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LÓGICA PARA PRINCIPIANTES - PEDRO ABELARDOImagem: Sofonisba Anguissola - O Xadrez – 1555
LÓGICA PARA PRINCIPIANTES - PEDRO ABELARDOCOMEÇAM AS GLOSAS DO MESTRE PEDRO ABELARDO SOBRE PORFIRIO.Para aqueles dentre nós que se iniciam no estudo da lógica digamos algumas palavras sobre as suas propriedades, e comecemos por tratar do gênero a que ela pertence, ou seja, a filosofia. Boécio nãodenomina qualquer ciência filosofia, mas só aquela que consiste no estudo das coisas mais elevadas.De fato, não damos o nome de filósofos a quaisquer estudiosos, mas apenas aos sábios cujainteligência se aprofunda na consideração das questões mais sutis. Boécio distingue três espécies defilosofia, isto é, a especulativa, que investiga a natureza das coisas; a moral, que considera a questãoda vida honesta; e a racional, denominada lógica pelos gregos e que trata da argumentação. Algunsautores, entretanto, separam a lógica da filosofia com afirmar que ela constitui mais uminstrumento, de acordo com Boécio, do que uma parte da ciência filosófica, uma vez que todas asoutras disciplinas dela se utilizam de alguma forma, quando usam os seus argumentos para fazeremas próprias demonstrações. Quer se trate de uma investigação sobre o mundo físico, quer de umassunto moral, os argumentos procedem da lógica. O próprio Boécio rebate essa opinião comafirmar que nada impede a lógica de ser, ao mesmo tempo, instrumento e parte da filosofia, talcomo a mão é, ao mesmo tempo, instrumento e parte do corpo humano. Às vezes, a própria lógica parece ser instrumento de si mesma, quando demonstra com os seus argumentos uma questão pertencente à sua área, como, por exemplo, a seguinte: o homem é uma espécie do gênero animal.
 
Contudo, nem por isso ela é menos lógica, ao servir de instrumento da lógica. Assim, também, elanão é menos filosófica por ser instrumento da filosofia. O próprio Boécio também a distingue dasduas outras espécies de filosofia pelo seu fim próprio que consiste em compor argumentações.Ainda que o filósofo da natureza componha argumentações, não é a filosofia natural que o instruiquanto a isso, mas apenas a lógica.Por essa razão lembra, ainda, Boécio, a respeito da lógica, que ela foi organizada e reduzida a certasregras das argumentações, para que não arrastasse ao erro aqueles que são excessivamentevacilantes devido aos falsos raciocínios, quando pareça construído com os seus argumentos o quenão se acha na natureza das coisas, e quando, às vezes, se inferem coisas que são contrárias nas suascondições, como neste caso: Sócrates é corpo; ora, o corpo é branco; logo, Sócrates é branco. Ou deoutro modo: Sócrates é corpo; ora, o corpo é preto; logo, Sócrates é preto. Na redação de um tratado de lógica impõe-se necessariamente certa ordem no tratamento dosassuntos, pois, uma vez que as argumentações se compõem de proposições, e já que estas sãoformadas por termos, quem escreve uma obra completa de lógica precisa primeiramente tratar dossimples termos, depois, das proposições e, por fim, coroar o seu estudo com o exame dasargumentações, tal como o fez o nosso príncipe Aristóteles, que escreveu as Categorias sobre adoutrina dos termos, o Peri Hermeneias sobre as proposições, e os Tópicos e os Analíticos sobre asargumentações.Esta obra de Porfírio, conforme o esclarece a indicação do título, constitui uma introdução àsCategorias de Aristóteles, mas, como o próprio autor demonstra posteriormente, ela é necessária para toda a arte da lógica. Passaremos a examinar agora, de modo breve e preciso, a intenção doautor, a matéria de que trata, o método seguido, a utilidade do estudo, e a parte da dialética à qual sesubordina esta ciência.A intenção é principalmente instruir o leitor nas Categorias de Aristóteles, de tal modo que ele setorne capaz de compreender mais facilmente as coisas que são aí tratadas. Por isso, passa aexaminar os cinco temas que constituem a sua matéria, a saber, o gênero, a espécie, a diferença, o próprio e o acidente, pois julgou útil o conhecimento dessas noções para as Categorias, uma vez quea respeito delas se discute em quase todo o curso das Categorias. Essas noções que dissemos ser emnúmero de cinco, e que se denominam gênero, espécie, etc., podem ser referidas, de certo modo, àscoisas por elas significadas. Ele explica convenientemente o significado desses cinco nomes de quese serve Aristóteles, para que, ao se chegar às Categorias, não se ignore o que deve ser entendido por esses nomes. Pode-se, também, lidar com todos os significados desses nomes como se fossemcinco porque, embora possam ser tomados individualmente como infinitos — pois existem, comefeito, infinitos gêneros, assim como espécies, etc. —, entretanto, como se disse, todos sãoconsiderados como cinco noções, uma vez que todas as coisas são tomadas de acordo com as cinco propriedades: todos os gêneros segundo o que constitui os gêneros, e assim para os outros. É damesma forma que as oito partes da oração são consideradas segundo oito das suas características,embora sejam infinitas quando tomadas individualmente.O método seguido no tratamento do assunto consiste em examinar em separado, primeiramente,cada uma das noções nos seus diferentes aspectos, passando-se, depois, a um conhecimento maior delas por meio da consideração das suas propriedades e dos seus caracteres comuns.A utilidade da obra, como ensina o próprio Boécio, é principalmente contribuir para oconhecimento das Categorias. Mas ela se exprime de quatro formas, como o demonstraremos maisadiante, com o maior empenho, quando o próprio autor tratar do assunto.Realmente, percebe-se de imediato a razão pela qual o presente estudo pertence à lógica, se, deinício, distinguirmos diligentemente as partes dessa ciência. De acordo com Cícero e Boécio, alógica se compõe de duas partes, a saber, a ciência de descobrir argumentos e a de julgá-los, isto é,de confirmar e comprovar os argumentos descobertos. De fato, duas coisas são necessárias a quemargumenta. Primeiro, que encontre os argumentos por meio dos quais possa convencer e, depois,que saiba confirmá-los, se alguém os atacar, afirmando que são defeituosos ou insuficientementefirmes. Daí ensinar Cícero que a descoberta é, por natureza, a primeira parte. Esta ciência dasCategorias interessa às duas partes da lógica mas, principalmente, à descoberta. Ela própria, aliás, é
 
uma parte da ciência da descoberta. Com efeito, como se poderia deduzir um argumento de umgênero, de uma espécie ou de outras categorias, a menos que estas aqui tratadas fossem conhecidas?Donde o próprio Aristóteles introduzir a definição delas na sua obra sobre os Tópicos, quando tratados seus "lugares", como o faz Cícero na sua obra homônima. Mas por isso que o argumento seconfirma com as próprias razões das quais foi tirado, esta ciência está relacionada com o juízo.Assim como se tira um argumento da natureza do gênero ou da espécie, assim a partir dela mesmase confirma o argumento extraído. Ao se considerar, por exemplo, quanto a natureza da espécie nohomem pertença ao gênero animal, descobre-se imediatamente nela o argumento para provar que ohomem é um animal. Se alguém criticar o argumento, mostro imediatamente que ele é procedente,indicando em ambos a natureza da espécie ou do gênero, a fim de que, a partir das mesmas relaçõesdesses termos, se encontre o argumento e se confirme o que foi descoberto.Existem, todavia, alguns que separam completamente da descoberta e do juízo esta ciência dascategorias, das divisões e das definições, como também a das proposições e que, de maneiraalguma, as admitem entre as partes da lógica, uma vez que as julgam necessárias para toda a lógica.Aos que assim pensam, parecem ser contrárias tanto a autoridade quanto a razão. De fato, Boécio,nos seus Comentários sobre os Tópicos de Cícero, estabelece uma dupla divisão da dialética em queas duas partes se incluem reciprocamente, de tal modo que cada uma delas abrange toda a dialética.A primeira parte equivale à ciência da descoberta e do juízo, enquanto a segunda constitui a ciênciada divisão, da definição e da dedução. Ele também as reduz uma a outra de tal modo que na ciênciada descoberta, que é um membro da primeira parte da divisão, também inclui a ciência de dividir oude definir, devido aos argumentos serem deduzidos tanto das divisões quanto das definições. Daíque a ciência do gênero e da espécie ou das outras noções se acomode, por igual razão, à ciência dadescoberta. O próprio Boécio afirma, ainda, que o tratado sobre as Categorias apresenta-se em primeiro lugar entre os livros de Aristóteles para os que se iniciam no estudo da lógica. Dissoresulta com evidência que as Categorias não se separam da lógica, pois nelas se depara ao leitor uma introdução à lógica, principalmente porque a distinção das categorias proporciona grandesrecursos para a argumentação e uma vez que por meio dela se consegue estabelecer de que naturezacada coisa seja ou não seja. A propriedade das proposições também está igualmente relacionadacom a dos argumentos, ao se demonstrar que ora esta, ora aquela proposição é contrária oucontraditória ou oposta de qualquer outra maneira. Portanto, desde que todos os tratados da lógicaconvergem para o seu fim, que é a argumentação, nenhuma dessas ciências ou tratados deve ser separada da lógica.Terminadas estas considerações preliminares, iniciemos o comentário literal. Uma vez que énecessário, para aprender o que é a doutrina de Aristóteles, saber o que é o gênero, o que é adiferença, o que é a espécie, o que é o próprio e o que é o acidente, etc. Primeiramente, o autor apresenta uma introdução ao assunto sobre o qual vai escrever, na qual indica a matéria de que vaitratar, a utilidade da obra e promete escrever de modo introdutório, conforme o que os filósofos julgaram retamente dessas coisas. O termo "necessário" costuma ser tomado em três acepções, poisàs vezes ele é usado com o sentido de "inevitável", como nesta frase: "é necessário que a substâncianão seja qualidade"; às vezes significa "útil", como quando se diz: "é necessário ir ao fórum"; e, àsvezes, significa "determinado", como na sentença; "é necessário que o homem morra algum dia". Na verdade, os dois primeiros significados de necessário são de tal sorte que parecem combater-seum ao outro para decidir qual deles possa ser tomado aqui de modo mais conveniente. Pois é desuma necessidade conhecer de antemão essas coisas, para que se possa chegar até às outrasquestões, uma vez que estas últimas não podem ser conhecidas sem aquelas, donde se colhe autilidade desse estudo. Se alguém, entretanto, considerar cuidadosamente o texto, julgará ser maisconveniente dizer útil do que inevitável. Quando Porfírio faz a suposição da coisa da qual ele dizque algo é necessário, como que projetando certa relação para alguma outra coisa, ele sugere asignificação da utilidade. De fato, o útil sempre diz respeito a outra coisa, enquanto o inevitável sediz por causa de si mesmo. Construa-se, então, a frase de Boécio da seguinte maneira: "énecessário, isto é, útil, conhecer o que é o gênero", etc., isto é, quais as propriedades de cada noção,o que se revela nas suas definições, que não são, de fato, formuladas segundo a sua substância, mas

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