associação iniciará a acção em
sado fim-de-semana. teve a adesão do Doc Lisboa, Macedo de Cavaleiros, mas
Na tela passaram seis film- mas no sábado registou cerca pretende alargar o conceito ao
es: "Trás-os-Montes" de António de 80 pessoas no auditório do distrito de Bragança
Reis e Margarida Monteiro; "Sa- Centro Cultural, um número Os livros têm o apoio do
bores" de Regina Guimarães; que compensou adesões me- Instituto do Livro e das Biblio-
"Côa - o rio das mil gravuras" nos significativas. tecas e o evento decorrerá em
de Jean-Luc Bouvret; "11 bur- colaboração com a biblioteca
ros caem no estômago vazio" "Pausa p’ra Leitura" municipal.
de Tiago Pereira; "Margens" de Os livros estarão ao dispor
Pedro Sena Nunes e "Máscar- A Potrica tem actividade cul- dos leitores durante um ano,
as" de Noémia Delgado. tural multifacetada, são várias após este período integrarão a
Este último era o destaque as acções que tem em pro- rede de livros ambulantes Book
do programa e foi projectado ao grama, entre elas a proposta Crossing. n
ar livre no anfiteatro do Prado de, se parar para o café, pegar
de Cavaleiros. Trata-se de um num livro. Rui Miranda
Cultura | Cipreste |15 de Julho 2009 | 21

“Temos em Macedo de Cavaleiros uma das


melhores companhias de dança em Portugal”
A folia de King’s Kross con- quero parecer arrogante, mas posso dizer
que temos em Macedo de Cavaleiros uma
trasta com a calma da cidade de das melhores companhias de dança em
Portugal. Conheço o que há no país e sei o
Macedo de Cavaleiros, como a
que tenho a trabalhar comigo.
cultura não comercial da dança
Foi feita uma audição em Portugal?
contemporânea contrasta com Sim, no Centro Cultural de Belém, em
Lisboa, mas infelizmente não compareceu
a cultura light a que, acima de
um único bailarino português. Fiz ainda
tudo na televisão, a sociedade outra em Londres, de onde acabei por re-
crutar todos os bailarinos. Em Lisboa foram
portuguesa nos habituou. A todos estrangeiros, porque estavam de
férias, ou vieram da vizinha Espanha. Um
companhia “Código Dance
mês depois começo a receber currículos
Project” produziu, em Macedo de bailarinos portugueses.

de Cavaleiros, e levou ao palco Até nos castings andamos atrasa-


dos...
do Centro Cultural o seu mais
É essa a conclusão a que chego porque
recente trabalho intitulado de projectei esta produção a nível internacional
em sítios de internet a nível mundial e não
“King’s Kross”. Pedro Pires, local e percebi que os portugueses estão
fora do ritmo além fronteiras. Tiveram con-
natural de Talhas em Macedo
hecimento por uma via secundária, embora
de Cavaleiros, mas há largos seja apenas aquilo que penso e possa não
ser a realidade.
anos no estrangeiro, inclusive
Porquê fazer uma antestreia dois
mais conhecido além fronteiras,
meses antes do espectáculo principal?
esteve à conversa com o Cipre- Sou um pouco perfeccionista, o que por
vezes é bom, por vezes não. Inicialmente
ste. Entre muitas outras coisas vinha só para estar com a companhia e
criar, mas gosto de riscos e como não sei
considera que Portugal conti-
se haverá outra oportunidade de estar
nua nas últimas carruagens do aqui... embora queira uma continuidade
desta companhia na região. Por isso decidi
comboio cultural, embora ten- mostrar mais do que uma única residência.
nifica um despir de preconceitos que Propus-me a um workshop, ficando sensi-
ham sido dados passos signifi- resto do país? Uma cidade não nos pode
marcam a sociedade contemporânea? representar por inteiro. Quando se vai ao bilizado num artigo que li, que estava rela-
cativos na região transmontana. Eu não diria um despir de preconceitos, interior, não há só tradições, chouriços e cionado com o despovoamento de Trás-os-
mas algo metafísico. Diria mais despir de boa comida. Temos isso, mas também te- Montes e eu decidi dar o meu contributo.
Cipreste - Porquê “King’s Kross”? materialismo, de qualquer coisa palpável. mos outros valores. As palavras dos políti- Decidi dar oportunidade aos jovens de con-
Pedro Pires - Eu vivi em Londres du- Eu gosto de mostrar a luz, mas que o es- cos são sempre aprazíveis, mas não che- hecerem o seu corpo, de criar com eles,
rante quatro anos, e King’s Kross é uma pectador caminhe até à luz, não gosto de o gam à acção. tentei dar um passo mais além, encurtando
zona da cidade londrina mais povoada, transportar até ela. Mas estamos a evoluir. Em Macedo de a distância entre o artista e o espectador.
talvez um dos pontos mais movimentados Cavaleiros e na região existem infraestruturas Uma coisa é observar a matéria, outra
da Europa, que alberga três estações fer- A boa arte é isso mesmo. Devemos muito boas, mas foi apenas um passo. Esta- coisa é ser matéria. Pretendi que pessoas
roviárias, que são a porta de entrada do ser nós a tirar conclusões e não ser tudo mos na União Europeia, que cria um ritmo. sem qualquer conhecimento de dança, e
centro de Londres. Vivendo num ponto dito pelos criadores... outras até com algum, simplesmente tran-
como este, era susceptível de lhe dar aten- Acho que é muito importante saber en- Mas o convite de Macedo para tra- seuntes com iniciativa própria, experimen-
ção, porque caía numa observação con- tretenimento e educação e a sociedade, balhar aqui já foi um passo? Falta ap- tassem. Houve uma boa recepção, correu
stante e pelas surpresas que este local me neste momento, não tem vontade de pro- enas o apoio do resto da região? bem, mas depois com algumas lesões da
causava. curar ser educada. A arte está mais voltada Como artista não crio para ter nome, companhia fui obrigado a dar menos aten-
para as massas, que estão preocupadas embora gostasse de ser reconhecido. ção a esse grupo.
Rico em sensações, é isso? e interessadas em valores económicos, o Tenho vontade de comunicar e mais prazer Com a antestreia pretendi mostrar ao
Totalmente. É um espaço onde, a que é pena. É uma luta difícil para os ar- me dá quando comunico a pessoas ainda povo de Macedo o que é que acontece até
qualquer instante, se distinguem diferentes tistas e que não será fácil de vencer. Não mais necessitadas, ou não tão habituadas se mostrar um espectáculo.
silhuetas. Com um dinamismo e uma at- se deve dar à sociedade aquilo que ela a este género de comunicação. Quando
mosfera que cria emoções, que agarra o quer, mas sim educá-la, e educação exige ganhei um dos prémios em Estugarda, um Neste peça, de início, o Pedro não
ser humano, que o leva a observar, acima esforço. Estamos a cair muito em criações dos elementos do juri tinha sido director da era para estar em palco, a verdade é que
de tudo porque é uma atmosfera carregada comerciais. Temos o caso da televisão e os Companhia Nacional de Bailado e, na al- os macedenses puderam vê-lo dançar
e cheia de cores, umas mais alegres, out- espectáculos que atingem grandes audiên- tura, disse-me que tinha gostado muito do mais uma vez...
ras mais tristes. Tem realidades e imagens cias, para mim e para artistas que criam e meu trabalho, que Portugal precisava de Inicialmente seleccionei seis bailarinos,
carregadas de emoções. Por isso, che- que sabem o que é a arte são espectáculos mim e que a companhia precisava de um porque era o número que precisava, mas
gou uma altura em que disse: “quero falar, light. Uma maior pena ainda é termos pes- director. Respondi-lhe que adorava criar sempre pensei que pudesse encontrar al-
coleccionar e estruturar estas imagens e soas responsáveis, que deveriam ter essa em Portugal, mas a verdade é que gostava gum espaço onde pudesse entrar. Este es-
transmiti-las à sociedade, usando a dança preocupação e esse conhecimento, e de- mais de estar em pontos mais necessita- pectáculo envolve muitas pessoas, música
como canal. O meu grande objectivo é viam fazer com que essa corrente não se dos. Sou transmontano e ninguém melhor e composição, cenografia, artes plásticas e
sensibilizar e alertar a sociedade, através expandisse como se está a expandir, que do que eu sabe o que faz falta lá e as difi- claro a dança e coordenar estas pessoas
da arte, para a realidade que vivemos, mar- pensam como a pessoa comum. culdades que tive para abraçar a arte. Tive e dançar ao mesmo tempo é difícil, porque
cada pela frialdade. que entrar para a Universidade para tocar sou eu que tenho a concepção do trabalho,
É por isso que o apoio a nível re- a arte pela primeira vez, porque até essa porque o compositor sabe da música, mais
Onde somos uma massa, mas vive- gional, que era preciso para este espe- altura nunca tinha visto um cartaz cultural do que eu, mas não sabe da coreografia.
mos isolados? ctáculo não esteja a acontecer? na região. Era minha vontade, mas tam- Mas, a lesão de uma das bailarinas levou-
Exacto. Isolamo-nos humanamente, Sim, porque estamos num país em que bém minha obrigação mudar o passado me ao palco, num treino ela não apoiou
mas não em termos de vivência. Continua- se fala em descentralização há dezenas e contribuir para as pessoas que possam devidamente o pé e teve uma pequena
mos abertos, mas de uma forma mecânica de anos, mas iniciativas não há. Não sei escolher essa direcção. fractura. Pensei em contratar um novo
e rotineira. Criar este espectáculo é uma qual a razão, porque a descentralização é A vontade já havia, mas concretizou- bailarino, mas por questão de tempo, a
forma de sensibilizar as pessoas a recu- uma solução para o país. Não se consegue se com o convite da Câmara Municipal de melhor opção seria a de eu substitui-la,
perarem valores humanos, a despir-nos e perceber como é que num país com dez Macedo de Cavaleiros, para fazer aqui esta embora tenha entrado em apenas algumas
a ponderar aspectos degradantes na socie- milhões de habitantes e uma capital com nova criação, que estava a projectar para partes dela, não conseguia cobrir todos os
dade, como os monopólios industriais. um milhão, haja Globos de Ouro, Dance fazer em Espanha, em San Sebastian. momentos em que a bailarina entrava. Por
Awards, em que os prémios são entregues Obviamente que depois tive também a so- isso, o projecto era para ter uma hora e dez
Por isso é que a antestreia, do dia 99% a artistas de Lisboa. É preocupante e licitação por parte do ministério da Cultura, minutos e ficou pelos cinquenta minutos e
18 de Abril, acabou daquela forma, com até vergonhoso. O resto do país não tem que me pediu para fazer qualquer coisa qualquer coisa.
todos os bailarinos despidos? Isso sig- qualidade? Ou as entidades não ligam ao pela região, e de facto estou a fazê-lo. Não Miguel Midões
22 | 15 de Julho 2009 | Cipreste | Cultura
Alunos pintam Graça Morais Poesia

Graça Morais Alma


na EB 2/3+S de Macedo gémea
C
om o ano lectivo chegou
também ao fim o projecto Onde tás metida ninguém sabe
“A ler +”, inserido no Pro- E porque é que saber alguém há-de
grama Nacional de Leitura, e do qual Mais que aquilo que eu sei
a EB 2/3+S de Macedo, juntamente Se nem mesmo eu te encontrei?
com mais 32 escolas de todo o país,
fez parte. A conhecida pintora trans-
Mas quero voar para te ver
montana, Graça Morais foi a última Pois só no céu te posso ter
convidada do projecto, que contou E sei que há nuvens tão escuras
com as mais diversas actividades, que Mas não recuo nem nas alturas
englobou várias disciplinas. Entre out- Na força da vida somos assim
ros aspectos, de salientar a vinda de Pois lutamos até ao fim
alguns escritores. Tão unidos e chegados
Nesta última actividade foi pedido Que nem mesmo a distância
aos alunos que lessem obras da pin- [nos separa
E quem de perto nos repara
tora e acerca da mesma e que depois
Vê que somos mais que namorados
transpusessem passagens e senti-
mentos para as suas obras pessoas.
O resultado final foi uma exposição de Vortis nonse doluptating exer si tionsequat.Rosto Mas enfim firme no fundo
quadros na EB 2/3, junto à Biblioteca, Este pequeno é um grande mundo
que contou com a visita especial de para a arte, como muito importante professores, pessoal não docente, e Ele existe e é tão disperso
Graça Morais. que o artista tenha sempre um rosto, até pais e encarregados de educa- É mais vasto que o universo
A pintora não escondeu a satisfa- para que os alunos possam associar a ção. “A articulação entre os vários do- Só nós sabemos é tão profundo
ção por ter sido a “musa inspiradora” obra a alguém. centes, das mais variadas disciplinas Sem maldade nem interesse
O “A ler +” foi desenvolvido em cer- e ciclos e a biblioteca, foi muito bem Nem que algum de nós tivesse
de várias obras dos mais pequenos
Seriamos os melhores juízes
“artistas”. “Nunca esperei que as es- ca de 30 escolas nacionais e é espe- conseguida”, assegura.
[do mundo
colas evoluíssem desta maneira. É rado que, no próximo ano lectivo volte Sabe-se que todas as escolas re-
um trabalho digno de referência”, a decorrer em Macedo de Cavaleiros. ceberam a visita das coordenadoras
confessou ao Cipreste Graça Morais, Maritza Dias, professora coordena- nacionais do projecto e de que foram Mas não há nem pode haver
comparando a escola com os tempos dora das bibliotecas do Agrupamento vários os elogios tecidos ao caso de Só nós dois podemos saber
em que era aluna e nas aulas já se Escolar de Macedo, garante que “a Macedo de Cavaleiros. Maritza Dias Que o que houver é para crescer
destacava dos colegas no que ao de- interligação entre as várias disciplinas ficou contente de sabê-lo, mas não Como crescem os pequeninos
senho dizia respeito. A artista não só no projecto, para além do Português, se estendeu nas declarações, apenas Com amor e tantos outros carinhos
correu muito bem”. O objectivo foi o de disse que “todas as escolas devem ter É assim que escolhemos viver
considera fundamental para a educa-
Cruzem-se eles os nossos caminhos
ção e crescimento de uma criança que criar uma comunidade de leitura, que apresentado projectos muito bons”.n
Não nos vamos mais perder
os professores tenham sensibilidade envolvesse não só os alunos, como Miguel Midões Alma gémea minha...!

AJAM J. Batista (Ferrinho)

Há cinco anos em palco Impulso para


AJAM (Associação dos Jo- escrever
A vens Artistas Macedenses)
comemora, este ano, cin-
co anos de vida. Foram já mais de
Como quem não pede e peço,
uma centena os jovens que subiram
Começo a poesia que a musa não
aos palcos da região pelas mãos da
[ditou.
AJAM, tendo Acácio Pradinhos como Com este começo, recomeço
director artístico e Casimiro Vilarinho a busca de quem busca e não achou.
como presidente da associação.
As novidades mais recentes
prendem-se com o facto das obras E porque é que a musa haveria de vir
da sede da AJAM, onde nasceu um beijar-me a fronte ardente de desejo
palco, de forma a ensaiar os espec- se eu estou entre o vir e o ir
e apesar de ver, olho e não vejo?!
táculos criados pelo grupo. “Em breve
faremos a inauguração de um palco,
que é fundamental para um grupo de Porque é que alguém viria do Alto
teatro”, frisou Casimiro Vilarinho. ás catacumbas da minha impotência,
Actualmente com sede no edifí- Vortis nonse doluptating exer si tionsequat.Rosto dar-me o tom, a bengala, o Salto
cio contíguo ao Estádio Municipal de para as alturas da ciência?!
Macedo de Cavaleiros, a AJAM está Já quanto a uma nova peça dos grupo organiza a gala comemorativa
apta a receber perto de mais meia mais velhos, Casimiro Vilarinho avan- do seu 5º aniversário.
centena de jovens, desta vez das ca- ça o mês de Agosto para o início dos Ao longo destes cinco anos, para Depois, se eu apodreço a vida
ensaios, no entanto, um mês antes além de palcos maiores como o Te- no pomar arrancado do desalento,
madas bem mais jovens, que vão dar
como poderia Tua essência florida
os primeiros passos no teatro, talvez deste início já se atreve a dizer que atro de Vila Real, o Centro Cultural
perfumar a lama do meu tormento?!
mesmo antes de o já terem feitos nas “vai ser espectacular”. Uma peça que de Macedo de Cavaleiros e o Cen-
escolas ou jardins de infância. “Va- deve estar em palco em Outubro, ou tro Cultural de Perafita (Matosinhos),
mos a partir de Outubro ter também o mais tardar em Novembro. a Associação de Jovens Artistas É só isto: embrulho em rimas
formação dos 4 aos 6 anos”, acres- Durante este mês, a AJAM vai le- Macedenses tem marcado presença doridas preces à Poesia,
centa. Mais algumas dezenas de jo- var a cabo uma série de actividades, em várias freguesias do concelho de para que afaste os enigmas,
vens a juntar aos já 40 AJAMITOS. dentro do projecto “Férias Artísticas”, Macedo, a convite das mesmas, de- que tapam a Sabedoria.
“Muitos são os irmãos mais novos prometendo uma passagem de mod- scentralizando a cultura da região.n
das crianças que já lá andam, o que elos, na Praça das Eiras, em Agosto. PV (Título Póstumo)
é esplêndido”. Outubro é também o mês em que o Miguel Midões
Suaves | Cipreste |15 de Julho 2009 | 23

Sabia que... Macedo no seu melhor

“Macedo tem boa qualidade de vida.” Mas não tem um


parque na cidade, e a população está a diminuir a olhos
vistos, todos os dias. Porque abandonarão Macedo?

… o distrito de Bragança, com 2498 hectares, é o 3º


do país com mais área ardida. Os dados referem-se ao
período compreendido entre 1 de Janeiro e 15 de Maio,
com os distritos de Vila Real (4026 ha) e Braga (2858 ha),
a liderarem a tabela.

…a GNR detectou um indivíduo a conduzir com 3,12


gr álcool, mas está longe de ser o campeão do concelho.
Já se registaram valores para lá dos 4! Buraco Há meses que, no Bairro de S. Francisco, está uma vala aberta, estará à espera de al-
guma criança desprevenida?

… a autarquia encomendou 9000 euros de toners e


tinteiros a uma empresa de Macedo. Mas a empresa não
comercializa esses produtos! As empresas locais espe-
cializadas nesse mercado não foram solicitadas a apre-
sentar propostas… já adivinhou quem é? Se não, damos-
lhe uma dica: é a empresa que vai fazer a publicidade do
PSD nas próximas eleições.

… para conseguirem um quilo de mel, as abelhas têm


de visitar mais de 4 milhões de flores, percorrendo uma
distância de 4 voltas ao planeta terra?

Sabia que que os nossos olhos têm exactamente o


mesmo tamanho desde que nascemos? Mas com o tempo
vemos muito mais.
Há muito tempo Já não se via disto há muito tempo. em Macedo é proibido a afixação de publi-
cidade sem autorização, quem é que vai tirar isto daqui?
Sudoku

Multidão É bom ver gente em Macedo, não é? Pena que seja cada vez mais uma coisa rara.
um abraço para o Zé, ali, perto do poste, na fila 265, o 925 a contar da esquerda.

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É de quem o lê, de quem colabora e escreve, de todos os
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É ao público e leitores que compete decidir se vale a pena
Macedo ter um jornal ou não. Morada:
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Mas para que isso seja uma relação duradoura precisamos Junto Envio: Cheque nº s/Banco
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24 | 15 de Julho 2009 | Cipreste | Noticias
Caminhar Caminhando

Caminhar para a
inserção da etnia cigana
L
urdes Nicolau foi a em dias de feira, para tentar
convidada escolhida dar mais vida à vida cigana.
para a última sessão “Passo a passo foi o que
do Caminhar Caminhando, um fizemos com eles, e agora con-
projecto do RSI (Rendimento seguimos que eles tivessem a
Social de Inserção), que tra- sua casa, perspectivas de con-
balha com famílias de etnia struírem, arranjos vários. Todos
cigana. Com todo o à vontade eles já adquiriram regras, nor-
do mundo, a professora, que mas, hábitos, não todas mas
desde 1998 trabalha com ciga- algumas”, salienta Adelaide Ari-
nos, esteve em Macedo de na, educadora social do RSI.
Cavaleiros para dar a conhecer Não foram impostas quais-
a estas 16 famílias, que estão quer regras, quaisquer penal-
inseridas no projecto, um pou- izações por não comparecer às
co da história das suas gentes. sessões. Os que vieram já pen-
Apenas uma, Lídia, no seio dos sam hoje em emprego, alguns
dez presentes na sessão, ten- até já o conseguiram mesmo
tou responder à questão da ori- arranjar, como é o caso de Lí-
gem dos ciganos, e mesmo as- dia. Mas, o processo é moroso,
sim não teve sorte na resposta. acima de tudo porque “nem
Como se pensa de uma forma toda a gente aluga a pessoas
geral, Lídia respondeu “Egipto”, de etnia cigana”. Não desistir é
o local que a maioria pensa ter fundamental. É preciso procu-
sido originário da etnia cigana. rar e paciência.
Mas, na verdade vieram da Ín-
dia, e está comprovado através “Conseguimos pro-
da linguística, com estudos que Vortis nonse doluptating exer si tionsequat.Rosto gresso, com paciência
se iniciaram no século XVIII. e com calma”
“Passaram por vários países nómadas, não significa que o outros porque simplesmente sociedade, “cada um com o
e quando chegaram à Europa queiram ser. “A história assim é difícil encontrar alguém que seu apartamento”. Contudo, O projecto contou com
Ocidental é que se diziam vin- os obrigou”, explicava a pro- lhes alugue um espaço. Vivem enquanto que em Pamplona várias sessões, uma das mais
dos do Egipto, talvez por já ha- fessora, recolhendo sorrisos nas aldeias como forma de iso- existem, pelo menos, sete insti- importantes esteve ligada à
verem perdido a memória mais tímidos da plateia, mormente lamento, porque nas cidades tuições que se encarregam de habitação, que contou com a
distante e fosse este um dos úl- feminina. Dos 10 presentes, são pouco tolerados. “Quando contribuir e ajudar as famílias presença de um presidente de
timos países de onde vinham”, menos que habitualmente por estava em Rossas com a min- de etnia cigana, na região ape- Junta e onde foi explicada a
afirma Lurdes Nicolau. A pro- não ser dia de feira, e por não ha mãe, quando era pequena, nas existe a Pastoral dos Ciga- forma de legalização das habi-
fessora lá foi explicando que se haver transporte, apenas dois andava a pedir”, dizia Maria nos. Por encontrar esta lacuna, tações.
suspeita que seja daí mesmo eram homens. A juntar às oito da Luz para explicar como o RSI de Macedo de Cavaleiros “Claro que não vamos parar
que vem o seu nome. Egipto mulheres estavam quatro cri- conseguiam sobreviver. Mas, decidiu criar o Caminhar Camin- por aqui, este foi apenas um
evoluiu para Gipsy, dando ori- anças, três a brincar, cada uma perante alguns olhares mais hando. O protocolo envolve Se- projecto-piloto”, refere Adelaide.
gem em espanhol ao gitano, com o seu livro preferido, e out- curiosos, depressa atalhou que gurança Social e Santa Casa Agora já se pensa noutros pro-
chegando a cigano em portu- ra ainda na barriga de Lurdes, “mais vale pedir que roubar”. da Misericórdia de Macedo, jectos, e até já se fala em aulas
guês. Foi através da língua que esperançosa de que ao nascer A realidade é bem difer- mas conta com parcerias da de culinária, sem nunca inter-
se descobriu que os ciganos a sociedade esteja já um pouco ente em Pamplona (Espanha), Câmara Municipal, Centro de romper o acompanhamento,
vinham do Egipto, muito em- mudada e que o seu futuro seja onde Lurdes Nicolau esteve a Saúde e Centro de Emprego. O como os domicílios e os aten-
bora, e sendo na globalidade mais promissor do que foi o dos dar aulas durante quatro anos, primeiro passo está dado e já dimentos. A educadora social
um povo nómada, fossem gan- seus familiares. chegando em 1998. Tinha à foram colhidos os frutos, agora garante que o mais importante
hando vocábulos das línguas sua frente um turma de 20 cri- espera-se por mais. agora é que “eles digam aquilo
maternas dos países por onde “Mais vale pedir que anças ciganas portuguesas, de que precisam, porque nem
passavam. roubar” com quem criou laços sólidos. “Não pedimos mudan- só os técnicos devem pensar o
E porque são os ciganos re- O desespero inicial deu lugar à ça, mas consciencial- que vão fazer com eles, é muito
jeitados pela sociedade? A cul- Espadanedo, Ferreira, Po- saudade e à ternura de crian- izamos as pessoas” bom que eles nos transmitam
pa pode ser dos aldeãos que dence e Valongo são as alde- ças que queriam apenas “um as suas necessidades”.
nem sempre os sabem receber ias do concelho de Macedo de colo amigo e um abraço”. Todos Necessidade foi a palavra “A melhor maneira de au-
da melhor forma, mas também Cavaleiros onde há as maiores viviam em caravanas quando que levou à existência do pro- tonomizá-los é saírem da me-
aos próprios ciganos que mui- comunidades de etnia cigana. chegou, mas a Câmara local jecto há seis meses. Em Ja- dida e arranjarem emprego”,
tas vezes não sabem ceder. O Muitos deles ainda a viver em tinha um projecto “impecável” neiro de 2009 nascia o Camin- atalha Adelaide Arina.n
facto de serem, muitas vezes, roulotes, uns por não terem din- de realojamento e em 2004 já har Caminhando, dividido em Miguel Midões
heiro para comprar uma casa, todos estavam inseridos em várias sessões, normalmente

Discurso Directo
Lídia – “Mesmo quando nos dizem Lurdes – “Melhorou bastante a
que não, nunca podemos desistir” minha vida”

“Levo uma lição para a vida, para “Quando conheci o projecto estava
melhorar as minhas condições de vida a viver numa carrinha, e aqui disseram-
e da minha filha. Aprendi algumas coi- me que tinha que mudar de vida, porque
sas. Já arranjei trabalho. Foi muito difí- tinha dois meninos e não era situação
cil, porque chegava ali ao Centro de para mim. Vim para Macedo e com a
Emprego e não me arranjavam nada e ajuda deles consegui arrendar uma
eu sentia-me uma inútil, ficava mesmo casa, que só tinha um quarto, uma casa
saturada. Finalmente consegui, trabalho de banho e uma cozinha. Tive que mu-
em jardinagem na Cerciverde. Agora só dar para uma maior. Agora, estou a tra-
Lúcia – “Dizem sempre que não há mos manter a tradição e ter orgulho de espero que me renovem o contrato em balhar eu e o meu marido e os meninos
emprego para nós” sermos ciganos. Agosto. estão na escola.
Somos um povo muito chegados uns Sabermos que ao fim do mês re- A relação com os vizinhos é boa, por
“Estava a viver numa barraca, que aos outros, fazemos as festas todos jun- cebemos aquele dinheiro e que dá para enquanto está tudo bem. Trabalhamos
não tinha condições. Depois de ter tos. Pena é que quando chegamos ao dar de comer aos filhos e comprarmos o na Junta de Freguesia. Ter emprego é
vindo aqui já me consegui mudar para Centro de Emprego nos dizem sempre que faz falta, é muito gratificante. fundamental. Sinto-me muito bem. Ago-
Macedo, para uma casa, com três quar- que não há emprego para nós. Tivemos Sentia-me descriminada quando me ra o sonho é termos uma casinha nossa
tos, casa de banho, cozinha. A casa aí um curso de oito meses, e a partir daí davam as cartas para ir aos restaurantes e não estarmos a pagar renda.”
está em bom estado e estou bem mel- nunca mais houve nada.” e chegava lá e diziam que já estavam as
hor. Mesmo com uma casa consegui- vagas ocupadas”.

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