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Agradece, alma querida e boa, Ao Doador das Luzes e dos Bens Os dotes naturais que te amparam a vida E as concesses que tens. Observa a palavra Em que a fora do verbo se te fez, Quando existe no mundo tanta gente Em penosa mudez. Contempla as prprias mos que podem trabalhar Em toda atividade nobre e amiga, Quando se enxerga, em toda parte, Tanta mo que mendiga. Reflete nos teus olhos, Dos quais a luz a doce companheira, Quando tantos irmos vemos na Terra Suportando a cegueira. Toca o crebro claro Em que o discernimento se te apura E lembra a multido dos companheiros Nos desvos da loucura. Certamente, alma boa, Deus, o Dispensador dos Recursos Supremos, No tem culpa do pranto que h na estrada Que ns mesmos fazemos. Saibamos, entretanto, agradecer Os tesouros e dons de que nos faz dispor, A fim de que saibamos levantar A grandeza da Vida e a redeno do Amor.
Um verso do soneto de Cyro Costa, recebido por Chico Xavier no Pinga Fogo do Canal 4, correu mundo completamente desfigurado. Jornais e revistas de todo o Brasil o reproduziram e continuam a reproduzir de maneira defeituosa. At mesmo os rgos oficiais, da Cmara Federal, da assemblia Estadual e das Cmaras Municipais, em cujas tribunas o soneto foi lido, no escaparam a esse erro. O verso o terceiro do primeiro quarteto do alexandrino intitulado Segundo milnio. No original psicografado por Chico Xavier ele aparece com a perfeio que caracteriza as produes do poeta: Guerra e sonhos de paz estadeiam conflito. Mas a divulgao foi feita de duas maneiras errneas: 1) Guerra e sonhos de paz estardeia conflito; 2) Guerra e sonhos de paz estardeiam em conflito. Na primeira dessas formas h o erro grfico de um r acrescentado forma verbal estadeiam e o erro de concordncia do verbo no singular; na segunda forma h tambm dois erros: o acrscimo indevido do r e o acrscimo do em, este resultando na quebra da mtrica. Cyro Costa no errou. Ele sabia que no existe o verbo estardear, mas apenas o verbo estadear (sem r no meio), e que significa: alardear um estado, ostentar uma posio.
Artigo publicado originalmente na coluna dominical "Chico Xavier pede licena" do jornal Dirio de S. Paulo, na dcada de 1970.