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No.

3
Junho de 2009
DA REDE DRYNET

www.dry-net.org
Boletim Drynet
Uma iniciativa global para dar um futuro
às terras secas
Drynet é um projeto de 17 organizações de vários lugares do
mundo que trabalham juntos para combater a degradação do solo.

CONTEÚDO
Novo desafio no combate à Esta edição do boletim da rede Drynet A parte internacional do boletim nos
desertificação: A formulação aborda a elaboração dos Planos de fala sobre as sinergias entre a luta contra
dos Planos de Ação Estaduais
Ação Estaduais, o tema mais urgente e as mudanças climáticas e a luta contra
(PAEs) 2
Comissão Nacional de Combate importante na agenda da luta contra a desertificação, que foi tema da parte
à Desertificação: a desertificação no Brasil. É necessário brasileira na edição anterior. Não dá
Só falta a sociedade civil 3 que as instituições da sociedade civil mais, definitivamente, para separar os
O conhecimento, campo de
disputa pela hegemonia 4 assumam um papel de liderança nesse dois assuntos, pois, em todo o mundo, as
Rede de Tecnologias Sociais 5 processo, posto que a criação dos PAEs populações que habitam as “terras secas”
Programa Uma Terra e Duas constitui uma grande oportunidade para (áridas, semi-áridas, sub-úmidas secas)
Águas 5
a orientação das políticas públicas e o serão as mais afetadas pelo aquecimento
reconhecimento do saber construído global.
Textos dos parceiros Drynet
pelas comunidades e ONGs que lutam
Adaptação as alterações
climáticas: Sinergias com a por um modelo agroecológico. O tema do Exótica para nós, brasileiros, a criação
Convenção de Combate à “conhecimento” é, aliás, o segundo foco de camelos é um recurso tradicional para
Desertificação 6 do boletim na sua parte brasileira. É no milhões de pessoas que habitam as regiões
Podemos sobreviver às
armadilhas da adaptação? 7 campo do conhecimento que se trava, em áridas e semi-áridas da Ásia e África. Um
Dryet apóia criadores de grande parte, a disputa pela hegemonia artigo da seção internacional fala sobre
camelos 8 entre o modelo predatório de agricultura, isso, trazendo-nos uma visão sobre outras
dominante, e o modelo agroecológico. realidades da luta contra a desertificação.
PUBLICADO POR

Durante o mês de março de 2009, a rede Drynet


Grupo de Trabalho realizou suas reuniões regionais na Ásia, África
de Combate à Desertificação e América Latina, com o objetivo de fazer um
balanço do andamento das atividades e discutir
as perspectivas futuras. Na foto, visita a uma
Articulação no Semi-Árido propriedade nas cercanias de Dakar, capital do
Brasileiro Senegal, durante o encontro regional da África.
Foto Maude Gentit
Este projeto é financiado
pela União Européia

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Uma iniciativa global para dar um futuro
às terras secas

BRASIL

Novo desafio no combate à desertificação: A


formulação dos Planos de Ação Estaduais (PAEs)
Wouter van Oosterhout
DED – ASA Combate à Desertificação

O Plano de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PAN- permite identificar e priorizar as ações mais relevantes
Brasil), em vigor desde o final de 2004, prevê a formulação e eficazes no combate à desertificação. É por isso que o
de Planos de Ação Estaduais em todos os onze Estados com processo de elaboração dos PAEs prevê tanto a participação
Áreas Suscetíveis à Desertificação (ASD), sendo os nove do de representantes da sociedade civil nas equipes de
Nordeste mais Minas Gerais e Espírito Santo, que têm parte elaboração, como uma série de consultas às populações e
de seus territórios nessa situação. Estes planos estaduais atores locais, devidamente preparadas e articuladas.
deverão orientar a priorização e articulação entre programas
e projetos setoriais, bem como definir ações concretas no Quem responde pela elaboração dos PAEs são os Pontos
âmbito do combate à desertificação. Os planos estaduais Focais Estaduais para o Combate à Desertificação (veja
deverão refletir o espírito do PAN-Brasil: redução da pobreza boxe). Recomenda-se que as ASAs estaduais se informem
e da desigualdade, conservação e manejo sustentável dos do andamento do processo em seus Estados e que
recursos naturais, gestão democrática e arranjos institucionais aquelas organizações que se interessem pelo combate à
adequados. desertificação procurem esses articuladores(as), para poder
participar ativamente.
A formulação dos Planos Estaduais agora está plenamente
na agenda dos Estados. Equipes encarregadas da elaboração O acúmulo de conhecimento das organizações da ASA
já foram formadas em Pernambuco, Ceará e Rio Grande do em relação aos sistemas agroecológicos e às tecnologias
Norte; outros Estados se encontram em estágios diferenciados apropriadas para a convivência com o semi-árido é
de preparação. O ideal é que alguns elementos façam parte extremamente relevante para os Planos de Ação Estaduais.
de todos os Planos: Por outro lado, o próprio processo de elaboração dos PAEs
pode abrir oportunidades para a realização de pactos entre
• Um diagnóstico analítico das condições físicas, programas e projetos da sociedade civil junto às políticas
ambientais, sociais, políticas e econômicas das áreas públicas estaduais. Não podemos deixar de participar na
semiáridas no Estado; recomendações para um sistema de elaboração dos PAEs.
gestão de conhecimento para o combate à desertificação;
• Identificação de políticas, programas e projetos
relevantes para o combate à desertificação;
• Orientações para a realização de pactos e articulação
entre os diversos atores sociais, apontando para um
arcabouço institucional;
• Indicação de estratégias de implementação do PAE,
observando temas de “concentração estratégica”;
• Participação e envolvimento dos diversos atores sociais,
prioritariamente os residentes nas áreas semiáridas;
• Recomendações para o sistema de gestão do PAE;
• Recomendações para o sistema de monitoramento do
PAE, contemplando aspectos físicos, sociais e econômicos;

A participação das organizações da sociedade civil na


elaboração dos PAEs é crucial. As nossas organizações trazem
o conhecimento local da situação e a experiência na busca Neste cenário em vias de desertificação, com a terra nua, só sobrou uma
de soluções adequadas para a população. Sua inserção solitária carnaúba

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PONTOS FOCAIS ESTADUAIS


Seu contato para entrar no processo do PAE
UF Nome Função/Instituição Fone/Fax E-mail
AL José Roberto Valois Lobo Coordenação de Conservação (82) 3315.3904/2680 srh@semarh.al.gov.br
Ambiental - Secretaria de Estado loboroberto@ig.com.br
do Meio Ambiente e dos Recursos
Hídricos - SEMARH
BA Ana paula de Souza Dias INGÁ-BA (71) 3116.3288 anapaula.dias@inga.ba.gov.br
CE Socorro Liduina Carvalho Secretaria de Recursos Hídricos (85) 3101.4026 liduina@srh.ce.gov.br
Costa -SRH/CE
ES Andressa Bacchetti Pinto IEMA-SEAMA-ES (27) 3136.3516 apinto@iema.es.gov.br
MA Othelino Nova Alves Neto Secretaria de Estado do Meio (98) 3235.7981 othelinoneto@yahoo.com.br
e José Amaro Nogueira Ambiente e Recursos Naturais - janogueira@yahoo.com.br
SEMARN
MG Nahissa Harumi SEDVAN-MG (31) 3279.8524 nahissa.harumi@idene.mg.gov.br
PB Edilton Rodrigues Nób- Secretaria Estadual de Ciência, Tec- edilton@sectma.pb.gov.br
rega nologia e Meio Ambiente - SECTMA
PE Aloysio Costa Júnior Secretaria Estadual de Ciência, Tec- (81) 3425.0303 aloysiocostajr@sectma.pe.gov.br
nologia e Meio Ambiente - SECTMA
PI Milciades Gadelha de Lima Diretor de RH da Sec. De Estado (86) 3216.2039 gadelha@ufpi.br
do Meio Ambiente e dos Recursos semar@semar.pi.gov.br
Hídricos - PI gadelhagnator@gmail.com
RN Laélia Maria Lara F. de Secretaria do Meio Ambiente e (84) 3232.243 laelia@rn.gov.br
Melo Recursos Hídricos - SEMARH laeliademelo@gmail.com
SE Lício Valério Lima Vieira Secretaria de Estado do Meio (79) 3179.7330 liciovalerio@gmail.com
Ambiente e Recursos Naturais -
SEMARH

Comissão Nacional de Combate à Desertificação


Só falta a sociedade civil...
Ainda não foram escolhidos os rep- tar os compromissos assumidos pelo do Meio Ambiente, é que ainda neste
resentantes da sociedade civil na Brasil na Convenção das Nações Unidas semestre se inicie o processo de escol-
Comissão Nacional de Combate à de Combate à Desertificação e Mitigação ha dos representantes da sociedade
Desertificação, criada em 21 de junho dos Efeitos da Seca. civil, através de assembléias públicas
do ano passado. Trata-se de uma nos 11 estados afetados (um represen-
das instâncias mais importantes do Os representantes da área governamen- tante por estado). Promessa difícil de
combate à desertificação, prevista no tal foram empossados pelo Ministro ser cumprida, pois já estamos no início
próprio PAN (Plano de Ação Nacional) Carlos Minc em novembro do ano pas- de junho e antes da realização das
do Brasil. Caberá a essa Comissão sado. A promessa da Coordenação de assembléias deve acontecer o registro
estabelecer estratégias e implemen- Combate à Desertificação, do Ministério das instituições interessadas.

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O conhecimento, campo de disputa pela usamos no primeiro parágrafo), com a


missão de “promover o desenvolvimento

hegemonia sustentável mediante a difusão e a


reaplicação em escala de tecnologias
sociais”.

No campo do desenvolvimento
sustentável do Nordeste, esse novo olhar
garantiu a viabilidade do Programa Um
Milhão de Cisternas, da ASA. Para além do
seu impacto positivo na vida de centenas
de milhares de famílias nordestinas
(250.000 cisternas já construídas) que
passam a ter acesso à água de qualidade
para consumo nos períodos de estiagem,
O P1MC constituiu a primeira experiência
de articulação social regional para
divulgação, em escala de massa, de uma
tecnologia surgida do conhecimento
tradicional. O Programa Uma Terra, Duas
Águas (P1+2), também da ASA, avança
nesse sentido e constitui uma proposta
com potencial para articular uma resposta
consistente ao discurso hegemônico sobre
Mandala o uso da água.

O conhecimento está no centro da Esse modelo – a articulação social de ampla


financiamentos para pesquisar, sis- escala – poderia ser o caminho para a
disputa entre as diferentes visões sobre tematizar e divulgar?
o desenvolvimento do semi-árido. O disseminação de muitas outras tecnologias
agronegócio se sustenta em um conjunto de convivência com o semi-árido
de conhecimentos coerentes e eficazes do Tecnologias Sociais, desenvolvidas ou aperfeiçoadas ao longo
das últimas décadas por ONGs nordestinas.
ponto de vista da acumulação do capital, um caminho A viabilização desses processos de
mesmo que nem sempre as alternativas
que propõe sejam social e ambientalmente disseminação deveria ser incluída na pauta
As Tecnologias Sociais são “produtos,
corretas (ou que frequentemente não o dos Planos de Ação Estaduais de Combate
técnicas ou metodologias reaplicáveis,
sejam). Esse conhecimento (= “soluções”) à Desertificação, de que falávamos nas
desenvolvidas na interação com a
recebe o apoio irrestrito do estado, através páginas anteriores. Cabe a ASA, e também
comunidade e que representam efetivas
de pesquisa, crédito, obras públicas e a Articulação Nacional de Agroecologia
soluções de transformação social”.
regulamentação favorável. A mídia, (ANA), um papel de liderança.
geralmente, bate palmas... A disseminação dessas tecnologias
passou a receber atenção e apoio
A criação de um modelo alternativo, crescente por parte de investidores
agroecológico e sustentável, supõe a institucionais de peso, a partir do
sistematização de outro conhecimento, primeiro mandato do presidente Lula.
capaz de disputar a hegemonia junto A Fundação Banco do Brasil foi pioneira
ao primeiro. Qual o caminho para a o nesse sentido, a partir de 2001, quando
empoderamento desse conhecimento lançou a primeira edição do seu prêmio
alternativo, perante o escasso interesse que de Tecnologia Social.
lhe mani-festa o estado e a fragmentação
das instituições desse campo, que atuam Em Abril de 2005, um grupo de
quase sempre em nível micro-regional instituições criou a Rede de Tecnologias Barreiro para irrigação de salvação (foto Embrapa
e enfrentam uma crônica escassez de Sociais – RTS - (é dela a definição que Semi-Árido)

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O segredo de viabilidade Rede de Tecnologias Sociais Programa Uma Terra e


em escala de uma A Rede de Tecnologias Sociais (RTS) foi Duas Águas
Tecnologia Social criada em Abril de 2005 por uma série
O Programa Uma Terra e Duas Águas
1) Tecnologias Sociais nascem de instituições “com o propósito de
(P1+2), da ASA, pretende assegurar à
ou da sabedoria popular, ou do promover o desenvolvimento sustentável
população do Semi-Árido o acesso à terra
conhecimento científico, ou da mediante a difusão e a reaplicação em
e à água, tanto para consumo das famílias
combinação de ambas; escala de tecnologias sociais”.
e dos animais, como para a produção de
alimentos, ao mesmo tempo ensinando a
2) Viabilidade técnica e consolidação de Ela é formada por quatro tipos
cultivar a terra de maneira sustentável. A
um padrão tecnológico (a multimistura de instituições: mantenedoras (8),
concepção do P1+2 envolve o treinamen-
tem uma fórmula e um método de investidoras (27), articuladoras de redes
to e mobilização das famílias em todas as
produção; a cisterna tem um projeto (440) e replicadoras (416).
fases de sua implantação.
básico e um roteiro de construção);
Atualmente seu Comitê Coordenador está
O marco referencial do P1+2 é o
3) Viabilidade política. A tecnologia, por formado pelas seguintes instituições:
“Programa 1-2-1” do governo chinês, apli-
várias razões e meios, ganha autoridade cado no Semi-Árido daquele país desde
e visibilidade. Especialistas influentes • Caixa Econômica Federal (Caixa)
os anos 90 do século passado (uma terra,
comentam e recomendam-na. • Financiadora de Estudos e Projetos
duas cisternas e uma área de captação de
Entidades civis e outras organizações (Finep)
água de chuva). Essa experiência foi apre-
passam a reivindicar seu uso. • Fundação Banco do Brasil (FBB)
sentada em um seminário em Petrolina,
Movimentos sociais passam a apontá-la • Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)
em 1999.
como solução; • Ministério da Integração Nacional (MI)
• Ministério do Desenvolvimento Social e
As tecnologias de captação de água de
4) Viabilidade social, quando a Combate à Fome (MDS)
chuva utilizadas pelo P1+2 são: cisternas,
tecnologia tem de se mostrar capaz de • Petrobras
poços e cacimbas, barragens subter-
ganhar escala. É chave que se forme • Sebrae
râneas, barreiro trincheira (acumula reser-
em torno dela uma ampla rede de • Articulação no Semi-Árido Brasileiro
va de água que é usada para irrigação
atores que consigam dar capilaridade (ASA)
“de salvação” para impedir que a lavoura
à sua demanda e capacidade de • Associação Brasileira de Organizações
morra durante os veranicos, freqüentes
implementação. Isso inclui a montagem Não-governamentais (Abong)
mesmo no período invernoso), peque-
de uma complexa logística de • Fórum de Pró-Reitores de Extensão das
nos açudes, caldeirão (ou tanque de
execução e assistência. Articulação Universidades Públicas Brasileiras
pedra, uma caverna natural ou escavada
entre governo, administração, • Grupo de Trabalho Amazônico (GTA)
em lajedos), e mandala (tecnologia de
especialistas e organiza-ções sociais. • Rede Cerrado
produção intensiva em pequenas super-
• Secretaria de Comunicação Social da
fícies, em círculos concêntricos, com um
(in Tecnologia social: uma estratégia para o desen- Presidência da República (Secom)
volvimento / Fundação Banco do Brasil – Rio de
reservatório no centro).
Janeiro: 2004, pág. 68 e 69, disponível em http:// (fonte: www.rts.org.br, em 10.05.2009)
www.oei.es/salactsi/Teconologiasocial.pdf)

ASA discutirá desertificação


Nos dias 12 e 13 de agosto, será realizado, em Recife, o Seminário “A Articulação
do Semi-Árido e as perspectivas para o combate à desertificação”, com o objetivo
principal de aproximar visões e entendimentos acerta dos programas da ASA e
definir as interações com as estratégias de combate à desertificação no âmbito da
convivência com o Semi-Árido.

O evento é apoiado pela Drynet e reunirá a Coordenação Executiva da ASA,


as coordenações dos programas P1MC e P1+2, e a Coordenação do Grupo de
Poço amazonas em uma barragem subterrânea
Trabalho de Combate à Desertificação (GTCD). (foto Carlos A. da Silva, 1998)

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Adaptação as afetados a tecnologias de energia


renovável pode reduzir emissões de
climáticas devem reforçar e alargar o
alcance das atividades já iniciadas no
âmbito dos Planos de Ação Nacional
alterações gases do efeito estufa resultantes da
utilização de combustíveis fósseis. para o Combate à Desertificação. Esta
abordagem irá reforçar a colaboração
climáticas: As necessidades indicadas nos Programas entre os diferentes intervenientes e
de Ação Nacionais de Adaptação e nos instituições, evitar a duplicação das ações
Sinergias com a Convenção de
Programas Nacionais de Ação para o e, com os recursos financeiros existentes,
Combate à Desertificação responder eficazmente às necessidades
Combate à Desertificação, permitem
destacar áreas prioritárias comuns, pois das populações mais carentes que
Há vários anos foram iniciados
embora os seus métodos e abordagens vivem em zonas áridas nos países em
esforços multinacionais no sentido
sejam diferentes, a UNFCCC (Convenção desenvolvimento, onde os meios de
de desenvolver programas de ação
Quadro das Nações Unidas sobre subsistência estão diretamente ligados
para combater a desertificação. Esses
Mudanças Climáticas) e a UNCCD aos recursos naturais.
processos têm levado à implementação
de diversas iniciativas para atenuar os (Convenção das Nações Unidas de
Combate à Desertificação) partilham As abordagens para enfrentar a
efeitos da seca e também à consolidação
um objetivo comum: melhorar as adaptação às alterações climáticas
de estratégias de sobrevivência de
condições de vida das populações podem se beneficiar, em nível mundial,
comunidades locais confrontadas com a
pobres e vulneráveis, afetadas tanto pela com as sinergias das iniciativas e modelos
degradação dos solos.
desertificação como pelas alterações oriundos da Convenção de Combate à
climáticas. Há necessidade de que Desertificação.
As iniciativas empreendidas em países
afetados da África, Ásia e América essas estratégias sejam executadas
Latina, abordam principalmente o efetivamente, para criar uma verdadeira
desenvolvimento agrícola e a segurança perspectiva de desenvolvimento
alimentar, a conservação e proteção das sustentável. Parceiro Drynet: Emmanuel S. Seck,
fontes naturais, a gestão dos recursos ENDA TM, Senegal (Environmental
hídricos, o uso eficiente de energia, a Para acelerar o curso de ação, os Development Action in the Third World) -
informação e a comunicação. programas de adaptação às mudanças “Environment Energy Development”

Estas iniciativas coincidem em larga


medida com as atividades prioritárias
identificadas nos Programas de Ação
Nacionais de Adaptação (PANA), criados
para enfrentar os efeitos adversos
das mudanças climáticas nos países
menos desenvolvidos (PMDs). Na África,
isto se aplica particularmente aos
recursos hídricos, segurança alimentar,
ecossistemas de zonas áridas, silvicultura
e zonas costeiras.

É difícil distinguir entre a luta contra a


desertificação e a adaptação à mudança
climática no que diz respeito às ações
supramencionadas. Outras ações de
combate à desertificação podem
também contribuir para a mitigação
das alterações climáticas, como a
gestão sustentável dos solos e recursos
florestais, com seqüestro (fixação) de
carbono. Além disso, a melhoria do
acesso dos países em desenvolvimento

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EXTRATO DO ARTIGO: das pessoas e de suas instituições para


se adaptarem à evolução das sociedades Agenda 2009
Podemos com sucesso.
Internacional
sobreviver às Fornecer dinheiro e recursos materiais
para as comunidades vulneráveis
29 Junho – 03 Julho 2009 - Encontro
não é suficiente para aumentar a sua
armadilhas da resiliência. Ajuda inapropriada pode
regional de América Latina e Caribe
para preparação da 9ª Conferencia das
prejudicar a resistência e auto-suficiência
adaptação? das comunidades agrícolas. Será vital
Partes (COP 9) da Conferencia das Nações
Unidas contra a Desertificação e do
concentrar recursos materiais em garantir
Encontro Científico paralelo. Montevidéu,
que a resiliência e a capacidade de
O reconhecimento pelo Painel Uruguai.
resolver problemas nas comunidades
Intergovernamental sobre Mudanças
sejam reforçadas. O que foi descrito como
Climáticas (IPCC) de que o clima está 23 – 29 Agosto 2009 - Segundo
uma boa prática de desenvolvimento
mudando rapidamente e vai afetar Congresso Mundial sobre Agrofloresta
em épocas anteriores é mais relevante
severamente as comunidades mais (ICRAF). Kamloops, Nairobi, Kenya:
do que nunca na "era da adaptação":
vulneráveis do mundo, pôs a adaptação a www.worldagroforestry.org
abordagens de gestão sustentável
essa realidade no topo da agenda global.
dos recursos baseadas principalmente
O que isso significa para as políticas e 21 Setembro - 2 de Outubro 2009 -
nos recursos locais, guiados pelos
práticas de desenvolvimento? 9ª Conferencia das Partes (COP 9) da
conhecimentos locais ecológicos e
Conferencia das Nações Unidas contra a
sociais, engajando a plena participação
Conforme as circunstâncias e o ambiente Desertificação. Buenos Aires.
das comunidades locais através da
físico mudam, os seres vivos e as suas
pesquisa-ação participativa.
sociedades devem também transformar- 22 – 24 Setembro 2009 - Conferência
se para sobreviver e prosperar nas novas Científica e Consulta paralela à COP
"Soluções" baseadas em tecnologias
condições. Chamamos de "capacidade 9, com o tema "Tendências em
que só existem fora das comunidades
adaptativa" a combinação especial Desertificação e Degradação de solos”.
afetadas falham. E quando isso acontece,
de qualidades, habilidades e recursos Buenos Aires.
temos de ter o cuidado de evitar que as
mentais e emocionais que permite que
comunidades afetadas sejam apontadas
as pessoas enfrentem e respondam 07 – 09 Outubro 2009 - Forum Global
como responsáveis do fracasso.
positivamente às transformações: a sobre Energias Renováveis e Eficiência
capacidade de um sistema social- Energética (UNIDO – Organização das
ecológico vivo para ajustar respostas a Nações Unidas para o Desenvolvimento
demandas internas e ofertas externas Parceiro Drynet: Noel Oettle, Industrial). México:
mutáveis. EMG, South Africa http://www.unido.org/

Para sobreviver e prosperar, Para leitura do artigo complete por favor 08 – 12 Novembro 2009 - 16 ª
comunidades agrícolas e pastorais visite nosso sitio: Conferencia da Organização Internacional
nas regiões secas terão de gerir seus para a Conversação do Solo – ISCO.
www.dry-net.org (em inglês)
recursos retirando de seu passado o Santiago, Chile:
conhecimento e experiência necessários, http://www.tucson.ars.ag.gov/isco/
mas de uma forma que ultrapasse os
limites do familiar e do tradicional. É 07 – 18 Dezembro 2009 - UNFCCC
essencial então que compreendamos (Convenção Quadro das Nações Unidas
que tipo de condições irão permitir sobre Mudanças Climáticas) Conference
que as comunidades mais vulneráveis das Partes, 15a sessão, e encontros
do mundo prosperem neste ambiente dos corpos subsidiários da UNFCCC.
global mutante, e que utilizemos esse Copenhagen, Dinamarca:
conhecimento para moldar nossas http://unfccc.int/parties_and_observers/
políticas e práticas. “Armadilhas” de ngo/items/3667.php
pobreza e rigidez limitam a capacidade http://en.cop15.dk

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Parceiro Dryet
apóia criadores
de camelos

Com a sua proverbial adaptação ao


deserto, o camelo é um dos animais
domésticos melhor equipados para
resistir ao aquecimento global. Ele já
está substituindo o gado em áreas
como as pastagens naturais de Borana,
na Etiopia, onde a maior concentração
de CO2 atmosférico está levando à
substituição da vegetação arbustiva por
pastos. Sob altas temperaturas, camelos
têm também a grande vantagem sobre
o gado de não precisar de ambientes Ordenha de camelas em Khaba - Foto cortesia do autor
refrigerados para a produção leiteira.
A maioria dos camelos do mundo deveria ser replicada no Paquistão,
As corridas de camelos são muito ainda é propriedade da população Irã, Sudoeste Asiático e outros países
populares no Golfo Pérsico (também um mais marginalizada, que habita as mais para garantir que não sejam apenas os
grande negócio!); menos conhecido é quentes e remotas partes da África e abastados países do Golfo que possam
o potencial econômico da produção de da Ásia. É óbvio que essas pessoas têm se beneficiar dos recursos advindos
leite de camela. Ultimamente a procura um grande recurso em suas mãos, mas, deste animal, mas também a população
estourou nos supermercados dos para que possam tirar proveito dele, pobre das terras secas.
Emirados Árabes Unidos, em especial é necessário agregar vários fatores,
Dubai, após a descoberta de que o tais como a sensibilização sobre o Parceiro Drynet: Ilse Köhler-Rollefson,
chamado “ouro branco do deserto” potencial econômico desses animais, LPP, Germany
poderia constituir um tratamento o fortalecimento organizacional,
alternativo para a diabetes, pois contém o treinamento, bem como o apoio
uma substância que simula o efeito tecnológico e de infra-estrutura
da insulina. O leite de camela também para o processamento de produtos
Se você deseja receber este boletim
tem ingredientes que estimulam o derivados, que não se limitam ao leite, por via eletrônica ou para obter mais
sistema imunológico, sendo utilizado mas incluem também a carne, a lã, o
couro, e até mesmo o papel artesanal
detalhes sobre os artigos publicados,
para o tratamento da tuberculose
e até mesmo de câncer. Ademais, (feito a partir dos excrementos). O entre em contato conosco através do
pode ser consumida pelas pessoas que parceiro Drynet Lokhit Pashu-Palak
endereço sertão@sertão.org.br.
apresentam intolerância à lactose. A Sansthan, da Índia, com o apoio da Liga
demanda também aumentou porque uma para o Desenvolvimento dos Povos Visite o site www.dry-net.org em
empresa de laticínios de Dubai – com o Pastoralistas e da Pecuária Endógena
inglês.
sugestivo nome de Camelicious – criou (Alemanha), está atualmente apoiando
uma empresa conjunta com um fabricante os criadores de camelo do Deserto
austríaco de chocolate, para fornecer leite de Thar, com resultados significativos.
Edição brasileira
de camela em pó. Por estas razões, os Contudo, muito mais precisa ser feito e
países do Golfo Pérsico estão atualmente o esforço desta ONG deve ser apoiado Textos: Daniel Raviolo
comprando tantos camelos fêmeas quanto por políticas públicas adequadas,
Diagramação: Paulo Camelo
possível em países como a Índia, Paquistão bem como esforços de investigação
ou Sudão. orientados. Esta iniciativa também Tiragem: 1.000 exemplares

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