Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
1
Esse tema poderá ser desenvolvido mais adiante.
Do outro lado da salinha a patroa, dona Linda, lançava olhares pra
Maria. Era preciso faturar.
- Quer beber alguma coisa, gostosão?
Gabriel hesitou. Fazia séculos que não bebia.
- Absinto.
- Tem uísque. Cerveja também. Paga uma pra mim?
Gabriel balançou a cabeça, tirou o chapéu, tornou a sorrir.
- Hoje posso gastar à vontade. O patrão paga.
As bebidas chegaram pouco depois, e Maria deu o serviço:
- 50 reais, meia hora. Se quiser ficar mais, a gente combina. As
outras meninas cobram mais 20 pelo anal. Eu não. Comigo vai de brinde.
E ainda beijo na boca. Quer subir agora?
Gabriel abaixou um pouco os olhos, guardou o sorriso no bolso.
- Quantos anos você tem?
- 17.
- Você fala muito bem pra alguém da sua idade.
Ela sorriu.
- Eu sou esperta e a noite ensina quem quer aprender.
- 17 anos. O Supremo tá maluco mesmo.
- Que supremo é esse?
Gabriel fez um gesto apontando para o alto.
- O poderoso chefão.
Maria tomou um gole de cerveja. Gabriel colocou o seu copo na
mesinha, sem beber.
- Olha, querido – falou Maria. – Tá vendo aquela mulher ali?
Gabriel encontrou os olhos de Linda.
- Sim, e daí?
- Daí que aquela é a minha poderosa chefona. Eu adoraria ficar aqui
batendo papo com você, mas aquela mulher só pensa em faturar. E eu
trabalho pra ela.
- Entendi.
Gabriel enfiou então um cigarro na boca, tornou a colocar o chapéu
e foi em direção à Linda. Percebeu, enquanto avançava, que alguns
homens riam e cochichavam.
- Pecadores cretinos – pensou o anjo.
10
11