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Crítica a inconstância

Por Daniel G. Silva


Integrante do grupo de Rap Alta Voltagem
Co-autor participante do projeto Natal 10 criado
Pelo grupo Alta Voltagem em 2008

“Nós”, dizia Nietzsche, “não conhecemos a nós próprios”. De


fato “somos de nós mesmos desconhecidos” e nos últimos anos
tenho visto se fragilizar a busca pela verdadeira identidade,
causando um aumento significativo da inconstância no
comportamento e alterando negativamente o caráter.
Pessoas que numa hora são gentis e educadas e que em
outra, agem com arrogância e grosseria, despejando impropérios
contra quem, geralmente, não tem participação, ou melhor, culpa
dos problemas da mesma, que age de tal forma, ferindo as pessoas
que outrora se aproximavam com o intuito de estirpar as
consequencias gritantes causadas pelo estresse.
Para escusar-se das responsabilidades impostas pela Lei
Natural, desenvolvemos uma personalidade com traços de
“psicopatia”, sendo que o psicopata é aquele que comete uma
atrocidade sem sentir remorso, nem mesmo após o ato. Não quero
dizer com isso que cometemos crimes ou alguma barbárie, mas sim
que, frequentemente magoamos as pessoas que não nos fazem
mal, e simplesmente conseguimos ter um dia livre de preocupação,
agindo como se nada tivesse acontecido, ou seja, sem “sentir
remorso”.
A inconstância torna o ser humano escravo de seis emoções,
que eu considero como barreiras no desenvolvimento da psique e
do intelecto e que também afetam aqueles que nos cercam, sendo
elas: sofrimento; medo; ansiedade; tristeza; culpa e por fim, raiva.
Essas seis emoções costumam ser resultados de indecisões,
impaciências, incompreensões, etc. Cumprimentamos as pessoas
que convivemos com um caloroso “bom dia!”, mas no decorrer do
dia a indisposição nos furta e revelamos nosso lado “selvagem”
tratando-as com desprezo e desdém, dando muitas vezes respostas
imerecidas, ou as famosas “patadas”.
Prudência, uma das quatro virtudes cardeais, é em resumo
pensar nos atos que tomamos e suas consequencias. No entanto,
quem hoje pensa seriamente nas atitudes tomadas? A prudência já
não faz mais parte do currículo do ser humano.
É com grande pesar que vejo essas virtudes - a Prudência, a
Temperança, a Fortaleza e a Justiça - se dissolverem como uma
nuvem que apenas “promete” chuva, mas não a derrama sobre a
Terra.
Poucas pessoas buscam virtudes e sabedoria e o mundo tem
sido entregue à imoralidade e à “baixeza”. Algumas canções
pregam a desvalorização das mulheres, rebaixando-as com títulos
de “cachorras”. Arthur Schopenhauer, um grande filósofo, disse: “As
mulheres tem cabelos longos e idéias curtas”. Será que perdemos
as noções de valores? Será que as mulheres realmente se
importam com esse tipo de canção ou declaração? Essas canções
“imorais” que rebaixam as mulheres, principalmente as mulheres
brasileiras, e que são divulgadas pela mídia não por “modismo”,
mas porque vendem, são frontalmente contrárias a Lei Maria da Penha,
sancionada no Brasil em 2006. Dentre as várias mudanças, a lei aumenta o
rigor nas punições das agressões contra a mulher, e não seria
canções de tal gênero uma agressão verbal à mulher?
É claro que são apenas especulações, e não pretendo parecer
apenas mais um moralista. Não obstante, outro fator que contribui
veemente para a atual situação do mundo é a inversão de valores.
Vemos bandidos “circulando” livremente pelas ruas, o que é uma
prova corroborativa da impunidade, enquanto outros são presos
porque derrubam árvores. É óbvio que falo do cidadão comum, e
não dos “exploradores” dos recursos naturais. E também não estou
defendendo o desmatamento, mas sim, mostrando uma realidade
que temos vivido no século XXI. Pessoas que tratam com afeto um
bichinho de estimação, mas que não conseguem se desvencilhar do
preconceito e racismo, tratando mal os seus semelhantes.
A falta de amor ao próximo é falta de amor próprio. O grande
autor cristão C.S Lewis, escreveu em Cristianismo Puro e Simples:
“Não perca tempo em se preocupar se “ama” o seu próximo; aja
como se amasse”. No entanto, muitos ainda estão perdendo tempo.
Entre as definições de inconstância, faço menção da facilidade
extrema de mudar de opinião. É impressionante como as pessoas
se deixam levar por boatos acerca de diversos assuntos sem testar
a veracidade das informações que são transmitidas, até mesmo
através da mídia, e servindo de “transmissores” repassam a
informação falsa. Elas, por exemplo, aprovam um partido ou um
produto “A”, mas depois de ouvirem um boato sobre tal partido ou
produto, mudam completamente de opinião sem ao menos
buscarem informações que comprovem a “novidade”.
É possível que a inconstância imprima características do TPL
(Transtorno de Personalidade Limítrofe), que também é conhecido
como Transtorno de Personalidade Borderline, (TPB), nas pessoas
inconstantes. Esse transtorno de personalidade é caracterizado por
desregulação emocional, raciocínio “8 ou 80”. Com tendência a um
comportamento briguento, também é acompanhado por
impulsividade autodestrutiva, manipulação, conduta suicida, bem
como esforços excessivos para evitar o abandono e sentimentos
crônicos de vazio, tédio e raiva.
Os relacionamentos das pessoas que possuem o TPL são
intensos, mas muito caóticos, com tendência a terminar
abruptamente de forma explosiva, pois eles são marcados por
períodos de grande idealização e grande desvalorização causados
por medo excessivo de abandono, esforços exagerados para evitar
a perda, chantagens emocionais, possessão, ciúmes e explosões
de raiva.
A inconstância também é incluída no perfil geral de quem
possui esse transtorno, mas também está presente na vida
daqueles que não o possuem, levando em conta a estimativa de
que apenas 2% da população sofram deste transtorno.
É comum que uma pessoa inconstante se identifique com um
Borderline, ou portador do TPL, mas não devemos confundir os
traços confusos de uma personalidade formada e um caráter que
dia a dia vai sendo construído e moldado, com esta patologia.
Porque encontramos em vários livros a biografia de pessoas
como Marthin Luther King, Alexandre O grande, Abraham Lincoln,
Malcom X, Cheguevara, Mahatma Gandhi, Lenon, Nelson Mandela,
Madre Teresa de Calcutá, entre outros? Porque foram pessoas que
tiveram um objetivo firme e buscaram a realização de um sonho
com perseverança.
Se nos aprofundarmos em conhecer a vida dessas pessoas,
veremos que todas elas enfrentaram tempestades, mas sabiam que
era preciso navegar. Tenho certeza de que tiveram momentos de
dúvidas, mas a dúvida foi apenas uma nuvem que regou a fé que
era tão pequena quanto um grão de mostarda, e a fez crescer,
florescer e trazer os frutos tão esperados, porque a fé é tão
somente a certeza das coisas que se esperam e a convicção das
coisas que, por enquanto, não se vêem.
É evidente que a inconstância causa uma frustração e danos
irreparáveis e a ela alia-se a mediocridade, ao passo que, um dos
frutos do Espírito Santo é o domínio próprio; a inconstância está
intrinsecamente ligada à inconsistência, à irritação e à vergonha,
enquanto um outro fruto do Espírito é a mansidão.
George Berkeley, um dos pilares do empirismo conforme a
tradição britânica, diz: “Somos nós os que levantamos a poeira e
depois nos queixamos dizendo que não podemos ver”, ou seja,
somos nós os responsáveis pela situação atual que nos
encontramos. O gerenciamento das nossas ações e pensamentos
nos levará à qualidade em nossos relacionamentos e nos
proporcionará uma cura emocional, se a ele adicionarmos os frutos
do Espírito Santo, a perseverança e a força de vontade, e ainda,
nos levará a equipar nossa mente com um ânimo encorajador e a
saborear as deliciosas vitórias propostas pela constância.

Daniel G. Silva

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