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A inversão do karma.
Também no que diz respeito à Ética, o homem mais do que nunca se alicerça em uma
antiquíssima dualidade: o Bem e o Mal. Os sistemas religiosos, ainda que se
diferenciem sobremaneira em variados aspectos, sempre têm na dualidade “Bem – Mal”
a pedra basilar de sua doutrina.
O estudo de obras como “Dogma e Ritual de Alta Magia”, conhecido livro de Eliphas
Levi, legam-nos preciosos ensinamentos acerca da unicidade da Criação e, por
extensão, do Criador. Mais ainda, evidenciam-nos que a dualidade nada mais é do
que a manifestação da unidade. Devemos entender manifestação aqui como a forma
perceptiva do ser humano, ou seja, o modo como o homem pode perceber e conhecer
essa unidade. Ninguém duvida que para entendermos o que é o frio devemos saber o
que é o quente. Mesmo considerando a existência do morno, tal conceito só é
assimilável, ainda por mais forte razão, se forem conhecidos os limites dos quais
ele eqüidista.
Uma imagem poética, utilizada por Levi, para explicar as Trevas é a decisão de
Deus que, para mostrar aos homens o valor da Luz, lançou o seu mais precioso filho
nos abismos, aludindo à simbologia de Lúcifer. Nesse mesmo concerto, Levi também
explica que o Mal existe para triunfo do Bem.
E é isso mesmo. O fenômeno trevoso tem sempre uma razão de ser advinda dos
desequilíbrios a que a alma, na exata medida de sua consciência e
responsabilidade, lança a si própria.
Mas, veja-se, a experiência de progresso dessa alma, como já dito, far-se-á ali,
sob o domínio das Trevas. O tempo é longo porque o espírito há de desenvolver toda
uma capacidade de bem agir no meio denso trevoso, só então voltando a ser
instrumento utilizável pela Luz para seus cometimentos. É literalmente isso.
Quando o ser, submetido às Trevas por tempo suficiente, passa a dominar os fluidos
de seu meio a ponto de manipular e poder destruir emanações perniciosas, é
novamente convocado pela Luz para agir em defesa daqueles que se vitimam por
trabalhos de magia negra ou feitiçaria.
Eis aí o carma invertido. O Bem é extraído da essência do Mal para seu próprio
triunfo. Não esqueçamos que o soro que salva é feito do veneno que mata. É óbvio
que a Divindade não precisa de instrumentos que tais para realizar o que quer que
seja, mas é exatamente esse aspecto que denota ser carma invertido do trevoso a
oportunidade de comungar dos intentos superiores. De qualquer forma, é de se
observar que os mensageiros dos planos superiores efetivamente experimentam
enormes dificuldades em se aproximar das regiões abissais.
Por outro lado, se a alma for tíbia e se acovardar, ficará na triste condição de
aprisionado das Trevas. Um dia, quando um espírito convocado e sob o impulso da
Luz tiver condições de receber-lhe o sincero pedido de socorro, será libertado e
levado ao socorro que mereça. Tanto um como outro terão permanecido nas Trevas por
absoluta necessidade de reequilíbrio, sob a orientação da Luz.
Imperioso destacar que muitos espíritos se apresentam como Exus sem que o sejam.
São entidades que praticam o mal pura e simplesmente, em troca de oferendas ou por
determinação de líderes trevosos. Os Exus propriamente ditos estão efetivamente
nas Trevas, mas delas se destacam na realização de intentos superiores, da Luz.