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fevereiro 2005 :: ano 2 :: nº14 :: www.arteccom.com.

br/webdesign by

e d i t o r a R$ 7,90

arteccom

Quanto
cobrar???
tire suas dúvidas sobre: orçamento, cálculo de
horas, concorrência, contrato e negociação
portfólio Tribo Interactive case Globo.com “Caso o valor fique alto, retire
aprenda com a agência que conheça os bastidores e o que não é prioridade, até
pesquisa, desenvolve novas algumas inovadoras soluções chegar em algo compatível com
técnicas e estimula a equipe a desse grande portal o que o cliente pode investir”
experimentar sempre Flávio Cardoso, SisMídia

prepare-se para atender a grandes clientes


leia as dicas de René de Paula para atingir empresas multinacionais
direitos autorais
3
Equipe

Editorial
quem somos

Direção Geral
Adriana Melo
Onde tem um sapateiro? adriana@arteccom.com.br
Direção de Arte
Podemos pagar 15,00 ou 150,00 para comprar um sapato. Dependen- Patrícia Maia
patricia@arteccom.com.br
do do nosso objetivo escolhemos o modelo. Muitas vezes não queremos só
Ilustração
proteger nossos pés, queremos durabilidade, conforto, estilo, ou queremos Beto Vieira
beto@arteccom.com.br
preencher um vazio, gastar dinheiro... enfim, qualquer que seja o motivo,
Diagramação
mesmo que inconscientemente, encontramos o que nos atende ou soluciona Jeferson Costa
jeferson@arteccom.com.br
o nosso problema. Direção de Redação
Mas, por que preços tão distintos? Conseguimos pagar 15,00 por um sapa- André Philippe Iunes

:: A Arteccom não se responsabiliza por informações e opiniões contidas nos artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. :: Não é permitida a reprodução de textos ou imagens sem autorização da editora.
andre@arteccom.com.br
to de plástico, colado, às vezes desconfortável. Mas, por um sapato de couro, Redação
Vaness a Barbosa
costurado, de grife, modelado por um estilista, com seu solado confortável, é
vanessa@arteccom.com.br
impossível pagar esse valor. A matéria-prima tem seu custo, a facção, os profis- Assinaturas
Jan e C o s t a
sionais envolvidos, a publicidade, a identidade visual das lojas etc. jane@arteccom.com.br

Muitas vezes o cliente não dá o devido valor ao produto ou serviço Gerência de Tecnologia
Fabi o Pinheiro
oferecido. Mas a culpa não é do cliente. É do próprio profissional (nesta si- fabio@arteccom.com.br
Webdeveloping
tuação, vendedor) que está oferecendo o produto sem justificar seu valor
Eric Nascimento
ou demonstrar seus diferenciais. eric@arteccom.com.br
Financeiro
E, se o cliente quiser um sapato diferente, bacana, confortável, por... Luana Rocha
luana@arteccom.com.br
15,00? E agora? Ele pode até encontrar alguém que ofereça isso. Mas,
como já sabemos que o barato sai caro, depois ele que procure um sapatei- A Arteccom é uma empresa de design, especializada na
criação de sites e responsável pelos seguintes projetos:
Revista Webdesign :: www.arteccom.com.br/webdesign
ro... porque vai descolar, arrebentar... Qualidade tem custo. Curso Web para Designers :: www.arteccom.com.br/curso
Encontro de Web Design :: www.arteccom.com.br/encontro
Bem, procuramos nesta edição, dar algumas dicas para que vocês en- Portal Banana Design :: www.bananadesign.com.br

contrem o valor justo dos seus serviços, de acordo com seu portfólio e seus
conhecimentos conceituais e técnicos. E, lembre-se sempre de explicar ao Criação e edição
www.arteccom.com.br
cliente (pessoalmente ou na proposta) exatamente o que você está ofere-
cendo, justificando seus custos. Patrocínio
www.locaweb.com.br
Um grande abraço e bons negócios!
Produção gráfica
www.ediouro.com.br/grafica

Distribuição
Adriana Melo www.chinaglia.com.br

Adriana Melo

4
menu
apresentação matéria de capa
pág. 4 quem somos pág. 20 entrevista: Eduardo Rangel
pág. 5 menu pág. 26 quanto e como cobrar, eis a questão!
pág. 33 debate: é possível conciliar preço
e qualidade?
contato
pág. 6 emails
e-mais
pág. 6 fale conosco
pág. 39 estudo de caso: globo.com
pág. 45 artigo: a caminho do sucesso
fique por dentro pág. 52 tutorial 1: Firefox com extensão
pág. 8 direito na web Web Developer
pág. 9 adote esta página pág. 54 tutorial 2: Fundo Abstrato
pág. 10 clipping

com a palavra
portfólio pág. 58 webwriting: Bruno Rodrigues
pág. 12 veterano: Tribo Interactive pág. 60 bula da Catunda: Marcela Catunda
pág. 18 calouro: Gabriel de Oliveira pág. 62 marketing: René de Paula Jr.
pág. 64 webdesign: Luli Radfahrer

5
emails

Assunto: Gerenciadores Assunto: Contrato Sou iniciante no ramo de Web


de conteúdo
Design e tenho encontrado
muitas dificuldades na hora
A matéria sobre Intranet da 9ª
Meu nome é Diego Zanchi e de escolher fotos
edição veio na medida para o
gostaria de fazer uma relacionadas ao tipo de site
projeto em que estou alocada.
sugestão: como divulgar seu que estou desenvolvendo.
Vocês já avaliaram os
site na web. Como funcionam Gostaria que vocês
gerenciadores de conteúdo?
as empresas que colocam seu publicassem uma matéria
Essa é uma matéria muito
site em primeiro lugar no sobre onde conseguir ou de
importante, pois é comum ficar
Google, links patrocinados... que forma produzir estas
em dúvida entre adotar uma Diego Zanchi fotos para colocar no site,
solução pronta e desenvolver diegoinfo@click21.com.br
pois, aqui onde moro, não Assunto: Tudo sobre Flash
sistemas personalizados.
Diego, já fizemos uma matéria encontrei nenhum fotógrafo
Adriana Christo
achristo@made.com.br chamada “Mecanismos de busca: que fizesse este tipo de
trabalho. Olá, já mandei outros e-
cadastre seu site corretamente e
Certo Adriana, cada caso é um caso. Carlos Hohlenwerger mails, sempre elogiando a
obtenha muito mais acessos” na 2a
chlh@ig.com.br
Esse tema merece uma matéria sim. revista, mas como elogios são
edição (capa rosa) da revista. Mas,
Vamos iniciar as pesquisas! sempre bem vindos, gostaria
para adiantar, os que constam no Ademir e Carlos,
de parabenizá-los novamente
começo da lista nos mecanismos de os links para sites úteis vocês encontram
pela revista. Bom, concordo
busca são os sites mais acessados. no menu do www.bananadesign.com.br
em parte com o fato da
Estes, ou foram divulgados em Lá disponibilizamos URLs de banco de
revista não ter muitas
outras mídias também para obter imagens, tipografias, associações etc.
matérias sobre programação
bastante acesso ou, pelos conteúdos, Aliás, já estão participando do fórum do
em si, mas defendo a idéia de
geraram a propaganda boca-a-boca, Banana Design? Está bem bacana!
que quanto mais informação
ou “marketing viral”. Isso sem contar Apareçam por lá...
melhor. Acredito que mais
com os links pagos, que ficam ainda
pessoas pensem como eu e
acima destes.
que mandem e-mails pedindo
mais artigos técnicos,
Assunto: Vida de freela Assunto: Sites úteis
portanto (...)
Juliano Nunes Oliveira
juliano_netfox@yahoo.com.br
Olá, gostaria de sugerir que Olá, gostaria de sugerir uma
fizessem uma edição especial pauta. A revista aborda Obrigada novamente ;-)
sobre como funciona o temas sobre webdesign, Bem, finalmente vamos atender aos
trabalho de um freelancer em muito bom. Mas seria pedidos sobre informações mais
webdesign. Como agir em importante abordar urls de técnicas e a próxima edição (de março)
relação ao cliente, forma de sites úteis e diferenciados será sobre Flash.
cobrança, modelo de briefing... para ajuda do webdesign,  Espero que gostem!
Fábio Seiji Yamahira webmaster e do internauta
fabio@adi3.com.br
em geral. abraços.
Ademir Pascale Cardoso
Olá Fábio. Veja se nesta edição
webmaster@cranik.com
conseguimos as informações que você
queria. Depois me escreva, ok?
Abraços, Adriana.

fale conosco pelo site www.arteccom.com.br/webdesign


:: Os emails são apresentados resumidamente. :: Sugestões dadas através dos emails enviados à revista passam a ser de propriedade da Arteccom.

6
7
direito na web

Responsabilidade:
provedores x usuários
Olá, parabéns pela ótima coluna na revista Webdesign. Gostaria de saber como fica
a responsabilidade jurídica dos provedores em relação aos atos de seus usuários.
Mais uma vez parabéns à Arteccom pela revista e a você pela coluna.
Daniela Caruncho (danicaruncho@hotmail.com)

Primeiramente há que se esclarecer que O Brasil ainda não possui legislação que
para a doutrina jurídica especializada existe norteie objetivamente esses casos, temos
três espécies de Provedores Internet: Acesso, apenas um projeto de lei (n.º 4.906/01) ainda
Serviço e Informação. Ressalte-se que um sob análise do poder legislativo, que em seus
Marianna Furtado é advogada único provedor pode estar inserido nessas três artigos 35 e 37 dispõe que o provedor que
com pós-graduação em Direito
da Propriedade Intelectual
categorias ao mesmo tempo, entretanto, forneça serviços de conexão ou de transmissão
pela PUC-Rio. Atualmente, devemos analisar suas responsabilidades de informações, ao ofertante ou ao
pertence à equipe do escritório
Montaury Pimenta, Machado & jurídicas individualmente. adquirente, não será responsável pelo
Lioce Advogados.
Como os Provedores de Acesso não são conteúdo das informações transmitidas e não
Envie sua dúvida para: obrigados a monitorar constantemente os atos será obrigado a vigiar ou a fiscalizar o conteúdo
marianna@montaury.com.br
de navegação de seus usuários, não podem ser das informações transmitidas.
responsabilizados pelos atos desses na A principal característica dos provedores
ocorrência de danos causados a terceiros, de informação é a inserção voluntária de um
todavia, é importante notar que quando se determinado conteúdo para divulgação na
trata de danos causados pelo provedor aos internet. Existe efetivamente uma maior
seus próprios usuários, em decorrência de responsabilidade pelo conteúdo exibido pelo
descumprimento de cláusula contratual, site, na medida que as informações ali
evidentemente será ele responsável pelos constantes presume-se que foram analisadas e
danos advindos de sua própria conduta. optou-se por sua divulgação. Mesmo que as
Para a análise da responsabilidade dos informações contidas não sejam de autoria do
provedores de serviços, permanece válido o site, o conteúdo de terceiros demanda uma
argumento da impossibilidade técnica de análise sobre a sua inclusão pelo provedor,
monitoramento prévio. Em um primeiro pois ainda que a criação do conteúdo não
momento, essa espécie de provedor não pode provenha dele, o mesmo não se pode dizer
ser responsabilizada pelos atos de seus da opção por sua divulgação. Dessa forma,
usuários, entretanto, após tomar os provedores de informações respondem
conhecimento da ocorrência da infração solidariamente pelo conteúdo ofensivo
deverá tomar as providências necessárias para divulgado em seu site, conjuntamente com o
cessar tal ato, sob pena de responder pela autor do conteúdo.
infração solidariamente com o usuário.

8
adote esta página

adote
A renda deste anúncio é integralmente revertida para o projeto Magê Malien - Crianças que brilham.
Anunciando aqui, a FÁBRICA DIGITAL contribuiu com o Magê Malien, projeto social que
esta
possibilita a crianças de comunidades carentes, o acesso à educação, arte e cultura,
página
através da prática da capoeira, dança e oficinas de teatro.
Faça como a FÁBRICA DIGITAL, anuncie nesta página e ajude a manter o brilho dessas crianças. !
Informações: tel. 21 2253-0596/e-mail publicidade@arteccom.com.br

Para conhecer o projeto Magê-Malien, visite o site www.arteccom.com.br/magemalien.


99
clipping

Sites do governo serão Internauta faz leilão


adaptados para usuários para transformar testa
com necessidades em outdoor
especiais Um americano está vendendo espaço

Até o final de 2005, todos os sites e portais publicitário em sua testa para quem pagar mais

do governo terão de ser construídos ou no site de leilões eBay. Andrew Fisher, 20, que

adaptados para pessoas com necessidades mora na cidade americana de Omaha, disse

especiais —com problemas de visão e que vai manter uma marca ou um logotipo

audição, por exemplo. tatuado na testa por 30 dias. “Eu estou vendendo

O documento com o modelo de algo que já possuo. Depois de 30 dias, eu o terei de

acessibilidade, desenvolvido pela secretaria volta”, disse Fisher à “BBC”. A sua página no eBay

de logística e tecnologia da informação do recebeu 68 lances até agora, e o mais alto é de US$

Ministério do Planejamento, está disponível 820. “O vencedor poderá me enviar uma tatuagem ou

para consulta no site do Governo Eletrônico. me mandar a um local onde eu possa obter uma

A elaboração dessas recomendações tem como tatuagem temporária na testa e pode ser algo que eles escolham, o nome de uma

objetivo padronizar e facilitar a implementação empresa ou um endereço eletrônico, talvez seu logotipo”, afirmou Fisher.

do projeto de acessibilidade. Com ele, diz um O internauta disse que aceita qualquer marca ou logotipo, mas “não andaria por aí

comunicado da secretaria, também será com uma suástica ou qualquer coisa racista”. “Eu não aceitaria usar o 666, a marca da

possível desenvolver um plano coerente com as besta. Não promoveria nada socialmente inaceitável como websites ou lojas com

necessidades brasileiras e em conformidade com conteúdo sexual”, comentou. O americano declarou que usará o dinheiro para pagar

os padrões internacionais. seu curso universitário. Fisher quer estudar design.


(02)
O documento está sendo desenvolvido em
parceria com a ONG Acessibilidade Brasil.
(01)
Casal romeno batiza filho de
Yahoo
MX STUDIO
O casal Nonu e Cornelia Dragon, da Transilvânia, na Romênia,
Quer conhecer um site com dicas, tutoriais, informações,
conheceram-se online, através do Messenger do Yahoo. Depois
artigos e novidades  sobre as ferramentas Macromedia? visite
de alguns meses de namoro, casaram-se.
www.mxstudio.com.br .
Ao primeiro filho, que nasceu no Natal passado, deram o nome
“Considerado como referência para profissionais de web no
de Lucian Yahoo, como agradecimento ao popular portal da
Brasil, o MXSTUDIO foi criado há um ano para atrair usuários
Web, por tê-los unido. Mas, por incrível que possa parecer,
que bu scavam con h eci mentos e  técni cas sobre web e vem
Lucian não é a pessoa mais importante na vida da mãe.
possibilitando o compartilhamento de informações,  através
“Primeiro vem meu pai, depois a internet”, ela declarou ao
de colaborações de usuários e de parceiros, que enviam 
jornal Daily Libertatea.
material  didático, informações úteis  ou postam mensagens 
no fórum de discussão.
Os cri a d ores d o s i t e, Ju lian o Hau ssen , F elipe Mac en a, M ár cio
Volpi, Marcelo Rodrigues e seus excelentes colunistas, se
empenham para levar aos cadastrados, informações úteis,
tutoriais profissionais, promoções com  sorteio de cursos
certificados pela  Macromedia,
planos de hospedagens, ingressos, convites para eventos,
material didático e muito mais.
Faça parte desta comunidade e fique por dentro do mundo das
ferramentas Web.

(03)

10
clipping
Governo identifica hacker que E-mail com pedido de ajuda às
ligou a biografia de Lula a vítimas da tsunami contém vírus
palavras ofensivas Um e-mail com pedido de ajuda às vítimas do maremoto que atingiu a
Ásia contém o vírus VBSun.A. A praga tem como objetivo controlar o
O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da maior número possível de micros para promover, contra um site alemão,
República identificou um hacker que incluiu a página da biografia do um ataque DDOS (distributed denial of service) —assim, a página sairia
presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o primeiro resultado numa do ar porque receberia mais acessos do que a sua capacidade suporta.
pesquisa com as palavras “”déspota cachaceiro” no site de busca O código malicioso chega à maquina do usuário com o título “Tsunami
Google —o maior da internet no mundo. Donation! Please help!”, e pede ajuda às vítimas das ondas gigantes que
Meses atrás, após ter detectado a atingiram a Ásia em dezembro.
coincidência das informações, a A mensagem convida o usuário a abrir um anexo com informações sobre
Secom (Secretaria de Comunicação como é possível colaborar. Quando o internauta clica no documento, o
de Governo e Gestão Estratégica) vírus infecta a máquina, procurando outros endereços eletrônicos para
questionou a empresa Google sobre onde possa ser enviado e tentando acessar o site alemão, como parte do
o tema. Na ocasião, segundo a ataque DDOS.
Secom, a empresa informou que a O VBSun.A não é a primeira praga que tenta obter vantagens com a
relação entre a página com a tragédia na Ásia. O Geven.B espalhou-se pela web no início do mês,
biografia do presidente e o conjunto com uma mensagem de que “as ondas eram uma vingança divina contra
de palavras no mecanismo de busca as pessoas que se comportavam mal na Terra”. (05)
do site teria sido montada por um hacker.
Diante disso, a Secom contatou o GSI, que, com o auxílio da Abin
(Agência Brasileira de Inteligência), conseguiu identificar o hacker Canadenses vão voar como os
responsável. Sua identidade, no entanto, não foi divulgada. (04)
pássaros
Em abril de 2005, um grupo de pesquisadores canadenses

ENG lança extensão de tecnologia para tentará realizar um sonho alentado há séculos por cientistas e
por personagens mitológicos, como Ícaro: voar como um
Flash MX 2004 gerar aplicações pássaro. Para isso, James DeLaurier, professor da Universidade
multimídia de Toronto, ajudado por seus alunos, construiu um ornitóptero,
ENG DTP & Multimídia lança neste mês uma aplicação de extensão aeronave que se locomove ao bater de suas asas.
baseada na tecnologia Macromedia Flash MX 2004 capaz de gerar “Os aviões comuns são movidos através de um motor e sua
aplicações que rodam em CD-ROM e que acessam bancos de dados decolagem se dá por meio de asas fixas. Já os ornitópteros
relacionais para serem usadas em apresentações multimídia com funcionam como um pássaro: o motor gera o batimento das
finalidade comerciais, de marketing, recursos humanos, vendas e outras asas que, por sua vez, criam as condições necessárias para
tarefas de divulgação de conteúdo. O ENG Flash-ROM é uma solução voar”, ele explica.
completa de software e seu licenciamento inclui treinamento de dois dias DeLaurier começou a moldar seu sonho, construindo pequenos
para usuários com conhecimentos intermediários da tecnologia Flash MX ornitópteros com madeira de balsa. Em 1991, ele criou um
2004. O preço sugerido é de R$ 3.000,00 e não estabelece limite no protótipo motorizado, com comando à distância, e o fez
número de projetos ou CD-ROM que podem ser gerados com a extensão. levantar vôo. A Federação Internacional de Aeronáutica
Como parte do pacote de licenciamento, a ENG oferece treinamento com reconheceu oficialmente a façanha. O professor, entretanto,
as primeiras turmas já previstas para os dias 17 de janeiro em São Paulo não pretende que seu atual
e no dia 24 em Curitiba. Mais informações: http://www.eng.com.br ornitóptero altere o futuro da
aviação comercial.
“Minha
intenção é
(01) http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u17780.shtml
somente
(02) http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u38617.shtml
proporcionar um
(03) http://www.estadao.com.br/tecnologia/internet/2005/jan/13/38.htm
(04) http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u17804.shtml belo espetáculo
(05) http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u17840.shtml aéreo”, ele diz.
(06) http://www.estadao.com.br/tecnologia/informatica/2004/dez/07/35.htm
(06)

11
portfólio veterano :: Tribo

Sinais de fumaça de uma


Tribo sem fronteiras
Por Vanessa Barbosa

A Tribo foi fundada há oito anos por três profissionais da da Interwell, núcleo interativo da Z+G Grey, e havia participa-
propaganda, que perceberam na época o fascínio que todos do de alguns projetos importantes em Toronto, pela Lasso
tinham pela visão tecnológica da internet, deixando de lado Communications Inc. e a Grey Interactive Canada”, conta.
alguns conceitos básicos de interação com o usuário. Assim, A Tribo Interactive pesquisa e desenvolve soluções que
ao contrário das tendências predominantes, eles viram a rede vão de programas de relacionamento à produção de games
como o canal ideal para desenvolver uma comunicação como ferramenta de marketing, passando por sites, portais,
dirigida, persuasiva e envolvente. intranets e projetos de e-learning. Segundo Roger, o objetivo
Roger Rocha, diretor de criação da Tribo, é graduado em da agência é sempre mapear oportunidades para os clientes
Comunicação Social pela Escola Superior de Propaganda e ampliarem a atuação em função de seus objetivos. “Nossa ex-
Marketing (ESPM) e trabalhou na Z+G Grey, atual Grey Brasil, periência anterior e a colaboração de alguns profissio-
por quase seis anos, criando campanhas para clientes como nais-chave nos permite uma certa flexibilidade para fazer
Mercedes-Benz, Penalty, Gatorade e Danone. “Saí da agência a melhor interface com os clientes, com agências de pro-
para estudar cinema na Escuela Internacional de Cine y TV, em paganda e parceiros que atuem nas áreas de promoção e
Cuba. Voltei e ingressei na Oficina de Teledramaturgia da Glo- eventos, marketing direto e data intelligence”, afirma o
bo. Estava em busca de algo que me permitisse aplicar todas diretor de criação.
essas diferentes experiências e a web é campo vasto para
isso”, explica.
No final de 1998, ele e dois amigos, Raul Orfão e
Luciano Zuffo, também vindos da pu-
blicidade, criaram a Tribo
Interactive. “O Raul
já estava envolvido
com projetos para a
internet, pois era
diretor de
criação

12
portfólio veterano :: Tribo
vista da comunicação. Sempre procuro agregar à
equipe dois ou três profissionais com algum tipo de expe-
riência prévia em propaganda, mesmo que seja uma rápi-
da passagem por agências, pois eles estão mais prepara-
dos para discutir a adequação das mensagens em função
da estratégia do cliente e de diferentes perfis do público”,
explica Roger.

De olho na comunicação integrada e na convergência Para ele, essa adequação faz com que um projeto

de meios, a Tribo inaugurou a Benjamin, produtora de ganhe relevância para a empresa e, ao mesmo tempo,

motion design, cuja direção de criação está a cargo de Luiz para o público a que se destina. “Muitas vezes, encontrar

Evandro, sócio da agência, que veio também da propaganda. o ponto de convergência de tantas necessidades e ex-

Nos mínimos detalhes... pectativas não é tarefa das mais simples para os

A Tribo possui uma equipe com 38 pessoas, divididas designers”, afirma.

nos núcleos de Criação, Tecnologia, Geração de Conteúdo, De acordo com o diretor, desde a criação da agência,

Planejamento e Atendimento. Na Criação há nove sua equipe sempre foi muito minuciosa em todas as fases

profissionais: dois diretores de arte, três designers, três dos projetos que desenvolve: da estratégia à entrega e na

assistentes de arte e um redator, que cuida de campanhas e


hotsites. Na Geração de Conteúdo, quatro pessoas atuam
nos projetos com foco editorial.
A diversidade de profissionais na equipe tem uma ra-
zão. “Minha experiência diária lidando com os designers
mostra que nem sempre o talento gráfico e o apuro esté-
tico garantem
um bom re-
sultado do
ponto de

www.tribointeractive.com.br

13
portfólio veterano :: Tribo

proposição de novas ações. Outro fator de sucesso da Tribo Por falar em inovação, o diretor de criação busca inspiração
está na preocupação em cumprir os prazos estabelecidos. em tudo e explica que o profissional precisa estar predisposto
“Como sempre entregamos o que prometemos, fomos ganhan- para desenvolver uma boa idéia quando ela aparece. “A inspiração
do espaço com alguns clientes que passamos a atender de for- só entra em cena quando você já decupou o problema,
ma mais regular, conquistando suas contas”, desta- fez sua pesquisa, começou a transformar informa-
ca Roger. ção em conhecimento, alinhou os objetivos.
A agência já desenvolveu proje- Com metodologia, você não fica na de-
tos para Johnson & Johnson, pendência da inspiração. Na verda-
Nestlé, Associação Brasileira de de, você cria as condições para
Anunciantes (ABA), Roche, que ela pinte na hora certa e
Pfizer, SESC São Paulo e Grupo faça a diferença.”
Suzano. Assim, Roger acredita que
O sucesso está os profissionais de web devem
nos clientes buscar informação e ter conhe-
De acordo com Roger, o cimento de tudo um pouco.
grau e o teor do envolvimento “Ser versátil é importante
que se dá entre a empresa e quando se leva em conta as
seus clientes determinam o diferentes disciplinas que um trabalho
sucesso dos trabalhos. Por envolve e os diversos projetos possíveis
isso, a agência tem como me- no meio digital. Isso permite ver o proble-
tas transformar jobs em ma por outros ângulos e oferecer soluções
contas e restringir a carteira a dez clientes, variadas.” Porém ele alerta ser fundamen-
para que estes sejam atendidos da forma tal a participação de especialistas em cada
mais abrangente possível, de acordo com as fase de um projeto.
evoluções tecnológicas e das formas de co- Pesquisar sempre
municação. Mais do que desenvolver projetos experimentais,
E para manter o bom relacionamento Roger acredita que é preciso trazer novas experiênci-
com os contratantes, Roger destaca a necessidade as para os projetos do dia-a-dia e produzir inovação
de um item muito importante: a confiança. “É preci- com pertinência. “Estimulo a equipe a pesquisar e pro-
so mergulhar na cultura do cliente, conhecer seu por soluções inusitadas. Quando aparece um recurso
negócio e, ainda assim, manter uma visão indepen- técnico novo ou uma idéia desafiadora, passamos para
dente, que permita contornar problemas e propor o segundo estágio: descobrir em que tipo de projeto e
soluções consistentes e inovadoras.” para qual cliente podemos aplicar o que aprendemos.”

14
Selo Peixe Grande
“Com metodologia, você não fica na

dependência da inspiração, você cria

as condições para que ela pinte na

hora certa e faça a diferença”

Atualmente, o diretor de criação tem pesquisado sobre


narrativas interativas e suas aplicações práticas. Além disso,
um núcleo dentro da equipe faz um estudo sobre hardware e
software para integrar o Flash com sensores externos. “Que-
remos que a interatividade vá além dos monitores convencio-
nais”, explica.
Segundo Roger, o diferencial do trabalho desenvolvido
pela agência está na forma de pensar. “Sempre procuramos nos
envolver com o negócio do cliente em vez de manter o foco
apenas no job.” Para ele, isso abre perspectivas de atuação
mais abrangentes, pois toda criação está associada ao
cumprimento dos objetivos. “É a noção de compromisso com o
cliente, e com os clientes dos clientes, em última instância, que
molda as soluções criadas para que sejam consistentes em rela-
ção às iniciativas da empresa. É por essa forma de pensar que a
Tribo Interactive não é um estúdio, nem uma produtora. É uma
agência que leva adiante os mais diferentes projetos”, conclui.

15
15
portfólio veterano :: Tribo

Alguns projetos da Tribo Interactive:

Johnson & Johnson


“O portal ajuda a companhia a se relacionar com dife-
rentes públicos, de consumidores finais e profissionais de
saúde a parceiros de negócios. Foi desenvolvido há três
anos e vem sendo gerido pela equipe, em estreita parceria
com o cliente. Delineamos a estratégia, criamos o projeto
gráfico, geramos conteúdo editorial para as atualizações
diárias, propomos soluções tecnológicas e novas aborda-
gens para atrair e fidelizar públicos-alvos distintos. No dia-
a-dia, é uma oportunidade de sugerir e implementar ações,
conferir a aceitação dos usuários, aprender com isso e
manter o processo de forma contínua.” www.jnjbrasil.com.br

Mais Divertido Nestlé


“O portal Mais Divertido Nestlé é um projeto sério
nos propósitos e objetivos, mas, como o nome sugere,
muito divertido de tocar. O site agrega todas as marcas
da companhia voltadas ao público infantil que, ao contrá-
rio do que muita gente pensa, é extremamente crítico e
seletivo. Basta pensar nas opções de lazer e diversão
disponíveis para a criançada para perceber que manter
esse público entretido e envolvido é tarefa, no mínimo,
desafiadora. Para isso, usamos os brand symbols, perso-
nagens que representam cada marca, para promover
uma interação positiva por meio de centenas de jogos,
www.nestle.com.br/maisdivertido/site/home
atividades, desenhos animados, e-cards e álbuns de
figurinhas virtuais que compõem o portal.”

16
portfólio veterano :: Tribo
Nescau N-power
“Ainda para a Nestlé, acabamos de lançar o site
Nescau N-power, calcado em esportes radicais e no ofere-
cimento de conteúdo quase que exclusivamente em vídeo
para os ‘tweens’ (abreviação usada para designar os pré-
adolescentes, aqueles que estão em uma idade ‘in-
between’, que ainda não são ‘teens’): um público que valo-
riza marcas que não impõem o que deve fazer, mas se mos-
tram antenadas com aquilo que ele mais curte.”

www.nestle.com.br/nescau

Procure sua Turma


“O projeto Procure sua Turma, desenvolvido para o
SESC São Paulo, permite que os cadastrados formem e ad-
ministrem grupos para práticas esportivas englobadas pe-
las inúmeras modalidades disponíveis no site. A iniciativa
estimula a prática de atividades físicas como fator de soci-
alização no contexto urbano. É muito legal poder contribuir
para um projeto que não tem por base uma estratégia de
marketing para a promoção de um produto ou serviço, mas
que procura dispor meios para que o público possa formar
e coordenar comunidades com interesses afins.” www.sescsp.org.br/sesc/procuresuaturma

17
portfólio calouro :: Gabriel de Oliveira

Anjo criativo Por Bete Veiga

Gabriel Luis de Oliveira, gaúcho de São Leopoldo, há dois anos cursa Publicidade e Propaganda,
mas há pelo menos oito já está na vida de freelancer. Com quase 24 anos, já atuou em projetos

científicos na área de mecânica e biologia, teve uma empresa de web (AlphaDream Design),
trabalhou com produção de vídeo e fez curso técnico em eletrônica.

Bom conhecedor das venturas e desventuras de se trabalhar por conta “Sem conceito, qualquer peça
própria, Gabriel aponta como desvantagens falta de tempo para se aprofundar no
gráfica se torna vazia”
processo criativo e escassez de reuniões para tratar de briefing e avaliações.
Como vantagens cita a possibilidade de exercitar flexibilidade e criatividade, além
de compensações como autonomia e remuneração. “Você é quem gerencia o
tempo. Tem liberdade de criar e defender sua própria obra. E a remuneração, às
vezes, é tão interessante quanto a de um emprego fixo”, explica.
Atualmente, ele calcula reunir cerca de 50 clientes em seu portfólio, como
Capa Engenharia, Clínica Arthemysa, MSI e Bodhidharma (os mais recentes).
Curiosa e humoradamente, procura classificá-los por época e perfil: “clientes
dinossauros – foram apresentados à internet uma única vez e, depois de cinco http://www.capa.com.br

anos, ainda sustentam seus sites como grandes fortalezas que nem eles
mesmos conhecem; clientes mutantes – conseguem mudar completamente o
site de mexida em mexida, transformando-o em uma grande colcha de retalhos;
clientes artistas – só lhe contratam para comandar o mouse para você; clientes
modernos – querem mudar completamente o site a cada nova temporada”.
Com premiações do goldenwebawards.com, www.finestzone.com e
www.visualdesigner.net, sua meta agora é conquistar o FWA –
www.favouritewebsiteawards.com. Para ele, a palavra-chave do design é
http://www.capa.com.br
“conceito”. “O design é conseqüência de um conceito bem elaborado. Sem ele,
qualquer peça gráfica se torna vazia”, teoriza.
“Um filósofo incansável na busca dos maiores mistérios da vida”, assim
nosso calouro se auto-define no âmbito pessoal. Já no profissional, se vê como
um artista sempre à procura da maneira mais criativa e inovadora de resolver
problemas. “Estou sempre atrás de novos desafios, minha vida é uma constante
mudança. A longo prazo, espero poder aprender muito com ela e não
desperdiçar nenhuma oportunidade”, finaliza.
http://www.capa.com.br

O site de Gabriel de Oliveira é <www.gabrieloliveira.com.br> e o email para contato, <gabriel.luis@gmail.com>.


18 Para participar da seção portfólio, cadastre-se no site www.arteccom.com.br/webdesign.
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entrevista :: Eduardo Rangel

Quanto
vale seu
trabalho?
Por André Philippe Iunes

Tempo é dinheiro e vice-versa. Entretanto, como é


possível cotar o real valor que um produto online demanda em
horas trabalhadas? Na web, saber orçar é de longe uma tarefa
simples e alguns profissionais pecam por desmerecer atenção a
essa etapa inicial de produção. Com passagem pelo Cadê? e
produtoras consagradas como a Agência Click, em que foi
diretor de arte de 2000 a 2003, o designer Eduardo Rangel
revela, em entrevista à Webdesign, algumas dicas importantes
para conquistar o cliente ainda na fase orçamentária. Com
projetos realizados para a Oi, Petrobras Tcom, White Martins,
BrasilTelecom, entre outros, Eduardo explica como agregar
valor à hora de produção e destaca que nem sempre o maior
retorno em um trabalho é o financeiro. Sendo assim, antes de
definir seus preços no mercado, compartilhe de sua experiência
e aprenda um pouco mais sobre como desenvolver suas
propostas, garantindo transparência e uma boa relação com
quem contrata seus serviços.

20
Entrevista :: Eduardo Rangel
Controlando o seu tempo com o Time Sheet X
Wd :: Como uma agência, ou profissional liberal, pode se
Eduardo demonstra como funciona o “time sheet” e exemplifica
balizar para criar orçamentos mais justos? Existe algu-
como o profissional deve anotar o tempo gasto em cada etapa de
ma espécie de tabela de preços específica para o meio um projeto pelos dias da semana.
online? :: Segunda-feira
9h às 13h - etapa de criação, desenvolvimento de layouts
Eduardo :: Infelizmente, nunca ouvi falar da existência de
13h às 14h - almoço
uma tabela de preços específica para o meio online. No 14h às 18h - etapa de criação, desenvolvimento de layouts
início da internet, muitos cobravam o valor de um site, por :: Terça-feira
9h às 13h - etapa de criação, desenvolvimento de layouts
exemplo, de acordo com o número de arquivos html. Esse
13h às 14h - almoço
modelo é totalmente arriscado, pois uma página pode variar 14h às 18h - etapa de produção, transformando o layout do
desde algo muito simples, com pouco texto, poucas figuras arquivo PSD em HTML
:: Quarta-feira
etc., até animações bem elaboradas, com níveis avançados
9h às 13h - etapa de produção, transformando o layout do
de programação. arquivo PSD em HTML
É preferível trabalhar com estimativas de horas. No meu caso, 13h às 14h - almoço
14h às 18h - etapa de produção, transformando o layout do
quando um cliente me passa um briefing do projeto, faço um
arquivo PSD em HTML
cálculo estimado da quantidade de horas que vou gastar para :: Quinta-feira
desenvolver este trabalho. Assim, cada projeto tem um valor 9h às 13h - etapa de produção, transformando o layout do
arquivo PSD emHTML
diferente do outro, dependendo da complexidade do mesmo.
13h às 14h - almoço
Quanto mais complexo, mais horas serão necessárias e 14h às 18h - etapa de produção, transformando o layout do
conseqüentemente os custos para o cliente serão maiores. É arquivo PSD em HTML
:: Sexta-feira
claro que para um designer em início de carreira isso pode ser
9h às 13h - etapa de produção, transformando o layout do
uma história complicada, pois ele poderá ter dificuldades para arquivo PSD em HTML
saber quantas horas levaria para desenvolver um projeto, 13h às 14h - almoço
14h às 17h - etapa de produção, transformando o layout do
correndo o risco de cobrar muito barato ou muito caro
arquivo PSD em HTML
para a realização do mesmo. 17h às 18h - Ajustes finais
Aprendi uma estratégia interessante de trabalho quando esti- Conclusão
Por meio do “time sheet” foi possível observar que o projeto
ve na Agência Click. Chama-se “time sheet”, ou seja, você
requisitou na semana:
anota a quantidade de horas utilizadas para cada etapa do :: 12h para criação
projeto, a cada dia da semana. Na medida em que o designer :: 28h para produção
:: 4h para ajustes finais
desenvolve outros trabalhos, o “time sheet” permitirá um con-
trole da quantidade de tempo demandada durante todo o de-
senvolvimento do trabalho. No futuro, com a experiência e o
controle adquiridos por meio dessa metodologia, o designer
terá uma noção melhor sobre o tempo necessário para criar
um layout, transformar a sua idéia em HTML, flash etc,
fazendo estimativas acertadas e com poucas margens de erro.
Wd :: Quais são as formas mais eficientes para se criar
um orçamento? Que estratégias ajudam a minimizar os
erros e possíveis prejuízos?

21
21
entrevista :: Eduardo Rangel

Eduardo :: O primeiro passo é analisar o briefing do projeto e, em Para tornar as propostas mais amarradas, procuro sempre espe-
seguida, desenvolver o fluxograma do site, ou seja, a árvore de na- cificar no orçamento que qualquer tipo de alteração será cobrada
vegação com todas as páginas. Isso permite que o cliente visualize à parte e que o projeto só terá início a partir do momento em que
as seções e sub-seções do seu site, tendo uma idéia da dimensão do todo o fluxograma for aprovado. Caso o cliente venha a mexer na
mesmo, bem como a quantidade árvore de navegação após o início do projeto, os valores para o
de páginas, que tipo de desenvolvimento também serão revistos. E tudo que é
tecnologia cada uma vai utilizar, solicitado pelo cliente deve estar sempre documentado,
nome dos links etc. O cliente, in- geralmente por e-mail, desde a aprovação do orçamento
clusive, passa a enxergar o seu ou qualquer pedido relacionado ao produto. Também é
site nessa etapa, sugerindo mui- válido fazer um cronograma. O designer se comprome-
tas vezes a mudança da ordem de te a desenvolver o projeto em um determinado perí-
algumas páginas ou mudança de odo de tempo e o cliente compromete-se a entregar
nomes nas seções. Também não o material para o site dentro deste período.
são raros os casos em que o cliente Continuo acreditando que o modelo mais fácil é o de
apresenta o briefing junto com uma estimativa de horas. Como disse anterior-
idéia pré-estruturada do fluxograma mente, o profissional, com a prática,
das páginas. acaba adquirindo a capacidade
A partir do fluxograma, é possível de prever mais ou menos o tempo
trabalhar a estimativa do cálculo de necessário para a criação de uma
horas, considerando o número de pá- peça publicitária, uma campanha,
ginas da árvore de navegação do site um site etc. Isto parte do conhe-
e o grau de complexidade para cada cimento de que o profissional
uma dessas páginas. No meu caso específico, por exemplo, deve ter de si mesmo, levando em
eu prefiro participar de uma primeira reunião apenas para receber consideração o tempo que ele nor-
um briefing do cliente e conversar sobre as suas expectativas em malmente leva para criar e desenvol-
relação ao trabalho. Neste dia eu não comento nada sobre preços, ver um trabalho, bem como o tratamento de imagens e pro-
por mais que o cliente faça uma certa pressão, a resposta é sempre gramação. 
a mesma: “vou analisar o seu material e marcamos uma nova reu- O designer estima o tempo que ele vai levar para
nião para discutirmos os valores”. trabalhar um produto, e cobra de acordo com o seu valor/
hora multiplicado pelo tempo para o desenvolvimento da
campanha. Às vezes, o profissional ultrapassará um pouco
“tudo que é solicitado pelo cliente deve este tempo, ou conseguirá terminar o trabalho com menos
horas do que as determinadas pelo orçamento, mas, por ex-
estar sempre documentado, geralmente
periência própria, esta diferença nunca é muito grande e
por e-mail, desde a aprovação do não causa prejuízos para ambas as partes.
Wd :: Pela sua experiência, o que deve ser levado em con-
orçamento ou qualquer pedido
sideração para avaliar se vale à pena aceitar um determi-
relacionado ao produto” nado trabalho?

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22
entrevista :: Eduardo Rangel
“É preciso saber ouvir o
Wd :: Dependendo do cliente, um mesmo trabalho pode ter
cliente, mostrar os melhores caminhos valores diferentes? Como saber quando cobrar mais e quan-
do cobrar menos para que não se perca o trabalho nem o
para serem seguidos e, principalmente,
cliente?
defender muito bem o seu projeto, Eduardo :: Acho que se deve cobrar sempre o mesmo valor, inde-
pendente do cliente ter muito dinheiro ou não. Na minha visão, é
conceituar e explicar o motivo de
antiético cobrar um valor “x” para uma empresa e um valor “y”
utilizar cada elemento da tela, cada para outra, só porque uma tem mais dinheiro e a outra não. Já
tive casos de o cliente me falar que não possuía muita verba dis-
desenho, cada cor etc.”
ponível para o desenvolvimento do trabalho, e nessas horas é
possível negociar um desconto. Quando faço isso, eu sempre in-
Eduardo :: Procuro realizar trabalhos que possam proporcionar dico no orçamento o valor por hora e explico o motivo de estar
algum nível de satisfação, e não somente financeira. Prefiro pro- oferecendo um desconto. Manter a coerência no preço cobrado e
jetos desafiadores, que exijam um certo grau de dificuldade, em a transparência com todos os clientes é, na minha opinião, a me-
que precisarei aprender alguma coisa nova para o desenvolvi- lhor forma de se trabalhar.
mento do trabalho. Também tem que ser fácil lidar com o cliente, Como disse anteriormente, não se deve trabalhar pensando ape-
não adianta trabalhar para alguém que não concorda com nenhu- nas no retorno financeiro, mas na satisfação que a realização de
ma idéia e quer apenas contratar um profissional para manusear um projeto pode dar. Isso não significa que o designer tenha que
softwares de edição de texto ou imagens. Acho fundamental a cobrar pouco pelo seu trabalho. Justamente o contrário, tem que se
liberdade de criação, a possibilidade de tentar implementar algo valorizar, mas não basta ser justo apenas com ele mesmo, tem que
novo e criativo. ser com todos os clientes também.
O profissional de webdesign está sendo contratado para criar Wd :: Como competir com as agências, ou freelancers, que
soluções, mas não pode adotar uma postura de dono da fazem preços muito abaixo do mercado?
verdade. É preciso saber ouvir o cliente, mostrar os melhores Eduardo :: Essa é uma situação bem delicada. Outro dia, um an-
caminhos para serem seguidos e, principalmente, defender tigo cliente entrou em contato comigo dizendo que uma agência
muito bem o seu projeto, conceituar e explicar o motivo de uti- estava oferecendo um valor para fazer a manutenção do site que
lizar cada elemento da tela, cada desenho, cada cor eu desenvolvi para ele. Na ocasião, ele queria saber se eu pode-
etc. Além disso, acho interessante ria fazer este serviço pelo mesmo valor, pois nós já
quando é possível desenvolver um tra- tínhamos estabelecido uma relação de confiança. No
balho em esquema de parceria com o entanto, a tal agência estava co-
cliente, sabendo que um projeto que brando R$ 50,00 para cuidar do
está sendo realizado hoje poderá site, e meu antigo cliente me pa-
render bons frutos no garia o mesmo todo mês, para
futuro, criando no- fazer todas as atualizações
vas oportunida- necessárias, incluindo
des de traba- edição de textos, trata-
lho. mento de imagens etc.

23
23
entrevista :: Eduardo Rangel

Fico triste em saber que agências assim acabam denegrindo o Eduardo :: Acho que este caso se encaixa perfeitamente na es-
valor do nosso trabalho. timativa de horas mencionada no início. É possível calcular todos
Sendo assim, infelizmente é muito difícil competir com as produto- os seus gastos fixos como luz, telefone, aluguel da sala, funcio-
ras ou freelancers que fazem preços muito abaixo do mercado. nários etc. Em seguida, o valor do projeto é cobrado de acordo
Para nós, profissionais do design, que procuramos valorizar o com a complexidade do mesmo e pela quantidade de horas para o
nosso trabalho, a única solução que resta é oferecer um diferen- seu desenvolvimento. Contudo, é claro que se uma agência já
cial por meio da qualidade do serviço e pelo bom atendimento. Ou tem um certo nome no mercado, talvez um cliente pequeno
seja, um trabalho personalizado e bem conceituado, além da en- não seja capaz de arcar nem com os custos fixos do projeto.
trega do produto sempre no prazo. Para o cliente, provavelmen- Mas não é só o cliente que escolhe a agência, o contratado
te fica uma grande lição: o barato sai caro na maioria das vezes, também escolhe o trabalho que quer desenvolver. Tem que ser
e ele vai acabar se conscientizando que para ter uma presença interessante para ambos os lados. Não adianta fazer um
forte na web não adianta apelar para um baixo custo, pois o re- trabalho e ganhar pouco, ou o cliente pagar muito por quase
sultado geralmente não é bom. nada de qualidade e bom atendimento.
Wd :: Quando uma agência perde um cliente devido a um
orçamento alto, por exemplo, como é possível fazer para
“Manter a coerência no preço cobrado e a reconquistá-lo no futuro?
Eduardo :: A grande questão é nunca perder o cliente de vista.
transparência com todos os clientes é,
Deve-se manter uma relação com ele, dar um jeito de lembrar
na minha opinião, a melhor forma de que sempre será possível contar com o trabalho do
designer novamente no futuro, e, principalmente, mostrar quais
se trabalhar.”
os tipos de vantagens poderão ser oferecidas, caso o cliente re-
solva voltar para a antiga parceria. Sempre é possível negociar
Wd :: Quanto mais conceituada e especializada for uma alguma coisa. Caso o valor do projeto acabe ficando muito
agência, talvez mais caros sejam os orçamentos que abaixo do que seria interessante pra mim, prefiro não desen-
ela fornece. Sendo assim, como criar um custo-benefí- volver o trabalho. 
cio que atenda a todas as faixas do mercado: do cliente É sempre bom enviar um email para o cliente, ou dar um
grande ao pequeno? telefonema, lembrando que um dia ele poderá contar novamente

Saiba o valor da sua hora de trabalho


Eduardo explica que costuma adotar a tabela da Associação dos Designers Gráficos (ADG) de 1998, que determina os seguintes valores:

- Designer Coordenador, formado há mais de sete anos e com experiência na coordenação de diversos projetos > R$ 150,00/hora
- Designer Sênior, formado entre cinco e sete anos e com boa experiência na execução de projetos > R$ 80,00
- Designer Pleno, formado entre três e cinco anos e com experiência na execução de projetos > R$ 50,00
- Designer Júnior, com até três anos de formação e alguma experiência na execução de projetos > R$ 25,00

* Esses valores constam do livro “O Valor do Design” da Associação dos Designers Gráficos (ADG). Mais informações www.adg.org.br.

24
24
remando
entrevista :: aEduardo Rangel
favor da maré
com qualquer tipo de serviço. É importante tentar transformar a trabalho no prazo. Importante agir com muita transparência, in-
relação comercial em algo cordial. É essencial mostrar que o formando tudo o que é possível ser realizado ou não, tanto pelo

portfólio:
designer não busca apenas obter lucro, mas que ele também vê o aspecto da tecnologia quanto pela verba disponível para o desen-
cliente como um parceiro, capaz de proporcionar crescimento volvimento do trabalho. Gosto de vender a idéia da usabilidade
profissional por meio do desenvolvimento de novos projetos em nos meus projetos, explicando que é preciso desenvolver um
conjunto, e indicações a partir de ambos os lados. produto centrado no público-alvo e acessível para todos os usu-
Wd :: Com relação a uma concorrência, independente do ários, aumentando a chance de conquistar novos mercados.
preço, como é possível tornar uma proposta mais atra- Wd :: Com relação à manutenção e atualização de um de-
ente ao olhar do cliente? Existem certos tipos de servi- terminado produto online, seja um site ou peça publicitá-
ços ou vantagens inclusos em um orçamento que podem ria, qual a melhor maneira de criar um contrato de serviço?
fazer a diferença? Eduardo :: É comum estabelecer um contrato de acordo com a
Eduardo :: Acho que a qualidade do trabalho e a entrega quantidade de horas.
do projeto no prazo estabelecido são os elementos diferenciais Estipula-se um valor de “x” horas, que dá direito ao tratamento
na hora de seduzir o cliente. Muitas agências adotam o modelo de de um certo número de imagens, edição de textos HTML, criação
“exclusividade”, ou seja, criam equipes específicas para atender e de pequenas campanhas em flash, por exemplo. Após três me-
apenas a conta de um determinado cliente. O potencial da em- ses, esse valor pode ser revisto, onde o designer e o cliente ana-
presa para criar soluções também é um atrativo, e muitos clientes lisarão se a manutenção está exigindo a mais do que o valor con-
já buscam uma determinada agência com base nos resultados tratado ou se o cliente está pagando muito por um serviço simples
desenvolvidos em trabalhos anteriores, obtenção de prêmios e rápido de ser feito. Dependendo do resultado, o contrato pode-
etc. Pode acontecer também de um cliente querer contratar rá ser revisto, caso uma das partes não esteja satisfeita.
uma agência com a condição de que ela não atenda as suas Uma outra maneira, que na minha opinião é mais justa, é por meio
empresas concorrentes. de um contrato por “job”. Ou seja, é feito um orçamento para
Já tive a oportunidade de ver que este também foi um fator deci- cada trabalho solicitado. Assim, o designer poderá levar em con-
sivo na hora de decidir um negócio. sideração a complexidade de cada pedido do cliente para a manu-
No caso dos designers freelancers, as dicas são bem parecidas. tenção do seu site, ou para o desenvolvimento de uma campanha
Qualidade no serviço, atendimento personalizado e entrega do específica, e cobrar de acordo com o que está sendo pedido.

a!
p erc
Não Ainda está na dúvida? Veja tabela referencial de
valores de sites em www.arteccom.com.br/webdesign

25
25
quanto e como cobrar, eis a questão!

26
eis a
e como
cobrar,
Quanto

questão!
quanto e como cobrar, eis a questão!
Quanto vale o seu trabalho? Esta é uma das questões
mais complicadas que um profissional, seja de internet ou não,
pode fazer acerca do seu valor de mercado. Se, por um lado, a
supervalorização nem sempre é sinônimo de qualidade e, em
muitos casos, bons profissionais podem cobrar valores muito
inferiores pela sua mão-de-obra por não saberem dimensioná-
la corretamente. Quando o assunto é conquistar um cliente ou
ganhar uma concorrência, além dos valores apresentados, a
elaboração de uma boa proposta pode fazer toda a diferença a
seu favor.
Negociar nem sempre é uma tarefa fácil e o uso do bom
senso é fundamental para conseguir aquele tão almejado
cliente, que poderá render outros trabalhos importantes no
futuro. Quando um orçamento é preparado e enviado a um
possível contratante, a expectativa pela resposta é grande e
as dúvidas começam a rondar sua cabeça, muitas vezes
tirando o seu sono. A interminável demora no retorno da sua

“Um detalhamento deve ser anexado ao orçamento para que o cliente tenha em

mãos um guia dos serviços que serão realizados. Dessa forma, evitam-se

armadilhas que gerem prejuízos para ambas as partes”

proposta poderá gerar algumas perguntas como: será que Colocando os pingos nos “is”
cobrei caro? E se acharem o valor baixo demais? Vão achar que Antes de começar um trabalho, é preciso conhecer
meu trabalho não é de confiança? certas estratégias que tornem os orçamentos mais
Contudo, como é possível se balizar para que não haja “amarrados”, reduzindo, assim, as possibilidades de prejuízo,
discrepâncias quanto aos valores cobrados? Mais do que superfaturamento, ou até mesmo possíveis desentendimentos.
parâmetros fixos a serem cobrados, estipulados talvez por Para Priscila Lopes, sócia-diretora da agência carioca 2Pix, ter
algum sindicato, entidade, ou até mesmo pelo próprio a noção exata do que o cliente realmente deseja diminui as
profissional ou produtora contratada, certos aspectos chances de que surpresas desagradáveis surjam durante a
conceituais, como a criatividade, por exemplo, não são tão fase de desenvolvimento. Dessa forma, especificar o que se
simples de se orçar e o valor sugerido varia a cada caso. Mas está vendendo é o caminho certo para o começo de um bom
lembre-se: se você negociar mal, poderá trabalhar mais e negócio.
ganhar menos e se cobrar muito alto, pode perder o cliente.

27
27
quanto e como cobrar, eis a questão!

Compartilhando da mesma opinião, Flávio Cardoso,


diretor de negócios da produtora gaúcha SisMídia, lembra que
um orçamento deve contemplar a maior quantidade de
informações possível. Segundo ele, na proposta deve-se
especificar o que está incluso e o que não está no trabalho,
bem como os valores de manutenção, caso o cliente deseje
contratar este tipo de serviço após a finalização do projeto. “É
bom salientar que sempre devemos fazer um contrato com o
cliente e solicitar, em um primeiro momento, um pagamento
adiantado, para reduzir, assim, as possibilidades de prejuízo”,
alerta Flávio.
É importante destacar que algumas mudanças, não
previstas no contrato, podem ocorrer no andamento do
projeto. Sendo assim, uma boa conversa para reavaliar a
proposta deve ser feita, de modo que o seu trabalho não se
transforme em uma grande bola de neve. Segundo Marcus
Abrantes, diretor comercial da Paintbox, a proposta precisa
ser completa, descrevendo cada ponto do projeto, e as
dúvidas devem ser esclarecidas com o cliente. “Quanto mais
informações você fornecer sobre as soluções, prazos etc.
menores são as margens para contestações futuras. Já o
contrato de serviço deve ser o mais abrangente, considerando
todas as possíveis ações do cliente e delimitando-as com ações

“Caso o valor fique alto, o que deve ser feito é analisar e retirar o que não é

prioridade até chegar em algo compatível com o que o cliente pode investir”

Na opinião dela, é importante, após uma ou mais cabíveis que não prejudiquem ambas as partes”, destaca
reuniões com a empresa contratante, fazer um detalhamento Marcus.
completo do projeto, descrevendo suas funcionalidades e De olho na concorrência
características, por exemplo. A partir disso, é necessário Na hora de montar um orçamento, não só os seus
definir que tipo de profissional será alocado e calcular qual referenciais de preço devem ser levados em consideração. Os
será o seu custo por hora. “Um detalhamento deve ser parâmetros de valor de uma concorrência, por exemplo, são
anexado ao orçamento para que o cliente tenha em mãos um balizados também pelos orçamentos das outras empresas
guia dos serviços que serão realizados. Dessa forma, evitam- participantes. Dependendo do perfil do cliente, um preço baixo
se armadilhas que gerem prejuízos para ambas as partes”, poderá causar uma má impressão, ou, por outro lado, um valor
explica Priscila. absurdamente alto causará uma sensação de falta de

28
quanto e como cobrar, eis a questão!
coerência com o projeto proposto. A realidade é que, em oferecem serviços de baixa qualidade e o cliente que se
ambas as situações, discrepâncias no valor resultarão em dar submete a isso provavelmente sofrerá com o resultado do
o ouro ao bandido. Neste caso, uma boa pesquisa de mercado, projeto”.
somada à experiência em outros projetos, fornecerá os Na opinião de Priscila, independente do preço, para se
ingredientes básicos para criar um orçamento bem próximo à destacar em uma concorrência é imprescindível ter bons
realidade. projetos no portfólio, pois, este é o melhor cartão de visitas.
Entretanto, quanto mais especializada for uma agência, “Um bom site e um material de prospecção de alta qualidade
talvez mais caros sejam os orçamentos que ela propõe. Sendo também ajudam. Outro ponto fundamental é apresentar o
assim, como criar um custo-benefício para atender todas às projeto mais completo, estudando e adequando as soluções às
faixas do mercado, mantendo competitividade? Para Marcus, necessidades do cliente, conciliando simplicidade e
ambos os segmentos devem ser encarados como públicos-alvo criatividade para atingir o público-alvo do contratante”,
diferentes. Ele destaca que as grandes empresas demandam lembra.

“Algumas vezes negociamos o custo pensando em atingir um novo segmento ou em

troca de um cliente de peso com grande visibilidade no mercado, o que certamente

trará novos clientes”

soluções complexas. Já empresas menores, geralmente


necessitam de soluções exclusivas, que podem ser atendidas
por meio de produtos específicos, com um baixo grau de
customização. “Não adianta alocar inúmeros membros de sua
equipe de desenvolvimento para gerenciar um projeto de
pequeno porte. É mais viável, rentável e acessível a este
cliente criar soluções pré-formatadas, que gerem o resultado
desejado sem a necessidade de grande investimento”,
explica.
Mesmo que o seu trabalho seja de alta qualidade,
competir com as agências, ou freelancers, que fazem preços
muito abaixo do mercado não é tarefa das mais fáceis. Neste
caso, o poder de convencimento tem que ser grande. Para
Rodrigo Matos, webdesigner da agência Kriativus, esse tipo de
competição desleal torna-se uma constante no meio online. “A
concorrência é sempre bem-vinda e sadia, mas em alguns
casos, profissionais absolutamente despreparados se lançam
com preços irrisórios comparados aos de produtoras e
webdesigners com conhecimentos específicos para execução
do serviço. Mesmo se dizendo capacitados, geralmente

29
29
quanto e como cobrar, eis a questão!

simples e bem feito conquista o cliente. Sob essa ótica,


estamos o ajudando a se estruturar e a fortalecer sua
imagem. Uma vez satisfeito, ele voltará no futuro mais
capitalizado e indicando nossa empresa para o mercado”.
Dependendo do cliente, um mesmo projeto poderá ser
orçado de maneiras diferentes? Flávio explica que alguns
pontos têm que ser levados em consideração, como, por
exemplo, quantas visitas serão necessárias com o
contratante. Caso ele seja de outro estado ou região, o valor
orçado poderá aumentar. “A regra geral é não fecharmos a

Afinal: quanto cobrar? proposta somente baseada no custo do serviço. Caso o valor

Existem diversas formas para chegar ao valor de um fique alto, não podemos simplesmente reduzir e prometer o

orçamento. Algumas agências optam por quantificar o trabalho mesmo projeto. O que deve ser feito é analisar e retirar o que

pelo número de horas gastas. Outras se baseiam no tipo de não é prioridade até chegar em algo compatível com o que o

tecnologia empregada para desenvolver o projeto. cliente pode investir”, destaca Flávio.

Independente disso, é importante alcançar um denominador Para Rodrigo, da Kriativus, a proposta tem que incluir

comum que seja bom tanto para o cliente quanto para a também os custos referentes à tecnologia a ser implementada

produtora, sem desvalorizar a complexidade do trabalho em no projeto do cliente. Segundo ele, é importante especificar se

questão. Flávio explica que na SisMídia não há nenhum o site será estático ou dinâmico e qual tipo de linguagem

modelo para chegar a um custo de um projeto. “Depois de uma utilizada. Entretanto, o webdesigner alerta que orçar um site

reunião com o cliente e após uma conversa entre o gerente de somente pelo número de páginas html não é um método de

negócios e o diretor de projetos, é possível chegar a um valor cobrança eficaz. “Dependendo da complexidade do projeto,

a ser cobrado. Não acredito em regras do tipo ‘quantidade de trabalhos fotográficos, animações etc. podem onerar o custo

páginas’, ‘quantidade de tabelas no banco de dados’. Confio na final. O que realmente dá ao profissional uma base forte para

experiência dos profissionais que vão desenvolver a cobrar um valor justo é o seu portfólio”, lembra Rodrigo.

proposta”, explica. Outro fator que influencia nos valores cobrados diz

Muitas vezes, a agência precisa mostrar ao cliente a respeito ao status do cliente. Nem sempre o maior retorno que

necessidade de certas demandas para a realização do seu um trabalho pode proporcionar é o financeiro, mas sim

projeto. No entanto, nem sempre o orçamento é compatível. institucional. Priscila destaca que aspectos como visibilidade,

Nesses casos, Priscila lembra que é preciso conciliar a verba credibilidade e portfólio têm que ser levados em consideração.

disponível com a realidade do produto solicitado. “Procuramos “Algumas vezes negociamos o custo pensando em atingir um

adequar o orçamento ao bolso do possível contratante, novo segmento ou em troca de um cliente de peso com grande

fornecendo uma solução mais econômica. Às vezes, um projeto visibilidade no mercado, o que certamente trará novos

“Não acredito em regras do tipo ‘quantidade de páginas’, ‘quantidade de tabelas

no banco de dados’. Confio na experiência dos profissionais que vão

desenvolver a proposta”

30
quanto e como cobrar, eis a questão!
“No contrato reside toda a segurança de que o cliente terá que cumprir suas

obrigações. Nessa hora, não há como poupar esforços”

Ao criar uma proposta de serviço, lembre-se:


clientes”, ressalta. Para os clientes menores, Marcus Abrantes
explica que a divisão da solução, proposta em módulos - Uma maneira de se destacar dos concorrentes, principalmente
independentes, permite ao contratante definir o que será daqueles que fazem preços inferiores, é se concentrar nos seus
diferenciais. É importante deixar claro ao cliente seus pontos
produzido imediatamente e o que será desenvolvido no
fortes em relação às outras agências.
futuro, de acordo com a necessidade da empresa.
Prevenir é melhor do que remediar - Uma proposta objetiva, com boa diagramação e de visual
agradável, aumenta as chances de passar sua mensagem ao
Até quando é válido ou não aceitar um determinado
cliente, pois facilita a compreensão e, no caso de empresas
trabalho? Muitas vezes, um pequeno projeto pode gerar uma grandes, ajuda no entendimento de terceiros.
grande dor de cabeça. Amarrar uma proposta ajuda a
- Cuidado com os prazos: prometer o que não se pode cumprir
minimizar esses desencontros entre a agência e o
não é uma boa estratégia para conseguir um cliente. No fim,
contratante, especificando prazos e formas de pagamento. caso não consiga entregar os trabalhos nas datas especificadas,
Marcus explica que o primeiro passo para decidir se um sua reputação profissional poderá ficar em jogo.

trabalho vale ou não à pena é a clareza que o cliente tem do


- O detalhamento do serviço é essencial e deve estar bem
retorno desejado com o projeto, como por exemplo, aumentar especificado e quantificado.
as vendas, agilizar comunicação etc. “Clientes sem objetivos
- Garantia: os clientes sentem mais segurança quando a garantia
claros ou definidos tendem a gerar problemas, pois finalizado o
do serviço está inclusa no orçamento.
projeto, o resultado dificilmente poderá ser mensurado”,
explica. Marcus destaca que outro ponto importante é saber - Agregar outros serviços: é importante incluir tudo o que é
necessário para a viabilidade do projeto, como os valores
se o cliente tem a verba necessária para o desenvolvimento
referentes à hospedagem e registro de um site, por exemplo.
das ferramentas para atingir seus objetivos. “É muito comum
grandes idéias, que confrontadas com a realidade perdem a - Divulgação: é interessante disponibilizar algum serviço de
divulgação do site. O cadastro em mecanismos de busca pode
viabilidade”.
tornar-se um bom diferencial em sua proposta, por exemplo.
Flávio explica que dois fatores principais devem ser
levados em conta na aceitação de um determinado trabalho. O - Oferecer formas de pagamento facilitado ajuda na aceitação de
muitos orçamentos. Algumas agências trabalham com
primeiro é se o cliente está disposto a aceitar sugestões da
parcelamentos em até 3 vezes pela própria empresa ou até 24
agência. “Muitos deles solicitam projetos que sabemos ser vezes financiado por algum banco.
inviáveis, e mesmo assim, insistem em fazer o projeto. Este é o
- No caso de um site, é preferível orçar o projeto pela
típico caso que não é bom aceitar o trabalho, pois pode
quantidade de trabalho envolvido e não somente pelo número
denegrir a imagem da produtora”. Ele destaca ainda que outro de páginas em html.
fator de impedimento é o custo. “Não podemos baixar o valor
- Caso o cliente seja de outro estado ou região, é preciso
de nossos orçamentos drasticamente como muitos clientes
especificar quantas visitas serão necessárias para o
solicitam. Na grande maioria das vezes, é melhor perder o desenvolvimento do trabalho. Neste caso, o valor poderá
trabalho do que fazê-lo por um preço injusto”. mudar.

31
31
quanto e como cobrar, eis a questão!

Em muitos casos, é o próprio cliente que inviabiliza o seus compromissos ou não atender às novas demandas do
andamento do projeto. O não cumprimento dos prazos de trabalho em questão, existe um espaço de tempo para que
entrega de material, atraso no pagamento das parcelas, a outra concorrência seja solicitada. Entretanto, Marcus
falta de gerência na aprovação de cada etapa, bem como o adverte que, na prática, mesmo necessitando de novas
desinteresse, podem culminar no naufrágio do trabalho. Com soluções em curto prazo, o contratante geralmente dará
relação a isso, Flávio lembra que, ao elaborar um contrato, preferência ao atual fornecedor. “De qualquer maneira, é
sempre é bom procurar um profissional especializado que importante que sua equipe de atendimento fique sempre
possa salientar de forma clara e objetiva todos os detalhes atenta, pois não existem regras neste mercado, e boas
acordados com o cliente. “No contrato reside toda a oportunidades podem aparecer a qualquer momento”.
segurança de que o cliente terá que cumprir suas obrigações. Sendo assim, mais do que conseguir um bom trabalho,
Nessa hora, não há como poupar esforços”, conclui. saber negociar é conquistar novos parceiros, é estender os
Cliente amigo: é bom não perdê-lo de vista horizontes profissionais de sua agência, acumular
Nem sempre o menor preço é o suficiente para conseguir experiências, bem como ampliar sua rede de contatos,
um bom trabalho. Antes de qualquer coisa, conquistar o aumentando assim as chances de surgir novas oportunidades.
cliente é essencial para se tornar parceiro em oportunidades Além da escolha de bons clientes, selecionar que tipos de
futuras. Dessa forma, a confiança depositada no potencial de projetos trarão o retorno desejado é fundamental para definir
sua agência é decorrente também de outros fatores, como o seu perfil profissional ou de sua agência. Dessa forma, é
responsabilidade, cordialidade e, principalmente, preciso saber para quem vender seus préstimos e
disponibilidade. Flávio enfatiza que é preciso tornar visível ao principalmente com quem estabelecer as parcerias certas. De
contratante todos esses diferenciais da agência: “Nos casos resto, bons negócios!
em que o preço não é fator decisivo, temos que competir
mostrando uma qualidade superior de serviço, dando
segurança ao cliente, demonstrando seriedade e um bom
Que fator pesa mais, para o cliente,
atendimento”, destaca. na escolha de uma proposta?
Contudo, quando uma agência perde um cliente
39% Atendimento/confiança na agência.
importante devido a um preço alto, por exemplo, é preciso
31% Qualidade do portfólio.
algumas táticas para reconquistá-lo. Segundo Priscila, para 26% Bom preço.
esquentar essa relação perdida com o antigo contratante, é 3% Prêmios conquistados pela agência.

preciso se pautar pela qualidade do serviço prestado.


“Acredito que a melhor maneira de ser lembrado é mostrando
trabalho e estando disponível para fazer orçamentos sem
compromisso. Para se tornar presente é sempre bom fazer e-
mail marketing, enviar brindes de Natal, etc.”, explica.
Porém, na opinião de Marcus, dificilmente este processo
de reconquista é feito em curto prazo. Caso o cliente tenha
sido perdido devido ao orçamento, por exemplo, ele lembra
que este com certeza fechará com a concorrência. Ele explica
que, mesmo se a nova agência contratada não cumprir com os

32
32
debate
É possível conciliar

preço e qualidade?
Algumas agências ou profissionais freelancers criam metodologias de trabalho similares a uma

linha de montagem de uma grande indústria. Independente do ramo de negócio do cliente, eles
adotam uma fórmula já utilizada em outros projetos, conciliando, rapidez, preço, mas

comprometendo, muitas vezes, a qualidade final do serviço. Talvez, essa prática se sustente
pela própria falta de amadurecimento ou conhecimento de quem contrata um serviço na rede.

Sendo assim, quando um cliente mais despreparado procura uma produtora de sites consciente
de todas as etapas de concepção, planejamento e execução que

um bom produto online requer, o poder de convencimento por


parte da agência em relação ao valor cobrado é maior. Então,

como atender a um público com menor poder

aquisitivo, sem perder na qualidade do serviço? É


possível conciliar preço e qualidade, ou nem

sempre esse casamento dá certo? Conheça a


opinião de cinco profissionais da área e tire

suas próprias conclusões sobre o mercado.

33

33
debate

Cabe ao designer, antes de tudo, saber distinguir o que é e o que não é necessário ao cliente, independente do poder aquisitivo
do mesmo. Normalmente, micro e pequenos empresários não precisam apresentar em seus websites aspectos visuais “pirotécnicos”,
que demandam grande quantidade de tempo por parte do designer e conseqüentemente elevam o valor da mão-de-obra. Cabe ao
profissional avaliar as possibilidades reais em termos financeiros para si e para quem contrata e desenvolver a partir daí um
trabalho adequado à situação, mas que de forma alguma peque em qualidade em comparação a mega investimentos. O importan-
te é oferecer ao cliente o resultado esperado sem que uma das partes saia lesada, seja pela falta de qualidade do trabalho ou pelo
baixo retorno financeiro. Simplicidade não deve jamais ser sinônimo de falta de criatividade e qualidade visual.
É claro que devemos levar em conta o fato de que alguns empresários não têm uma cultura de marketing e imagem, o que
os fazem pensar que trabalhar diretamente com computadores elimina a necessidade de pesquisa, por menor que ela seja, ou de
estudos para chegar a um conceito ideal para o job contratado. Para o designer, pesquisa e criatividade são importantes para
o desenvolvimento de um trabalho. É preciso saber quem é o cliente, o que ele faz, o que vende e quem é o seu público. Esse
conjunto é a base da criação de uma estratégia visual e de marketing para melhor atingir o objetivo de quem contrata um serviço
frente a seu público alvo.
Infelizmente, por vezes esses preceitos básicos são esquecidos devido a clientes que querem comprar trabalhos imediatos.
Um projeto feito sem pesquisa pode ser a solução para baixos custos, mas também é uma faca de dois gumes, podendo acarretar
futuramente em mais gastos.

:: Allan Szacher
Artista gráfico da Zupidesign
www.zupidesign.com

“O importante é oferecer ao cliente o

resultado esperado sem que uma das

partes saia lesada, seja pela falta de

qualidade do trabalho ou pelo baixo

retorno financeiro. Simplicidade não

deve jamais ser sinônimo de falta de

criatividade e qualidade visual”

:: Marbr

34
debate
“Não há ‘pó mágico’ que faça os custos

desaparecerem. Quanto maior e mais

complexo for um projeto, na mesma

medida serão os custos de sua criação”

Não concordo com o critério de contratação por preço mínimo. Essa prática contraria a função principal do designer, que é
apresentar soluções adequadas para o problema de design que o cliente possui. Algo que demanda mais tempo que aplicar a
necessidade do cliente a fórmulas de projetos já existentes. Quando a nossa empresa foi inaugurada, o “enigma dos autôno-
mos” também soprou em nossos ouvidos: que fórmula adotar para estipular nossos valores?
Caímos na armadilha de contratos por preço mínimo e descobrimos que essa prática reduz o potencial das soluções. Adotar
tal postura é diminuir o valor da profissão. Não acreditamos em fórmula única de cobrança. Esse procedimento anestesia nossa
criatividade em apresentar soluções, pois ficamos atados a fórmulas dos guias, que no dia-a-dia mostram-se pouco adequadas.
Certamente, existem maneiras ótimas de convencer, captar e manter clientes. Para isso, basta aliar duas órbitas que de-
vem gravitar em torno de todo profissional: honestidade e competência.
Não há “pó mágico” que faça os custos desaparecerem. Quanto maior e mais complexo for um projeto, na mesma medida
serão os custos de sua criação.
Temos clientes que nos procuraram por causa de transações cegas executadas anteriormente. A duras penas, descobriram
que há mais benefícios provenientes da interlocução entre as partes, contratado e contratante. Empresas que consideram a
política de preços mais que outros critérios, convidam a concorrência para o próprio funeral. Como não avaliou cuidadosamente
a solicitação, perdeu a oportunidade de redirecionar o projeto e adequá-lo melhor à realidade do cliente. Essa prática nos conduziu a
cometer erros e acertos, bem como inseriu em nós confiança para valorizar nossa mão-de-obra e conseqüentemente nossa profissão.

::Greyner Santos
Sócio da Nitrocorpz Design
www.nitrocorpz.com.br

35
debate

Sim, é possivel conciliar preço e qualidade, e esse equilíbrio ajuda a garantir uma maior competitividade no mercado. Uma
metodologia correta de trabalho garante uma diminuição de custos, pois otimiza processos internos, minimiza erros, testa solu-
ções em etapas iniciais e até mesmo pode melhorar a comunicação com o cliente.
No entanto, uma metodologia engessada pode gerar o efeito contrário, pois cada cliente tem suas peculiaridades, e uma
forma comum de produção não necessariamente servirá para todos.
Pensando na agilidade, sempre otimizamos as etapas de produção ao máximo, mas o que otimizar depende de cada situação.
Aqui na Canvas, por exemplo, temos clientes que desejam ter tudo comunicado por email para documentação, alguns sequer
exigem contratos assinados para ganhar rapidez. Com outros, ainda ganhamos a autonomia de publicar sem aprovação final, o
que pode ser arriscado, mas que depois de um tempo de relacionamento se mostrou possível com alguns clientes.
O importante é perceber que, independente de qual seja o produto, existem pessoas por trás de cada decisão e o trabalho
acontece justamente da interação entre elas e a agência. Alguns fatores que acho fundamentais para o sucesso de um traba-
lho, principalmente quando pensamos em agilidade de atendimento, qualidade do produto final e satisfação do cliente, são:
entrosamento de equipe, transparência com o cliente, conhecimento do produto final e seus objetivos e flexibilidade e
expertise, pois por mais que se planeje, é muito comum ocorrer demandas durante o desenvolvimento que não haviam sido cal-
culadas. Nesse momento é fundamental que a empresa contratada saiba negociar.
Concluindo, acredito que a união entre um bom atendimento com profissionais experientes e uma equipe bem entrosada é
o que vai garantir mais agilidade e qualidade no produto final. E isso, claro, deve ser demonstrado ao cliente, para que possa
entender esse diferencial e conseqüentemente valorizar a agência contratada.

:: Marcelo Albagli
“Uma metodologia correta de trabalho Diretor de criação da Canvas
www.canvas.com.br

garante uma diminuição de custos, pois

otimiza processos internos, minimiza

erros, testa soluções em etapas iniciais

e até mesmo pode melhorar a

comunicação com o cliente”

36
debate
“clientes que dispõem de pouca verba

para seus projetos acabam por deixar de

explorar todo o potencial que a web

pode oferecer, adquirindo assim

produtos de média ou baixa qualidade”

O mercado online encontra-se hoje com um grande número de profissionais trabalhando por conta própria, aumentando
assim a competitividade e fazendo com que os preços cobrados para a realização de projetos caiam bastante. Pelo que eu per-
cebo, os orçamentos fornecidos pelas agências que respeitam todas as etapas de planejamento e produção de um projeto de
qualidade são muitas vezes mais altos do que os cobrados por profissionais liberais. Esse fato vem confundindo os clientes que
procuram serviços na web, deixando uma dúvida no ar: quanto vale?
É difícil encontrar profissionais autônomos realmente capazes de desenvolver sozinhos projetos que exijam um alto grau
de complexidade em seu planejamento. Como geralmente esses profissionais trabalham sem uma equipe, muito raramente se en-
contrará nele uma pessoa capacitada em todas estas áreas. Isso força o cliente a procurar uma empresa com experiência, com
profissionais especializados, cada um na sua área, o que acarreta em orçamentos bem mais caros.
Desta forma, clientes que dispõem de pouca verba para seus projetos acabam por deixar de explorar todo o potencial que
a web pode oferecer, adquirindo assim produtos de média ou baixa qualidade. Uma empresa pode até ter sua presença na web
por meio de um site barato, por exemplo, mas possivelmente este produto não trará o retorno e o impacto necessário para ela
crescer e ganhar dinheiro. Investimento e web andam de mão dadas com o sucesso.

:: Felipe Maricato Moura


Diretor de tecnologia da
Infinnitec Design e Tecnologia
www.infinnitec.com.br

37
debate

Independente do porte do cliente ou do trabalho, computamos o número de horas total do atendimento inicial, passando
pelo desenvolvimento e o auxílio na publicação do trabalho no ambiente web.
Quando falamos em preços competitivos, mantemos a mesma metodologia de trabalho, sempre amarrada a um número de
horas estimadas, em que podemos trabalhar com faixas mínimas aceitáveis, que remuneram no mínimo o custo fixo da empresa
diluído sobre o valor homem-hora dos que trabalharão naquele projeto mais o próprio valor do homem-hora. Ou seja, não desen-
volvemos trabalhos que nos coloquem no vermelho e também não aproveitamos soluções prontas por entender que a qualidade
do trabalho também está atrelada a uma solução específica. Porém se o cliente optar por templates pré-estabelecidos ele terá
acesso a preços justos por isto.
Portanto, acreditamos no desenvolvimento de bons trabalhos, conciliando preços acessíveis com boa qualidade, mantendo
as premissas acima.

:: Valdiney Victor Viçossi


“não desenvolvemos trabalhos que nos
Diretor da VM2 Tecnologia e Design Ltda
www.vm2.com.br coloquem no vermelho e também não

aproveitamos soluções prontas por

entender que a qualidade também está

atrelada a uma solução específica”

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estudo de caso :: Globo.com
estudo de caso :: Globo.com

WD :: O conteúdo veiculado no portal Globo.com os editores podem trabalhar esse conteúdo como combinado
é bem diversificado. Existe uma equipe específica nas reuniões de pauta. O grande desafio dessa equipe é filtrar
para selecionar quais assuntos merecem destaque na todo o conteúdo das organizações Globo, que incluem a Cen-
capa ou estas chamadas já são pré-determinadas tral Globo de Jornalismo, Central Globo de Produção, GloboSat,
pelos seus veículos de origem? Como isso funciona? Editora Globo e Sistema Globo de Rádio, para dar ao usuário o
Tristão :: A quantidade de conteúdo gerada pelos veícu- que temos de melhor e mais relevante.
los de comunicação das Organizações Globo é enorme. Sendo Além disso, temos o Globo Media Center, que consiste em uma
assim, estamos atentos 24h por dia, sete dias por semana plataforma de vídeos exclusivos para assinantes, com as ínte-
para dar destaque aos conteúdos mais atrativos e atualizados gras e os melhores trechos dos programas da TV Globo e ca-
possíveis. Esse acompanhamento é feito por uma equipe de nais GloboSat, o que possibilita ao usuário montar a sua pró-
cinco jornalistas que dividem as chamadas na home do portal pria programação. A equipe editorial da Globo.com também
em três áreas básicas: Globo Media Center, destaques de 1º cuida do Guia Globo Media Center, em que são apresentados os
nível e destaques de 2º nível. Semanalmente é feita uma gran- vídeos mais quentes do dia e materiais diferenciados sobre
de reunião de pauta em que são identificados e discutidos os música, cinema, shows, jornalismo, esporte e também o acer-
principais assuntos que serão trabalhados. Normalmente, ao vo de memória da TV Globo. Também temos na home uma “ja-
longo da semana, é realizada outra reunião para ajustar o nela” para o Globo Online, onde são apresentadas as Hard
rumo e avaliar o que aconteceu de novo. News com foco em política, economia e esportes. Essa área é
Diariamente são cadastrados em média 300 novos vídeos. E a equipe editada pelo pessoal do Globo Online, em um trabalho que exi-
que edita a home é notificada sobre a disponibi- ge grande sinergia entre as duas equipes.
lidade de cada novo conteú- WD :: Como o portal Globo.com veicula uma grande
do em tempo real. quantidade de assuntos, quais foram os critérios
A partir adotados para distribuí-los em sua interface, levando
daí, em consideração o grau de importância e a diversifi-
cação de cada informação?
Tristão :: Na atual fase do portal, estamos trabalhando
para destacar conteúdos em vídeo, que representam
um diferencial forte para nós que podemos de-
senvolver projetos contando com a exclusivi-
dade, variedade e qualidade do material
produzido pela TV Globo e Canais
GloboSat. Essa diretriz é refletida di-
retamente na interface não só da
home, que apresenta em sua área
mais nobre um espaço para cha-
mar até quatro vídeos, como
também nos outros produtos
www.globo.com
que foram redesenhados e
lançados recentemente

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40
estudo de caso :: Globo.com
como: Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, Big Brother
Brasil, Globo Vídeo Chat.
Além disso, estes produtos já apresentam uma forte
integração com o Globo Media Center, um produto
100% focado em vídeos, onde estão catalogadas as ínte-
gras e os melhores trechos dos programas da TV GLOBO e ca-
nais GloboSat. Assim, a experiência do usuário que consome
vídeos é potencializada, pois é aberto um universo altamente
organizado onde ele pode montar sua própria programação,
entre outras coisas, e ter uma experiência personalizada,
multimídia e interativa.
Para melhorar ainda mais a experiência do usuário, trabalha- produtos e sua implementação é bastante rigorosa, precisando
mos o conceito de meta-informação. Ou seja, temos sempre atender a uma série de requisitos para ser aprovada. Pensan-
outras possibilidades de interação relacionadas ao vídeo esco- do nos diversos tipos de usuários do Globo Media Center,
lhido. Então, durante a exibição de um vídeo estão disponíveis disponibilizamos os vídeos em três formatos diferentes para
para o usuário, além de outros vídeos, chamadas para conteú- atender de forma adequada a todas as velocidades de
dos relativos ao assunto pelo qual foi demonstrado interesse. conexão disponíveis no mercado brasileiro.
No entanto, o tipo de mídia é somente um dos muitos ingredi- Os vídeos em formato banda estreita são preparados para se-
entes estudados durante o processo de criação de um modelo rem consumidos por usuários com velocidades de conexão de
ideal de experiência do usuário. Primeiro, é definida a arquite- 33kpbs a 100 kbps de banda útil. Além disso, o código das pá-
tura da informação, com a qual podemos identificar claramente ginas é todo otimizado para que seja carregado rapidamente.
quais são os grandes grupos de conteúdos e como essas áreas Também não há loops nos flashes para garantir que, uma vez
interagem entre si. Em seguida, a equipe de interface projeta que a página tenha sido carregada, o usuário utilize toda a sua
modelos de páginas que atendam tanto as características bá- banda útil no consumo de vídeos, caso tenha sido essa a sua
sicas de cada projeto, quanto à diretriz macro, que é destacar opção.
conteúdos em vídeo. E a equipe de brand desenvolve a linha WD :: O número de usuários com banda larga tem
gráfica, que completa o desenvolvimento do produto. O resul- aumentado consideravelmente nos últimos anos. Com
tado é uma boa navegação com os conteúdos e áreas organi- isso, houve algum tipo de influência na criação do design
zadas de forma hierarquizada, fácil de usar em um ambiente do site atual, bem como nos serviços e produtos que
condizente com o produto. ele oferece também?
WD :: Como adaptar conteúdos multimídia da seção Tristão :: Em setembro atingimos 1,8 milhão de assinantes de
Globo Media Center àrealidade de usuários que utilizam serviço banda larga no Brasil, o que representa um crescimento
conexão discada? Existe algum tipo de cuidado em de aproximadamente 104% em relação ao mesmo período do
relação a isso? ano passado. Em junho esse número era de 1,5 milhão. Ou
Tristão :: Tomamos todos os cuidados necessários para que seja: um aumento de 20% no trimestre.
nossos usuários tenham a melhor experiência não somente no Esse crescimento da base de assinantes de banda larga
Globo Media Center, mas também em todo o portal Globo.com. favorece e estimula o destaque para conteúdos em vídeo
Freqüentemente são realizados testes de usabilidade nos que, como dito anteriormente, é um dos diferenciais da

41
41
estudo de caso :: Globo.com

Globo.com. Isso também permite explorar com maior liberdade ferramentas como o flash, por
exemplo, que proporciona aos designers a possibilidade de criar soluções que, por meio de
animações, multiplicam os espaços. Conseqüentemente, podemos apresentar uma va-
riedade de conteúdo relevante em áreas nobres da tela.
WD :: O site da Globo.com é a porta de entrada para as diversas atra-
ções da programação da Rede Globo de televisão. Neste caso, além
das ferramentas tradicionais de medição do ibope, pode-se dizer
que a internet já tem grande importâ ncia para mensurar, não só
a quantidade, mas também a qualidade da audiência de um de-
terminado programa?
Tristão :: Os relatórios gerados pelo Ibope para medição de audiên-
cia da TV e da web são bastante diferentes. Então, fazer compara-
ções entre estes documentos não é recomendado. O relatório gera-
do para a TV usa pontos e milhões de pessoas. O relatório da web é
mensal e focado somente no uso de internet domiciliar com números
de page views e unique visitors.
Um raciocínio fácil, que liga a audiência nas duas mídias, é o fato de
que o usuário que gosta de um determinado programa tem mais pro-
babilidade de acessar o seu site referente do que outras pessoas
sem o mesmo interesse. Com os mecanismos de mapeamento dos
usuários, é possível ter um conhecimento mais detalhado do perfil de
cada visitante. Então, será cada vez mais importante cruzar esses da-
dos para que a comunicação entre TV e internet, guardadas às devidas
peculiaridades, consiga atingir o público de maneira integrada.
WD :: Existe alguma ferramenta para monitorar o acesso a cada área
do portal? Caso sim, como esses dados coletados são utilizados para
melhorar a visibilidade dos links menos acessados?
Tristão :: O monitoramento do acesso ao portal é feito pelo Webtrends, que gera
métricas de page view, visitor session, tempo médio, hits e unique visitors. Além disso,
são mapeados diversos elementos específicos e itens de menu de cada interface. Dessa forma,
sabemos exatamente o índice de cliques em cada um deles. Esta monitoração detalhada nos permite
adequar a disposição dos links, caso haja necessidade.
É possível monitorar diariamente grandes áreas do portal, páginas específicas e elementos pontuais dos sites. São
distribuídos aproximadamente 20 relatórios por semana, ou de 15 em 15 dias. Quando há necessidade, alguns desses
relatórios podem ser diários.

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estudo de caso :: Globo.com
WD :: Q ual o tamanho da equipe que trabalha no portal Globo.com? Como ela é dividida?
Tristão :: No geral, estão envolvidos diretamente na operação aproximadamente 200 funcionários, divididos em quatro
núcleos principais: Criação, que responde pela arquitetura da informação, interface e design dos produtos do portal. E que
também desenvolve todas as campanhas online, assim como os testes de usabilidade. A equipe de Marketing tem como ob-
jetivo maior a gestão dos produtos desde sua concepção, passando pelo desenvolvimento e lançamento, chegando a ma-
nutenção e comunicação. Ainda dentro do Marketing há também o grupo especializado em relacionamento com o cliente,
seja assinante da Globo.com ou não. Negócios, cujo foco principal é a definição das condições comerciais, regras de negó-
cio e requerimentos dos planos e pacotes disponíveis. Além disso, a área de negócios responde pelo acompanhamento dos
principais indicadores de performance da Globo.com, monitora e faz a interação com o mercado de provedores, alimentando
a operação com dados sobre a concorrência e as principais tendências do mercado. E Tecnologia, que dá suporte a todos os
projetos nas áreas de infra-estrutura, desenvolvimento operacional, que faz os testes de carga e garante o perfeito fun-
cionamento dos produtos e data center.

unique visitors :
page views :
O número de unique visitors
É a solicitação de uma página
mede a quantidade de usuários
da internet feita por um usuário,
diferentes que acessaram um
por meio de um clique ou de
site. O seu valor corresponde à
uma URL. Pode ser denominado
audiência real de visitantes em
também como page requested.
uma página.

gmc.globo.com

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43
estudo de caso :: Globo.com

http://bbb.globo.com

http://oglobo.globo.com

http://jornalnacional.globo.com

http://videochat.globo.com

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44
a caminho do sucesso
A caminho
do sucesso

A Webdesign convidou René de Paula,


business analyst para e-commerce e CRM

da Sony Latin America, para escrever este


artigo. No momento em Buenos Aires, René

atendeu prontamente ao nosso pedido para falar

como uma agência de pequeno ou médio porte pode


prestar serviços para grandes clientes

multinacionais. Se você tem potencial e pretende


atingir este objetivo, siga os conselhos a seguir e

sucesso!

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45
a caminho do sucesso

No meu tempo de moleque heróis eram de aço. Eram Te l e v i s ã o à p a r t e , u m a n o t í c i a s e m m a q u i a g e m :


super. você, profissional brazuca do digimundo, tem jeito sim. O
T V, e n t ã o , e r a c o i s a d o o u t r o m u n d o : m u n d o d o mundo está lá fora te esperando. Talento não te fal ta,
futuro, mundo do velho oeste, mundo dos dinossauros. não é? Aceite meus modestos conselhos, então, e vá/
Ao fundo, ao longe, reluzia fulgurante o pneumático, venha à luta.
atômico, eletrônico Ano 2000. A aura era tanta que você Para começar: tudo é uma questão de perspectiva.
nem notava que era tudo preto e branco. Comecemos, pois, com uma perspectiva familiar: o mundo
Well, cá estamos. Nem doeu. Não estamos nem visto do sofá.
voando nem usando roupitchas justas de helanca, pelo Te r ç a à n o i t e , T V l i g a d a n o s s e r i a d o s d e s e m p r e ,
menos eu não. entra o break. Um comercial te chama a atenção:
A T V s i m , e s s a m u d o u . Vo c ê m u d a d e c a n a l p a ra lançamento mundial do ZZZ, direto das pranchetas do
canal e todos parecem te dizer: você tem jeito sim, claro Papai Noel Incorporated (um produto? Um filme? Um
que tem! Você pode não ter grana nem berço nem brilho, álbum novo? Tanto faz). O comercial te chama para um
mas um bom banho de loja e uma geral na decoração vão concurso online. Você se recorda de ter ouvido algo no
deixar sua vida... igualzinha a televisão! Somos tão rádio, ou visto um anúncio no jornal. Como o PC está
especializados em maquiar a realidade que maquiar você desligado, você desencana.
vai ser moleza.

46
a caminho do sucesso
games
No dia seguinte, a newsletter do canal XY te convida placável (Papai Noel faz brinquedos mas não é de brinca-
pro concurso. Desta vez sim, você clica, se loga, e deira)
participa. Nem doeu. :: cada filial teve que se virar para lançar uma cam-
E se você quisesse participar não só do concurso, panha com filmes, outdoors, spots de rádio, busdoors
mas sim dessa indústria toda que são os bastidores de e... internet. Tudo isso respeitando guidelines polares e
uma campanha internacional multi-canal? Tem jeito? Good cronogramas noélicos.
news: tem. :: As filiais não tiram coisas da cartola: contam com
Bad news: não vem de brinde. fornecedores especializados para cumprir esse plano in-
Vamos rebobinar a fita e rever a história em slow tegrado. Aqui é que você entra (ou não). Afinal, quem
motion sob a perspectiva... dos bastidores. Um comercial não gostaria de prestar serviços sempre pra uma empre-
chamando para uma promoção online implica: sa que não pára de lançar com sucesso coisas maravilho-
:: no pólo norte o escritório do Papai Noel criou a li- sas? Pois é: todo mundo gostaria. Mais complicado é me-
nha mestra dessa campanha: imagens, filmes, recer essa chance.
guidelines, kit completo Console-se: aqui ao menos o jogo é mais justo, (ou
:: esse kit foi enviado (sem renas, ou melhor, rena- mais Justus, como no “O Aprendiz”). Ganha quem tem
less) para as filiais todas, junto com um cronograma im- preparo, ganha quem tem garra, ganha quem joga limpo.

47
a caminho do sucesso

E o prêmio é trabalho, não são benesses. Quem preferir tudo pensando em reaproveitar ao máximo sempre. Pá-
outras modalidades que afie seu charme e sorte, carisma ginas em template, scripts componentizados, estrutura
e músculos e se inscreva no Big Brother. da interface independente do visual... tudo isso facilita
Por que escolher você e não outros? Vamos voltar a a manutenção, simplifica o reaproveitamento, garante
fita de novo, e ver com a perspectiva de quem precisa do consistência e... poupa tempo.
teu trabalho: Sucesso pesa
Bombas-Relógio Quando a Papai Noel Incorporated “lança com
Falei em cronogramas, não? Se há cronogramas isso sucesso”, é um tremendo sucesso. Dá tão certo, mas
quer dizer que... você vai ter que segui-lo. Desrespeitar tão certo que isso pode ser um problema, ainda mais se
prazos é um pecado imperdoável. Beira o terrorismo, v o c ê j u ra a a a a a a a a va q u e t u a s o l u ç ã o “ i a d a r c e r t o ”.
daqueles que você morre junto com a bomba. E “Certo”, para uma grande marca, signi fica picos de
c o m o d e s a r m a r a b o m b a ? Fa z e n d o t e u s visitação assustadores. Significa zilhões de usuá-
próprios cronogramas. Organizando-se. rios simultâneos. Significa, inclusive, que vândalos
Tendo a decência de só pro- vão ficar doidos pra descobrir uma falha na segu-
meter o que pode rança e azedar a festa.
cumprir. Não improvise. Não
Vo c ê n ã o s a b e acochambre. Faça coisas sóli-
fazer cronogramas? das, parrudas, confiáveis.
O cliente te mandou Pense que grande parte des-
um arquivo Microsoft se zilhões de pessoas são usuários no-
Project e você nem tem como vatos, que vieram pela força da marca, o
abrir? Você acredita que “na hora que faz a questão da usabilidade ser pri-
H você dá um jeito”? Com licença, mordial. Fazer para zilhões é isso: tem
mas estou ouvindo o tique-taque da que ser à prova de erros.
bomba e não quero explodir junto. Se na hora H tua solução abrir o bico, vai ser
Palavra-chave: palavra na frente de todo mundo. E bota mundo nisso.
Eu disse que as filiais contam com for- Plural
necedores, não? Contar com alguém signifi- A frase começou com “as filiais”. Usei o
ca confiar, significa ter certeza de que o que você con- plural porque aí se esconde um desafio danado: a
tou... vai acontecer do jeito que você falou. Ganhar essa pluralidade. Quando você atender a Papai Noel
confiança é um parto, requer tempo, constância... e em Incorporated, vai ter que atender o telefone com
uma escorregada, pronto: a magia se quebra. Prometer “hello”, “hola”, “bonjour”, “hallo” e seguir falando. E não
o impossível e entregar o inaceitável é outra brincadeira estou só falando de idiomas, pois ninguém te liga para
que não se aceita no jogo. perguntar se o livro está em cima da mesa: te liga para
Reciclagem saber se você está em cima do prazo. E aqui entra uma
Se a Papai Noel Incorporated “não pára de lançar expressão intraduzivel: plug and play.
coisas”, isso não significa que você tenha que reinventar Você “funciona” com estrangeiros, com suas metodologias,
a roda toda vez. Pelo contrário: o ideal é que você já crie processos, manias?

48
“Qualidade é garantir que se entregue

sempre aquilo que foi combinado”

Ou você aprende a funcionar no protocolo alheio, ou


não vai ter mímica, jeitinho ou jogo-de-cintura que te
salve. Ou você segue a gramática do processo ou não
tem conversa.
Circuito integrado
No meio da frase eu soltei um “plano integrado”, e
não foi à toa. Quis deixar documentado, preto no
b ra n c o , u m r e q u i s i t o b á s i c o : s a b e r d o c u m e n t a r, e s e
ater a documentações.
Heróis de TV sempre “têm um plano”, só que está
(quase sempre) na cabeça dele. Um plano integrado, por
outro lado, tem que integrar coisas e gente de todo
lado. Não dá para depender de memória, promessas
vagas ou troca de instant messengers. Ou você
documenta decentemente, ou vão engolir você. Ou pior:
te cuspir fora.
Por documentação eu quero dizer: escopo de proje-
to, funcionalidades, workflow, use cases, contratos,
SLA, cronogramas, orçamentos, layouts aprovados, pla-
nos de testes, manuais de instalação, time-sheet, etc.
Ou você aprende a transitar nessa selva ou morre.
Pedidos feitos por telefone, “eu acho que entendi”,
uma funcionalidade mal definida, isso tudo é
inadmissível. Ou está tudo documentado, aprovado,
discutido, detalhado, ou o projeto vai atropelar você,
que vai ser o último ingênuo acreditando em improviso
ou ajuda divina.
Entre um fornecedor genial mas desorganizado e um
mediano mas impecável, eu fico com o segundo. Projetos
grandes não toleram amadorismo.

49
a caminho do sucesso

Happily ever after


“Prestar serviços sem-
pre”, como eu mencio-
nei, não é só um sonho,
é um desafio.
Se você quebra um
galho, ou “ajuda”, ou “resolve o pro-
blema” uma vez e se dá por feliz, ok. Mas e se te
pedem pra quebrar mil galhos mais de mil vezes?
Provavelmente quem quebra é você. Quebra
porque não vai ser lucrativo, vai se
estressar, vai entregar coisas sem padrão...
Vo c ê va i s e r u m f o r n e c e d o r d e s c a r t á v e l , e
acabar no lixo.
Te m p o s a t r á s u m a m i g o m e u , d e u m a
multinacional gigante, precisava de um fornecedor
de internet.
Qual era o critério mais importante? Preço?
Criatividade? Não: processos. Ele precisava de um
workflow decente, de documentação decente, precisava
de Non-Disclosure Agreements e Service Level
Agreements, precisava de um gerente de projetos.
Quantos fornecedores se encaixavam nisso?
Pouquíssimos. A escolha foi facílima.

50
a caminho do sucesso
Epílogo Comece a aprender alguns termos
To d o e s s e s e r m ã o s e r e s u m e e m u m c o n c e i t o s ó : SLA (service level agreement) = contrato que define os níveis
aceitáveis de um serviço
qualidade.
NDA (non-disclosuer agreement) = acordo de
Ok, qualidades todos temos, mas o conceito pra va- confidencialidade
ler de qualidade é um pouco desconcertante. Preparado? TIME SHEET = relação de horas trabalhadas
PM (project manager) = gerente de projetos
Vamos lá: qualidade significa aderência a um padrão.
BA (business analyst) = analista de negócios
Ponto. Ninguém falou aqui em genialidade, inspiração, PIM (personal information management) = política de
originalidade, ziriguidum, nada. Qualidade é garantir que gerenciamento de informações pessoais
POLICIES = conjunto de regras e políticas internas.
se entregue sempre aquilo que foi combinado.
CROSS-CHANNEL = multi-canal (como numa campanha que
C r u e l ? N ã o . Vo c ê c o m p ra u m c h o c o l a t e X p o r q u e envolva TV, ponto-de-venda, Call-Center, web, email...)
sabe que ele sempre vai ter o mesmo gosto. Idem pro CRM (customer relationship management) = gerenciamento do
relacionamento com o cliente, especialidade de Marketing de
restaurante Y. Para o tênis Z. Para o pastel da feira. Você
Relacionamento
não quer surpresas. Ninguém quer. Corporações muito QA (quality assurance) = controle de qualidade
menos. STAGING (staging environment) = ambiente de trabalho de
um site, acessível apenas internamente.
Se você montou uma pastelaria de banners ou um
“atacado” de tecnologia a granel, não importa. Se tua expressões
qualidade for consistente, você está no jogo. ASAP (as soon as possible) = assim que possível
FYI (for your information) = para sua informação
E como se garante que o resultado final seja sempre
TBD (to be determined) = para ser determinado
o combinado? Adivinhe: processos, documentação, ETA (estimated time of arrival) = tempo estimado de chegada
metodologia, profissionalismo. E outra palavrinha impor- DEADLINE = data limite
BO (business owner) = dono do negócio
tada: commitment, compromisso.
KPI (key performance indicators) = indicadores de
Conclusão performance
Como você vê seu trabalho? Como uma gincana?
atividades
Como um circo? Como comédia dos erros? Corrida maluca?
USE CASES = recurso de metodologia de desenvolvimento
Se você quiser m udar de canal e entrar no reality DESIGN DOCUMENTS = documento que define o design da
show, seja bem-vindo. Prepare-se bem e entre na solução
WORKFLOW = fluxo de trabalho, processo
maratona. Ou continue no sofá.
SITEMAP = mapa do site
TEST PLAN = plano de testes
MEDIA PLAN = plano de mídia

51
tutorial 1

Firefox com extensão Web


Developer Davi Iglesias - Eng. de Software da LocaWeb
davi@didas.com.br

Provavelmente neste momento você deve estar pensan-


do “Mais um artigo sobre o Firefox!”. Com certeza muito tem se
falado sobre ele ultimamente, isso é decorrente do lançamen-
to da versão 1.0, oficial. Por bastante tempo, várias versões
betas foram disponibilizadas e utilizadas por milhares de usuá-
rios, isso nos serve como garantia de que esta versão já está
madura o suficiente para que o usemos como navegador web
padrão em nossos computadores. Essa concorrência de nave-
gadores promete grandes melhorias em nosso acesso a web,
algo que não ocorre há algum tempo.
Nesta matéria abordaremos especificamente o uso da
extensão Web Developer e como ela pode nos ajudar no de- figura 1

senvolvimento e manutenção de páginas web.


Primeiramente, as extensões são aplicativos que forne-
cem funcionalidades adicionais ao navegador, como, por exem- CSS, na minha opinião, o melhor. É possível adicionar um
plo, incluir suporte a RSS. “style” bastando informar o nome do arquivo e ver como ficou
Para instalar esta extensão, é necessário clicar em “Fer- o resultado na hora. Podemos também editar os já existentes
ramentas”, “Extensões” e em seguida em ”Buscar mais exten- e ver o resultado da atualização imediatamente, ou seja, se
sões”. Abrirá uma página mostrando as várias categorias dispo- você mudar uma fonte de 10px para 12px, por exemplo, o
níveis, clique em “Developer Tools”, em seguida clique em “Web HTML carregado será atualizado automaticamente como pode-
Developer”, agora clique em “Install Now”. Depois de instalado mos ver na figura 2. Também é possível visualizar o código do
será necessário reiniciar o navegador. css carregado.
Ao recarregar, estará disponível uma nova barra de Forms, muito útil para verificar a segurança de um for-
ferramentas como mostra na figura 1. Explicaremos agora o mulário. É possível mudar o método do formulário de GET para
funcionamento de algumas funcionalidades de cada um dos POST e vice e versa e checar se a programação do lado do ser-
combos disponibilizados: vidor interpreta ou bloqueia essas entradas como o planejado.
Disable, desabilita alguns recursos do navegador Limpeza de todos os “Radio Buttons”, também serve para veri-
como Javascript, cookies, imagens, imagens animadas, en- ficar se existe tratamento para esta condição. Transformar
tre outras opções. Essas opções são úteis para depurar o campos de somente leitura para leitura e escrita, remover o li-
funcionamento da página em um navegador, mas não suporta mite máximo de caracteres de um campo e mostrar os dados de
alguns dos recursos listados. um campo de senha.

52
tutorial 1
na para um site externo e este faz uma análise e gera algu-
mas recomendações.
Miscellaneous, com algumas funcionalidades muito in-
teressantes como, por exemplo, a limpeza do cache que evita
a frustração de atualizar uma página e ainda assim visualizar a
versão anterior. Limpeza de autenticação http ideal para os
casos de teste de acesso a páginas que exigem esse tipo de
autenticação sem que para isso seja necessário fechar e abrir
o navegador. Limpeza dos cookies de sessão além de outras
funcionalidades como exibir os comentários existentes no códi-
go HTML da página e zoom.
figura 2 Outline, contém funções de demarcação da área de ele-
mentos HTML, tais como frames e células de tabelas.

Images, possui funcionalidades para visualizar as di- Resize, permite redefinir a dimensão do navegador para

mensões como mostra a figura 3, o tamanho e o path das ima- simular clientes com resolução de vídeo inferiores como por

gens de uma página web, esconder as imagens, mostrar quais exemplo 800x600. Facilita muito o teste de compatibilidade da

não possuem o atributo “alt”, além de fazer a substituição pelo página em resoluções de vídeo diversas. Muitas vezes tive

atributo “alt” para mostrar como ficaria a página em um nave- que diminuir a resolução do micro para poder fazer esse teste.

gador com suporte a imagens bloqueado. Validation, cada uma das validações disponíveis reme-
tem para um site principalmente para o w3.org e estes por sua
vez fazem uma auditoria no código e geram sugestões de
melhoria e compatibilidade. Algumas validações disponíveis
são: HTML, CSS e Links.
View Source, mostra o código fonte da página. Pareci-
do com o existente em outros navegadores, mas com o recur-
so “Syntax Highlight” que torna o código mais legível.
Fizemos aqui um resumo das principais funcionalidades,
maiores informações podem ser obtidas no site do
desenvolvedor em http://www.chrispederick.com/
work/firefox/webdeveloper/. Para finalizar, minha última
figura 3 sugestão é a instalação da extensão FoxTunes. Com ela, é
possível controlar o seu player de áudio favorito diretamente
Information, disponibiliza informações adicionais so- do navegador e sem mostrar seu ícone na barra de tarefas.
bre a página como path dos links, cookies, tamanhos dos Até a próxima.
elementos de formulário e tabela, classes instanciadas nos
elementos de formulário e tabela e outras funcionalidades.
Uma função interessante neste combo é o relatório de de-
sempenho (view Speedy Report). Essa opção remete à pági-

53
tutorial 2

Fundo Abstrato Alex Falcão - Adm. do Portal ComunidadeWeb


ramek@comunidadeweb.com.br

Olá leitores da Webdesign! Irei mostrar neste tutorial como cri- você aplicar, clique em um ponto diferente.
ar um fundo abstrato no Photoshop que poderá ser usado em seu 3- Depois você vai no menu Filter / Sketch / Chrome (figura
micro como papel de parede também. 3).Como eu disse antes, você pode usar qualquer filtro. Eu usei
1- Primeiramente vamos criar um novo documento. File / New e as configurações abaixo, mas explore outros valores. As figuras
defina o tamanho de 1024x768. Depois preencha de preto. 4 e 5 mostram os filtros Chrome e Wave, respectivamente.
2- Agora vamos começar a brincar com os filtros (figura 1). Lem-
brando que para fazer este efeito não existe uma regra, a idéia é
explorar todos os filtros e ver o que você mais gosta. OBS: Aplique
este filtro umas 3, 4 vezes.

figura 3

figura 1

figura 4 figura 5

4- Pressione a tecla CTRL + U ou ative o menu Image /


Adjustments / Hue Saturation. Neste caso você pode colorir
como quiser. Veja na figura 6.

figura 2

Na janela acima (figura 2) é interessante você clicar em algum


ponto para que a luz fique em outra posição. A cada lens flare que

figura 6

54
tutorial 2
5- Agora duplique a camada e coloque em modo Light,
como mostrado nas figuras 7 e 8.

figura 7
figura 9

Continue testando com outros filtros.

figura 8 Abraços e até a próxima.

6- Para finalizar vamos aplicar um outro efeito na camada


duplicada (figura 9). Filter / Texture / Craquelure. Para salvar:
File / Save as.

55
56
57
webwriting

Bruno Rodrigues
Autor do primeiro livro brasileiro e terceiro no mundo sobre conteúdo online, intitulado
“Webwriting - Pensando o texto para a mídia digital”. É coordenador de informação do
website Petrobras e titular da primeira coluna sobre Webwriting no mundo, elaborada
desde 1998 e hoje veiculada na revista online ‘ WebInsider’ . Ministra treinamentos de
Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior.
bruno-rodrigues@uol.com.br

Verdades & Mentiras


Até dezembro do ano passado, 1.000 alunos já haviam passado pelos meus cursos. O que
significa isso? Que cada vez mais profissionais que lidam com Informação têm interesse em
mídia digital. Para uma área tão nova quanto o webwriting, há de convir que 1.000 é uma marca
e tanto.
É de praxe que algumas dúvidas surjam logo na primeira aula. São questões básicas, mas
que sanam muitas dúvidas típicas de um ‘início de conversa’. Decidi dividi-las com você - mas
não hesite em enviar um email caso surja mais alguma pergunta.
A elas, então:
O que é webwriting?
É um conjunto de técnicas que auxiliam na distribuição de conteúdo informativo em ambi-
entes digitais.
Esta ‘distribuição’ faz-se, por exemplo, pelas diversas camadas de um site, sendo a primei-
ra camada a primeira página e, a segunda camada, as páginas que surgem a partir dos itens do
menu principal - e assim por diante. E por que ‘ambientes digitais’? Em webwriting, o campo de
ação são intranets, CDs-ROM, wireless, e não apenas sites internet.
Webwriting pode ser traduzido como ‘redação online’?
Não. Em webwriting, a preocupação é com a Informação como um todo, seja ela ícone, foto,
filme, som e, claro, texto. Desta forma, o texto é visto, em ambientes multimídia, como *um*dos
elementos da Informação digital.
Traduzir webwriting como redação online não só é um erro, como também restringe uma área
que tem um poder de fogo muito mais amplo.
Por que o termo ‘webwriting’ ainda sobrevive, então? Tanto a Rede quanto o webwriting ainda
são áreas que vivem seus primeiros momentos, mas a evolução é muito rápida. É provável que, em
breve, o termo seja substituído por ‘Gestão da Informação Digital’, ou algo semelhante.
Webwriting é a mesma coisa que jornalismo online?
Jornalismo Online é o *ramo* do webwriting dedicado à produção de informação *noticio-
sa* online. Quem lida com jornalismo online são as versões para internet de veículos noticiosos
impressos, por exemplo.
Os profissionais que produzem conteúdo informativo para sites internet e intranets de em-
presas dedicam-se a informações institucionais, e este trabalho é chamado de webwriting
corporativo - e não jornalismo online.

58
webwriting
“Traduzir webwriting como redação online
não só é um erro, como também restringe
uma área que tem um poder de fogo muito
mais amplo.”

Quem ‘criou’ o webwriting? Existe MBA ou pós-graduação em webwriting?


Quem deu a devida importância ao estudo da Informação Não, e você seria lesado se houvesse. Embora seja uma
para a mídia digital foi Jakob Nielsen, mais conhecido pela ciên- área promissora, tanto em mercado, quanto financeiramente,
cia que ajudou a desenvolver, a usabilidade. o conhecimento sobre webwriting é objeto de ensino em cur-
Foi Jakob Nielsen que, em março de 1997, publicou em sos de extensão, portanto de curta duração. Mais que isso, é
seu site - www.useit.com - o resultado da aplicação de testes pura embromação.
voltados para o comportamento do texto no ambiente online. O webwriting está evoluindo?
Ao provar que o usuário exige uma boa formatação de texto Muito. Na última coluna, abordei, entre outros temas, a
para a Web, ele chamou a atenção para a necessidade de estu- Gestão do Conhecimento, segundo nível de evolução do
do e dedicação à área da Informação digital. webwriting. Qual o primeiro? A arquitetura da informação, hoje
Quem é o ‘papa’ do webwriting? em dia importantíssima para o profissional que se dedica à
Crawford Kilian, autor do livro ‘Writing for the Web’, lan- Informação digital.
çado em 1998, é considerado o ‘norte’ do webwriting. Contu- Dúvidas esclarecidas, perguntas respondidas, é hora de
do, tanto o livro quanto os estudos de Kilian são focados no pôr o seu currículo em dia e partir para a luta, nunca esque-
comportamento do *texto* em ambientes digitais, e não na In- cendo que, em uma área ainda tão nova, quem cria e alarga
formação como um todo. mercado somos nós,
De 1997/1998 para cá, porém, muitos outros profissio- não espere que outros
nais acompanharam a evolução do webwriting, e hoje já estão o façam, simplesmente
à frente de Kilian & cia.. Nos Estados Unidos, por exemplo, a porque não aconte-
‘dama da Persuasão’, Amy Gahran, assim como Jonathan Price, cerá, O.K.?
o ‘rei das dicas’, são bons exemplos. O jornalista Nick Usborne, Até o mês
que trabalha com um ‘mix’ das idéias de Kilian e Gahran, é vis- que vem!
to hoje como revelação nos EUA.
Q ue empresas contratam webwriters?
Todo o tipo de empresa. Aliás, são as empresas que pa-
gam melhor - bem melhor - aos webwriters. As intranets, e não
os sites internet, é que empregam cada vez mais os especialis-
tas em Informação digital. Sites de comércio eletrônico tam-
bém têm aberto cada vez mais vagas para webwriters, assim
como as boas e velhas produtoras, embora nelas o salário não
seja dos melhores.

59
Marcela Catunda
bula da Catunda

Trabalhou nas redes Bandeirantes, TV Gazeta, Manchete e Globo. Foi redatora da


DM9DDB e supervisora de criação de mídia interativa da Publicis Salles Norton.
Atualmente é autô noma.
marcelacatunda@terra.com.br

Quanto vale o show?


- Então veeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem!
E ela foi. É! Eu sempre ia.
- Depois o Pai de Todos fala com você e acerta todos os detalhes.
E eu balançava a cabeça e fazia aquela cara de tudo bem, imagina. Quem precisa saber
quanto vai ganhar, que trabalho vai fazer, quanto vai durar...
- E onde eu me sentaria? – que pergunta idiota.
- Sabe que eu não sei. – resposta mais previsível impossível.
- Tem um computador pra mim? – outra pergunta idiota.
- Que tem tem, mas tem que pedir pra colocar um pra você. – boa.
- E no caso de termos o computador. Teríamos uma mesa? – pensei bem antes de bolar
essa pergunta notando que na criação não caberia mais nem um mini criativo. Pô, eu tenho um
e setenta e um.
- Hum! Putz! – sem comentários.
Nessa época eu ainda não tinha nem meu laptop e nem a cara de pau que eu tenho hoje.
Horas depois sentada pra não dizer jogada num canto do atendimento sou chamada pelas
secretárias do Pai de Todos, do Fura Bolo e do Mata Piolho.
O trio parada dura queria participar de uma concorrência. Na reunião com minha pobre
pessoa um atendimento, um planejamento e um criativo.
Algum tempo depois...
- Entendeu o job Catunda?
- Sim! Sim! Mas aonde eu vou sentar? – pergunto.
Todos me olham perplexos.
- Você não viu isso Mata Piolho? – diz o Fura Bolo.
- Putz! – o Mata Piolho havia esquecido.
Eu tenho dois dias. Dois exatos dias para criar o vídeo de apresentação da agência (pe-
quena, mas nem tanto). Uma manhã inteira já havia sido perdida e o pior estava por vir.
Fui para casa almoçar com a esperança de depois do almoço poder sentar numa mesinha
com um computador para que eu pudesse fazer o “caceta” do trabalho.
Mais algum tempo depois...
E eu continuava ali em uma mesa linda, descolada especialmente para mim bem no centro
da criação. Sendo fuzilada pelo cidadão expulso que se espremia com mais um criativo em uma
mesa no canto da sala.

60
“Hoje confesso não sou tão maluca. Pergunto

bula da Catunda
quanto vou ganhar, se vou trabalhar na
agência ou em casa, o tempo exato (pela
hora) de trabalho incluindo refeições, etc.”

- Desculpe Dona Baratinha, mas você teria uma idéia de Pergunto quanto vou ganhar, se vou trabalhar na agência ou
quando vai chegar o meu computador? – pergunto humildemen- em casa, o tempo exato (pela hora) de trabalho incluindo refei-
te para a secretária da criação. ções, etc...
- Não chegou ainda? Putz! – ai esse Putz! Mas até a gente aprender leva um tempo e alguns tombos.
A tarde passou e o cara do CPD não. Momento de sabedoria
Aproveitei então para assistir os comerciais que estariam “O trabalho é o amor feito visível. E se não podeis traba-
no vídeo, fui conhecer os caras da edição, encontrar uns ami- lhar com amor, mas somente com desgosto, melhor seria que
gos (a gente sempre encontra algum pra desabafar)... abandonásseis vosso trabalho e vos sentásseis à porta do
No dia seguinte... templo a solicitar esmolas daqueles que trabalham com ale-
Um dia inteiro perdido. E o do dia seguinte prometia ser a gria.” Gibran (1883-1931), O Profeta.
mesma coisa.
No meio da minha mesa uma pilha de papéis, revistas e
nada do computador. Será que encheram de coisas de propósi-
to? Não, deixa de ser louca Marcela e vai trabalhar.
Abro meu caderno, pego umas canetas, afasto as pilhas
de papel, folheio algumas revistas e mão na massa.
Quanto vale o show?
Acabei o vídeo, mas sofri. Foi um tal de correr pra casa,
escrever, voltar pra agência, mostrar pros caras que mexiam
aqui, mexiam ali, daí eu voltava pra casa, mexia e voltava pra
agência... e assim fiquei por quatro dias. É! O trabalho demo-
rou um pouco mais pra sair. Claro né? “Putz” zona.
Mas o pior estava por vir. Eu fiz a reunião de cria-
ção, o Job, mas o tal Pai de Todos ainda não tinha fechado
minha grana.
Quanto eu iria ganhar por aquele trabalho?
Que louca! Eu esqueci de perguntar. Esqueci e fiquei
com vergonha. Mas será o Benedito? Por que eu não combi-
nei o valor do trabalho?
Jogo dos Erros...
Os caras não planejaram receber uma freela e eu não
era do tipo “descolada”. Hoje confesso não sou tão maluca.

61
marketing

René de Paula Jr.


Analista de negócios da Sony Latin America, René é profissional de internet desde 1996,
passou pelas maiores agências e empresas do país: Wunderman, AlmapBBDO, Agência
Click, Banco Real ABN AMRO. É criador da “usina.com”, portal focado no mundo online, e
do “radinho de pilha” (www.radinhodepilha.com), comunidade de profissionais da área.
rene@usina.com

Palavrão com “P” maiúsculo


Eu percebo que estou ficando jurássico quando vejo que meus palavrões mais caros, justo
aqueles que viraram advérbios (para ****, do **), viraram minhas “vírgulas” (****), caem mal
como um pum.
O mais interessante dos palavrões é que muitos deles homenageiam o que todo mundo
tem, ou o que todo mundo faz. Por que *** será que são “feios”?
Estamos em pleno verão, carnaval, e vou me despir dos meus pudores rotineiros. Tape os
seus ouvidos e olhos, porque vou soltar um palavrão aqui: Política.
Repetindo de boca cheia y con mucho gusto: Po-lí-ti-ca. Eu faço, você faz, todos faze-
mos. Freud que me perdoe, mas ainda acho que política nos move mais que tesão. Ditadores ve-
lhotes podem precisar de viagras pra sexo, mas pra política estão sempre a postos.
Você não faz política? Siiiiim, você faz. Se você decidiu não fazer política... essa é uma
política também. A maneira como você se veste é política. As gírias que você usa. As tuas comu-
nidades no orkut. Comprar um iPod. Não comprar um iPod. Fechar os olhos, abrir os olhos, dar
o braço, apertar o passo, largar a mão. Tudo é política.
Sei que não costumamos pensar assim e que esse parece ser um território da estética, da
ética, da moral ou gosto. Mas se isso impacta outras pessoas agora ou no futuro, então é polí-
tica. Ponto.
Pode ficar tranqüilo: não vou questionar teu corte de cabelo, nem tua vida noturna.
Por uma decisão política antiga e teimosa, eu vou bater na mesma tecla de sempre: seu tra-
balho no digimundo.
Eu trabalhava em TV, antes. Quando você percebe que teu trabalho entra sem pedir licen-
ça na sala de uma nação, dá um frio na barriga. Você está fazendo parte da vida, das referên-
cias, das memórias de milhões de pessoas.
Ok, não estou mais em mídia de massa. Ou estou/estamos?
Eu, por postura... política, prefiro pensar que sim, com um agravante: mídia INTERATIVA
para massas. Estou conferindo a milhões um poder que elas nunca tiveram. Estou dando para
meus contemporâneos e descendentes mais controle sobre seu próprio destino. Estamos no
mesmo barco de Gutemberg e... Pronto: falei que política dá tesão? Já me empolguei.
Voltando ao que nos une, o nosso ofício: qual tua postura política? Aqui vai um check-up:
· Você faz coisas só para privilegiados ou todos podem usar?
· Você compartilha o que você aprende?
· Outros podem usar teu trabalho?

62
“Freud que me perdoe, mas ainda acho que

marketing
política nos move mais que tesão. Ditadores
velhotes podem precisar de viagras pra sexo,
mas pra política estão sempre a postos”

· Teu trabalho está aberto a comentários e participação · Teu trabalho reflete a tua visão de mundo ou a dos teus
ou é fechado? usuários?
· Teu trabalho tem escalabilidade? O que acontece se · Quem você escuta antes de criar? Gurus, inspirações
milhões o utilizarem? ou... gente de verdade?
· Teu trabalho gera riqueza social ou é parasitário? E por aí vai. Decisões altamente políticas em cada
· Teu trabalho dá crédito para quem colaborou? interface que você cria, em cada solução que você propõe, em
· Quem paga as contas do teu trabalho? cada gif, flash, javascript, mapa, tudo.
· Teu trabalho pode servir como base para um futuro Claro que você pode achar isso “chato”, e querer ser
melhor? parâmetro de tudo, ou querer ser genial, engraçadinho,
· Teu trabalho pode evoluir e se adaptar ou vai virar re- irreverente, enfant-terrible, etc.. Para isso tem outro pala-
líquia? vrão da década de 60: inocente útil.
· O fruto do teu trabalho germina e dá frutos ou “estra- Eu tenho uma bandeira: power to the people. Se quiser
ga” depois de um tempo? fazer parte, o prazer é nosso, pra ***.
· Teu trabalho “conversa” com todas as plataformas ou
é uma ilha sem pontes?
· Dá pra encaixar teu trabalho em trabalhos
maiores ou ele é “stand-alone”?

63
webdesign

Luli Radfahrer
PhD e m Comunica ção Digita l, já d ir igiu a d ivis ão d e inte r ne t d e a lguma s d a s ma ior e s
a gência s d e pr opa ga nd a e d e a lguns d os ma ior e s por ta is d o Br a s il. H oje , é Pr ofe s s or -
Doutor d a ECA-USP, Dir e tor As s ocia d o d o Mus e u d e Ar te Conte mpor âne a e cons ultor
ind e pe nd e nte . Autor d o livr o ‘d e s ign/w e b/d e s ign:2’, a d minis tr a uma comunid a d e d e
d ifus ão d o conhe cime nto d igita l pe lo pa ís .
webdesign@luli.com.br

Construindo Mediascapes
No ciberambiente todos são atores, músicos e designers.
Você pode ser o maestro.

Começo pedindo desculpas pelo neologismo em inglês. Não acredito que a língua
seja “sintética”, “universal” nem qualquer outra dessas bobagens que possam tê-lo
feito acreditar. Mas como Internet, Saudade, Übermodel e Croissant, às vezes o termo
se populariza pelo país que o inventou. Assim é Mediascape, que não consta nem do
dicionário deles.
Para explicar o termo, um pouco de história. Landscape, em inglês, quer dizer “pai-
sagem”. Engenheiros de som, por volta da década de sessenta, perceberam que pode-
riam, com a organização de caixas e equalização dos acordes, criar “ambientes sono-
ros” que transmitiriam sensações mais completas que umas simples caixas acústicas.
Nasciam ali os Soundscapes, usados hoje em cinemas, shows, auditórios, home
theatres e até simulados em alguns fones de ouvido. É para ter a impressão de
envolvimento que se desenvolveram os sistemas surround e por isso que seu peito tre-
me sempre que chega perto de um imenso woofer.
Para o mundinho material, bidimensional, discursivo e Rock ‘n Roll do século XX, os
soundscapes foram uma revolução e o máximo que se imaginaria eram formas de se tor-
nar o som mais “cristalino” e “realista”. Daí vieram as Raves e música eletrônica, a mú-
sica de pista (se você não sabe a diferença, sugiro consultar um especialista, tio) e tudo
mudou.
A começar pela relação entre a festa e quem a freqüenta: em que outro tipo de
evento você pode passar cinco horas dançando sem parar e não se lembrar de uma
única música que ouviu? Além disso, as luzes, o ambiente, a cenografia fazem tão parte
da paisagem quanto a própria música. A freqüência da festa é outro ponto importante
– nesses ambientes a quantidade, na maioria das vezes, é mais importante que a qua-
lidade das pessoas. Além disso, quem comanda a rave é o DJ (vale sempre lembrar que,
para os antigos, “tocar vitrola” era a opção de quem não tinha nenhum talento musi-
cal). Mas sua performance não lembra nem de longe a de um instrumentista: o ritmo é
mais importante que a melodia e que a letra, quando houver.
A cena eletrônica é um exemplo de um Mediascape, paisagem artificial criada por
elementos multimídia que afetam o público em vários sentidos e que, através de sua

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webdesign
“Para criar novos espaços virtuais você só precisa
agir como aquele cozinheiro que conhece bem
seus ingredientes e já sabe que forma terão
quando misturados”

assimilação e resposta, se adapta e transforma. Como qual- É por isso que esse artigo, que deveria tratar de design, se
quer contato entre homem e máquina, é portanto uma gigan- preocupa em descrever uma coisa tão assimilada e óbvia quanto
tesca interface, violentamente interativa. a festa eletrônica. Como interface vivida e corporificada, ela é
Muito se especula sobre o futuro do design de muito parecida com aquela sinfonia de elementos que você se viu
interfaces e cada vez que ouço um novo guru falando de obrigado a lidar quando montou sua primeira multimídia.
aparelhos móveis me lembro do velho guru Marshall No ambiente digital é muito difícil se separar os atores do
McLuhan, que sempre dizia que as pessoas aceleram com os cenário, os músicos da música, os designers do design. Para criar
olhos grudados no espelho retrovisor e buscam, no presen- novos espaços virtuais você só precisa agir como aquele cozi-
te, formas de se resgatar o passado. Assim tendem a se nheiro que conhece bem seus ingredientes e já sabe que forma
surpreender quando descobrem que o futuro estava logo terão quando misturados.
ali, debaixo de seus narizes o tempo todo. E isso você pratica sempre que faz webdesign.

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