Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Sobre o Autor:
em Letras, em 1971. Ensinou filosofia por dez anos em escolas do ensino secundário
professor emérito da Universidade de Paris, e foi por vários anos professor de Teoria
Fonte: <http://sun3.lib.uci.edu/~scctr/Wellek/lyotard/>
Sobre a Obra
A Condição Pós-Moderna
Lyotard reflete sobre vários deslocamentos da condição do “saber” e sua relação com a
pós-moderno.
em relação ao sujeito que sabe. Tem-se o “saber” enquanto algo que se acomoda de
expert.
termos de sua linguagem. O cientista que apenas domina o jogo de linguagem científico
não é, neste exemplo, um expert. O saber científico deve ser traduzido (e antes ser
traduzível) para uma outra linguagem que não a científica, como a da cibernética, a da
sistema de dados. O expert deve transitar nas duas linguagens. Deve conhecer a
científico”. Em outras palavras, cada um desses jogos possui regras próprias que
dizê-lo aos demais. O remetente diz contar o mito tal como ouviu da geração anterior,
que por sua vez ouviu de um outro anterior, até que se remonte ao momento do
acontecimento do mito. De igual maneira, aquele que ouve agora, vai contá-lo à geração
o remetente se distancia do mito. Ele pode contá-lo simplesmente porque antes ouviu. E
pode mesmo contá-lo de maneira diferente da que ouviu, porque a autoridade de ter
ouvido é superior à de saber a exata verdade do mito. A preocupação com o que é
provas em relação ao seu referente (o tema de sua pesquisa). As provas devem ser
enquanto uma verdade em relação àquele referente. Outra característica, ou outra regra
espaços para contradições. É assim que o cientista ordena e classifica seu referente (seu
tema) de acordo com sua mentalidade, razão pela qual se diz que junto à “verdade” do
enunciados.
respondem apenas por uma parcela do saber, com uma linguagem específica. Uma
No contexto do saber científico, o expert é aquele que domina o saber tal como
didática não é mais a dona exclusiva da transmissão. Deve-se transmitir por máquinas.
e geneticistas, para citar alguns exemplos, trabalham suas pesquisas pela mediação de
expert dialoga com a linguagem dos dados, nele encontrando e depositando respostas.
Ensinar o que sabe pode ser sinônimo de alimentar o sistema com os novos dados
pesquisa em seu jogo específico. Uma parcela do saber científico caminha pela
relação ao seu referente (seu tema) antes de ele iniciar a pesquisa. Dominar as narrativas
Lyotard, refletindo sobre o estatuto das ciências, apresenta um panorama das condições
modernidade e na pós-modernidade.
tempo, libertário porque tem como sujeito a humanidade como herói da liberdade (p.
sociedade. As universidades são as estufas dos quadros do Estado e este, por sua vez,
deve garantir as liberdades do povo, de onde se emana o poder. O poder e o saber são do
povo, emanam do povo, que deve ser governado em respeito à sua liberdade. A ciência,
nesse contexto, tem regras próprias, mas seus resultados devem nortear o caminho dos
solução dada ao problema da legitimidade do saber (p. 62). A filosofia está ainda mais
Aponta que ele transitou nas duas possibilidades, ou seja, o marxismo tanto pode ser
visto enquanto um metarrelato político, observável nas ocasiões em que ele assumiu o
poder, como no caso do stalinismo, mas também tem aspectos de metarrelato filosófico
quadros para o Estado (na verdade criou um outro Estado). No segundo caso, trata-se de
realizado pelo autor na finalidade precípua de refletir sobre o saber científico. Lyotard
aponta o desastre que significa a falta de legitimação para as ciências. Estando todas as
à conclusão de que elas sequer merecem o epíteto de “saber”. “Isso significa que, em
sua imediaticidade o discurso denotativo que versa sobre um referente (um organismo
vivo, uma propriedade química, um fenômeno físico, etc.) não sabe na verdade o que
ele acredita saber. A ciência positiva não é um saber. E a especulação nutre-se da sua
(científico), porque é exatamente nesta esfera que a ciência não sabe o que ela acha que
sabe. A frase “a ciência positiva não é um saber” é mais explícita. Ela parece excluir da
crítica “ciências não-positivas”, mas esta é apenas uma primeira impressão. Na verdade,
tal como elas pretendem. Assim,observa-se que, num dado momento, todas as ciências
nutrem-se da especulação.
Para Lyotard, o pior nível em que uma ciência pode chegar é o de procurar
em alguns casos são “relatos vulgares”, de modo que não há condições de submeter o
erosão interna do princípio de legitimação do saber” (p. 70). Lyotard, portanto, acredita
no que disse P. B. Medawar, que, “‘ter idéias é o supremo êxito para o cientista’, que
não existe ‘método científico’ e que um cientista é em princípio alguém que ‘conta
linguagem das ciências) estabelecer o que é verdadeiro e o que é falso. Assim, a rigidez
científica tem o poder de anular os enunciados não provenientes das ciências. Neste
alguns casos, confunde-se facilmente com o que é tido como verdadeiro. Dessa forma, o
parecer da ciência pode ser o definitivo no assunto. E a ciência, no mínimo sempre que
é convocada, não exita em elaborar enunciados prescritivos, aqueles que dizem como se
deve proceder. Lyotard, com o exemplo da porta, recusa essa prerrogativa científica. No
seu exemplo: entre o enunciado denotativo “a porta está fechada” e o prescritivo “abra a
porta” não existe seqüência proposicional. Ambos devem ser tratados como discursos
autônomos.
relação aos metarrelatos.” (p. xvi). Pensar sobre a especificidade do jogo de linguagem
tamanha que não se torna possível legitimar o que não é científico. E o metarrelato é
pré-científico. A ciência não é capaz de legitimar-se por si própria por que ela é
promovendo em seguida sua tradução para uma outra língua também previamente
de linguagem científico precisa ser traduzível para o jogo de linguagem da técnica. Com
Outro exemplo (esse mais ou menos inteligível) é a análise dos enunciados dos
modelos deterministas. Por esta razão, sua atual tendência é a da complexificação das
uma delas relacionada a uma resposta determinada. Pode-se vislumbrar esse modelo
acrescentando-se, ao tradicional plano cartesiano, um terceiro corte dando a idéia de
do saber produzido pela ciência para a linguagem técnica, promovendo sua interação
com outros jogos de linguagem. Quanto maior for a interação, mais rapidamente se dará
sua compreensão e, por conseqüência, sua performance, assim como o tradutor de bolso
diversas línguas.
dos jogos de linguagens (dos quais o científico é o mais importante para se convergir,
em relação aos ganhos dos outputs, (saídas) para demonstrar em qual momento se dá a
otimização das performances. Numa razão econômica, quanto menor for o input (menor
daqueles que produzem o saber científico ao considerar que eles deixam de perguntar
“isso é verdadeiro?” e passam a perguntar “para que serve isso?”. Há uma mudança no
jogo da linguagem que não trabalha mais na relação verdadeiro/falso, mas na relação
compreende que o alto desempenho passa pela consideração do que é vendável, sendo
então o melhor saber aquele que vende mais. A obra é um balanço pessimista das