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Contos do Grotesco e Arabesco (1840)

Edgar Allan Poe

Prefácio

Ver-se-á que os termos “grotesco” e “arabesco” indicam com bastante precisão o


teor dominante dos contos aqui publicados. Mas, se durante dois ou três anos
escrevi 25 histórias curtas cujo caráter geral pode ser definido com tanta
brevidade, não é justo – ou, em todo caso, não é verdadeiro – inferir daí que
alimento um especial ou enorme gosto ou propensão por esse tipo de texto. Posso
ter escrito pensando em reeditá-los em forma de livro e, portanto, posso ter tido
a intenção de preservar, pelo menos até certo ponto, uma certa unidade de
concepção. Na verdade, é este o caso; e pode até acontecer que eu nunca mais
componha nada dessa maneira. Menciono aqui essas coisas porque sou levado a pensar
que foi este predomínio do “arabesco” em meus contos sérios que levou um ou dois
críticos a me censurar, muito amigavelmente, por algo que lhes aprouve chamar de
“germanismo” e soturnez. É uma acusação de mau gosto, e suas razões não estão bem
fundamentadas. Admitamos por um momento que as “peças de fantasia” aqui
apresentadas sejam mesmo germânicas, ou o que for. Neste caso, o germanismo é “o
estado de espírito” de agora. Amanhã posso ser tudo menos germânico, tal como
ontem fui qualquer outra coisa. Estes vários contos continuam a ser um livro só.
Meus amigos teriam igual razão em censurar um astrônomo por excesso de astronomia
ou um autor ético por tratar demais da moral. Mas a verdade é que, salvo uma única
exceção, em nenhuma destas histórias o estudioso reconhecerá as características
próprias daquela espécie de pseudohorror que aprendemos a chamar de germânico, sem
outra razão melhor a não ser porque alguns dos nomes menores da literatura alemã
passaram a ser identificados com sua tolice. Se o terror é a tese em muitas
criações minhas, digo que o terror não é da Alemanha, e sim da alma – que eu
deduzi este terror apenas de suas fontes legítimas e o conduzi apenas a seus
legítimos resultados.

Aqui há um ou dois escritos (concebidos e executados no mais puro espírito de


extravaganza) para os quais não espero uma atenção séria, e dos quais não falarei
mais. Para os outros, porém, não seria consciencioso de minha parte pedir
indulgência alegando que foram feitos às pressas. Creio que o melhor, portanto, é
dizer que, se pequei, foi deliberadamente. Estas pequenas composições são, no
principal, os resultados de um propósito maduro e de uma elaboração muito
cuidadosa.

fonte:
edgar allan poe society of baltimore, preface,
http://www.eapoe.org/works/misc/tgap.htm

tradução informal minha (denise bottmann).


ver também http://naogostodeplagio.blogspot.com/2009/06/tales-of-grotesque-and-
arabesque.html

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