Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
RESUMO
A necessidade de conhecer o perfil do novo consumidor cada vez mais participativo nos
processos de comunicação, a evolução e convergência das mídias, a tendência de mudança do
formato Above the line (ATL) para Below the line (BTL), ainda é um obstáculo para agências de
marketing e de comunicação. Atuar cada vez mais estrategicamente no negócio do cliente,
praticando cada vez mais marketing e comunicação, e sabendo como utilizar e mensurar
resultados dessas novas tecnologias interativas é um grande desafio principalmente em
mercados menores. Este artigo pretende analisar qual a prática e qual a capacidade de
adequação destas agências à esta revolução da indústria da comunicação.
Palavras-chave: Novas mídias; interatividade; convergência; Above the line; Below the line.
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Desde 1808, quando surgiu o primeiro jornal brasileiro (A Gazeta do Rio de Janeiro) e
dentro dele o primeiro anúncio, a propaganda é definida como a alma (arma) do negócio, a
poesia do comércio.
Segundo o dicionário online Priberam, o termo propaganda significa “propagação de
princípios ou teorias, associação que tem por fim espalhar certas doutrinas ou conhecimentos,
divulgação”. Analisando mais tecnicamente, a propaganda é uma ferramenta da comunicação
que tem o poder de distribuir uma mensagem, persuadir e influenciar pessoas; vender produtos
e serviços; construir e fortalecer grandes marcas. Para Kotler (2005, p. 596), “Propaganda é
qualquer forma remunerada de apresentação não-pessoal e promocional de idéias, bens ou
serviços por um patrocinador identificado”.
Segundo Shimp (2002, p.221), “A propaganda é valorizada porque reconhecidamente
desempenha uma variedade de funções fundamentais para as empresas comerciais e outras
organizações: (1) informar, (2) persuadir, (3) lembrar, (4) agregar valor e (5) auxiliar outros
esforços da empresa”.
Os anunciantes possuem três formas de trabalhar com a propaganda: criar seu próprio
departamento dentro da empresa (house), contratar uma agência completa ou contratar
diversas agências para cada uma atender uma necessidade diferente da marca.
Segundo Shimp (2002, p. 247), “Uma agência de propaganda completa desempenha
pelo menos quatro funções básicas para os clientes que representa: (1) serviços de criação, (2)
serviços de mídia, (3) serviços de pesquisa e (4) gerenciamento de conta”.
Em 1913 surgiu a primeira agência brasileira, a paulista Castaldi & Bennaton, que logo
transformou-se na “A Eclética”. Naquele tempo o trabalho de uma agência era pautado somente
na criação de peças publicitárias. Depois veio a integração da criação com a mídia, em que as
agências além de criar, administravam as verbas dos clientes quem relação à veiculação da
propaganda (CASTELO BRANCO, 1990).
Os tempos mudaram. Atualmente, as necessidades dos anunciantes em relação à
propaganda são mais complexas, ao invés de pensarem propaganda, eles necessitam de
marketing e de comunicação. Para Borges (2002, p. 18):
As agências vêm repensando a forma de trabalhar com propaganda. Estão cada vez mais
conscientes que trabalhar só propaganda não é o suficiente. Neste cenário, a agência atua
estrategicamente nos negócios de seus clientes, planejando e trabalhando além da propaganda,
com o marketing e com um mix de comunicação integrada, com foco em resultados.
O marketing moderno exige mais do que desenvolver um bom
produto a um preço atraente e torná-lo acessível. As empresas
precisam também se comunicar com as atuais e potenciais partes
interessadas e com o público em geral. Toda empresa tem
inevitavelmente de assumir o papel de comunicadora e promotora.
Para muitas empresas, o problema não é comunicar, mas o que
dizer, para quem dizer e com que freqüência fazê-lo. O mix de
comunicação de marketing é composto de cinco formas essenciais
de comunicação: (1) propaganda, (2) promoção de vendas, (3)
Relações publicas e publicidade, (4) vendas pessoais, (5) marketing
direto (KOTLER, 2005, p. 570).
Tudo está mudando muito rápido, e o futuro já começa aqui e agora. Nas agências, é
necessário um maior envolvimento com o cliente. É necessário que as agências deixem de
querer vender anúncios e trabalhem no desenvolvimento dos negócios de seus clientes.
A percepção de que os usuários dos meios ditos “de massa” seriam homogêneos,
passivos e, portanto, facilmente manipuláveis, muito mudou. Na internet, nos últimos cinco
anos, os principais endereços que a Rede consolidou como fonte de informação tem seu
conteúdo inteiro produzido pelo leitor (Web 3.0). Seja a enciclopédia colaborativa Wikipédia –
que numa última pesquisa recente, tinha mais verbetes corretos que a Britânica – ou no site de
vídeos YouTube, que possui um acervo de memória da televisão brasileira que a Rede Globo
nunca disponibilizou. Também entra nesta definição a oferta de diversos serviços on-line, todos
interligados, como oferecido pelo Windows Live.
Na TV Digital, o receptor também é pró-ativo, ele escolhe a programação que deseja
assistir e deixa de ser um mero espectador. Juntar essas peças é entender as novas mídias que
convivemos com cada vez mais freqüência. Temos agora acesso ao nicho, um conteúdo que é
produzido por consumidores como nós, que passa a ser muitas vezes mais relevante que um
grande veículo de comunicação (ANDERSON, 2006).
Para a convergência de mídias acontecer foi preciso desenvolver novas tecnologias que
permitissem a sua efetivação, com conectividade e a possibilidade do anytime, anywhere
(qualquer hora, qualquer lugar). Muito já se avançou em termos tecnológicos, mas a
convergência engloba muito mais que isso (portaldapropaganda.com).
Com as novas tecnologias, além da internet e da TV Digital, a comunicação passou a
abranger áreas como advergames (anúncios em jogos eletrônicos), marketing viral (boatos na
internet), web, iphone, móbile (celular), as de guerrilha (ações de impacto), mídia alternativas,
promocional, ações no ponto-de-venda, ipods, painéis interativos, entre dezenas de opções.
Aprender a lidar com estas novas mídias e saber como comunicar-se e atingir o novo
consumidor é essencial para as agências de comunicação, que necessitam cada vez mais ter
autonomia sobre os meios. Por isso é necessário que elas se adaptem às novas evoluções
tecnológicas. Segundo Peralta (in Meio e Mensagem, 14 de abril de 2008, p. E38), “O
consumidor passa a ser mais uma mídia do plano de mídia. Ele terá de poder colaborar com o
desenvolvimento do produto, da mídia, da comunicação, de tudo. Ele terá de estar engajado”.
Caso desejem de fato tomar conta dos seus destinos e de seus mercados no futuro, a
maneira de pensar comunicação, marketing e novas tecnologias por parte das agências, ainda
precisa passar por uma grandiosa evolução e adaptação.
Toda empresa necessita relacionar-se com diversos públicos. Para cada um desses
stakeholders (todas as partes envolvidas: fornecedores, clientes, colaboradores) existe uma
forma de comunicação e a mensagem transmitida, independente do meio, necessita seguir uma
mesma linha.
Baseado nestes diversos públicos internos (colaboradores) e externos (fornecedores,
clientes, parceiros e sociedade), começou-se a trabalhar com a comunicação de forma
integrada, utilizando-se de todas as ferramentas que esta proporciona, como a propaganda, o
jornalismo, o merchandising e as relações públicas. Para Ogden e Crescitelli (2007, p. XIII),
Que a propaganda não é mais a mesma, isso se tornou notícia velha. O que todos estão
questionando-se é o que vem depois dela. Existe algo mais rentável e inteligente? Já existem
modelos mais confiáveis de gestão e operação, para nos apoiarmos com maior segurança?
Para Campos, sócio e diretor de criação da Santa Clara (in Meio e Mensagem, 14 de abril
de 2008, p. E31), “Novas tecnologias surgirão e boa parte dos movimentos de tendências e de
consumo de produtos vem das ruas. Dentro da nossa análise, mas fora do nosso controle. Temos
de saber segui-los e antecipá-los. [...] Nós temos de aprender a ouvir e entender que a dinâmica
passou a ser a de uma conversa”.
Existem muitas tecnologias que permitem interação e aproximação entre mídia e
consumidor, possibilitando-se uma conversa de igual para igual. Na internet, hoje cada vez mais
presente, as opções são muitas. Nos blogs, podcasts e videoblogs, o que muitos costumam
chamar de web 2.0 – a segunda geração da web, o internauta colabora com o conteúdo, opina.
No Google, um dos maiores sites de pesquisa do mundo, utiliza-se o adwords - possibilitando-se
que as buscas de uma determinada palavra sejam direcionadas para o site de uma empresa -
tudo isso se segmentando por região, totalmente mensurável através de um painel de controle
e pago somente pelas vezes que foi acessado. Banners e sites interativos – que permitem
resposta por parte do internauta - conteúdo - entretenimento, email marketing segmentado,
anúncios em ferramentas de comunicação instantânea como o MSN, redes sociais como o Orkut
e viral são algumas dentre as inúmeras possibilidades de se divulgar uma marca e interagir com
o público online. A evolução é constante, e para muitos estudiosos, já estamos na época da web
3.0, espaço onde o consumidor além de interagir, produz o seu próprio conteúdo: é o caso do
Wikipédia, uma das maiores enciclopédias colaborativa online do mundo (in Meio Digital, Julho-
Agosto de 2008).
Em outras plataformas como nos jogos eletrônicos é possível veicular anúncios e inserir
marcas. No móbile - celular, também já é possível enviar mensagem SMS, bluetooth e veicular
anúncios, com possibilidade de mensurar os resultados através de um painel de controle. O
sistema do celular Iphone, da Apple, é totalmente voltando para interação com o consumidor. O
buzz marketing (boca a boca), marketing de guerrilha e as mídias alternativas também ganham
grande destaque nas ações desenvolvidas pelas agências de comunicação, classificando-se
como ações de grande impacto, porém com baixo ou quase nulo investimento em veiculação.
Na televisão estratégias de product placement (o que muitos ainda insistem em chamar de
forma equivocada de merchandising) possibilitam a inserção da marca em programas
televisivos. Em outros meios de conteúdo áudios-visuais é crescente o branded content
(inserção de marcas em projetos de entretenimento). Na TV digital, uma mídia ainda incipiente,
a interatividade gera muitas dúvidas principalmente por parte das agências: Qual impacto disso
na mídia convencional? Qual vai ser a reação do consumidor? Onde entra a publicidade nesse
novo meio? (DONATON, 2007).
O grande desafio por parte das agências e profissionais do marketing e da comunicação
é conhecer detalhadamente o novo, seus benefícios, saber como veicular e mensurar
resultados. É descobrir como provar o retorno de investimento (ROI), provar que os negócios
funcionam, e ao mesmo tempo incentivar os anunciantes a fazer experiências com novos
formatos de mídias e tecnologias. É esse o motivo que muitas agências ainda optam por ações
convencionais e above the line (ATL). Segundo Donaton (2007, p. 51):
A mão-de-obra qualificada para estes processos também está escassa. Para Donda,
diretor de criação do Grupo TV1 (in Meio e Mensagem, 06 de outubro de 2008, p. 24), “o turn
over nunca esteve tão alto. Acredito que isso resulte de duas características do nosso mercado:
ser relativamente novo e estar em crescimento acelerado”.
As mudanças na maior parte das vezes são evitadas e vistas por um processo caótico,
sem resultado certo. Para Donaton (2007, p. 167), “Alguns vão encarar essa realidade com
temor; outros enxergarão nela a oportunidade de serem pioneiros de novas formas de
marketing. Estes, ao que tudo indica, serão os líderes de suas indústrias depois de redefinidas”.
3 METODOLOGIA
1- IDENTIFICAÇÃO:
AGÊNCIA:
CONTATO:
E-MAIL:
TELEFONE:
NÚMERO DE COLABORADORES:
2- Quais as atividades principais desenvolvidas por esta agência:
□ Marketing.
(Planejamento estratégico, branding, endomarketing, trade e merchandising, dentre outros).
□Comunicação Integrada e 360 graus.
□Somente Propaganda.
□Somente Design.
□Somente Jornalismo e assessoria de imprensa.
□Somente Relações públicas.
□Ações BTL
(below the line – mídias inovadoras como TV digital, internet - web, móbile, advergames, iphone,
ipod, painéis interativos, viral, guerrilha, ações de ponto-de-venda, mídias alternativas, dentre
outras).
Quais? Dê exemplos caso necessite.
Esta agência não oferece ações BTL (below the line) porquê:
□ Não considera eficiente a utilização de ações BTL.
□ Não considera necessário para os segmentos dos clientes atendidos.
□ A agência ainda está se adaptando ao processo de convergência.
□ Não conhece as mídias e ações BTL.
5- Caso a agência desenvolva ações ATL (above the line) e BTL (below the line), quais
prevalecem:
□ Ações ATL.
□ Ações BTL.
6.3- Dentre as novas mídias interativas existentes (como móbile – anúncios e mensagens via
celular, internet – interatividade - e-mail marketing interativo - viral, TV Digital, advergames –
anúncios e inserções da marca em jogos eletrônicos, mídias alternativas, ações de guerrilha – de
grande impacto, dentre outras):
a) Qual (is) delas a agência necessita de mais informações para oferecer para seus
clientes?
b) Qual (is) delas a agência ainda não utilizou, mas pretende utilizar num futuro próximo?
6.4- Como esta agência encara a convergência das mídias? Quais são os principais desafios
enfrentados por esta agência para oferecer estas novas tecnologias para seus clientes? O que
ela tem feito para se atualizar?
4 RESULTADOS
Foram entrevistadas sete agências de Belo Horizonte (MG) subdivididas em três categorias
(Gráfico 1): pequena (01 agência com 08 colaboradores), média (05 agências variando entre 12
e 27 colaboradores) e grande (01 agência com 81 colaboradores).
Percebe-se que as agências maiores oferecem marketing e comunicação para seus clientes (02
agências), e às demais oferecem somente marketing (02 agências) ou somente comunicação
integrada (02 agências). A agência menor (01 agência) oferece somente propaganda para seus
clientes (Gráfico 2).
Das ações utilizadas: Above the line (ATL) e Below the line (BTL), percebe-se que as
agências menores (02 agências) oferecem apenas ações convencionais (ATL) para seus clientes,
enquanto todas as demais (05 agências) oferecem as duas ações (ATL e BTL) (Gráfico 3).
Gráfico 3 – Ações Utilizadas
Fonte: Luís Gustavo Campos Leão - 07/11/2008
As agências que desenvolvem os dois tipos de ações (ATL e BTL), além das mídias
convencionais, destacaram as seguintes ações BTL: design de embalagens, internet - web,
móbile – bluetooth - iphone, adwords, painéis interativos, viral, guerrilha, ações de ponto-de-
venda, alternativa.
As agências (02 agências menores) que desenvolvem somente ações ATL dizem não
oferecer ações BTL porque ainda estão se adaptando ao processo de convergência (01 agência)
e porque não consideram necessário para os segmentos dos clientes atendidos (01 agência)
(Gráfico 4).
As cinco agências que desenvolvem os dois tipos de ações (ATL e BTL), dizem prevalecer
as ações ATL (Gráfico 5), devido ao conservadorismo e receio dos clientes em relação ao novo,
às novas formas de divulgação. Uma agência (a maior) diz que apesar de prevalecer ações ATL,
a maior parte das propostas que saem da agência saem com ações BTL.
Gráfico 5 – Ações que prevalecem
Fonte: Luís Gustavo Campos Leão - 07/11/2008
As agências que desenvolvem ações BTL (05 agências), dizem que já utilizaram as
seguintes novas mídias. Web: viral - games online - blogs - banners interativos - portais -
hotsites - newsletters - email marketing - jogos - mídias sociais - adwords; móbile: bluetooth -
SMS; guerrilha; ações em PDV - guerrilha no pdv; mídias alternativas; ações de incentivo de
vendas; projetos de patrocínio; painéis interativos.
A maior parte das agências que utilizam ações BTL responderam que tiveram resultados
positivos, porém não conseguem mensurar de forma concreta. Uma agência mensura resultados
de duas ações: através do painel do google analitycs (adwords) e do painel de controle de
integrador (webmóbile). Uma agência acredita que a união das duas ações (ATL e BTL) gera
melhor resultado.
Dentre as novas mídias que as agências precisam de mais informações, foram citadas
com maior evidência: Advergames, TV Digital e ações para celular (incluindo iphone). Dentre as
novas mídias que algumas agências ainda não utilizaram, mas que pretendem utilizar num
futuro próximo também destacaram-se: Advergames, TV Digital e móbile.
A maior parte das agências encara a convergência como um processo natural que
acompanha a evolução tecnológica, uma tendência. Uma agência que trabalha só propaganda
(a menor) acredita que devido aos altos custos de implementação, essas ações são restritas aos
grandes anunciantes. Uma agência que só oferece ações ATL diz ter ciência que precisa se
readaptar e reconhece a necessidade de oferecer esses serviços, tornando a propagação mais
coerente com o contexto atual da tecnologia já presente em todos os lugares e classes.
Dentre os principais desafios para oferecer essas tecnologias, destacaram-se: tangibilizar
e mensurar o valor para o cliente; ser didático e construir o conhecimento junto ao cliente, que
na maioria das vezes não conhece essas novas tecnologias detalhadamente; desafio de
conseguir investimento em meios pouco conhecidos e com maior dificuldade de mensurar
resultados; a mudança acelerada da tecnologia exige que a agência esteja em constante
processo de aprendizado; desconfiança por parte do próprio cliente: o mercado mineiro é
bastante conservador e acredita que essas ações são para empresas melhores que a dele.
As agências se atualizam através de seminários, congressos, cursos, workshops, pela
própria internet com o compartilhamento de informações, e através de periódicos da área. Duas
agências (as maiores) contam com núcleos de desenvolvimento interno - nas áreas de web e
móbile. Uma agência (a maior) possui um espaço de planejamento de mídias digitais, além de
um grupo de estudos quinzenalmente para discussão de temas da área, principalmente sobre
novos meios e novas tecnologias.
5 CONCLUSÃO