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Implementação do Modelo de Auto-avaliação na Escola

A inserção da Biblioteca Escolar na instituição escolar não é uniforme em todas as escolas, há


toda uma história de vida que é necessário ter em atenção e que depende de muitos factores,
alguns internos e outros externos. O maior problema, por parte de muitas escolas, reside em
assumir o papel da BE no desenvolvimento dos processos de ensino-aprendizagem ou na sua
contribuição efectiva para a melhoria e a diversidade das aprendizagens. A maioria dos
docentes ainda considera a BE como um espaço de lazer e um espaço de promoção da leitura.
O facto de os professores não utilizarem a BE como um recurso educativo, não conhecerem a
maioria dos seus recursos materiais e das suas actividades é o maior impedimento para a
plena integração da BE em cada escola, numa construção colectiva do saber de cada aluno em
particular por um lado e da construção de uma cultura de aprendizagem colectiva, por outro.

Dependendo desta inserção, também o Modelo de Auto-Avaliação proposto tem variáveis na


sua aplicação. Tal como a dinamização da Biblioteca, a aplicação do Modelo precisa de uma
liderança forte. Esta liderança deve ser uma liderança de ideias, uma liderança baseada em
conhecimento e informação, exige um líder com uma visão e uma estratégia para a Biblioteca
Escolar que coordena. Seguindo as ideias de Fullan (2003:16), o Coordenador da Biblioteca
deve ter uma verdadeira liderança educativa baseada nos seguintes factores:

- Objectivo moral – colocar a Biblioteca no centro da Escola, privilegiando o seu papel no


desenvolvimento dos processos e ensino-aprendizagem;

- Compreender a mudança – vivemos em tempos de mudança, a todos os níveis. A Biblioteca


Escolar tem de ser um lugar de vanguarda, um lugar onde a mudança seja o mote, a diferença.
É o caso da aplicação das TIC à Biblioteca, da Web2.0, das Bibliotecas Digitais. Compete ao
Coordenador e à sua equipa assumir estas mudanças, percepcioná-las atempadamente, utilizá-
las para rentabilizar a Biblioteca Escolar. Saber gerir a mudança, saber integrá-la e dar-lhe
sentido é cada vez mais o papel da Biblioteca em cada Escola ou Agrupamento.

- Construção de relações – a Biblioteca é um espaço da escola, tem de se inserir nas suas


políticas educativas, nas suas metas. Só através da construção de relações, com os professores,
com os órgãos de gestão, com os alunos, com os pais, com o pessoal não docente, com os
parceiros, é que a Biblioteca consegue ter um lugar privilegiado, de charneira, em cada Escola;
- Formação e partilha de conhecimento – a Biblioteca é o espaço privilegiado para a partilha de
conhecimento. Sendo, logo à partida, um lugar onde se transforma a informação em
conhecimento, a biblioteca deve dar o passo seguinte, que é a partilha eficaz do conhecimento
que produz. Também ao nível da formação, a Biblioteca deve assumir-se como um espaço
formativo e informativo, um espaço de construção e divulgação do conhecimento.

- Criação de coerência – a Biblioteca Escolar tem de ter um rumo, uma política de actuação,
tendo em conta o projecto de intervenção, a visão e a estratégia assumidas. Ao nível dos
documentos da Escolas (Projecto Educativo, Projecto Curricular, Regulamento Interno, Plano
Anual de Actividades), ao nível dos documentos da Biblioteca (Plano de Acção, Plano de
Actividades da BE, Regimento Interno, Projectos Integrados) tem de existir uma coerência de
princípios que sustente uma coerência de actuação.

Para assumir esta liderança, é preciso, antes de mais, conhecimento. Conhecimento da


literatura nacional e internacional sobre o papel das Bibliotecas Escolares, conhecimento das
políticas educativas da escola, conhecimento dos currículos da escola, conhecimento das boas
práticas realizadas noutras Bibliotecas Escolares, conhecimento dos avanços tecnológicos que
podem beneficiar as aprendizagens daqueles alunos, conhecimento do trabalho realizado por
outras instituições parceiras, conhecimento…. É neste conhecimento de topo e na sua
disponibilização à escola, que deve orientar-se o trabalho do professor coordenador e da sua
equipa de trabalho.

A existência de um modelo de auto-avaliação previamente definido, com as várias dimensões


e a definição de um perfil de avaliação é basilar para um bom trabalho. Mais que tudo, este
modelo ajuda a fazer o planeamento da auto-avaliação da BE. Esta auto-avaliação sempre
existiu, embora de forma desconexa, pouco sustentada, muito à base de percepções, tocando
vários pontos sem avaliar, a fundo, nenhum dos domínios de trabalho da BE. Era o caso dos
relatórios de avaliação elaborados no final de cada ano lectivo, muitas vezes pouco reflectidos
e pouco indutores de melhorias.

Com este modelo, é possível a Biblioteca olhar para o perfil desejado e planear o tipo de
evidências que deve recolher para realizar a sua auto-avaliação. E, mais que tudo, permite
definir um plano de melhoria, identificando as áreas menos conseguidas e passíveis de serem
melhoradas. Além disto, o perfil de desempenho desenhado neste Modelo permite-nos ter
uma ideia dos inúmeros desafios que se colocam a todas as Bibliotecas, mostrando-nos perfis
de Excelência que nos podem ajudar a definir um plano de trabalho que nos leve a essa
excelência.
A apresentação de indicadores de medida bem elaborados, permitem uma monitorização
efectiva de todo o processo avaliativo, sabendo sempre como medir as nossas performances e
qual a posição da BE em relação ao perfil desejado. Estes indicadores de medida devem ser
quantitativos mas também qualitativos, já que nem tudo é quantificado, mas pode ser
mensurável.

A implementação do modelo de auto-avaliação da Biblioteca Escolar deve inserir-se na auto-


avaliação da Escola. Não pode nem deve aparecer sozinho no ambiente escolar, deve integrar-
se, ajudar a desenvolver uma política consistente de auto-avaliação, sempre numa lógica de
melhoria, de desenvolvimento institucional.

Ao nível da auto-avaliação da BE, deve a equipa debruçar-se sobre o Modelo de Auto-


avaliação, definir qual o domínio a avaliar no presente ano lectivo e as razões desta escolha (já
que podem ser várias). Esta decisão deve ser depois discutida com o Conselho Executivo e com
a equipa de Auto-avaliação da Escola. Esta decisão deve ser depois inserida nas prioridades da
avaliação interna da Escola, pois se há evidências que devem ser recolhidas na própria BE,
muitas existem que devem ser alvo de recolha pela equipa de auto-avaliação

A recolha de evidências não deve ser um trabalho suplementar, deve haver um planeamento
que nos permita ir recolhendo evidências das inúmeras actividades que realizámos. Esta
recolha de evidências deve ser bem planeada, permitindo uma triangulação dos dados e
garantindo a sua fiabilidade, por um lado, e, por outro, evitando um excesso de evidências que
não permitem um tratamento adequado dos dados recolhidos. Segundo Todd (2002),
evidence-based practice é o caminho a seguir pelas Bibliotecas Escolares nos seus processos de
auto-avaliação. O uso de questionários deve ser feito apenas para questões da qualidade, de
opinião, que não podem ser evidenciados de outra forma. Conforme Scott (2002), devem
privilegiar-se questionários bem pequenos, perfeitamente contextualizados, em detrimento de
outros maiores, demasiado abrangentes. Há sempre a necessidade de se publicitarem os
resultados e de se dar feedback das medidas introduzidas.

Recolher informação das evidências não chega, é preciso transformá-las em conhecimento e


em mudanças. É preciso compreender os dados recolhidos, saber interpretá-los e, a partir daí
introduzir as alterações necessárias, produzir a mudança necessária para melhorar o impacto
da BE nas aprendizagens dos alunos
A utilização de um modelo de auto-avaliação com domínios e indicadores de medida bem
definidos permite o benchemarking, o que pode contribuir para uma partilha de saberes e
para o desenvolvimento de uma política colaborativa entre Bibliotecas Escolares, um
funcionamento efectivo em Rede, cada um contribuindo com um elo que significará melhoria
não só para a sua Biblioteca mas para todas as que quiserem implementar.

Todo este processo prevê a definição de um Plano de Desenvolvimento Estratégico que parta
de uma análise SWOT que contextualize bem a Biblioteca e os serviços que disponibiliza. A
partir daqui são definidos os objectivos e o plano de auto-avaliação, com o planeamento da
recolha de evidências. Entre os objectivos que foram definidos, a auto-avaliação dos seus
impactos, nasce um conhecimento melhor da BE, das suas necessidades e, consequentemente
um plano de melhoria contextualizado e sustentado. Este trabalho deve ser feito em espiral.
Avalia-se, introduzem-se as mudanças, avaliam-se as mudanças… numa lógica crescente e
dinâmica.

Bibliografia

Texto da Unidade

Fullan, Michael (2003). Liderar numa cultura em mudança. Em Foco (Col.). Porto: Edições Asa

Scott, Elspeth (2002) “How good is your school library resource centre? An introduction to
performance measurement”. 68th IFLA Council and General Conference August.
<http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/028-097e.pdf> [20/08/2008]

Todd, Ross (2002) “School librarian as teachers: learning outcomes and evidence-based
practice”. 68th IFLA Council and General Conference August.
<http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/084-119e.pdf> [20/08/2008]

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